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Tempo, No. 512

Alternative title Tempo

Author/Creator Tempográfica

Publisher Tempográfica

Date 1980-08-03

Resource type Magazines (Periodicals)

Language Portuguese

Subject

Coverage (spatial) Mozambique, Palestinian Territory, Occupied

Coverage (temporal) 1980

Source Arquivo Histórico de Moçambique, PP 570 AHM

Rights By kind permission of Tempografica.

Description Semana nacional. O PAÍS: 6 Sessão da AssembleiaPopular: A Ofensiva é um acto cultural. O deputado deveestar na vanguarda, dar exemplo e ser semente daOfensiva - Discurso do Presidente Samora Machel noencerramento do 6 Sessão da Assembleia Popular.Ofensiva: O detalhe - Nota soltas. SOGRERE: O fermentoda Ofensiva. INTERNACIONAL: 6 de Agosto de 1945 -Hirosshima. Resistência Palestina: Unidade fortificada -Entrevista com Chefe de Informação e Cultura da OLP.Internacional/Imagens. Cartas dos leitores. Essemaravilhoso mundo do circo - A propósito da visita doentrevista à "Tempo". Artesanato: Uma razão de ser.Conte-nos a sua história - "Vim para a cidade quando noAlto-Maé ainda era mato". Reflexão sobre a política daRPM. Palavras cruzadas.

Format extent(length/size)

68 pages

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N.o 512 -3 DE AGOSTO DE 1980 - 15 MT

N.o 512 -3 DE AGOSTO DE 1980 - 15 MTMAPUTO - KEBIJCA POPIJLAR DE MOC~AMBIQUE

TODASASmrp RE SAS .5TE M Po'REMO DEL.OU 0 5U TCRITÍFRIO DE VEt-DA PE ESPAÇO0. AG-ORAÁNuO~CIAR NA -TEMPO,-Ao ALCAN'CE bLýTDETODOS. ý~Aosso PAísPUBSL -ScóIDvlA DE ,tJÃos5E ENJTEN.DE: COMO UM Lj:pj-,.strimCNTO PAR,L. ARAM Ti A DAPoTRBICvOs P05 D~4~* <~,~, eWPORTA N T0E M ANU N CIA P0:5 SEUS SERVICO 5 E os seus PpgoDuTO.LAN~TAQENS DA SuAU ILIZACAOA >.MP.P.SgIVicOS >1 pUBÚçí.A~I~fidP ,~*4?OI@A\SSIM 1E5>FRViR MELI*OR k&.- Povo. ý4E;;;~ 1p) a 0NÇRI,.g t~@5IdDEPIVUL*A94I?~1 ".

Semana nacional ... ..... . .... . ....... ... ...O PAIS6." Sessão da Assembleia Popuiar: A Ofensiva é um acto cultural 5 Odeputadodeve estar na vanguardadar exemplo e ser sementeda Ofensiva --Discurso do, Presidente SAMORA MACHELno encerramento da 6.' Sessão da Assembleia Popular ... 16 Ofensiva: o detalhe -Notas soltas ... .............. .27SOGERE: O fermento da Ofensiva ... ... ................. 29

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INTERNACIONAL6 de Agosto de 1945 - Hiroshima ........................ 36Resistência Palestina: Unidade fortificada - Entrevista com Chefede Informação e Cultura da OLP ................... 38Internacional/imagens .............................. 41Cartas dos leitores .............................. 43Esse maravilhoso mundo do circo - A propósito da visita doCirco Nacioal Pyongyang ... ................. 47Mueda é o respeito pela realidade histórica - Rui Guerra em.entrevista à «TEMPO» .. .... ... ... ... ... 49Artesanato: Uma razão de ser. ........................ 54Conte-nos a sua história - «Vim para a cidade quando no Alto-Maé ainda eramato» . ... ...................... 59Reflexão sobre a política da RPM ...................... 61Palavras cruzadas . ... ... ... ... ... ... ... ... ...... 64Bibl;01teca doCAPA: Desenhode Guilherme [Arq H ..; i v'Tique(D.N.P.P.)

semana naonalDELEGAÇÃOPARTIDO SOCIALISTA DO CHILEVISITA MOÇAMBIQUEtes que, constituem o secretariado da Unidade Popular do Chile em Maputo.Realizou encontros com representantes de alguns movimentos de libertação,assimcomo teve a opo visitar algumas produção na Provi para onde se des 29.Brigada da Juventude AITRÊS MESESDE APRENDIZ> E DE TRANSMISSÃO DE CONHE4'ItWecto. das conversações entre o Partido FRELIMO e o Partido Socialista doChile, na manhã do passado dia 28, em Maputo, vendo-se o Presidente SamoraMachel chefiando.a delegação moçambicana e Ctodomiro Almeyda, àfrente da sua comitivaNo dia 25 de Julho chegou a Maputo uma delegação do Partido Socialista doChile, cheflada pelo seu Secretário-Geral. ' ttaçomiro.Almeyda.Na manhã d dapassada segunda-feira. realizou-se uma sessão de conver5sjções entre os PartidosFREL:I.MQ e PSC, cujas, delegaçõesram chefiadas pelos seus respectivos dirigentes, o Presidenýte"Samora Machel eClodomiPý1Ameyda.'ý<Esta visita vaí reforçar a amizade entre os nossos povos, ç.tre ,os nossosPartidos. A vossa visita é a afirmação da nossa amizade, de que a vitória contra oÁrLperialismo, o racismo, o apartheid, o sioniso$ o fadcismo é certa»'S&sêe adado passo o Presidýnte Samora Machel.,Ainda, na início daquelas

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conversações, o dirigente do ,,rtido FRELIMO afirmou que S~aýqui muitoschilenos que connosco vivem, trabal am, contribuem desinteressadarnente para odesenvolvimento do nosso País. Temos feit muito para que não se sirntamýefugiados, Com 'eles fAjmos ', vontade, para que partilhei o nosso progresso edificuldades.»O Presidente Samora Machel informou à delegação do Partido Socialista Chilenoque «o nosso Povo é trabalhador, disciplinado. Não teme sacrificios. Vive a lutados outros povos e faz do internacionalismo uma constante».Clodomiro Almeyda, por sua vez, disse naquela sessão que a sua delegação sesentia profundarflente comovida pela recepção que teve, «pelas palavras sinceras,francas, que reflectem a experiência acumulada pelo Partido FRELIMO ao longoda sua luta de líbertação e de reconstrução do Pais.Numa conferência de imprensa. realizada na noite do mesmo dia, odirigente doPSC viria a reafirmar a afinidade ideológica entre o seu Partido e a FRELIMO,dizendo que «somos dirigentes dos nossos Povos, guiados pelo Marxismo-Leninismo, ao lado de outras forças progressistas do mundo».A delegação chilena visitou nesta deslocação a Moçambique, a Cidade de Mputoe arredores, depôs uma coroa de flores no Monumentd aos Heróis Moçambicanos,visitou o Museu da Revolução, tendo igualmente se reunido com co.operanteschilenos e militan-Uma brigada da Federação Democrática da Juventude da RDA composta por 14elemen. tos esteve durante três meses a realizar trabalho voluntário noCAIL,Complexo Agro-industrial do Limpopo, com a fi. nalidade de apoiar na formaçãodos trabalhadores daquela unidade de produção.Todos eles são especialistas nos ramos da mecânica, alguns engenheiros dasempresas agrícOlas da RDA, na Província de Neobrandenburg.Segundo informações chegadas à nossa Redacção, esta não é a orimeira vez que areferidada assistência à nadas.De salientar qi rada a colheita 5000 hectares dComentando a ção o Chefe da«Não viemos p de trabalho. O .n( foi conseguir qui dores moçambicz ximos anos,po, colheitas sozinh com as suas pr Podemos dizer mos esse objectnicos eoperadoi mais conhecimeNa filial de Chilembene, os membros da 1 com os camponeses questõesrelacionadas ccesso de trabalho e de jormaçãobrigada de trabalho voluntário participa na ceifa do arroz, num país africano. Jáantes o havia feito na Etiópia.No Chókwè, a sua contribuição foi em primeiro lugar, participar naceifa e, entreoutras tarefas, contribuir na manutenção da maquinaria, formar trabalhadoresmoçambicanos, nomeadamente mecânicos e opeý redores para prestarem a devi-segurarem o tra combinadas.»Na verdade, i declarações de bros da OJM, qi ceifa «o númerc máquinas por ndiminuiu consic o rendimento fi maion>.TEMIDO.. N.o 512- pág. 2

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_ IDO

3TACTbS COM A OJMPor outro lado, a brigada esbde, leuao ongo dos tríês ess em que trabalhou no stto do Limpopo, contactos m a organização da Juvende Moçambicana em partilaicom o Secr4tariado diistaDestes contactos surg;dive sas ièirtia,- entro quais sedestaca, no dia 25 Junho, a organização de um )ai de solidariedadepara o[1 ý bgada contribuiu comr's Os repreS§ntafltes da j também tiveram a opOrtuad de estabelecer contac-tos com a população. Visitaram a Aldeia 'Comunäl 25 de Setembro, a Bartagem;do Limpopo, participaram emi comi-cos e em acti, dadés culturais.-No final da vista, o chefe da brigada disse ter ficado muito ínpressionado com ostrabalhadores do> CAIL,.om a sua preocupação em aprender e em sp ter asdificuldJades.«Estamos convencidos fisou o chcfe da dele ção que com este Povo,comtrabalhadores assim é possível combater o subdesenvolvimen. to noPaís. numdetermihado prazo.»otinguiram em disciplina. pontu4lidde e .dedicação ao trabalho nos seu$ secores deprodução são Rossana Sulemãne. Jafar Vasco e Jorge BandeTra,premiados comum rádio marca XIRICO cada um, e Jorge Basilio . e Caldas Isaias, contempladoscom um passeio turisticO num fimde-semana, Namaacha.Paralelamente a 'estes e Por terem ultrapassado a meta es-tabelecida de 300 camisas diárias destinadas às FPLM' para 40 unidades, foramconvidados a tomarem parte a uma recepção num dos hõteis os componentes deuma secção confeccionadora de camisas.Entretanto ficou bem potente nos restantes trabalhadores seguirem oexemplo dosseus colegas premiados, de aumü tarem a produção.DIRIGENTE UGANDÊSEM MOÇAMBIQUEEm visita de trabalho, esteye em Moçambique o dia 26 ao dia 30 o Vice-Presidente da Comissão Liit ar do Uganda, Yoweri Museveni. 0 dirigene ugandês,visitou o Museu da Revolução e a Coital-Mometal, tendo ainda prestadohomenagem sw Heróis Moçambicanos com uma deposição de un coroa de floresno monumento da Praça dos [erõis. Ainda no dia 30, Yoweri Museveni,con,edeuuma Conferência de Imprensa aos órgãos k informação nacional ecorresnondentes da imni esfrangeira.go da 2. mão da 1,° eliminatória da fase-africana mpeonato Mundialdo Futebol,Moçambique perdeu-1, com a equipa nacional do Zaire. Este encontro ugar no Estúdio da Machava.perante cerca de 50000 'adores, número que constitui um recordenaquelerecinto desportivo1OS AOS MELHORES TRABALHADOREStrabalhadores da Fãanufatos foram na mapassado sábado prePor se distinguiremna dade e dedicação ao

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Cinco trabalhadores da Fábrica Manufatos de Maputo foram premiados numareunião realizada no passado sábado naquela unidade de produção. Estestrabalhadors crue se dis-de Arte está patente, uma exposiço como tema o dia a dia dos alunos epúblicaSocialista de Cuba. A exposiespecial aos pais e familiares destes ?do ser bonsestudantes e dignos re;sa Pátria, como salientam os Conse as escolas«EduardoMondlane» e «SaMahel»EXPOSIÇÃO;COLAS DE MAPUTOcomemoraço do 24 de Julho (dia, ;es) estiveram expostos de 24 a 27 ola Industrial1.' de Maio várlos [os por alunos de vrias escola colaboraço dos seusrespéctIvOsEntre os artigos ali expostos destacaramse mo. bílias de madeira eferramentas(chaves, martelos, esconros e outros instrumentos) elaborados 'pelos alunos dasEscolas Industriais. Brinquedos e bordados pelas escolas primárias, materialrecreativo nela Escola Secundária Josina Mehe e anil mais de pequena espéciecomo patos e coelhos pela Escola Secundária da NamaaehEsta exposição foipromovida pela Dircç Provincial de Educç e Cultura.TEMPO N.o 512 - pág. 3

Entre Maputo e ChicualacualaTRAFEGO DE PASSAGEIROSNORMALIZA A PARTIR DE HOJERecomeça hoje, 1 de Agosto, o trâfego normal interno na Linha de Limpopo,depois de a 23 de Julho passado ter sido dada como apta a ponte ferroviáriaprovisóriat sobre a Barragem de Macarretanei. Assim, onze mesesapós osbárbaros ataaues rodesianos a vários alvos económicos da região do Limpopo,com especial incidência sobre as vias de comuniação, particularmente pontes, ficarestabelecido o movimento de passageiros e mercadorias em todo o percurso entreMaputo e Chicualacuala.De acordo com informações prestadas por responsáveis do Serviçode Movimentodos CFM-Sul em Maputo, o tráfego será à' razão de um comboio diário depassageiros o dois semanais para mercadorias. Segundo a mesma fonte, logo quea ponte sobre Macarretane foi dada como apta imiçiou-se um movimento diáriode comboios de passageiros entre, Maputo e Mabalane, enquanto se procedia adiligências para estendê-lo a Chicuglacuala.Concluída esta fase d,3 tra. balhos, Moçambique fica apto a recomeçar o trâfegointernacional por esta via, não o podendo fazer ainda apenas porque da parte doZimbabwe estão em curso trabalhos de restauração .da via que também ficaradanificada durante a guerra de libertação daquele Pasiirmão.O SONHO QUE SE REALIZOUA quarta-feira 23 de Julho ficou na história da Linha do Limpopo e nosanais dosCFM. Não pelo raia, do seu sol brando de inverno, excepcionalmente convidativoao trabalho, nem pelo vento que fustigava os rostos que, às primeiras horas dessa,linda manhã ansiosamente aguardavam a «hora daverdade» em Macarretane. Nãoporque de novo ali se

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iriam juntar equipas técnicas dos CFM e da Sogel (a empreiteira queprocedeu aolevantamento da ponte provisória e sobre quem pesa a responsabilidade pelareparação definitiva da ponte-açude). mas sim porque iria ficar restabelecido umdos mais importantes nós ferroviários do País.E não era para menos. Naqueles rostos onde ainda se podia ler a desilusão dasemana 'anterior quando a voz 'firme e dec;dida do responsável daSOGELanunciou que «rão passa o comboio, não deixo passar comboio nenhum aqui emcima», estava estampada a apreensão.«Seria daquela vez que iria passar?» - interrogavam-se alguns trabalhadores.Aliás esta mesma pergunta colocava-se a todos quantos participavamno acto. Elateria reinado entre os própros responsáveis das equipas detrabalho que para ali sedeslocaram. Neles com maior acuidade. Por parte dos CFM porque dentro daspossibilidades que possível falha na colocação dos carris se tivesse cometidopoeria resultar um d(isccrrilamento. Este, a acontecer numa ponte, 'dispensa com,entários. Do lado da Sogel, a difícil interrogação: «A plataforma corresponderá àsprevisões do projecto?»Os minutos transcorriam. As 10.30 horas, momento marcado previamente parao início do teste, estavam a aproximar-se como que a galo. pe. Decorriamosúltimos preparativos. Instrumentos de mefição da oscilação da plataforma eramcolocados nas melhores posições. Eram feitos os derradeiros exames. Trabalhava-se com o coração na mão.Nem foi sentido o passar desses momentos que quase se transformavam em horas.Quando às 11.45 ecoou pelo vale o grito cdracterístico da locomotiva,quebrou-serepentinamente a concentração das atenções nos requisitos finais.Num ápice«todos fixaram a ponta-sul da po n te-a ç u d e. Era o comboio que,galgandoterreno, chegou a dar a ideia de que não iria parar e que trazia consigo todo oímpeto contra qualquer perigo próprio de uma prova como a que se seguiriadentro dos .instantes seguintes.Levantaram-se algumas vozes alertando para a aproximação da composição.«Calma, o maquinista tem as instruções todas bem dadas. Ele pára à entrada daponte»- tranquilizou o engenheiro responsável pela equipa dosCFM.Passaram mais quinze minutos de acertos. Estava-se finalmente na hora quente.Os relógios marcavam o meio-dia, quando uma voz rasgou os ares:«Pode avançar» - dizia o engenheiro António Marcelo, da Sogel.Mais um grito do comboio e começou a prova. Três vagões vazios compunham á,primeira fase do teste. Até aí tudo certo. Dois outros carregados decarvão mineralentraram na plataforma.«Está a eomp bem» - atalhou nheiros.Foi a altura de vida, lá do fun< a dizer:'«Preparem cai já para comemc sagem do combtChegara o ti alto. Iam entrar cia dois vagõi com cerca de 8( da, que acrescii 20que correspi peso unitário, t toneladas. Depo pria locomotiva ronda as 120 toAvançaram o! Mediu-se a oscil parados sobre Restava uma b segurança. Aliáscarrega, normE peso. 1

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Faltava apeta Recebeu ordem tudo se proc( mente.Foi então qu ga, que numa a menção, aparec motiva e, nurr giante,bateu 1tornariam n u r ovação das cai soas que ali sE do.Já na margen popo, a loconnovo grito. Era terras para quý sar quase um interrupção da tambéma popi oacontecimeniAs 13.05 em mal a compos passar sobre ateve concluído a via que poder coamento dasr babwe, Zâmbiý Zaire.E. o «pouca-t ra» voltará a süL par m o n t a ti 1 mais as relaçõE destaregião dTEMPO N., 512 - pág- 4

'6.a Sessão da Assembleia PopularOFENSIVA E UM ACTO CULTURALrante os seis dias que durou a 6., Sessão da leia Popular ficou bem patente quepara além ortância das decisões tomadas, fruto de uma fiscssão eanálise, umimportante salto quatinha sido dado. E, isto, na medida em que, um lado aparticipação, pela primeira vez dos dos nos debates dos Grupos de Trabalho veioer as discussões, por outro lado a forma coIns deputados fizeramas suasintervenções rio também teve algo de original por lhes l mprestado avivacidadede um cunho pessoal e isso tenha implicado na perda do rigor ou rundidade daanálise dos problemas em dismais motivos não houvesse, quando se afiraOfensiva é antes de mais um acto culue organiza e desenvolve novosvalores, queformação de novos quadros e estabelece noIos - em suma, ouandose afirma oue a1* *começa em cada um de nós - aí está o da 6.' Sessão da AssembleiaPonular,ela parte da Ofensiva.PIe a Ofensiva, como acto cultural libertador Ineras energias e capacidades doPovo e actocriador de novas ideias, criador do homem socialista, entronca na questão centralda Revolução: a questão do Poder. Por Isso, foi desencadeada num momento emque o Estado que estávamos a criar nos ameaçava, havia de cair e destruir-nos.Por isso tamb como processo dentro da Revolução terá de ser permanente parapoder fazer triunfar as ideias novas, rompendo definitivamente com as velhasideias e concepções, condição para a vitória sobre o subdesenvolvimento.A Ofensiva é, em resumo, um processo global que abrange todos os sectores etodas as pessoas, é uma acção permanente. E um combate pela transfomação damentalidade do hom'em, que atinge o lar, a escola, o hospital, a fábrica e amachamba,.o escritório, a repartição, a oficina, a cooperativa e ocampo dedesportos. É a luta entre o velho e o novo, em que o factor idade nadaconta, emque.um homem de 60 anos oue apresenta originalidade é um jovem e outro de 20anos com espírito de rotina e de burocratismo é velho.No momento presente, o significado e a importância da Ofensiva transcende já afronteira geográ-TEMPO ,Y 512 - pýg 5

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fica do nosso País. Constituiu uma contribuiçãoes' pecificamente moçambicanapara a luta pela vitória do Socialismo, para a história mundial da Revoluao, para aconsolidaçko do Socialismo.Esta uma das conclusões que resultou do aprofundamento da análise e dosignificado da Ofensiva à luz de um contexto internacional. Os Grupos deTrabalho que discutiram também a forma como a tornar permanente e como odeputado se deve integrar neste processo que constitui um amplo mo~mento demassas, orientado pelo Partido FRELIMO.Particularmente importante para o aprofundamento de muitas -das questões, foi avisita efectuada pelo Presidente Samora Machel a cada um dos cinco .Gupos deTrabalho, dado que as suas intervenções no trabalho que estava a decorrer abriramnovas perspectivas às discussões e tornaram mais claro o significado da ofensiva,processo através do qual oSEIS DIAS DE TRAIINTENSOA 6. Sessão da Assembleia Popular, que decorreu em Maputo de 21 a 26 de Julho,foi aberta solenemente na manhã de segunda-fei-" ra pelo Presidente SamoraMachel.Após o discurso de abertura e depois de aprovada a agenda de trabalhos, foiapresentada pelo Deuaco Tomé Eduardo a Proposta de Ratificação dos ActosLegislatívos da Comissão Permanente d sembleia Popular, nomeadamentasLeis n.°s 1, 2, 3 e 4/80.que, respectivan alterações à Lei: moeda naçional/,, bre o Processo d e sobre acriação morativas. A refe ria a ser aprovad após a interven Rui Moniz BarreAinda na parte putado Jacinto 'V da Comissão Cen Notas, apresentoPovo aprende a participar no exercício do passa a exercê-lo directa epermanentemente.-o na fábrica e no escritório, exercê-o qu responsabiliza e quando responsabilizaos r veis e as estrutUras, quando pede contas ao rios e aos funcionários, aostéçnicos e aos c ses.A Resolução sobre a Ofensiva Política nizacional e sobre o trabalho das AssemnPovo e Deputados, cuja primeira parte pul na Presente ediç4o, constitui umimportan mento de estudo que sintetiza a discussão' feita por deputados econvidados sobre o 1Outro documento de grande importânc; compreensão do signifiado da Ofensiva, éso Proferido pelo Presidente Samora Maeh# cerramento desta' 6.a Sessão daAssembleia e que também publicamos na presente ediçãO referida Comissão, segui:cerimónia de entrega de de notas e moedas aos iALHO da A. P.A apresentação do Reh Comissão Nacional depelo deputado Teodato Hi' : .... «foi o último pontò; destaSessão so de Trabalhos.

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Na parte da tãrde, dep convidados iniciaram o iente, introduiu em grupos paradiscussãc Eleitoral, criou a rido Relatório. o MlETWAL, so- Na manhã deterça-feiiTroca de Notas apresentados os relatói de Moedas come. cinco Grupos de Trabalrlíla Proposta vi- o que o deputado Ia por aclamação, Munguambe apresentoução do deputado ta de resolução sobre a to. ý - das Eleições locais realida manhã, o de- corrente ano, que viria a teloso, Presidente vada porunanimidade. tral de Troca de vez, o deputado Felician u o Relatório dana fez aentrega de 100Popular decorreu durante seis dias. durante os quai& deputados e convidados d(veram um trabalho *ntensoA 0.~ 0 .UU 4-OTEMPO N.- 512 - pág" 6

cais, contributo dos elementos envolvidos no Processo Eleitoral a nível daProvíncia de Nampua. O deputado Mário Machungo procedeu, depois, à Análiseda, ofensiva Política e Organizacional segundose a apresentação de uma SMoçãosobre o discurso de 18 de Março, apresentada pelo deputado Atanãzio SaideNacatembe,' que viria a ser aprovada por aclamação.Na parte da tarde e no dia seguinte, deputados .e convidados integrados nos cincoGrupos de Trabalho, procederiam à discussão do documento sobrea Ofensivaolítica e Organizacional, tendo o Presidente Samora Machel visitado cada um dosgrupos, ocasião que transmitiu importantes rientações para a análise do pro-Durante o dia de quinta-feira, deputados e conviados visitaram diversos sectoresdo Porto e do Aeroporto de Maputo; para no dia seguinte retomarem a discussãoem grupos.No sábado, último dia de traba, lhos da 6.' Sessão da Assembleia Popular, aSessão Plenária foi ini-' ciada com a apresentação dos relatórios dos cinco Gruposde Trabalho. A proposta de Resolução sobre a Ofensiva Política e Orga-nizacionale sobre os Trabalhos das Assembleias do Povo e dos Deputados, apresentada pelodeputado Armando Panguene, foi aprovada por aclamação.A Exortação ao Recenseamento Geral da População, apresenta-da pelo deputado Marcelino dos Santos, foi o primeiro ponto'l resentado na parteda t de, sndo igualmente aprovada por aclamação depois da intervenção de apíoiode vários deputados.Foi também aprovada poriaclamação uma moçao de äpoíi ao discurso proferidopelo Presi dnte Samora Machel na recente Cimeira dos Chefes de Estado da OUA,apresentada pelo deputado Francisco Loforte, assim como a Moção de Apoio àindependênciafdo Zimbabwe, apresentada pelo deputado Rafael Maguni. Por suavez, o deputado Mariano Matqínhe apresentou uma, Moçao de Saudação àsF.P.L.M. e ao seudante-em-Che fe, que a' Asse leia aprovou por aclamação.SOCIALISMO..,ntes de proceder ao encerramento da última são de Trabalhos da 6.Sessão daAssembleia olar, o Presidente Samora Machel -fez a esentação formal #ao

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Conselho de Ministros e Vice-Ministros, Governadores provinciaise retãrios deEstado, recentemente nomeados. ýoram igualmente apresentados os deputadosamados a assumir a responsabilidade da edos novos órgãos da cidade de Maputo»,noadamente, o Presidente do Conselho Executio Director do Gabinetedas ZonasVerdes Comissário Político do Porto. > Presidente Samora Machel referiu depois«é a acção dos órgãos à responsabilidade tes senhores deputados que garantirá: alima, pintura, embelezamento da cidade capital; isciplina na ocupação e utilizaçãodas casas, 'ques e ruas da cidade; a dínamização do cesso dos bairros comunais nacidàde; a disUna no comércio, indústria e transportes e Vicos de Maputo; adetecção e o combate de 0 cumprimento militar por parte de ci u rginais, gatunose vagabundos na nossa capi- propósito que deve acabar. Devemos mostrar aalegria o encaminhamento de desempregados e de- lho de sermos livres eestarmos a construir o social

exige restrições de circulação isso d riamente ponderado e feito como dcoordenação com as estruturas cc De qualquer modo não podemos cria em que aspessoas sejam proibidas d los passeios que são próprios para circulem pelas ruasque são própria culos!A segunda medida refer$-se à ven tinhos de tangerinas, mandioca, can em certaszonas residenciais, que Executivo deve punir severamente. já não são vendedorasambulantes i próprias donas de casa da Polana chield, Alto-Maé e outro§ bairrosqu um saco à porta de casa e no muroPor fim, ao referir-se à utilização de cumprimentos militares por partE PresidenteSamora Machel afirmou:O nosso povo não pode ser impec nifestar a sua alegria ao saudar oss tes e altosvisitantes estrangeiros.Particularmente nas cidades tem, do uma utilização exagerada de cuiMaputo nãoé uma cidade ocupada Por isso, arames,. pali- militares por parte dos civis. Em vçadas, trapos, disticos mal escritos e barreiras de trânsito improvisadas devemdesaparecer das ruas da capital do dir, acenar, cantar, sorrir, erguer o País.rado, há muitas pessoas que ficamficam em sentido, quando passam socupados para tarefas produtivas nas zonasverdes; a racionalização e disciplina no abastecimento de géneros de primeiranecessidade; o combate à especulação e à proliferação de vendedores ambulantesnas zonas residenciaís; o aproveitamento total da capacidade de produção dealimentos nas zonas verdes; o combate à indisciplina, corrupção, esbanjamento,roubos e desvios na zona portuária; a mobilização dos estivadorespara a subidada nossa capaciJdade de manuseamento de carga».Acrescentando que «estes deputados assumem perante esta Assembleia todasessas tarefas e responsabilidades - que estão no espírito e no carácter da nossaofensiva», o Presidente da República afirmou, ainda, que «há pequenas medidasque desde já importa implementar)i.ESTA NAO É CIDADE OCUPADA O Conselho deMinistros quando era apresentado peSamora Machel à Assembleia Popula

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Assim, dirigindo-se às estruturas competen- Isto é um exagero, umdesproposites, disse que elas devem fazer desaparecer todos os arames, paliçadas, trapos,dísticos mal acabarescritos e barreiras 4e trânsito improvisadas».Esta não é uma cidade ocupada - continuou Nós temos de mostrar aalegria,o Presidente Samora Machel -, é uma cidade o orgulho de sermos livres eestarique é nossa, é a nossa capital. Se a segurança truir o Socialismo!tTEMPO N.o 512 - pág. 8a

FAÇAMO1, UMA VITE Exortação aprePermanente daNa sua última bleia Popular apr seamento Geral d Comissão Permano seguinte, 4nbicanas e Moçambicansnossa pátria livre e independente vamos realiReceneamento GeraT da População.nosso Recenseamento efectua-se numa fase lar da história do nossopovo.Realiza-sé no ro ano da década de 1980-1990, década da sobre osubdesenvolvimento. gi circunstância confere ao Recenseamento G.População umcarácter político muito imporcolonialismo também fez recenseamento em tbique.Fazia recenseamentos para organizar loração do nosso povo e das nossas riquezas.íistória dos recenseamentos coloniais está inente ligada à opressãoe humilhaçãocoloniais, balo, ao alistamento para o imposto de palhota* tarde domiciliário, ao recrutamento de mãoira barata oara as qrandes plantaçõescolonipara as minas da África do Sul. Recenseamento que vamos realizar insere-se a do nosso povo pela sua dignidado e pelsode, pela sua independênciaeconómica, contra desenvolvimento e pela construção da nossa adee bem-estar.n o Recenseamento Geral da População vamos quantos somos, quem somos,como e onde )s, o que cada um de nós faz. ivés das nossas respostascorrectas ecomple'mos contribuir para o conkecimento da nossa ide.Ie conhecimento permitirá calcular cientificaquanto milho, arroz, amendoim,batata, preci para a nossa alimentação, quanta roupa e é preciso produzir, quantasescolas e hosPcisamos de construir, quantos professores mosde formar.ecenseamento vai pois fornecer uma base de aç ão para o desenvolvimento daplanificaçãopatrões-a e social, condição indispens o Socialismo.!s do recenseamento vamos coi sição de classe da nossa socE económica dapopulação. Vai operários, camponeses, assal =ooperativistas, intelectuais, fiexistem na República Popularque.

