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7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1
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Revista brasileira de
QuiropraxiaBrazilian Journal of Chiropractic
Apoio:
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ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. I
REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OFCHIROPRACTIC
Volume IV- Nmero 1 - Janeiro a Junho 2013
NDICE CONTENT
1. EDITORIAL E INSTRUES AOS AUTORES II
2. REVISO E ATUALIZAOTcnicas Integrativas Quiropraxia: Sacro Occipital TechniqueTechnics for Integrative Chiropractic: Sacro Occipital Technique
Ned Heese, Joseph F. Unger, Eduardo K. Teruya
1
3. ARTIGOS ORIGINAIS
Anlise quiroprtica de Atlas pela palpao dinmica e Act ivatorMethods Chi ropract ic TechniqueChiropractic analysis of Atlas through dynamic palpation and ActivatorMethods Chiropractic Technique
Rafael Henrique Santos, Raphael Diroli, Jorge A. C. Netto
4
4. Eficcia do tratamento quiroprtico na dor lombar em pacientescom vrtebra de transioEffectiveness of chiropractic treatment in low back pain in patients
with transitional vertebrae
Cludia Maria Bruschi e Danilo Messa da Silva
14
5. Epidemiologia e tratamento quiroprtico das disfunesTemporomandibulares em escolaresEpidemiology and chiropractic treatment of temporomandibulardisorders in school childrenJuliana H. tsuchida, Nathaly B. Castro, Mara C Paiva eDjalma J Fagundes
26
6. Efeitos da manipulao quiroprtica na amplitude de movimentoda coluna cervical em jogadores de futebolEffects of chiropractic manipulation on range of motion of the cervical
spine in soccer playersBeatriz R. Esteves, Las B. Salvi, Djalma Jos Fagundes, Pablo B. Valverde
39
7 Quiropraxia no tratamento das leses de ombro em praticantesde Stand Up PaddleChiropractic treatment of shoulder injuries in practitioners of Stand Up
Paddle
Juliana Pinheiro, Tiago Augusto Zago
50
8. RELATO DE CASOAlteraes lomboplvicas em hrnia discal lombar extrusa: relatode casoLumbopelvic changes in extruded lumbar disc herniation: case report.
Filipe Andr Gianni e Magda Furlanetto
60
Journal of Chiropractic
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EDITORIAL
DESENVOLVIMENTO DA REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA NADIVULGAO CIENTFICA
H quatro anos foi lanado o volume Inmero zero desta revista, cujo
objetivo principal divulgar as atividades profissionais, acadmicas e de
pesquisa na rea das Cincias da Sade voltadas para a Quiropraxia e
atividades correlatas. A profisso recente no pas, bem como o curso
universitrio, e acreditamos que o incentivo produo cientifica no apenasremir o tempo para solidificao e propagao da profisso, como incentivar
o hbito no recm-formado de atualizar seus conhecimentos, seja produzindo
ou buscando informaes recentes na rea steomioarticular.
A revista semestral e, at o momento, foram publicados 36 artigos. A
Revista Brasileira de Quiropraxia faz parte da Associao Brasileira de Editores
Cientficos (ABEC) e est includa na indexadora Sumrios de Revistas
Cientficas Brasileira, o que proporciona grande divulgao das publicaes.Estamos empenhados em produzir uma publicao de qualidade que permita,
em mdio prazo, a indexao em uma base de dados de divulgao mais
ampla. Embora no faamos parte da base de dados da elite dos peridicos
nacionais, nos propomos a treinar e descobrir talentos em pesquisa no mbito
da rea da sade.
Em razo do exposto, queremos agradecer aos autores que utilizaram
esta Revista como repositrio de suas pesquisas e incentivar o envio de novas
submisses, lembrando que a pesquisa essencial para o futuro da profisso
do quiropraxista. Estendemos nossos agradecimentos aos colegas revisores,
que realizam este trabalho de forma voluntria, por suas avaliaes abalizadas.
Esperamos contar sempre com esse prestigio.
ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. II
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REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OFCHIROPRACTIC
Corpo Editorial
Editor cientfico
Djalma Jos Fagundes
Editores assistentes
Ana Paula Albuquerque Facchinato
Evergisto Souto Maior Lopes
Jornalista cientfico
Anna Carolina Negrini Fagundes Martino
Consultor da lngua inglesa
Ricardo Fujikawa
Conselho nacional de consultores (Brasil)Eduardo S. Botelho Bracher
Fernando Redondo
Aline Pereira Labate Fernandes
Conselho internacional de consultores
David Chapman Smith
Reed Phillips
Assessoria e Gerncia Executiva
Mara Clia Paiva
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AGRADECIMENTOS
A Revista Brasileira de Quiropraxia publica trabalhos cientficos e
culturais de interesse aos profissionais da rea steomioarticular. A qualidade
das informaes neles expressas avaliada de forma sistemtica por colegas
experientes. Todo trabalho de investigao ou reviso submetido revista
enviado a especialistas encarregados de rev-los de forma detalhada, visando
obter avaliaes abalizadas sobre a qualidade tcnica do texto.
Outros colegas tambm disponibilizam seu tempo para elaborar reviso
ortogrfica e formatao dos textos.
Em reconhecimento espontnea colaborao desses especialistas,
bem como a conduta tica demonstrada nesse processo, expressamos aqui o
nosso agradecimento.
Reviso cientfica
Daniel Facchini
Patrcia Bergesch
Vinicius Tieppo Francio
Reviso ortogrfica
Anna Carolina Negrini Fagundes Martino
Carlos Henrique da Silva Diaz
Formatao de texto
Elizangela Zancanrio
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RETA BSILEIRA SAAAAAAGGGGGE QUIPAGRADECIMENTOAXIA
INSTRUES AOS AUTORES
Apresen tao
A Revista Brasileira de Quiropraxia (Brazilian Journal of Chiropractic)
uma entidade aberta de comunicao e divulgao de atividades cientficas e
profissionais na rea de Quiropraxia. Ela recebe colaborao em suas diversas
sees, aps avaliao de pelo menos dois de seus membros do Conselho de
Consultores e que iro julgar a relevncia, formatao e pertinncia da
comunicao.
Os autores e coautores devem ter participao efetiva na elaborao do
trabalho publicado, seja no seu planejamento, seja na execuo e
interpretao. O autor principal o responsvel pela lisura e consistncia das
informaes do artigo. Os indivduos que prestaram apenas colaborao
tcnica devem ser designados na seco de agradecimentos.
O original do artigo ou comunicao deve ser acompanhado de uma
carta ao editor-chefe apresentando o ttulo do trabalho, autores e respectivos
graus acadmicos, instituio de origem e motivo da submisso. Deveacompanhar uma carta de cesso dos direitos autorais e compromisso de
exclusividade de publicao segundo o modelo:
Cesso d e Direi to s
Os autores abaixo assinados esto de acordo com a transferncia dos
direitos autorais (Ato de Direitos Autorais /1976) do artigo intitulado:
........................................................................ Revista Brasileira de
Quiropraxia. Por outro lado, garante ser o artigo original, no estar em
avaliao por outro peridico, no ser total ou parcialmente publicado
anteriormente e no ter conflito de interesses com terceiros. O artigo foi lido e
cada um dos autores confirma sua contribuio e est de acordo com as
disposies legais que regem a publicao.
Cidade, data
Nome legvel e assinatura de todos os autores.
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Submi sso de art igo s
Os originais podem ser submetidos para a apreciao da revista por via
eletrnica (e-mail) ou por cpia em CD-ROM (ou equivalente),
preferencialmente em ingls e ser produzidos em editor de texto compatvelcom Windows Word, em Times New Roman ou Arial, tamanho 12, margens
superior e inferior de 2,5 cm e laterais 3,0 cm. Os pargrafos devem ser
separados por espao duplo, no ultrapassando 12 (doze pginas incluindo
referncias, figuras, tabelas e anexos). Estudos de casos no devem
ultrapassar 6 (seis) pginas digitadas em sua extenso total, incluindo
referncias, figuras, tabelas e anexos.
Os artigos e comunicaes enviadas sero analisados pelo editor-chefe;sendo pertinentes e tendo respeitado as normas de formatao da Revista eles
sero encaminhados ao Conselho Consultivo da revista para avaliao do
mrito cientfico da publicao. Os originais podero ser devolvidos para
correes e adaptaes de acordo com a anlise dos consultores ou podem
ser recusados. A Revista reserva o direito eventual de recusa sem a obrigao
de justificativa. Os artigos originais recusados sero devolvidos aos autores.
Figuras, Tabelas e Quadro s
As figuras e tabelas devem ser enviadas em arquivos separados. As
imagens devem ser designadas como Figuras, numeradas em algarismos
arbicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto e enviadas em
arquivo JPG ou TIF com alta resoluo.
As tabelas devem ser numeradas em algarismos romanos de acordo
com a ordem em que aparecem no texto. Quadros deve ser numerado em
algarismos arbicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto.
Formato do Art igo
Os originais devem conter um arquivo separado com a pgina de ttulo
(title page) onde deve constar:
- o ttulo do artigo (mximo de 80 caracteres)
- nome completo dos autores
- afiliao e mais alto grau acadmico
- instituio de origem do trabalho
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- ttulo abreviado (running title) mximo de quarenta caracteres
- fontes de financiamento
- conflito de interesses
- endereo completo do autor correspondente (endereo, telefone, fax e e-
mail).
