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Tempo, No. 1 http://www.aluka.org/action/showMetadata?doi=10.5555/AL.SFF.DOCUMENT.ahmtem19700920 Use of the Aluka digital library is subject to Aluka’s Terms and Conditions, available at http://www.aluka.org/page/about/termsConditions.jsp. By using Aluka, you agree that you have read and will abide by the Terms and Conditions. Among other things, the Terms and Conditions provide that the content in the Aluka digital library is only for personal, non-commercial use by authorized users of Aluka in connection with research, scholarship, and education. The content in the Aluka digital library is subject to copyright, with the exception of certain governmental works and very old materials that may be in the public domain under applicable law. Permission must be sought from Aluka and/or the applicable copyright holder in connection with any duplication or distribution of these materials where required by applicable law. Aluka is a not-for-profit initiative dedicated to creating and preserving a digital archive of materials about and from the developing world. For more information about Aluka, please see http://www.aluka.org

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Tempo, No. 1

Alternative title Tempo

Author/Creator Tempográfica

Publisher Tempográfica

Date 1970-09-20

Resource type Magazines (Periodicals)

Language Portuguese

Subject

Coverage (spatial) Mozambique

Coverage (temporal) 1970

Source Arquivo Histórico de Moçambique, PP 570 AHM

Rights By kind permission of Abilio Bichinho Alfino.

Description Quem Somos e o Que Queremos. Situação. Trópico.Contramarca. Opinião. Chegou o Calor. O Mundo em QueVivemos. Seca já não é so Falta de Água. O Mistério daDroga Chinesa. A Semana (Noticiário Nacional). Tempo daMulher. Imprensa de A a Z. Pop. Tópicos. Internacional.Desporto. Lemos. Vimos e Ouvimos. Objectiva RR.Economia and Management.

Format extent(length/size)

72 page(s)

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O

O4,udj~~ coj~,101 ~II8lqjjZ70

Director: Eng.* Rogério F. de Moura. Director-Adiunto: RuiCartaxaa C.fg deRedecçio: Mofa Lopes. Redacção: Areosa Pena. Ribeiro pcieco, Manual Salvado,Augusto Carvalho (Lisboa), Ferenda Goms e Sa.ntos, Ribeiro(Porto). Secçõesespecializadas: Feisina- Maria de Lurdes erreira: Economia- Parc|dio Costa;Desporto , José Craveirinha; Pop - Miguéis Lopes Júsior: Automobilii*CariosCaiano. Fotografia:,Ricardo Rangei (chefe); Kock Nem a Atmjndo Afonso.MaquetiaÇío: Anfbal Martins. Expansão e publicI4Sdd Carlos Carvalho.Oficinas: António Gonçalves (chefe-geral); Composição - Carlos Silva Pereira,Emidio Campos,. Henrique Pais e José Gorçalves; lmpressio -José Arede eAlexandre Fernandes: Offet-joaé dos Santos, Ant6nio Simões;. "ValdemarBetencourt a Joaquim Rotáio. Prpriedad: Tempográfica. S.A. R. L. Redcçio,Admídraç&a oclinas: Avenida Afonso de Albuquerque, n.~ 1078 A S (prédliolevicta> -Telefones: 6191. 92 e 6193. Lourenço Marques.,íNOTA DA REDACÇAO«Tempo» é o primeiro semanário ilustrado que aparece em Moçambique, nosmoldes e à escala em que ele é feito. Na página 4 desta mesma edição, Poderá oLeitor fioa asaber mais alguma coisa sobre o que pretende sera publicação quetem nas mãos, que pass a ter todas as semanas: um verdadeiro órõgão de Inro, um jornal desta época que vivemos e na'qu, quer queiramos quer não, ser&ofeitas as opções que nos levarão ao futuro.Neste mesmo local, caberá sempre uma conversa malí:ou menosinformal com oLeitor. Aqui falaremoeo, p~s de cada edição que lhe formos apresentando, decomo a fizemos e porque a fizemos. Neste primeiro número, além dos nossosnoticiários nacional e Internacional, nos quais julgamos dar alguma coisa de novoa quem nos 1, gostarmos de chamar a atenção para a Reportag queinserimos cominício na página 86 sobre a severa seca que está actualmente assolando o Sul deMoçambique.Nas nossas secções e páginas e"eiladas poderá o Leitor encontrar muita matériade estudo e entretenimento. «Economia e Management>, por exemplo, insere umainteressante e reveladora análise sobre a economia de Moçambique nos anos dadcada de 60.* Para aqueles que se interessam mais por temas de opinião, oueditoriais,recomendamos os nqsos colunistas; para as nossas leitoras as págh de «Tempo daMulher». Das várias reportagens que inserimos nesta edição, salientamos a queprocura, fixar alguma coisa da realidade actual do mundo em que vivemos neste

