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Revista
2
Turma 231
Organização escolar:
Diretor: Ir. Lauro Bohnenberger
Vice-diretora e Supervisora Escolar : Ana Poppe
Orientadora Educacional: Fabiana Schumacher
Supervisor Administrativo: Roger Pochmann
3
Turma 231
Caros leitores, é com muito prazer que apresento este exce-
lente trabalho de meu alunos. Boa leitura!! Aproveitem a
nossa revista!
Breno Lacerda,
Professor de Português.
A primeira edição da revista La Sallada, escrita inteiramente pelos alunos da
231, do colégio La Salle São João, abrange temas muito diferentes e atuais. A pri-
meira matéria é sobre o Golpe Militar, que se instalou 50 anos atrás no Brasil. Ainda
falando sobre o Brasil, temos a matéria sobre as eleições, sobre a Copa do Mundo e
sobre a violência nos estádios de futebol. Num âmbito mais regional, a matéria sobre
Érico Veríssimo, um dos maiores escritores do Rio Grande do Sul, retrata a vida e
obras do escritor e a matéria sobre exposições culturais em Porto Alegre dá dicas
para os amantes da arte que vivem na capital.
Numa esfera mundial, a revista traz matérias sobre questões que ocorreram
em vários lugares do mundo. Uma delas é o voo MH370 da Malaysia Airlines, que
desapareceu dos radares entre a Malásia e o Vietnã no início do mês de março. Ou-
tra questão abordada pela revista é o conflito da Crimeia, na Ucrânia, explicado na
matéria com a ajuda dos professores de Geografia e História do Ensino Médio. Os
protestos na Venezuela em fevereiro deste ano também ganharam lugar na revista,
que explica em tópicos os motivos da revolta do povo venezuelano. Debatendo o as-
sunto da maconha, a matéria sobre a legalização da planta na Holanda e como é a
regulamentação do consumo no país nos dá um olhar melhor sobre os impactos do
consumo nos Países Baixos.
Na categoria entretenimento, as reportagens sobre os filmes Clube de
Compras Dallas e Doze Anos de Escravidão, falam sobre os queridinhos
do Oscar 2014. No âmbito brasileiro, a matéria sobre o concerto Nivea Vi-
va o Samba retoma o estilo musical muito popular entre os brasileiros.
Os projetos do La Salle São João constituem várias matérias da revista, o
Festival de Paródias, o Festival de Curtas e os investimentos feitos no co-
légio ajudam a ambientar o leitor no mundo dos escritores da revista. No
âmbito escolar, a matéria sobre Simbolismo e a entrevista com a ex-aluna
Gabriela Dias podem ajudar os futuros e atuais vestibulandos.
Esperamos que gostem da revista,
Giulia Reis..
4
........................................................................ Pg.
Fabiane Berwange, Mayara Colissi, Victória Wächter e Yuri Siqueira
Pg.
Pg.
12 Clube de Compras Dallas:
Tainá Sangali
.....................................................................................14
........................................................................ 2014: ano de investimentos no La Salle São João.
Daniel Oliveira
Pg. 19
Pg. 21
Mateus Costa
.......................................................................................
Pg. 22 Matheus da Luz Nunes e Luiz Felipe Buzetto
Pg.
27
...............................................................................Yuri Rodrigues
....................................
Pg. 29 ...............................................................................Gabrielle Martini e Laura Faneze
.......................................................................................
Pg. 34
Bárbara Arias
.....................................................................................Juliano Prauchner e Anderson Barrey
Conflitos na região da Crimeia
Eleições 2014: Os principais candidatos
Mistério sobre o voo MH370
O Espaço de Érico Veríssimo na Literatura Gaúcha
Um pouco de Simbolismo
Porto Cultura
Turismo da cannabis
Violência nos Estádios, uma vergonha para nós!
Pg. 31
Pg. 37 .................................................................
Anderson Barrey
.......................................................................................
Entrevista com Gabriela Dias 12 nos de Escravidão
50 anos do golpe militar 5
.......................................................................................
5
........................................................................ Pg.
O samba não vai morrer.
Maria Eduarda Cunha
Pg.
.....................................................................................14 Festival de Paródias La Salle São João
Giulia Vinciprova
Pg. 15 ........................................................................
2014: ano de investimentos no La Salle São João.
William Borba, Lucas Rech e Walter Gobbato
....................................................................................... Henrique Scherer e Rafael Muttoni
22
João Antônio Poli
Pg.
23
Pg. 25 ...............................................................................
....................................Bárbara Schilling
...............................................................................
....................................................................................... Caroline Corrêa
Pg. 33
.....................................................................................Juliano Prauchner e Anderson Barrey
Gastos com a Copa do Mundo
Eleições 2014: Os principais candidatos
Protestos e crise na Venezuela
O Espaço de Érico Veríssimo na Literatura Gaúcha
Um pouco de Simbolismo
Festival de Curtas La Salle São João
Turismo da cannabis
Violência nos Estádios, uma vergonha para nós!
Pg. 17
Pg. 31
Pg.
38
.................................................................
10
....................................................................................... Nicole Rech
12 nos de Escravidão
50 anos do golpe militar 5
.......................................................................................
6
50 anos do golpe militar
O golpe de 1964 e a instaura-
ção do regime militar
Por: Fabiane Berwange, Mayara Colissi,
Victória Wächter e Yuri Siqueira
N a madrugada do dia
1 de abril de 1964,
um golpe foi deflagrado contra
o governo legalmente constitu-
ído de João Goulart. A falta de
reação do governo e dos gru-
pos que lhe davam apoio foi
notável. Não se conseguiu ar-
ticular os militares legalistas.
Também fracassou uma greve
geral proposta pelo Comando
Geral dos Trabalhadores
(CGT) em apoio ao governo.
João Goulart, em busca de
segurança, viajou no dia 1 de abril do Rio, pa-
ra Brasília, e em seguida para Porto Alegre,
onde Leonel Brizola tentava organizar a resis-
tência com apoio de oficiais legalistas. Apesar
da insistência de Brizola, Jango desistiu de
um confronto militar com os golpistas e seguiu
para o exílio no Uruguai, de onde só retorna-
ria ao Brasil para ser sepultado, em 1976.
Tempos sombrios aqueles representa-
ram para o nosso país. Foram vinte e um
anos em que o povo brasileiro agia de forma
vinculada e artificial. Explico. Vinculada pelo
fato de que nada se fazia
se não em concordância
com as ordens dos milita-
res, à época no Poder. Ar-
tificial porque garantido
não era à sociedade ex-
pressar-se conforme seus
pensamentos e filosofias.
As expressões a que se
tinha acesso não eram fru-
to dos verdadeiros senti-
mentos, e as que eram, a
elas não se tinha acesso.
O poder real encontrava-
se em mãos militares. Nos
primeiros dias após o gol-
pe, uma violenta repressão atingiu os setores
politicamente mais mobilizados à esquerda no
espectro político, como por exemplo o CGT, a
União Nacional dos Estudantes (UNE), as Li-
gas Camponesas e grupos católicos como a
Juventude Universitária Católica (JUC) e a
Ação Popular (AP). Milhares de pessoas fo-
ram presas de modo irregular, e a ocorrência
de casos de tortura foi comum, especialmente
no Nordeste. O líder comunista Gregório Be-
zerra, por exemplo, foi amarrado e arrastado
pelas ruas de Recife.
7
A junta baixou um "Ato Institucional"–
uma invenção do governo militar que não es-
tava prevista na Constituição de 1946 nem
possuía fundamentação jurídica. Seu objetivo
era justificar os atos de exce-
ção que se seguiram. Ao lon-
go do mês de abril de 1964,
foram abertos centenas de
Inquéritos Policiais-Militares
(IPMs). Chefiados em sua
maioria por coronéis, esses
inquéritos tinham o objetivo
de apurar atividades consi-
deradas subversiva. Parla-
mentares tiveram seus man-
datos cassados, cidadãos
tiveram seus direitos políti-
cos suspensos e funcionários públicos civis e
militares foram demitidos ou aposentados.
Entre os cassados, encontravam-se persona-
gens que ocuparam posições de destaque na
vida política nacional, como João Goulart, Jâ-
nio Quadros, Miguel Arraes, Leonel Brizola e
Luís Carlos Prestes.
Entretanto, o golpe
militar foi saudado por impor-
tantes setores da sociedade
brasileira. Grande parte do
empresariado, da imprensa,
dos proprietários rurais, da
Igreja católica, vários gover-
nadores de estados importantes e amplos se-
tores de classe média pediram a intervenção
militar, como forma de pôr fim à ameaça de
esquerdização do governo e de controlar a
crise econômica. O golpe foi recebido com
alívio pelo governo norte-americano, satisfeito
de ver que o Brasil não seguia o mesmo ca-
minho de Cuba. Os Estados Unidos acompa-
nharam de perto a conspiração e o desenrolar
dos acontecimentos, principalmente através
de seu embaixador no Brasil, Lincoln Gordon,
e do adido militar, Vernon Walters, que havi-
am decidido, através da secreta "Operação
Brother Sam", dar apoio logístico
aos militares golpistas, caso estes
enfrentassem uma longa resistên-
cia por parte de forças leais a Jan-
go.
Os militares envolvidos no golpe
de 1964 justificaram sua ação afir-
mando que o objetivo era restau-
rar a disciplina e a hierarquia nas
Forças Armadas e deter a
"ameaça comunista" que, segundo
eles, pairava sobre o Brasil. Uma
ideia fundamental para os golpis-
tas era que a principal ameaça à ordem capi-
talista e à segurança do país não viria de fora,
através de uma guerra tradicional contra exér-
citos estrangeiros; ela viria de dentro do pró-
prio país, através de brasileiros que atuariam
como "inimigos internos". Diversos exemplos
internacionais, como as guerras
revolucionárias ocorridas na Ásia,
na África e principalmente em Cu-
ba, serviam para reforçar esses te-
mores. Essa visão de mundo esta-
va na base da chamada "Doutrina
de Segurança Nacional" e das teo-
rias de "guerra antissubversiva" ou
"antirrevolucionária" ensinadas nas escolas
superiores das Forças Armadas. Isto é, um
regime político que privilegiava
a autoridade do Estado em relação às liberda-
des individuais, e o Poder Executivo em detri-
mento dos. Poderes Legislativo e Jurídicos.