Formato das Referncias
As referncias devem ser numeradas em algarismos arbicos de acordo
com a ordem em que aparecem no texto, no qual devem ser identificadas com
o mesmo nmero no formato sobrescrito. Os autores devem apresentar as
referncias seguindo as normas bsicas de Vancouver com Sobrenome,Prenome do(s) autor(es). Ttulo do artigo. Ttulo do Peridico. Ano; Volume
(nmero); pginas inicial-final.
Exemplos de formatao:
Artigo:Santos C, Baccili A, Braga P V, Saad I A B, Ribeiro G O A, Conti B M
P, Oberg T D. Ocorrncia de desvios posturais em escolares do ensino pblico
fundamental de Jaguarina, So Paulo - Revista Paulista Pediatria. 2009;
27(1): 74-80.
Monografia (Livros, Manuais, Folhetos, Dicionrios, Guias): Wyatt, L,
Handbook of clinical Chiropractic care,2 edio. United States: Jones and
Bartlett Pusblishers, 2005.
Resumo: Ostertag C. Advances on stereotactic irradiation of brain tumors. In:
Anais do 3 Simpsio International de Dor; So Paulo: 1997,p. 77 (abstr.).
Artigo em formato eletrnico: International Committee of Medical Journal
Editors: Uniform requirements for manusc ripts submeted to biomedical
journals. Disponvel em URL:
http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htm.Acessado em 15
de maio 2010.
Resumo (abstract)
Em arquivo separado deve ser enviado um resumo estruturado
(objetivos, mtodos, resultados e concluses) com no mximo 250 palavras.
Dever ter uma verso em portugus e outra em ingls.
ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p.VII
http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htmhttp://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htm7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1
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Unitermos (key-wo rds)
Ao final do resumo devem constar pelo menos cinco palavras - chaves
de acordo com a normatizao dos Descritores em Cincias da Sade da
BIREME (Biblioteca Regional de Medicina).Texto
Devem constar de Introduo, Objetivos, Mtodos, Resultados,
Discusso, Concluso, Agradecimentos e Referncias.
Com isso de tica
Os artigos devem trazer o nmero do protocolo da aprovao do Comit
de tica da Instituio de origem e declarao do preenchimento do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.Contato
Revista Brasileira de Quiropraxia/Brazilian Journal of Chiropractic
Secretaria Geral: Rua Columbus, 82 - Vila Leopoldina.
CEP 05304-010, So Paulo, SP, Brasil.
E-mail:[email protected] Tel.: +55(11)3641-7819.
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REVISO E ATUALIZAO
Tcnicas integrativas na quiropraxia: Sacro Occipi tal Techn iqueTechnics for Integrative Chiropractic: Sacro Occipital Technique
Ned Heese, Joseph F. Unger Jr e Eduardo K. TeruyaE-mail do autor correspondente:[email protected]
A Quiropraxia est voltada para o diagnstico e tratamento das doenas
e distrbios steomioarticular e dos efeitos destas desordens na sade em
geral. Para elaborar a hiptese diagnstica e o tratamento, o Quiropraxista
lana mo de ferramentas e tcnicas, algumas vezes, comum a outrosterapeutas manuais e, em outras ocasies, adota abordagens exclusivas da
classe, como o caso da Sacro Occipital Technique (SOT), cuja funo
principal localizar e corrigir um padro primrio de distoro corporal. Esta
correo alcanada pela avaliao de indicadores pr, durante e ps-
tratamento e realizada com bases na biomecnica, reflexos neurolgicos,
princpios fisiolgicos e intervenes prprias da tcnica. Seu fundador, Major
Bertrand DeJarnette, nasceu em Havelock, Nebraska no ano de 1899 ededicou 60 anos de sua vida pesquisa e desenvolvimento do mtodo.
Ningum na Quiropraxia publicou ou pesquisou tanto quanto este gigante
intelectual.
Aos 19 anos de idade, a indstria automobilstica em que trabalhava
como aprendiz de engenharia sofreu uma exploso, deixando-o gravemente
ferido e incapacitado ao trabalho. Em busca da restaurao da sade, buscou
auxlio na Osteopatia; como seus recursos eram escassos, decidiu matricular-
se na faculdade de Osteopatia de Elgin em Illinois, j que os alunos recebiam
tratamento gratuito.
Aps sua graduao, a dor nas costas persistia; por esta razo, decidiu
tentar o tratamento quiroprtico e, mais uma vez, cursar a faculdade foi uma
maneira econmica de receber o tratamento. Ele graduou-se como
Quiropraxista em 1924 pela Nebraska College of Chiropractic e em Osteopatia
em 1926.
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Com uma mente inquisitiva e imensa gratido Quiropraxia por seu
restabelecimento fsico, DeJarnette debruou-se com afinco ao estudo dos
trabalhos cientficos dos lderes da poca de ambas as profisses e encontrou
inmeras contradies e inadequaes dentro das profisses de Quiropraxia e
Osteopatia. Por esta razo, decidiu dividir seu tempo entre a prtica da
profisso e a pesquisa de seus princpios.
Na medida em que sua investigao acumulou informaes suficientes,
ele convidou alguns profissionais dedicados da rea para partilhar os achados
e colocar em prtica os ajustes clnicos necessrios para o andamento de seu
trabalho de pesquisa. Em 1929, o Dr. DeJarnette decidiu pela criao de uma
organizao voltada pesquisa e ensino da SOT, nascendo assim a Sacro
Occipital Research Society. Em um curto perodo de tempo, o grupo de estudos
cresceu de tal maneira que em 1957 a associao se internacionalizou, sendo
conhecida atualmente pela sigla SORSI.
Pesquisadores mdicos nas reas de neurologia, anatomia, fisiologia e
patologia forneceram-lhe apoio para os novos mtodos de pesquisa. Mdicos
residentes receberam bolsas de estudo para colocar em prtica suas teorias.
Em certa ocasio, o mtodo de pesquisa adotado foi a utilizao de mais de
10.000 punes lombares para estudos neurolgicos da inervao na coluna
vertebral. Os resultados obtidos nas diversas pesquisas realizadas trouxeram-
lhe, principalmente, base fisiopatolgica e neurolgica e foram incorporadas
SOT.
Entre suas realizaes mais notveis esto o Manual Completo da
Tcnica Sacro Occipital (1984), o Manual da Tcnica Quiroprtica de ReflexoManipulativo ou Chiropractic Manipulative Reflex Technique (CMRT) em1981, e
o Manual da Tcnica Cranial (1979-1980). Estes guias concentram ateno
direta e objetiva ao paciente e auxilia o Quiropraxista no ajuste de segmentos
vertebrais, viscerossomticos, nas extremidades do corpo e nas distores
cranianas que afetam a anatomia e fisiologia do corpo inteiro.
Em 1974, em razo da crescente evoluo da SORSI, decidiu-se pela
formao de uma aliana com organizaes irms na Europa, Japo, Austrlia
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e Chile, formando assim a SOTO Internacional, com direitos exclusivos de
ensinar, divulgar e certificar profissionais quiropraxistas.
No Brasil, a tcnica SOT foi ministrada oficialmente a partir de 2005 por
JonathanM. P. Howat e Nelson DeCamp. Aps a ministrao dos cursos
bsicos, um grupo de estudantes e graduados entusiasmados pelos resultados
obtidos na aplicao da tcnica em seus pacientes se organizaram, buscando
a incluso do pas como membro da aliana internacional. Aps intensos
esforos, em 2012 a SOTO BRASIL conquistou o direito de ser representante
legal da organizao no pas. Desde ento a associao promove, em mdia,
trs cursos anuais em nvel internacional e conta com dezessete associados,
aproximadamente vinte profissionais aptos a realizar a prova de proficincia,
seis quiropraxistas com certificao bsica e trs com certificao no nvel
avanado.
Este pesquisador brilhante, que veio a ser conhecido como O Maior,
escreveu 140 livros, milhares de pginas de artigos cientficos, realizou
inmeras patentes e produziu vrios inventos. DeJarnette afirmava que a
anlise de SOT um modo simples e pontual de localizar a subluxao
quiroprtica, seu tratamento busca conservar a homeostase do paciente pela
remoo de estimulo excessivo, o mais rpido possvel, com o mnimo
desconforto e maior sensao de bem estar possvel.
Esta uma compilao baseada em entrevistas pessoais e publicaes do Dr. Major
B. DeJarnette e foi realizada pelo Dr. Ned Heese (arquivista e historiador) da SORSI e
revisada em 2013 por Joseph F. Unger Jr, DC, FICS. A adaptao do texto para alngua portuguesa foi realizada por Eduardo Kiyoshi Teruya, diretor educacional da
SOTO BRASIL.
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ARTIGO ORIGINAL
Anlise quiroprtica de Atlas pela palpao dinmica e Act ivator Method sChirop ract ic Techniqu e
Chiropractic analysis of Atlas through dynamic palpation and Activator MethodsChiropractic Technique
Rafael Henrique Santosi, Raphael Dirolii, Jorge A. C. Netto II
I. Bacharel em Quiropraxia.Instituto de Cincias da Sade. UniversidadeAnhembi Morumbi (UAM)Laureate Universities. So Paulo. Brazil.II. Quiropraxistaespecialista em Biomecnica e docente da UAM.