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momento preciso em que «Tempo» vem à luz do dia e aquela que aborda umproblema candente: o custo de vida.Na página 69 poderá-o Leitor encontrar um guia preciosoparaa sua actividadedita ociosa nos próximos dias. Para os jovens em especial Pope para a grandemassa de desportistas nada menos do que trás páginas de Desporto. E até para asemana...SumarioEdoria s: . : - . - íQUEM SOMOS E O QUE00OWQUEREMOS * SI'UAÇÃO. >FRAMA 0.OPINBeprtagem:CHEGoU O CALOR O MUNDO EM QUE9 VIVMOSSECA JÁ NÃO * 5: IPALTA IM ÁGUAO M MOI0 DA DROGA CHINESA8~cêO:A SEMANA (NOTICIÁRIO NACIONAL)TEMP DAMU LHIERTZpo DA W=IMPRENSA DE A A Z POPTPICOSINTERNACIONAL DESPORTO LEMOS, VIMOS E'OUVIMOS OBJECTIVA.RR ECONOMIA & MANAGEMENT1 1:1 1:A NOSSA CAPAUm simbolismo que idispensa palavras.aTempoa, um novo órglo de Informação de Moçambique, acaba denascer.ASSINATURASVIA AÉREA (Moçambiqu) -Número avulso, 7$50; trimestral (13números>9000; semestral (26 números), 180$00: anual (52 números), 350 . VIASUPERRCIE (Outros territórios portugueses - Número avulso, 10$00; semestral(26 números), 220$0 anual (52 números). 40$00. Africa do Sul. Suazillindie,Rodésla o Maléwi- Número avulso, 10$00; semestral (26 números), 220$(00;anual (52 números), 400$00. Outros países- Número avulso, 12$50; semestral (26números), 320$00; anual (52 números), «~0)00. O envio por Vis Aérea implicaum acréscimo, por cada exemplar, da respectiva aobretaxa: Metrópole a ilhas,18~80; Angola, 9$50; Africa do Sul, Rodésia, Suazilândia e Malawi, 3$50IPAGINA 8m I I

1rOMEÇAMOS por ser um pequeno

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grupo de profissionais da Imprensa que, descontentes e amar.gurados com o actual panorama da Informação em Moçambique,se juntou e pensou fazer um jornal. Mas um jornal que informasse e não fizesseobstrução à informação, que falasse a linguagem saudável e necessária daverdade, ainda que ela nem sempre fosse cor-de-rosa, que defendesse aquilo que anós tantas vezes se nos afigura os interesses da maioria, mesmo quando isso temde ser feito contra os interesses de alguns. Numa palavra, umjornal apenascomprometido corno Moçambique e com o seu futuro.L\ ideia não teria passado de um sonho irrealizável se não tivessem convergidonela duas circunstâncias: a de o Governo, certamente por terentendido como nósque alguma coisa deveria ou poderia mudar no panorama da Informação daProvíncia, nos ter dado a indispensável autorização legal para isso, e a de algunshomens lúcidos e generosos, profundamente enraizados nesta Terra e interessadosno seu futuro, nos terem facultado os meios financeiros necessários à suaconcretização.OMOS hoje, já não um pequenogrupo de românticos sonhadores, com as mãos vazias, mas um grande, um imensoconjunto de vontades, perfeitamente consciente do seu destino: a nossaorganização envolve já investimentos da ordem dos milharesde contos etrabalham nela,em regime de tempo integral, cerca de cinquenta profissionais dos diversos ramosligados à feitura de um jornal.OU EMPO», é propriedade de umaT sociedade anónima legalmente formada, que consti.tui, no entanto, um caso sul generis no conjunto das empresasportuguesas: nela,capital e trabalho, como factores harmoniosos de toda a produção,complementam-se e encontram-se efectivamente representados. Esta felizconvergência, aliás tentada lá fora com o maior êxito, teve entre outras evidentese imediaas vantagens, esta, que não resistimos à tentação dereferir: numa alturaem que todo o território português, mas especialmente em Moçambique, todas asempresas de jornais e artes gráficas lutam com enormes dificuldades derecrutamento de mão-de-obra e manutenção de pessoal qualificado, «Tempoo nãoencontrou qualquer problema em prover os seus quadros e se o teve foi deescolher os melhores. Julgamos poder afirmar, de facto, quetemos, nos diversosescalões da estrutura da nossa organização, o que há de melhor em Moçambiqueno campo do jornalismo e das artes gráficas.i UMA altura em que as atenções l do Governo parecem coincentrar-se sobreos problemas da Ini formação (desde a elevação dodepartamento oficial que destes assuntos se ocupava a Secretaria de Estado, aoscuidados que o Chefe do Governo põe nas suas frequentes e esciarecedorascomunicações ao País, que dirigedeliberadamente ao homem comum, ao novo projecto de Lei de Impre que o líderà Assembleia Nacional a ciou já públicamente, tudo parece dotar a intenção doGoverno de, n nova fase da vida constitucional poiguesa, restabelecer a confiança da

