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Livro publicado pelo arquiteto em 2008 com projetos executados até 2007, em versão integral. Latest book of the architect in full version.
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proj
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Sylv
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Pode
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A carreira do Arquiteto Sylvio de Podest confunde-se no tempo com as inicia-tivas da Usiminas para desenvolver aplicaes de aos estruturais em nossa arquitetura.
Poucos profissionais acompanharam este processo desde seu incio e soube-ram to bem compreender o conceito difundido pela empresa nestes anos de trabalho: designar nos projetos as situaes mais adequadas a extrair do ao suas melhores caractersticas esttico-funcionais, colocando-as a servio das intenes do arquiteto no projeto.
Sylvio especificou, designou, estabeleceu: enfim, projetou e projeta transfor-mando as caractersticas do ao em vantagens para as obras ou em elementos fundamentais na definio de suas propostas arquitetnicas, no contexto em que se inserem, Os exemplos so muitos, desde projetos mais remotos, em co-autoria com olo Maia e J Vasconcelos, como a Escola de Timteo at outros mais recentes como as unidades padronizadas do Campus Pampulhinha em Tefilo Otoni e Campus Lagoa do Piau em Caratinga, passando pela proposta de Habitao Social vencedora do 3o PRMIO USIMINAS DE ARQUIT ETURA EM AO e vrios outros.
O ao e seus processos de transformao em perfis, estruturas, elementos de vedao, coberturas e revestimentos serve racionalidade construtiva e orga-nizacional das propostas de Sylvio de Podest sem conflitar com sua maneira nica de projetar, explorando formas e demais aspectos expressivos originais de seu trabalho.
O amadurecimento na definio de modulaes estruturais e construtivas da coordenao modular, e outros aspectos tcnicos to caros ao incremento da industrializao da construo civil so ntidos na sua obra e no impedem a construo de uma linguagem esttica original e criativa.
A USIMINAS sente-se honrada em apoiar esta publicao e ainda mais em ter seguido to de perto o desenvolvimento da obra de Sylvio de Podest, notvel em sua dedicao profissional arquitetura e na incluso de suas benesses ao desenvolvimento cultural do nosso ambiente construdo.
Marco Antnio Castello BrancoDiretor-Presidente da USIMINAS
fotografia: Dimas Guedes
O significado de um livro muitas vezesextrapola em muito o seu contedo.
Este, por exemplo, expe meus projetos sob o olhar carinhoso e gentil do Alenquer, Bahia e Cac atravs de seus textos, do meu filho Marcelo com sua afinada percepo grfica e sua sutil interpretao dos projetos. Estes, por sua vez, so acompanhados de alguns textos, ora tcnicos, ora ntimos e cheio de pequenas histrias que foram vistas e revistos pela Rita, filha querida. Podemos observar que nas fichas tcnicas sempre contei com a colaborao ou a parceria de vrios arquitetos e dentre eles meu tambm querido filho Pedro, no momento em Londres por sua conta e risco.Para ajuntar todas estas peas a coordenao da Gaby minha eterna companheira na AP.
Outros amigos perguntam como est indo o novo livro, quando sai? Outros ajudam no seu custeio e ainda tecem elogios numa forma graciosa de apoio. Outros, pai e mo, lembram que quando o livro sair de no esquecer o exemplar para que a biblioteca sobre o filho esteja sempre atual.
muito bom poder fazer mais um livro e poder agradecer.
Obrigado a todos.
Belo Horizonte, setembro de 2008
agra
deci
men
tos
[1992]
[1994]
[1998]
[1998]
[1998/99]
[2002]
[2002]
[2002]
[2003]
[2003/08]
[2003]
[2003/07]
[2004]
[2004]
[200 5/06]
[2006]
[2006]
[2006]
[2006]
[2006]
[2006]
[2006]
[2007]
[2007]
[2007]
[2007]
[2007/08]
Edifcio Direcional
Edifcio Premo
Casa Luis Carlos, Denise e meninos
Ita Power Center e ita Power Shopping
OuroShopping
Sede Grupo Corpo
Casa Luis Eduardo
Show Auto Mall
Habita Sampa
Campus Lagoa do Piau
Garagem Barcos
Campus Pampulhinha
UNISINOS
CRMMG
UFABC
CBTU [MetrBH]
Allegro Piano Bar
Casa Sydney e Karla
Casa John John
Memorial Chico Xavier
Museu do Avio
Grfica Rona
Mercado de Blumenau
Sede da CAPES
Teatro de Londrina
TRT
Casa Srgio, Maria Alice e meninos
18
24
30
36
42
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56
60
66
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170
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184
192
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na
198
230
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na
outros projetos
curriculo
pgi
na08.
10.
14.
[pretexto] arquitetura pode e est na mesa do bar
arquitetura e madureza
arquitetura de um recm-chegado
AP Cultural
Sylvio Emrich de Podest
coordenao geralGaby de Aragoprojeto grfico e diagramaoMarcelo Arago de Podestreviso de textosRita Arago de Podestimpresso e acabamentoRona Editora
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Trs arquitetos e amigos em uma mesa de bar -
frum dilatado de existncia e Arquitetura. Vendo
e irritado assim por gentes e seus lugares, fico
surpreendentemente contente com a arquitetice
que me faz lembrar de coisas nunca sabidas mas
que sempre estiveram dentro de mim, e de coisas
que irritam nossas discusses arquiteturais sobre a
vida, as pessoas e as prprias coisas, inclusive aqui
publicadas. Coisas desta vida e da outra que motivam
nossa responsabilidade de arquiteto e afetiva minha
sincera amizade por Sylvio Podest e Cac Brando.
Instigado por nossas conversas sobre Arquitetura,
algumas vezes irritadas pelos deslocamentos a que
nos obriga os amigos. Vendo e lendo neste livro:
este texto, esta casa, este mercado, este teatro,
este edifcio, esta universidade, este comrcio,
estes powers lugares, este memorial, este bar; coisas
destas pessoas e de outras - Luiz Carlos e Denise,
Chico Xavier, Corpo, Londrina, Piau, Blumenau... no
descrevo a arquitetura do Sylvio, entretanto aventuro-
me no pretexto de sua ao arquitetnica e no texto
do Cac que, para alm da profisso de arquitetos,
me instigam vida e outras arquiteturas celebradas,
inclusive rotineiramente no bar Via Cristina e no
carnaval de Ouro Preto. Somos muitas mesas de bar e
carnavais - estados de esprito possveis em qualquer
lugar, estabelecimento ou poca do ano, por se
tratar da tribuna do esprito livre pensar essncia
dos arquitetos e dos amigos. Neste pretexto, ou
melhor, nesta mesa de bar, imbudo deste estado de
esprito arquitetnico, convido generosos camaradas
arquitetos e filsofos, tambm irritados com a vida
comum, que aqui debrucem, reflitem e projetem
cotidianos outros - Rossi, Tschumi, Rapopport,
Gadamer, Merleau-Ponty, Cac Brando, Alicia Pena,
Altino Caldeira, Higina Bruzzi, Sylvio Podest... e eu,
que descubro nas discusses com eles, nesta mesa
ou em outro carnaval, que a Arquitetura no pode
ser constituda mas descrita e riscada - riscos de
vida. Realidade e pessoas. E trago tambm para esta
tribuna livre a discusso de que a Arquitetura : uma
manifestao absolutamente coletiva inseparvel da
[Pretexto] Arquitetura pode e est na mesa do bar
formao da civilizao, objeto permanente universal
necessrio onde edifcio dado real remetido
experincia concreta do sujeito no mundo, ambiente
propcio vida e intencionalidade esttica. Neste
sentido, difiro a Arquitetura de outras artes e
cincia por dar forma concreta sociedade, e ainda
estar intimamente relacionada natureza. Rossi,
um dos nossos camaradas de mesa, determina que
a arquitetura dos edifcios no representa mais que
um aspecto de uma realidade mais complexa de uma
estrutura particular, mas seria, ao mesmo tempo, o
dado ltimo verificvel dessa realidade mais concreta
- a cidade. Nesta perspectiva, considero e caracterizo,
da mesma maneira, os edifcios como fatos urbanos,
vida urbana e tempo urbano.
Debruo tambm sobre outras nossas irritadas
discusses, registradas neste livro e em outros
guardanapos, panos de mesa de bar e parangols de
carnavais, em que defendo a idia do edifcio como um
smbolo arquitetnico cuja funo de representao
no uma mera referncia instituio Arquitetura,
mas suplncia daquilo que lhe honrado. Desta forma,
recuo o edifcio Arquitetura, pois somente esta lhe
confere o carter de representao, porque no a
sua experincia ptrea que lhe confere significao,
pois esta condio fsica em si no tem significado,
mas exatamente na Arquitetura que se d o seu
significado. Abandono a idia de edifcio como um
signo artificial arquitetnico, mas o defino em seu
sentido para a memria, intento de conservao e
permanncia.
Procuro pelo discurso arquitetnico dos edifcios,
no somente pelo entendimento das transformaes
histricas, mas, em uma idia mais antropolgica,
quando busco o entendimento do processo de
interaes cotidianas da Arquitetura dentro do
ambiente cultural, no qual a prpria Arquitetura foi
criao e criatura. Num significado mais tradicional
do termo cultura - processo de transmisso de valores
de uma determinada sociedade num determinado
tempo. Observo que, recentemente, a palavra cultura
Cludio Listher Marques BahiaBelo Horizonte, 24 de setembro de 2008
apresenta um esgotamento de seu significado,
restringindo-se a uma discusso particular da
vida social como tambm no estado mental do
desenvolvimento de uma sociedade, concebida
como um modo vida cultivado,. Porm, a discusso
sobre a Arquitetura como fato cultural sempre foi
entre ns, uma forma de tomar conscincia do nosso
prprio destino, o que fez com que ela estivesse
intimamente associada discusso sobre a nossa
prpria identidade. E, assim. pelo processo cultural a
que a manifestao arquitetural est organicamente
ligada, procuro sempre a dilatao do termo cultura,
entendendo o edifcio como uma obra de arte quando
no representa apenas uma soluo esttica de
uma funo ou um uso arquitetnico, mas quando
configurado simultaneamente pela sua finalidade a
que deve servir e pelo lugar que deve ocupar no todo
de uma conjuntura espao-temporal. Observo tambm
que, em nossas irritadas discusses, relacionamos o
homem ao ambiente construdo considerando, por
exemplo, os edifcios como obras de Arquitetura
que fundamentam e organizam o tempo e espao
da existncia humana. Isto entendendo que a
Arquitetura no abortada das coisas, mas mediadora
da existncia e que nesta mesa de bar est confirmada
na ao do Sylvio e na argumentao do Cac.