E-mail do autor correspondente:[email protected]
ABSTRACT
OBJECTIVE:To verify the degree of agreement between dynamic palpation and the ActivatorMethods Chiropractic Technique tests in determining for which direction C1 presentsubluxation. METHODS: Study was performed in So Paulo, between 07/2011 05/2012 with50 volunteers between 18 to 35 years old, all Anhembi Morumbi University students of bothsexes randomly chosen. C1 dynamic palpation was performed and simple listing was taken,then the Chiropractic Technique Methods basic scan protocol was performer and anotherlisting was taken. RESULTS: According to the dynamic palpation, 14% of participants had novertebral subluxation complex in C1, while according to Chiropractic TechniqueMethods 56%
showed anysuch dysfunction. Through dynamic palpation, C1 subluxated to the right was foundin 56% of participants, while subluxated to the left was found in 28% of them. Through theActivator Methods Chiropractic Technique , it was noted that 36% of participants had C1subluxed to the right, and 8% of them to the left. In 50% of cases there was agreement aboutthe presence or absence of vertebral subluxation in C1, but as to which side C1 presents itselfsubluxated, the concordance occurs in only 38% of cases. CONCLUSION: The methods do notshow significant agreement in their ratings for C1 about the VSC presence or absence, as wellin their ratings on the side to which this vertebra is subluxated.
KEY WORDS:chiropractic, C1 vertebrae, Atlas, techniques, palpation.
RESUMO
OBJETIVO: Verificar o grau de concordncia entre a palpao dinmica e os testes doActivator Methods Chiropractic Technique na determinao de qual direo C1 apresentasubluxao vertebral. METODOS:Estudo realizado no municpio de So Paulo, entre julho de2011 a maio de 2012 com 50 voluntrios, alunos de uma Universidade, com idades entre 18 e35 anos, (mdia de 24,54 com desvio padro de 5,22 e mediana de 23), dos quais 34 (68%)eram do gnero feminino, escolhidos de modo aleatrio. Foi realizada avaliao da primeiravrtebra cervical (C1) por meio da palpao dinmica, em seguida foi aplicado o protocolobsico de Activator Methods Chiropractic Technique . RESULTADOS: Segundo a palpaodinmica 14% dos participantes no apresentaram complexo de subluxao vertebral em C1,
enquanto que noActivator Methods Chiropractic Technique 56% no apresentaram essadisfuno. Por meio da palpao dinmica,C1 foi encontrada com subluxao em direo
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direita em 58% dos participantes e esquerda em 28% deles. Quando utilizado o ActivatorMethods Chiropractic Technique 36% dos participantes apresentaram C1 subluxada direita,e 8% esquerda. Em 50,0% dos casos houve concordncia das classificaes referentes presena ou ausncia de CSV em C1. Em relao para qual direo C1 apresentavasubluxao, a concordncia ocorreu em 38,0% dos casos. CONCLUSO: Os mtodos noapresentaram concordncia significativa em suas classificaes para C1 tanto quanto presena ou no de CSV como em suas classificaes quanto ao lado para qual esta vrtebrase encontra subluxada.
PALAVRAS CHAVES: quiropraxia, vrtebra C1, tcnicas, palpao.
INTRODUO
A Quiropraxia tem como
aplicao clnica de seu sistema
filosfico a Subluxao Vertebral e a
interferncia desta no sistema
nervoso1-3. Segundo a Organizao
Mundial de Sade, a subluxao
vertebral conceituada como um
modelo terico e descritivo de uma
disfuno motora segmentar, o qualincorpora a interao de alteraes
fisiopatolgicas em tecidos
nervosos, musculares,
ligamentares, vasculares e
conectivos4. O modelo mais
adotado atualmente para descrever
os envolvimentos fisiopatolgicos daSubluxao Vertebral foi descrito
pela primeira vez por Flesia em
1982 com o nome de Complexo de
Subluxao Vertebral (CSV), e
desenvolvido posteriormente por
Faye, Dishman e Lantz5 O modelo
clssico isola 5 componentescomuns e compatveis com o
complexo de subluxao vertebral,
no intuito de unir todos os aspectos
clnicos em um nico conceito. Tais
componentes so: alteraes
cinesiolgicas, neurolgicas,
miolgicas, histolgicas e
bioqumicas5,6. Dessa forma,
possvel detalhar com maior
preciso as alteraes anatmicas efisiolgicas que so consequncias
da Subluxao Vertebral, para
ento descrever as alteraes
envolvidas na normalizao
estrutural e funcional por meio do
ajuste5,6.
Para encontrar a SubluxaoVertebral, os quiropraxistas utilizam
diferentes tipos de procedimentos e
tcnicas que avaliam um ou mais
dos cinco componentes clssicos do
CSV. A palpao dinmica a mais
utilizada para avaliar alteraes
cinesiolgicas das articulaes, sejaem tcnicas especficas ou como
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uma ferramenta isolada6-8. Outros
procedimentos que os
quiropraxistas utilizam so os
protocolos especficos de cada
tcnica quiroprtica como, por
exemplo, o protocolo de Activator
Methods Chiropractic Technique
(AMCT). Este se baseia
principalmente na execuo de
testes de isolamento para encontrar
o CSV8,9. Tais testes avaliam a
diferena funcional no comprimento
das pernas por meio do Leg Check
aps a realizao de movimentos
ativos, especficos para cada
segmento. A diferena funcional no
comprimento de uma das pernas
reconhecida como um resultado
positivo para CSV no segmento
testado. Assim, esses testes
determinam quando e onde h
CSV9,10. Sendo assim, o AMCT
vale-se do componente
neurofisiolgico em seus
procedimentos de avaliao. Os
testes de isolamento soconstantemente pesquisados, mas
tem seu maior valor baseado no
empirismo9,10. As tcnicas de
Quiropraxia se propem a encontrar
a mesma alterao, o CSV -
portanto, independente do mtodo
utilizado, importante que haja
certo grau de concordncia entre
elas11-13.
Segundo Bakris, 200714,
Diferente de outras vrtebras que
se fixam umas s outras, C1 a
nica que depende totalmente de
tecidos musculares e ligamentares
para se manter alinhada, portanto
atlas especialmente vulnervel a
desalinhamentos. A centralizao
da avaliao de C1 foi escolhida
para pesquisa no apenas por
questo metodolgica, mas tambm
pela importncia dessa vrtebra
para a Quiropraxia. Mesmo o menor
desalinhamento de C1 tem potencial
de comprometer a medula espinhal,
enquanto que subluxaes das
demais vrtebras tendem a afetar o
tecido nervoso que passa pelo
forame intervertebral, com maior
nfase no gnglio da raiz dorsal6,15-
18.
Tamanha a importncia e
complexidade dessa primeira
vrtebra cervical para a Quiropraxia,que foram desenvolvidas diversas
tcnicas com foco exclusivo em
cervical alta13. Portanto, tendo em
vista o potencial de uma subluxao
de C1 acarretar alteraes
neurofisiolgicas centrais e at
generalizadas, temos comooportuno a realizao de um estudo
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comparativo de duas tcnicas que
se propem a determinar a mesma
condio, verificando sua
concordncia e abrindo caminho
para estudos sobre a sensibilidade
destas e outras tcnicas na anlise
para Subluxao de C1.
MTODOS
O projeto foi submetido e
aprovado apreciao do Comit
de tica e Pesquisa (CEP) daUniversidade Anhembi Morumbi.
Os indivduos que concordaram em
participar do estudo assinaram o
Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).
Amostra
A pesquisa foi realizada noslaboratrios de Quiropraxia e o
grupo estudado foi composto por 50
voluntrios, alunos da universidade,
de ambos os gneros, com idade
entre 18 e 35 anos, escolhidos
aleatoriamente.
Critrios de incluso
Indivduos sem histrico de
trauma cervical e assintomticos
para dor na coluna e/ou cabea nos
ltimos 30 dias.
Critrios de excluso
Indivduos que relataram lombalgia,
dorsalgia, cervicalgia e/ou cefaleia
durante os ltimos 30 dias, ou que
apresentassem contraindicao aos
procedimentos que seriam
realizados, tais como distrbios de
coagulao e histrico de trauma
cervical no perodo de 30 dias10.
Coleta
A palpao dinmica e o
protocolo bsico de AMCT foramrealizados no mesmo dia para evitar
fatores que pudessem influenciar
nos testes, como leses esportivas,
quedas ou semelhantes que
pudessem ocorrer no perodo entre
as avaliaes, e que poderiam
alterar de alguma forma os achadosdo protocolo bsico de AMCT.
Procedimentos
Aps o preenchimento de um
questionrio de avaliao geral,
para verificao quanto presena
de critrios de excluso, de autoria
prpria dos autores, os voluntrios
foram numerados e, um a um, se
dirigiram para a primeira sala onde
se encontrava um quiropraxista
supervisor e um aluno do ltimo
semestre do curso de Quiropraxia;
este realizou os procedimentos de
palpao dinmica para regio altada coluna cervical (C1) registrando
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em seguida seus achados que
variaram em: atlas sem subluxao;
atlas subluxado para a direita e;
atlas subluxado para a esquerda.
Logo aps esta avaliao, os
voluntrios se dirigiram para a
segunda sala onde foram avaliados
e ajustados, seguindo o protocolo
bsico da tcnica AMCT e
novamente foi realizado registro dos
achados na vrtebra C1. Os ajustes
foram realizados devido ao carter
segmentar do protocolo bsico de
AMCT, no qual o teste para C1 s
pode ser devidamente realizado
aps anlise e ajuste de
determinados segmentos. Para
registro dos resultados foi utilizada
uma tabela desenvolvida pelos
pesquisadores especificamente
para este projeto, na qual
constaram as trs listagens
desenvolvidas para esta pesquisa.