8
O empenho em preservar a unidade por parte
dos militares no
poder, apesar da
existência de con-
flitos internos nem
sempre bem re-
solvidos. O medo
de uma "volta ao
passado" ou de uma ruptura no interior das
Forças Armadas estaria presente durante os
21 anos.
A falta de resistência ao golpe de 1964
não deve ser vista como resultado da derrota
diante de uma bem articulada conspiração
militar. Foi clara a falta de organização e co-
ordenação, a imagem mais fiel é a de "ilhas
de conspiração", com grupos unidos ideologi-
camente pela rejeição da política atual. Não
havia um projeto de governo bem definido,
além da necessidade de se fazer uma
"limpeza" nas instituições e recuperar a eco-
nomia.
A promessa de retomar o crescimento
econômico e o retorno do país à "normalidade
democrática". Só ocorreria 21 anos mais tar-
de. É por isso que 1964 representa um marco
e uma novidade na história política do Brasil:
diferentemente do que ocorreu em outras
ocasiões, desta vez militares não apenas de-
ram um golpe de Estado, como permanece-
ram no poder.
50 anos depois do golpe de 64, a ditadu-
ra militar ainda incomoda o país
“Durante os vinte e um anos de duração do
ciclo militar, sucederam-se períodos de maior
e ou menor racionalidade no trato das ques-
tões políticas. Foram duas décadas de avan-
ços e recuos” Os reflexos da dela pode ser
vista nos dias de hoje, podem ser vistos com
muita clareza nos cenários econômico, políti-
co e social brasileiro.
ECONOMIA
Na economia pagamos com juros estra-
tosféricos, o controle inflacionário. Tais juros
são, ainda, o melhor remédio para a inflação,
que é produto do “milagre econômico”. Os
mencionados juros fazem com que estagne-
mos em relação à economia. Durante aquele
período o Brasil chegou a crescer até 14% ao
ano, como ocorreu no 7º ano do golpe (1973).
Os efeitos negativos do aceleramento
exacerbado e, diria, irresponsável do cresci-
mento começaram a serem vistos durante o
próprio regime, como no ano de 1981, quan-
do houve uma retração de 4,3% do Produto
Interno Bruto. Não há que se falar em conjun-
ção de crescimento acelerado com inflação
sob controle, por isso esta última chegou a
atingir níveis plutônicos, como no ano de
1984 quando foi de 223,9% ao ano. Só para
efeito de comparação a meta inflacionária pa-
ra este ano–e não é das mais baixas–é de
6% ao ano.
POLÍTICA
No campo da política os efeitos são
mais visíveis ainda. As aberrações que hoje
estão presentes na esfera política nacional, e
que são decorrentes da repressão vivida en-
tre 1964 e 1985; Podendo ser visto por olhos
atécnicos. Um dos efeitos mais evidentes não
é no que o regime criou, mas sobretudo no
que impediu que funcionasse e evoluísse, co-
mo o surgimento de novos líderes, a amplia-
ção do eleitorado ou a sintonia do sistema
partidário com a crescente complexidade da
sociedade.
Antes no Poder, que não importando quem
ocupe o lugar de situação e governo, acaba
sempre sendo do mesmo jeito.
9
O que tem nos mostrado o Congresso
Nacional em todas as suas legislaturas é uma
atuação frequente no que diz respeito a ata-
ques da oposição contra os governantes no
Poder, que não importando quem ocupe o lu-
gar de situação e governo, acaba sempre sen-
do do mesmo jeito. Remeto-os para os “anos
sombrios” da ditadura, para explicar tal manei-
ra de agir dos parlamentares. Outra deformida-
de política, são os partidos que fazem de tudo
para alcançar seus objetivos políticos esque-
cendo a filosofia que apregoavam quando de
suas criações.
SOCIEDADE
Os militares porém, contribuíram, para o
desenvolvimento político na mente de nosso
povo. Com toda a repressão por eles promovi-
da, nossa sociedade atentou-se mais aos gru-
pos políticos que constantemente criticavam o
governo do momento, desaguou em campa-
nhas de grande apelo popular como as
“Diretas Já”. Tais acontecimentos causaram
uma onda de politização onde observamos ter
surfado uma boa parte de nossa população,
principalmente camadas volumosas dos movi-
mentos estudantis.
A educação foi uma área praticamente
desprezada no que respeita à sua es-
truturação e incentivo. Não era de in-
teresse dos governantes-militares da
época que uma massa populacional
tivesse acesso a um ensino de quali-
dade, pois temiam que se assim ocor-
resse, o movimento em seu desfavor,
no âmbito estudantis aumentasse.
A casa da morte.
Não se sabe ao certo quantas pesso-
as foram mantidas presas na Casa da
Morte, centro clandestino de tortura e
assassinatos criado pelos órgãos de
repressão da ditadura militar brasilei-
ra, em Petrópolis, na Região Serrana
do Rio de Janeiro.
Propriedade do empresário alemão
Mario Lodders, um simpatizante da
ditadura militar que a cedeu ao Exér-
cito. Os mortos na casa eram depois esquarte-
jados e enterrados nas cercanias. O número
total de mortos nela é até hoje desconhecido,
mas pelo menos 22 guerrilheiros foram trucida-
dos em seu interior.
Planta da casa descrita pela única sobreviven-
te, Inês Etienne Romeu:
10
Por: Maria Eduarda Cunha
A conteceu em Porto Alegre, no dia 16
de março, o espetáculo Nivea Viva o
Samba, no qual quatro ídolos do samba se
apresentaram para
uma multidão de
mais de 70 mil
pessoas. Contan-
do com a presença
de grandes nomes
como Martinho da
Vila, Alcione, Dio-
go Nogueira e Ro-
berta Sá, o espetá-
culo teve sua estreia nacional na capital gaúcha,
sendo um dos pontos altos da programação mu-
sical em comemoração aos 242 anos da cidade,
mas ainda passará por mais cinco capitais bra-
sileiras (Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Salva-
dor e São Paulo).
O espetáculo Nivea Viva o Samba 2014 tem di-
reção de Monique Gar-
denberg, roteiro de Hugo
Sukman e direção musical de Alceu Maia. São
apresentados clássicos do ritmo, como compo-
sições de Zé Keti e o imortal “Não Deixe o Sam-
ba Morrer”, cantado por Alcione.
Os quatro cantores de gerações e estilos dife-
rentes participam da terceira edição do festival.
Martinho da Vila (Mulheres; Disritmia; Canta
Canta, Minha Gente), cantor e compositor cario-
ca, que começou
sua carreira nos
meados de 1960,
é o mais velho dos
artistas que se
apresentarão. Al-
cione (Meu Éba-
no; Você Me Vira
a Cabeça; Estra-
nha Loucura), ganhadora do Grammy Latino no
ano de 2003, promete surpreender e emocionar
o público com seus maiores sucessos. Roberta
Sá (Pavilhão de Espelhos; Fogo e Gasolina;
Mais Alguém), participante do programa Fama
em 2002, canta o samba no seu estilo mais mo-
derno, diferenciando-se dos companheiros de
palco mais tradicionalistas. Já foi indicada ao
Grammy Latino, onde concorreu contra o cantor
Diogo Nogueira. Diogo Nogueira (Deixa Eu Te
O samba não vai morrer.
11
Nogueira. Diogo Nogueira (Deixa Eu Te Amar;
Sou Eu; Fé em Deus), filho do sambista brasilei-
ro João Nogueira, é o mais novo dos artistas
que partici-pam do espetáculo. Já foi até joga-
dor de futebol, mas em 2007 montou sua pró-
pria banda e desde então vem conquistando o
Brasil.
O primeiro registro do samba brasileiro é
datado em 26 de novembro de 1916, com a gra-
vação da música Pelo Telefone (de Donga e
Mauro Almeida). O espetáculo Viva o Samba
antecipa a comemoração do centenário desse
gênero musical. Segundo a cantora e composi-
tora Alcione, o motivo para o samba comemorar
cem anos são as coisas boas que o ritmo con-
segue transmitir.
O projeto da Nivea visa homenagear o
samba, que é o ritmo brasileiro mais celebrado,
e seus principais cantores e compositores, tanto
de épocas mais antigas como os da atualidade,
gerando uma grande integração entre as gera-
ções, desde os mais novos até os mais velhos,
mostrando que o samba não tem idade e serve
ao gosto de todos.
Segundo Monique Gardenberg, cineasta e
responsável pela direção artística, o espetáculo
é dividido por temas que destacam o samba co-
mo crônica social do Brasil, como amor, desilu-
são e sensualidade.
A Nivea acha importante realizar essa festa mu-
sical para celebrar a cultura brasileira e ampliar
a vocação do samba de festejar a alegria do po-
vo brasileiro.
12
Clube de Compras Dallas: os desafi-os de ser soropositivo nos anos 80.
Por Tainá Sangali
H á aproximadamente 30 anos, uma
nova doença foi descoberta, a AIDS.
A doença ataca o sistema imunológico devido à
destruição dos glóbulos brancos causada pelo
vírus HIV. Desde então, a AIDS têm tido um
grande impacto na sociedade, tanto como uma
doença quanto uma forma de discriminação.
Atualmente, 35 milhões de pessoas convivem
com a doença, e aproximadamente 37 milhões
já perderam a vida a ela. No início de sua epide-
mia, nos anos 80, ela era tratada como sinôni-
mo de homossexuali-
dade e drogas injetá-
veis. Essa foi a época mais obscura da
doença, pois como ela recém tinha sido
descoberta, eram poucos os recursos
que existiam para controlá-la.
É nessa temática que se passa o
filme Dallas Buyers Club (Clube de
Compras Dallas), longa-metragem de
Jean-Marc Vallée, baseado na história
real de Ron Woodroof (Matthew McCo-
naughey), um eletricista texano, hete-
rossexual, machão e aficionado por ro-
deios e mulheres, e descobre que é
portador do vírus HIV em 1985. Os mé-
dicos lhe dizem que tem apenas 30 dias
de vida, e ele se recusa a aceitar isso.