Cac pode e est aqui.
Sylvio Podest. Aqui. Arquitetura
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O que preside a maioria dos projetos que se seguem
a compreenso do lugar e a instaurao de dilo-
gos entre ele e o objeto arquitetnico. Entenda-se
lugar no apenas como o stio fsico, mas tambm
como o contexto espacial, histrico e cultural que o
envolve ou que por ele sugerido.
H vrios modos de constituir-se esse dilogo. Um
contrapor-se ao existente e inaugurar o debate e
a assimetria at alcanarmos um acordo de ordem
mais elevada e complexa, como os que eu e meu
amigo Sylvio almejamos ao redor da mesa de um bar,
ao cair da tarde, seja para escapar da banalidade
dominante, seja para submeter prova as antigas
certezas nossas e de nossos interlocutores e ver
at que pontos elas resistem. Sobre este princpio
da contraposio fundaram-se as vanguardas e a
arquitetura moderna, como a obra de Niemeyer: o
Edifcio Niemeyer, o Hotel de Ouro Preto, as obras
de Diamantina, Braslia e Pampulha, so formas de
dizer no ao contexto pr-existente que encontra-
mos na Praa da Liberdade, na cidade colonial, no
Planalto Central e num funcionalismo estiolado em
resolues convencionais e carente de qualquer ima-
ginao. O ps-modernismo, enquanto conscincia
crtica do moderno e promovido pelo Sylvio e olo
Maia, dentre outros, recusou o no absoluto do mo-
dernismo e trouxe cena o dilogo com a tradio,
com o contexto, com o vernculo e com a cultura dos
lugares, como fundamentado em Jane Jacobs, Has-
san Fathy, Aldo Rossi e Carlos Nelson. A arquitetura
moderna tambm foi rica quando dialogava com a
cultura. Mas, para ela, esta cultura era a univer-
sal, uma vez que, aps as duas guerras mundiais, os
problemas colocados e suas solues tambm eram
universais, como o da habitao em larga escala, s
possvel de ser resolvido mediante o recurso pro-
duo industrial em srie.
Ambos os movimentos, moderno e ps-moderno,
fossilizaram-se quando suas arquiteturas deixaram
de tensionar-se no debate com a cultura, caram
num figurativismo irrelevante e num esteticismo es-
vaziado do propsito tico, humano, cultural e am-
biental que faz a arquitetura distinguir-se tanto do
mero alojamento quanto das belas artes, academi-
cistas ou de vanguarda. Infelizmente, este mesmo
esteticismo narcsico e pueril que domina grande
parte tanto das releituras minimalistas do moderno
quanto das extravagncias, inclusive no que se refe-
re aos custos, dos espetculos desconstrutivistas e
performticos de toda espcie.
A arquitetura, contudo, no espetculo, mas decoro,
convenincia ao local, histria e aos usos, promotora
e facilitadora da ao humana, individual ou coletiva,
e no da mera contemplao. Ela se sabe instrumen-
to para a vida de mortais, pressionados por carncias
de toda ordem: econmicas, simblicas, imaginrias
e afetivas. So com essas carncias mortais que ela
tem de se haver, de compreender e dialogar.
***
Aproximando-se do pedestre e das casas do en-
torno, a escala do Edifcio Direcional abaixa-se na
entrada e atenua a conciso volumtrica, os talhos
fortes que recortam os vazados na alvenaria acima e
a oposio entre a solidez do granito e a transparn-
cia dos cristais. Trabalhando os elementos pr-mol-
dados (como lajes, vigas e painis) e a expresso da
estrutura, a conciso volumtrica e a sisudez apa-
rente do material tambm so suavizadas no projeto
para a PREMO, em cujo terreno, estreito e limitado,
providencia-se uma abertura para o contexto e para
o espectador atravs do eixo de acesso. A mesma n-
fase na estrutura, combinada com a dada tambm
luz natural, verifica-se no Ita Power Center, onde
a preservao das chamins no meio do estaciona-
mento traz era da prestao de servios as origens
da nossa histria industrial.
A integrao entre interior e exterior define os par-
tidos da Casa-pavilho Beatriz e da Casa Luis. Inte-
grao que se obtm pela transparncia dos grandes
panos envidraados, pela apreenso visual do entor-
no e por uma das constantes mais presentes na obra
do Sylvio, nesta e nas fases anteriores: a criao de
eixos de articulao entre o edifcio e o entorno, os
quais servem tanto para disciplinar a distribuio
dos espaos e a paisagem quanto para conferir aos
lugares a ordem da arquitetura, claramente transmi-
tida ao fruidor.
Disciplinar os percursos a geratriz da planta do
shopping projetado no anel de Ouro Preto. Mimeti-
zando o traado da cidade colonial, o espao evolui
segundo vrias perspectivas distintas e sucessivas,
compassadas por aluses s torres sineiras, cujas
verticais, ainda hoje, ritmam o casario horizontal.
Situado em terreno difcil, este shopping serve tam-
bm como articulador urbano e foco aglutinador das
atividades desenvolvidas pela UFOP e pelo hospital
prximos. A Ouro Preto recuperada no Botequim Al-
legro a da geometria dos cristais, a qual d forma
sua cobertura de forragens verdes e serve para os
terraos explorarem as vistas panormicas da Rua
So Jos. Vidro e ao conversam com os filetes de
pedra e com a madeira em que se esculpiu a cultu-
ra construtiva local. Eles nos dizem que Ouro Preto
cidade de todos os sculos, inclusive o XXI: suas
runas esto mais grvidas de futuro do que do peso
do passado. Da emerge a leveza desse botequim, um
pouco mais sofisticado do que aqueles em que Sylvio
e eu costumamos conversar para discutir a arquite-
tura e a cidade contemporneas.
Grvida de intervenes e ampliaes futuras e co-
lorida como as pinturas de Frida Kahlo (1907-1954),
a Casa John-John diminuta em relao ao terreno,
mas j projeta sobre todo ele o eixo de ips amarelos
que o disciplina cosmicamente. Aqui, Sylvio combina
as texturas dos materiais com a lisura das vistas, a
rugosidade da madeira velha com a atemporalidade
dos ladrilhos hidrulicos e com o neoplasticismo dos
volumes cbicos que nos lembram Rietveld e Oud.
Combinaes bem mais complexas so exigidas para
o Museu do Avio, no Rio de Janeiro. Um prtico ma-
terializa o eixo de acesso que nos leva a admirar os
avies expostos em um espao aberto e neutro. So
Arquitetura e madureza (1)
Carlos Antnio Leite Brando Escola de Arquitetura da UFMG
eles, e no a arquitetura, que devem ser admirados.
E o arquiteto sabe conte-lo na sua funo de supor-
te, e no mais. Como as insgnias aeronuticas, os
volumes distribuem-se simetricamente em relao
quele eixo, de forma a combinar a lagoa, os sho-
ppings, os condomnios, o clube militar, a pista de
pouso, o museu e todos os seus anexos. Passando
do ar para a gua, uma leve estrutura pousa sobre
a construo da antiga Garagem de Barcos, em Fur-
nas, para controlar a luz do sol que a ilumina e para
estabelecer o dilogo entre as duas temporalidades.
A mesma inteno concebe o paisagismo, o qual pre-
serva o antigo pomar.
Dois Campus, em Caratinga e Tefilo Otoni, sinteti-
zam as maiores prioridades desta fase mais silencio-
sa e calma da obra de Sylvio. Nela, a obra de arquite-
tura apenas mais uma, e no a nica, personagem
que se apresenta no teatro do espao. A lagoa e suas
vistas, a mata do vale preservada, o solo sobre o
qual se elevam os mdulos construtivos, a luz ofus-
cante e que a orientao e a cobertura humanizam
at providenciar o conforto do aluno na sala de aula,
o vento que conduzido pelo edifcio at baixar-lhe
a temperatura em at dez graus evidenciam o di-
logo construdo em Caratinga entre o artifcio dos
pr-moldados e a natureza virgem. Os eixos regula-
dores tambm se apresentam para conformar todo
o espao, seja enfatizando seus focos (como a Pra-
a do Angico), seja gerando prgulas e trepadeiras
das quais bem se poderia colher e comer o maracuj.
Desviando-se do ritual axonomtrico, micro-pai-
sagens e micro-lugares criam ambincias propcias
ao ato fundador de uma escola: duas pessoas con-
versando sob uma rvore onde um ensina sem saber
que est ensinando e outro aprende sem saber que
est aprendendo. Como os bons dilogos em volta de
uma mesa de bar. Dilogos, inclusive, com um futuro
complexo com cinemas, auditrios, hotis e chals
imaginados desde j para completar o conjunto. Em
Tefilo Otoni, a falta de carter comum s periferias
de nossas cidades sugere que o edifcio tenha mais
expresso. O eixo da via pr-existente que corta a
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Arquitetura e madureza : Carlos Antnio Leite Brando
praa cvica d partida ao paisagismo retilneo, s
passarelas de frutas e construo totalmente in-
dustrializada, feita de perfis metlicos assentados
pela mo de obra local. A orientao, os brises e a
cobertura servem ao controle ambiental, tal como
os volumes dispostos assimetricamente para otimi-
zar as delcias do vento que passa em territrio to
quente. O frescor deste vento traz com ele o mesmo
ato fundador da escola, mencionado acima, e o de-
posita na Praa da rvore.