Anlise Estatstica
A concordncia entre os
mtodos aplicados foi analisada por
um estatstico utilizando o ndice
kappa (), que possibilita as
seguintes interpretaes: > 0,75 -
Concordncia excelente; 0,4 0,75 - Concordncia boa ; 0
0,4 - Concordncia marginal. O
nvel de significncia utilizado para
os testes foi de 5%. Os resultados
considerados estatisticamente
significativos para um p 0,05 (5%)
foram assinalados com umasterisco19.
RESULTADOS
Tabela 1- Frequncias absolutas e relativas das classificaes dos 50 voluntrios em ambosos mtodos.
Act ivator Methods Chi ropract icTechnique
Palpao Dinmica Sem sinalde
subluxao
Subluxao direita
Subluxao esquerda
Sem sinal desubluxao
5 (10,0%) 2 (4,0%) 0 (0,0%)
Subluxao direita 17 (34,0%) 11 (22,0%) 1 (2,0%)Subluxao esquerda 6 (12,0%) 5 (10,0%) 3 (6,0%)
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Tabela 2- Frequncias absolutas e relativas das classificaes dos 50 voluntrios em ambosos mtodos sobre presena ou no de CSV.
Act ivator Methods
Palpao Dinmica Sem sinalde
subluxao
ComSubluxao
Sem sinal desubluxao
5 (10,0%) 2 (4,0%)
Com Subluxao 23 (46,0%) 20 (40,0%)
DISCUSSO
A escolha das tcnicas
estudadas se deu devido ao fato de
cada uma delas avaliar com maior
nfase um dos cinco componentes
do CSV. Segundo Gatterman e
Kent, a alterao cinesiolgica a
primeira a acontecer, seguida das
alteraes neurolgicas e
miolgicas6,12. Os achados do
presente estudo demonstraram que
a palpao dinmica e o AMCT
concordaram em 38% dos casos
avaliados quanto direo para
qual C1 apresentava Subluxao.
Em 46% dos casos, o AMCT no
encontrou sinais de CSV em C1, e
de certa forma esses casos no
caracterizam discordncia, e podem
ser explicados de trs formas.
A primeira hiptese se baseia
no fato do componente cinesiolgico
ser o primeiro a apresentar
alterao com o acometimento de
uma vrtebra, somente ento
seguido pelas alteraes de
aferncia descritas pelo
componente neuropatolgico e
avaliadas pelo AMCT. Sendo
assim, a relao do tempo
necessrio para a manifestao
neuropatolgica aps o
acometimento cinesiolgico, que
ainda desconhecida, pode ser um
dos motivos pelo qual o AMCT
detectou menos CSV em C1 nos
voluntrios que a palpao
dinmica6,9,10,12.
A segunda hiptese tem
como base a relao entre CSV
genunos e comprometimentos
vertebrais semelhantes ao CSV,
mas que so na verdade
compensaes. Para ter C1
avaliada, o protocolo bsico de
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AMCT comea dos joelhos ou L4,
dependendo da possibilidade de
padro determinada no incio, e
corrige todos indicativos
neurofisiolgicos at chegar ao
teste de C1. Apesar de parecer
pouco provvel, no descartamos a
possibilidade da alterao de C1,
em alguns ou em todos os casos
em que o AMCT no detectou
CSV, se tratarem de compensaes
aos CSV previamente corrigidos
pela tcnica. Essa hiptese
explicaria porque a palpao
dinmica, que avaliou
exclusivamente C1, determinou que
havia alterao compatvel com
CSV, enquanto o AMCT, aps ter
corrigido os segmentos avaliados no
protocolo bsico, no o fez6,9,10,12.
A terceira hiptese sobre
essa diferena nos casos em que o
AMCT no encontrou CSV conta
com a falha do examinador, visto
que a palpao possui um ndice de
confiabilidade inter e intra-examinadores menor que o AMCT4,6,8,9,10. interessante verificar
ainda que dos vinte e trs casos nos
quais AMCT no constatou
presena de CSV em C1, foram
encontradas alteraes compatveis
com essa disfuno nos segmentosadjacentes (C0 e C2) em 35%
deles. Essa relao pode ser melhor
entendida quando consideramos
que os testes proprioceptivos da
tcnica so influenciados por
estruturas de todo o segmento,
como por exemplo os receptores de
capsula, ligamentos, os msculos
da regio testada, etc.
Se considerarmos qualquer
uma das trs hipteses citadas,
veremos ento que as tcnicas
concordariam em 38% dos casos e
discordariam em 16%. Porm, como
essas hipteses ainda no foram
estudadas e comprovadas, esses
casos foram consideradas
desacordos. Em 10% dos casos
ambas as tcnicas determinaram
C1 como livre de CSV, o que
ressalta a necessidade de um
estudo epidemiolgico desta
condio.
No foram encontrados
artigos cientficos nas bases de
dados eletrnicas relacionados
anlise comparativa de duastcnicas quiroprticas quanto a seus
procedimentos de avaliao.
Entretanto, foram encontrados
poucos estudos comparando a
eficcia de diferentes tcnicas no
tratamento de alguma condio19-24.
Estima-se que as pessoassejam acometidas pela Subluxao
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de C1 j no parto, consequncia
tanto dos estresses durante a
gestao, quanto do esforo pela
passagem no canal do parto, e pela
fora utilizada em partos normais
para puxar o beb pela cabea.
Fysh, 1992, ressalta Durante o
processo do parto, os estresses
podem resultar em uma ampla
variedade de problemas, de uma
subluxao em cervical alta a
traumas medulares23;24. Baseado
nessas caractersticas peculiares da
cervical alta, muitos Quiropraxistas
do maior nfase na anlise e
correo de C1, mesmo valendo-se
de tcnicas que avaliem e ajustem a
coluna inteira14,15,17.
Considerando que a maioria
dessas tcnicas propem encontrar
a mesma alterao (o CSV),
independente do mtodo utilizado,
importante que haja um grau
considervel de concordncia entre
elas. O mesmo pode ser afirmado
para todos os recursos diagnsticosque tm como propsito encontrar
determinada a mesma condio.
Com base nos estudos de
recm-nascidos, que so
acometidos por tal disfuno ainda
no processo do parto, torna-se difcil
especificar consideraesepidemiolgicas. No foram
encontrados estudos
epidemiolgicos que diferenciem
uma populao como mais
acometida por CSV. Portanto, a
amostra foi selecionada com o nico
objetivo de manter relativa
homogeneidade4,23,25. Duas
ferramentas que poderiam ser
determinantes nessa anlise
comparativa, demonstrando com
critrios mais objetivos qual das
tcnicas apontou corretamente
quanto presena ou ausncia de
CSV em C1, so o termoscan e a
radiografia simples. Ambas as
ferramentas no foram utilizadas
devido dificuldade em conseguir
acesso ao aparelho e mo de obra
qualificada, e tambm por questes
oramentrias13,15,18. A presente
pesquisa abre caminho para
diversos outros estudos na busca
da melhor compreenso acerca do
CSV e da interao de seus
diferentes componentes. Para
resultados mais concretos edetalhados, sugere-se que um
estudo semelhante seja realizado
com maior amostra, agregando
outros mtodos de avaliao a fim
de torn-lo mais objetivo, e
explorando a comparao intra e
inter examinador, avaliando essavarivel que pode ter sido
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determinante no resultado desta
pesquisa.
CONCLUSO
Com base nos resultados,conclui-se que os mtodos no
apresentam concordncia
significativa em suas classificaes
para C1 quanto presena ou no
de CSV. Os mtodos tambm no
apresentam concordncia
significativa em suas classificaes
para C1 quanto ao lado para qual
esta vrtebra apresenta CSV.
CONFLITOS DE INTERESSES:
No h.
REFERNCIAS
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ARTIGO ORIGINAL
Eficcia do tratamento quiroprtico na dor lombar em pacientes com
vrtebra de transioEffectiveness of chiropractic treatment in low back pain patients with transitional
vertebra
Cludia Maria BruschiI, Nilo MayerII, Danilo Messa da SilvaIII
I.Estudante de graduao em quiropraxia. Instituto de Cincias da Sade.Universidade Feevale. Novo Hamburgo. Brasil.II.Prof. Esp. Universidade Feevale. Novo Hamburgo. Brasil.III.Prof. Ms. Universidade Feevale. Novo Hamburgo. Brasil.E-mail do autor correspondente:[email protected]
ABSTRACT
OBJECTIVES:to evaluate the effects of chiropractic care in patients who sought the services ofa chiropractic clinic, complaining of low back pain associated with transitional vertebra, provenwith imaging tests. It also characterizes the frequency of types of anomaly presented, itsprevalence, relating to the condition with comorbidities and identifying the chiropracticprocedures used to treat the patients. METHODS:this study was characterized by a descriptiveretrospective research with a sample of 23 medical records. The analysis was performed usingthe comparison of the verbal scale of Borg type pain, contained in medical records between thefirst and fourth consultation and between the fourth and eighth visit. The clinical picture wasevaluated through an adaptation of the Oswestry Disability Index questionnaire and orthopedicevaluation. The data were analyzed by absolute and relative frequency and applied parametrictest "t" of Student. The value of 5% (p < 0.05) was adopted as the threshold for rejection of thehypothesis. RESULTS: the transitional vertebra was prevalent in the female gender 18(78.12%), the classification was the most frequent type III 10 (43.34%), followed by the type II 5(21.70%) and type IV 4 (17.36%). Degenerative disc disease associated with transitionalvertebra was the most common 14 (60.76%). Statistical analysis showed that chiropractic careshowed a significant change in the perception of pain (p < 0.005) from the first to the fourth visitand (p < 0.000) from the fourth to the eighth consultation. The test of Kemp showed up positive
in most cases 15 (65.10%). Most said pain radiated to the lower limb 15 (65.10%), below theknee 7 (30.38%). Chiropractic manipulative adjustments High Velocity and low Amplitude(HVLA) were used as single treatment procedure in 12 (52.08%) of individuals, followed bychiropractic adjustments Mechanically Assisted Manual Force (MAMF) in 6 (26.04%) ofindividuals, the combination of both procedures was used in 5 (21.7%) of individuals.CONCLUSION: the chiropractic treatment was effective in reducing low back pain of patientswith transitional vertebra in the entire sample. HVLA and MAMF procedures were used aschiropractic adjustments individually or in combination. The most frequent anomaly found wasthe type III, degenerative disc disease being the most common comorbidities.