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trabalhos, aclamação a ão, apreseni P., Deputad referida exono cio

Mo mento em que Marcelino dos Santos, em nome do Conselho o Coordenadordo Recenseamento. fazia entreg( 'a.F residente Samora Macheldos documentoses,senciais do RecenseamentoVamos pois dimensionar melhor o nosso poder, opoder dos oporrios o dos camponeses, da aliançaoporario-camponesa,Moçambicanas e MoçambicaeosVai ter inicio no próximo dia 1 de Agosto na República Popular de Moçambique,do Rovuma ao Maputo, o Rece"samento Geral da População.No período de 1 a 15 de Agosto todos os moçambicanos e estrangeiros que vivemem Moçambiquevão ser recenseados.O Recenseamento Geral da População é uma tarefa de todos nós. Osseusobjectivos transformam a nossa participação activa e consciente, num. direito enum dever. Cumpriremos assim a Lei do Recon!ýeamento Geral da População,ratificada pela 4.Sessão da Assembleia Popular em 1979.* Para que o Recenseamento constitua um sucesso d mos estar todosorganizados em torno das nossas estruturas de bairro, círculo e célula,enquadrados pelos Grupos Dinamizadores.evemeqos todos conhecer o quarteirão ou zona aqpe pertencemos, o nosso responsável, os nossosviinhos, a nossa própria família.No campo devemos comparecer com as nossasfamílias nos locais de concentração que serão criados para o recenseamento.Nas cidades, nos dias marcados para o recenseamento na nossa célula ouquarteirão, devemos perimanecer nas nossas casas, e quandotal não for possiveldeveremos deixar a informação necessária com a nossa família, para permitir quealguém pos-sa responder à totalidade das perguntas do facilitando o trabalho dos agentesrecensoadPara o sucesso -do Recenseamento é ne que todas as pessoas sejamrecenseadasninguém seja recenseado mais que uma veiNo momento do recenseamento deverem< que nos soja entregue um cartão queprove mos recenseados.Este cartão deve ser por nós conservado, remos tra-lo sempre connosco para amomento, provarmos que fomos recenseado!Moçambicanos e Moçambicanos,O Recenseamento Gerai da População feito por 20000 agentes recenseadores e idores.

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Os agentes reconseadores ,'e controlad< professores, alunos,trabalhadores do Partganizaçós Democráticas de Massas e Apa Estado que, em trabalho voluntário,demonsseu espírito de trabalho árduo e de sacrific zarão o Recenseamento.No seu trabalho diário os recenseadores troladores deverão dar provas do seu engada sua dedicação à causa do Povo.Nomeadamente, deverão guardar sigilo informação obtida, nãodivulgandonenhum mação acerca das' famílias e pessoas recei cumprindo assim oestabelecido na Lei do R mento.Cada agente recenseador e controlador cartão próprio de identificação. No acto 4seamento devemos exigir a sua apresentaçã mos assim capazes de evitar ainfiltração c go no nosso seio. Os recenseadores e contr são nossosfilhos eirmãos, devemos pois e apoiá-los cmo.tal.Moçambicanas e Moçambicanos,A nossa história mostra-nos que o inl opõe e reaqe Contra as nossas acções, c<nossas vitórias.A actual fase da revolução caracteriza. agudização da luta de classes nos planos einternacional.O inimigo vai agir contra o Recenseame utilizar o boato, a. superstição, aprovocaçi mesmo poderá realizar acções criminosas.Enquadrdos pelo Partido e Organizaçõe cráticas de Massas, cerremos as nossasfile ganizemos a nossa vigilância, denunciemos mente todos aqueles que actuempor forma dir o sucesso do Recenseamento.TEVPO N ' , '

Moçambicanas é Moçambicanos, tarefa decisv0 próximo dia 1 de Agosto constituí um marco vimento.importante na nossa vida. Em tqos Jocais de FAÇAMOSresidência e de trabalho, enquadrados pelas nossas POPULAÇÃOestruturas devemos festejar o início dos trabalhos CLASSE!do Recenseamento Geral da População.Deverão ser realizadas reuniões explicativas e VAMOS TODiactividades culturais que engajarão todo o nosso povo, que transformarão estadata numa grandiosa VIVA O RECIfesta popular. ÇÃO!Unidos e dirigidos pelo P;rtido FRELIMO, co Rovuma ao Maputo, assumam os oRecenseamento como A LUTA CONA OFENSIVAÉ UMA CONTRIBUIÇAPAIRA A LUTA PELADO SOCIALISMO* Resolução sobre a Ofensiva Politica ee sobre os Trabalhos das Assembleiaa sua última sessão de trabalhos, a 6.1 Sessão da Assembleia Populai u poraclamação a Resolução sobre a Ofensiva Politica e Organizacio, &obre osTrabalhos das Assembleias do Povo e Deputados, documente imeira partepublicamos a seguir.

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;te documento situa a Ofensiva no contexto do processo Revolucio.. ntificaalgumas concepções erróneas criadas em seu redor e como re i go interno eexterno perante esta nossa conquista. É também salienta>rça imensaqueconstituem as Assembleias do Povo e os Deputados e da a situação existente anível do Aparelho de Estado, no âmbito das as, no comércio e abastecimentos.CAPITULO 1Sessão da Assembleia Poeunida de 21 a 26 de Ju980, logo após a 7.'Sessão itéCentral do Partido FREanalisou profundamente o o histórico no nosso País.Neste contexto, e à luz d princípio de que o Partido F'LIMO é força dirigente doEstado e da Sociedade, a Assembleia Popular na sua qualidade deórgão Máximodo Poder de Estado estudou profundamente a fõrma de implementar a resoluçãoda 7.' Sessão(1 Parte),do Comité Central do Partido sobre a Ofensiva Política e Orgaäíza-ioAAssembleia Popular saúda o Comité Central do Partido FRÉ$LiMO o qual umavez mais soube analisar em detalhe a situação política, económica e social noPaís, soube ir ao fundo dos problemas para, a partir daí, definir osno\o passos adar pela Revolução MO. çambicana na con§tr'ução do Socialismo.A Assembleia Popular manifesta, mais uma vez, o seu incondicional apoio a SuaExcelência o Presiente do Partido FRELIMO e Presidente da RepúblicaPopularde Moçambique, SAMORA MOISÉS MA-TEMPO N.- 512 - pág. 11para a Vitória sobre o Subdesímvol-VITUKIUA U ENSEAR-NO8!GERAL DA POCULA-DA DE

CHEL, guia incontestável da ReVolução Moçambicana, pela formaclarividentecomo tem dirigido os destinos da Nação.O seu conhecimento e profundo séntido popular, mais uma vez conseguiram ir aoenUhtro das aspirações mais profunda do nosso Povo, galvanizá-lo e mobilizá-lò,transformando a Ofensiva num am. pio e imparável movimento de massas.A Ofensiva Política e Organizacional agora desencadeada, demonstra mais umavez que na história da FRELIMO, na história do nosso Povo, as grandesvitóriasestão intimamente ligadas às grandes ofensivas que soubemos lançaremmonentos precisos.A Ofensiva é o resultado duma análise constante dos fenómenos daevoluçãopolítica, social e económica do nosso processo de de. senvolvimento. Ela é,portanto, uma resposta cientifica aos problemas da construção deuma sociedadenova e de um homem novo moçambicano. Ela é, pois, um método de trabalhocientífico, enquadrando-se no contexto da agudização da luta d classes no nossoPaís. Ela constitui já, um contributo históricoda Revolução Moçambicana para oenriquecimento do Marxismo-Leninismo.. A Ofensiva é essencial à conquista do sucesso nas enormes ta. refas da décadade 80/90. Só com o espírito de rigorosa exigência, do máximo esforço, eficiência,

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produtividade, honestidade e dedicação que ela impõe, poderemosalcançar avitória e colocar a fome, a niséria e a ignorância no rol dos males do passado.Sua Excelência o Presidente do Partido FRELIMO e Presidente da RepúblicaPopular de Moçambique, ensina-nos permanentemente que a Vtória prepara-se,a Vitória or. ganiz -se».Neste quadro a Assembleia Popular concluiu da necessidade de se mobilizar todosos cidadãos moçambicanos patriotas, operários, camponeses, soldados, alunos eprofessores, artistas,. artesãos, comerciantes, agricultores, camionistas, jovens,mulheres, enfim, todos aqueles que amam a sua Pátria eO deputado Armando Pan uene quando apresentava a Proposta de Resoluçãosobre a Ofensiva Política eOrganizactonaldesejam contribuir para o seu engrandecimento, para se engajaremdecididamenteno combate árduo mas exaltante ContrA o subdesenvolvimento, pela edificaçãodo Socialismo na nossa Pátria livre e independente.Só o engajamento firme e decidido de todos os cidadãos da República Poptlar deMoçambique permitirá banir -do nosso seio, todas as sequelas e vestígios aocolonialismo.Os Deputados foram unânimes em reconhecer que esta batalha exigirá muitossacrifícios e trabalho árduo, estando, no entanto, certos de que a determinação e aorganização de um Povo destrói todos os obstáculos que possam impedir arealização das suas aspirações mais profundas.Os Deputados reiteraram mais uma vez a sua convicção de que sob a direcção donosso Partido de Vanguarda, a FRELIMO, mais uma vez, o nosso Povo infligiráuma pesada derrota ao seu inimigo de classe e edificará uma sociedade justa,democrática, onde o bem-estar social seja uma realidade para todoo nosso Povo.A acção aberta e pública do Presidente SAMORA MAGHEL contra o inirffigoinfiltrado despoletou o nosso Povo, despertando-lhe a iniciativa criadora no-combate e denúncia, detecção e resolução dosproblemas criados pelo iniA Ofensiva Política e ( cional de imediato transfi numa escola de aprendiz, liticadas massas e dos quadros.A Ofensiva está já a e nova forma de viver, um ideológico profundo nação danossa zona com migo.No desenrolar da Ofen, bem patente o seu cará fundamente libertador e libertadordas imensas ei capacidades do Povo; cri novas ideias e concepçõe:do homemsocialista.A Ofensiva reforça a n dade, rompe com todos promissos e faz do noss( umEstado que assegure rjalização das aspirações Povo.Mas, devemos ter sen sente que uma Revoluçãc migos não é Revolução. combateé contraeles. E ro lugar os inimigos inte tra quem virámos agora das nossas armase os externos que procurarã( recrutar os seus agentes seio.A Ofensiva dá,nos ume tiva clara do futuro, res à confiança e redobrou\ os nossosquadros a ci vitória sobre o subdeser to e a vontade de se eng, trabalho com maisdete Nesta primeira fase da O cou demonstrado que foi zes de resolvermuitos icom os mesmos recurse então considerávamos ec

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Nosarmazéns, nas fáb portos, nos restaurantes no Aparelho deEstado esta medidatransformo fenómeno de dimensão indo muito mais além dc pies acçãofiscalizadora A Ofensiva Política e cional conseguiu impoi metodologia para o conosso Povo contra o sul vimento.Ela é já o combate cc pirito de subserviência geiro, ela estabeleceasTEMPO N., 512 - pág 121

ssa cooperação no contexto das pões e demonstra ao Mundo. a erência entre osnossos princí. s e a nossa prática. Ela despertará o respeito dos 3sos própriosinimigos. N Ofensiva torna mais nítida a ia da demarcação ideológica aelinternacional e, muito em es. cial, ao nível regional do nosso ,ntinente. issoaumenta a nossa ýponsabilidade no contexto inno e Internacional. AOfensiva éuma escola onde jo o Povo aprende a participar exercício do poder. Através deoPovo exerce o seu poder di. Dto e permanentemente. Exerce, quando seresponsabiliza e iando responsabiliza as estrutus e os responsáveis, os funcioíriose os operários, os técnicos os camponeses.o poder é a maior das responsalidades. Para o exercer o Povo de seresponsabilizar e exigir ponsabilidades. Para isso é ne.ário conhecer. Por isso a Ofen. vé antes de mais um acto culr1. 'Ela organiza edesenvolve )os valores, exige a formação de os quadros, explicae estabelenovasrelações, torna produtivos s conhecimentos tirando-os do m isolamento pois queexige a recta articulação entre técnico o burocrata, entre o que sabe s e o que sabemenos.odemos pois concluir que:-A Ofensiva é uma contribuição sificamente moçambicana pauta pela vitória doSocialismo,a história mundial da Revolu.1para a consolidação do SociaCAPITULO IIssembleia Popular constatou apesar dos avanços já conses na mobilização dasmassas 0 bito da Ofensiva Política e nizacional, ainda persistem nodaspopulações diversas cons erróneas sobre o significa.conteúdo e os oblectivos da iva. A Asembleia Popular T eu ao levantamento eaná."austivos dessas concepções f as e identificou como princi's seguintes:- A concepção d que a Ofensiva é uma acção que vem de fora, é uma acçãopessoal do Presidente da República, dum Ministro oui quando ,.-uito, dumGovernador de Província. A concepção de que a Ofensiva é uma acçãotemporária, que só dut3 enquanto a sua acção directa se faz sentir.Que a Ofensiva já acaboú.Que o vento já deixou de so.prar.-A concepção de que a Ofensiva não é global, isto é, não abrange todos ossectores e todas as pessoas, mas apenas alguns sectores como o AbasteciiWento, aHabitação e aSaúde.

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-A concepção de que a Ofensiva se resume apenas à re.pressão, violência ou prisão.Debruçando-se c o m particular atenção sobre os múltiplos aspectosde que serevestiu e reveste a acção inimiga face & Ofensiva Política e Organizacion'al, aAssembleia Popular concluiu que essa acção se manifestou pelasseguintesformas:A- INIMIGO INTERNOA Assembleia Pop ular concluiu que inimigo intern ocompreende doisdestacamentos intimamnente interligados:- os bandos armados-os ee-mentos infiltrados noAparelho de Estado e nos diversos sectores da nossa vidaeconómica e social.A Assembleia Popular concluiu que as acções dos bandos armados e as acçõesdesestabilizadoras dos elementos infiltrados constituem as duas faces da mesmamoe. da - a moeda da contra-revolução interna.A Assembleia Popular identificou como principaís acções dos elementosinfiltrados, visando contra riar a Ofensiva as seguintes:-Utilização da Ofensiva comoforma de intimidação dos trabalhadores;- Perseguição directa ou ataques velados ä trabalhadores que têma coragem deexpor situações de injustiça ou desabotagem;D e t u r p a ção sistemática do sentido profundo e dos objectivos 'últimos daOfensiva, exagerando os aspectos secundários ou acessórios para esconder osaspectos essenciais;- Fuga de responsabilidade, por parte de certos «responsáveis» que pretendemescapar a acção da Ofensiva pedindo a exoneração dos cargos que ocupam, antesque seja exposta a sua negligência, a sua incapacidade, a sua incompetéíncia ou asua «desonestidade.B - INIMIGO EXTERNOO n'osso inimigo permanente , oa Resolução sobre a ofentsiva os das Assembleias do Povo e dosTEMPO N.o 512 - Phg- 13

va Política e Organizacional constitui um, testemunho inequívoco dacapacidadedo Povo moçambicano, dirigido pelo Presidente SAMORA MACHEL, emavançar na construção do socialismo.Por isso mesmo o imperialismo lançou uma campanha para dosacreditar aOfensiva ao nível Internacional, para fazer crer que a Ofensivarepresenta umrecuo, uma viragem para O capitalismo.O objectivo último desta campanha é criar a contusão e o desânimo no seiodasforças que por todo o Mundo- apoiam a luta do Povo moçambicano.Aintenção do inimigo,é criar um fosso, uma divisão entre essas forçasrevolucionárias, progressistas e democráticas, por um lado, eo PartidoFRELIMO, por outro.

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CAPITULO 11As contribuições dadas durante o debate sobre o relatório da Comissão Nacionalde Eleições confirmaram e -nriqueceram as conclusões deste.Com as eleições de 1980, engrossaraní-se as fileiras dos Deputados, elevou-se onúmero das Assem. bielas do Povo, reforçou-se a sua composição de classe,ampliou-se a base social da participação popular no exercício do poder estatal, aspopulações manifestaram um alto nível de maturidade política.Hoje, as Assembleias e os seus Deputados são uma força imensa que ganha cadavez mais capacidados para orientar, enquadrar e mobilizar todo oPovo.A criação de um grande número de noas Assermbleias de* Locali. dade éumagrande conquista da dmocracia. Mas ela exige que se dê todo o apoioeacompanhamen*to para que as,Assemblelas funcionem correctamente, r e s o 1 ve n do problemas concretos.Apesar do trabalho positivo até agora desenvolvido pelos Deputados,as tarefasdefinidas pelo Par* tido FRELIMO para a presente dé. cada exigem destes, umengajamento mais completo e profundo.Exigem que- as Assembleias do Povo dirijam e controlem o Aparelho ,de Estadoe participem na sua pu. rificação e adequação às tarefasde edificação do Socialismo. Exigem que os Deputados orientem o Povo narealização das tarefas económicas e sociais, mob.lizem os trabalhadores para o.cumprménto e superação das metas do Plano, bem como promovam aadopção depráticas de austeridade nós locais de trabalho, râidência ou áreas eleitorais.Exigem, em suma, que os Deputados assumam os valores da OfensivaPolítica eOrganizacional..Exigem queos Deputados façam da Ofensiva Polít'ca e Organizacional o seumodo de vida, o modo de vida quotidiano de todo o Povo.Exigem que valorizemos o entusiasmne maturidade populares re. velados nasúltimas eleições.A Assembleia Popular detectou porém durante a análise do relatórioda ComissãoNacional deEleições que:1. Algumas Assembleias do Povo formadas durante aspri.meiras eleições gerais, funcionaram, mas com defici" ncias, chegando-se a con.fundir as suas sessões comas do Governo;2. Outras Assembleias funcionaram. mas só com parte dos seus Deputados, poisaosQutros sucedia que ou não lhes era atribuida qualquer tarefa concreta, ou teni.do-se deslocado para outras áreas não eram substituídos;3. Em certos lugares, as estruturas de escalão superior não acompanharamdevidamente o trabalho das As.sembleias, levando a que os Deputados por desconhece.rem as tarefas gue lhes competem, se mantivesseminactivos;4. Por vezes, os métodos det r a b a lho adoptados não eram os mais correctos, fa.zendo-se reuniões ou esporadicamente ou sem chega.

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rem a decisões que permitissem a solução correcta dos problemas'sentidos pelaspopulações.A Assembleia Popular constatouque o Aparelho de Estado sofre& um abalo em resultado da Ofensiva.No entantopersistem no seu seio uma série de insuficiências, dedeficiências e de co que contribuem para senvolvimento da RE ra criar o mal-estar n pulações.A Assembleia Pop entre 'outras, as se ções ao nível do Ap tado-1TEMPO N.o 512 -pág. 141'Ao nível dos* Mi|isoutros órgãos Gr Poder:, mantém-se 0 de medida a pados trabalhadores, ç não participam dev te, nem são levados ciparna denúnciabtemas. A este nih meira fase da Ofen, foi assumida na su; cia e o seu significEcance tendem por ivaziar-se.A Ofensiva é coquase exclusivamefl uma criação meca Gabinetes de Contre ,ciplina. Paraleiameite a tendência errad tringir a acção dos .tes de Contrle e na à análise de ficIquéritos preenchid .trabalhadores, não nizando devidamenl tacto com as popu 2.Em diversos sect,Aparelho de Estad recto desenvolvim Processo Revoluci entravadopela per deuma legislação r= o caso concretc fândegas. A legislaç neira ,vigente foi c, paraservir os inter burguesia colcatravés de vários mos, de protec mo aduaneiro ocLlugar privilegiadoções económicas i[ nais. Esta legislaç' tui, um escolho ao cimento de relaçõ(micas internacior sirvam os interesse so País. Ela sujeit sos emigrantesatos humilhantes; 3, Persistência de deitalismo e de falta

armaaéns, nas fdbricas, nos portos, nos restaurantes, na rua, no A.Parelho tado emgeral, a Ofensiva tornou-se num fenómeno de dimensão históricadenação entre os serviços e dentro dos próprios serviços;Admissão e promoção generalizada de funcionários sem concursoou outrocritério objectivo de avaliação de competência profissional, o que abre caminhoao nepo. tismo, favoritismo, cunhas e pror, íoção de incompeten. tes;Ausência de critérios objectivos de contrõle de produtividade e dequalidade deserviços prestados pelos trabalhadores do Aparelho de Estado;Existência de funcionários que persistem em atitudes de arrogância, falta decortesia e de delicadeza para com as populações que recorrem às Repartições doEstado, causando assim o mal-estar no seio das massas.,AMBITO DAS EMPRESASýssembleia Popular constatou ýmbora exisfa uma tendência alizadapara oaumento da ção e da' produtividade, nas as e noutras unidades de Çãoexistem

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ainda inúmeros 'mas e dificuldades que afec. egativamente a produção e atividade, muitas vezes impeou pelo menos, dificultando 'Primento doPlano.Ao debruçar-se sobre a questão do exercício do Poder, a Assem. biela Popularconcluiu que em muitas Empresas a causa da desorganização, da indisciplina e daanarquia reside na inexistência de autoridade do Director- criando-se assimsituações de diluição do poder onde toda a gende manda e ninguém manda.Ao analisar a questão da organi. zação das Empresas e, em particu. lar, a questãode articulação entre as diversas estruturas da Empresa (Célula do Partido ou G.D.,Direcção e Conselhos de Produção sobretudo) a Assemblea Popular con. ciuiuque a causa de conflitos que por vezes surgem entre essas estruturas, reside naausência de de. finição clara das áreas de competência de cada umadas estruturas.Abordando a problemática da oiganização e da disciplina dos trabalhadores, aAssembleia Popu. lar constatou que a inadequação da legislação colonialainda'vigente sobre as relações entre as Empresas e os trabalhadores, bloqueiam acorrecta definição de relações contratuais entre os nossos trabalhadores e asnossas Empresas.NO AMPITO DO COMÉRCIOE ABASTECIMENTOO sector de comércio privado, es. tatal ou cooperativo, enferma de males quecontribuem para agra. var a situação da já deficiente rede de abastecimento.Por outro lado, a rede de esta.belecimentos comerciais n ät'ênÚ'-se à presente fase insuficionto õ nel aos grandes centros utb 4rns' e, sobretudo,nas zonas rurais ob,, de o seu reduzissimo nmrp.or' obriga as popuçoes a percoepc grandes distâncias para se abastecerem.Por outro lado, tanto a nível da' rede comercial nas cidades &onO.no campo, asquotas de abasi ." mento aos comerciantes são, insuficientes, provocando ascorrerias constantes às lojas e as bichas por, vezes intermináveis,sóbretudo- aonível das cidades.Esta situação. é ainda agrVadaa pela atitude desonesta de algü's'comerciantes ede alguns tr a.ãlhadores das lojas, os quais; açáýýbarcam e desviamem benefiíciopróprio, dos familiares e amigos, quantidades consideráveis depro. dutos, querantes da sua chegada ao estabelecimento do destino, quer mesmo dentro dopróprio 9e tabelecimento.Numa fase antèrior ao desenç4deamento da Ofensiva Política e õr. ganizaclonal,estava generaiýadäc a prática de -retenção de produtós durante dias, mesmo como conhe- cimento do púbico sendo c'ab' seno produto vendido em umou dois diasfixos da semana, o que levava as populações a suportar sa'ri-. fícios por ter depermanecer diase noites frente a determínado 's'.s, tabelecimento esperando o diafixado para a venda do referido pro- . duto. Porém, esta prática foi' e., minada porefeitos da OfensiVa& -'As relações cõfmerci 1ante-Jpúbli'co' continuam a tomar por vezes carácterdesagradável pelo dess.espeito e desprezo que outros ,: merciantes muitas vezesmanis-7 tam no seu trato do dia a dia CóPi' as populações; trata-se, flomeladamente, de atitudes de arrogânca, de impaciência de descortesia, de falta devontade de bem s r tf o cliente.