O dilogo com o contexto, inspirado no Sulacap em
Belo Horizonte, o ponto de partida do projeto para
o Conselho Regional de Medicina, cujo prtico en-
quadra a Igreja de Santa Tereza ao fundo e lembra-
nos que a cidade um todo cujas partes deveriam
conversar entre si. As marcaes e a equilibrada
articulao entre as horizontais e verticais fortes
liberam espao para um jardim intermedirio que
serve no s s vistas da cidade quanto tambm aos
favores do sol e do vento. Ouro Preto, Ipatinga, Ca-
ratinga, Tefilo Otoni e Belo Horizonte: as Minas so
muitas, como as do ouro (sculo XVIII), as da terra
(sculo XIX) e as da indstria (sculo XX). Suas v-
rias vozes ecoam juntas neste incio do sculo XXI e
cumpre ao arquiteto multiplicar-se por vrios esti-
los e por vrias correntes, de modo a que o coro de-
las constitua-se na voz polifnica de nosso tempo.
No lhe serve mais o estilo pessoal: ele tem de ser
mltiplo e vrio, saber desfazer-se e recompor-se
de outra forma, a cada instante e cada projeto, com
outra voz, com outro trao, com outra imagem. Seu
pensamento, hoje, deve ser plstico e mvel, como o
vento que sopra nas asas nos ps de Mercrio.
Os eixos norte-sul e leste-oeste definem a ocupao
do terreno e a distribuio das unidades no projeto
da UNISINOS (RS). Paralelas a estes eixos, elevam-
se as passarelas e as estruturas metlicas, as quais
evocam uma atmosfera futurista hi-tech sobreposta
s runas de um ginsio pr-existente, ao trmino
da linha de metr e aos incios de uma rea de pre-
servao ambiental que da se descortina.
Dois tipos de estrutura, a metlica e a pr-moldada,
conversam entre si no prdio da Grfica Rona e com
os ips, aroeiras e quaresmeiras que oferecem am-
bientes e lugares de encontro contrapostos aos da
linha industrial. Sobre aquelas estruturas, os sheds
inclinam-se para direcionar o vento e a luz do sol.
Em funo dessa luz tambm so abertos os vos
permitidos pela nova estrutura metlica do Show
Automall, at converter um amorfo galpo onde se
amontoavam carros em um lugar amplo onde os flu-
xos so organizados e o vazio adquire forma, espri-
to e disciplina.
Disciplina a palavra que ressoou trs vezes no
ouvido de Chico Xavier (1910-2002) ao ser instrudo
beira de um rio em Pedro Leopoldo (MG) e iniciar-
se na mediunidade. Sylvio a interpreta como o modo
pelo qual o esprito se infunde na paisagem e na
matria para faz-la arte, cultura, natureza huma-
nizada. No Memorial Chico Xavier, a disciplina se faz
crculo em torno de um poste que joga sua luz no
ponto onde aquele rio passava e as instrues foram
recebidas. O nmero de suas colunas abertas ao rio,
paisagem, aos homens e s mulheres do bairro vi-
zinho coincide com os setenta e dois anos da vida de
um mdium generoso. Suas palavras, instrumentos
da cura, circulam pelo cho sob a marquise da colu-
nata. Um eixo de ligao, tanto fsica quanto espiri-
tual, une o conjunto ao bairro e propicia ao Memo-
rial fazer-se foco de um parque para uma cidade que
dele carece. Branco e silencioso, o projeto ergue-se
sobre a quadra pr-existente que serviu-lhe de base
para a implantao e sobre a vida de algum cujo
brilho maior foi recuperar nos outros o brilho que
haviam perdido. Foi para o cu.
este mesmo cu que os funcionrios vem de seus
gabinetes e escritrios projetados pelo arquiteto
goiano para o concurso Sede da CAPES, em Braslia.
Feita em parceria com Humberto Hermeto, a propos-
ta se compe de dois blocos separados por um vo
onde o vento do Planalto Central passa e nos refres-
ca na praa interna, a qual funciona como hall de en-
contro, de acesso e de distribuio da circulao. O
mesmo cu, com sua luz pica, vaza atravs dos she-
ds dos escritrios e sobre as circulaes verticais.
Numa regio amorfa onde duas vias margeiam a ro-
doviria e as antigas fbricas, cumpre ao projeto de
Sylvio e Humberto para o concurso do Teatro de Lon-
drina buscar uma ordem mais precisa, contempo-
rnea e abstrata, como as esculturas de Amlcar de
Castro, to caras e influentes no trabalho dos arqui-
tetos mineiros dessa gerao. Assim, o conjunto
composto por dois volumes geomtricos, recortados
em planos triangulares definidos a partir de exer-
ccios processuais tridimensionais. Ligando estes
volumes, o espao estruturado por grandes eixos de
circulao cria um foyer integrado praa e s r-
vores, ao contrrio dos ambientes que predominam
nas casas de espetculo, geralmente divorciadas do
teatro maior da vida. Da descortina-se a cidade.
Tambm desenvolvido atravs de maquetes proces-
suais e tambm contrariando o edital do concurso, de
forma proposital, o projeto do Tribunal de Trabalho,
em Goinia, (Sylvio, Humberto e Igor), constitui-se
de dois prismas separados. Um deles um grande
paraleleppedo sobreposto aos galpes existentes
e que deveriam ser destrudos aps a ocupao do
novo projeto. Placas servem para controlar o vento,
a temperatura, a iluminao e o ritmo plstico das
fachadas. Tambm o projeto para o Mercado de Blu-
menau definido pela necessidade contempornea
de otimizar ao mximo os fatores ambientais e pou-
par nossas energias. O projeto sintetiza-se na co-
bertura de sheds que filtram a luz solar, o ambiente
e o clima do edifcio, sem prejudicar as insolaes e
conforto das edificaes vizinhas, como a vila com a
qual o Mercado interage. Na agncia de publicidade
construda na Barragem Santa Lcia, em Belo Hori-
zonte, a vizinhana um aglomerado de ocupao
irregular. O prdio cbico no nega esta vizinhana.
Ao contrrio, abre-se para ela e para as cores novas
com que se vai pintando o casario pobre. So estas
cores e o samba da favela que atravessam a trans-
parncia das paredes de vidro do cubo para conta-
minarem o espao fluido, amplo e livre dos andares
landscape.
***
passada a poca dos grandes manifestos e das gran-
des revolues, como aquela de quarenta anos atrs
e da qual somos filhos. Desconfio que Sylvio pres-
sente que as grandes mudanas fazem-se, hoje, em
silncio, devagar, sem alardes, de modo a abalarem a
estrutura profunda do sistema, e no as superfcies
de um mundo por demais liso, neutro e achatado na
dimenso de sua imagem e aparncia, sem espessura
e sem densidade, como domina na arquitetura con-
tempornea. passada a poca dos arrebatamentos
e das paixes que no se deixam decantar. Chegamos
madureza, idade da raa dos que no se limitam
a lutar e ganhar, como disse Ceclia Meireles (1901-
1964), e precisam aprender a bem passar. Deus me
deu um amor no tempo de madureza, diz Drummond
em Campo de Flores. Neste tempo, o mundo deixa de
ser um vcuo atormentado, um sistema de erros.
Ele tambm tem manhs que me sorriam, e eu no
via. Tem crepsculos maravilhosos, como o deste
azul belorizontino, onde as mos aprendem a proje-
tar e a acariciar com pacincia, sabendo que os limi-
tes de nossas mortais possibilidades no vo alm
da distncia demarcada por nossos braos estendi-
dos. No tempo da madureza, as angstias vividas e
os sonhos alardeados espremem-se em silncio para
decantar o vinho que merecemos e para encontrar o
mundo que perdemos. No crepsculo, vibra um sa-
bor que privilgio de maduros, que se aprende no
limite, depois de se arquivar toda a cincia herda-
da, ouvida. Amor comea tarde. (Drummond, Amor
e seu tempo). E o vinho da arquitetura tambm. H
que merec-lo, e sabore-lo. Como Sylvio vem fazen-
do e, aqui, o estende ao leitor.
1. Este estudo conta com a colaborao das reflexes de-senvolvidas tambm junto nossa pesquisa Arquitetura, Humanismo e Repblica, patrocinada pelo CNPq, e que encontram-se melhor sistematizadas em nosso site http://www.arq.ufmg.br/ahr e na revista eletrnica Interpretar Arquitetura (http://www.arq.ufmg.br/ia).
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A arquitetura provavelmente deveria ser mais
discutida, nas escolas, nos jornais e entre as pessoas
que falam de msica, de cinema e de outras artes
para cultivarmos, junto com outros ensinamentos,
uma cultura arquitetnica que nos permitisse
compreender melhor o nosso ambiente e cobrar mais
daquilo que nos influencia to profundamente.
Saber ver a arquitetura no algo muito simples e
muito difuso por a. Assim como no fcil entender
de cinema, de artes plsticas e de tantas outras.
necessrio mergulhar nos discursos, na histria,
contemplar as mudanas e os produtos destas
mudanas; analisar os contextos, habituar-se s
ferramentas... No entanto, quando nos deparamos
com um quadro ou escutamos uma msica acontece
de nos sensibilizarmos profundamente sem que haja
muitas explicaes para isso.
De maneira parecida, sentimos a arquitetura, porque
cada discurso, cada trao que divide uma rea no
papel (ou no computador, digamos) se traduz em
espao; espao que nos rodeia, que percorremos, e
habitamos.
Se talvez as fachadas nos lembrem uma escultura,
na relao com o ambiente e no jogo de formas e
linhas e vazios do espao interior que a arquitetura
se manifesta, e onde, mesmo que inconscientes,
apreendemos de forma definitiva o discurso
arquitetnico. Este carrega consigo as concepes e
formas de seu tempo, e se por acaso nos encontramos
vivendo em um apartamento fastfood (de produo
em srie) ou numa redoma de vidros verdes, no s
os arquitetos merecem as crticas, mas ns mesmos.