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nião pública do País na Informação), altura, dizíamos nós, em que o Goveí parecedeliberado em prestigiar a In mação, através de uma políticade dade, fazemosaqui a profissão de fé cooperar, servindo Moçambique e o Pa Mas para que essacooperação ees vontade de servir, à escala que nos possa ser firme e consciente énecesi rio que falemos todos a linguagem ii prescindível da verdade, que possamequacionar e apresentar honestameq os problemas, não procurando il!ik opções,para que todos possamos esc lher, com pleno conhecimento de caus o caminhoque temos a trilhar sem de falecimentos, como indivíduos e cor comunidade dehomens livres.ENOS de'30 anos nos separaý do ano 2000 e o País encoi tra-se, sem dúvida,numa er UZ. cruzilhada do seu destino mu tissecular. Cabem-nos a nós, àgerações de portugueses vivos, talvez ai opções mais gravese fundamentais 41toda a nossa História, mas que, por isso mesmo, são problemasque a todos oiportugueses dizem respeito. Num uni verso em transformaçãovertiginosa, err queos problemas essenciais da vida j das relações entre os homens assumen umadimensão planetária, em que a humanidade« caminha irreversivelmente parkL 4TEMPPAGIN.4I~EIJEE U

a semanaa unidade, a tecnologia revolve tudo, modificando os hábitos, a vida das pessoas eas instituições, as comunicações entre-os povos adquirem uma escala ainda há pouco inimaginável, uma Naçãocivilizada não poderá decidir conscientemente do seu Destino sem entenderclaramente as implicações, as consequências e as dificuldades que se lhe deparam,sem que aos seus cidadãos seja dado saber e avaliar correctamente os meios .e ossacrifícios que se lhes exige.'J Chefe do Governo afirmou clara.mente no acto da sua investidura que não poderia levar por diante a pesada- tarefaque se lhe impunha se lhe faltasse o interesse e apoio da Naçãoe pediu a todos osportugueses um crédito de confiança. Compreende-se e aceita-se que assim seja: acomplexa tarefa de governar exige nos nossos dias tempo paraestudar osproblemas e propor soluções. Mas sem informação, sem conhecimento do que sepassa, esse interesse e esse apoio não serão nem válidos nem conscientes - e não épor acaso que Marcello Caetano tem mantido o hábito regular de informar o maisdirecta e maciçamente possível os portugueses daquilo que vai çcorrendo. E, poroutro lado, não é com a preocupação doentia de manter uma unanimidadeaparente e transitória que se poderão manter em aberto os problemas, adiarindefinidamente as soluções, tergiversar no caminho que seescolher.pois, neste diálogo necessário e consciente que queremos participar, no «desejosinceríssimo de um regime em que caibam todosos portugueses».