KEY WORDS:Chiropractic, low back pain, chiropractic manipulation.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1
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RESUMO
OBJETIVOS: Avaliar os efeitos do tratamento quiroprtico em pacientes que procuraram osservios de uma clnica escola de Quiropraxia no Vale dos Sinos com queixa de dor lombar
associada vrtebra de transio, comprovada com exames de imagem, caracterizar afrequncia dos tipos da anomalia apresentada, sua prevalncia, relacionar a condio comcomorbidades e identificar a preferncia dos procedimentos de ajustes quiroprticos utilizados.MTODOS:O presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa descritiva retrospectiva comuma amostra de 23 pronturios. A anlise foi realizada utilizando a comparao de notas daescala verbal de dor tipo Borg, contida nos pronturios entre a primeira e a quarta consulta eentre a quarta e oitava consulta. O quadro clnico foi avaliado por meio de uma adaptao doQuestionrio Tipo Oswestry de Incapacidade devido dor e pela avaliao ortopdica. Osdados foram analisados pela frequncia absoluta e relativa e aplicado teste paramtrico t deStudent.O valor de 5% (p
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lombossacra1,2. Sua prevalncia foi
relatada numa proporo de 2% a
6% da populao adulta com
lombalgia crnica3. As vrtebras de
transio recebem quatro
classificaes. - tipo I: processo
transverso displsico, de forma
triangular grande, medindo
aproximadamente 19 mm de
largura; tipo II: lombarizao ou
sacralizao incompleta, com oprocesso transverso grande
formando uma pseudo-articulao;
tipo III: lombarizao ou
sacralizao completa, com unio
ssea verdadeira entre o processo
transverso e o sacro; e o tipo IV, em
que seus portadores apresentam otipo II em um lado e tipo III no outro.
Os tipos I, II e III podem ser uni ou
bilaterais4.
A alterao na biomecnica
da coluna lombar provocada pelas
vertebras de transio gera um
quadro sintomatolgico delombalgia com dificuldade de
deambulao e pode acelerar o
processo de degenerao discal,
artrose facetaria e estenose
foraminal5-8. A dor lombar ou
lombalgia a designao dada no
Brasil para o processo doloroso que
se instala na cintura plvica,
podendo ser restrita regio ou
irradiar para as extremidades
inferiores. As principais causas
incluem processos degenerativos,
inflamatrios, congnitos,
infecciosos, tumorais e mecnico
posturais em que ocorre um
desequilbrio entre a carga funcional
diria e a capacidade funcional que
o potencial para essasatividades8.
O foco do tratamento
quiroprtico prevenir e tratar as
desordens do sistema
neuromusculoesqueltico atravs
do uso da manipulao articular que
atua diretamente nas disfunesarticulares. Por esta razo,
apresenta-se como uma opo de
tratamento na remisso do quadro
lgico da dor lombar, restaurando a
funo articular, prevenindo a
incapacidade, a progresso de
leses e melhorando a qualidade devida do individuo9. Dentre as
tcnicas manuais utilizadas pelos
quiropraxistas, destacamos a
manipulao articular, que
realizada entre duas articulaes
que apresentam uma alterao
restritiva da sua faixa normal de
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movimento10. Esta mobilizao
realizada a partir de acidentes
anatmicos, que so utilizados
como alavancas. Estes
procedimentos so idealizados em
uma anatomia articular ntegra16. No
entanto, no se sabe como estas
articulaes podem se comportar se
apresentarem alteraes
morfolgicas que poderiam gerar
comportamento mecnico articularaberrante. Diante desse contexto, o
presente trabalho teve como
objetivo principal analisar os
pronturios de uma clinica-escola
de quiropraxia e avaliar a eficcia
do tratamento quiroprtico na dor
lombar em pacientes que
apresentam vrtebra de transio,
bem como realizar um levantamento
epidemiolgico das principais
caractersticas dessa condio e
identificar quais os procedimentos
quiroprticos mais utilizado duranteos tratamentos.
MTODOS
Trata-se de um estudo
descritivo retrospectivo11. Por se
tratar de pesquisa que envolve
seres humanos, foram seguidas as
normas da Resoluo 196/96 (CNS,
2011). A identidade dos pacientes
foi mantida em sigilo.
Amostra
A amostra foi composta por
26 pronturios correntes de uma
clnica-escola de Quiropraxia da
regio do Vale dos Sinos, de
indivduos com diagnstico de
vrtebra de transio e histrico de
dor lombar. Os pacientes foram
atendidos, no mnimo, durante oito
sesses de Quiropraxia. Foram
excludos da amostra trs
pronturios que no apresentaram o
preenchimento correto do pronturio
ou no reportaram dor lombar.
Procedimentos
De posse dos pronturios,
foram selecionados os dados
pertinentes a esta pesquisa:
prevalncia do gnero; se houve
remisso do quadro lgico aps a
quarta e oitava sesso, tendo como
referncia a escala de Borg da
primeira consulta; descrio do
quadro clnico; e avaliao
ortopdica. Para mensurar a dor, a
clnica-escola utiliza-se da escala
analgica verbal de dor de Borg12. A
descrio do quadro clnico
realizada por meio de uma
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adaptao do Questionrio de
Oswestry de incapacidade13 e a
avaliao ortopdica busca
reproduzir a sintomatologia do
paciente durante sua execuo.
Buscou-se identificar a vrtebra de
transio mais frequente, observar
se a anomalia estava associada a
outras doenas, e identificar a
preferncia do tipo de procedimento
quiroprtico utilizado durante otratamento. Estes dados estavam
contidos na ficha de anamnese e
cpia de laudos mdicos do arquivo
da clnica-escola.
Anlise estatstica
De acordo com a natureza
das variveis, os dados foram
analisados pela frequncia absoluta
e relativa e aplicado o teste t de
Student para variveis
paramtricas. O valor de 5%
(p
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RESULTADOS
Foram selecionados 26 pronturios de indivduos com diagnstico de
vrtebra de transio e histrico de dor lombar dentre os 3.000 pronturioscorrentes da clnica-escola de Quiropraxia da Universidade Feevale. Destes,
trs foram excludos por no apresentarem o preenchimento correto. A
presena de vrtebra de transio foi prevalente no gnero feminino, afetando
18 dos indivduos (78,12%). A classificao tipo III (lombarizao ou
sacralizao completa), foi a mais frequente, afetando 10 dos indivduos
(43,34%), seguida pelo tipo II (lombarizao ou sacralizao incompleta) cinco
(21,70%), e tipo IV (tipo II de um lado e III no outro) quatro (17,36%), (Grfico1).
Grfico 1 Classificao e tipo das vrtebras de transio mais frequentes.
A doena degenerativa discal associada vrtebra de transio foi a
doena associada mais comum, afetando 14 indivduos (60,76%). Cinco dos
indivduos (21,7%) apresentavam escoliose lombar, quatro (17,36%)
apresentavam hrnia discal e um (4,34%) apresentou espondilolistese (Grfico
2).
Tipo I: 17,36%
Tipo II: 21,70%
Tipo III:
43,34%
Tipo IV: 0,00%
No consta:
17,36%
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Grfico 2Comorbidades associadas vrtebra de transio.
A mdia das notas obtidas pela escala de Borg para a primeira consultafoi de 5,17; para a quarta consulta foi de 3,64 e para a oitava consulta foi de
1,48 (Grfico 3). Foi aplicado o teste t de Studentpara comparar a mdia das
notas da Escala de Borg obtidas na primeira, quarta e oitavas consultas. A
anlise estatstica demonstrou que o tratamento quiroprtico apresentou
alterao significativa na percepo da dor (p
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sentados, enquanto 10 deles (43,34%) relataram dor ao ficar de p e seis
(26,04%) apresentavam dificuldade para dormir em razo da dor lombar
(Tabela 1).
Tabela 1resultado do Questionrio Oswestry modificado.