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Exemplo típico no mercado centra do Maputo, onde a compra de ananás era porescolha facultativa do cliente, mas onde hoje as ven." dedeiras seopõem à escolha"d'o produto pelo cliente, e tentam 'fazer crer a existência de uma délét.minaçãosuperior que impede' a es colha da fruta ao gosto do' cliente

O DEPUTADO DEVE ESTA-R NA VANGUARI DAR EXEMPLO 'E SER-SEMENTE DA OFENS* Discurso do Presidente Samora Machelno Encerramento da 6.a Sessão da Assembleia 1A longa história da Frente de Libertação de Moçambique, a experiência que essafrente colheu após a derrota, do colonialismo e as experiências do PartidoFRELIO após a sua criação, foram tema do discurso do PresidenteSamoraMachel no encerramento da4.4 Sessão da Assembleia Popular.Falando aos deputados o Presidente da República exoro-os a serem osdinamnizadores da nova vida em todos os lugares onde estejam. Maisumavez,comojã o fizera ao longo dos debates, elucidou so zão porque a Ofensiva é permanentee é valo cionário da FRELIMO. Essa explicação ven na análise de quem era oinimigo em cada fa ta durante a luta de libertação nacional e q inimigo e como eleactua após a libertação. Pela sua importância polit~a e didáctica vemos na íntegraesse importante discurso:TEMPO N.Q 512 - pág. 16

nhores Deputados,sihores Convidadós,Durante uma semana estivemos reunidos para analisar ,ossa vida,para escolher omelhor trilho para uma mara mais segura e mais rápida. O tema centraldas nossasdiscussões foi a Ofensiva lítica e Organixacional. Analisámos o seu significado.tudámos as formas de tomar a Ofensiva permanente. contexto da Ofensiva,analisámos também o último >cesso de eleições locais e constatámos que elereforu o exercício do poder pelo povo. Chegámos ao fim dos trabalhos da SextaSessão da sembleia Popular.A caracteríistica fundamental desta Sexta Sessão foi liscussão dos grandesproblemas nacionais. Soubemos ,er aqui os problemas reais do nosso povo. fomoscazes de os discutir profundamente, de trazer e sintetia nossa experiência. Destemodo enriquecemos q nosestilo e métodos de trabalho. Na reunião daAssembleiaPopular estiveram presencomo cidadãos e patriotas, diversos convidados. Elesíiciparam activamente nas nossas discussões, trouxea.sua experiência, a suasensibilidade dos problemas.O tema central das nossas discussões foi a Ofensiva Política e Organizacional.Analisámos o seu significado Estudámos a forma dê tornar*ofensiva permanente. No contexto da Ofensi1'a, analisámos também o últimoprocesso de eleições locais e ýconstatámos que ele reforçou o exercício do poderpelo povo.deiparam porque estávamos a discutir a vida da Nação, ia de todos nós.

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nossa discussão revelou quadros conscientes, quaque acompanham os problemas,que os analisam de ia científica, que têm a perspectiva do nosso desenimento, quevão ao detalhe porque sabem que nele está Dgredo da vitóna..A nossa Assembleia Popular afirma-se assim cada mais como uma grande escolade democracia política. ',Sexta Sessão constituiu um salto qualitativo no nosso emétodos de trabalho.Ela permitiu ver que é necessário avançarmos mais na 1iização democrática donosso trabalho. esta Sessão, os Deputados á Assembleia Popularaintrouxeram,essencialmente, a sua experiência indivie a sua visão dos problemas.araultrapassarmos esta limitação, as Sessões da Asýleia Popular devem serpreparadas a partir da base. rn Como é a base que faz filtragem dos seus repre"tos,é também a baseque deve fazer a filtragem ídias.labase que estão os problemas. na base, na localidade, que está a empresa, ohospi1 escola, a estrada, a pista de aviação, a cooperativa, Ichamba estatal, aprodução, o comércio, o abasteciýãO as Assembelas de Localidade que devemresolveros problemas da sua zona. Elas não podem ficar à espera que qs problemas sejamrgsolvidos por outros níveis, se a base~ica à espera, não há necessidade de haverbase.São as Assembleias de Localidade que podem estudar e Jntetizar os problemas e aexperiência de localidade.A nossa Assembleia Popular afirma-se assIy" da vez mais como uma grande escola de derocracia política. Esta Sexta Sessãoconstituiu üm salto qualitativo no nosso estilo e mtotdosde trabalho.Ela permitiu ver que é necessário avançarmosmais na organização democrática do nosso traesta Sessão, os Deputados àAssembleia Pop plar ainda troxeram, essencialmente. a sua experiência individuale a sua visão dos problemas.Para ultrapassarmos esta limitação, as Sessoes da Assembleia Popular devem serpreparad a partir da base. Assim como é a base aue faz filtragem dos seusrepresentantes, é também abase que deve fazer a filtragem das fleias.É aim que a base alimenta o topo da mesma maneira qa raizes, profundamenteenterradas na terra, alimenda a árvore. A ,base é a pedra angular de todo oexercício do nosso poder, a pedra angular da solução dos problemas.Br isso, é necssário assegurar a ligação profunda das assembleias de localidadecom as assembleias de distritoq destas com as assembleias provinciais. Só assim oDeputado da Assembleia Popular pode trazer aqui a realidade, a vida do nossopovo.Assim, as leis que nós elaboramos são o resultao da compreensão profunda dasnecessidades e aspirações do noso Povo.É assim que os Deputados de assembleia de localida de estão em condições dedifundir as leis da Assembleia P o p u 1 a r e organizar a sua aplicação, a nível dabase.o INIMIGODURANTEA LUTA ARMADA

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Senhres Deputados,A 7.a Sessão do Comité Central do Partido FRELIMO anaou aOfensivaPolítica eOrganizacional e traçou oientações para o seu prosseguimento.ae à Assembleia Popular estudar- as formas de o Es aplicar a Política doPartido. Neste contexto, apr e Sessão da Assembleia Popular analisou a Ofensi vatudou as formas de atomar permanente, traçou as taras das Assembleias e dos Deputados noprosseguime~ da Ofensiva.A Sexta Sessão da Assembléia Popular elaborou e aprovou uma importanteresolução sobre a Ofensiva Política e Organizacional. Esta resolução deve serdifundidaTEMPO N. 512 - páíâç 17

nas Assembleias do Povo em todos os escalões, deve constituir -programa deacção de todos os deputadõ s Devem fazer desta resolução seu instrumento navida dó Oia a dia, no seu local de trabalho, no seu local de residehécha.A Ofensiva é desencadeada contra um inimigo con to. No processo da lutaarmada de libertação nacional, aprendemos a importância de definircorrectamedte o in,| migo, de nunca apontarmos ao povo alvos falsos.Uma vez mais importa caracterizar correctameríe o inimigo., Lutámos para derrotar o colonialismo.Lutámos para sermos independentes.Lutámo para fazer nascer a Nação mo¢ambicdna.Lutámos para poder escolher livremente a nossa via'de desenvolvimento.Durante a resistência secular ao colonialismo, o íbimige estava bem identificado.Era o invasor estrangeiro, o ocupante.No início da luta de libertação nacional, quando fuidámos a Frente de Libertaçãode Moçambique não foi fácil definir o inimigo.1<~~~~A Ofensiva é desencadeada contra um inimi,,, gQ concreto. No processo da lutaarmada de 1H bertacão nacional, aprendemos a importância, de definircorrectamente o inimigo de nuncw apontarmos ao povo alvos falsos.Lutámos para derrotar o colonialismo.Lutámos para sermos independentes.Lutámos para fazer nascer a Nação mocamd bicana., ;Lutámos para poder escolher livremente a nossa via de desenvolvimento.O inimigo eram todos aqueles que se opunham à indepàad¢nçia, quese opunhama unidade nacional.P inimigo eram todos aqueles que tudo fizeram flI1, destpir a FRELIMO, quetudo fizeram para manter o o mo#mbicano divíidido.mas não foi fácil definir o inimigo devido à origfm do colonialismo e à diferentenatureza dá administração~co o nial, nas diferentes regiões.No nosso País, os colonizadores foram europeus. Por isso ora fácil confundir oinimigo com a cor da pele,. Mas o colonialismo não tem cor. O colonialismo nãotem raça, nã, tem pátria. O colonialismo não t e m povo nem continente.«Nas regzões onde se verificava a administração colc indirecta, o colonialisnoutilizava os régulos refugi4

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-,feudais ,comoý seu instrumento»A administração colonial assumiuduas formas11 se País: administração directa e administração idi ,Nas regiões onde severificava a administração nial indirecta, o colonialismo utilizava osrégulos fEcomo seu instrumento. Eram eles que cobravam o postos, que mandavam o povopara o trabalho forçadi pilhavam a produção e oprimiam a população. Decinclusive A vida do povo. O administrador colonial 1 guês não apareciaaos olhosda população. Não er v ,e a contradição principal que opunha o povoao co lismo.Não era claramente visível que os régulos fE representavam o colonialismo, queeles eram parte grante do inimigo.Foi também necessário definir o inimiqo c o m o aquele que se opunhaà unidadenacional.O colonialismo submeteu-nos porque foi capaz de ter o povo dividido. Ocolonialismo sempre soube nossa principal arma é a unidade.Aprendemos que para fazer nascer a Nação, era i sário matar a .tribo.O tribalismo dividia o povo ao nível da Nação, vel da Província e mesmo ao níveldo distrito.O tribalismo tem a visão restrita. O seu horizo fechado. É incapaz de aceitar atransformar. Por i reaccionário.O tribalista é incapaz de aceitar outro interess não seja o do seu pequeno grupo.O .tribalista é ambicioso: é incapaz de defenderHouve colonialismo entre europeus. Portugal foi coo'¥ teresses'do povo.nizado pela Espanha e o Povo português lutou contra a. o- O tribalista, porquedivide o povo ao nível da Ni Ionização. ao nível daprovíncia, ao nível do distrito, também dHouve colonialismo entre asiáticos. A China foi colo- os homens em termos deraça.nizada pelo Japão e o Povo chinês lutou contra a |ioni- tribalista 'é sempreracista. z çã.. Este fenómeno é universal. Hátribalismo na ÁsiaSe Moçambique tivesse sido 'colonizado por afrik s,' tribalismo na América. EmNações europeias com sé e Povo moçambicano teria lutado como lutou contra oco- de independência, ainda há tribalismo. Mas só aplican lonialismo, português,bem como hoje o Povo saharianóiuta ta palavraem relação aos africanos. contra ocolonialismo marroquino. Na nossa região há tribalismo entre osbrancosTEMPO N. 512 -- pág 18

.africanos. O conceito de náção aboer», é uma forma de tribalismo. Mas, o seuracismo leva-os. a só falar do tri>alismo em relação aos pretos.Aprendemos que o tribalismo é o comandante-em-chefe das forçasreaccionárias,das forças que nos agridem, ;as forças que nos enfraquecem.No processo da luta de libertação nacional, o inimigo muda de carácter. Nas zonaslibertadas surge, no nosso seio, a contradição entre os interesses do povo osinteresses dos novos exploradores, entre Interesses socialistas* interesses capitalistas.

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Os novos exploradores queriam utilizar o povo como seu instrumento para sesubstituírem aos colonialistas.Os combatentes, a população das zonas libertadas, assumiram gradualmente aconsciência de que não era possivel aceitarem os maiores sacrifícios, oferecerem avida, apenas para que mudasse a cor da pele dos exploradores.Perante o aprofundamento do carácter popular da luta armada delibertaçãonacional, o inimigo interno recorre uma vez mais ao tribalismo, ao regionalismo eao racismo, para procurar impedir a transformação da luta armadaem revolução.Alia-se directamente ao inimigo colonialista.Porque soubemos definir correctamente o novo carácter do inimigo, fomoscapazes de o vencer, de estabelecer D poder popular nas zonas libertadas.O INIMIGO-APóS A DERROTAD0 COLONIALISMOQuando derrotámos o colonialismo, a noss palavra da >rdem foi: estender o poderpopular a todo o Pais.Nas zonas de administração colonial directa, nas zonas onde o capitalismo estavamais desenvolvido, isto é, mas cidades, a confrontação tinha ultrapassado a tribo.& confrontação era já entre interesses económicos. Aqui inham nascido osaspirantes à burguesia nacional, que o lolonialismo, perante a imínência daderrota, quis translormar em força contra a FRELIMO. Esses aspirantesassumiram esse papel.Eram os que se contentavam com as migalhas do baniuete colonial.Eram os lacaios ansiosos por ficar na gerência das 3mpresas, como procuradoresdos prédios de rendimento, '0n1 administradores das plantações, como novosdiri;entos do Aparelho de Estado. No momento em que o coOnialista se retiravafisicamente, eles queriam ficar a subsMui-lo como representantes dos capitalistasestrangeiros. ram os novos régulos. Aspiravam a gerir a exploração ieoclonial.Por isso aliam-se ao inimigo, tornam-se parte integrante dele, na oposição aoPoder Popular.Entram nos partidos fantoches, nova forma de divisio115m0. Tentampromoverforças políticas com base no tri>alismo, no reqionalismo e no racismo.São osGUMOS. 's MOCONEMOS, os FRECOMOS, os FICOS. Nunca luaram massurgem então com pretensões de representar1 Povo.Quando derrotámos as tentativas neocoloniais elos pasmarm a utilizar alinguagem da FRELIMO para fazerem assalto ao Aparelho de Estado. Sãoagentes das acçõesd5 colonialistas para corromperem os quadros da FRE!IMO. particularmente dasForças Populares de Libertação de Moçambique, para desviarem aFRELIMO doseu Programa popular. Surgem como directores e accionistas de empresas, comodonos de plantações, como proprietários de prédios de rendimento. Quem lhesdeu o dinheiro? Quem lhes ofereceu as acções?Quando sentiram que os Grupos Dinamizadores exerciam o Poder doPovo,quando fizemos as nacionalizações, estes moçambicanos aspirantes à burguesia

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começaram a fugir de Moçambique, correndo atrás dos colonos que regressavamao seu país,. Os portugueses não fugiramNas zonas de administração colonial directa,nas zonas onde o capitalismo estava mais desenvolvido, isto é, nas cidades, aconfrontação tinha ultrapassado a tribo. A confrontação era já entre interesseseconómicos. Aqui tinham nascido os aspirantes à burguesia nacional, que ocolonialismo, perante a eminência da derrota, quis transformar em força contra aFRELIMO.Esses aspirantes assumiram esse papel.Eram os que se contentavam com as miga.lhas do banquete colonial.Eram os lacaios ansiosos por ficar na gerência das empresas; como procuradoresdos pré dios de rendimento, como administradores das plantações, como novosdirigentes do Aparelho de Estado. No momento em que o coloníalista se retiravafisicamente, eles queriam ficar a substituí-lo como representantes dos capitalistasestrangeiros. Eram os novos régulos. Aspiravam a gerir a exploração neocolonial.Após a libertação surgem formações políticas fantoches. «São osGUMOS, osMOCONEMOS, os FRECOMOS, os FICOS. Nunca lutarý'n mas surgem entãocom pretensõesde representar o povo»TEMPO N.O 512 -pã. 19

daqui. Regressaram. Os que fugiram foram os motambicanos.Assistimos então ao fenómeno dos comerciantes de nacionalidade. Nasceram osTombes do Algarve, os Cossas e os Makangas do Minha, Os Manhiças e osMapossas de Trás-os-Montes. Fugiram porque o explorador não tem Pátria.No processo da nossa Revolução, no il Congresso da FRELIMO em 1977,definimos que o nosso sistema é o Socialismo.Cada sistema tem os seus inimigos.O inimigo do capitalismo é o povo.O inimigo do socialismo é o explorador.Por isso temos orgulho. O inimigo do nosso sistema é o explorador.,QUEM ÉE COMO AGE O INIMIGO HOJEO inimigo não é abstracto. Quando falamos do capitalismo, quando falamos doimperialismo, não estamos a falar de inimigos distantes, fora das nossasfronteiras. Entre nós estão os agentes físicos do capitalismo. Vivem ao nosso lado:Cruzam-se connosco na rua. Sentam-se ao nosso lado no machimbombo. Vivemno nosso prédio. Estão na repartição, no hospital, na escola, na empresa, r ipporto,no armazém. Foram capazes de se infiltrar em sectorés-chave da nossa vida.O inimigo tem um objectivo estratégico: impedir a conquista da nossaindependência económica e a construção do Socialismo em Moçambique.Ao nível interno o inimigo actua com duas forças operacionais: os bandosarmados e os agentes infiltWados.

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O inimigo interno é idêntico ao primeiro inimigo colonialista porque quersubmeter de novo o nosso País à dominação estrangeira, à dominaçãodoimperialismo.É idêntico ao inimigo colonialista porque novamente nos quer dividir em tribos,em regiões, em raças. Os bandos armados que actuavam em Manica nãopermitiam a entrada dos bandos que actuavam na Gorongosa. Procuravamconquistar a adesão duma população promesendo um ministro da suaregião.Incutiam ao bandido a ambição de ser o administrador do seu distrito, ogovernador da sua província, o régulo da reqião. tý É idêntico ao inimigocolonialista no ódio ao povo. Sesse ódio que explica as multiplicaçõesquepraticavam. Mataram deputados porque eram represehtantes do povo. Cortaramorelhas, rasgaram lábios, amputaram braços. É esse ódio que explica as bombascolocadas em luqares públicos para matarem homens, mulheres e crianças. É omesmo ó d i o dos massacres de Mueda, de Wiryamu, de Chaola, de Inhaminga.iÉ idêntico ao inimigo colonialista na sua obstinação em impedir a felicidade e oprogres-to do Povo. Os seus alvos são, por isso, essencialmente económicos.'Quando destruíam pontes e linhas férreas, quando disparavam contra camiões,autocarros e comboios, quando atacavam nas estradas, era com o obiectivo deparalisar os transportes e as vias de comunicação, veias que irrigam o corpo danossa economia. Quando lançavam acções contra importantes unidadeseconómicas, como os depósitosde combustível da Beira, procuravam afectar sector tratégicos da nossa economia.Quando atacavam e comunais, cooperativas agrícolas, lojas nas zonas quandodestruíam machambas e pilhavam os campo visavam impedir o desenvolvimentonormal da vida d pulações, a produção, o abastecimento, o escoamen produtos,principalmente nos centros onde se erga nova sociedade no campo. Quandopraticavam mas e assassinatos e lançavam o terror, a sua intençãoer a insegurançae a instabilidade que impedem o pro e o desenvolvimento.Por outros meios, mais subtis e camuflados, mesmos objectivos eram visados peloinimigo infiltra estruturas do Aparelho de Estado, nos sectores pl vos, noscircuitos de comércio e abastecimento do[Ao nível interno o inimigo actua com&forças operacionais: os bandos armados eagentes infiltrados.O inimigo interno é idêntico ao primeiromigo colonialista porque quer submeter de vo o nosso País à dominaçãoestrangeira, àminação do imperialismo.É idêntico ao inimigo colonialista porquevamente nos quer dividir em tribos, em regii em raças. Os bandos armados queactuai em Manica não permitiam *a entrada dos 1 dosque actuavam naGorongosa. ProcuraN conquistar a adesão duma população prome do um ministroda gia região. Incutiam ao 1 dido a ambição de ser o administrador do distrito, ogovernador da sua província, o rýlo da região.

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O bagaço que se deixava arder no armazém, a ria-prima que não vinha porque oBRI ficava perd gaveta, as máquinas que ficavam deliberadamentecidas no p o r to, eram a forma camuflada de para produção nas fábricas ,e outra face do ataquearn unidades produtivas.A promoção da desorganização nos portos, aeroi aviação e caminhos de ferro, ascentenas de camié ralisados por falta de peças e falta de reparação, c dos pelanegligência, parados por não serem utiliza a circular sem carga,eram a outra facedo ataque do aos transportes e vias de comunicação.O produtos de consumo retidos nos armazéns, mento das bichas, adesorganizaçÃo sistemá tica d cuitos comerciais eram a outra facedas acções aique visavam impedir o desenvolvimento normal da vi populações, oabastecimento e o escoamento dos proA transformação dos serviços mais directameni cionados com as grandesconquistas do nosso Pc centros de desorganização, em covis de ladrões e mi res,era a outra face das acções armadas contra < tros de organização da nova vida nocampo.O desprezo pelo povo, o abuso do poder, as a de intimidação e repressão do povoeram a outra fe acções armadas para a criação dum clima de terr do einsegurança.TEMPO N.o 512 - pág. 20

D primitivismo dos bandidos armados e a desorganizados portos eAPIE; ataqueaos depósitos de combuse incêndio do bagaço no armazém de Ginwala; carronbano Hotel Polana e produtos sepultados nos armada COGROPA - tudoistopertence a uma mesma de acção inimiga.O agente do inimigo fluo utilizava o burocratismo es,va, sentado narepartição,que as acções armadas abrio caminho para materializar a sua ambição. Obandiirmado confiava que a acção do agente infiltrado crias1 paralisação da vidaeconómica do País. D agente infiltrado do inimigo e o bandido armado são luasfaces da mesma moeda. Por todos os meios, a acção do inimigo visa apresenDsocialismo como sistema que faz piorar a vida do poVisa gerar a insatisfação noseio do povo, separar as sas da sua Direcção, criar as condições para derrubaroverno popular.O grau e a extensão da acção do inimigo, a sua pre;a física nos sectores-chave danossa vida, a sua pre;a ideológica nas nossas estruturas e nos métodos defigo tem várias formas de actuar tais como «a dQa desorganização nosportos eaeroportos» e fnízaçao sistemdtica dos' circuitos comerciais»trabalho constituíam o obstáculo principal, o travão que impedia o nosso avanço.A batalha da década é incompatível com a coexistência com o inimigo. Uma vezmais. a questão fundamental da revolução, a questão do poder, estava colocadafrontalmente. No leme do barco, não pode estar ao mesmo tempo a mão doprogresso e a mão do retrocesso, mãoA batalha da década é incompatível com acoexistência com o inimigo. Uma vez mais, a questão fundamental darevolução,a questão do poder, estava colocada frontalmente. No leme do barco, não podeestar ao mesmo tempo a mão do progresso e a mão do retrocesso, mão darevolução e da reacção, a mão do povo e a mão do capitalismo. Era necessário

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desencadear o combate sem tréguas para desalojar o inimigo, para obrigá-lo àdefensiva passiva. Paraobrigá-lo a tirar a mão do' leme.Por isso, desencadeámos a Ofensiva Políticae Organizacional.da revolução e a da reacção, a mão do povo e a mão do capitalismo. Eranecessário desencadear o combate sem tréguas para desalojar o inimigo, paraobrigá-lo à defensiva passiva. Para obrigá-lo a tirar a mão do leme.Por isso, desencadeámos a Ofensiva Política e Organizacional.IDevemos estar conscientes de que o inimigo não desarma. Ele tira lições de cadaderrota que sofre.Na nossa zona, o imperialismo acaba de sofrer pesadas derrotas.A vitória doZimbabwe foi uma derrota do imperialismo.O aniquilamento dos bandos armados em Moçambique foi uma derrota doimperialismo.A primeira fase'da Ofensiva, em que o nosso Povo Identificou claramente oinimigo infiltrado e começou a desalojá-lo, foi uma derrota do imperialismo.A estas derrotas o inimigo reage com novas tácticas.No plano externo constatámos a crescente agressividade do regime racista sul-africano, principal bastião do imperialismo na nossa zona. O regime de Pretóriainvadiw de novo a República Popular de Angola; agrediu a República daZâmbia;faz ameaças de intervenção militar na República Popular de Moçambique e naRepública do Zimbabwe; é base do lançamento de acções subversivascontratodos os países da nossa zona.Uma forma particularmente insidiosa de subversão é levada a efeito nas nossaszonas fronteiriças. São as zonas em que o confronto entre o nosso sistema e osistema capitalista é mais agudo. Nelas, o inimigo tenta demonstrar a pretensasuperioridade do capitalismo. Temos fronteiras com países em que o tribalismo, oregionalismo e o racismo são valores. Por isso, devemos levar a cabo um grandetrabalho político, ideológico, económico e cultural nas zonas fronteiriças.As Assembleias e os deputados, ao nível da localidade, têm aqui tarefasimportantes.Ao nível interno o inimigo infiltrado reage contra as vitórias da Ofensiva Políticae Organizacional.TEMPO N. 512 - pág. 21

Particularmente nos sectores produtivos, procura lançar a confusão entro osestruturas p a r a Impedir que se consolidem métodos correctos de direcção e detrabalho.O inimigo vai continuar a sbotagem. Vai contnuar a promover a corrupção, aincompetência, o desleixo, vai tentar defender o espírito de clique,as alianças nabase do compromisso, na base do tribalismo, do regionalismo e do racismo.O inimigo continuará a formar bandos armados, com uma nova base directa deapoio exterior.'Unidos pelo nosso Partido FRELIMO, galvanizados pela batalha exaltante dadécada, com as nossas forças retemperadas pelo ímpeto da Ofensiva,

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identificaremos o inimigo em todos os seus disfarces, liquidaremos todas as suasmanobras.A BATALHA POLÍTICAE A BATALHA ECONÕMICASenhores Deputados,Senhores Convidados,Ao desencadearmos o processo da criação das primeiras Assembleias do Povoeleitos, definimos os nossos Deputados como aqueles que servem oPovo, aquelesque efectivamente dirigem o Estado da aliança operário-camponesa.Representar e servir o Povo não é uma coisa abstracta. Representar e servir oPovo, é, em primeiro lugar, conhecer os seu4 problemas, compreender acomplexidade da nossa Sociedade. É assim que a primeira tarefa do DepuNós osdeputados, somos um exército imensoe poderoso. Um exército organizado, disciplinado, que vê os problemas do Povocom olhos dever, que orienta o Povo.Um exército sempre pronto para fazer triunfar os objectivos da década.'E o primeiro combate em que estamos empeýhados é o de liquidar a fome.tado é conhecer, compreender e aprender cada um dos fenAmenos, políticos,econémicos, sociais, culturais, do nosso Estado, desde a Localidade até à Nação.Representar e servir o Povo, é viver no seio do Povo; é viyer os seus problemas,as suas dificuldades e os seus suceos. É trabalhar com o Povo, na fábrica ,naoficina, na Aldeia Comunal, na cooperativa, no hospital, na maternidpde, naescola e no bairro.Representar e servir o Povo é contribuir duma forma activa e permanente para asolução dos problemas do Povo.Por isso, todos os nossos Deputados, a todos os escalões das Assembleias têmtarefas concretas e bem determinadas.Nós, os Deputados, somos um exército imenso e poderoso. Um exércitoorganizado, disciplinado, que vê os problemas do Povo com olhos de ver, queorienta o Povo.Precisamos desenvolver a nossa indústria «para exc e garantir assim as divisascom que vamos com tractor, o camião, a bomba de irrigação, o motorelé ascombinadas e as peças sobressalentes que aindproduzimos»Um exército sempre pronto para fazer triuni objectivos da década.E o primeiro combate em que estamos empenhad de liquidar a fome.Liquidar a fome significa fazer com que as i crianças nasçam saudáveis, belas efortes. Significa nuir drasticamente a mortalidade infantil, a doença, nar oraquitismo e a subalimentação, garantir a la dado.Liquidar a fome significa termos cidadãos fisice robustos, cheios de vigor einteligência. Significa cri leza.Liquidar a fome é produzir mais comida.É produzir mais milho, mais trigo, mais arroz, meixoeira, mais mapira, maisfeijão, mais mandioca tata.Temos de produzir tudo isto para comer.