Porem, saber ver aquilo que est contido em um
projeto, uma planta, um croqui ou perspectiva
exige experincia e, ai sim, uma boa dose de cultura
arquitetnica. Os detalhes tcnicos, da altura,
espessura, encaixes esto descritos ali nas plantas
sem grandes desafios. Mas a habilidade est em
conseguir extrair dos esboos as etapas do processo,
as sobreposies e tentativas da idia que se forma e
se transforma em perspectivas e em desenhos. Criar
a imagem mental do espao, levantar na imaginao
as paredes, os recortes e os vazios, atravessar linhas,
vigas, curvas, para ento projeto pronto na cabea,
caminhar ao longo dos espaos imaginados, para
sentir as distncias, as nuances de luz, a aluso das
formas, observar e fazer parte da vista que se projeta
pela janela.
Ajudam-nos as maquetes em 3D e os tours virtuais,
aos leigos e aos clientes mais difceis. Mas no h
tour que traduza os fluxos do olhar e das sensaes
de quem entra num ambiente, o percorre e o habita.
Talvez, saber ver a arquitetura s mesmo fazendo.
E transformar em livro esse universo de desenhos,
propostas e rabiscos tem um qu de imaginar esses
percursos, outro desafio, de buscar dar formas quilo
que muito mais para ser vivido.
Particularmente, devo confessar, comecei pelos
croquis (to abundantes nesse livro), com o esforo
de no transform-los em texturas, ampliando-os
at explodirem na folha, ou cort-los e sobrep-los,
at me acostumar com os projetos e decifrar melhor
a seqncia das plantas, as fotos (nem sempre as
melhores) mais significativas.
Operei sem censuras, mas tambm no completamente
ingnuo. Alguns projetos conheo pessoalmente, ou
os vejo por aqui em maquetes e plantas; de outros
acompanhei alguns processos e os resultados que
provocaram nos nimos (telefonemas, viagens, seres
noturnos). E, como no, alguns desenhos e conversas
de bar, inclusas as outras presenas deste livro.
O resultado no uma forma de ver a arquitetura, mas
pretende contribuir para transmitir uma, aquela dos
riscos e rabiscos que, se por acaso expandi demais e
quase os transformei em textura, certamente falam
por si s. Boa arquitetura.
Arquitetura de um recm-chegadoMarcelo Arago de Podest
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[2002]
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[2007]
[2007]
[2007]
[2007/08]
Edifcio Direcional
Edifcio Premo
Casa Luis Carlos, Denise e meninos
Ita Power Center e ita Power Shopping
OuroShopping
Sede Grupo Corpo
Casa Luis Eduardo
Show Auto Mall
Habita Sampa
Campus Lagoa do Piau
Garagem Barcos
Campus Pampulhinha
UNISINOS
CRMMG
UFABC
CBTU [MetrBH]
Allegro Piano Bar
Casa Sydney e Karla
Casa John John
Memorial Chico Xavier
Museu do Avio
Grfica Rona
Mercado de Blumenau
Sede da CAPES
Teatro de Londrina
TRT
Casa Srgio, Maria Alice e meninos
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Sylvio E. de Podest
Edificio DirecionalBelo Horizonte | MG
arquitetos
Sylvio Emrich de Podest
Jlio Arajo Teixeira
19911993/94
construo
cuculo estrutural
jardins
iluminao
rea do terreno
rea construda
fotos
Direcional Engenharia Ltda.
Aldeir Pantaleo
Jnia Lobo
Iluminar
450,00 m2
2.380,00 m2
Daniel Mansur e
Sylvio Emrich de Podest
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Edfcio Direcional
Ao exigir o uso misto de comrcio e residncia em
alguns zoneamentos, a legislao municipal impe
determinadas regras quase inflexveis na composi-
o deste modelo, que na grande maioria dos casos,
tem produzido prdios que nos fazem repensar a va-
lidade destes controles.
Jencks, no seu livro Bizarre Architecture, Acade-
my Editions, Londres/1979, nomina estes objetos de
bizarre juxtaposition e apresenta vrios exemplos
de boas e ms solues, mas sempre fica uma sen-
sao de que uma parte foi feita antes da outra ou
que ali trabalharam mais de dois profissionais em
momentos e lugares diferentes.
A estruturao deste edifcio passou por estas difi-
culdades: incorporar dois usos distintos, caracteri-
zar suas imagens individuais, suprimir o bizarro e
dar construo final personalidade.
Este edifcio abriga a sede da construtora na sua
parte comercial, que o ergueu de forma a traduzir a
imagem de contemporaneidade com que ela tentava
impor aos seus clientes.
Um subsolo semi-enterrado foi necessrio em res-
peito ao lenol fretico. Logo acima trs nveis, a
loja ocupada pela construtora, pilotis e cinco pa-
vimentos com uma unidade residencial por andar,
sendo o ltimo, duplex.
Estruturado em concreto armado, na sua leitura
externa possvel perceber o domnio da soluo
estrutural, visvel nos pavimentos acima do pilotis
com a adoo de balanos, desenhada na medida
exata da independncia dos volumes. No revesti-
mento da torre principal, refora-se esta leitura
no desenho do assentamento do revestimento e do
formato das esquadrias laterais. Esta soluo suge-
re leveza ao conjunto, refora suas independncias
mas d relao dos dois acoplagem conveniente.
A diferenciao das funes reforada pelas formas
e pelos revestimentos internos: um, pedra, sugerin-
do proteo e, o outro, vidro espelhado e em curva,
margeado por um jardim, sugerindo transparncia.
Est localizado em um bairro que passou por mudan-
as recentes no seu tipo de assentamento, vertica-
lizando-se e sugerindo, a tempo, que se repensem
estes novos objetos de forma a estabelecerem, des-
de j, padres de excelncias para os futuros empre-
endimentos. Este, um dos primeiros, procura induzir
os conceitos de qualidade necessrios, dando a es-
tas inevitveis substituies tipolgicas qualidades
acima das existentes.
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proprietrio
preveno e combate incndio
rea do terreno
rea
Premo Engenharia Ltda.
Segurana Engenharia
Ltda. 393,00 m2
2.544,42 m2
localizao
Belo Horizonte | MG 1994dataSylvio E. de Podest
arquiteto
Sylvio Emrich de Podest
colaborao
Mateus Moreira Pontes
Edificio Premo
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Edifcio Premo
O lugar antigamente ocupado por casas geminadas, art
dec, era a sede da Premo, para mim a primeira, onde
ramos recebidos pelo Renato e, estudantes, conhe-
cermos da pr-fabricao em concreto, roubarmos seu
tempo e eventualmente sua biblioteca com revistas
nrdicas e outras brasileiras que sempre contaram com
o apoio da Premo/Renato: Informador das Construes
(que veio no futuro dar apoio a Revista Vo Livre, pre-
cursora da Pampulha) e da Arquitetura e Engenharia
do saudoso Godoy, uma das mais importantes revistas
da arquitetura brasileira no farto perodo modernista.
Que o digam Eduardo Mendes, Rafael Hardy, Sylvio de
Vasconcellos e o ento menino Fernando Graa, alm
de vrios outros. Nossa AP tambm recebeu grande
apoio enquanto viveu.
A rua da Bahia, cenrio bomio intelectual de Belo
Horizonte e ali vizinhos, Academia Mineira de Letras,
Associao Mineira de Imprensa e seu famoso Bar da
AMI, Igreja de Lourdes dos casamentos da sociedade,
o BDMG, marca imponente e registro da arquitetura
institucional e declarado contraponto ao neogtico da
igreja vizinha. Escola de teatro, grupo escolar e outras
peas arquitetnicas datadas do incio da construo
da cidade, assim a rua.
Ortogonalmente, Rua dos Timbiras, parte da quadrcula
do Projeto inicial de Aaro Reis onde estados se cruzam
com tribos e naes indgenas, vizinho de fundos, um
edifcio residencial projetado por lvaro Vital Brasil.
As casinhas geminadas apenas lembravam sua origem
e sua preservao, feita de modo documental, foi con-
duzida pelo arquiteto Jorge Askar. Os primeiros estu-
dos sofreram mudanas de forma a no interromper a
viso volumtrica do edifcio do lvaro, reduzindo a al-
tura do fundo e curvando a cobertura do 2. Pavimen-
to. Destas observaes resultou a volumetria final.
Garagens no subsolo, dois sales com generoso acesso
lateral onde se pretendia localizar a sede da empresa,
o pilotis e oito andares compunham a edificao.
No s estas densas particularidades conduziam o
projeto mas tambm o inidetismos de se construir um
edifcio totalmente pr-moldado, vertical e com a apli-
cao de painis de vedao em concreto, em terreno
exguo, de complicada estratgia construtiva, seja no
seu canteiro de obras, na locao de grua ou chegada
de componentes.
O mercado inicialmente sugeria uma ocupao comer-
cial que no processo foi repensada como ocupao
mista, moradias a partir do 3. piso. No foi construdo
e uma deciso baseada provavelmente na economia da
poca, basta retrocedermos a estes tempos.
Hoje tem-se uma viso mais clara da sua genealogia
ocupacional e pode-se voltar a pensar novamente no
seu desenvolvimento.
Public-lo significa reforar a importncia deste tipo
de projeto e confirmar que, definitivamente, a cida-
de no de um s arquiteto. As inseres, sejam elas
quais forem, devem ser resultado da leitura de todo o
contexto macro e micro onde se localiza, do respeito
aos vizinhos e da capacidade do novo objeto de regis-
trar seu tempo em permanente dilogo com seus an-
tecedentes.
Este edifcio tem valores implcitos, percebidos pela
histria do lugar, sua rua e seus vizinhos.
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interiores
construo
rea do terreno
rea
Ccero Gontijo e Maria luiza A. Rocha de Siqueira
Plante Engenharia Ltda.