Sofre muito preconceito quando desco-
brem a sua doença, sendo chamado de
gay muitas vezes. Então, ele passa a
adquirir ilegalmente a Zidovudina (AZT)
com um enfermeiro do hospital onde foi
diagnosticado soropositivo. amizade de
Ron e Rayon, e os ajudou em certos momentos.
13
Ao final da sua expectativa de vida, o en-
fermeiro avisa que a distribuição do medicamen-
to passou a ser controlada e não tem mais co-
mo retirar nenhuma caixa das instalações do
hospital. O enfermeiro fornece o contato de um
médico no México que pode ajudá-lo. Quando
entra em contato com esse médico, Ron desco-
bre que o AZT é altamente tóxico e que existe
um tratamento alter-
nativo com efeitos co-
laterais menores e
maior expectativa de
vida. Logo Ron vê a
possibilidade de um
negócio lucrativo:
transportar a medica-
ção não autorizada
pelo FDA (órgão do
governo dos EUA que testa e libera novos medi-
camentos) para os Estados Unidos.
Quando retorna para os EUA, ele encontra
Rayon (Jared Leto), u Rayon (Jared Leto), um
transexual soropositivo que conheceu em uma
de suas internações no hospital. Então os dois
criam o Clube de Compras Dallas, onde através
de uma taxa de associação de $400,00 dólares
mensais o paciente pode ter acesso a medica-
ção que desejar para tratar a AIDS. Mas o clube
de compras sofre ataques por parte da FDA e
do médico do hospital, que por diversas vezes
confiscam o estoque de Ron, o que faz do seu
negócio ora lucrativo ora nem tanto. O fato é
que, essas drogas que Ron e Rayon vendem
mostram mais sinais positivos e menos danos
ao organismo que o AZT. Rayon é viciado em
drogas, e no meio disso tudo ela vem a óbito.
Ron fica mal com isso, mas continua vendendo
as drogas para que os outros portadores do HIV
não tenham o mesmo destino que Rayon. Mais
tarde, ele perde a batalha judicial para continuar
vendendo os medicamentos, mas consegue o
direito para uso pessoal. É assim que Ron vive
mais sete anos depois de seu diagnóstico.
Dallas Buyers Club é, sem dúvida, um grande e
ótimo filme. As atuações de Matthew McCo-
naughey e Jared Leto são um dos pontos altos
do filme.
Matthew, que faz
o papel principal,
desempenha seu
papel de forma
perfeita. Conse-
gue passar a
imagem de um
típico machão
daquela época e
de como mudou
essas perspectiva homofóbica depois de desco-
brir que era portador do HIV. As mudanças físi-
cas também impressionam, já que ele teve que
emagrecer bastante para o papel. Jared Leto,
que faz o papel da Rayon, também foi impecá-
vel em sua atuação. Ele estava afastado das
telas havia 6 anos e voltou com tufo. Ele teve o
desafio de fazer um transexual, algo que não é
fácil, já que teve que depilar todo o corpo, princi-
palmente a sobrancelha, e emagrecer bastante.
Jennifer Garner aparece pouco no filme, mas
também é importante para a narrativa da histó-
ria, pois ela é uma médica que conquistou a
amizade de Ron e Rayon, e os ajudou em cer-
tos momentos.
Em 1986, o eletricista texano Ron Wo-odroof (Matthew McConaughey) é di-agnosticado com AIDS e logo começa uma batalha contra a indústria farma-cêutica. Procurando tratamentos alter-nativos, ele passa a contrabandear drogas ilegais do México...
14
Festival de Paródias
La Salle São João
Por Giulia Vinciprova
E xistem vários modos de nos lembrarmos
de pequenas coisas cotidianas, uma delas
é fazendo música. Pensando nas várias formas de
mnemônica, desde 2011 o colégio La Salle São
João vem incentivando seus alunos a buscarem
um jeito diferente de lembrar o conteúdo aprendi-
do no Ensino Médio. Buscando não somente o
aprendizado dos alunos, o projeto também tenta
proporcionar aos alunos um momento de experi-
ências musicais, para que os mesmos tentem de-
senvolver algumas habilidades artísticas.
A ideia do projeto foi, primeiramente, do ex-
professor de física Lauro. Porém, quem deu conti-
nuidade ao mesmo, chamado “Festival de Paró-
dias”, foi a professora de geografia do Ensino Mé-
dio, Fernanda Alvarenga. Em sua quarta edição
no ano de 2014, algumas mudanças aconteceram
no projeto deste ano em função da copa do mun-
do no Brasil.
De acordo com a professora Fernanda, o
projeto vem ganhando cada vez mais a aceitação
dos alunos do colégio, inclusive daqueles que ain-
da não estão no Ensino Médio. A Banda Marcial
do La Salle São João, juntamente com a Pasto-
ral, é grande apoiadora do projeto e dispõe al-
guns de seus equipamentos técnicos para uso
nos dias de apresentação.
As letras desenvolvidas pelos alunos pas-
sam por todos os professores do Ensino Médio
para que os mesmos possam julgá-las sem es-
paço para favoritismos, e, de acordo com a dis-
ponibilidade, cinco funcionários do La Salle
São João são escolhidos para serem jurados
dos dois dias de apresentação que ocorrem no
salão D. Como divulgação do projeto, todo o
ano os responsáveis pela imagem do colégio
contatam vários veículos de comunicação, tan-
to regionais quanto nacionais, para que o festi-
val tenha cada vez mais importância dentro da
formação dos alunos e do colégio. O projeto já
saiu na Zero Hora, no Kzuka, e no jornal O Polvo,
também já foi apresentado em fóruns internacio-
nais e nacionais pela professora coordenadora do
projeto, Fernanda Alvarenga.
15
16
2014: ano de investimentos
no La Salle São João.
Por Daniel Oliveira
O tempo passa e deixa suas marcas.
Com o colégio isso também aconte-
ce. As paredes estavam ficando sujas. As mar-
cas do tempo estavam ali. Os alunos queriam
ver sua escola reformada. Neste ano, o Colé-
gio La Salle São João fez grandes investimen-
tos, principalmente em sua infraestrutura.
No final do ano passado, vimos a refor-
ma que estava em andamento no ginásio do
colégio. Por uma questão de segurança, troca-
ram todo o piso do ginásio, colocando madeiras
finas e bem mais resistentes.
Reformaram por completo a sala de ar-
tes, até bancos a armários novos colocaram na
sala. Isso proporcionou um ambiente bem mais
agradável e espaçoso para os alunos.
O colégio fez reformas muito grandes,
principalmente no bloco “B”. Investiram bastan-
te neste bloco. Estão finalizando um banheiro
para cadeirantes, isso facilitará o acesso para
os alunos. No turno integral, fizeram uma nova
sala, bem espaçosa, adequada para a hora da
soneca. Na sala tem tevê e muitos sofás.
No novo refeitório há mesas e cadeiras
apropriadas para alunos menores. Há uma be-
la área de recreação no próprio bloco, isso dá
muita segurança para os pequenos lassalistas
que mesmo chovendo, não serão privados de
brincar no pátio.
As novas salas de aula do bloco “B” es-
tão com espaço para guardar brinquedos e fan-
tasias e com modernos recursos de multimídia,
sendo que todos os professores são treinados
para operarem os novos aparelhos.
As salas também contam com banheiros
feminino e masculino, assim os alunos não pre-
cisam nem sair da sala para ir ao banheiro.
Além dos investimentos na estrutura das salas
de aula, o Colégio La Salle São João comprou
vários iPads dando muita diversão e conheci-
mento
para os
alunos.
17
No novo refeitório há mesas e cadeiras
apropriadas para alunos menores. Há uma
bela área de recreação no próprio bloco, isso
dá muita segurança para os pequenos lassalis-
tas que mesmo chovendo, não serão privados
de brincar no pátio.
As novas salas de aula do bloco “B” es-
tão com espaço para guardar brinquedos e
fantasias e com modernos recursos de multimí-
dia, sendo que todos os professores são trei-
nados para operarem os novos aparelhos.
As salas também contam com banheiros
feminino e masculino, assim os alunos não
precisam nem sair da sala para ir ao banheiro.
Além dos investimentos na estrutura das salas
de aula, o Colégio La Salle São João comprou
vários iPads dando muita diversão e conheci-
mento para os alunos.
18
Gastos com a Copa do Mundo
Por: William Borba
Lucas Rech
Walter Gobbato
E m 2014, o Brasil irá sediar um
dos maiores eventos esporti-
vos da contemporaneidade, a Copa do Mundo.
O campeonato mundial de futebol foi pensado
em função de que cada região do país tivesse
ao menos um estádio sediando jogos de dife-
rentes seleções. Para isso pontos estratégicos
foram selecionados em todo o país. Ao redor
das construções dos estádios, hotéis, merca-
dos e comércio começam a se expandir para
arcar com a demanda e os padrões que a com-
petição exige, fazendo com que haja maior lu-
cro nas redondezas dos complexos futebolísti-
cos instalados.
Em ano de evento, todos os setores têm
seus gastos acentuados pela urgência de finali-
zar os projetos começados em 2007. O gover-
no com os estádios e infraestrutura para rece-
ber os turistas e as sele-
ções, os comerciantes ampliando seus estabe-
lecimentos e vários investimentos na qualifica-
ção de pessoas para que as mesmas possam
trabalhar nos vários setores envolvidos no
evento. Porém, as únicas pessoas que lucram
antes do acontecimento são os operários e a
construção civil, que cresce cada vez mais, já
que o setor está superaquecido com os novos
projetos da Copa.
O que enfurece a maioria dos brasileiros
que se opõem a Copa são os gastos com o
evento. A copa é um evento internacional, que
pode ajudar a economia do país a crescer. E
provavelmente muita gente vai ganhar com is-
so. Mas e as pessoas que vivem na linha da
miséria desse pais, como elas ficam? Muitas
pessoas passam fome, não tem acesso ao mí-
nimo que alguém precisa para sobreviver e al-
guns nem sabem que o país sediará a copa em
2014. Vergonha não é o atraso nas obras, e
sim é o povo de seu país na pobreza extrema e
bilhões de reais sendo gastos em obras desne-
cessárias que não serão completas e ao final
do evento, a manutenção custará tanto quanto
a construção dos projetos.