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Matar a fome significa diversificar a alimentai nosso Povo e melhorar a sua dietaalimentar.TEMPO N.o 512 - pág. 22

Significa que em todo o nosso País devemos produzir batata reino, batata-doce,devemos produzir feijão frade. feijão jugo, feijão nyemba, devemos produzirsoja,ervilha, alface, cebola, alho, tomate, cenoura, abóbora, nabo, rabaneto, repolho,couves.Temos de produzir mais amendoim, mais girassol, mais gergelim, mais copra,mais mafurra.Temos de produzir tudo isto para alimentar o nosso Po. vo. Temos deproduzírtudo isto para garantir as matérias-primas necessárias para a nossaindústria eassegurar o óleo e o sabo que consumimos.A carne é indispensável à alimentação saudável do nosso Povo.Para produzirmos a carne de que necessitamos temos de criar mais coelhos, maisgalinhas, mais patos, mais perus. Temos de produzir mais ovos, mais cabritos,mais ovolhas, mais porcos, mais gado bovino.,Guando desenvolvemos a criação de g a d o, estamos também a produzira pelepara a indústria de curtumes e de calçado, cõm que fabricamos os sapatos, ascarteiras, as malas. Dos cascos e chifres podemos fabricar botões e pentes.Para melhorar a alimentação do nosso Povo temos que aumentar a produção defrutas.Vamos produzir mais laranjas, mais toranjas, mais tangerinas, mais abacate, maispapaias, mais bananas, mais ananás e mais mangas.Há Províncias com condições especiais para a produção de determinadas frutas.Estas condições devem ser inteiramente aproveitadas.Em Niassa, na Angónia, em Manica, temos que desenvolver a produção de maçãs,de piêras, de pêssegos, de uvas, de morangos, de litches e de ameixas.Nós necessitamos d e tudo isto para comer. Precisamos de tudo isto para que anossa alimentação seja rica e diversificada. Precisamos de tudoisto paradesenvolver a nossa indústria alimentar.Precisamos de tudo isto para desenvolver a indústria de sumos, a indústria decompotas, de conservas, de enlatados, de massas alimentícias, de bolachas, deenchidos.Precisamos de tudo isto para exportar e garantir assim as divisas comque vamoscomprar o tractor, o camião, a bomba de irrigação, o motor eléctrico, ascombinadas e as Peças sobressalentes que ainda não produzimos.fNa localidade, o deputado está na vanguarda do combate para o desenvolvimentodestas produções.A saúde e o bem-estar do nosso Povo passam igualMente pela total eliminação danudez.Para eliminarmos a nudez temos de produzir mais algodão.O algodão que cultivamos garantirá que as nossas fábricas produzam a capulana,a camisa, a calça, o lenço, o vestido, o cobertor, a gravata, as meias, os lençóis; otecido de que necessitamos.Produzir mais algodão implica termos de construir mais fábricas têxteis.

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A assegurar trabalho para milhares de operários o economizar as divisas de quetanto precisam os. des, os Deputados das Assembleias do Povo, temos de garantirque todos estes objectivos sejam alcançados.As Assembleias do Povo têm de saber definir metas, traçar programas é controlaro seu cumprimento.Qs cereais, a carne, os vegetais, a fruta, o peixe, o tecido, não nascem na loja,Nenhum deles se produz na loja.Todos eles vêm das nossas machambas e são transformados nas nossas fábricas.As machambas, as cooperativas, as aldeias comunais, as fábricas, as empresas,estão na localidade.E é na Localidade onde vivem e trabalham os Deputados..É:'na Localidade que está o segredo para a eliminaçao da fome e danudez.É na Localidade que os Deputados devem ser os agen-, tes dinamizadores documprimento dos planos 'de pro-' dução.É na Localidade que venceremos o subdesenvoivimento.Vencer o subdesenvolvimento é produzir:-mais açúcar- mais chá- mais camarão mais madeiras ~mais algodão- mais cajuVencer'o subdesenvolvimento é organizar e desenvolver a produção do café.As machambas, as cooperativas, as aldeias comunais, as fábricas, as empresas,estão nalocalF dade.E é na localidade onde vivem e trabalham osDeputados.,"É na Localidade que está o segredo para, aeliminação da fome e da nud:ez.nÉ Pa Localidade que os Deputados devem ser.os agentes dinamizadores do cumprimento dosplanÔOs de produção.O aumento destas produções vai assegurar-nos as difisas 'que nos permitirãorealizar os grandes projectos de desen#óolvimento. Muitos de nó,pensam quebasta deixar o caju nascer e crescer por si só. O cajueiro não I uma árvoreselvàgem.Ternos de valorizar esta nossa riqueza.Vaiorizar o cajueiro significa cuidar dele, limpá.l, adub- Lo, combatervigorosamente os bichos e as queim das que o destroem.Devemos cuidar do cajueiro como cuidamos-das noasâi crianças.Válorizar o cajueiro é fazermos novas plantações.Não podemos ficar satisfeitos com os 4 quilos de castanha que cada cajueiro, dáno nosso País.'Oatijueiro pode produzir muito mais. Tem de prua,uzlr muito mais.-Há países onde o cajueiro dá 30, 40 e até 60 quilos de castanha. E no nosso Paísdá 3 a 4 o máximo.TEMPO N.' 51 oãg. 23

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Valorizar o cajueiro éestabelecermos quantos cajueirosvamos plantar em cada ano e quanto vamos colher.É sabermos aproveitar todas as suas múltiplas utiliza.ções. *,Comemos a castanha de caju. Com ela confeccionamosbolos e chocolates. Dela extraem-se óleos especiais.São dezenas os produtos obtidos da castanha de aju.Hoje estão inventariadas centenas de aplicações do óleoda casca de caju.Cerca de 20 000 operários trabalham na indústria detransformação da castanha de caju.O Deputado tem uma especial responsabilidade na garantia do cumprimento detodas estas tarefas.O nosso País é rico em madeiras.Madeiras com que produzímos os nossos barcos, os cabos das nossas enxadas e asnossa casas.Madeiras com que fabricamos as mobílias para tornarcómodas e agradáveis as nossas casas.Madeiras com que consttuímos as carteiras para as escolas onde estudam osnossos filhos.Não podemos permitir que esta nossa riqueza, que asnossas florestas, s e j a m criminosamente destruidas pelofogo das queimadas.Os Deputados são responsáveis por mobilizar todo oPovo para o combate enérgico às queimadas; são responsáveis por garantir aconservação e valorização das nos.sas árvores.Temos que produzir mais sisal, mais juta o mais kenaf.Hoje sentimos falta de corda e sacos.Sem os sacos não podemos escoar os nossos produtos,não os podemos comercializar.Não podemos fazer chegar os nossos produtos à fábricas.Aumentar a nossa produção significa que temos- deconstruir na localidade as pequenas represas.,Elevar a nossa produção implica aumentar as 4reasde cultivo, significa desenvolver as técnicas de cultiv*;Estas realizações estão ao nosso alcance.Elas são o produto da nossa iniciativa, de trabalhoãrduo, da nossa inteligência, das nossas mãos.Aumentar a produção significa garantir o teu escoamento.Aumentar a produção exige conservar as picadas, con.servar as estradas que temos. Exige abrir novas picadas, construirmais estradas.Estas são tarefas que a população deve assumir ao nível das nossas localidades.' O0s Deputados devem mobilizar as populações. Os Deputados devem mobilizá-laspara a realização destas tarefas.

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OFENSIVANAS ESCOLASSenhores Deputados,-Senhores Convidados,A nossa batalha contra o subdesenvolvimento exige que dediquómosuma atençãoespecial à educação dos nossos filhos, das nossas crianças, dosnossos jovens.TEMPO 512 -lp ág. 24Exige que o Deputado participe da vida das nosescola.,Na escola cimenta-se a unidade nacional,Na *scolo enraízam-se os valores do patriotismo.Nela se forja a personalidade moçambicana.Na escola conhecemos o nosso Pais, a História do n soPovo, a HistóriadaHumanidade.É na escola onde se liquida o analfabetismo, o obs rantismo, o tribalismo, oracismo, a ignorância.É na nossa escola que se forma o homem que garai a continuação daRevolução.Os Deputados têm de compreender e assumir o pai da escola na construção donosso futuro.Quantos Deputados, perguntaria, conhecem as nos! escolas?Quantós Deputados conhecem as escolas da sua lei lidado, a escola onde os seusfilhos estudam?O esforço que o Estado investe na educação é uma e gência da criaçãodo bem-estar do nosso Povo, é uma e gência do desenvolvimento do nosso País, é umaexigi cia do edificação d Socialismo.Cada Deputado tem o dever de garantir que todo es esforço atinja os seusobjectivos.Os Deputados têm o dever de contribuir activamer para o bom funcionamento dasnossas escolas. Têm o c ver de contribuir para a boa formação dos nossos filh4«Os deputados têm que compreender e assumirda escola na construção do nosso futuro»

Os Deputados devem ir às escolas viver os seus problemas. Devem ir às escolasconhecer a sua vida, os seus programas, a sua organização. Os Deputados devemconhecer e trabalhar com a Direcção da esca, saber quantos alunos afrequentam,quantos professores nela ensinam, qual é o aproveitamento dos alunos, como estáorganizada a escola. Os Deputados devem participar activamenteno combate àindisciplina, às faltas sistemáticas, às reprovações, à corrupção,à droga, que aindasubsistem nas escolas.Eles, devem promover os bons hábitos de higiene e limpeza nas escolas.Os Deputados devem esclarecer e mobilizar os pais para que assumam as suasresponsabilidades, para que assumam os seus deveres como educadores.O aluno, indisciplinado, o aluno corrupto, o aluno que aparece sujo naescola,retlecte o exemplo que lhe é dado pelo pai, pela mãe, pela vida familiar.Quando um aluno é indistiplinado, falta às aulas, não cumpre os seusdeveres,devemos exigir responsabilidades ao pai, à mãe, ao encarregado de educação.

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Ser indisciplinado, faltar às aulas, reprovar,. é desrespeitar osangue, o suor e osacrifíicio de todo o Povo; de todos os que combateram e morreram para libertar aescola.O inimigo incentiva a indisciplina, a corrupção, a droga nas nossasescolas.O inimigo faz das escolas o seu alvo preferido.O objectivo do inimigo é desorganizar as nossas escolas, é impedir onossocrescimento, é perpetuar, em última an lise, o subdesenvolvimento.Mas a nossa escola tem de ser modelo. O nosso profesbor tem de ser modelo. Oprofessor tem de dar exempio de uma vida sã, tem de garantir a qualidade doensino.Quer emos que os alunos das escolas sejam disciplinados e estudiosos.Queremos que os alunos sejam delicados, limpos, correctos, dotados de espíritocriador, de espírito de sacrifí» cio.Não queremos que as nossas escolas formem medíocres.Queremos que os nossos alunos, os nossos filhos sejam brilhantes.A nossa escola produz o agrónomo, o regente agrícola, O contabilista, oeconomista, o geólogo, o maquinista, o tractorista.Produz o carpinteiro e o pedreiro, o motorista, o médico, o enfermeiro, -o jurista,o agrimensor, o sapateiro, o secretário, o escriturário e o dactilógrafo.A escola que concebemos forma os quadros, os cienStistas, os técnicos, osoperários, os trabalhadores capazes de dominar a ciência e técnica, capazes deservir o Povo, capazes de assegurar o triunfo da Revolução.Por isso definimos a escola como a base para o Povo tomar o poder.A nossa escola é um instrumento fundamental para acelerar o processo da lutacontra o subdesenvolvimento.O DEPUTADO ESTA SEMPOnde vive, onde trabalha o Dwutado é o exemplo, é aprodutores que libertam o País da misésubdesenvolvimento. vimento éo nossomaior inimigo. nento significa dependência. mento significa viver a ver os outrosSubdesenvolvimento é aceitar permanecer eternamente vencido pela fome, pelanudez, pelo obscurantismo, pela superstição.Subdesenvolvimento é a permanente incapacidade de criar. É aceitar a fatalidadeda miséria.Subdesenvolvimento é estar parado no tempo; é não evoluir; &morrerlentamentepara que viva e cresça a exploração.Por isso recusámos o subdesenvolvimento. Por issoTEMPO N.° 512RE NA VANGUARDA, onde quer que se encontre, alavanca.e uma fábrica onde trabalha lisciplina, por desorganização ýegligência, porIncúria. e uma fábrica de copos, de rica de tecidos, de fésforos, ma fábrica decharruas, de nos aceitar que uma fábrica

cidade, da vila, da localidade, d reputado v;ve. AI também a sua in &e Jaer sentirsobre Qs moradore cidadãos»dermõs guerra ao subdísenvolvimento para o vencer msesta década.

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APIAR OS GRUPOS DINAMIZADORESSenhoes Deputados,Senhores Convidados,É no bairro da cidade, da vila, da localidade, da aldea comunal que oDeputadovivo.Aí tambm a sua influência educativa se deve fazer sentir sobre os moradores,sobro os cidadãos.A limpeza do bairro, a criação de parques o jardins, a boa utirlzaçãodosprédios, o emnabezamento ',das casas, são tarefas que devemserpermanentemente dinamizadas pelos Deputados.Os Grupos Dinamizadores devem ser estruturados e orientados para realizarqm asimporíantestaprfas que lhes estão -atribudas.Ça gbe aos Deputados acoinpanhare apoiar a acti1kIad, dos GruposDinamnizadores, contribuir pýa que eles assumam as suas tarefas. Contribr paraque apliquem as decisões das Assembleias do Povo integrando as massas nastarefas comunidade.0 bom funcIonamento da cooperativa, a limpeza do talho, a cortesia e aamabilidade dos trabalhadores das lojas, das repartições, das padarias, dosrestaurantes, os machimbombos, os cinemas o dos hospitais rflectem a influênciada acção disciplinadora, orientadora, educativa dos nossos Deputados.IA nossa experiência ensinanos que a oranizaçãoi o correcto enquadramento dapopulação é um factor fundamental para garantir o exercício do Poder Popular.Recordamos uma vez r.ais o papel fundamental os Grupos Dinamizadoresdesempenham quando a Fi de Libertação de Moçambique estendeu opoder a oPaís. Eles assumiram a defesa da Independência cional, a defesados interesses doPovo.Os Grupos Dinamizadores garantiram em todoi cantos do nosso País aimplementação o o exercícii poder, popular.É esta experiência que temos de saber valorizar senvolver.A resolução dos problemas da população no ba na aldeia comunal, na cidadeassenta na organizaçãi participação criadora dos cidadãos aonível da baseÉ na base que os problemas estão. E lá que dc ser primeiramente discutidos osproblemas, é l.,que vem ser encontradas as soluções imediatas.Os Grupos Dinamizadores são estruturas sociais damentais para o correctoenquadramento da vida q diana dos cidadãos.Os Grupos Dinamizadores devem ser estruturad orientados para realizarem asimportantes tarefas lhes estão atribuidas.Cabe aos Deputados acompanhar e apoiar a activi< dos Grupos Dinamizadores,contribuir para que eles a mam as suas tarefas. Contribuir para queapliquem acisões das Assembleias do Povo integrando as massas tarefas da comunidade.Senhores Deputados.Vivemos dias de trabalho intenso.Soubemos dedicar as nossas energias, os nossos nhecimentos para fazer da nossaAssembleia uma va deira escola de aprendizagem, um organismo vivo.!1exprimimos a vida do nosso Povo, as suas dificulda as suas aspirações.

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Aprofundámos o nosso conhecimento mútuo. O come melhor o nosso País.Consolidámos uma vez mais a nossa unidade. mos assumir o papel deórgãosupremo de direcç nosso, Estado.Regressamos aos nossos locais de trabalho e*d sidiência para desferir maioresderrotas ao inimigo gressmos reforçados na nossa determinaçãode l1 cabo astarefas que nos foram cometidas.Saibamos transmitir a experiência desta 6. todos nós, deputados e convidados, aosnossos loal residência, aos nossos locais de trabalho, às nossa sembleias.A todos desejamos boa saúde, um feliz regresso, trabalho.Queremos saudar o Secretariado, dactilógrafos. nalistas, os operários, o protocolo,os motoristas, os ventos, os cozinheiros, os'artistas, em suma, to trabalhadoresque, pela sua dedicação, cortesia o es de sacrifício contribuíram decisivamentepara o suc dos nossos trabalhos.A LUTA CONTINUA!A REVOLUÇAO VENCERA! O SOCIALISMO TRIUNFATEMPO NI.o 12

ofensivaodetalheO pormenor, o detalhe. A sensibilidade para com a vida do Povo. O gesto simplese carinhoso. O pormenor.A palavra de encorajamento. O sorriso amigável e de confiança.É disto que estas fotos falam. Elas marcam o inicio de uma campanhaPresidencial integrada na Ofen. siva. Elas são a ilustração de umanova maneirade relacionamento que se deve generalizar e torRar permanente. Elas ilustram aconfiança do Povo, a adesão das massas, o dinamismo que a campanhaPresidencal junto ao Aparelho de Estado imprimiu naqueles que maissentiam oseu emperramento.O pormenor, o detalhe.... Ofensiva permanente no plano das relações humanas.TEMPO N.O 512 -p

NotassoltasA7.a Sessão do Comité Central reconfirmou:" a Ofensiva Política eOrganizacionel é permanente, é parte integrante do processo de transformação danossa sociedade.A afirmação do carácter permanente da Ofensiva não é uma conquistadaRevolução Moçambicana? Não significa que a vitalidade de um processorevolucionário se mede pela interrogação permanente do sentido de evolução dasociedade e pela forma como clara e lucidamente se aceitam que foram cometidoserros? Não ensinou já a Ofensiva a pôr em causa aquilo que n a aparência, surgecomo anormal, como habitual.? Não levou já'a Ofensiva a que cada sectorinterrogasse a importância do detalhe de organização?A Ofensiva não é um afluente do rio da Revolução. Ela é o próprio movimentoque renova som cessar as águas desse rio, o o seu alento interior eincossante.

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Comparar a Revolução a um rio é uma imagem que todos aceitam. Alguns porém,defendem "que as águas deveriam correr sem sobressalto. Assim poderiamflutuar suavemente embalados p e Ia inérc ia da corrente. A realidade, contudo, ébem diferente. Não se viaja neste rio ¿com a neutralidade de umi peso morto. Arecusa da trans-formação, a resistênc movimento leva à prec ção, à sedimentação margens.Não existe trajecto viamente traçado pa destino deste rio. No flito ele descobre, amomento, o seu can Os rios não se consi por modelo, aprender seu próprioimpulso a nação do terreno e as do movimento que os mam.Enquanto houver gens, o leito do rio sen dinho de conflito e i ta. O mar distante< rio - a sociedade sem sos - será o único re so do turbilhão das áDizer que a bai económica é o mais ii tente aspecto da luta tra o subdesenvolvimnão significa que as fas dominantes são exc vamente económicas. A política pelaconstruçã4 um novo Aparelho de E do a luta ideológica criação de uma nova rtalidade são parte integ te da batalha pelo de volvimento.O êxito dos granc projectos de desenvi mento não está assegu! pela quantidade equal de do equipamento téci e material. O investim< maior é a mentalidadeatitude dos ho m e n s produzem a História e c< troem a sociedade.TEMPO N.o 512 ,pág. 28

Pýatefinal da produção de cerveja. Um grande esforço político e organzacionaltem sido feito na SOGEREpara que a produção não só aumente em quantidaffe mas também em qualidadeFez no passado dia 16 de Julho seis meses de intervenção estatal na SOGERE.Também se passaram já seis meses após o desencadeamento da Ofensiva Políticae Organizaxional pelo Presidente Samora Machel no quadro da qual aSOGEREfoi visitada duas vezes pelo Chefe de Estado.O que é que os trabalhadores e direcção fizeram desde então? Como se conseguiupassar da situação de carência quase total de cerveja e refrigerantesno nercado ao seu «reaparecimento» gradual e cada vez mlalor?~Apesar de seis meses ser pouco tempo paraa SOGERE «arrumar a casa» elatem-no feito e mais ainda: Libertou aquilo que se pode chamar de iniciativacriadora estatal fabricando para breve lançamento no mercado, uma cervejaespecial e um novo refrigerante, este último, como resultado do aproveltamentoda nossa fruta.0 fermento da Ofensiva está a germinar na SOGER]E.TEMPO N., 512 - páíg. 29

Foram criadas metas de distribuição para as viaturas. Antes cadaviaturadistribTufa uma média de 6 mil caixas mês. Actualmente distribui umamédia de16 mil, havendo motoristas que chegaram a atingir 19 mil. Esta situaçã contrôlede vendas contribui imenso para uma grande melhoria no abastecimento decerveja e refrigerantes nocado, nomeadamente na capital do pais.A Sogere é uma empresa de grande dimensão. Sem contar com os váriosdepartamentos comerciais e de distribuição ela englo'ba 12 fábricas espalhadas

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por qua'se todo o pais e os impostos que paga ao Estado assumem um quantitativoextremamente elevado, que nos afirmaram corresponder acerca de um quintodoOrçamento Geral do Estado.1 Ora esta grande e tentacular empresa com 3 360 trabalhadores há cerca de seismeses estava à caminhar rapidamente para A paralisação total com uma baixasignificativa de produção, indisciplina generalizada entre os trabalhadores, mágestão e contrôle, estando a dever cerca de 80 mil contos de impostosde consumoe cerca de 67 mil contos de outras dívidas à banca.O desrespeito, a falta de higiene, alcoolismo e imobilismo foramalgumas, entremuitas outras situaçýes bastante negativas verifi. cadas pelos praprio Chefe de Es-O aspecto laboratorial é muito importante para o fabrco da cerveja. Naimagemuma analista.faz um exame microscópico. Foi neste laboratório Central da Sogere,localizado na dbrca «V:tória», que se fizeram as experiências para o labri. co danova cerveja especial cujo lançamento no mercado estd previsto para opróximo anoTEPO N.o 512 - pág. 30.

nestes tanques enormes que se faz a mistura da matéria-prima parao f abrico decerveja a uma determinada temperatura. A limpeza lo reinto é um -factoasalientartado durante as visitas efectuadas às unidades de produção da Sogere, em Maputo.Por conseguinte as primeiras medidas tomadas logo após a intervençãoe OfensivaPresidencial incidiram nos, aspectos disciplinares e organizativos da empresa.,Nomeado um novo corpo directi-vo para os diversos sectores estes elementos empenharam-se com entusiasmo nasdifíceis, honrosas e novas tarefas para que foram chamados. E aqui necessário setorna recordar um ponto importante quando falamo!de entusiasmo.Efectivamente, vários dos novos" directores nomeados, eramtrabalhadores com larga caoacidade profissional e conhecedores da empresa masque, to44r!, «estavam esquecidos» pela a4iga administração. Propostas de me.lhoria organizacional da empresa que às vezes submetiam à anteiordirecçãotambém «iam para a prateleira» Daí o entusiasmo com qt.ue se empenharam nasnovas tarelas de direcção onde tem sido possível libertar toda a sua capacZdadee iniciativa.- «Mas um aspecto muito n portante que é,preciso salientar é a unidadeexistenteno próprio colectivo da direcção e sobretudo a obrigatoriedade da prestaO deýcontas qule tem permitido um dontrõle na execução dos objecti'vs traçados e dosplanos determinados»'- afirmou um dos novos directores.TRABALHADORES A MAIS E CURSOS DE FORMAÇÃOO sector de recursos humanos mercê de um estudo sobre a racionalização depostos de trabalho, cedo verificou que, por .enquanto, a empresatem um excessode mão-de-obra. Em alguns sectores uma determinada tarefa que pode ser feitacom grande produtividade por uma única pessoa está a ser feita por quatro oumais trabalhadores com muito menos produtividade.

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A empresa SOGERE não protende colocar no desemprego os trabalhadores emexcesso. Neste momento há brigadas que estão a trabalhar no sentido de saber dastendências e potencialidades profissionais desses trabalhadores em excesso etambém os cham. dos «pontos fracos» da empresa, que efectivamente necessitemde reforço de pessoal. Por conseguinte uns irão reforçar estes pon. tos fracos eoutros serão canali: zados para diversos cursos de formação no país ou mesmo no.estrangeiro tendo em conta o crescimento da empresa e o plano prospectivo para apresente dcada.- «A SOGERE em 30 ànos como empresa nunca fez um único curso deformação» - afirmouTFMPO N 512 -pág~ 31

Carlos Ferreira o novo director de Recursos Humanos que acrescentou terem sidoefectuados ou iniciados nestes últimos meses seis cursos de formação inclusiveum para Directores e Chefes Gerais, estando a decorrer actualmentenoslaboratórios da empresa um outro curso para técnicos xaropeiros.«Não se Pode contar sempre com cooperantes e temos de acabar com aquilo quejá se tornou um chavão, o de se dizer que <não há quadros». Temos deformarcada vez mais trabalhadores den-tro e fora da empresa» - sublinhou o mesmo responsável do pessoal.AUMENTO DOABASTECIMENTO E RENTABILIDADE DE VIATURASSem ter aumentado significativamente a produção conseguiu-se nosúltimos-meses distribuir-se muito mais cerveja. O problema resolMeU-se como contrôleda rentabilidade das viaturas existentes, com cOntrõle de vendas (presta-A formação profissional é uma das grandes preocupações da actual direcção daSOGERE. Na imagem novos técnicos xaropeiros estão a ser formados nosIaboratórios daquela grande empresaAntes da Intervenoffo Estatal plina generalizada entre os trção diária de contas peloa dores) e criação de turn, t:tsnos que permitiu maíi deaproveitamento de máq viaturas.Antes da intervenção E da Ofensiva Presidencial cs tura fazia uma distribuiýapenas 6 mil caixas: uma buição completamente des] mada.A nova direcção comercia metas de distribuição a c&í tura, metas essas que an,volta de 16 mil caixas m quase o triplo do que se fa Janeiro. Estas metastirand ououtra excepçõã, foram al das logo no segundo mês ý sua criação'havendo distri resque atingiram 17 mil e r 19 mil caixas mensalmente«É claro que começou a cer cerveja nos, restauranti rematou o director comereimingo Nogueira, explicandc bém que, em consequência aproveitamento deviatura possível reduzir de 28 para viaturas afectas à distribuiç recta, permitindo autili restantes viaturas para trazTEMPO N.O 512 -pága. 32(EMPO N.* 5t2 oía.. .