3.000,00 m2
650,00 m2
Sylvio E. de Podest
1998data
obra 1993/94
Casa Luiz Carlos e Denise
arquiteto
Sylvio Emrich de Podest
colaborao
Mateus Moreira Pontes
localizao
Condomnio Vila Castelo
Nova Lima | MG
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Ele, um cliente reincidente, um dos proprietrios da
empresa Microcity, projeto meu com a colaborao de
Benedito Fernando Moreira e ela, grande incentiva-
dora do projeto Microcity, famosa por sua leitoa pu-
ruruca, por saraus e festas, proprietria das pimentas
Pimentinha e da clnica Anima, formam um casal com
caractersticas tais que fizeram com que neste proje-
to modificasse minha forma de abordagem projetual
vistas nas propostas mostradas nas diversas casas at
aqui apresentadas.
Meus projetos residenciais quase sempre se apresen-
tam com uma espcie de corpo fechado, totalmen-
te amarrados em uma idia volumtrica que responde
pelos diversas querncias dos diversos tipos de pro-
prietrios, mas com um resultado que se assemelha
a uma escultura, acabado, dentro de uma proposta
fechada, com direito a um reducionismo tipo logo-
marca, que indica seus principais elementos e como
se interagem.
Esta residncia interrompe este procedimento, to-
talmente aberta e de tal forma que vem permitindo
variaes desde o anteprojeto: modificao da co-
bertura, acrscimo do solarium do casal, aumento da
piscina e rea do bar molhado e outros, sem que se
perca o que substancialmente dirigiu sua concepo.
Acredito que isto s possvel por ser um projeto
aberto como estou nominando. Aberto mas no sig-
nificando ausncia de eixos estruturais, racionalida-
de quanto ao uso do ao, da madeira, dos pisos, mas
aberto porque pode receber acrscimos e modifica-
es no sujeitas a uma volumetria forte e definitiva
como so outros tantos.
Identifico a causa desta mudana de raciocnio pro-
jetual prpria relao com os proprietrios e a di-
ferena de abordagem que cada um d aos aspectos
referenciais que querem conquistar ora em conjunto,
ora individualmente- nesta sua nova residncia. Este
diferencial que permitiu o uso casado da estrutura
metlica inferior com o elaborado desenho da estru-
tura de madeira superior, que suporta a cobertura; do
uso do vidro laminado, sem esquadrias, transparente
e que escancara a paisagem em frente, mas que se re-
colhe em venezianas no escurecimento dos quartos
na parte superior. Da grande sala de msica com suas
peas de coleo e home theater, ligadas ao estar
como a esperar por grandes festas, ao recolhimento
do apartamento do casal em outro extremo e nvel,
bem como o escritrio/consultrio na parte poste-
rior, sugerindo estudo.
Nota-se, observando as plantas, que a todo momento
se tem equipamentos que podem ser utilizados se-
parados ou prontos para participarem de encontros
mais numerosos. Que distintas atividades podem ser
etariamente praticadas e sua mistura acontecendo
apenas quando querida e necessria.
definitivamente uma casa sujeita a prtica da ale-
gria, de festas, mas tambm para o uso naqueles fe-
riades nacionais, onde o corpus vai morosamente se
espraiar pelo grande deck panormico, contemplar a
montanha frente, abrir a long neck geladssima, ou-
vir o som distribudo pelos diversos ambientes e espe-
rar a noite vir caindo bem devagar, as luzes do jardim
surgirem e olhar para a casa e gostar de estar ali.
A, subitamente, um pergunta ao outro: como que va-
mos limpar aquele vidro l em cima? Esquece, por ali
que entra o sol e a lua (olham eles novamente), um
dia eles nos contam!
A este texto, inicialmente publicado no livro Sylvio
E. de Podest - CASAS, pags.192 a 199, AP Cultural,
2000, podemos acrescentar que sobre esta casa pai-
ra um eterno clima de bons momentos, memorveis
encontros, novas amizades e a generosidade de seus
proprietrios para com ela enquanto objeto e lugar e
para com seus visitantes/amigos.
Casa Luiz Carlos e Denise
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arqu
iteto
sSylvio Emrich de Podest
Maurcio Meirelles
colaborao
Mateus MoreiraPontes
Itau Power Center e Itau Power Shopping
04
localizao Contagem (das Abboras) | MG
BHZ Arquitetura e Gerenciamento
Emmerson Ferreira
Danilo Matoso, Argus Saturnino, Renata Rocha, Tiago
Esteves G. da Costa, Bruna Crhistofaro e Mateus Pontes
Condomnio Ita Power Shopping
Premo Engenharia
Codeme, Techneao e Metform (steel deck)
120.000,00 m2 (Wal Mart, Sams Club,
Leroy Merlin e Ita Power Shopping)
75.000,00 m2 (28.00,00 m2 de ABL)
3.3000 vagas (1.800 cobertas)
1.600 assentos
Fbio Canado e Sylvio Emrich de Podest
projeto executivo, detalhamento, obra
coordenao BHZ
equipe
proprietrio shopping
estrutura pr-moldada de concreto
estrutura metlica
rea Ita Power Center
rea Ita Power Shopping
estacionamento
cinema
fotos
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obra 1998/2003Sylvio E. de Podest
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Inaugurado em outubro de 2003, a construo do
shopping no local da antiga fbrica de cimento Ita,
de onde preservou-se as chamins, marco urbano
e histrico industrial de Contagem, o Ita Power
Center tem como caracterstica principal a con-
centrao de operaes comerciais diversificadas e
de grande porte. Um grandioso centro de compras,
lazer, alimentao e entretenimento, localizado em
uma rea de grande influncia geogrf ica, popula-
cional e estratgica, confluncia da Belo Horizonte,
Contagem e Betim e abrangendo 35 cidades num
raio de pelo menos 100km, com populao estimada
de 3 milhes de pessoas.
Ita Power Center e Ita Power Shopping
Existem tambm, acessos locais e regionais como a
via expressa, anel rodovirio, BR-381 e 040 e metr
com estaes vizinhas, que garantem o fluxo neces-
srio ao sucesso do empreendimento.
Esse conjunto de fatores, hoje realidade, transfor-
maram a regio em marco urbano, seja do ponto de
vista comercial e, mais importante, como um dos pri-
meiros empreendimentos comerciais em substitui-
o s antigas atividades industriais ali localizadas
que se transferem para outro local, modernizando
suas plantas e possibilitando que sejam implanta-
dos novos locais de servios, mais convenientes por
estarem localizados dentro de uma densa malha ur-
bana, resultado do imenso crescimento do lugar.
Tanto as chamins e a sede da antiga fbrica, res-
tauradas e tombadas pelo patrimnio histrico da
cidade - trabalho conjunto dos arquitetos, muni-
cipalidade, empreendedor e patrimnio - hoje so
smbolos grficos e urbanos do Power.
O projeto de implantao, fluxos, estacionamentos e
docas diversas proposto foi acompanhado de grande
modificao no trnsito local, resultado do estudo
de impacto, que contemplou melhorias diversas nos
fluxos e acessos gerais.
As ncoras externas, previamente localizadas pelo
projeto de implantao, compem o conjunto onde
participa o shopping, um projeto de 75.000m de
rea construda, divididos entre 300 lojas, 3500
vagas de estacionamento e rea de alimentao. O
destaque est no design arrojado e moderno que
privilegia conforto e beleza sem descuidar do custo
operacional.
A obra basicamente de concreto com cobertura
metlica, ou seja, a estrutura principal pr-mol-
dada em concreto e a secundria, grandes e peque-
nas coberturas, guarda corpos, escadas, passarelas,
em ao e vidro. Vedaes em concreto celular, gesso
cartonado, granito para os pisos de mall.
A arquitetura procurou aliar ao processo construti-
vo acabamentos durveis que permitissem desenhos
no muito rebuscados (pisos) e tetos curvos, suaves
e claros.
O mix, ou a distribuio dos espaos comerciais,
norteou os fluxos direcionados, praas, acessos,
luzes zenitais, de forma a compor a estratgia pro-
posta pelo tipo de empreendimento, ou seja, o es-
tmulo permanncia, compra e sociabilizao que
acontece nestes espaos em contrapartida s ofer-
tas externas. Praas de alimentao,cinemas, jogos
e acontecimentos diversos cumprem a funo com-
plementar ao de compra direta.
Externamente, o grande espao dramtico, vazio
e inegavelmente fora da escala urbana - o estacio-
namento - permite grandes eventos comerciais e de
lazer/culturais.
Urbanisticamente grandes estacionamentos fron-
tais causam impactos visuais, climticos e so solu-
es que futuramente devem ser revistas, podendo
ser ocupados por outros tipos de ncoras, princi-
palmente ligadas ao lazer, convenes, exposies,
formando uma cidadela com caractersticas menos
danosas e menos impactantes, onde os carros no
precisam necessariamente serem vistos e outros ti-
pos de transportes sejam mais utilizados.
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OuroShopping
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iteto
sSylvio Emrich de Podest
Maurcio Meirelles
colaborao
Jonas Schetino
Mateus Moreira Pontes
Flvio Lcio Nunes de Lima
localizao
Ouro Preto| MG
1998/99data
consultorias
Mix bsico recomendvel:
Consultoria tcnica:
Ar condicionado, ventilao
forada, ventilao natural:
rea do terreno
rea
Atrium Consultorias e Planejamento de Shoppings
Paranasa
Protherm
45.000,00 m2
000,00 m2
Cooperativa de Consumo dos Moradores da Regio dos Inconfidentes
proprietrio
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A publicao deste projeto interessa no sentido de
prestar informaes sobre as diversas abordagens que
devem ser consideradas em um empreendimento des-
ta natureza e, informar tambm, que shopping center
no necessariamente sinnimo de mau gosto, de
pastiche, de abordagens ps-modernosas que, quase
sempre, prevalecem em projetos destes edifcios.
Os primeiros shoppings brasileiros so cpias tar-
dias de shoppings americanos principalmente da
dcada de 60, que ainda hoje, servem, como base
para projetos atuais.