19
O Brasil tinha a chance de gerar lucro e mudanças importantes com a Copa do Mundo
deste ano sem realizar nenhum gasto público, como fez os Estados Unidos no evento de 1994.
Faltando poucos meses para os jogos, observa-se uma índice elevado de gastados em nome de
um evento que deveria nos beneficiar e não onerar.
Fotos: http://noticias.r7.com/
20
Conflitos na região
da Crimeia
Por: Mateus Costa
A região da Crimeia, situada na Ucrânia,
entre a Europa Oriental e a Federação
Russa, vive uma crise política social e econômi-
ca que vem abalando criticamente o país.
Historicamente, a Ucrânia fazia parte do bloco
socialista ao lado da União Soviética durante a
guerra Fria. Ao término da guerra em 1991, a
União Soviética fragmentou-se, o que causou
um processo de independência do leste euro-
peu. A Ucrânia assim como os outros países
comunistas vão entrar em um processo de tran-
sição do socialismo para o capitalismo. Consoli-
dada e organizada economia do novo país, for-
ma-se um grande mercado consumidor dentro
da Europa. O que ocorre na Ucrânia neste mo-
mento é o fato de ela
ter uma boa parte de
sua economia e população ligada à Rússia, e
ao mesmo tempo, a outra parte da população é
contra essa ligação econômica cultural, e defen-
de a ideia de uma maior relação com a União
Europeia, o que de certa forma causa uma riva-
lidade entre a cultura e os interesses da popula-
ção desse país.
Em novembro de 2013, o presidente da Ucrâ-
nia, Viktor Yanukovich, prestes a assinar um
acordo de livre comércio com a União Europeia,
cede a uma série de pressões feitas pela Rús-
sia, cancelando o acordo com o bloco europeu
e optando por uma reaproximação com o gover-
no Russo. Feito isso, estouram os conflitos e
protestos contra a decisão do presidente, resul-
tando em mais de vinte civis mortos por policiais
armados. Os protestos mais tarde chegaram a
reunir mais de trezentas mil pessoas nas ruas
pedindo a renúncia do presidente. Feito isso fo-
ram convocadas imediatamente novas eleições,
e dias mais tarde o presidente fugiu da Ucrânia,
deixando um governo de coalizão para tentar
resolver a caótica situação no país. Mesmo ten-
do fugido do país Viktor Yanukovich ainda se
diz como presidente, e representando esse lado
da Ucrânia que defende a Rússia, e o outro lado
então, querendo empossar um novo governo e
forçando a Ucrânia a aderir à união europeia,
surgindo assim a questão da Cri-
meia, que é
forte-
mente
ligado
à cul-
tura
russa,
em
fun-
ção
de suas origens.
Segundo a professora de Geografia do
Colégio La Salle São João, Fernanda Alvaren-
ga, a Crimeia, apesar de todos os conflitos, quer
de forma unânime se juntar à Rússia:
“... a Ucrânia então vai criar um estado de isola-
mento do resto da Europa, mas neste meio tem-
po a península da Crimeia se impõe e decide
aderir à Rússia. se alinhar com a Rússia.
21
A Rússia por sua vez, não querendo perder esse
aliado territorial, está tomando partido então pa-
trocinando um plebiscito aonde a população vo-
tou, e o senado deles aprovou, que eles então
deveriam se integrar à Rússia.”
A situação no presente momento é caracterizada
pela presença de tropas russas cercando a regi-
ão da Crimeia para fazer uma proteção contra a
população ucraniana, e a Rússia man-
tendo seu interesse em conseguir man-
ter ao menos essa península. A penín-
sula da Crimeia é um canal de passa-
gem para chegar ao mar negro, sendo
este um grande motivo dos interesses
russos nessa península. A Rússia
possui um grande território voltado
para o mar, mas esse é congelado,
então seria uma grande vantagem
territorial para a Rússia possuído
essa nova área de passagem.
Em resposta a chegada de tropas russas arma-
das e à participação ativa da Rússia, os Estados
Unidos intervieram junto com a Europa. A Euro-
pa por sua vez com mais cautela, por depender
do gás natural da Rússia (1/3 do gás natural con-
sumido no continente europeu é de origem rus-
sa), sendo assim não é de interesse europeu na
atual situação romper totalmente as relações
com a Rússia. Os passaportes de ucranianos e
russos envolvidos neste conflito foram cassa-
dos. As pessoas que haviam fugido do país fo-
ram deportadas. Essa crise já é chamada por
muitos de uma nova Guerra Fria. Temos de um
lado a Rússia, lutando por espaço territorial e do
outro os Estados Unidos, com alguns países Eu-
ropeus. Apesar de a Rússia não ser mais um re-
presentante socialista, na atual situação ela re-
presenta os seus ideais, e ao mesmo tempo, os
Estados Unidos e os países do oeste europeu
querem manter o capitalismo e a economia funci-
onando de forma globalizada.
Apesar de não ter diretamente nada a lidar com
os conflitos relacionados à Crimeia, os Estados
Unidos, conforme pode se observar ao longo da
história, tende a intervir em todos os conflitos do
mundo, e historicamente tem essa “rixa” com a
Rússia.
“... a Rússia quando entrou, já entrou com muita
força, já entrou armada, já entrou provocando
matanças generalizadas, e os Estados Unidos
vêm nessa ideia de que ‘não’, no direito interna-
cional isso não pode ser admitido, então vamos
ser contra isso para deter esse avanço, então os
Estados Unidos vem numa política de ‘estou pro-
tegendo o mundo’. Mas na verdade os Estados
Unidos diretamente não tem nada a ver com is-
so.”, diz a professora Fernanda.
O professor de História do Colégio La
Salle São João, Car-
los Ely, ao ser
questionado se
havia alguma
chance de uma
Terceira Guerra
Mundial, disse:
“Chance de guerra,
de guerra mundial
como alguns estão di-
zendo, não tem. Uma
guerra de proporções grandes não
teria. Poderia ter uma guerra localizada, entre países
como, por exemplo, Estados Unidos com Rússia, algu-
ma retaliação militar por parte da União Europeia.
Nos jornais estava que a União Européia vai tomar
sanções em relação à Rússia, se ela continuar com
esse processo de adesão da Criméia à Rússia. Acho
que guerra não, acho que vai ter mais sanções econô-
micas e cortes econômicos, vão parar de comprar
produtos da Rússia, vão deixar de fornecer produtos,
romper laços políticos (...). Mas guerra eu não consi-
go visualizar, eu acho que hoje não há interesse de
ninguém. Guerras ocorrem quando tem alguma parte
interessada, não consigo ver nenhuma das partes inte-
ressadas em um conflito armado e generalizado. ”
22
Dilma Rousseff Atual presidente do
Brasil, deverá ser a
candidata do PT nas
Eleições Presidenciais
de 2014. Dilma foi elei-
ta no dia 31 de outubro
de 2010, tornando-se a
assim a primeira mu-
lher a ser eleita chefe
de Estado na história
do Brasil.
Aécio Neves
Exercendo atualmente
o cargo de senador, o
político mineiro é con-
siderado por muitos, o
principal oponente da
presidente Dilma Ro-
usseff nas eleições
presidenciais de 2014.
Na última pesquisa de
intenções de votos pa-
ra presidente realiza-
da pelo Ibope, apare-
ceu em segundo lugar com 15%.
Eduardo Campos
Filiado ao PSB, já foi
duas vezes Deputado
Federal, Ministro da
Ciência e Tecnologia e
em 2006 foi eleito pela
primeira vez ao cargo
de governador de Per-
nambuco, sendo ree-
leito em 2011.
ELEIÇÕES 2014: OS PRINCIPAIS CANDIDATOS
Por: Rafael Muttoni
Henrique Scherer
E m um processo que se repete a
cada quatro anos, no dia 5 de ou-
tubro de 2014, os brasileiros irão às ur-
nas para esco-
lher o presiden-
te da República
e o vice-
presidente, 27
governadores,
513 deputados
federais, 1.059
deputados esta-
duais e 27 sena-
dores. Infeliz-
mente, grande
parte da popula-
ção brasileira não percebe a responsabi-
lidade que esse ato representa e acaba
indo as urnas sem informações aprofun-
dadas sobre o candidato em que vai vo-
tar, essa prática leva ao poder candida-
tos corruptos, pois ajuda a criar “currais
eleitorais” modernos.
Deve-se, portanto, chamar a atenção das
pessoas para a importância de praticar o
voto consciente. Desde 2013 tem ocorri-
do uma série de protestos por todo o Bra-
sil exigindo mudanças e o combate a cor-
rupção, espera-se que o povo vá para as
urnas esse ano com o mesmo espírito
com o qual foi para as ruas nesses últi-
mos meses e não se deixe enganar com
promessas falsas. É preciso pesquisar
sobre o passado de cada candidato e se
informar sobre as propostas de cada um.
23
Mistério sobre o voo MH370
Por: Matheus da Luz Nunes Luiz Felipe Buzetto
O Boeing da Malaysia Airline, sumido
no dia oito de março, continua sem
muitas explicações. As forças Armada da Ma-
lásia apresentaram dados de radares mostran-
do que o avião mudou de rota e chegou ao Es-
treito de Malaca, a centenas de quilômetros de
sua última comunicação.
O jornal local Be-
rita Harian citou o
chefe da Força
Aérea Malaia,
general Rodzali
Daud, dizendo
que uma base
militar detectou o
avião às
2h40mim, horário
local de sábado
(08 de março),
“Depois disso o
sinal do avião foi
perdido” ressaltou Rodzali, outro militar de alta
patente informou que a Força Aérea acredita
que o avião voava baixo.
Uma possibilidade de terrorismo ainda
estava sendo discutida. “Nenhuma reivindica-
ção foi confirmada desde
desaparecimento do avião
“pronunciou o diretor da
CIA, John Brennan, acredi-
ta que não pode se descar-
tar um vínculo com alguma
organização terrorista. Com
relação à presença de dois
homens que viajavam com
passaporte europeus falso,
a bordo do avião a policia
da Malásia lançou a hipóte-
se de imigração ilegal.