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possível já liquidar o imposto de consumo de 80 milhões de meticais emdivida ereduzir também a dívida à banca de 67 milhões de meticais para apenas 33milhões, que devem ser liquidados até ao fim deste ano.Este m e s m o Departamento criou já secções que analisam e controlamos custose o orçamento. Para um contrõle ainda maior e melhor foi já criado umGabinetede Auditorias que irá detectar e comunicar aos respectivos sectores todas asanomalias existentes.O VASILÍAME E O AUMENTO DE RENDIMENTO INDIUSTRIAL -ýto da Ofensiva um dos aspectos mais evidentes era a falta de higienee indiscii-versas unidades de produção da SOGERE. Esses aspectos negativos têm vindoa ser eliminadostes internos da empresa que para o efeito despendia normalmenteentre 1 500000,00 MT a 1800 000,00 MT por mês em fretamentos externos de viaturas.OS NÚMEROSDEMONSTRAMAlguns números mostram claramente a evolução da distribuição. Em Janeirodistribuíram-se 332 062 caixas, em Fevereiro subiu-se já para 387 141 caixas ouseja mais 16% e em Março atingiu-se uma distribuição de 455 156 caixas,portanto mais 17%. Houve preocupação de a subida no volume de abastecimentonão se registar apenas na área de Maputo mas estendê-la às zonas do 'Xai-Xai,Maxixe, Macia, Chókwè e Namaa. cha onde as quantidades subiram de23 milpara 42 mil caixas.É evidente que este aumento não significa que estas regiões já estejamabastecidasa contento de toda a população. Todavia foi já um grande avanço. Por outro ladoháo magno problema da distribuição nas restantes Províncias do Paísque ainda éirregular e nãosatistatorio. Debruçar-nos-emos mais adiante sobre este problema.Ainda em relação ao aumento de rentabilidade das Viaturas na distribuição eanalisados os resultados de Janeiro já acima referidos, conclui-se que uma viaturatinha um aproveitamento diário de 246 caixas. Atribuindo um valor diário detransporte de 5000,00 Meticais por viatura, o custo por e a ix a em distribuiçãoera na ordem de 20,27MT. Se verificarmos novamente qué em Janeiroforamtransportadas por viatura 246 caixas, em Fevereiro 564 e em Março 587 caixasmais notória se torna a redução dos custos de distribuição assim referidos: Janeiro20,27 MT por caixa, em Fevereiro baixa para .9,56MT e em Março b ai x a aindamais para 8,51 MT por caixa.Não é preciso saber muita con. tabilidade para ver os milhares de contos que seobtiveram só nesta ofensiva de contrôle e criação de metas de distribuição. Comeste processo.e também devido a maior contrõle que o DepartamentoFinanceiro eos sec. tores contabilísticos exercem foiO tipo de embalagem empregue tem uma alta influência no rendimento daprodução. Foi também o que se verificou com o tipo de vasilhame utilizado poralgumas fábricas da SOGERE. Por exemplo, a fábrica «Vitória» estava sujeita aprogramações constantes de enchimento de garrafas de 0,28 ml,às garrafas maispequenas. Com estas garrafas o máximo de produção diária não ultrapassava as2500 caixas ou sejam 17 050 litros. Estabeleceu-se um programa para que os

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enchimentos passassem a ser efectuados em garrafas de 0,60 ml a cerveja média.Conforme se previa o resulfã:do foi signi. ficativamente positivo, pois, en. quantoque com as garrafas 0,28 ml produziam-se apenas 2500 caixas iguais a 17050litros, com as garrafas de 0,60 ml, produziam-se diariamente 7 mil caixas o". seja,50400 litros. O mesmo plano de acção está a ser desenvolvido para a Fábrica«2M» estando já em execução pela Companhia Vidreira dê Moçambique umaencomenda de 3 milhões de garrafas verdes de 0,60 ml para cerveja.A questão do vasilhame tem vindo a preocupar seriamente a empresaestandoactualmente a decorrer uma campanha de recolha de vasilhame com umpagamento substancfal por cada gar-TEMPO N.o 512 - pág. 33

rafa. Estabeleceram-se postorecolha e compra de garContudo lecessita.se da colação dos comerciantes no sde eles aceitarem as garrafaclientes pagando-lhes o respevasilhame pois a SOGERElogo a seguir integralmentecomerciantes. É evidentetos cofmerciantes têm tido rcia em «investir sem lucr»-compra de vasilhame para aGERE. Contudo a SOGEREta o facto de, na Beira, ter ha'uma excelente colaboração eta empresa e os comerciantque resolveu a contento o proiVãr uniades, de produção» da SOGERE terão de ser apetrechadas com ma dovasilhame. ater ,s m moderno. e com maior, capacidadè se se quiser aumentarsubstanculmentc a produção., Nos planos 0a empresa para o próximos anos' e atépa ra esta década já constam as substituições necessrias,,, A& DIFICULDADESNO ABASTECIMENTOr7 ODONORTE DO PAISOSNOO PRDTSE OS CONTRATOSE 0- SEU SIGNIFICAOContinuam a existir dificConaitado com as próprias forças a SOGERE, seis meses des de abastecimentode cervapÕs g intervenção Estatal e desermadeamento da Ofensiva, fa. ao Norte do pais.A solução bricou experimentalmente e calcula pôr à v nda no início, do grandealcance só se obterá co próximo ano uma cerveja especia, mais gostosa, mais levee de a construção de uma fábrica maior teor alcoólico e ainda um refrigerardefeito a partir de posvel vi a ead0n entãd de:fuía . oss spossível vir a concretizar-se

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oncentrado de frutas. nossas. presente década. Até lá é necEsta empresa de grande valor económico fpara oPais esta- sário reforçar,acapacidadeeva à beira do colapso quando foi intervencionada e foi esta in, transportes esobretudo detervenção, juntamente com o desencadeamento 'da Ofensiva Po- dução dasfábricas existentescom .....vista a um correcto abastecititica e Orgänizacional, que aceleraram tqdo .um processocon. mento.ducente à melhoria substancial dos serviços -da empresa, aoaumento gradual da produção, e t mbérpao despertar daquilo tor comercial daSOGERE fo.q e poderemos chamar, de iniciativa criadora, estatal. leci dos o ntra omEra ostue dier-s a fasejá estabelecidòos contratos cOEra costume dhzer:wse a frase ý<mais uma que se foi» a'qual- empresa CFM .--Centro, Sec ý,quer empresa quando era intervec10nada. A 'cção de sabota- - deTransportes deSuperfície gem i or um lado e todo o ãpareifito buocr á c transporte de66,toneladas seaque emperrava as fmeora s ne visi tiitanspor eor M o f,..s die ãputimportações, p0rs ouiro forarção das fa' a Beira 'de mOdO a arantirbrias, por,,.-- '.ó frase aci ma citada. :abastecimento significativo às,Ora a SOGERE nestes poucos meses de intervenção-e da Ofen- ',ncias de Sofala,Manica Te siva demgnstra claramente que qufando ! 'iunidade na direcção,Zambézia. Pretendendo-se t disciplina entre >os trabalhadores ecolNb6raçãoeficiente com béfin ultrapassar o problema!d outros serviços do Estado, asempreSäsintervencionadas transportesda Beira para a Za..era.. e criam ,. a mais riqueza . . bézia foram realizadas em QueiS" iumane reuniões com o director Pro A SOERE .que ainda tem e teráproblema2s e dificuldades vincial de Transportes da Z "a vencer (o seu parque de máquinas não é novo, as matérias. zia e director dosCFM da Zam-primas são em 'grande parte importadas e o pais ainda nãoé bézaem que foi ultimado utilizaitotalmente abastecido com os seus produtes) é todaviaum -se o Caminho de Ferro até à esexemplo da justeza de uma intervenção0estata nosentido de tação de Caia (esta tarefa a carexemplo da jsboageêm 'igantirvnço dstia l -sentdodaie, go dõs CFM - Centro) e o escoacombaterasabotagem ,e garantir o'avanço dustrial Ido "País. mento da estação de Caiapara aZambézia) através de viaturas freTEMPO N.o 512 - pág. 34

tadas pela Direcção Provincial de Transportes desta Província. Houve o cuidadode se fazerem contra. tos e assinarem-se documentos de modo a haverresponsabilidade na execução destas tarefas.O aproveitamento da estação de Caia foi fundamentada pelas razões q u e seseguem: maior aproveitamento dos recursos ferroviários de que se dispõe;

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redução de 550 quilómetros para 200 quilómetro§ do percurso a efec. tuar pelasviaturas considerando a falta de peças, preço dos combustíveis e parqueautomóvel do país. Por outro lado teve-se em conta a expansão da própria vila deCaia. Este tipo de transporte irá permitir aumento de movimento da estação, e vaicriar mais postos de trabalho na estiva de vagões e viaturas pois prevê-se ummovimento na ordem das 320 toneladas mensais.Também co m o projecto de abastecimento ao Norte do pais vai ser aproveitadaa produção resultante da entrada em laboração do terceiro turno dafábrica«Vitória» em Maputo, cujas quantidades serão canal!zadas para o porto de Nacalapara abastecimento às Províncias de Nampula e Niassa e para o porto dePem: bapara abastecer Cabo Delgado.A fim de se concretizar este plano já foram estabelecidos contactoscom aANFRENA.IMPORTAÇõESDE EMERGÊNCIA E QUEBRAS NOS PORTOSQuando da altura da intervenção Estatal e Ofensiva Presidencial verificou-se anecessidade de se fazerem importações urgentes tanto de matérias-primas comode sobressalentes. F o i executado aquilo a que se chamou de importação deemergência para garantir a laboração da fábrica pelo menos para os próximos trêsmeses. Na verdade alguns produtos chegaram, mas acontece queo sector doaprovisionamento debate-se ainda com o facto de haver ainda créditos por abrirrespeitantes a essa importação de emergência.Muito embora se tenha optado e sido autorizada a empresa à importação directade produtos necessários à produção da cerveja continua a haver certa morosidadena ultrapassagem dos mesmos canais burocráticos de sempre. Todavia, segundoinformações obtidas, o Ministério da Indústria e Energia está a fazer todos osesforços para se ultrapassarem estas dificuldades.Outro problema com que se debate o aprovisionamento para ga-«çMelhorar ainda mais o abastecimento de cerveja ao mercado e sobretudo o doNorte do país, ande dificuldades ainda se apresentam, é o nosso objectivo»-afirmou à «Tempo» o director comercial da SOGERE; sr, Nogueira.A seu ladoo director dos recursos humanos, Carlos Ferreirarantir uma laboração é o das cápsulas. A empresa fabricante de cápsulas não temgarantido um abastecimento suficiente enquanto por outro lado essasmesmascápsulas, hoje fabricadas sem qualquer decoração como sempre aconteceu sãodebitadas ao preço antigo.Ainda relacionado com o aprovisionamento das matérias-primas ressalta o factode que ultimamente as quebras no cais são extremafiente elevadas. Háquebraspor fracturas ou desaparecimento (roubos). São recipientes que se quebram nodesembarque, sacos de' malte (cevada) derramados no cais. Estes elevam-se amílhares de quilos, por exemplo em relação ao malte.Relativamente ainda ao malte, este produto tem um determinado preço nomercado internacional até determinada altura do ano, diga-se por exemplo atéSetembro. Todos os compradores interessados devem portanto fazer as suasencomendas com muita antecedência. Se nós fizermos im. portações após essadata temos dýe comprar ao preço que o vendedor nessa altura quiser, pois será já

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um malte de reserva vendido a um preço muito superior. Os governos e empresasde comércio externo dos países produtores de malte (cevada) jogamcom essasituação. Pois com a morosidade na abertura de créditos e-por desconhecimentodesta realidade a SOWERE chegou várias vezes a cair neste erro, que agora sepretende ter sido eliminado.Há problemas imensos ainda por resolver nestaempresa muito importanteeconomicamente para o país. Todavia os passos já dados nestes primeiros seismeses de intervenção garantem que, se houver coordenação com outros sectores eserviços do Estado, a Sogere poderá vir a ser um exemplo marcante do que pode ainiciativa estatal, e a validade e oportunidade profundas da intervenção ali havida.Texto de: Calane da Silva Fotos de: Domingos EliasTEMPO N.o 512 - pág. 35

EfeméridecHIROSHIMAPassa no próximo dia 6 de Agosto, o 35.0 aniversário do lançamento daprimeirabomba atómica. Aconteceu no JapÃo, por iniciativa 'dos Estados Unidos,. quandoestava praticamente terminada a 2.1 Guerra Mundial imperialista. Atécnica maissofisticada de então foi experimentada militarmente para se perpetrar um dosmaiores massacres premeditados da História.Os jowens de hoje ainda não eram nascidos. Provavelmente muitos nem sequerouviram nunca falar desse crime de guerra. E talvez alguns mais velhos também odesconheçam.A-35 anos de distãncia, é conveniente relembrá-lo e reflectir, quando as forçasagressoras consagradas tentam desestabilizar os. países em libertação e progresso,criar focos de insegurança no mundo inteiro e constantemente ameaçam os povoscom o poder das suas armas combinadas ac serviço do capitalismo financeiro paraexercer a dominação ideológica, económica e social que a condi;ão humana vairejeitando cada vez mais cnnscientemente.TEMPO N.O 512 - pág. 361

A Comissão Civil sobre a politica atómica e o Presidente Truman, dosEstadosUnidos, partiam do principio de que uma invasão final das ilhas japonesas,necessária para acabar rapidamente a guerra, custaria aos norte-americanos maisde um milhão de baixas. Por outro lado, o imperialismo norte-americano estavaconvencão de que a União Soviética, controlando já o leste da Europa, pretendiadesempenhar acção importante em qualquer invasão e ocupação doJapão. Acontinuação da guerra convencional para derrotar o potencial bélico dosjaponeses, fora posta de parte por se considerar impraticável. Decidiu-se autilização da bomba atómica que deveria, para que o efeito da explosão resultasse«o mais eficaz possível», atingir um alvo simultâneamente como instalaçãomilitar e centro altamente populoso.A decisão do lançamento, sem mais delongas, de bombas atómicas, tinhaantecedentes de conveniente planificação, o mais importante dos quais eralummemorando secreto, escrito por Roosevelt e Churchill em 19 de Setembro de

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1944, que Truman recebeu por herança. Esse memorando claramente insistia emque se não fornecesse aos soviéticos nenhuma informação sobre abomba atómica.Em 4 de Junho de 1945, foi assinado outro acordo anglo-americano para autilização dabomba contra o Japão.Os bombardeamentos com bombas incendiárias dos B-29 americanoshaviam jádevastado Tóquio e outras cidades e os japoneses receavam ataques maciços epodero-sos a Hiroshima, importante centro militar, cidade industrial e de armazenamentode abastecimentos. Dos 400000 habitantes evacuaram-se 155 000.A bomba U-235 (designada, por código, «Rapaziúho») estava pronta paralançamento em 1 de Agosto de 1945 e a bomba de plutónio (designada «HomemGordo») em 6 do mesmo mês, para os respectivos lançamentos.Em 6 de Agosto, pouco depois das 7 horas, soou o alarme aéreo quando um únicoavião de reconhecimento sobrevoou Hiroshima A população nem sequer sedirigiu para os abrigos. Ãs 8 horas, três aviões, voando a grande altura,aproximaram-se, mas, presumindo-se que fossem de reconhecimentO, não foidado o alarme. Ás 8.15 horas, dois dos a v i õ es baixaram voo: um deles (o«Rãpazinho») lançou a bomba atómica para explodir a 562 metros de altura dosolo (o respectivo piloto havia informado a tripulação': «este é umvoo histórico,por isso tenham cuidado com a vossa linguagem); o outro lançou três pára-quedascom equipamento para registo da explosão. À explosão da bomba, surgiu umofuscante clarão; o co-piloto exclamou: «Meu Deus, o que fizemos nós?. Logo aseguir, apareceu uma bola de fogo que se expandiu rapidamente.A bola de fogo carbonizou mílhares de pessoas no centro da cidade e queimououtros milhares até 4 quilómetros de distância. O fogo' progrediuintensa evelozmente. Ã volta do local da explosão, as casas ficaram destruídas numaNa II Guerra Mundial, a Alemanha nazi e a Itãlia fascista tinham capitulado. OJapão, terceiro país do Eixo, ainda resistia.TEMPO N., 512 - pág. 37área de-1313 Km2. Caía uma chuva de gotas negras e oleosas, por condensaçãoda nuvem-cogumelo que se ergueu na cidade a 15 000 metros de altitude. Muitasdas pessoas não atingidas mortalmente ou ainda ilesas, fugiram para sítios em quese julgavam menos .vulneráveis, principalmente para os rios mas estes formavamaltas ondas que afogaram as que ali procuravam refúgio. Mais de 80000 pessoasmorreram, um número idêntico sofreu queimaduras, milhares ficaram estropiadase sofreram efeitos genéticos que se transmitiram à segunda geração.Se foi o general Spaaz, Comandante-Geral das Forças Aéreas Estratégicas doExército Americano que recebeu directamente do Estado-Maior as in7truçõesmilitares, para com oportunidade dependente do estado do tempo, ordenar olançamento da bomba. Truman, anteriormente a par da situação, logoapós, a 7 deAgosto, enviou ele próprio uma segunda ordem àquele general para «continuar asoperações conforme planeadas, salvo instruções em contrário»O SupremoConselho de Guerra Japonês reuniu no dia 9 para discutir a rendição, mas cercadas 11 horas desse dia, a bomba 4lomem Gordo, foi lançada sobre Urakami,subúrbio de Nagasaki, e embora tivesse falhado o alVo previsto, vitimou

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possivelmente mais de 70 000 pessoas. A 15 de Agosto, o Imperador Hirohito, doJapão, fez pela rádio uma alocução ao Povo japonês, em que dizia: «Estamos -inteiramente conscientes dos sentimentos mais íntimos de todos vós, nossossubditos. Contudo, dé acordo com os ditames do tempo e do destino,resolvemosabrir caminho para uma paz duradoura para todas as gerações futuras, suportandoo insuportável e sofrendo o que é insofrível ». A 2 de Setembro, a rendição foiassinada a bordo do cruza.dor Missouri na baía de Tóquio.Os, povos e a História já tiveram tempo para, controladas as emoções, julgarem oque foi um dos mais cdientos e mais friamente premeditados genocídios.1

entrevista internacionalRESISTENCIA UNIDADE FCPALESTINA:)RTI FICADAEntrevista com Chefe de Informação e Cultura da,(Sobre a sit~ no Médio Oriente em geral eno Líbano em particular «Tem~o_ entrevistou em exclusivo Yazer AbedRabbo,chefe da Inform ã e Cultura e membro do Conselho Executivo da OLP.TEMPO - Como. sintetiza o Sr. a situação árabe actual? <YAZER RABBO- Asituação árabe actual caracteriza-se por um incremento da luta entre as forçasprogressistas que repudiam os acordos de Camp David e a conspiraçãoamericano-sionista, e reaccionária árabe encabeçada por Sadat. Depois deestabelecer as relações entr.o Egipto e Israel a intenção dos Estados Unidos é deculminar as etapas restantes através da unificação das forças reaccionárias naregião, e impor o seu !Jomínio militar em qualquer país da área a fim de protegeros seus interesses petrolíferos e continuar roubando as riquezas naturais árabes.Por outro lado, os Estados Unidos, para conseguir esse objectivo, estão a tratar deanular a questão nacional do Povo palestino através do que chamam«conversàções sobre a autonomia dos territórios ocupados». Esta políticanorteamericana está sendo enfrentada pelas forças árabes progressistas com umaresistência forte e contínua. Essa resistência é visível em todos 'osterritóriosocupados, onde se incrementou a luta contra a ocupação e o projecto deautonomia, e no Líbano onde a Resistência Palestina e o Movimento Nacionallibanês estão confrontando os planos israelitas e a reacção localdos EstadosUnidos para tratar de debilitar-nos. A luta também se dá noutros países da regiãoincluindo alguns não árabes como o Irão, onde a revolução tem uma trajectóriamais radical no seuNessa entrevista a uele dirigente da res palestina faz o ponto da situação políticado define a estratégia das forças nacionalistas flexos da luta palestina a nívelinternacionalLíbano: confrontações constantes entre as forças reaccionáriaslibanes forçasprogressistas, acções permanentes de agressão israelita contra giados palestinosódio ao imperialismo norte-americano e às forças reaccionárias vizinhas quecolaboram com o imperialismo.

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Apesar das possibilidades com que conta a aliança inimiga, podemos dizer que asforças revolucionárias árabes estão conseguindo triunfos sobre esta aliança. Entreos mais destacados está o que é chamado projecto de autonomia que lutacontraobstáculos, precisamente porque a unidade popular palestina o repudia. Assimtambém os persistentes ataques israelitas contra os Povos palestino e libanêsencontram uma resistência nacional que se aprofunda com o tempo numa aliançaprofunda e forte entre a revolução palestina e o Movimento Nacional Libanês,incluindo a luta armada para re-chaçar a agressão e as forças g colaboram com ela.As forças progressistas s nham a necessidade da unidadé& luta árabe paraderrubar a co tradição principal que são os acôr dos de Camp Davide evitar q*contradições secundárias a substi' tuam. E chamamos a esta unidíd fundamentalos regimes nacionalistas árabes, que pela sua trajectória e linha, têm mais possibldades que o resto dos países árw bes de enfrentar o plano nore-americano; estespaíses têm,ante as massas, o dever de jogar UMpapel mais avançadoque o dosregimes reaccionários ligados aos Estados Unidos e que só a pressão das massasos obrigou a repudiar os acordos de Camp David.Os países árabes representadosTEMPO N.o 512 - pàg 38

na «Frente de Firmeza», precisa mente na última conferência, definiram osamigos e os inimigos do nosso povo a nível mundial e afirmaram >a necessidadede uma aliança estratégica com a URSS, a necessidade de solidariedãde inter-regional em todos os aspectos (político-militar e economicamente) eanecessidade de apoiar a ,nossa revolução palestina, o Movimento Nacional libanêse o nosso povo nos territórios ocupados; estes acordos-são importantes e muitomais avançados que os anteriores, por' exemplo os da última CimeiraArabe,T - E esta situao de que maneira particular afecta a Resistêneia palestina?YR -Creio que na primeiraresposta estão abrangidos muitos pontos desta, mas devo acrescentar que as forçasreaccionárias árabes tratam de conseguir aquilo que eles chamam«neutralidade daRevolução palestina» enquanto que na nossa opinião nesta luta não existenenhum campo para a neutralidade; a revolução palestina tem de inclinar-setotamnte em direcção: às forças nacionais -e progressistas árabes, em direcção à«Frente de Confrontação e Firmeza» e para as fileiras de 'todas as forçasprogressistas que combatem a opressão, o fascismo e o terrorismo e para asrelaçoes firmes e seguras a nível internacional com os países socialistas.T - Uma vez'que a resistênciapalestina está instalada principalmente no LIbano, como influi a situação políticado país na Resistência Palestina?'YR - A situação actual no Libano caracteriza-se pelo incremento dos actos deagressão israelitas das activiades das forças reaccionárias ligadas a Israel. Estesactos são levados a cabo contra a Resistência Palestina e contra todas as intençõeshonestas que: o Movimento Nacional tinha estabelécido para conseguir umaalternativa política justa para a crise libanesa, garantindo a integridade territorial

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libanesa, o seu carácter árabe, a sua indeperndência e o seu carácter progressistacontra Israel.Israel e a reacção local libanesa baseiam-se em que a presença daRevoluçãopalestina no Líbano é um objectivo principal para eles como forças inimigas.Além disso para debilitar as forças nacionalistas árabes na questãode CampDavid é preciso primeiramente debilitar a Resistência palestina no Líbano. Esta éa explicação das constantes agressões israelitas para desgastar as forças militaresda Resistência e para aumentar a emigração libanesa das áreas de conflito eprocurar criar contradições entrea Resistência e o Movimento Nacional libanês.A Resistência Palestina está disposta a apoiar tudo o que ofereça possibilidadespara um acordo político e acabar com a cruenta guerra libanesa. 2lamentável ahesitação das autoridades libanesas e do seu presidente em adoptaruma políticadecisiva a favor da reconciliação.A nossa posição é que a luta no LÍbano está estreitamente ligada àáda região. Porisso cremos que a ordem democrática no Líbano ajudaria no debilitamento dainfluência imperialista e concentraria a potência dos palestinos e libaneses noLíbano contra a ocupaçao sionista e a política dos Estados Unidos. Vemos queapesar dos intentos positivos que se realizam são muito débeis as possibilidadesde se chegar a uma solução rápidada crise no' Lbano. A aceleração desta solução depende do papel activo que aResistência Palestina e oMovimento Nacional l anês pos'Bari jogar.* 'Além disso depende da unidade das suas lutas comuns e da colaboração deforças aliadas à nossa luta, do estreitaroiento das nossas relações com as Forçasnacionalistas árabes que apoiam a -nossa luta, incluindo a Síria. Disto dependerá ac egada 'de uma solução que sirva os interesses dos dois povos, libanês epalestino; uma solução que garantisse 'ao Líbano a sua independência, o seucarácter árabe e o seu' papel conitra a ocupação sionista e o domínio imperialistana regia ,o.T - Como vê o Sr. as iniciativas europeias de paz para o MéfioYR-Fala-se muito destas iniciativas , ropeias. Mas nós fazemos l1=npnrmintrnmuito simules: ondeTEMPO No 512 -pàt 39Guerrilheiros palestinos: a futa armada como única via 'de libertção

ções; os regimes reaccionários árabes sentir-se-ão satisfeitose tratarão deexagerar o seu conteúdo, na proporção -directa em que o mesmo preidente franêsse absteve de dar qualquer deinição clara.Cremos que uma medida de avanço na posição dos paises europeus ocidentais é oreconhecimento das resoluções da ONU no que respeita ao Povo palestino e seusdireitos especialmente a que afirma que a OLP é a única representante do Povopalestino e reconhece o seu direito a estabelecer um estado independente nipróprio território, e o direito dos refugiados paléstinos a regressar à sua pátria. Éesta a medida de avanço real. Consideramos que os países da Europa oc identalnão podem ter uma política completamente independente da USA, especialmenteno que s refere ao Médio Oriente, onde oes países tratam de melhorar uas sas

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pOsi. ções económica attravs da manifestação de algum" boa s itenções. Mias asua política re~al consiste em não se separatremdo imperialismo americano.T - Qual é a sua opiuhi acerca da união4 nacional palestia?YR - Sempre nos temos baseado em ue todas as classes nacioriais palesas <têmum único initeresse que ue qe a luta pelaindependncia nacional. E todas as forças políicas qi representam estas classewtêm que :uni-se no quadro de uma-frente nacional, no quadro da OLP,Mas esta unidade n -pode ser firme se não tiver ba, democráticas que pemtam,priiaã de todos os reprset de todas as forças política nacionais palestinas queestão disposts a lutar contra a o s mTMON.- -FI2uma só força trate de afectar qualquer outra ou se substitua às demais forças.Neste sentido lutamos contra a tendência, de vistas curtas da burguesiapalestina.Esta tendência trata de fazer da burguesia a substituta de todo o povo e de todas asdemais classes e impede a participação de todos os demais representantes do restodas classes nacionais na luta e na panificação da política do movimento do Povopalestino.-Afirmamos certas questões fundamentais que são: a unidade de todas as forçasnacionais no quadro da OLP, o fortalecimento das relações democráticas dentroda OLP.Podemos dizer que a situação actual dentro da OLP se caracteriza por umaunidade mais forte entre nós, baseada num programa político conjunto para todasas forças políticas palestinas. Criticamos qualquer política que contradiga esteprograma. Ele é lógico e revolucionário e tem o apoio das mais amplas forças anível internacional que se reflecte nas resoluções da ONU e de todasasorganizações internacionais. Particularmente podemos apontaro reconhecimentoda OLP a nível internacional, enquanto Israel e os Estados Unidosestão cada vezmais cercados e os seus objectivos desmascarados. Lutamos pelo programa daOLP contra qualquer tendência direitista ou extremo-esquenffista quetrate deferir o movimento nacional palestino nesteprograma, o que debilitaria a luta.T - Como relacionaria o Sr. a luta do Povo nalestino com a de Africa,nomeadamentea vitória do Povo do Z!mbabwe, os paíse; da Linha da Frente eparticularmente Moçambique?YR - Até à pouco, podia dizer--se que o número dos países nizados e dos povos submetid,domínio estrangeiro fosse dim lentamente; até à nossa época taramsó uns poucospaíses czados, especialmente o Povotino, Zimbabwe, África do çNamíbia; mas o triunfo do do Zimbabwe dá ao nosso arança de que o seu triunfo tanse aproxima. 1A nós, os palestinos, unerestreitas relações com as fc progressistas do Zimbabwe E pecialmente o regimerevoluci rio de Moçambique que pôs t as suas possibilidades ao se, do processo delibertação do 1 irmão zimbabweano. Tomam papel de Moçambique como ei plo