O terreno, rea de 45 mil m2 s margens da BR-356,
contm centralmente um plat com 10 mil m2 ladea-
do por uma elevao com rea aproximada, tambm,
de 10 mil m2, tem toda sua rea restante em declives
com 20 a 25% de inclinao. Na rodovia frontal ao
terreno, localiza-se um tnel que parte integrante
de acessos projetados pelo DER, incorporando uma
nova pista que permitiria acesso direto a Ouro Pre-
to. Todos estes fatores topogrficos e de engenharia
de trfego conduziram implantao proposta.
Estabeleceu-se uma cota ideal e geral para todo o proje-
to - Hipermercado e Shopping Center - baseada na maior
rea plana existente, tambm cota mdia da Rodovia.
OuroShopping | CooperOuro
Esta definio gera cortes na elevao direita e aterros
localizados, principalmente, na lateral esquerda do ter-
reno cuja sondagem revelou-se impenetrvel.
Estabelecido este plat principal, localizou-se pri-
meiramente o Hipermercado na parte esquerda do
terreno devido a facilidade de acesso s docas de
abastecimento, acessos de servios e outros. Como
grande ncora, o Hiper estabelece assim a localiza-
o do Shopping que se inicia a partir dele, margeia
o limite do plat proposto na sua parte posterior e,
aproveitando sua geometria e vistas, define o local
da Praa de Alimentao, outro importante espao
do projeto alm da possibilidade de expanso a par-
tir desta articulao.
As docas e parte do Hipermercado se situam sobre
aterro, o que sugere a criao de um subsolo parcial
onde se localizam diversos servios como: apoio a
funcionrios, refeitrios, vestirios, expanso de de-
psitos, garagens, dentre outros, amenizando o volu-
me de aterro necessrio. Esta implantao nordeste/
sudoeste-sudeste/noroeste alm de dar maior visi-
bilidade ao empreendimento, permite o tratamento
bioclimtico de seus espaos internos, diminuindo
substancialmente o custo final do empreendimento.
O projeto partiu das seguintes premissas bsicas:
Melhor cota de implantao em um terreno com 60%
de sua rea em declives acentuados;
Melhores condies de acessos diferenciados - servi-
os Hipermercado, estacionamentos gerais, estao
intermodal;
Insolao e ventilao que possibilitem tratamento
bioclimtico dos seus espaos internos;
Visibilidade do empreendimento como um todo,
principalmente da Rodovia, sendo que a localizao
frontal do estacionamento funciona como incenti-
vador das facilidades que lhe convm e, definio do
Hiper como importante ncora do empreendimento,
com carater prprio sem contudo estar desvincula-
do urbanista e arquitetonicamente do conjunto.
Elementos de arquitetura como coberturas metli-
cas plsticas e convenientes s suas funes - ilu-
minao e ventilao zenital naturais, esttica ex-
terna e interna do mall- alm de torres alusivas
arquitetura de Ouro Preto, pontuando as principais
entradas do Shopping e ampliando a mdia visual do
empreendimento. Caixa dgua geral e totens rodo-
virios complementam esta visibilidade.
Externamente, alm das questes tcnicas, o Hiper-
mercado tem tratamento semelhante ao do Shop-
ping, utilizando-se de materiais mais elaborados e
design arrojado, eliminando a antiga caixa/galpo,
contrria aos servios hoje fornecidos e estetica-
mente incompatvel com o estmulo que a arquite-
tura deste tipo de local deve provocar. Facilidade
de acessos de servios e de usurios com estacio-
namentos fronteirios e hall coberto para carrinhos
antecedendo o acesso ao prdio e funcionando tam-
bm como porte cocher. Ligao interna Hiper/
Shopping atravs de praa e portas envidraadas
provocando tambm estmulos e troca de pblico.
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BELO HORIZONTE MARIANA
N.M.
A sua estrutura tem modulao conveniente im-
plantao dos servios e da rea de vendas, com
poucos pilares, facilitando lay-outs e operacionali-
zando a loja. A estrutura mista (pr-fabricada nas
rea de servio e check outs e metlica na grande
loja) agilizando a sua construo.
Iluminao natural e artificial adequada, pisos mo-
nolticos, cores claras, etc., criam conforto ambien-
tal (trmico e acstico) e visual (limpeza de percur-
so, desenho estrutural, etc.).
O gerador da construo foi o percurso do mall que
foi estudado de forma a permitir visadas mltiplas,
adequadas ao seu funcionamento, estimulando e evi-
tando monotonias, fruindo aos poucos. Sugere ruas
da cidade de Ouro Preto e em particular a So Jos,
definindo em suas extremidades praas que poderiam
ser reconhecidas como Praa do Chafariz junto ao
Hiper e Largo da Alegria para a Praa de Alimenta-
o. Estas ricas analogias formais tambm podem ser
vistas na parte externa da construo onde casarios
compem o corpo do Shopping e torres e cobertu-
ras se destacando da massa continua construda.
A bela paisagem que se estende na parte posterior
do terreno resgatada pela incluso do terrao pa-
normico contguo Praa de Alimentao e, em
contrapartida, pousado sobre este plat, a cons-
truo tambm se harmoniza com a serra que ladeia
a Rodovia, vendo-se ao longe o Pico do Itacolomi,
smbolo natural da cidade.
A modernidade do empreendimento est neste res-
peito cultura local sem, no entanto, fazer da sua
arquitetura uma cpia pastiche mas, retirando
do passado o que ele tem de rico e incorporando o
marketing mercadolgico, novos materiais e dese-
nhos de arquitetura que dem suporte a estas ati-
vidades.
Com o corte na elevao localizada direita do ter-
reno, abre-se a possibilidade imprescindvel do uso
dos espaos remanescentes do terreno para o entre-
tenimento como eventos de grande porte, carncia
real da cidade, aproveitando parte do estaciona-
mento como platia e os taludes como pano de fun-
do natural. Numa segunda etapa, esta rea deveria
ser ocupada por uma expanso planejada sendo que
o estacionamento deveria crescer de forma vertical
ou com a anexao de terreno contguo.
Entre a faixa reservada ao DER e a pista de acesso
aos estacionamentos foi proposta uma plataforma
de espera de nibus intermunicipal, urbano e semi
urbano, com estacionamento simultneo de quatro
unidades, contendo ainda instalaes sanitrias e
pequenas lojas (banca de revistas, lanches, etc.).
Prevista uma implantao de maior porte em ter-
reno vizinho ao empreendimento com criao de
estacionamento para nibus de turismo, oficinas e
abastecimento.
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Sede Grupo Corpo
localizao
Vale do Sol
Nova Lima | MG
arquiteto
Sylvio Emrich de Podest
colaborao
Mateus Moreira Pontes 2002data
rea do terreno 16.700,00 m2
Sylvio E. de Podest
Concurso Nacional de Projetos
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E importa tambm ao arquiteto, na-
queles sucessivos processos de esco-
lha a que afinal se reduz a elaborao
de um projeto, ter sempre presente,
como lembrete, o seguinte:
Sede Grupo Corpo
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arquitetura coisa para ser exposta intemprie e a um determinado ambiente;
arquitetura coisa para ser encarada na medida das idias e do corpo do homem;
arquitetura coisa para ser concebida como um todo orgnico e funcional;
arquitetura coisa para ser pensada estruturalmente;
arquitetura coisa para ser sentida em termos de espao e volume;
arquitetura coisa para ser vivida.
Lcio Costa
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NM
ACESSOPRINCIPAL
LIMITE DO TERRENO
ARRUAMENTO
ACESSOARRUAMENTO
LIMITE DO TERRENO
ACESSOPRINCIPAL
ACESSO
Como nas artes, a arquitetura um jogo entre es-
paos funcionais e imaterialidade, entre vazios e
cheios regados a jardins e sombras.
bem possvel resolver os espaos funcionais exi-
gidos para a sede do Grupo Corpo na forma de um
escritrio racional mas, tal abordagem no se justi-
ficaria para um stio agreste, mas generoso, onde a
construo da paisagem privada se faz to necess-
ria quanto os espaos funcionais e assim foi conce-
bida, destacando-se dois momentos:
Paisagismo trreo exuberante com incluso de rvo-
res de porte, mudana da topografia plana, vazio de
pilotis, sombreando a Praa do corpo.
Vazios e jardins superiores protegidos por brises e
prgulas, possibilitando luzes e sombreamento con-
trolados.
So vazios conceituais que diferenciam e categori-
zam os espaos, ricos em virtualidade e funcionam
como coadjuvantes dos espaos funcionais.
O corpo como platia
no conceito utilizado na sede que se inicia uma
leitura linear que vai destes vazios e ausncia de
matria fosca, concreta, se fechando em estdios,
depsitos, galerias, cinemas, at o brilho metlico e
a transparncia do vidro do grande teatro.
Vazios e jardins painis de concreto painis de
SAC painis de ao galvanizado (inox ou alumnio),
ou seja, do vazio conceitual ao brilho do espetcu-
lo, numa leitura bvia e didtica que diz da possvel
ocupao imediata (setor a) e da futura (setor b).
Evitou-se uma leitura linear, racionalidade progra-
mtica. Propem-se surpresas, vazios visuais no
lugar de vises ortogonais, emolduradas por aber-
turas seletivas.
Criar matria e paisagem, fluxos horizontais e verti-
cais recheados de estmulos, no um caso de gos-
to, simples mudana de cenrio; estria de pea
nova em temporada que se inicia.
Arquitetura coisa para ser vivida.
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Casa Luis Eduardoarquiteto
Sylvio Emrich de Podest
localizao
Lagoa Santa | MG
2002data
rea do terreno
rea
1.361,00 m2
350,00 m2
Sylvio E. de Podest
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Lagoa Santa foi nas dcadas de 60 e 70 o ponto de
encontro da juventude motorizada de Belo Horizon-
te. Ali se esquiava, nadava, navegava, namorava at
a manh de segunda quando se retornava a BH. A
decadncia das dcadas seguintes foi interrompida
por uma nova corrida imobiliria com lanamentos
de lotes e chcaras nas redondezas da cidade e o sa-
neamento da orla com a criao de rede de esgoto,
recuperao da vegetao, retorno de alguns bares
e restaurantes com ofertas diferenciadas dos anti-
gos barzinhos, atraindo pblico diverso.