O Boeing 777 despareceu dos radares
na madrugada de sábado em algum lugar en-
tre a Malásia e o Vietnã, uma hora depois da
decolar de Kuala Lumpur. No dia onze de mar-
ço, as famílias se recusaram a receber uma
ajuda financeira de cinco mil dólares por pes-
soa da empresa de aviação Malaysia Airlines.
“Todos os membros das famílias tentam
manterem-se otimistas e esperam que eles te-
nham sobrevivido, mas nós nos preparamos
para o pior” pronunciaram os parente de Ca-
therine e Bob Lawton um dos muitos casais
abordo do avião. O avião transportava 239
passageiros, sendo duas crianças, 159 chine-
ses, 38 malaios, 4 franceses, 7 indonésios, 6
australianos, 3 americanos, 2 canadenses e
também
russos e
ucranianos.
Com
um acordo
internacio-
nal, satéli-
tes de 15
países es-
tão procu-
rando o
avião desa-
parecido. A
China disse
ter encontrado destroços no oceano Indico,
mas depois de algu-mas análises, foi confirma-
do que os destroços não pertencia ao Boeing
777 da Malaysia Airlines.
Aos parentes, nada mais pode ser confirmado
sobre o incidente com
o Boeing, uma vez
que ainda estão sen-
do feitas buscas por
sobreviventes e até
mesmo destroços, nos
possíveis locais da
queda e, até agora,
nada. Continua esse
grande mistério.
Caso parecido
Em 1979, um avião da Varig per-
deu contato com pouco depois
de decolar, indo do Japão para
Los Angeles, seus destroços
nunca foram encontrados.
24
PROTESTOS E CRISE NA
VENEZUELA
Por: João Antônio Poli
O s protestos que estão ocorrendo na
Venezuela nos últimos meses estão
inseridos em um contexto amplo de manifesta-
ções que iniciaram em janeiro e continuam até
o momento. Segundo os manifestantes, o mo-
vimento representa a insatisfação com as viola-
ções de direitos humanos, altos níveis de crimi-
nalidade e escassez crônica de produtos bási-
cos. Os índices de inflação chegaram aos
56,2% em 2013. De acordo com o presidente
Maduro, o que está acontecendo é o resultado
de uma “guerra econômica” contra seu gover-
no.
Em 2013, após a estreita e acirrada vitória de
Nicolás Maduro na eleição presidencial, grupos
opositores, principalmente os ligados a Henri-
que Capriles foram às ruas protestar contra o
presidente recém-eleito, pedindo que os votos
fossem recontados. Na
ocasião, as manifesta-
ções deixaram oito mor-
tos, dentre eles opositores e simpatizantes do
governo.
No início de fevereiro, uma ala radical da coali-
zão Mesa da unidade Democrática (MUD - con-
trária a maduro), encabeçada pelos opositores
Antônio Ledesma, Maria Machado e Leopoldo
López incorporaram-se às manifestações de
estudantes venezuelanos que protestavam
contra a falta de segurança nas universidades
e exigiram “La Salida” de Maduro do poder.
12 de Fevereiro
Na data da comemoração do Dia da Juventude
no país, os protestos que até então estavam
ocorrendo como fatos isolados, atingiram um
novo patamar. As manifestações a favor e con-
tra o governo terminaram com um saldo de três
mortos após confrontos muito violentos nas ru-
as. Duas pessoas foram atingidas por tiros em
Caracas e morreram.
Diante destes acontecimentos, o governo e a
oposição trocaram acusações. Representantes
de Maduro culpam “grupo Fascistas” de esta-
rem infiltrados nos protestos opositores. Entre-
tanto estes culpam militantes pró-governo ar-
mados, de atacar seus protestos.
Economia decadente e Violência Urbana
Os problemas econômicos e a forte violência
urbana provocam insatisfação em inúmeros se-
tores da sociedade, e vem sendo usados como
instrumentos políticos. O país apresentou em
25
O país apresentou em 2013 uma inflação que
chegou entre 53,4 a 56,2%,existe também forte
escassez de alimentos básicos como feijão, ar-
roz, leite e produtos de higiene.Somando isso
tudo também há os diários apagões de Energia
Elétrica.
De acordo com a ONG do Observatório de Vio-
lência Venezuelano (OVV), o país encerrou
2013 com uma taxa de 24.763 mortes violen-
tas, o que equivale a 79 mortos para cada 100
mil habitantes, uma das piores taxas do mundo.
Manifestantes
Em geral, os participantes dos protestos vêm
de setores insatisfeitos da sociedade, com as
políticas econômicas e de segurança pública
do governo atual.
Em sua maioria são estudantes universitários e
da classe média, que vem sido afetados pelas
falsas políticas populistas de Maduro. Apesar
de oposição,nem todos são radicais como o
MUD.
Existe também uma ala moderada, comandada
por Henrique Capriles, é totalmente contra o
governo, porém não é a favor dos protestos vi-
olentos.
Leopoldo López
Fundador do partido Voluntad Publica, e aliado
ao radical MUD,é o principal líder da oposição
e vem colocando em xeque o governo chavista
de Maduro com seu tom político e ativista con-
tra o totalitarismo do governo.
Os protestos na Venezuela vêm se tornando
cada dia mais expressivos e importantes,visto
que a população está em grande parte insatis-
feita com um governo que vem se mostrando
incapaz de solucionar os problemas do país,em
meio a um cenário de violência e de instabilida-
de econômica,consequências de um passado
recente semi ditatorial.
26
O Espaço de Érico Veríssimo
na Literatura Gaúcha
Por Yuri Rodrigues
O escritor Érico Veríssimo foi,
em 1941, para os E.U.A. em
missão cultural, lecionar literatura Brasileira na
universidade Berkeley. Em 1953, ocupou o
posto de diretor do departamento de assuntos
culturais da universidade Pan-Americana, seus
registros está descritos em “Gato preto em
campo de neve” e a “Volta do Galo preto”.
Em 1969 a casa onde nasceu foi trans-
formada em museu, a obra Música ao Longe
recebeu o prêmio Machado de Assis, e Cami-
nhos Cruzados, recebeu o prêmio Graça Ara-
nha. Em 1973 escreveu a trilogia da sua auto-
biografia (Solo de Clarineta) mas não comple-
tou o segundo volume.
A obra mais importante do autor é a trilo-
gia: O Tempo e o Vento, obra em que Érico
Veríssimo retrata 200 anos da história do Rio
Grande do Sul. Esta obra é muito ampla e
aborda diversas temáticas ao longo dos anos.
Os estudiosos definem a produção em
três fases que, apesar de serem divididas por
tempo, poderiam facilmente ser repensadas
quanto aos temas tratados.
Nas primeiras narrativas de Veríssimo,
entre 1930 e 1955, pode ser identificada sua
preocupação com a crise moral e espiritual que
o homem e a sociedade da época viviam. A
segunda fase de sua produção literária busca
investigar a relação entre o presente degrada-
do por crises e revoluções e o passado históri-
co marcado pelo heroísmo do povo gaúcho na
defesa de seu território.
AS FASES LITERÁRIAS DE
ÉRICO VERISSIMO
27
Assim como outros autores da segunda fase do Modernismo, Erico Verissimo se preocu-
pou com os problemas sociais de sua região natal, o Rio Grande do Sul. Desta forma, é possível
enxergar na trilogia de O tempo e o Vento, composta por, O continente (1949), O Retrato (1951)
e O Arquipélago (1961), retratos de uma região rica, bem diferente do Nordeste árido. A maior
diferença da obra está na ocupação do território. Até a última parte da trilogia, o estado do Rio
Grande do Sul ainda não estava totalmente povoado. Assim, a obra de Veríssimo retrata a for-
mação da sociedade gaúcha. Em geral, o autor procura ressaltar a importância do elemento hu-
mano como parte da formação de um povo.
Diferente dos autores contemporâneos, os romances de Veríssimo se preocupam com o
comportamento coletivo e com a reflexão sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade; entre
o individual e o coletivo. A trilogia é considerada a sua obra-prima.
Já a terceira fase da produção literária é caracterizada pela ênfase a temas políticos como
em O senhor embaixador (1965), O prisioneiro (1967) e Incidente em Antares (1971).
Em 1994, a Rede Globo fez uma
minissérie inspirada no livro de
Érico.
Em 2013, este em cartaz o filme O
Tempo e o Vento inspirado na
obra homônima de Veríssimo.
28
Um pouco de
Simbolismo
Por Bárbara Schilling
O Simbolismo é um movimento
literário que surgiu no final do
século XIX na França. Ele foi inicialmente cha-
mado de Decadentismo, A denominação de de-
cadentismo sur-
giu como um ter-
mo depreciativo
e irônico empre-
gado pela crítica
acadêmica, mas
terminou sendo
adotada pelos
próprios partici-
pantes do movi-
mento. O movi-
mento representava uma ruptura com a menta-
lidade do naturalismo, buscando redimensionar
a subjetividade, a imaginação, desvendar o
subconsciente e o inconsciente nas relações
transcendentes do homem consigo mesmo e
com o mundo. Representa uma crise nos valo-
res tracionais da sociedade burguesa da época
e inicia a criação de novas propostas estéticas
que seriam utilizadas na modernidade. Teve
sua origem da obra de Charles Baudelaire cha-
mada As Flores do Mal, publicada em 1857.
Charles Baudelaire nasceu em Paris em
1821. Depois de uma infância conturbada, pu-
blica a obra “As Flores do Mal” contendo 100
de seus poemas. Por causa da obra, o autor é
acusado pela justiça
francesa de ultrajar a
moral pública.e todos os exemplares do livro
são confiscados. Essa censura deve-se apenas
a seis poemas do livro que é marcado pelo tom
sombrio, com textos que trazem como tema a
luxúria, a morte, a volúpia, a imundície etc..
Aceitando a censura, Baudelaire escreve ou-
tros seis poemas pra substituir os censurados.