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nas nossas relações com tos países árabes. Moçambique tem as enormespossibilidades nómicas e militares que têm os ses árabes que rodeiam ana; mas podemos dizer queçambique tem uma arma m mais eficaz que tudo isto, e é a ma dos princípiosInvariáveis apoiar os povos irmãos que lu pela sua liberdade. Graças a , armaMoçambique pôde resisti. agressões que o regime da m ria brancaracista naRodésia çava anteriormente e actualnm resiste às agressões do regime cista daÁfrica do Sul. O papel sempenhado por Moçambique n luta se baseiaprincipalmente sua política firme e na condu decisiva do seu Partidoque as. ta nosprincípios do socialisme entífico e se compromete na E dariedade internacionalhones Os triunfos que se consegu actualmente na África, Ásia América reduzemmais e maiä influência imperialista, tal com, comprovam as revoluções irar na edo Afeganistão, o triunfo volucionário noutro país da Ai rica. Latinae a luta naColôi e outros países. Estas lutas ai mam que o carácter da etapa i limitação doimperialismo e o vantamento dos povos e suas f ças de libertação como forçascisivas do nosso mundo e do futt da Humanidade. Por NADIA KARIMECorrespondente em Beirute

01 Recntemqefl os Estados40 Arnerianosdo A r can s aS,LWistafl, Missouri, Mislssl~pi C>kahQrna e Texas toram afectados por urn fenöomeno0 aumost4rico resultante de dslocoIo de urna'forte wichii,extnSacorrente de arFall Is uente. ssa corrwnte, mottLlbock ou _1ubida~s anormals deDolici temp rr e vitimfoii, no~n,145 pessoas. -14a tot # ,urna montagern toT _ýX S SerkosMteorolégicos Naclnidos EIA a partir de föorfas tiradas de satéllte.ta ostra-nos 0sestadsaetdos e a seta indica Sei e que se movimnaaa corrente de ar.Um pormenor das cerIrnénias militares tunebres prestadas ao coronel RogerVergara, abatido por elemnentos de um movimento guerriheiro em Santiago,Chile. Vergara era director, da Escola de Informpi;äo Militar. 0 seu carro f04, nodia 7 de Julho. alvejado com fogo de metralhadora. Este é um vivo sinat de que aresistöncia contra PinQch4t: b seus äequazes continua.A k- påg. 41

A direita,:Vitimado por um cancro no Pncreas morreu no Cairo, no dia 27 d. .ulho; o eXáReza Palevi a quem a rádio .erãoc , . - . " u ° ' 0 P o , a * a a o E itan g u iná r io d o s é c u lo ,, . . p r e s i d a o e a o b a m o u d e ,m a io rsaguinario ~~de sáculo.. OPreite Sadat, dó d Egipto, que tinha acolhido Pabjevno .'-i.,iodctu luo nacional no país por sete dias.A -Scretaría de Estado norte-americana, disse que a morte do Xi marcava o fmdeuma era que espera «seja seguida pela paz e estabila ,. um reêfrncia fei feita áquestão dos reféns que segupu do aí pri~eirasjreCõQ4s iranianas,fica inalterávelcom a morto dXá.

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Pah1evj contava 'o8 anos de idade. Na foto vimo-lo acompanhado Pela mulhernos tempos em que com mão de ferro ditava no Irão.C mo já está sendo tradição, o jornal «Avante», órgão do PartidoComunista Português, realizou recentemente mais um festival em queparticiparam milhares de Pessoas (militantes e não militantes do PC Na- loto'vemos um pormenor dessa festa em que actuaramartistas de renome internacional. TflMPO,-N.o 512pg 42,A

s leitores,o PROBLEMA DO LOBOLONão passam 4 ou 5 números da revista «Tempo», sem um dos leitores escreverpara a nossa revista a colocar esta situação, a denunciar esta prática que vai contraos princípios do nosso partido é Governo.Para mim diria:- A situação do lobolo não oei concretamente a sua origem se é uma acçãotradicional ou' tn acto religioso. Mas de todas ýas formas não justificaaquilo( quese está a pratícar.Depois de ter lido bastantes cartas dos leitores que denunciam estaraL*dade, aminha preocupação central foi de procurar junto dos velhos com experiência destasituação, informes concretamente dos porquês do lobolo. Então obtive asseguintes respostas:>Algumas pessoas disseram-me que o lobolo era necessário no matrimónio namedida em que a menina que se vai casar não vivia no mato, Co-mo tal,é' precisoque o namorado pague de lobolo 1 cabeça de vaca e outros princípios. Isto, é umsinal de que alguém está a sair de uma casa para outra, Se o namorado apresentardificuldades financeiras, a interpretação dos pais da menina é a seguinte:- Pois- é, ele não gosta d nossa filha, não a ama, se tivesse um amor profundomesmo, não teria estes argumentos todos. O que ele -quer é levar a nossa filhapara chatear, ir deixar de qualqueýr maneira porque não lhe custoudinheiro.Outras pessoas dizem que o lobolo é uma gratificação aos pais da menina porqueela vai fazer filhos em beneficio do hoInem. Entretanto, os pais ficam a perderporque o genro vai ser rico através duma pessoa que ele não gastounenhumcentavo sequer. Desta forma recebendo Uns 15 mil MT em troca dasua filhaficará mais ou menos conSOlado, terá pelo menos um metical para comprar umlenço de bolso.Senhores leitores, estas justificaçoes aqui apresentadas serão que realmente apessoa fica consolada por receber uns tantos centavos em trocade uma pessoa?Será que a tal gratificação é preciso estipular o preço e exigir? Será que os filhossó irão beneficiar o homem? Será que os sucessos de um lar irão beneficiar só ohomem?! Toda esta gama de justificaçes que não cabem numa caixa defósforos.Eu penso que os pais das meninas estão a VEND2-LAS. Essas pessoas queconsideram as suas filhas como cabritos, que uma vez compradas nuncaregressam à sua procedência. Então aqui encontramos a exploração do homempelo homem. Porque, uma vez o rapaz explorado ele também irá explorar a sua

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cabrita que é a sua esposa. Isto porque custou-lhe muito caro. Muitas vezes, équando surgem conflitos no lar.A GRAVIDADE DESTASITUAÇÃOEste problema torna-se mais grave quando nós o fomentamos. Digoisto, porquenós jovens é que alifientamos este pneu cheio de ar impuro. Infelizniente tenhopresenciado, e auscultado quando alguns jovens nas suas conversas, contamorgulhosamente quanto, e como lobolaram as suas esposas. Em vez decombaterem, ainda se sentem orgulhosos em a terem lobolado. por uns MT. Atéuns fomentam prometendo uma menina caso ela aceite em se casar com ele, umdinheiro elevado para o lobolo.Para mim sintetizo desta forma:-O marido fica satisfeito e seguro no seu casamento quando diz - Eu comprei-apor tan-tos meticais. E ela diz-Eu fui comprada por tantos centavos. Mas às vezes não épor amor existente entre eles, mas sim para o papá ter uns 15 mil Meticais.CONSEQUÊNCIAS DE TUDO ISTOO lobolo faz com que certas meninas sejam mães solteiras, e senhorasdoshomens, porque, com <A» e como os pais exigem um tanto, não foi possível de sejuntar não porque não exista umamor entre eles, mas sim cordições financeirasque não permitiram satisfazer aquilo que os pais exigem.2 -Uma vez lobolada, ela irá servir de instrumento de trabalho em casado marido.Terá que trabalhar bastante, não para o bem-estar deles, mas sim para o marido terum rendimento que a possa consolar, fazendo-a esquecer os seus15 mil Meticais.Desta forma, a mulher. continua a ser oprimida, nunca se reconhecerá a suaemancip ação total. O que não se deve verificar nesta década em que estamosempenhados em banir todos os males que afectam a nossa sociedadeos quaisimpedem o avanço do socialismo, e a luta contra o subdesenvolvimento no nossoPais.As Organizações de massas, em particular a OJM e a OMM, quem dizOrganizações de massas, diz todo o cidadão moçambicano tem como deversensibilizar os velhos que possuem estas ideias erradas.Ao terminar, apelo a todos os jovens do Rovuma ao Maputo para estaremengajados na nova sociedade socialista onde não exista a exploração do Homempelo Homem e rejeitarem a carga pesada que herdámos da velha sociedade.Dade Amade BarrosZavala-inhambaneTEMPO N.o 512 -pág. 43

'ANTIGOS COMBATENTESCIENTIFICOS DEVIA#Hoje Moçambique é um Paikindependente, resultado de dura e longa luta contra o colonialis.mo Português. Para esse efeito foram para o Movimento de Li.bertação Nacional (FRELIMO) jovens de ambos os sexos com níveis diferentesde instrução.

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Esses elementos embora nãono seu todo, asseguram e garantiram o ensino nas zonas libertadaspelaFRELIMO enquanto combatentes militares. Com a falta de professores, esseperíodo de luta foi o ensino caracterizado pelo modo ro. tineiro, istoé, os alunosque concluíssem a 2. classe não podiam todos transitar para a 3.a classe; tinhamde ensinar a 1. e a 2.a classes de modo a elevar a meninada que ficava, semprofessor. Esse processo era constante até à 4.' classe da ins. trução primária.Nesta fase da luta, segundo as exigências do Partido e do Governo'correspondendo tam. bém às necessidades do Estado, aI g u n s elementos dasFPLM estão desnobilizados encontrando-se a viver nos centros de produção.4.1 classe de frequência; preciso João Elias Nalyambipaao de estudar mas nãoposso por- Estudanteque não tenho professor; tenho Namaa~aO CONSERTO PAGO E O RÁDIO NÃO É ENTREGUEVenho através desta a fim vez que já pagara. Voltei node procurar uma soluçãoà vamente na data indicada, maspreocupação que tenho desde 0, aparelho ainda não estava1977 até este momento. pronto. Desta vez disseram-me0 problema é o seguinte: No; para voltar em Setembro dedia 5 de Novembro de 1977 en- 1978.treguei o meu rádio-móvel para Antes dessa altura perdi o ser reparado na casa«Tecna, talão e fui colocar a situação e tron Reparações de Rádios ederam-me uma 2.' via. Chegado Electrónica» sita na Av. Eduar 9 dia indicadodirigi-menovado Mondlane n. 1036. Quando o mente lá. Desta vez colocaramentreguei,disseram-me para que 4ne a situação de falta de pevoltasse uma semana depois; eças e que o técnico fora à Suaassim fiz. E, quando lá cheguei zilândia à procurado material. disseram que estava já começa- Portanto desta vez deixaram de do otrabalho e que se fez o ba- indicar o dia de ir ver o apare. lanço da ob r a que erade lho, ficando por minha iniciati2000,00 MT, e que devia dar na. va passar porlá de vez em quela altura mesmo, o que fiz. quando. Então recomenrlaram-meque Mas, mesmo assim a históriavoltasse depois de um mês uma continuava de vaivém.TEMPO N.O 512 - pág. 44; COM CONHECIMENTOS A SER PROFESSORES i de aguardar naminhaaldeia. Apropósito, proponho -que sejam seleccionados alguns antigos combatentes quetêm conhecimentos científicos que no momento exacto são desmobiliza.dos, para que possam pertencer ao MEC, no sentido de mi. nimizar a falta deprofessores no paIs e a sua supressão dos alunos que deviam ensinar para queconcluam a instrução se, c ndária, para depois serem professores do ensinosecundário. Claro que nem com isso havemos de eliminar a falta de professoresem Moçambique. Este é o objectivo central da minha carta visto que há muitosalunos que não podem entrar no ensino secundário devido à falta de professores.Talvez se pensou o que eu proponho, e observado as suas inconveniências; peço'esclarecimento da «Tempo» ou de qualquer outro leitor que se sinta capaz. Porúltimo peço descul. pas por ter ocupado um espaço vasto. São dificuldades de

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linguagem que tenho. Espero as vossas contribuiçÕes e esclarecimentos amigosleitores.METICALDe há já séculos nasceuUniu os povos pelo seu vaPara estes, deu glóriasPelo Ocidente foi odiado.Da Costa Africana viveuDas Quirimbas à foz do S2Com valentia sobrevoouNa Costa Moçambicana reiiPela falta da unidade dos i [vaEnormes discrepâncias sofrCom o fim de destituir o [absol,Tentativas foram em vão!Confiante nos seus filhos jun Guiados e dirigidos pela Freli Derruba sem descanso[opresiRenasce e ergue o mundo noNesta década em que renaw Possui um i m e n s o valor [infin:Em cada um dos seus filho. Esperanças em si deposita,Será uma arma temida Pela fome, nudez, miséria... A vitória contra osubdesenvw[vimenEstá segura e garantida.Fernando Carolino MaputoE ultimamente, até Dezemb de 1979, a tal casa encontra-! encerrada sem avisoaos sei clientes até este momento e a sim desconheço o paradeiro dc Própriostécnicos, ficando coi tantas preocupações de:Como é que vou encontrar c técnicos da tal casa para sabE a situação do móvel?Porqu essa preocupação não é só mi nha, mas sim de mais algun clientes que têmos seus apar lhos naquela casa. Por isso peç as maiores desculpas aos caro leitorese fico a aguardar a vos sa contribuição em como solu ciopar.Abdala Faquir Afai Morador do B. da PolanaCélula «C»MaDutom

PORQUI A AUSÊNCIA DENa tarde do passado domingo dia 28/6/80 o espectáculo cultural de músicaorganizado pela Direcção Nacional de Cultura e realizado no palco do Teatro«Scala», em Maputo, por ocasião dos festejos do 5.° Aniversárioda nossaIndependência, deixou o público completamente de boca aberta. Quero com issorelembrar que não foi organizado conforme o estabelecido no programa. Nistoverificou-se o atraso na venda de bilhetes, atraso no começo do espectáculo eausência de alguns artistas. A assistência não foi informada, achou o espectáculobem contrariado e, sem ser elucida. da terminou sem que os artistas apontadospara este espectáculo, na sua totalidade, não apareceram às vistas do público, que,

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este com a vista e ouvido bem afinados não saboreou os «SHOWS» (de JoãoPaulo Mingas, ABC/78, etc.); ao contrário apareceu um ou dois artistas que nãoconstavam do programa visto que, foram anexados depois sem nítidaexplicaçãoda parte organizadora.OUTROS ARTISTAS?Porém, parecau que este espectáculo não foi em vão quan.do as cortinas-do palco juntaram-se num som musical, em que o conjunto«OKOLõKWÈ» deu o encerramento do espectáculo e, parece até quefoi o grupoque mais serviu para ,cobrir a ausência desses artistas.Será que as pessoas incumbidas pela DNC para organizar este tipo de espectáculosão principiantes?, Acho eu,, que uma falha ou outra emenda-se antes que sejaapresentado na sua totalidade. Ora mesmo já em acção verifica-se falhas bemnotáveis é o caso que culminou a aúsência destes artistas, sem quepor eles seexplicasseo motivo.Pois, no fim, o público quepresenciou não deixou de comentar: no atraso que se verificou na venda debilhetes, no preço altamente' exibido, no atraso no começo do espectáculo efinalmente muito cedoacabou.É certo que este tipo de espectáculo não só foi nesse domingo, mas sim já váriasvezesINHAMBANE: FALTA DE TRANSPORTE ENTRE MAMBONE E MABOT1.0 Foi no dia 14 de Novembro do ano de 1979 que tive a oportunidade de irvisitar os meus familiares em Mabote saindo de Maputo onde encontro-meempregado.2.o Ora, conforme o início, eu e a minha mulher e meu filho que na altura tinha 3meses saímos de Maputo no dia 14/11/79 pelas 9.10 horas e, chegámos à Maxixenesse mesmo dia pelas 17.30 horas. Tivemos que dorInir para no dia seguinte, 15,Portanto fazermos a ligação para Mapinúiane e chegámos quando eram 12.45horas. Lá, é onde apanhámos o machimbombo que chega ao Distrito de Mabote.Nesse dia, conseguimos apanhar o machimbombo que 1os levou até Mabote echegá-mos a esse Distrito quando eram 17.30 horas. Tivemos logo as informações deque já não havia o machimbombo que sai de Mabote para Mambone (viaMussengue, Chitanga assim sempre). Dormimos mesmo em Mabote,em baixodas cantinas por ali existentes E no dia seguinte, 16 portanto, partimos a pé para aSerração Chitanga e não conseguimos chegar nesse dia em virtudede ser muitodistante; dormimos em Mussengue e no dia 17/11/79, continuámos a viagem efomos chegar a casa de meus pais pelas 15.00 horas, depois de um intenso'andamento a pé (50 quilómetros).3.o Tudo é a falta de transportes naquela zona. A té porque não sofremos nós sósmui-tas pessoas que por aquela zona residem, sofrem a falta de transporte. Estes, nãotêm cantinas ao menos de 30 a 40 quilómetros e têm de ir a pé.

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4.0 É do nosso conhecimento que durante os anos 68,-69, 70, 71 a72, havia ummachimbombo que saía de Mambone para Mabote (via Chitanga e Mussengue)para facilitar os transportes.Agradecia que a Empresa ROMOS, pudesse pensar dentro das suaspossibilidéties, em resolver esta lamentável situação no sentido decolocar umautocarro na via já epigrafada para ajudar a população das zonasnomeadas queficam sem transporte.João Trezento Vilanculo Machamba E. da Moamba MaputoTEMPO N.o 512 -pág 46ase deu sem que a equipa destacada para a sua realização tome em consideração.Estas falhas merecem na verdad serem realçadas, para que os nossos espectáculossejam formulados e realizados duma maneira bem organizada e. que estes nãosejam somente o luxo da propaganda a merecer a sua atenção, mas sim a suaapresentação concretamente organizada para que mereça um grande estímulo dopúblico que assiste.Hilário Bucuane MaputoN.R.- As observações do leitorHilário Bucuane coincidem, em parte, com alguns dos reparos que jáfizemos afalhas verificadas nó Festival Cultural 25 de Junho-1980. Como chamada deatenção à necessidade de uma organização mais cuidada de espectáculos de palco,poderão ser uma contribuição que se considere para a programação de actividadesculturais emfuturos festivais.

ATITUDES NEGATIVAS DE ALGUNS PASSAGEIROS E ESTUDANTESNa Praça da Marinha Popularapanhei o carro dos T.P.U., com destino ao Bairro da Liberdade.O carro saiu dali totalmente cheio. Acontece que no meio da viagem, umsenhorpede para se aproximar da porta de saida, com vista a descer numa para.gem próxima. Um grupo de passageiros respondeu: Não há passagem Porqueestamos muito apertados e este carro só transporta pessoas que vão para o Bairroda Liberdade! E outros chegam mesmo a perguntar, onde é que o senhor quer irdescer? Lamentável caros leitoresEntão eu pergunto: Se 0 carroestiver cheio, umpassageiro não pode descer? Tem de ultrapassar a paragem? Penso que qualquerpessoa tem direito de descer-em qualquer paragem, desde que tenha pago orespectivo bilhete. Acho que não há necessidade de perguntar onde a pessoa querir descer Para depois, dar ou não passagem para descer na paragem seguinte.Um outro ponto que achei negativo naquele meio de transporte foi o,seguinte:Como já me referi no princípio, o carro estava cheio, algumas mãescom bebésnos colos boiavam, enquanto alguns jovens (estudan'tes) tinham ocupado algumascadeiras, que depois levantaram-se para conversar com colegas seus, desta feitautilizando vozes altas. Os assentos serviam para' guardar cestos, livros, etc. Semter pena daquelas mães que nos colos traziam crianças.Por fim direi que as atitudes tomadas por aqueles dois grupos (passageiros eestudantes), são sem dúvida negativas.

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Domingos António Simbine Estudante da E. Sec~~dLrlaWE----1IO M~lEMISSOR PROVINCIAL DE TETE:PORQUE t QUE FALHA A CADEIA NACIONAL?Realmente é bastante alarmante que no Emissor Provincial de Tete haja falhas decontrôle das horas muito importantes; O que se verifica ? Verificam.se pontosmuito negativos nas horas de notícias em cadeia nacional. Passa uma coisa de 2 a3, ou 5 minutos sem ligação com a frequência da emissão nacional.Uma pessoa com oseu «XIRICO» fica só a escutar músicas confiando de queaizula não são horas de noticias em cadeia Nacional, e n qu a n t o estásendoultrapassado.Enquanto o Povo Compra os seus XIRICOS para melhorPeço troca de correspondênccom Jovens moçambicanos, d, ambos os sexos com idades com preendidas entreos 20 e os 2 anos. O meu endereço é o seguinte:aindo A. Domgos. Postal 293 LN.E.Ndalatando - AngolaSou jovem de 23 anos de ida. de e interessa-me muito trocar correspondência comjovens de ambos os sexos, de 19 a 23 anos de idade. Tenho preferência emcorresponder-me com jovens angolanos, cabo-verdianos, brasileiros, portugueses,e guineenses, para troca de ideias, fotos, postais e livros.Ibraimo Adamo Chá IsmaelDPL e ContrôleC.P. 80 Pemba - Cabo DelgadoSou uma jovem moçambicana de 16 anos'de idade. Desejo corresponder-me comtodos os jovens de idades compreendidas entre os 16 e 20 anos, paratroca deexperiências e troca de postais, livros, fotografias. Este pedio édirigido aosjovens dosacompanhar as consequl da nossa R.PM., e situaçã geral da nossa África AuSenhores leitores, eu pe: to: será que o Emissor Pi cial do Tete nãotem relõgi(funcione as mesmas horas, as outras províncias?Eu tenho prova concret que o Povo compra os sélu RICOS para acompanhar o sepassa na nossa R.P.M. cluindo toda a nossa Àfrica. mundo inteiro porquepossíveis de comunicaçes 1 o povo são as informaç5e notícias da rádio. Eu peçcestruturas competentes da 1 para combater essas manol no trabalho.António Mupio Abdala Elemento das F.P:LJLe 'PEDIDOSDE CORRESPONDiNcçgseguintes países: Moçambique, Angola, Cuba, Portugal, Cabo Verde, S. Tomé ePríncipe.Elizabeth Mabote Estudante da Escola Secun.dária 25 de Setembro C. P. 205 - Quelimane

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MoçambiqueSou um jovem moçambicano de 21 anos de idade. Desejo corresponder-me commoços e moças de ambos os sexos de 18 a 21 anos dos seguintes países: Tanzânia,Angola, e Cuba.Em particular os dos- Distritos de Niassa: Massangulo, Mecanhelas,Mepanhira,Maiaca e Metangula, para troca de experiências fotos e postais.Celestino D. MortatoC.P. 180 - hingaNiassaR.P. de MoçambiqueTEMPO N.o 512 -pág. 461ili

Lctividade recreativa_________________________________________ESSE -'MARAVILHOSO MUNDO D IRA iropósito da v isto Naconal de PyongyangSempre que, em conversa, falamos sobre dive*r is coisas, muito diferentes São asaUitudes que as.. ,mimos. Por vezes somos exaltados, outras -4ezes ilmos. Masquando a conversa se refere a'um circo í, em todos os que falam, umasistemUátcatentativa impressionar quem'nos escuta, E a conversa.evoi semprepara o cada vezmais fantástico pois todos m uma história a conter sobre circos. É queesse'aravilhoso mundo, que agrada a crianças e adultos, :ercer sobrenós o fascínio devermos concretizadosactos que julgamos impossíveis. E. contudo, por detrás.4do :sorriso, sempreaberto, dos artistas, por detrá3 da sempre jocosa alegria dos palhaços, rep usa,também quase sem re' um longo e extenuante frabalho de preparação.E, como veremos pelo-trabalho xque se segue, bem diferente é o que se passa noscircos dos países ocidentais e aqueles-onde os artistãs 'e a sua actividade sao parteintegrante de todo um desenvolvimento cultural de ü,ii País.É interessante verificarmos que mais célebres enciclopédias, co. O é ocaso da,,Cóllier's» ou a arousse» estão de acordo em fender as origensdo circo cosituadasnos tempos dos imradores romanos: Sêo citados os nosos circos Maximus,'Faminius Caius, o primeiro dos quais foi nstruído _para poder albergar5 000 espectadores. A «Larousse» (francesa) defenque o circomoderno nasceu na)laterra, nos princípios do sécUlo ( e que se trata de. circos amlantes tais'comohoje em dia ainse vêem bastantes. A «Collier's», ao contrário da a congénere quefaz grande refencia ao desenvolvimento do cirna Europa (Inglaterra e Françaincipalmente), defende um pon. de vista um pouco diferente: Diz 3 queamassificação do circo é, sencialmente, obra dos Estados lidos.Não pretendemos contestar que circo tenhã tido, nesses países, i enormedesenvolvimento púb!i, sendo mesmo das mais impor. Ites manifestaçõesmassivas ao lel cultural, do período que pre,deu a revolução industrial que, Imo sesabe, provocou o apareTento de outras expressões articas de massa, como*é ocaso cinema.