QUESTION RIO OSWESTRY MODIFICADO SIM N O N O CONSTA
Tolera a dor sem uso de analgsico
Levanta objetos pesados sem causar dor
A dor impede andar qualquer distncia
A dor impede sentar
A dor impede ficar em p
A dor impede dormir
26,04% 69,44%
8,68% 26,04%
34,72% 17,36%
56,42% 13,02%
47,92% 26,04%
26,04% 17,36%
4,34%
65,10%
47,92%
30,38%
26,04%
56,42%
O teste de Kemp apresentou-se positivo na maioria dos casos dando
positivo em 15 dos indivduos analisados (65,10%). 15 dos indivduos (65,10%)
apresentavam dor irradiada para o membro inferior, sendo que sete deles
(30,38%) apresentavam dor irradiada abaixo do joelho (Grafico 4).
Grfico 4Porcentagem dos testes ortopdicos positivados.
Os ajustes quiroprticos manipulativos de Alta Velocidade e Baixa
Amplitude (AVBA) foram utilizados como nico procedimento de tratamento
em 12 dos indivduos (52,8%), seguida por ajustes quiroprticos de Fora
Manual Mecanicamente Assistido (FMMA) em seis dos indivduos analisados
Positivo;
Lasegue;
26,04%
Positivo; Kemp;
65,10%
Positivo;
Ely/Nachlas;
34,38%
Positivo;
Fabere Patrick;
13,02%
Positivo;
Elevao da
perna reta;
34,38%
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(26,04%). A combinao de ambos os procedimentos foi utilizado em cinco
dos indivduos (21,7%).
DISCUSSO
A coluna lombar composta
por cinco vrtebras mveis,
caracterizadas por grandes corpos
vertebrais ovoides e pelo arco
posterior, com pedculos largos,
facetas articulares, processos
transversos longos e processos
espinhosos quadrangulares. Os
corpos vertebrais alteram-se na
forma, da primeira vrtebra lombar
(sendo mais quadrado), at a quinta,
que mais retangular e mais
profunda anteriormente. Cerca de20% das pessoas podem apresentar
alterao no nmero total de
vrtebras, podendo ter segmentos a
mais ou a menos14. A alterao no
nmero de vrtebras mveis na
coluna lombar a anomalia
congnita mais significante e podecausar dor lombar2. A lombarizao
da primeira vrtebra do sacro
aumenta o brao de alavanca da
coluna lombar, causando maior
tenso na coluna lombar e na
articulao lombossacra. A vrtebra
lombar mais inferior pode tornar-se
incorporada ao sacro (sacralizao),
de modo que, efetivamente, haja
somente quatro vrtebras lombares
mveis. Na presena de uma
completa ou quase completa
sacralizao, o disco lombossacro
pode mostrar algum grau de
hipoplasia, por causa de sua altura
vertical diminuida, contudo,
raramente exibe evidncias
radiolgicas de degenrao e
usualmente estvel com movimento
limitado ou imvel. A estabilidade daquinta vrtebra lombar pode induzir
degenerao precoce do segmento
L4/L5 reduzindo o movimento da
regio e fusionando as quatro
vrtebras. Ocasionalmente, um
nico processo transverso articula-
se com o sacro
2
.Dos 23 pronturios analisados
18 (78,12%) representavam
mulheres, um percentual que difere
dos achados na literatura, em que a
distribuio de anomalia
lombossacra mostrou maior
ocorrncia em homens (58,93%)3.
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Supe-se que o pequeno nmero da
amostra seja responsvel por esta
discordncia.
O tipo mais frequente de
vrtebra de transio encontrado
neste estudo foi a do tipo III
(lombarizao ou sacralizao
completa) com 43,34%, seguido pelo
tipo II (lombarizao ou sacralizao
incompleta) com 21,70%. O tipo I
(processo transverso displsico)apresentou 17,36% e o tipo IV
(caracterizado pelo tipo II em um
lado e III no outro) no foi
encontrado (grfico 1). Esses dados
confirmam um estudo onde foram
observadas 300 radiografias, onde
30% apresentavam segmentotransicional, sendo que o tipo mais
frequente foi o tipo III com 48%,
seguida do tipo II (45%). O tipo IV
apresentou 7% e o tipo I no foi
encontrado. Portanto, h uma
divergncia em relao ao tipo I e
IV
6
.Com relao s
comorbidades, a mais comum foi a
doena degenerativa discal, vista em
60,76% dos 23 pronturios
analisados (grfico 2). Isso corrobora
com relatos de degenerao discal,
incluindo abaulamento do disco,
borda irregular do anel fibroso e
ncleo desidratado acima do nvel
da vrtebra de transio em
portadores de vrtebra de transio7.
A anlise dos pronturios
mostrou que a mdia das notas na
primeira consulta foi de 5,17, na
quarta consulta foi de 3,64 e na
oitava 1,48. Percebeu-se uma
reduo da dor de 29,60% ao se
comparar as notas da primeira coma quarta consulta e 59,35% da
quarta at a oitava consulta (Grfico
3). A anlise estatstica demonstrou
que o tratamento quiroprtico
apresentou uma alterao
significativa na percepo da dor
(p
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dificuldade para dormir em razo da
dor lombar (Tabela 1).
Quanto avaliao
ortopdica, o teste de Kemp foi o
que se apresentou positivo para dor
lombar em maior frequncia, com
65,10%, seguido de Ely/Nachlas e
Elevao da perna reta, ambos com
34,72%. Nos pronturios analisados,
60,76% dos pacientes apresentavam
dor irradiada para o membro inferior,sendo que em 30,38% dos casos a
dor irradiava para baixo do joelho.
Estes dados condizem com a
literatura quanto a sintomatologia de
pacientes com vrtebra de transio,
onde os sintomas mais comuns so
dor na parte lateral da articulaoanmala, na regio lombar, na
ndega e dor irradiada para todo o
membro inferior ou parte dele, do
mesmo lado da vrtebra de
transio15.
Dentre os procedimentos
utilizados no tratamento da dorlombar, foi aplicada como nico
procedimento de tratamento em
52,08% dos pacientes a
manipulao manual de alta
velocidade e baixa amplitude. O uso
da mesa de drop, manipulao
manual de alta velocidade e baixa
amplitude mecanicamente assistida
foram utilizados em 26,04% dos
casos. Ambas so largamente
utilizadas por quiropraxistas, dada a
eficcia na reduo da dor lombar9,
a despeito de alguns afirmarem que
a manipulao por rotao
contraindicada em distrbios
assimtricos da rea transicional
lombossacra, recomendando a
manipulao por trao na posioneutra, em conjunto com a tcnica
miofascial2.
CONCLUSES
O tratamento quiroprtico foi
efetivo na reduo da dor lombar em
portadores de vrtebra de transiona totalidade da amostra do
presente estudo, sendo as tcnicas
manuais manipulativas e
procedimentos de fora manual
mecanicamente assistidos os
procedimentos utilizados de forma
isolada ou em combinao. A
anomalia mais frequente encontrada
foi a tipo III, sendo a doena
degenerativa discal a comorbidade
mais comum.
CONFLITOS DE INTERESSES: No
h.
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ARTIGO ORIGINAL
Epidemiologia e tratamento quiroprtico das DisfunesTemporomandibulares em escolares
Epidemiology and chiropractic treatment of temporomandibular disorders inschool children
Juliana H. tsuchidaI, Nathaly B. CastroI, Mara C.PaivaII,Djalma J. FagundesIII
I. Estudante de Graduao em Quiropraxia. Instituto de Cincias da Sade.Universidade Anhembi Morumbi (UAM)Laureate Universities. So Paulo. Brazil.II. Quiropraxista. Universidade Anhembi Morumbi (UAM)
III. MD, PhD, Professor Livre Docente - Instituto de Cincias da Sade UAM.
E-mail do autor correspondente:[email protected]
RESUMO
OBJETIVOS: Realizar estudo epidemiolgico da Disfuno Temporomandibular (DTM) emescolares de trs a 18 anos, caracterizar o grau de disfuno, relacion-la com as alteraesposturais e avaliar os efeitos do tratamento quiroprtico em seus portadores. MTODOS:Estudo transversal com 519 escolares, realizado no municpio de So Paulo. Primeiramenteaplicaram-se os Questionrios Anamnsico, para caracterizar a disfuno, e de Qualidade deVida. Os escolares que apresentaram disfuno foram submetidos a avaliao clnica segundoos critrios diagnsticos para DTM. Aps anlise dos dados, 25 escolares foram selecionadospara Avaliao Fsica e Postural Fotogramtrica. Em seguida procedeu-se ao tratamentoquiroprtico com dez sesses, utilizando a Tcnica Sacro Occipital, liberao tecidual,exerccios de alongamento/fortalecimento muscular e ajuste articular. Os dados foram
submetidos anlise estatstica descritiva, correlacional e fatorial. RESULTADOS: 57%mostraram sintomas de DTM, 53% eram mulheres; 85% apresentaram grau leve, 14% graumoderado e 1% grau intenso. Os domnios qualidade de vida geral, autonomia e famlia,demonstraram relao direta entre DTM e o impacto nocivo na qualidade de vida de seusportadores. Aps o tratamento quiroprtico foi observada melhora significativa nos domniosabertura funcional, crepitao e desvio mandibular. Os hbitos parafuncionais de ranger osdentes e respirao oral regrediram em 20%. CONCLUSES: O estudo confirmou a altaprevalncia de sintomas de Disfuno Temporomandibular na idade escolar. Com o tratamentoquiroprtico foram obtidos efeitos considerveis especialmente nas disfunes funcionais e noimpacto negativo da qualidade de vida dos escolares.