O movimento Simbolista tende a “Forma
da Música” (poesia repetindo fonemas e combi-
nando rimas). O descritivismo parnasiano é
abandonado para buscar uma revitalização do
gênero lírico, reinventando palavra após pala-
vra. Acreditavam
que a verdadeira
poesia consistia
em insinuar e su-
gerir, não desig-
nando as coisas
por seus nomes
comuns. Inicial-
mente tinham co-
mo objetivo tradu-
zir as ideias para
uma linguagem simbólica, depois se converte a
uma negativa para a possibilidade de comuni-
cação lógica. Os principais poetas dessa cor-
rente literária foram: Charles Baudelaire, Paul
Verlaine, Arthur Rimbaud e Stéphane Mallar-
mé.
29
Em 1884, Paul Verlaine publica “Os Po-
etas Malditos”, enfatizando poetas simbolistas
como Rimbaud, Baudelaire e Mallarmé. Eles
eram a síntese do artista boêmio e decadente,
e criticavam profundamente a sociedade do
seu tempo. A sociedade era indiferente a eles,
pois eles eram difíceis de se entender. Isso os
levou a serem nomeados como poetas amaldi-
çoados. Essa maldição cresceu tanto que pare-
ceu ser tão moral e espiritual quanto social,
contribuindo para a imagem de que para ser
um verdadeiro artista, deve-se sofrer agonias
de gênio.
O simbolismo no Brasil teve inicio com a
publicação de duas obras de Cruz e Sousa:
Missal (prosa) e Broquéis (poesia), e teve força
no país até 1920 com o começo do movimento
modernista. Os principais autores do movimen-
to foram Cruz e Sousa, e Alphonsus de Guima-
raens.
Destes dois, o principal escritor do sim-
bolismo no Brasil foi Cruz e Sousa. Nasceu em
Nossa do Desterro, atual Florianópolis, filho de
ex-escravos desde pequeno recebeu a tutela e
educação refinada de seu ex-senhor, Marechal
Guilherme da Sousa. A mulher do Marechal
não tinha filhos então passou a proteger e cui-
dar da educação de João da Cruz. Ele adota o
sobrenome do Marechal Guilherme de Sousa,
tornando-se João da Cruz e Sousa.
Cruz e Sousa teve que enfrentar o pre-
conceito racial contra os negros, que era muito
mais evidente do que é agora. Em 1893 publi-
cou as obras que são consideradas o marco
inicial do Simbolismo brasileiro. Entre suas
obras podemos citar O Livro Derradeiro de
1961, Tropos e Fanfarras, de 1885 (feito em
colaboração com Virgílio Várzea), e “Outras
Evocações” de 1961. João da Cruz e Souza
faleceu em 1898, vítima de um caso grave de
tuberculose.
Antífona
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras
Formas do Amor, constelarmante puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas ...
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
Visões, salmos e cânticos serenos,
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...
30
Porto Cultura
Por Gabrielle Martini
Laura Faneze
P ara quem gosta de fotografia,
de 13 até
12 de maio, na Usina do
Gasômetro haverá a expo-
sição “Genesis” do fotó-
grafo brasileiro Sebastião
Salgado. Fotos em preto e
branco apresentando te-
mas de debates sociais co-
mo animais, tribos e dife-
rentes lugares do mundo
são o foco do novo traba-
lho de Sebastião. A exposi-
ção, que acabou ocupando
oito anos da carreira de
Salgado, compondo 245
imagens capturadas nos
cantos mais selvagens do planeta e tendo co-
mo curadora sua esposa Lélia Wanick (com
quem criou a “Amazonas Imagens” uma agência
de imprensa fotografia que trabalha exclusiva-
mente sua produção e obra) mostra um novo
olhar sobre o mundo através das lentes de uma
câmera.
Tamanho o reconhecimento, o fotógrafo
foi convidado a ser ministrante da Aula Magna
2014 na UFRGS. A faculdade terá o privilégio
de ter externamente em seu Campus Centro,
obras de Salgado que permaneceram até o
mesmo período que a exposição na Usina do
Gasômetro. Mostrando mais importância ainda,
Salgado é ganhador de
diversos prêmios relaci-
onados a fotografia, como o prêmio Eugene
Smith de Fotografia Humanitária e o prêmio
Unesco categoria cultura no Brasil.
O trabalho começou em 2004, onde o foto-
grafo passou por mais de 30 países, abrangendo
expedições que necessitavam de muita caminha-
da, uso de helicópteros e até Canoas.
A foto ao lado representa uma experiên-
cia animal com uma baleia-
franca-austral na Argentina,
sobre ela Salgado conta “Ela
vinha, no início, com o bebezi-
nho dela, mas não se aproxi-
mava do barco. Depois, deva-
garzinho, foi se aproximando,
até o ponto em que ela vinha
ao barco e eu tocava nela co-
mo se fosse um cachorrinho.
(...) Ela é de uma sensibilida-
de extrema. Eu passava a
mão na face dela e via a pele
dela inteirinha tremer, até o
fim da cauda. (...) Ela às ve-
zes pegava a gente entre a cabeça e a cauda, e
eu não podia fotografar. A gente ficava dentro de-
la! Ficou amiga nossa”.
Quando criticado a respeito do patrocínio
da mineradora Vale, Salgado que tem grande
consciência social e contribui com organiza-
ções de causas humanitárias e preservação da
natureza, diz “A mudança não vai partir deles,
vai ser de todos nós”, referindo-se também aos
31
Seguindo a linha da sustentabilidade, a
Casa de Cultura Mário Quintana está de portas
abertas para receber doações de calçados para
manter o “Jardim de Reaproveitamento”. O proje-
to que tem como criador o biólogo Edgar Salla e
realizado por meio de uma ação ambiental, suge-
re a nós refletir sobre meio ambiente, recursos
naturais, consumo ex-
cessivo, resíduos ge-
rados, reciclagem e
reaproveitamento.
O biólogo afir-
ma “O seu andar vira
um jardim”, e os sapa-
tos usados que foram
renomeados de “vasos
sustentáveis” são
transformados em flo-
reiras e assim contri-
buem para uma Porto
Alegre melhor.
Para quem
quer outra opção Mari-
za Dias, atual referên-
cia para ilustradores,
lança seu mais novo
livro e sua nova expo-
sição. De origem guatemalense e filha de diplo-
mata, Mariza já morou em diversos lugares do
mundo como Roma, Paris e Bagdá.
Com fama de doidona e traços arrojados,
Mariza faz arte com o cotidiano e noticioso, im-
presso em jornais, todas para serem aproveitadas
da melhor maneira, fazendo com que os leitores
se prendam às suas reflexões sobre história, que
ao mesmo tempo criam uma nova. Suas ilustra-
ções sempre foram além do nanquim, sendo a
primeira a utilizar a Xerox para retratar texturas e
objetos como tecidos e guardanapos.
A exposição abriu em março e vai ate dia
quatro de maio, com entrada franca, e ocorre no
Museu do Trabalho, na rua Andradas, 230, centro
da cidade. As ilustrações foram expostas pela Fo-
lha de São Paulo e conta com trabalhos inéditos.
Seu livro “... E depois a Maluca Sou Eu”
traz 200 ilustrações publicadas desde 1977 até
2013, nas colunas de
Paulo Francis e Contar-
do Calligaris no principal
jornal de São Paulo. Ao
final do livro, há um de-
poimento ilustrado da
artista que foi escrito
durante sua primeira
internação pelo uso de
drogas, em 2001, repre-
sentando sua dor e hu-
mor perante a vida. So-
bre seu livro, ela tam-
bém fala “Sempre quis
ver tudo reunido, por-
que você acaba per-
dendo a noção de con-
junto de seu próprio
trabalho quando vai
publicando e não vai
arquivando à vista”.
Parcialmente financiado por seus amigos
e em pré–venda no site Catarse, que funciona
como uma espécie de “vaquinha” online para
bancar o restante, esforços não são medidos
para mostrar a todos seu trabalho, que ainda é
moderno, contemporâneo e visceral. Seu traba-
lho não envelhece e continua buscando novos
rumos para a expressão gráfica. Livro indispen-
sável na estande de jornalistas, artistas gráfi-
cos e de todos que
amam desenho.
32
Festival de Curtas
La Salle São João
Por: Caroline Correa
J á não é segredo nenhum que o La Salle
São João está sempre inovando em novos
projetos, para acrescentar na lista de
“inovações” que o colégio propõe, os professo-
res Carlos Ely, de história, e Douglas Justen,
de Filosofia, decidiram apresentar mais um pro-
jeto incrível. Para a nossa surpresa, será um
Festival de Cinema, produzidos em curta me-
tragem de 5 a 15 minutos com os temas de fic-
ção, documentário e animação. Produzir seu
próprio curta seria inédito, não? Como a escola
deu a liberdade de
botarem essa ideia
em prática, eles nem
pensaram duas ve-
zes em já darem iní-
cio ao projeto. Além
do mais, seremos
premiados não só
com troféus, mas
também teremos di-
reito a notas bônus
e entrada em tapete vermelho. Já pensaram
sobre como seria ter a experiência de viver um
quase Oscar? A ideia é trazerem jurados espe-
cializados, como Tabajara Ruas, documentaris-
tas, jornalistas e até professores da PUCRS. E
para acabar com tanta expectativa, tivemos
uma entrevista exclusiva (nada impossível) pa-
ra sabermos mais sobre esses curtas.
De onde surgiu a ideia?
Pensamos no projeto como um mecanismo pa-
ra vocês poderem se expressar. Vocês tem vá-
rias maneiras de dizerem o que pensam aqui
no colégio, mas o projeto de curta seria inova-
dor, é algo que o Carlos já desenvolveu em ou-
tros colégios e eu
(Douglas) também estou
desenvolvendo nas escolas onde trabalho. É
uma coisa que dá certo, que os alunos gostam.
É legal, imagina, tu criar um roteiro, produzir
um filme e ser responsável por isso.
Como botaram em prática e qual a reação
do colégio?
O projeto foi muito bem aceito pelo colé-
gio. Conversamos com o setor pedagógi-
co e a direção e eles ainda reforçaram
que iriam investir, nos apoiarem, que seria
um projeto novo, até porque os objetivos
do colégio é sempre a renovação, então
foi essencial termos a escola como uma
base de apoio. O curta será separado em
etapas:
Sinopse – trechinho sobre o que se trata o
filme, tema principal;
Roteiro – para um curta de 15 minutos, é
basicamente de quatro a cinco páginas,
levando em consi-
deração a impor-
tância de coerên-
cia entre o curta e
o roteiro;
Banner – um
banner legal para
chamar a aten-
ção, tendo uma
página inicial com
os banners cria-
dos por vocês;
Design de capa – salvo em dvd, é impor-
tante ter uma capa, como um folhetinho,
para entregarmos aos convidados;
Produção do filme – o básico e mais im-
portante, afinal de contas, não haverá cur-
ta sem uma produção.