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Mas, se isso acontece como o ferem as enciclopédias, que dizer 'facto de, nomuseu coreano do rco, se encontrarem testemunhosi. Jeitoao mais de 25 ý ntes do e'.spectáculo dode que manifÚStações» artísticas semelhantes aos 'actuais circos,já existiam bemantes do tempo do impèradores romanos?Julgamos que, aqui, maisu jma vez, se erra por defeito de 'uma concepção que fazda h;stória'europeia o «centro» irradiador da ci.vilízação, cultura e arte. Comefeito, na história milenar do Oriente. podem-se determinai muitas das acrobacias4ue vemos actualmen-, te nos dircos, mesmo nos ocidentais." O baloiço, 'prexemplo, no qual a queda de uma pescoa de um dos lados faz c' oútro subir, é umdespoto que se pratica na Co' reia há centenas de anos nas fes. tas populares, talcomr nos disse Che Yun Son, chefe do Circo Nacional de Pyongyangý, que seencontra actualmente em Moçambií que.netros de altura. Um dos números mais Circo Nacp~al de -Py~W~~angSerá :dsconhecimento 'da histó. ria ocidental ou lapso premeditado?POR DETRAS DO FASCÍNIOÉ facto conhecido que, nos.países cidentas, os circos nãD têm o esplendor deoutrora e- não nos parece correcto,.afirmár que isso se deve apenas aoapareci,mento de outras manifestações artísticas modernas e à existência de outrosvalores morais no público ýque a revolução tecnológica trouxeNesses países, o povo continua a gostar de circo, tanto mais que-ele permanece muito ligado às feiras populares que se realizam nas vilas ealdeias.Entendemos que há uma outra razão por:causa da qual se assiste a umcertodeclínio do circo ociTEMPO, N.° 512 - pág 47

dental, na actualidade. É que lazer um circo não só não é empresa fácil comocomporta riscos que poucos empresários estão hoje dispostos a enfrentar.Satisfazer as exigências de -um público que quer mais e melhor, andar numa vidapraticamente ambulante, as despesas para a edificação de um espectáculo novodepois de cada digressão, etc., tudo isso elimina as ten. tações dos menosarrojados. Os próprios artistas mostraým-se pouco dispostos a enfrentar uma vidaem que se ganha pouco dinheiro e onde passados alguns anos, de es. trela de circose passa a camareiro ou varredor do espectáculo, pa. ra onde já não se concentramas luzes dos tempos áureos de outrora..Eis porque não é difícil compreender porque é que foram os paísessocialistasquem restituiu ao circo a dignidade e o valor que merecem por história e direito.Vejamos o exemplo da Coreia. Disse-nos o nosso entrevistado que, os artistas decirco no seu país devem fre. quentar, com entrada entre os catorzee os dezoitoanos, uma escola especial que forma actualmente trinta artistas por ano. Todo oensino é gratuito e os materiais de que os artistas necessitam para assuas futurasactuações é fornecido pela escola. Os alunos dispõem ainda de bolsas de estudo.Após a escola, tornam-se profissionais nos vários circos existentes(na Coreia nãoexistem pessoas com duas profissões). Dadas as excelentes condições físicas(assistên. cia médica, alimentação, descan. so) a vida de um artistanos pai. cos

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demora muito mais do que acontece nos países capitalistas e realiza.se em muitomelhores condições de segurança. Nesses circos ocidentais é preciso quase ouearriscar a vida nara se aanhRr dinheiro e os artistas são obrigadosa uma.skie deencarcos tão oran. dos ciue se tornam impossibilitados d actuar bastante maiscedo.Além do mais, na Coreia, quando se chega à impossibilidade física de actuar, oartista dispõe de várias alternativas: Torna.se professor, director técnico decriação nos circos naciona.is ou noscircos das cidades, vilas e fábricas. Se apesar de tudo isso, não consegue umaintegração, então o Estado garante-lhe uma reforma até ao fim da vida.O CIRCO NACIONALDE PYONGYANGEs p e r a v ámos espoctáculo de qualidade, mas ficámos surpreen. didos com oque vimos e pensamos que quem já foi ver, necessariamente compartilha da nossaopi. nião. O público aplaudiu vibrantemente os vários números, particu. larmenteos do trapézio. Não é mesmo de admirar que muitas pessoas, ainda arreigadas apensamentos tradicionais, julguem que,. «por ali anda feiticeiros» quando afinalse trata do resultado de uma longa e cuidada preparação física e técni. ca.O Circo Nacional de Pyongyang nasceu em 1952, em plena época de uma guerrN(a da Coreia) em que os americanos deitaram sobre território coreano umaquantidade de bombas tal que," teoricamente, se poderia afirmar que caiu .umabomba por metro quadrado do território. A população vivia em muitos lugares emsubterrâneos e foi nessa. difíc is condições, que surgiu a orientação para que seedificasse o circo que actuou, inicial. mente, apenaicíom 30 artistas e nas regiõesda retaguarda militar da guerrilha.Após a guerra, o circo pôde entã desenvolver-se em liberdade tendo sidoconstruídos teatros por todo o País onde se fazem as actuações (uma outradiferença com os circos ocidentais que se apresentam sempre dentrode uma tendacircular com os espectadores em volta). O mais importante teatro decirco, foiobjecto de ,uma construção técnica especial e dispõe de 1 600 lugares.O Circo Nacional ultrapassou fronteiras e já foram visitados, porele, 72 países, naEuropa, Ásia e Africa, contando com uma série de prémios internacionais.No País os artistas recebem as distincões deArtista de Mérito e, a mais alta, deArtista Popular. Para ser Artista Popular é precisoreunir uma série de condiç; tre as quais se contam oc tamento político,a capacidanica e o reconhecimento k nacional e internacional.Os números apresentado zam o que os nossos interil res chamaram de «combini|tre o conteúdo socialista e a R cultural tradicional». Como! se disse,sãoapresentadas aq cias- que--são praticadas po mente por todo o Pais hámui muitosanos.Esta combinação é, &iás1 «segredos» da beleza deste pois tornam.se bastante proas formas culturais tradicioQi bem conhecida a sua riqu pormenor doscenários. .0t jogo de luzes e a música, de, mente escolhida e combina mentam a qualidade.doesp Io e o fascínio que e!e exer bre o espectador.EM MOÇAMBIQUE. ..

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O Circo Nacional de Pyom é o primeiro que vemos depdÍ Independência do nossoPaí facto confere-lhe, só por si, determinada importância.Mas ouvimos dizer que'fooo lhor que alguma vez vimos em çambiquee nãojulgamos exá da esta ideia.Eis, pois, uma iniciativa a ap e a desenvolver pois nos i que a já perdida tradiçãode a sentação de circos, não terá culdade em alcançar não sóç ma queteve nopassado corr ultrapassá-la de largo. Tanto r que, os espectáculos de circo. aquieram vistos não eram dos lhores, pois poucos empresário arriscavam em Portugal,a-fi uma digressão por «terras di_. tes» onde não havia a cor absoluta de seconseguirem tui fabulosos. E ainda havia as dei sas da viagem...O Circo Nacional de Py'ongy e o apoio ,que o público lhe c tou - demonstrambem a poç ridade do circo e talvez (quem be?) a sua inserção popular mobilize atentar uma empresa melhante...Sol Carv,TEMPO N.o 512 - pág. 48

dinemaMUEDA OÉ RESPEITO PELA REALIDADE HISTÓRICARui Guerra em entrevista à 'TEMPO"Rui Guerra esteve, de novo, recentemene em Moçambique. Esteve no nosso Paísima vez mais, depois de uma estada de 14 iases durante aqual realizou a primeiralonIa-metragem cinematográfica, p r o d u z i d a ipós a Independência Nacional:"Mueda: Menória e Massacre".A nossa intenção, ao fazermos uma enrevista com Rui Guerra não erafalarmos doIme, do seu significado e dos principais proemas que o filme coloca tanto maisque a Tempo" já o fizera. Querlamos,'sim, esclareer uma questãoque já é motivode especula io na Imprensa clnematográfica ocidental pôr "a pratos limpos" o querealmente se avia passado.Como se sabe, o filme foi estreado e fiou depois algum tempo paradoaté teren'ado, de novo, no circuto comercial. Tal fac>, foi aproveitado por certaimprensa ocidenml, Inclusive a brasileira, para especular sore o sucedidoafirmando, nomeadamente, ue tinha havido repressão sobre o filme cue realizador"não tinha podido fazer o filme omo queria", etc. Por detrás destas informaões"objectivas" escondia-se uma tá?-tica e fundo que é bastante cara àImprensaocental no que respeita à arte: A tese de que, m socialismo, não é possível realizarobras e arte em "liberdade", como se a proclamaa e abstracta liberdade existissenos regiles capitalistas.Mas o que é facto e que se pretendeu ar essa Ideia. A mim particularmente,jornastas brasileiros que encontrei em Cuba duante a cimeira dos Não-Alinhados,fizeramne perguntas nesse sentido.A oportunidade de conversar directalente com Rui Guerra sobre o assunto, era,ois, uma oportunidade a não perder e, por ;so, insistimos em lhe pedir paradescrever )dos os' passos da realização do filme e o ue realmente se tinha passado.Rui Guerra n a s c e u em Moçamb'que t a 1 v e z poucas pessoas saibamdisso.Pós 30 anos de ausêncla volta para, co-

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TEMPO - Esta é mais uma das vezes que está em Moçambique. Porque mais estapresença?RUI GUERRA - Essa minha vinda a Moçambique paa trabalhar durante catorzemeses no Instituto Nacional de Cinema não foi a primeira. Já tinha vindo para aIndependência e para o 3.° Congresso.Na realidade o que se passa é o processo de uma pessoa que nasceunum pais naépoca colonial, saiu por diversas razões (entre as quais o facto, justamehte, de ternascido numa colónia) e que, a partirTEMPO N.- 512 - pág. 41ffi~

do momento da Independência e depois de muitos anos no exterior, procurareconverter-se ao seu país de origem. Agora, essa reconversão é sempre umprocesso 'difícil, porque um longo exílio, de 30 anos, implica novos hábitos, criarnovas raízes noutros locais. Embora a prolissão de cinema, por simesma, já sejaum pouco desenraízada pelo seu próprio processo de trabalho, eu radiquei-me noBrasil a que fiquei ligadè geográfica, física e principalmente culturalmente. Querdizer, interessou.me o Brasil porque correspon. dia a uma cultura mais próxima daminha cultura de origem e também por ser um país em vias de desenvolvimento,por ser um país com uma problemática do terceiro mundo embora comgovernosditatoriais sucessivos.T -Uma das suas estadas prolongou-se durante 14 meses. Algumarazão especial?R.G. - Essa estada mais longa que eu fiz aqui, foi dentro de uma perspectiva deme reencontrar culturalmente, e na busca da própria identidade pessoal, dentro deuma área de trabalho específica como é o cinema, no momento em que o cinemaestá comre. çando a nascer em Moçambique.Evidentemente, todos os n a s c i m e n t os são sempre p r o c es s o s difíceis edo!orosos muitas vezes. Principalmente devido também às minhas própriasindefinições diante desse processo pessoal de volta às minhas o r i gens, o meutrabalho foi um trabalho que ficou dirigido para diferentes áreas: uma áreareorganizativa no sentido da própria tentativa da desçolonização das estruturas docinema em Moçambique nas áreas de distribuição, exibição e a área que constituíaa tentativa de começar a lançar as bases de produçãoque eram inexistentes pois oque vinha da época colonial, especialmente aque-mar iviueaa aum ponto ae vista intezraico. Foi a própria realidade existente de talque já se exercia, todos os anos. na re. Nós resolvemos apenas experimentarentrode uma realidade existenteles &ýJornais de Actualidades» não tinha signiflc nenhum, a não serusar osistema para vender produto qualquer.Então, foi dentro dessa área, desse quadrc produçãO que eu procurei actuar e énatural isso tenha acontecido porque a minha formação pre foi voltada para aprodução.T - FoI durante essa estada mais prolone que surgiu o Mueda. Como foioprocesso?R.G.-Não fomos nós, aqui no Instituto, decidimos fazer um filme delongametragem s( uma ficção. Foi a própria realidade existente de grupo teatral que já

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se exercia dentro do facto ý da desde as lutas de libertação e que foram sedintando essa tradição de todos os anos na data Mueda para reconstituírem o facto.Diante desse nhecimento, nós resolvemos experimentarmo-nos tro de umarealidade existente. Fomos filmar ML sem sabermos sequer o que era oespectáculo, mo é que ele se exercia e sem termos nenhuma c cação «à priori»,nem de julgamento estético i político. Fomos sob o ponto de vista inteiramijornalístico.Quando filmámos pela primeira vez nem bíamos qual era o desenrolardos.acontecimer Eu procurei saber com o responsável: Como é 'q coisa se vaidesenrolar? Ele começou a contar era tão complicado que não ia adiantar. Então olhor era a surpresa diante do facto e filmámos vez, duas vezes, semque houvesseda nossa p uma inica interferência de ordem dramática. Não 1 ve nenhuma«mise.en-scène», nem intenção nei ma de marcação. Apenas tentámos captar aestru própria da peça, com todos os seus valores.Viemos com o material, passámos esse mat( e demo-nos conta que tínhamossaltado alguns pectos fundamentais da própria narrativa da estru da peça.Tínhamos também problemas de ordem téci com um risco no negativo. Entãovoltámos para mar e completar o trabalho durante dois dias. C pletámos otrabalhoe viemos com o material.Ao mesmo tempo sensibilizou-nos o próprio cesso deste tipo de abordagem dumfacto dram, gico como era Mueda que tem uma estrutura, qual existe uma relaçãocom o público, que te sua própria tradição já de espectáculo exercidopróprialocalidade. Fomos elaborando uma forma , pies de contar e então pareceu-nos queseria inte sante a forma narrativa oral, tradicional, até pelo to da própria cena-seruma memória, uma remi ência.

Evidentemente havia também a importância polia de Mueda como factor político,de mais tardeýýer fíagrado o processo da luta armada e, do nosso to evista,achámos inte'ssanta fazer pequenas ltrov tas, aos partiçipantes. Então, falávamoscom Lamponses que estavam lá na altura, com os, adros e fomos fazer essasentrevistas. Eram gnwvistas n: O, dirigidas, nem sequer organizadas para egrarerum discurso narrativo, mas sim uma acul;ção de material na memória.ão só doespectá.-; mas das próprias pessoas que assistiram ou reseflÇiaram,T-Depois desse processo, como surgiu então filme?R.G. - Dessa amálgàma de material, procurámos: rganizar-nos dentro do factoespecífico do fil1e. Imeiro, vimos que uma tinha a duração de longa etragem:Noprincipio, nós não sabíamos se iria Urar 2(i nrinútos; 15, meia-hora ou 40. Então,con-ri ordámos com umäê lónga metragem o que nos satis!z muito porque nosobrigçu a posicionarmo-nos jante desse facto.Depois vimos a importância de ser uma ficção, Nestes catorze meses deMoçarnquè em termbs do meu ia que nunca tinha sido exercida entre nós, o queuróprio processo de transformação... amb m nos alegrou muito. Em :terceiro.lugar, r ós frorámos a partir> desta situação, um julgamento de rdem políticaeestética que são absolutaríiente insearáveis um do outro.

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E, principalmente para mim era mais difícil, talez, que para os camaradas.dóInstituto que estavam articipando no mesmo processo de trabalho porque ýnhouma herança de hábito do cinema ocidental' dustrialízado; de uma estética que pormuito bruta lue seja na sua matéria, tem hábitos de qualidade )tográfica, dequalidade no sentido abstracto. Assim, ara mim foi extremamente rico esseprocesso de epuração de uma série de valores que não são valo. es fundamentais,para tentar unicamente voltar para nivel da linguagem.Aí nós estruturámos esse filme a partir da própria istrutura da peça ea'partir daspróprias entrevistas ue foram intercortando para esclarecer e dar ä difensão dapeça, que tem uma grande força, justarente na sua simplicidade e na sua eficácia,na sua lurabilidade em relação ao público. Ela-parece uma ;oisa viva em relaçãoao público e, no'fim passa a ;er uma coisa fechada na própria duração do filme, iaausência da própria participação do público a Ião ser aquele público que participatambém como ctor dentro ,do filme. ...a minha produtividade émultiplicada, pelo menos,T Houve certa Imprensa, Inclusive a brasileira, cinco vezes maisTEMPO N.- 512 - pág. 51

que utilizando-sedo facto de o filme ter sidoi,-e,9e e só muito depois ter entradoem circuito çomqr*l, desenvolveu uma campanha no senudo de dizer qqe tinhahavido-pressões sobre a tua obra, etc. O.quecéque se passou realmente?R.G. -O.que aconteceu foi o seguinte: Recolhemos informaçõese dados queno'Sporiltiram ter uma visão mais ampla, mais articulada'ique nos serviu, dentro dasdeficiências do nosso próprio material, como uma coluna vertebral que permitiaýalinhavar, esclarecer e qualificar esse discurso.reco'lidô dessa forma anárquica:Montámos o filme como!oudemos, procurámos então com essa coluna vertebralestabelecer uma nova linguagem.Depois disso, Mueda ficou parado: Houve umaexibição e «Mueda» não saiu mais, mas acho que ninguém ficou afectado porisso. Não ficámos,afectados de maneira nenhuma porque essa paragem foirepuJtante de uma análise política de certas dec!araç psque tenham sido feitas.Acontece que foram contados certos aspeossobre o ponto de vista histórico que são aspectos correctos mas que ainda nãoestão rectificados dentro de um processo, ainda não estão suficientemente dis.cutidos historicamente, para poderem ser abalizados.Então, diante desse facto, passaria o filme a. :fazer valor de história oficializadade determinados ýacontecimentos que precisam ainda de ser discutidas.Diante disso dissemos que tínhamos que esperarum pouco porque há coisas quenão f ram disçutidas ainda. Para nós pareceu-nos uma coisa muito ratu ral esimples. O que acontece é que pelo ýfacto, do filme ter saído e ter coincidido comuma necessidade de trabalho minha (que eu já tinha compromissos anteriores coma minha saída para o Brasil, saída essa que sempre foi temporária porque eucontinuei vinculando ao Instituto em termos não só afectiVos, mas contratuais,

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como um participante destè, Institut) isso permitiu toda uma área de indefinições,reacções, de começarem a vender essa imagem que havia de desentendimentospolíticos, estéticos, quan, do não havia nada disso! 0 qué aconteceu, inclusive,antes de eu sair foi que quando eu ia. fazer essas alterações que me parecemjustas, certas, cabidas e necessárias, coincidiu que o então Ministro danformaçãochamásse-me juntamente com os quadros .,directivos do Instituto eme desse essaexposição e peguntasse quais seriam as alterações possíveis Não h#iive nemseqger um autorita's5rno no sentido de ,tem que mudar» ou «não temque mudar».Foram.levanmS« êquestõ, qu n[me focoI o.Qda é precsamente uma. $ç,ío w n.o mitij i,MUEDA, coloçndo-o na sua d 'ffà e importan te poiç.sõrca.fl Rui Guerra; >p-anuneiarse sabre ,,iposs «pressões» que sofreu reýção apí i>nM -da Na foto: umadas cenastaýds objecções, dizenhdo que seria mais útil, mas não seriam sequrindispensáveis se houvesse impossibilidade técnica. Eu pensariaa coisa ai nãoaceitar se ný4o fossem incorrecções de orden irmortRIo, ms çefactQo,í9 havianenhuma ii sibiJidade J.écniç, cmo nýp há, a não ser a madadede $eçlp ,e a nossa -capaciõade operacíi além das nossas deficiênciasestruturais.Então eu disse «não, não há, vamos fazer». como eu saí, -os ýcamaradas doInstituto ficarani pouco receosos de, fazerem essas alteraçõespo eu,-estavadirigjdo ~dfilme,. embora eu tenha re demente dito:<.«façam- essasalterações,não há blema .nenhum.» ,Inclusive na última viagem' dirIgentes do INCfizeramao Brasil e estlvemosjuntos, falou-se de «Mueda» e eu d .he*s-Terfliinemc<Mueda», não há problema ab! tamente nenhum»- Mas houve sempre uma esl:de pudor diante do facto estético. Mas, isso tarr temw um lado extremamentepositivo que importa saltar que.,é esse respeito diante de uma p0siçãc torat de ,umtacto estético. Esse cuidado que og ma~adas tiveram fizeram-me ficarextremamente sibilizado; ev1identemente porque eu preferia se aa8sumir essetrabalho, masnão havia nenhuma sibilidade ,de ser eu a fazê-lo e assim, elespodiar zêl3o àvontade. Mas isso abriu um espaço especi vo que permitiu'umasérie de julgamentos e indN çõos e de tentar-então colocar essas imagens reíS>vasdentro do processo autoral, do processo esté Isso% não só não houve, comonão há. Inclusive das razões- da minha vinda aqui é justamenteacabar«Mueda»,,dentro dessa rectificação e c nUando com tqdo o espaço decriatividade, de 1 dade para, fazer isso, simplesmente tomando em sideração *iresponsabilidade histórica. Uma cTEMPO N.O 512 - pág. 52

ue eu acho que quero ressaltarde tud Õi s é que )e parece que essa conotaçãoreipres5ivaque queem colocar é justamente contrária à yerdal e.É imlesmenteuma reflexão mais ap furntýd feita j'po ýertos quadros dirigentes e que têmconheclintos istóricos daquele processo que nenhum de nófs ti. ýha.Ora, essareflexão é de granie reseito à Tiijade política, histórica sobre a qual n6á-gostarílamós nclusive de basear todas as' nossas pésc1uiýas.,todQJs is nossostrabalhos. Foi o contrário exactamente dýluilo que foi colocado ou quetentaram

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colocar para público. É um grande respeito pela histõrlq porque nclusive aspequenas indefinições que seriamii abaliladas estavam dando a «Mueda» umadimeýh"o na cional e que o facto em si, não tinha. É justamenté ima posição denão mitificar «Mueda» de rna certa orma, colocando-o na sua devida 'e .mprtp teposi-ão histórica. ,T- Uma última questo. O tu qntoi cope Woçambique durante catorze meseultrapa~ em certeza a simples realildade cie i Icb q quer dos modos,como pe olgada àiulturado- 1 pensas do que viste? .R.G.- Há vários factos que eu açho i! floQtante ressaltar. Por exemplo, eu gostariadê' realçar sem, pre, para todos os camaradas do Institut6,, à ituaçãoextremamente privilegiada que nós. aqui tèeÓs' Yfl termos de possibilidade e decápacidads de traba lho. Eu ressalto, por exemplo, que nêstesatorzmeses aqui em.Moçambique, ;m t ermosde produtividade, o meu próprio processo detransformação émultiplicado, pelo menos,por umoefiiente cinco, em relação aotempo físico que tenho nos países c& pitalistas. Porque, como todaS as,deficiênca de . dem técnica, com todas as defioincias de materiàl, dascondiçõesque se têm neste' !nstituto que é extremamente subdesenvolvido, s obo ponto devista técnico, apesar disso pode-se estabelecer uma dinâmica de trabalho. Ai, omeu conceito de trabalho ,não é só vinculado à produtividade que estamos con.seguindo e que ainda é pequena (devidó a;essas deficiências que podem serultrapassadas rapidameto com pequenos subsidos de ordem técnIka) ma 1 Prin.cipalmente à velocidade que se pode, adquir n'mo. nível da linguagem e no nívelde xpres asSõe no nílVé elemento audio-visual, como um processo de trans,Ormação criativo. Aí, essa velocidade ée norm é cmParada ,com os paísescapitalistas. Vejamos úf!i' pais om «liberdade de expressão» com-o 4 os ÊàtadosUnidos da América: Na realidade essati1berade :: , ' , ,r i I' i í"4 "4-4 44 ~ -' *1v~44-4,4 \TEMPO N.o 512 - pág. 53express4o é mentirosa porque é tão fechada nos condkionamérntos- eonómicos eno nível das relações de trabáh6 e nor n vel das hierarquias, que essa li,bordade éreduzidíssina. Essa «velocidade» ainda é mais reduzida, ná iedida emque osprocessos da rentabiíiOadeesq uemas do próprio sistema, determlnam um aspectorelativo, de dirigismo, um aspec.o do condio.Qnahiíi6 e'uma vnculação tão directacom a ideologia hapItaisa que passa a ser um elemento represio, difuSO. 114 tãopresente, tão actuante e t6 sentido 'no dia, d ai di do trabalho. Por isso, eu sempreseti qu iói aqui estamos altamente privile-. giádo$ até permiitindõ umaveTocidade de produção lue s' não adcUiríliõs apenas porque nãoestams aindapreparados pa lsso mas que eu acho que, a curto pràzo,i,6 'temos possibilidades deadquirir.Há Huma cdia % e eu gostaria de colocar, como ám dado fundam atl em relaçãoa mim. É o seLgunte: Eu nasci em M eraffqu e sempre me considerei

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rmoçalbicaqo,üu11 % m1e conc.iderei portugu"s, embora lenha um papáorteportuguês. Eu fui para o Brasi,,porýue era a r país que tinha umaresposta ,cuturalpróxima das minhas origens. Não estou na Suécia nãol-* Porque tnha medo dofrio, até porque ' úpolrto-merno io4 Éporque, na realidade, é uma çquturãdiferente. l , dentro dessa cultura existente eu estava dentro dum sisema'quesempre procurou esmagar es4 id cultura, porque evidentemente .não existe 9opnice de cultura desvinculado de um conceito ideotgic,-,e, eu ücho que emqualquer revo.ução, ela, a cItura, ó um dos elementos dinWmcos desse proceso.omlaneira que o que acontecia é que no Brasil '%ew estive numa áreaculturalem conflito coi as árà políticas, e esse conflito signi. 'fica quhehá'Wia- áÍj, icultural reaccionária. E então, na -ealidade Iicamosý remando contra a corrente ea corrente é muito forte porque ela está instítucionalizada, obedece a ijtero-seseconómicos multinacionais. Então, qánd eu estou voltando a Mo.,ambique,consideáànlno-me e mçambicano, e quando eu estou estabelecendO:essa pontepessoal de 30 anos de'ausência físca com o país, é uma reconversão à procura d4aítetidade de uma ideologia com uma cultura. ito eu gostaria que ficasse bem claro:Responde a ' ?a necessidade prbfunda, porque evidentemente Oue-s ' - estivesseactualmente num país, depois de 30 af¶õs,,,qu cous. equisse conciliar essaideologia com ess cutura e com o meu trabalho especfico de' «mas-média», qútalvez viesse visitar Moçambiquea com a maior satifa aior afectividade,,más sem, uma proposta de enraizamento.i I .....m

ArtesanatoUMA NOSSA RAZAO DE- SEUma nossa razão de ser culturalmente, quer dizer, de se definir, nas relaçõeshumanas e com a Natureza, a personalidade moçambicana, por si no contextonacional e projectando-se no continente africano e no mundo inteiro.,Aqui, no artesanato, ainda o factor essencial é o homem criando pelaconcepção ena execução, através de um processo em que fundamentalmente eleliberta a suainiciativa e se Identifica com as pessoas e a Sociedade. E, para isso observa, captao essencial das experiências no quotidiano e vivência sucessiva, desenvolvendo aHistória, imagina para transfigurar a realidade imediata, e transmile aos outros oresultado do seu labor. Na prática a criação traduz-se em peças degrande beleza eque são sempre utilitárias, quer pelo prazer estético, quer para decoração quercomo objectos de uso corrente de pessoas e famílias.Tapetes de Palha ade sisal são peças deartesanato úteis evaliosasA Feira de Artesanato de pula já funcionava no tem lonial, na mesma Praça e nemlembramos o nome ar agora se chama do Destaca Feminino. As peças que eni seexibiam e vendiam, eram sempre produzidas dentro pírito de assimilação deculturais estrangeiros, porc gosto dos compradores: eler da burguesia colonial, dacolonial portuguesa, das ca de funcionalismo da met que se deslocavam à colói