PALAVRAS-CHAVE: Sndrome da Disfuno da Articulao Temporomandibular, criana,
adolescente, pr-escolar, quiroprtica, manipulao quiroprtica, postura, qualidade de vida.
ABSTRACT
OBJECTIVE: Conduct an epidemiological study of Temporomandibular Joint DysfunctionSyndrome (TJDS) on individual between three and eighteen years old; characterize thedysfunctional level associate to possible postural alterations; and evaluate the effects of thechiropractic treatment on the subjects. METHODS:A cross-sectional study with 519 studentswas carried out in So Paulo city from October 2011 to March 2012. Questionnaires wereapplied in order to identify the joint dysfunction and to measure quality of life. The students whopresented some dysfunction underwent to a clinical evaluation, in accordance with thediagnostics criteria for TJDS. After data analysis, 25 students were selected for a Physical and
Photogrammetric Postural Evaluation, and submitted to ten chiropractic sessions. Thetechniques applied include the Sacro Occipital Technique (SOT), tissue liberation, stretching
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1
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exercises/muscular strengthening and articular adjustment. The data were analyzed usingdescriptive statistics, correlation and factorial analysis. RESULTS: 57% showed characteristicsymptoms of TJSD (53% were females); 85% of the symptoms were considered mild, 14%moderate and 1% severe. Overall life quality, autonomy and family presented a directrelationship between TJSD and adverse impact on life quality. After chiropractic treatment,individuals showed significant improvement on functional opening, crepitating and mandibledeviation domains. Parafunctional habits, like teeth grinding and oral breathing, dropped by20% after the treatment. CONCLUSION: The study confirmed a significant prevalence ofTemporomandibular Dysfunction symptoms in school age. The chiropractic treatment showedconsiderable improvements, especially on functional dysfunctions and on quality of life.
KEY WORDS: Temporomandibular joint dysfunction syndrome, preschool, child, adolescent,chiropractic, manipulation, chiropractic, posture, quality of life.
INTRODUO
A Articulao
Temporomandibular (ATM) um
elemento do sistema
estomatogntico, formado por
estruturas anatomo-funcionais
capaz de realizar movimentos
complexos. Quando existe alguma
alterao nesta articulao, h oque chamamos de Disfuno
Temporomandibular (DTM), que
caracterizada como um conjunto de
condies mdicas, dentrias ou
faciais associadas que
desencadeiam disfunes na ATM e
tecidos adjacentes, incluindo osmsculos faciais e cervicais
podendo comprometer a
mastigao, a deglutio, a fonao
e a curvatura funcional da coluna
cervical1.
A etiologia da DTM
multifatorial substanciada pela ao
conjunta de fatores estruturais
(ocluso, anatomia da ATM e
esqueleto); psicolgicos e
funcionais (neuromuscular)2.
Algumas condies, como m
ocluso, bruxismo, hbitos de
suco e comportamento
psicolgico, podem estar
relacionadas com sintomas e sinaisde disfuno de ATM. A disfuno
mais frequente em crianas tenso-
nervosas e as dores de cabea
recorrentes podem ser indicativas
desse problema, assim como
algumas ms ocluses e hbitos de
suco podem gerar sintomas dedisfuno2-4.
Desde 1971, inmeros
estudos foram dedicados ao
diagnstico e tratamento das DTM
em adultos, sendo os dados obtidos
extrapolados ao pblico infanto-
juvenil5,6. Embora algumas
condies sejam similares, existem
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diferenas importantes entre os dois
grupos, como o estgio de
crescimento e desenvolvimento
craniofacial e a extrema capacidade
que a criana tem de adaptar-se a
modificaes nas estruturas do
sistema mastigatrio7. No Brasil, as
pesquisas de 1992 a 2001
destacaram a alta prevalncia de
DTM na populao; no entanto, a
maior parte dos estudos foram
realizados com jovens e adultos7-12.
Encontram-se disponveis na
literatura diferentes instrumentos
para avaliao da DTM. Em geral,
eles so organizados em formatos
variados como questionrios,
ndices anamnsicos clnicos e
critrios de diagnstico12. Referidas
ferramentas apresentam vantagens,
desvantagens e limitaes,
portanto, devem ser utilizadas, pelo
pesquisador ou clnico, de acordo
com a esfera de avaliao, aspectos
fsicos, psicolgicos, nvel de
interferncia e na realizao dasatividades cotidianas13-15.
As alteraes causadas pela
DTM, em especial a dor, podem
interferir nas atividades dirias
sociais do indivduo afetado,
alterando sua funo social,
refletindo no seu estado de sadeemocional e no nvel de energia16.
Por esta razo, a aplicao do
Questionrio de Qualidade de Vida
se aplica a estes indivduos,
procurando pesquisar se as
influncias provenientes desta
disfuno causam impacto negativo
na qualidade de vida dos mesmos.
A Quiropraxia realiza
atendimento primrio na rea da
sade e se preocupa com a
patognese, teraputica e profilaxia
dos distrbios funcionais, alteraes
mecnicas, sndromes de dor e
outros efeitos musculoesquelticos
relacionados esttica e dinmica
do sistema locomotor, relacionados
a todas as articulaes axiais,
apendiculares e craniofaciais. H
uma nfase em tcnicas manuais,
incluindo o ajuste e/ou a
manipulao articular. O termo
Ajustamento ou Manipulao
Articular Quiroprtica descrito
como movimentao passiva de
uma vrtebra ou articulao, com
alta velocidade e baixa amplitude,alm da amplitude do movimento
fisiolgico no espao parafisiolgico
e dentro da integridade
anatmica17. Assim, esta pesquisa
se prope a realizar um estudo
epidemiolgico das disfunes da
ATM, classificar o ndice dafuncionalidade mandibular,
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investigar se referidas alteraes
causam impacto negativo na
qualidade de vida de seus
portadores e, finalmente, aplicar o
tratamento utilizando a SOT
(Tcnica Sacro Occipital) para
avaliar seus efeitos.
MTODOS
A pesquisa foi submetida
apreciao e aprovao do Comit
de tica em Pesquisa daUniversidade Anhembi Morumbi
Laureate International Universities.
Todos os responsveis legais pelas
crianas e adolescentes que
concordaram em participar da
pesquisa assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.Amostra
Realizou-se um estudo
transversal com uma amostra de
519 escolares, de um universo de
667, em uma escola particular no
municpio de So Paulo. A pesquisa
foi realizada em trs etapas: 1)
Aplicao do Questionrio e ndice
Anamnsico de Fonseca para
caracterizar a presena de DTM e
preenchimento do Questionrio de
Qualidade de Vida especfico para a
faixa etria (AUQEI). 2) Os
escolares que apresentaram algumgrau de DTM foram submetidos
pesquisa clnica seguindo os
critrios de diagnsticos
internacional para DTM Research
Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders
(RTC/TMD). 3) Aps anlise dos
resultados, foram selecionados 25
escolares para avaliao fsica e
postural fotogramtrica. Em seguida
procedeu-se o tratamento
quiroprtico com dez sesses,
utilizando a Tcnica Sacro Occipital,
liberao tecidual, exerccios de
alongamento/fortalecimento
muscular e ajuste articular. Os
dados foram submetidos anlise
estatstica descritiva, correlacional e
fatorial.
Critrios de Incluso
Alunos entre trs e 18 anos
de idade, de ambos os gneros,
sem distino de etnia ou
qualificao socioeconmica.
Critrios de Excluso
Escolares que apresentaramalgum tipo de doena
infectocontagiosa na ocasio da
pesquisa ou que estivessem
passando por tratamento
fonoaudilgico, ortodntico,
fisioterpico, bem como os que
apresentaram histria de doenas
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sistmicas como artrite reumatoide,
traumas e ou cirurgias na face.
Procedimentos
A coleta de dados foi
realizada numa sala cedida pela
escola, aps realizao de palestra
com pais e alunos sobre a
relevncia da avaliao e
tratamento precoce da DTM. Foram
aplicados os questionrios de
qualidade de vida (AUQEI) e ndiceAnamnsico de Fonseca para
detectar a presena de sinais e
sintomas que caracterizassem a
DTM e o quanto a mesma interferia
negativamente no cotidiano de seus
portadores. Ambos os questionrios
so validados. Os menores de oitoanos de idade foram representados
por seus responsveis no
preenchimento dos questionrios.
Aps anlise desses
resultados, os escolares que
apresentaram algum grau de DTM
foram submetidos observao
fsica Quiroprtica e exame clnico
utilizando o RDC-TMD Clinical
Examination Form16,18,19, para
estabelecer um ndice de
quantificao da gravidade da dor
ou da limitao funcional. O
questionrio aplicado somado ao
exame clnico classificou a
disfuno em grau leve, moderado e
intenso, o que possibilitou o
tratamento mais adequado para
cada tipo de disfuno encontrada
ou encaminhamento para outros
profissionais da rea de sade.
O exame fsico foi constitudo
de avaliao antropomtrica,
caractersticas de m ocluso,
palpao da ATM e msculos
adjacentes, medio do grau de
abertura bucal (normal e funcional)
e verificao de desvio da
mandbula. No intuito de avaliar se
houve estabilizao plvica, antes
da primeira e aps a ltima sesso
da assistncia quiroprtica foi
realizado o registro fotogrfico com
cmera digital fixada em um trip
com at 1,70 metros de altura, com
um nvel que permitia o paralelismo
entre o equipamento fotogrfico e o
solo, posicionado a uma distncia
fixa de trs metros do escolar. Um
fio de prumo esteve fixado na
parede posterior ao local de anlisepostural, ao lado do local de
posicionamento dos escolares, para
balizar o posicionamento da
mquina fotogrfica digital e simular
a passagem da linha de ao da
gravidade. A anlise das imagens
fotogramtricas computadorizadasfoi processada utilizando o Software
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para Avaliao Postural (SAPo) livre
e gratuito verso 0.68. Referido
software possui tutoriais cientficos
de um banco de dados,
disponibilizado no endereo
http://sapo.incubadora.fapesp.br.19.