A ideia é que os curtas fiquem no departamen-
to de mídia da biblioteca, como por exemplo,
um professor querer trabalhar em um tema es-
pecífico, então eles podem utilizar o material
que vocês produziram. O colégio é muito par-
ceiro, ele é bem enfático, entao ele vai nos aju-
dar no que puder. Se quisermos buscar algo a
mais, isso é por nossa conta.
33
Qual a importância do projeto?
Além da questão da nota, dos troféus, certifica-
dos e os acréscimos que o La Salle disponibili-
zará, o que nós queremos é que vocês possam
aprender com isso, se descobrirem. Daqui a
pouco vocês percebem que em vez de escolhe-
rem uma certa faculdade, acabam gostando e
ficando pela parte de cinema, jornalismo, rádio
e TV, apenas um exemplo. Quem sabe alguns
acabam tomando gosto por isso e seguindo es-
sa ideia. Queremos que tirem algo proveitoso
disso, que os curtas passem uma mensagem
significativa para cada um que estiver assistindo
e também para os que gravaram.
O maior desafio para o planejamento e realiza-
ção do Festival ainda há por vir! Nosso maior
desafio é fazer os alunos comprarem a ideia, o
resto é relativamente fácil, pois nós podemos
montar. Afinal, não depende só de nós, pode-
mos ter o melhor planejamento de curta metra-
gem do mundo, se nós chegarmos e a galera do
ensino médio nao comprar a ideia, não sai festi-
val nenhum.
Quais são os critérios?
Terá uma série de critérios, lembrando que não
pode haver palavrão e os temas são livres. É
legal que seja como uma ótica social, onde pos-
sam passar algumas imagens boas com isso,
um fundamento. Não podem aparecer imagens
de empresas e propagandas. Temos como ideia
fazer uma abertura, aparecendo todas as curtas
metragens, inclusive do colégio Mãe de Deus
(Zona Sul) que por sinal venceram o Festival de
Guaíba, e o colégio onde o Carlos trabalhava
(Glória), para terem uma base mais ou menos.
Serão exibidos todos os curtas criados, claro
que apenas os que se encaixam nos padrões
de critérios propostos. A qualidade da gravação
e áudio, caso o som não for muito bom, nós não
iremos mandar vocês refazerem todo o curta,
mas vamos pedir para porem legenda, entao é
trabalho a mais. O figurino e o cenário vocês
terão liberdade para filmarem onde quiserem.
Durante a apresentação no Festival, serão elei-
tos os melhores curtas, de 1º até 3º lugar. Mes-
mo ainda não decretado, é capaz de serem até
15 pessoas no grupo para a gravação, podendo
incluir pessoas de fora e até mesmo as outras
turmas, já que é um trabalho de Ensino Médio.
Quais são as avaliações de filmagem?
Como por exemplo “Ah vamos fazer um curta
como Game of Thrones” não, nós queremos ori-
ginalidade e criatividade, vocês criam o roteiro,
claro que tem direito de pegarem algumas idei-
as de outros filmes, mas adaptados para serem
uma coisa de vocês. É preciso que seja uma
coisa nova, que tenha clareza das ideias, que
assista o curta e se entenda a história, que pas-
se uma mensagem e seja interessante.
O que esse projeto significa para vocês?
Isso é um sonho da gente, existem milhares de
festivais acontecedo no brasil inteiro, Festival de
Porto Alegre, Festival de Brasilia e até mesmo
um dos mais conhecidos, como o Festival de
Santos. Hoje em dia é muito mais prático se ins-
crever, já não é preciso por em cds ou pen dri-
ves, é simplesmente entrar no site e cadastrar
todos os detalhes do teu curta, tu joga no youtu-
be e manda pra eles. Caso o curta de vocês se-
ja indicado, vocês são convidados a participar
da noite do festival. O curta é um trabalho pra-
zeroso de ser feito, é uma coisa boa para se fa-
zer, são várias horas de filmagem para aqueles
15 minutos valerem a pena, uma obra que vo-
cês mesmos estarão criando.
E então galerinha, o que acharam? Estão ansio-
sos? É importante ressaltar que no dia das
apresentações dos curtas, vocês estejam vesti-
dos socialmente, não ousem chegar com tênis
esportivos e não é necessário exagerarem nos
vestidos. Para a sorte das meninas, não exigem
os longos (ufa). Os recursos serão responsabili-
dade nossa, mas eu garanto que os professores
não negarão uma pequena ajudinha para nós. E
sabem o mais legal? Os professores Carlos e o
Douglas também fizeram parte da criação dos
curtas, tivemos em primeira mão a revelação
sobre um dos cenários das filmagens, o que se-
rá que eles estavam fazendo no Parque Eólico
de Osório? Agora é só esperar para ver.
34
Turismo da cannabis
Por: Bárbara Arias
A Holanda é famosa pela sua tole-rância às drogas leves que, se-
gundo alguns estudiosos, representam riscos menos significativos à saúde pública, dentre elas, encontram-se os derivados da cannabis.
Mas como a droga chegou aos Países Baixos? Logo após a Segunda Guerra Mundial, através dos soldados, a maconha atingiu o lo-cal, porém seu consumo era restrito a grupos reduzidos, isso até o início dos anos 60, aproxi-madamente.
Logo depois apareceram os Provos, grupo de pessoas motivadas a importunar as auto-ridades. Uma maneira de provo-car era portando folhas secas, e como a polícia ainda não possu-ía muito conhecimento sobre a erva, acreditavam fosse mariju-ana, punindo equivocadamente as pessoas.
Então, no começo dos anos 70, o gover-no realizou estudos sobre a droga, e dois rela-tórios (Baan e Cohen) propuseram a legaliza-ção dos derivados da cannabis, contudo as au-toridades acreditavam que não seria plausível por conta dos tratados internacionais e das perspectivas dos demais países europeus.
Finalmente, em 1978, o governo fez a distinção entre drogas leves e drogas pesadas, fazendo parte do primeiro grupo: as pílulas pa-ra dormir, tranquilizantes, cogumelos mágicos e a cannabis. Desde então, a utilização da ma-conha deixou de ser vista como uma ofensa e a venda de pequenas quantidades passou a ser tolerada, fazendo com que o mercado negro se reduzisse drasticamente.
Com a tolerância da maconha, a moda dos Coffeeshops (local onde o negócio central é o comércio de maconha) na Holanda foi cres-cendo, tendo o ápice nos últimos anos.. Como o consumo da erva e seus adjacentes não é legal, existem algumas regras específicas e fis-calizadas pelas autoridades.
O único local em que é permitida a ven-da da droga são os coffeeshops, além disso, o estabelecimento não pode vender mais de 5g
de maconha para o mesmo cliente por dia. Somente maiores de 18
anos podem frequentar o ambiente e adquirir os produtos que se originam da cannabis. Álco-ol, cigarros de tabaco e drogas pesadas (como cocaína, ecstasy, LSD, heroína e etc.) não po-dem ser comercializados e consumidos nestes locais. Também é proibido qualquer tipo de pu-blicidade utilizada para atrais pessoas até os coffeeshops.
A entrada de turistas em coffeeshops é liberada, porém em 2012 o governo holandês queria fazer com que o consumo da maconha no país fosse acessível somente aos residen-tes da Holanda. O objetivo era fazer com que diminuísse o “turismo da droga”, feito por turis-tas do mundo inteiro que vão até a Holanda com o a intenção de consumir entorpecentes e acabam trazendo transtornos
(engarrafamentos, algazarras, imenso barulho e etc.).
Contudo, seis meses após de lançada, a lei fora revogada tra-zendo alivio para os proprietá-rios de coffeeshops. O governo permitiu que cada cidade deci-disse se a entrada de turistas seria ou não liberada nos locais.
Produtos feitos a partir da cannabis.
O país possui com cerca de 670 cof-feeshops espalhados pelo seu território. No ano de 2013, a Holanda recebeu mais de 12,7 mi-lhões de turistas, aonde cerca de 35% tinham o intuito de ir aos coffeeshops.
Além desses estabelecimentos, o país conta com o Museu da Maconha&Hashish, que mostra a história da erva, rituais, uso medicinal, entre outras coisas, e a Universidade da Maco-nha, onde é ensinado as técnicas de cultivo.
Universidade da Maconha
Mas mesmo tendo como atração princi-pal a maconha e os estabelecimentos para o consumo, apenas 25% dos municípios holan-deses possuem coffeeshops.
35
Violência nos Estádios, uma vergonha para nós!
Por: Juliano Prauchner
Anderson Barrey
O futebol é o esporte mais difundido e
praticado no Brasil, é considerado
uma paixão nacional e é o maior fenômeno so-
cial dos últimos anos, pois ocupa grande parte
das pautas esporti-
vas no rádio, na tele-
visão, nos veículos
impressos e, mais
recentemente, na in-
ternet.
Ao longo de
mais de 100 anos de
história no país, o
futebol foi ganhando
cada vez mais espa-
ço. Atualmente, é im-
possível compreen-
der este esporte sem
contextualizá-lo, pois ele agrega fatores como
cultura, política e economia. Porém uma inqui-
etação vem incomodando todo torcedor fanáti-
co por futebol, o caso da violência cada vez
mais presente nos estádios, esse fato tem afas-
tado os torcedores dos estádios, muitos aca-
bam optando por assistir ao jogo em casa dis-
tante da violência.
O futebol como meio de expressão de identi-
dade nacional tornou-se tema comum de en-
saio e pesquisa no que se refere à canalização
de algumas formas de agressividade que ocor-
rem em um jogo de futebol, não precisamente
dentro de campo, mas em todo o estádio, so-
bretudo nas arquibancadas.