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missões de serviço cronome a tanto de ajudas de cust dia, turistas preparados e irsados, sob a influência da: ganda colonial e no contex perialista, em levar à burdos seus países, amostras d tismo dos africanos tutelad la gerência cultural portugiNa última vez que visitá: Feira, há cerca de dois a meio, notava-se como quesuspensão do poder criado tabelecido um vazio pela fu antiga clientela, os artesão,vam perplexos perante a ni dade de fazer evoluir a ter e a forma da suaproduçconquistar um novo tipo c servadores e compradores. 1 nham-se aindacaracteristic uma assimilação que deixar das marcas, mas era já eva preocupaçãode olhar p frente, de criar, não com d, a um espaço forçadamente: nizado mas aoespaço moç cano e ao internacionalist, nos propusera a sua coope na reconstruçáonacional, 2 tativa de mudança na cone e na execução ainda apen apontava eesboçava.TEMPO N.o 512-pág. 54

ýgora em Julho de 1980, a ulpassagem do passado para o ,sente está a conseguir-se em nitúde e a Feira é mundo novo, o, emiapolgante, que define e auIticaexemplarmente uma transiação cultural. ) artesão produz durante osLs úteis dasemana e ao dominvai ali mostrar o resultado conLuente da criação. Deixou deservil na oferta da sua produo. Cria e expõe com dignifdade, ritíndo-se entreirmãos e não volvido pela ganância de se sar o seu trabalho explorado para opróprio ou para exportação. demonstra que toma consciêndo seu papel naSociedade, igido pela Revolução. Agora, os moçambicanos que i representam onosso artesanai, já não oferecem e vendem a iem os colonizava mentalmente as aquem compreende a sua iensagem, a quem sabe que o abalho manual étambémum ,to de inteligência e de invenção. temos o direito de chamar-lhes iosimplesmente artesãos, mas rüstas-artesáos. A documentação tográfica com queilustramos ite apontamento talvez consiga rovar a legitimidade destedirei3 eexplicar suficientemente' a0 artesão produz instrumentos de tra-, balho, neste casoapõoiando a produção agrícola com enxadasUc0r de brinquedos é um dos de dução mais rica e diversificadaCooperantes internacionalistas admiram e adquirem os nossos brinquedospara as suas criançasgrande diversidade e riqueza de peças que a Feira apresenta, .domingo a domingo,ao longo do ano.Os artesãos-artistas da Feira de Nampula não eStão organizados colectivamente enão dependem presentemente de qualquer departamente oficial. Tiveram após aIndependência uma pré-Coopera-Aviões camufados feitos com lata de emctlagens de leite NIDO. Artesão: VirgílioQuereliativa que nã& sobreviveu como órgão repres.éntativo. Precisam portanto_, de'apoio para constituirem ,,uma organização em que os trabalhadores se sintamsolidários, melhorem a sua consciência profissional, troquem experiências, nãoexistam como simples indivíduos desconhecidos uns dos Outros. Cremos que aoServiço Pro-TEMFPO N,, 512 -aa. 55

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da produção que a Feira a ta e onde mais se evidE grande capacidadeda incriadora, é o dos brinquedi só pelo engenho como pe zação exclusiva: de recursoE ainda porque indica ur funda sensibilidade de : muito jovens que se pre( com ascrianças, suas irm pequenas. Está ali uma r tiva a considerar seramn a produçãoem larga es< brinquedos que se coloqu mercados mais carecidosConversámos com algun! artesãos.VirgílioQuerelia tem 15Um comboio em madeira e com farol (Lâmpada que pode funcionar). Artesão:FranciscoArmandoCavalinhos rais os seus cavaleiros, que andam mesmo. Artesão:vincial de Cultura e ao Conselho Executivo da Cidade poderá competir iniciativatão importante. E estamos certos de que aqueles trabalhadores da cultura nacionalaceitarão esse apoio e o merecerão.Nas véspera da abertura de mais una edição da FACIM, aqui fica umasugestão-proposa: Tra-zer alguns desses artistas-artesãos a Maputo para na FACIM 80 mostrarem comoproduzem e o que produzem, às populações. Todos nós beneficiaríamos e elestambém, nos contactos que estabeleceriam com o público e com os companheirosartesãos do'sul do País.Um dos aspectos mais curiososidade. Faz pequenos aviões, cerca de 30 centímetros de primento, pintados emmanc] cinzento e amarelo, imitandc feitamente a camuflagem. rial utilizado:embalagens d(TEMPO N., 512 - pág 56

Escultura de Raéh.d' Maliua: o guerreiro;anato essencizlmente utilitdrioite NIDO. Ferramenta: tesou- . ,alicate. Tinta: comprada em ienas embalagens nas lojas.Luz por semana cerca de 20 s que em geral vende na to- nor número,cooperantes. Preço contiuar para ser mais útil. ade cada domingo,na Feira, decada unidade: I10O,OOMT. Pos- Aprendeu com um amigo. Comeinicolocal devenda. Compra- sul a 3.a classe. Este ano não está ç..u ar sozinhohá doiss: moçambicanos e, em me- a estudar mas tem vontade de meses.Outro artesão de brinquedos é Francisco Armando, de 17 anos 1de idade. Trabalha em madeira-! :leve, de'palmeira ou caniço, quevai buscar às margens do Rio Mapua. Começou a ser artesão em 1974, tendoaprendido com um cunhado. Ferramenta: catana e faca. Queima a madeira comum ferro aquecido ao lume vivo. Produz camiões, aviões, land-rovers e jipes,comboios (lodomotiva-carruagem com lâmpada à frente a servir de farol), quevende respectivamente a 100,00MT, 50,00 MT, 30,OOMT, 100,0OMT. Obtémcom a venda, por domingo. de 400,00 a 700,00 MT. Fez a 4. elasse. Não

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prossegue os estudos por Dois aspectos da peça intitulada FESTA. Artesão éescultor dificuldades financeiras.TEMPO N.- 512 - pág. 57

3 peças de eddr(C.W aA joalharia suscita o particular interesse das nossas mulheres...........................- .-.. - -- -- a'. aoCestaria é modalidade de artesanato de larprodução e grande procuraAntônio Eugénio produz também brinquedos, especificamente cavalinhosmxãontados por cavaleiros vestidos a preceito com roupas coloridas. Oscavalinhos an-dam mesmo, mediante um ma muito simples e engenh gado às rodas. Material: acaniço para os corpos, pli para pernas e patas. Tem 19 Estuda na Escola 1. de MNampula, frequentando a 4.' se. Começou a produzir em e é autodidata. Preço deven cada unidade: 15OMT.Rachid Maliua diz-se ar mas chamar-lhe-emos escultc Tem 28 anos de idadecomei esculpir há dez anos, tendo a dido com um amigo. Trabalb casa.Material:pau-preto qu é difícil encontrar e cortar n( to. Ferramenta: formão, genxó, serrote,faca («papo-se raspador, lixa, furador, poi preta. Vende as peças maio 400,OOMTe as menores (ic cas) a 300,OOMT.Conchas e btízios apanham-se nas nossas praias e rochas litorais, mas tambémTeXto de Orlando Mersão material de trabálho importante para artesãos Fotos de DaniloGuimaiTEMPO N.ý 512 - p'ág. 8

"VIM PARA A CIDADEQUANDO NO ALTO-MAS ERA MATOMazoro Covane Tomé, velho trabalhador dos Caminhos de Ferro,.é um dostestemunhos vivos de um passado colonial na entãoLourenço Marques.Recrutado, ele veio para a capital ainda jovem. Viu a cidadea crescer. Acompanhou as suas transformações. F la-nos da suavida com aquelasimplicidade e honestidade típicas nas pessoasda sua idade e com a sua experiência.TEMPO - Quantos anos tem? MP - A mim e a outiros:iMazoro Covane Todié - Tenho da minha id nums4 anos. escola. Eu andava numa escolT - Onde nasceu? siçnária, na 3.' classe. DaliMT - Nasci em Bilene-Macia. rectame nte para casa do 1\T - Pode-nos contar como é Antunes e o padre foi avi,ue veio parar na então Lourenço nossas famílias.larques? N Nsano foi, uma desgraMT - Cheguei a Lourenço Mar- ra a minha mãe: enquantouies quando tinha 14 anos, pre duas do régulo iam para

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ara vir cá trabalhar. Fui recruta- colas nos prenderem, os outi) por Manuel Ántunes dos ma- ram a casa e prenderam oshimbombos a quem a população irmãos mais velhos paraaslá da terra tinha alcunhado tações de cana-de-açúcar deMalibolili» porque de dinheiro es- vane.Lva ele podre. Era gordo e tinha T -Deois de permaneciachambas que nunca mais aca- casa de Manuel Antunespariavam e gado que absorvia toda é que foi vniado? E que mmiudagem da zona. t ufflzaram?T - Mas pode-nos dizer como - - Fomos transportadque se procedia a esse recruta- Mazoro Covane: «Tiraram-me daes- camiõespara a cidade de L ento? cola. Andava na 3.' classe. Fomos çOMarques, paxa a padari,MT - Olhe, os agentes recruta- transportados em camiões para a ci-jou»,Fabricvamos pão e ca res - como Manuel Antunes, dade de LourençoMarque» vamos grandes cestos nas'e foi quem me recrutou a mim,!sim como o senhor Fialho esteuito conhecido e que estava-inslado em Manjacaze, e também oiveiras, - em colaboração comAdministração tinham ordens paprenderem todos os jovens doxo masculino. Era para viremabalhar. na cidade nas grandesnstruções, como por exemplo, nanstrução da Catedral e tambémantiga Câmara Mtunicipal e doseus. Os régulos é que eram osecutores da decisão da adminisação do agente recrutador. Elesdavam de casa em casa, de escoem escola, a prender jovens em-nos entregar na Administrao. Esta, por sua vez, entregani-nosao ManuelAntunes. EsteOmetia-nos trabalho e bem-estarra nos «tapar os olhos». «O meio ae transvorte que circulava era o«Xiguruguru», diz-nos o velho i- - Mas vicê foi preso em ca, ne. Na foto vé-se o edifício de zinco onde era aterminal dos carros eléct OU na escola? (Xiguruguru)jovens os da la misfui di<anuel sar asTEMPO N., 512 - pág. 59

para vender pão de casa em casa às senhoras..T - Quanto tempo durava Õ contrato e quanto recebiam meá. salmente?MT - O contrato era de 1 aliç e mensalmente pagavam-nos 10$00. Quandosaímos de casa promeq.t ram-nos pagar 30$00, mas basva faltar um pão ou doispara nos descontarem dez escudos.

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T - Durante o tempo em que esteve a trabalhar onde dormia e o que é que comia?MT - Comíamos farinha mal cozida e o molho era feito de umx bocado deamendoim e peixe seco, Quanto ao dormir, amontoávamip-mo eiúpregadá dom stiço :ode receia quarenta. escudos por mês, até1940. Apartir deste ano, porque' estava farto dq,. sofrr é'porque a vida andava -mal, fuirêabalhr nas minas do r4id, no eJohn» Sté- Fiz4 11, ca in aas,T- + ---, io fuind6 abal!ar. nasminas da Africa do Sul dinheiro que lá recebeu a q .sede¥..'Trab~alheçi na 4±rlca do SuL com um ObjecÈivo único o de contro meu lar..,ois com o 'dinheiro, lobolei a minha mulher e construi Uma.,casa 1# no Bilene.1 - Temos conhee to quetodas as pessoas qutra am«Pmr,4 x comecei a zraoaunar nos "mm1as ae Ferro como "igiaoraté1963 e dai como Ajud'tede sagãõ até he ,»-nos num armazém cheio de pi fias mIiínas qua lhos e percevejos,cada umcobet pár a sua tiára i~ qei a Pom uma pequena mantinha. " , ' algumdinher qPe ,T - Significa que você veio de"nos falar ýdre iso?rar aqui em Lorenço Marqu M . - Cada iez que voli4acontra a sua livre vontade? PO do (qhJan tiraYa cein escudos e PO e mi vinte ec i ,co esdspro-nos descrever alguns pormenos , t e . udwa odo crescimento da cidade? serviço braçal Este último dinheiMT - Sim, eu eoutros (alg r era entregue b Admines s"açêo eainda hoje estão aqui) viemos par cp pessoa não o tivéef estavao xibalo e acabámos por nos sujeita a fazi trabab -forçaoaqui. No entanto continuámos aier duate uM mês. g o 1 + uacasas lá na terra natal. Eu acom . "T- Qímndo.regesso. uI à -ua panhei ocrescimento da cidade, o na u s êq oquando o AltoMaé era mato. o fz?meio de transporte que circulav M.T.- Ei 954 regressei, e cóna altura era o«XIGURUGURUaÜ .a E 9 tios Ca(carro eléctrico). Trabalhávamose a rlr aq nos Caieaarro as nã podimos nda onh de Ferro como carregaor, naeý:la mas não podamos and até 1963 e dai como ajudante de a passear ànoiteporque seri$ estação até hoje. Ganhava 530$00por, mês e mais tarde aumentadoT - Depois de acabar o contra- para,4500$00 por mês.- " "o que é que fez? T - Oonte-n asf +queM.T. - Depois do contrato tra- viveu aqui nos Qu ,ios de Ferro+ lhei ein casa de um médico c+o- de que entrou?M.T. - Quero dizer que nos Caminhos de Ferro no au que eu entrei trabýlhava-se-um btrro, lá por volta de Tínhamos capatazes que no giavam sempre e,não nos dirempo para beber água. Só bíamos miséria. A partir de 1970 a vida nc balhomudou em termos de t mento. Até para ser mais co to, quando se iniciou aluta ada é que começaram a trata como gente., Por outro lado, coisa pioroú: começou a 'muitos pides que até eram r tados entre os colegas. Está-; sentados a conversar,

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desconf mos sempre um do outro. Ví, muitos colegas nossos a sereir s e nuncamais voltavam. T - Realmente, quanao é começou a sentir a sua vida aihorar?M.T. '- A minha vMa com a mudar a partir de 1970 c intensificação da lutaarrPara além do tratamento qu era razoável (até aumentarair o . míserovencimentode 53i para 1500$00). A palavra «ra cómeçou aos poucos a sair da]dos capatazes.Já não nos batA partir de 1974, com vitóS FRELIMO, aí é que a minha mudou profundamentemesmo termos de vencimento. Comee ganhar 4500$00. Até hoje tE essevencimento. Sinto-me com lo- no meu trabalho. Não me s perseguido e aprendocada mais.'T - A terminar só queria me desse a sua impressão sobi Oidade que viu a nascere sobri nacionalizações dos prédios.M.T. - Quero dizer que f( sangue jovem dos filhos moçai canos queregou osgrandes ei cos que hoje vemos. Muitos nós estamos hoje a vingar aqui que de láem cima caíam e a % ali acabava. Eu estou satisfi porque a cidade quevi creEestá a ser habitada por aqui que a construíram.Entrevista conduzida p Ofélia TerFotosDomingos 0I EIVIru N.- 512 - pág, O0

prensaJ..REIFMEXkAýi>SOBREA JPQ0ITýICA -:DA RPMlüo semu númg'o speçial dedicado~ aMoçambiqúe a,«Afrique-Asie» publica .um entrevista com o Presidente SamoraMachel realizada em Junho últimop.. ,Simon* Malley.NZessa entrevista o Director da-frique-Asie» pôs ao Presidente mora Machel algumas questõesidamentais sobrea posição da 'M no mundo. Assim, abordana questão da acção imperialista itra aliberdade dos lovos o esidente Samora Machel afir- «Veja, a desestabilização é ! processo, um sistem pera. Ite. O imperialismopode mudar método, mas continua imperiaao. Ele recruta agentès, assas a,organiza a subve~sã, cria, ia, treina, financia os contra, volucionários. 1 normal,na sua ica. Não devemos ficar surpre. Se ele não fizesse isso que ispodcriafazer?» obre a atitude da maior potênocidental, os EUA, o Chefe de,adomoçambicano afirma na revista que <eu disse a- amenos: vocês éque deveriames, na nossa listanegra. Durante rossa guerra de liberao os adosUnidos negaram onosso 'ito à independência% à,liberda* Depois afirma que, no entanto s a independência foram os EUA puseramMoçambique na lista ra. «Mas puseram eles, alguma a Rodésia racistana sua listara? E fizeram-no alguma vez, a a Africa do Sul?» Zimbabwe aparececomo temaPrehAZente Samora MÈaéhei e Si mon P.dZocumnto sob~re

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na, entrevista. «MUit» antes da niossa viória-- diz o Prsidente a FREIJMQ sbiaque s a lberdade dos nossos irmãos afrianos no Zlnmb~he, e Af~ do Sul anossas indepèidêncIwý seria amao, da, a nossa estabiijz~ precária. (..;.). poioqueco ~emos aos no~ cama~ d4e combate do Zimbabwe -era ~ o s4 ^um actode fé.de convicçro na- suaeansa sagmda, ýmastambémum, dever po» litico qu s in~ anos princípios fundamentaisitd FRELIMO.entreis~ta què resultou num Ia RPMEnviando os nossos próprios combatentes para o campo de batalha nóstraduzimos em factos concretos o internamionalisino.»Mais adiante abordando a questão da cooperação e como a República Popular deMoçambique a entende o «Afrique-Asie» registou as seguintes palavras doPresidente Samora Machel relativamente às propostas feitas pelaCE:--- Eu disse-lhes sem rodeios que nós não queremos ajuda de quem quer que seja.(....) Quando nosTEMPO N.o 512 - pág.

dizem: vamos concedervos cinco milhões de dólares eu respondo:em troca dequê? Eu não acredito que eles nos dessem tal crédito para nada. Quem pois ofaria? Ha. bitualmente só Deus o faz .... Deus é bom para isso, mas aCEE ?» Emseguida é a África do Sul o tema:- A luta que todos conduzimos não é dirigida ctra um país, a Africa do Sul, mascontra o apartheid. A nossa luta não é contra os brancos que não sãoestrangeirosno seu pais mas contra a discriminação racial que é praticada contra aesmagadoramaioria do Povo sul-africano .. »No que respeita às rela ões eco nómicas entre Moçambique e a Africa do Sul, háuma regra corrente: pode-se escolher os amigos mas, desgraçadamente, não sepodem escolher os vizinhos. (....) A Africa do Sul desejaria, semdúvida, não tor~uim vi'inho marxista como todos nós em Moçambique, e sem dúvida noutroslugares, não ter fronteiras com a Africa do Sul racista.»Sobre a assistência e apoio que a RSA recebe ida França, Grã-Bretanha, EstadosUnidos e RFA e ainda sobre a condenaço da ONtU o diálogo entre o PresidenteSamora Machel e Situon Malley decorreu, a certo passo, assim:«Resoluções seguidas de veto ocidental eis a comédia à qual nós assistimos noConselho de Segurança no respeitante à África do Sul (... E mesmo quando oConselho de Segurança interditou o fornecimento de armas estratégicas a Pretória,nenhuma das potências ocidentas o respeitou seriamente: essas ras continuam aser enviadio outros países ou socieda,Por estes extractos da referidaentrevista pode-se b.? constatar a profundidade dos temas abordados. Por isso aentrevista é um documento. Toda a política económica de Moçambique fica aliequacionada. Naturalmente a OfensiVa também é alvo de perguntas. Oporquê dacamnpanha Presidencial, as rúzões dessa campanha, as suas raízes politicas:O objectivo fundamental desta Ofensiva - disse o Presidente é de assegura que 6nosso Aparelho de Estadoi seja um instrumento apto a realizar as grandes tarefasque o Partido FRELIMO detiniu para esta década da nossa vitória sobre psubdesenvolvimeto.

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Ao mesmo tempo tratase de oIr ganizar os nossos sectores produtivos pararesponderei eficazmente aos grandes esforços que nós temos vindo a empreender.* (.....) Trata-se de uma revolução cultural, perguntaml vocês? A Ofensivainscrevese' no desenvolvimento da nossa revolução na qual a componente culturalé uma parte integrante e fundamental. Nós dizemos, frequentes vezes,que a lutaarmada de libertação nacional foi um acto eminenteMente cultural.Tecendo considerações em torno do papel dirigente do Partido o PresidenteSamora Machel faria a seguinte reflexão:- Quando um revohrciOnário é bem sucedido no aprofundamento da sua análisecrítica, quando ele chega ao ponto de distinguir a contradição principal com quese defronta, os seus aspectos fundamentais, quando ele alcançaa definição dosmeios para a superai, a ultrapassar, então ele sente-se de qualquer iKeirarenovado, reforçado na sua vontade de lutar. A sua confiança navitória consolida-se. É isso que nós sentimos. Não é o optimismo. É o realismo revolucionário. Ascondições são favoráveis. Elas sío-no do ponto de vis-512 -- pág. 62ta interno uma vez que as cl trabalhadoras mnoçanbicanag engajadas no processorevolu< rio, Elas querem a Revoluçã, rem o Socialismo. Tal é a força principal, anossa forç cisiva.»'A RPM -NA ÃAFRICA AUSTA enitrevista iàa <«Afri4iie-. termina com o Presidente Sa Machel fazendo umaanálise a pel de Moçambique no quiadi economia da África Austral: ~- .... )ARPM ocipa uim privilegiado nesta região de A pártlculariente no #ue diz ri toaos sistemas de traispori comunicações. Nós prtend utilizar~ esta posiçãor para od volviento de relações econói exemplares enfre os países di cá Austral, comregimes on mai~oria do povo governa. ( feiná dos transportes e coin .çfes, (ferroviárias e portuái é um dos pontos de partida, p. intensificação da cooperaçãonómica >Ia frica Austral. Nji sejamos que todos os países 1 eipém sob onesmo péde igu de, na definição da estatéý seguir e na aplicação do dese vimento destesistema. È nee .rio criar as condições precisas descobrir rn. lugaronde tod,Partidos se possam reunir e cutir.Esse centro nervoso de coi cações, poderá estender-se a oi domínios como, porexemplo, marinha mercante.Desta maneira, nós pen" que Moçambique tem respons ,,dades de uma certamaneira tóricas, que resultam da sua . ção geográfica. Nós temos tau-a intenção de criar infra-estrut que permitam responder a responsabilidades. Asua impo eia, * depende, essencialmentq-evolução da cooperação econó na nossa região.

FURACADERNOS TEMPOA revista «TEMPO» iniou a pubiliío de CA ERNOS TEMPO, numa ediçàodedicada exclusivaente à poesia.Sobre o seu primeiro número, reproduzimos aquiparte da introdução que explica a razõo de ser da presente ediçio.

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Cadernos Tempo está à venda, ao preço de 40 UT, na sede da revista«TEMPO» enas províncias nas nossas delegações provinciais.O nosso trabalho deveria represenar, numa palavra, uma aposta de lualidade.Tratava-se de contrariar no osso próprio campo de acção a conápção burguesa deque a construão do socialismo conduz à inibição la criatividade econsequentemente uma baixa no nível de qualidade das bras de arte. A negaçãodesta conopção deveria começar na transforiação dos nossos próprios critérios,omo já foi dito.Os resultados obtidos até ao premnte momento são encorajadores. Não 6 pelonível superior da qualidade os trabalhos recebidos, verificou-smaior riqueza ediversidade temática omo se criou uma nova relação entre utores e a revista.Evidentemente o osso trabalho. possui grandes limii Ições.0 número de pedidos das edições ue continham colectâneas de poemas xcedeu asnossas expectativas. Esý facto contribuiu para pormos em larcha um projecto depublicações Ipeciais de que este caderno de poe[as terá a nossa 1.« experiência.RECTIFICAÇÃOCANTAM OS MAIS NOVOS.Por ter saído com o texto incompreensível, de novo >ublicamos a notaintrodutória da antologia poética do último número. Pela falha técnicapedimosdesculpas aos eitores. Eis o texto correcto:Temos vindo a publicar, ultimamente com corta assiluidade, poesia de autoresmoçambicanos que já antes la libertação eram conhecidos, e de outros que,embora á então produzissem, estavam pouco ,q ainda não di'ulgados. Registámostambém produção de poetas aparcidos após a Independência.Intercalarmente, apresentámos antologias em que Iguram poetas conhecidos e nãoconhecidos, como esmtnulo a estes últimos, havendo a preocupaçãode seexigir um mínimo de qualidade formal e um conteúdo válido.Pela divulgação de poesia estrangeira, de alto nível temático e formal pretendenosfazer alargar o conhecimento, particularmente pelos nossos novos poetas, deprodução com a qual nos identificamos.A publicação desta pequena antologia dos poetas mais jovens (entenda-se «poetasque são jovens.: o mais velho tem 19 anos), por um lado procura revelar algunsvalores que começam a surgir, abrindo caminhos que deven continuar para seafirmarem na poesia moçambicana. E por outro lado, quer significar-lhes opropósito de acolher a prod.ção dos jovens que, - sensibilizados para a poesia,assumem a humildade própria de todos os verdadeiros artistas e aceitam aprenderconstantemente de si e dos outros.TEMPO N 512 - pág. 63

PROBLEMAHORIZONTAIS - 1 -,Consciência intima ýpluralú. 2 - Junta; cloreto desódio;fruto da videira (inve.). 3 - O pau da bandeira (sem a primeira consoante); tomasoco. 4 - Aquele que fiscaliza a observ&:ia das regras violadas nos jogosdesportivos. 5 - Prefixo de negação; toma a fiar; pronome pssoal. 6 - Marca dumautomóvel da URSS; transmitir gratuitamente a outrem bens presentes. 7 -Preposição e artigo; apeio-me; prefixo de profissão. 8 Arte de coser. 9 -

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Espaços de 24 horas; animal doméstico (invert.). 10 - O mesmo queião; cólera;mulher que toma conta de crianças. I1 Ataremos com corda.VE9TICAIS - 1 - Um pais que faz fronteira com a R.P.M. 2 - O mesmo que em(plural); parte dum membro do corpo humano; tritura (invert.) 3 - Filha do filhoem relação aoavó; caule de várias plantas poa«e. 4 - Que não seguem a boadirecção. 5 - Plural d" letra; símbolo químico de berílio; forma do verbo ser.audar. 6 - Tornara público. 7 - O mesmo que O; prInome pessoal; símboloquimico de cobre; parecença. 8 Aquela que discursa em público. 9- Pedaç;o;aparelhoa / hi U. _ L Ir , --1, Ir- IN N.O 5028 4 56 7891com varais para transporte de enfermos (inveri Ovário de peixe: em tal grau;patrão. ti - MuColaboração de Pinto MonteiroUm passageiro da Rádio-Táxi, chegou ao seu destino. E, quando seia processar opagamento do percurso feito. ...PASSAGEIRO- Por favor, jácheguei ao destino.TAXEIRO - Muito bem, são 50,00 MT segundo indica o taximetro.PASSAGEIRO - OOHHH!....Não chega o dinheiro, só trago comigo 40,00 MT.TAXEIRO - Como é que vai resolver o problema agora?PASSAGEIRO - É fácil; acho que o senhor pode meter a retagurda atéonde otaxímetro voltaa marcar 40,00 MT.Colaboração de:Viegas Zacarias Muchave MaputoTEMPO N.o 512 -píg. 64NA ÀULA DE BIOLOGIAO professor acaba de explicar os métodos a utilizar para os primeiros socorros.Apanha um aluno distraído e pergunta:Joãozinho, que se deve fazer a uma pessoa que perdeu os sentidos?-Aiudá-lo a procurá-los senhor professor!Colabor de:Obadias Muchanga ManutoPALAVRAS CRI SOLUÇAO DOPROBLEMA N.2134 r5 L 6I78to34 67iw11 lo=S- 11 Iftl~l~ 1' I.1rur

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