Os pontos anatmicos
selecionados foram baseados no
protocolo bsico do SAPo e, para
sua demarcao, foram utilizadas
esferas de isopor com tamanho
aproximado de seis milmetros,
fixadas com fita dupla face. Os
pontos analisados foram: trago
direito/esquerdo; acrmio
direito/esquerdo; ngulo inferior da
escpula direita-esquerda; espinha
ilaca pstero superior
direita/esquerda; malolo medial
direito/esquerdo. Estes pontos
tiveram a funo de detectar a
distncia entre um segmento e outro
quanto simetria da linha vertical
de dois pontos comparado aos
lados direito e esquerdo.
Aps avaliao do ndice eprevalncia dos sintomas de DTM,
foram selecionados para a
interveno quiroprtica 25
escolares com grau de moderado a
intenso de disfuno da articulao .
A interveno foi realizada em dez
sesses durante trs meses, sendoque a quinta sesso foi uma
reavaliao do quadro clnico, para
possveis adequaes s prticas
utilizadas. A partir da sexta sesso,
foram acrescentadas manobras
especficas para a condio dentro
do protocolo da Tcnica Sacro
Occipital (SOT), que afirma que as
articulaes sacroilaca e ATM tm
um nmero superior de
proprioceptores em relao s
demais regies do corpo e que o
indivduo no pode ter um problema
na articulao sacroilaca sem que o
mesmo afete a ATM, que se no
corrigida ou equilibrada impede o
paciente de restabelecer totalmente
a sade18.
Durante as sesses, os
escolares receberam ajustes
quiroprticos nas restries
encontradas na coluna vertebral,
liberao tecidual dos msculos
envolvidos com a articulao da
ATM e manobras especficas para a
condio de acordo com a
categorizao de cada escolar,segundo os preceitos da SOT. Os
escolares receberam orientao
postural e uma cartilha com
exerccios indicados para a regio
cervical e articulao da ATM para
tratamento domiciliar.
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Estudo Estatstico
De acordo com a natureza
das variveis, os dados foram
analisados pela frequncia absoluta
e relativa. Foram tambm aplicados
testes paramtrico do qui-quadrado
e t de Student. O valor de 5%
(p
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Grfico 3. Distribuio da presena de sinais de DTM antes e aps o tratamento, de acordocom Avaliao Fsica e o Clinical Examination Form.
Grfico 4. Anlise da media e mediana do questionrio AUQEI antes e aps o tratamentoquiroprtico, segmentado em aras de avaliao. Os ndices de melhora so representadoscomo > que 0 e de piora < que 0.
Grfico 5. Distribuio grfica da avaliao dos msculos envolvidos com a articulaotemporomandibular antes e aps o ajuste articular.
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DISCUSSO
Aps levantamento de
referncias bibliogrficas nacionais
nas bases de dados eletrnicas,no foram encontrados artigos
cientficos relacionados atuao
do quiropraxista em ambiente
escolar, seja avaliando, prestando
assistncia ou prevenindo as
Alteraes Temporomandibulares
na faixa etria entre trs e 18 anosde idade. A alta prevalncia de
DTM na populao adulta e infanto-
juvenil nas duas ltimas dcadas
gerou um aumento significativo de
estudos cientficos, com o propsito
de conhecer melhor sua etiologia e
estabelecer diagnstico e
tratamento precoce, evitando desta
forma a instalao da doena. Na
literatura, os estudos mostram
grande variao na idade da
populao pesquisada, com
consequente variao dos
resultados.
Dos 519 participantes desta
pesquisa, 57% apresentaram algum
grau de disfuno, com predomnio
do gnero feminino (53%). A
classificao da gravidade
determinada pelo questionrio e
ndice anamnsico de Fonseca
demonstrou que 85% dos escolares
tinham grau leve de disfuno, 14%
grau moderado e 1% grau intenso
(Grfico 1). Um estudo de 1977apresentou uma prevalncia de
DTM de 56,7%, num grupo entre 6 e
8 anos e de 67,6% entre 13 e 15
anos21. Outro artigo de 1981 dividiu
os participantes em 3 grupos de: 7,
11 e 15 anos. O grupo de 7 anos
apresentou 39% de sintomas dedisfuno, o grupo de 11 anos 67%
e o grupo com 15 anos 74%22.
Referidos resultados se
assemelham aos achados da
presente pesquisa. Tambm
corroborando com os resultados
atuais, no final dos anos 80 uma
amostra observou uma incidncia
de 56,7% e 67,6%,
respectivamente, em escolares
entre 6 a 8 e 12 a 15 anos23.
Entre crianas de 3 a 5 anos,
encontramos relato de pesquisa
realizada com 149 crianas, em que
aps exame clnico e
preenchimento de questionrio
pelos pais, observou-se que 38%
apresentaram sintomas subjetivos,
sendo que a maior incidncia foi de
dor de ouvido e ranger de dentes24.
Nesta pesquisa, 31% dos
representantes desta faixa etria
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apresentou grau leve de DTM. Um
estudo de 2006 observou uma
prevalncia de 35% no quesito
ranger de dentes, dado este que se
assemelha ao encontrado na
pesquisa atual (32%)25. O sinal de
respirador bucal, encontrado nesta
faixa etria, antes do tratamento foi
de 60%, baixando para 44% aps o
tratamento (Grfico 2). Os dois
resultados so importantes para a
melhora de todo o quadro clnico de
DTM26.
Os hbitos parafuncionais
prevalentes na pesquisa atual,
estudados pelo Questionrio Jaw
Symptom and Oral Habits
Questionnaire e avaliao fsica
pela Clinical Examination Form,
apresentou 20% para abertura
funcional da boca, 48% para
crepitao e 72% de desvio
mandibular (Grfico 3). Na literatura,
encontramos uma amostra realizada
entre a faixa etria de trs e 19
anos com maior ocorrncia decrepitao 87,7% e menor
frequncia de desvio da mandbula
23,6%27.
A anlise mediana do
questionrio de qualidade de vida
desenvolvido para crianas e
adolescentes apresentou umintervalo de -2 para os quesitos
qualidade de vida geral, 1 para
autonomia e 1 para o item famlia
(Grfico 4), demonstrando assim
que estatisticamente h relao
direta entre a DTM e o impacto na
QV em seus portadores. Estes
dados tambm ficaram evidentes
num estudo de 200328. A etiologia
da DTM ainda obscura, mas na
maioria dos pacientes com
sintomas parafuncionais observa-
se tenso psquica. A m ocluso,
o estresse, problemas emocionais,
doenas do sistema nervoso
central, distrbios do sono e o uso
de psicofrmacos esto entre os
fatores etiolgicos mais citados,
no havendo consenso a respeito
na literatura29.
O tratamento quiroprtico foi
realizado em dez sesses e adotou
um protocolo utilizando a SOT,
visando principalmente a
estabilizao da articulao
sacroilaca. Os estudos da SOT
observaram que existe uma relaode movimento recproco entre os
ossos da pelve e do crnio,
denominada de relao Lovett
Brothers; nessa relao o lio tem
relao com o osso temporal e o
sacro com o osso occipital. A ATM
tambm tem uma relao recprocacom a articulao sacroilaca e,
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1
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portanto, depende da sua
estabilidade. A separao da
articulao sacroilaca pode resultar
em adaptao compensatria da
posio da ATM, podendo alterar a
mordida, o equilbrio, os ouvidos e a
posio de pescoo18.
Dentre as alteraes
musculoesquelticas comuns em
portadores de DTM, incluem-se
anteriorizao ceflica com flexo
do pescoo e da coluna cervical,
escpulas elevadas, regio anterior
do trax deprimida, equilbrio do
corpo anteriorizado e para baixo. A
hiperatividade dos msculos da
mastigao promove a contrao
dos msculos cervicais, alterando a
cintura escapular e plvica30. Na
pesquisa atual, o domnio da dor
muscular palpao demonstrou
alta frequncia, especialmente para
o msculo Esternocleidomastideo
(68%), Elevador da Escpula (68%)
e Trapzio Superior (64%). Aps o
tratamento quiroprtico, estesndices baixaram para 4%, 8% e
24% respectivamente (Grfico 5). A
terapia adotada observou, na faixa
etria entre 10 e 16 anos, melhora
significativa nos sintomas abertura
funcional, crepitao e desvio
mandibular. Os hbitosparafuncionais de ranger os dentes
e respirao oral regrediram em
20%. Foi notvel a melhora clnica
na viso quiroprtica, por meio da
transio de 72% dos que
partilhavam de mesmas
caractersticas de categoria 2 para a
categoria 1 da SOT, em apenas 10
sesses, ou seja, a relao da
sacroilaca com o crnio, a qual tem
como sintoma a DTM melhorou para
uma categoria que no tem como
indicativos problemas de ATM.
A opo pela fotogrametria
se deu devido facilidade e
viabilizao do instrumento. Os
efeitos proporcionados pelo