Os hooligans são torcedores que colocam a
violência lado a lado com a paixão pelo seu clu-
be, essa onda de vandalismo começou em
1960 na Inglaterra, e agora se expande cada
vez mais por países como: Rússia, Itália, Ho-
landa, Polônia e Brasil. As torcidas dos times
mais envolvidos são: Chelsea, West Ham e Mil-
lwall da Inglaterra, Milan, Lazio e Internacionale
da Itália, Zenit e Spartak Moscow da Rússia,
FC Den Haag e Ajax da Holanda, Grêmio e
Palmeiras do Brasil. Esses torcedores têm co-
mo princípio defender seu time na arquibanca-
da, enfrentam torcedores adversários e até
mesmo a policia dentro e fora dos estádios,
tendo a violência como fator único.
No momento em que uma pessoa participa de
uma torcida organizada, ela se expõe a situa-
ções de diversas emoções, muitas vezes repri-
mida pelo meio social do cotidiano. Desta for-
ma, é diante da tor-
cida que essa pes-
soa demonstra sua
identidade e come-
ça a manifestar e
agir de maneira
que não faria isola-
damente colocando
para fora todo sen-
timento de impotên-
cia e frustração
pessoal, que foram
diluídas no coletivo
das arquibancadas.
Sobre esse aspec-
to, o futebol apresenta dimensões positivas li-
gadas ao espetáculo a motivação e a alegria de
várias pessoas, porém o mesmo tem trazido a
violência, em que parte integrante dos noticiá-
rios esportivos vem mostrando que, tanto no
campo, entre os jogadores, quanto na arqui-
bancada, entre os torcedores, vem ocorrendo
um índice alto de violência.
A violência exacerbada dos torcedores, por sua
vez, não poderia ser entendida de forma sim-
plista, uma vez que está presente a manifesta-
ção de alguns marginais. Essa violência consti-
tui a expressão da sociedade brasileira por
muitas vezes reprimidas em outras ocasiões.
Nesse sentido, eis a seguinte questão: O que
está acontecendo que tem gerado tanta violên-
cia estádios de futebol?
36
O historiador Nicolau Sevcenko comenta o mo-
tivo dessa paixão pelo futebol:
‘’... Parte da explicação esta nas cidades, parte
no próprio futebol. A extraordinária expansão
das cidades se deu a partir da Revolução Cien-
tífico-Tecnológica, pela multiplicação acelerada
da massa trabalhadora que acorreu em suces-
sivas e gigantescas ondas migratórias. Nas
metrópoles assim surgidas, ninguém tinha raí-
zes ou tradições. Na busca de novos traços de
solidariedade coletiva, de novas bases emocio-
nais de coesão que substituíssem as comuni-
dades, essas pessoas se vêem atraídas, dra-
gadas para a paixão futebolística que emana
estranhos, os faz comungarem ideais, objetivos
e sonhos, consolidando famílias vestindo as
mesmas cores...’’ (SEVCENKO apud LIMA,
2002, p. 7).
A violência é inerente ao futebol desde o seu
período primitivo. Por se tratar de um jogo com
muito contato físico, gerando agressões entre
atletas, o torcedor, espectador que considera o
jogador de seu time ‘ídolo’ pode se contagiar
com um possível ato de violência dentro de
campo ocorrido no campo e repetir nas arqui-
bancadas. Os torcedores brigam ‘’ para con-
quistar uma espécie de ‘domínio’ sobre o torce-
dor adversário’’.
Como o futebol não pode ser retirado do seu
contexto, pois perderia o sentido, a violência
nos estádios é reflexo da falência do sistema
de segurança nacional. A polícia é mal-
remunerada e equipada.
37
Tivemos um caso grave e marcante em um jogo
clássico entre Grêmio e Internacional pela 14ª
rodada do Campeonato Brasileiro no ano de
2006, em que torcedores da ‘’Geral do Grêmio’’
queimaram banheiros químicos e invadiram o
espaço destinado aos torcedores do Internacio-
nal, causando diversos confrontos com a policia
e torcedores adversários, repercutindo negativa-
mente por todo território nacional. Percebe-se
que são 400, 500 torcedores, que já vão dispos-
tos ao estádio para tumultuar e tirar o foco do
espetáculo, atos de puro vandalismo são co-
muns causando muito trabalho a polícia. A cate-
goria engloba títulos que possuem como
característica o resultado da violência no
Gre-Nal como as prováveis punições apli-
cadas aos infratores e a repercussão do
fato.
A violência envolvendo o futebol tem re-
cebido cada vez mais atenção dos profis-
sionais, dirigentes e autoridades. Estes
episódios ocorrem em momentos isola-
dos, não fazem parte do cotidiano futebo-
lístico. Porém quando ocorrem não de-
vem ser ignorados. O futebol brasileiro,
nos últimos anos, passou a preocupar-se
com a modernização, seja na infraestrutu-
ra ou na legislação para torcedores e pro-
fissionais envolvidos. O Estatuto do Tor-
cedor apresenta algumas medidas relati-
vas a segurança dos envolvidos numa
partida de futebol, mas até o momento,
não foi criada nenhuma legislação especifica
para punir torcedores envolvidos em atos de vi-
olência. A mídia exerce um papel importante no
futebol. A grande parte das receitas dos clubes
brasileiros vem das cotas pagas pelas emisso-
ras de televisão.
O futebol brasileiro tem que ser encarado com
mais profissionalismo pelas instituições organi-
zativas, tendo que a violência nos estádios pas-
sou a ser considerada um problema social, uma
vez que tomou uma enorme proporção e um
grande incomodo aos interesses em torno do
evento esportivo.
38
Entrevista com
Gabriela Dias
F ormada no grupo de 2013, a nossa ex-
aluna, Gabriela Dias, sempre fez o tipo
exemplar! Cumpria com seus deveres com to-
tal responsabilidade e empenho. Para sua sur-
presa (e nem tanto para seus professores),
Gabriela passou no seu primeiro vestibular, no
curso de jornalismo. A UFRGS é a 4º melhor
universidade do Brasil, perdendo para a USP
(1º), UFRJ (2º) e UFMG (3º). A tão cobiçada
vaga, finalmente, foi conquistada! Enchendo
sua família e professores de orgulho, essa foi
uma oportunidade perfeita de conversarmos
com Gabriela, e assim, perguntar como
foi sua caminhada até a universidade. Em
uma conversa bem dinâmica, com a lasallista,
perguntas foram selecionadas , e como de es-
perado, respondidas com convicção e espon-
taneidade.
Anderson: Gabriela, qual foi a sensação dela
ao saber que teria passado no vestibular?
39
Gabriela: Inicialmente, eu não acreditei que
teria, de fato, passado na UFRGS. Foi meu pai
quem me deu a notícia, então, pensei que ele
houvesse lido errado, ou algo do tipo. Depois,
quando percebi que não havia engano, fiquei
feliz e aliviada por ter atingido meu objetivo.
Anderson: Todos sabem que entrar em uma
instituição de ensino renomada como a Univer-
sidade Federal do Rio Grande do Sul não é na-
da fácil. O que mudou em sua rotina de estu-
dos e quando começou a realmente focar no
vestibular?
Gabriela: Como minhas aulas começarão só
em agosto, estou em uma rotina tranquila e
sem aulas. Me foquei no vestibular desde mar-
ço de 2013, quando comecei o 3º ano, mas
sempre fui estudiosa. Acredito que o estudo
que me permitiu ser aprovada tenha sido o con-
junto de conhecimentos que adquiri na escola e
na vida também!
Anderson : Por favor, Gabriela, podes dar al-
gumas dicas para os próximos "guerreiros" que
estão se preparando para o vestibular?
Gabriela: Não deixem para estudar só para as
provas, estudem diariamente, e aproveitem as
aulas, vocês têm excelentes professores. Boa
sorte.
40
12 Anos de Escravidão: será ape-
nas mais um filme a tratar da es-
cravidão?
Por: Nicole Rech
D iante de toda a obra apresentada, é
percebível a quebra de tabus, cria-
dos pela comunidade, em relação ao racismo. A
história chocante de um homem negro que já
estava livre, mas mesmo assim teve sua vida
corrompida pelas mal-
dades causadas por
homens sem coração, emocionou aqueles
que assistiram ao longa.
Descrevendo o filme em poucas palavras,
diria que, além de ser inspirador e realista, é
uma história que tem a capacidade de nos
fazer chorar, indignar e fazer refletir sobre
um período da história em que a escravidão
e sua crueldade dominavam uma época que
não é bom lembrar.
O filme 12 Anos de Escravidão conta a his-
tória de um homem negro livre, pai de famí-
lia, musico e letrado, Solomon Northup, que
vive em Nova Iorque e após aceitar uma
proposta de trabalho em Washington, é reti-
rado inesperadamente de seu universo, sen-
do então acorrentado e torturado. Logo, So-
lomon é vendido como escravo no sul do pa-
ís (região pró-escravista) e passa 12 anos nas
mãos de dois senhores de escravo, Ford e
Edwin Epps, para então conquistar sua liberda-
de.
O longa é inspirado em uma real história, conta-
da na autobiografia de Solomon Northup “12
Anos de Escravidão”, que como muitos negros
sofreu com a dor da escravidão.
41
O filme foi dirigido por um afro-americano, Steve
McQueen e escrito por outro afro-americano,
John Ridley. Concorreu a 9 Oscars, e recebeu
3 deles: Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante
(Lupita Nyong’o) e Melhor Roteiro Adaptado.
Porém, conquistou as lágrimas e o coração de
todo o público, com a emocionante e chocante
história de um negro que sofreu injus-
tamente nas mãos da escravidão ame-
ricana.
Diferente de Django Livre, que tam-
bém conta a história de um escravo
negro, 12 anos de escravidão apre-
senta um lado totalmente real, onde
desde a primeira cena mostra um ca-
pataz ensinando aos escravos como
realizar o seu “trabalho” corretamente,
sem deixar de cantar uma alegre can-
ção.
O importante dessa obra cinematográ-
fica são os costumes deixados para trás e o
amadurecimento do modo de pensar da socie-
dade. Assim como é interessante relembrar do
passado vivido por negros escravizados, que
penaram durante muitos anos nas mãos de
pessoas que não tinham a capacidade de pen-
sar no bem da sociedade, e só queriam privile-
giar a si mesmos.