Esta proximidade com BH e acesso pela Linha Verde,
autopista que liga a capital ao aeroporto de Confins
volta a fazer deste stio local aprazvel e de boa mo-
rada.
Topograficamente a lagoa a parte mais baixa da ci-
dade e cercada de colinas. Numa delas, l no alto
est a casa Luiz Eduardo, com vistas longas para as
cercanias e tambm para a lagoa.
Acostumado a construir, o proprietrio personagem
interativo do projeto que se iniciou em partes, as mais
importantes, quarto, cozinha, sala, piscina e sauna.
Agora caminha para a parte frontal que ser acrescida
de duas sutes no antigo vazio da sala. Mudana de
planos. A casa dos meninos est em stand by.
Algumas dificuldades iniciais na construo, mate-
rial, mo de obra e o arquiteto que esmoreceu com
a dinmica do construtor e condutor de barcos em
Parati, foram resolvidas.
Uma nova etapa se apresenta e como toda casa esta
tambm se constri junto com a vida que se modifi-
Casa Luis Eduardo
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Sylvio E. de Podest
Show Auto Malllocalizao
Belo Horizonte | MG
arquiteto
Sylvio Emrich de Podest
colaborao
Mateus Moreira Pontes
proprietrio
gerenciamento
construo
consultoria
rea do terreno
rea
Carij Empreendimentos e Negcios Ltda.
Murba Engenharia S/A
SGO Engenharia
Dry Consultoria, Acessoria e Administrao de Shopping Centers
4.083,00 m2
15.332,16 m2
2002data
obra 1993/94
2 etapa 2002/2004
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Projetado a partir de uma grande estrutura de con-
creto existente (cinco subsolos, parte do pavimento
trreo e do segundo ainda em construo), elaborou-
se um plano de ocupao baseado nas necessidades
econmicas dos espaos, da experincia do proprie-
trio em comrcio de carros usados e do estudo de
retorno econmico. Gerou um novo desenho de flu-
xos, de espaos comerciais, modificao estrutural
dos dois ltimos pavimentos aps a necessria de-
molio de parte da estrutura de concreto, inclusive
rampas de veculos, e sua substituio por estrutura
metlica que permitisse espaos mais limpos, desim-
pedidos visualmente e, eventualmente, alguma tran-
sio de pilares. As rampas de acesso de veculos ao
segundo piso foram substitudas por dois elevadores
colocados entre pilares existentes de forma a permi-
tir o rpido embarque e desembarque, necessrios
aos testes de direo neste tipo de negcio.
Foi preciso colocar reforos metlicos em pilares e
vigas que sofreram esforos diferenciados de novas
cargas ou dos vazios entre andares, necessrios a
novos acessos, ligaes visuais entre andares e cap-
tao de iluminaes zenital e natural, principal-
mente para as reas comuns.
Adaptaes tambm nos fluxos de combate e pre-
veno de incndio com a locao de novas circu-
laes verticais (escadas e elevadores), alm da
previso de local para uma futura escada rolante
de acesso ao piso superior.
Estas reformulaes tambm foram feitas no pri-
meiro subsolo onde localizou-se servios gerais e no
quinto, dividido entre administrao e estaciona-
mento de funcionrios e visitantes. Manteve-se ali a
grande rampa circular de acesso duplo da rua a este
primeiro subsolo e os demais, retas, at o quinto.
Tambm redistribuiu-se as vagas, inserindo outras
para portadores de deficincias.
O terreno, um grande declive, est ocupado, a partir
do quinto subsolo, por uma espcie de pilotis que
atinge a rua de baixo. Soluo estrutural de difcil
acerto arquitetnico. Sugeriu-se um fechamento em
tela e um paisagismo possvel no sombreado que ali
se forma.
Pela avenida de acesso, o edifcio possua um nvel
trreo abaixo do grade desta via e, o apelo visual
necessrio ao empreendimento, apresentava-se
reprimido. A soluo foi a criao de uma estrutu-
ra em metal e vidro plugada estrutura existente,
um grande outdoor, que personalizasse a edificao
e lhe desse as caractersticas indispensveis para a
sua atividade principal. Este conjunto permite tam-
bm a identificao do edifcio no perodo noturno,
funcionando como uma grande luminria.
Previsto para esta via um futuro alargamento fron-
tal, reformulou-se todo o acesso ao shopping e bair-
ro adjacente, o acesso ao bairro posterior e a criao
de um retorno aliviou o localizado logo a frente.
Show Auto Mall
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072003
data
localizao
So Paulo | SP
Projeto Cnego Vicente Miguel Marino
Habita Sampa Concurso Nacional de Projeto arquitetosSylvio Emrich de PodestMateus Moreira Pontes
rea terreno
rea projeto 8.541,60 m2 (240 unidades habitacionais, Departamento de Patrimnio da Prefeitura e Centro de Capacitao)
9.426,03 m2
Sylvio E. de Podest
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Habita Sampa
Este projeto um desenvolvimento lgico e aplicado
do sistema proposto para o 2. Prmio Usiminas Ar-
quitetura em Ao (1. Prmio - 1999) no qual repeti-
mos textualmente alguns conceitos adotados, ape-
nas formatando o sistema para esta nova situao
proposta pelo concurso, alm de algumas modifica-
es de material e montagem propostos pela equi-
pe Usiminas e maior desenvolvimento dos painis
eltricos e hidrulicos projetados pelo engenheiro
Absalo de Carvalho.
Inicialmente, uma citao de Le Corbusier que di-
zia que a casa deve ser uma mquina de morar com
economia e eficincia industriais: preciso criar o
esprito de casas em srie; o estado de esprito de
construir, residir e conceber casas em srie, cuja
defesa deste primado da indstria sobre o artesana-
to baseava-se em trs argumentos principais: bara-
teamento e massificao das construes, qualidade
intrinsecamente universal e abstrata e, finalmente,
a possibilidade da mquina substituir o homem em
algumas horas, reduzindo sua jornada de trabalho
nos fazia pensar que no bastava apenas observar
este princpio - que contm particularidades que
poderamos adotar como premissas para um proje-
to industrializado - mas no incorrer novamente no
erro de uma arquitetura imposta, facilmente provo-
cada pelo carter emergencial da falta crnica de
moradias, permitindo que o conjunto de indivduos
da comunidade atendida percam seu carter parti-
cular, seus projetos individuais e independentes.
Podemos perceber em Lauro Cavalcanti (Casas para
o Povo, Dissertao de Mestrado, 1987) trs tendn-
cias de como se aborda normalmente a questo ha-
bitacional no Brasil e acredito que em vrios outros
pases:
Corrente idealista, que defende uma postura indus-
trial em relao moradia. Processos de construo
seriada suprindo rapidamente a demanda por casas
populares.
Renomeio essa corrente chamando-a de apicultu-
ra ou casas de abelhas a guiza de moradias o que
provoca o aparecimento em nossas cidades dos hor-
ripilantes conjuntos habitacionais perifricos, com
casinhas de duas guas colocadas lado a lado num
interminvel e montono conjunto amorfo.
Acredita-se que a criatividade dos moradores aliada
s suas reais necessidades incorporam a esta mono-
tonia outros valores, os reais.
Corrente pragmtica, defendendo uma interveno
mnima em termos construtivos. Deixa a cargo da
prpria populao o projeto e execuo de suas mo-
radas. Atuaes em pequenas e mdias escalas.
Os famosos mutires que aparentemente suprem
demandas de populaes de baixssima renda. Me-
todologia emergencial que aproveita do descanso
ou desemprego do cidado e o coloca a trabalhar
em causa prpria, algo meio paternalista e abusivo.
Alternativa que deveria ser substituda pela melhor
formao da pessoa, emprego e acesso ao crdito, ou
seja, incorpor-lo definitivamente sociedade que
pertence.
Corrente tecnicista que busca fundamentalmente
racionalizar processos construtivos no sentido de
possibilitar maior produo de moradias. Ocupa-se
de sistemas construtivos no entrando no mrito de
sua organizao espacial.
Outra forma preocupante de suprir demandas: n-
meros. Se estas so historicamente as formas mais
comuns de abastecer as cidades de moradias em
escala, sente-se ento a necessidade de um estudo
sobre o que j foi historicamente conquistado em
outros formatos, sobre os engodos e deficincias de
planos passados e, frente a estas premissas, estabe-
lecermos o que seria um conceito/concluso para os
dias de hoje.
Temos certeza de que resolver a habitao pura e sim-
plesmente o mais falho dos caminhos e sugerimos,
frente a este grande erro, a criao de um sistema
completo de produo em escala de componentes de
montagem de moradias que atinja diversos segmen-
tos e que, sob o ponto de vista industrial/comercial,
possa suprir as necessidades de uma indstria tipo.
Baseamos na real constatao de que equipamen-
tos complementares s moradias como mobilirios
e utenslios so adquiridos em prestaes, at por
quem no tem onde morar, a casa deveria participar
deste sistema de acesso (crdito, mesmo subsidia-
do) e a demanda seria na capacidade (mnima que
seja) de endividamento.
1.
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O Sistema
Para tanto, a criao de um sistema, que a combi-
nao de partes que concorrem para um resultado
como o proposto, deve ser formado por:
Construo: fabricao do produto base (ao);
transformao do produto base em manufaturado
(estrutura e componentes); componentes acess-
rios ou agregados que formatam o objeto como um
todo e/ou o particulariza (vedaes, acabamentos,
etc.); centro de montagem dos elementos manufa-
turados com os elementos acessrios e agregados;
transporte de componentes e/ou produtos acabados
dos centros de montagens ao stio; stio ou local da
instalao do produto final do sistema construtivo
mais montagem;
A habitao
O sistema proposto procura estabelecer um proces-
so semelhante ao sistema adotado pelas montado-
ras de veculos automotores.
H uma estrutura de base repetvel na horizontal
e na vertical que estabelece de forma modular a
sustentao da habitao e define o conjunto de
componentes de divises internas e externas.
Caractersticas bsicas
A criao de um sistema permite que se estabelea
um padro antes da montagem do conjunto hori-
zontal/vertical.
Mdulos bsicos com 27m, 37m e 42m.
Fechamentos e divises com qualidade industrial,
alta produtividade (cadeia produtiva).
Possibilidade de transporte de peas acabadas (m-
dulo bsico) para unidades individuais e semi-aca-
badas no caso de verticalizao.
Possibilidade de financiamento total da unidade ou
por partes, direto com os fornecedores/montado-
res.
Custo controlado da unidade pretendida e garantia
da sua qualidade por um longo perodo, eliminando
materiais de qualidade duvidosa e tecnicamente mal
produzidos.
Como o MDULO BSICO um produto de mercado
e no de uma classe especfica, ele permite ser in-
dustrializado de forma a aproveitar sua base teri-
ca e estrutural (como o chassis do automvel) para
outros equipamentos (mesma famlia) e suprindo as
demandas de apoio, CCR, etc..
Fornecedores de subprodutos como caixas dguas,
fossas, coletores solares e clulas fotoeltricas,
centrais de lixo, estaes de tratamento de esgoto
e gua, etc.. Garantindo a qualidade de seus pro-
dutos por tempo determinado e compatvel. Incor-
poram-se as qualificaes ISO, sejam elas tcnicas,
ambientais, etc., de forma a permitir cobranas de
performances e, se for o caso, serem substitudas,
reparadas ou mesmo indenizado.
Processo simplificado de montagem de 2 mdulos sobrepostos - torres e viga atirantada montadas em fbrica - painis de concreto celular para
vedao e laje - esquadrias moduladas
Valores individuais e urbanos, valores simb-
licos e funcionais:
Eliminar a distncia entre as imagens men-
tais dos arquitetos e a vida real de uma socie-
dade que, na maior parte dos casos, no se
conhece quanto a seus sistemas de valores,
seus esquemas estticos, seus cdigos de
comportamento possibilitando o uso pelos
diversos tipos de pessoas, dando-lhes chance
de manifestaes diversas.
O mdulo integrado ao contexto urbano:
O mdulo bsico um componente da estrutu-
ra macro. Esta estrutura formada por todos
os elementos que circunscrevem a vida social:
espaos pblicos, promotores de relaes so-
ciais; edifcios para a sade, a cultura, a educa-
o produo, etc. to somente uma parte do
sistema, e deve se integrar s solues totais.
A implantao conveniente, urbanisticamente
correta, deve procurar suprir todos os elemen-
tos que verdadeiramente compem uma vida em
sociedade.
Venda e instalao de conjuntos;
Arquitetura, urbanismo, gerenciamento: firmas ter-
ceirizadas para projetos de montagem de conjuntos,
fundaes e gerenciamento da construo, monta-
gem e urbanizao.
1.
2.
3.
Mdulo bsico
Consiste no mdulo
bsico que, agregado
(componentes) ou
multiplicado gera
os diversos tipos de
mltiplos.
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Possibilidade de desmontagem, mesmo vertical,
mudana de stio por necessidade de remoes como
desapropriaes e outras.
Estrutura, lajes, vedaes e acabamentos, estrutura
metlica
A estrutura do MDULO BSICO (pilares e vigas)
formada por perfis metlicos tipo caixa (chapa do-
brada) e/ou perfis I de ao, soldados, com compo-
nentes pr-montados em fbrica ou parafusados (no
caso de componentes pr-montados). Esses compo-
nentes formam um conjunto tecnologicamente com-
provado 16,92 kg/m e um paraleleppedo estru-
tural semelhante a uma vierendeel tridimensional,
transportvel em partes.
As lajes podem ser mistas, tipo decks metlicos ou
os painis armados de concreto celular autocla-
vados (CCA). Assentados sobre as vigas, recebem
GROUTE(s) de com ao soldado viga, contrapiso
(30mm) com tela eletrosoldada e cinta de concreto
de borda. Revestimento cermico em toda sua su-
perfcie colado com argamassa.
As vedaes, tambm em painis (piso teto) de
concreto celular autoclavado (CCA), so fixadas a
estrutura atravs de cantoneiras de chapa dobrada
de (superior, lateral e inferior). Ligaes estanques
com uso de placa EPS, mastic e argamassa.
Painis acabados recebendo revestimento acrlico tex-
turizado, aplicados com rolo mdio, ps-montagem.
Na cozinha, servio e banheiro recebem revestimento
cermico at 1,10m de altura com exceo na rea do
Box revestida at 1,80m.
Esquadrias: perfis laminados, chapa dobrada de ao,
pr-pintadas, modulares e instaladas prontas.
OBS: Os acabamentos devem ilustrar a inteno de
construir uma habitao com qualidade arquite-
tnica, aplicao tecnolgica e fcil manuteno,
alm do baixo custo, mas prevendo que esses acaba-
mentos devero ter vida til compatvel com a idia
proposta (20 anos de garantia dos fabricantes, pelo
menos) e a habitao quando pronta passvel de
receber certificados ISO em todas as reas, inclusive
na ambiental e de projetos.
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Concluso
O que pode ser dito que esta proposta uma an-
lise de experincias e tentativas (algumas com su-
cesso) de diversos arquitetos, entidades, governos,
etc. e, mais uma vez, como finalidade de locao
social, com caractersticas e conceito coerente no
que diz respeito aplicabilidade do conhecimento
(tanto social quanto tecnolgico), da garantia de
qualidade final do produto e de uma arquitetura que
permita e desfrute de uma vida ntima e socialmen-
te rica, com possibilidade real de convvio alm de
compatvel com as tipologias vizinhas.
Acrescento concluso um comentrio aps o re-
sultado do concurso: diferentemente das propostas
vencedoras, espalhamos as moradias por todo terre-
no de forma a minimizar custos com manuteno de
jardins ou reas de lazer e deixando a administrao
destas reas aos condminos ou seus sndicos,
eliminando-as da administrao pblica como se faz
em qualquer outro conjunto habitacional em outras
faixas econmicas.
O retorno de implantaes na forma de grandes pa-
vilhes que liberam reas trreas formatando pra-
as, a nosso ver desagrega tipologicamente a regio
e cria grandes reas de onerosa administrao, to-
talmente contrrio ao parecer dos jurados.
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localizao
Lagoa do Piau
Caratinga | MG
Campus Lagoa do PiauInstituto Doctum, Faculdades Integradas de Caratinga
arquiteto
Sylvio Emrich de Podest
colaborao
Gian Paolo Lorenzetti
Pedro Arago de Podest
Marcos Franchini Mascarenhas (estagirio)
proprietrio
construo prdio A
estrutura metlica clculo e montagem
rea do terreno
rea do prdio A
Instituto Doctum, Faculdades Integradas de Caratinga
Plante Engenharia Ltda.
Techneao Engenharia Ltda.
16,5 hectares
1.575,00 m2
2005/06data
obra 2005/06
Sylvio E. de Podest
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Localizado em local de extrema beleza natural, es-
tratgico em relao a regio (Vale do Ao e do Rio
Doce), o Campus Lagoa do Piau nasce com identida-
de ecotecnolgica, pretendendo o desenvolvimen-
to de novas tecnologias (Cincia da Informao,
Engenharia Civil/Sistemas Construtivos, Eltrica e
Telecomunicaes, etc.), da promoo do desenvol-
vimento Turstico e preservao do Meio Ambiente
da regio, por isso nada mais sintomtico do que se
municiar de um projeto arquitetnico e urbanstico,
com etapas de crescimento programadas em funo
da demanda socioeconmica , que possa oferecer
alternativas de acesso a uma abordagem acadmica
que contemple as diversas facetas deste encontro
eco e tecnolgico.
Dividido em trs mdulos, o terreno caracteriza de
imediato suas possibildades funcionais.
Uma grande rea plana, com vegetao inexpressiva,
sugere uma ocupao mais densa. Esta rea cercada
por uma exuberante paisagem formada por elevaes
Introduo
lindeiras e frontais que conformam um grande e belo
lago (ou lagoa), parte do projeto de preservao am-
biental do Vale do Rio Doce. onde implantamos o
Campus propriamente dito composto pelo Curso de
Cincia da Computao e Cincia da Informao, En-
genharia Ambiental e com parcerias para formao do
Centro Tecnolgico e Ps-Graduao.
Este projeto acadmico amplia-se na sua oferta inicial
com a criao da Universidade Livre do Meio Ambien-
te, um laboratrio de conhecimento e manejo dos di-
versos tipos de ambiente e com o Centro de Estudos
de Promoo Turstica que aproveita da implantao
no Mdulo 3 de um Hotel/Escola e um Centro de Con-
venes com estrutura para eventos diversos.
Amplia-se tambm na implantao de um Centro
Cultural que promover oficinas e mostras artsti-
cas, preservao da memria e cultura regionais e
tambm de um setor de Lazer e Esportes, com ativi-
dades ligadas s comunidades vizinhas na promoo
de shows, campeonatos e outros.
O Estudo Inicial apresentado, metaforicamente
compara estas abordagens e suas funcionalidades
inter-relacionadas a um circuito impresso onde as
diversas funes setorizadas compem uma nica
placa onde elementos como chip, processador, me-
mria, cabos, pilhas, etc. se ajustam para cumprir o
programa pretendido.
Campus Lagoa do Piau
Malha Infra-estrutural
O Mdulo 2, topograficamente plano, quem recebe
(como no circuito impresso) uma malha desenhada
com eixos ordenadores onde se localizam todos os
componentes (sujos e limpos) da estrutura de