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PROF. VEIGA SIMÃO: «E eu, que amo esse povo, jamaistrairei»«Não poderemos ficar responsáveis perante gerações vindouras de umsubdesenvolvimento cultural no contexto europeu»DO ALTO DE UMA ALDEIA SERRANAO MINISTRO VEIGA SIMAODECLARA GUERRA AO ANALFABETISMOO ministro Veiga Simão, cuja absorvente actividade tem vindo a denotar um afãinovador digno de realce, com medidas concretas já transformadas em leis,pronunciou recentemente um notável discurso que parece terpassadodespercebido à maioria da chamada Imprensa de grande informação.O dinamismo e o novo estilo do ministro da Educação Nacional estão bempatentes ,em diversas passagens desse discurso que, simbblicamente, fez do altoda pequena aldeia serrana onde seus pais aprenderam a ler. Foi em Prados,pequena povoação do concelho de Celorico da Beira, que o Prof. Veiga Simão seafirmou o primeiro soldado «desta causa única de que dependeo fúturo dePortugal» que é a educação do povo. «Simbôlicamente, nesta aldeia apontoalgumas linhas gerais do meu pensamento, proclamando que teremos de extirpar,com energia, o tumor do analfabetismo, através de uma mobilização cultural àescala nacional; de não permitir o abandono de uma só criançada instruçãoprimária; de investir durante os próximos quatro anos, na escolaridade obrigatóriade seis anos, lançando e estudando desde já a sua extensão para os oito anos.Todos os países da Europa já assim o decidiram e não poderemosficarresponsáveis perante gerações vindouras de um subdesenvolvimento cultural nocontexto europeu.»Considerando que o simples conhecimento de ler, escrever e contar já não chega aninguém para viver no nosso tempo, que não podem haver camadas de populaçãoimpermeáveis à cultura, Veiga Simão prometeu «um novo esquema educativo,durante o próximo ano escolar, e definido, de modo preciso, num Organigrama deEnsino, desde o pré-primário ao superior pós-graduado, tendo em conta odesenvolvimento cultural e as necessidades de mão-de-obraa todos os níveis parao progresso do País.»E o ministro foi ainda mais claro: «Tudo isso se fará, em nome epara os quetrabalham. De tudo não deixarei de dar contas ao Pais.» Porque «eu, que amo essepovo, jamais trairei.»AS FORÇAS NEGATIVASSobre aqueles que se desviam «do verdadeiro campo de batalha», disse oministro: «Uns resolvem fazer profissão de contestadores de uma sociedade deque usufruem largos benefícios, incapazes de melhor sacrifício em prol da suamodificação no que ela contém de injusto. Outros, os imobilistas, aplicam a suainteligência à causa perdida da inacção em vez de servir a do progresso. Outrosainda resolveram intervir na contenda utilizando a fraude como elemento doroubo do trabalho da maioria, estabelecendo a perturbação.»Neste sumário, o ministro retratou aquilo que considera as principais forçasnegativas. Estão lá, de facto, quase todas - identificá-lasserá exercício de cada umde nós.

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ESTILO DIFERENTEO influente vespertino «Diário de Lisboa», um dos raros diários portugueses quése debruçou sobre o significativo discurso de Prados, comentando algumas dassuas passagens, afirmava num editorial: «Estamos em estilodiferente, nesta alturaem que um dos homens do leme não proclama: Eu faço. Eu dou: Eu ordeno.Estilo diferente, sem dúvida, o de se sentir enquadrado no comum das gentes,numa aldeia serrana, na escola onde seus pais aprenderam a ler.»PAGINA

NCIÁ1aIO XACIMNLNovo Presidente da Relação: 1 DIINIDADE E INDEPENDÊNCIA PARA OPODER JUDICILsemanaRevestiu-se do maior significado o acto .de posse do novo presidente do Tribunalda Relação de Lourenço Marques, desembargador dr. Antnio Martinez VaiadasPreto que fez, na ocasião, notáveis e desassombradas afirmações sobre oproblema da administraçio da Justiça no vasto distrito judicial agora confiado àsua responsabilidade, que engloba nada menos que as províncias de Moçambique,Macau e Timor. O desembargador Valadas Preto, que foi empossado pelodesembargador mais antigo do Tribunal da Relação, dr. SousaFranklin, começoupor destacar esse facto: «Com agrado ocupo o cargo perante ummeu par. Já seentendeu que competia ao mais alto agente e representante, na Província, doGoverno central, empossar o presidente. Como o acto supõe, em regra,normalmente fora dos serviços de justiça, vinculos de hierarquia ou desubordinação, tal entendimento-que, sem lei expressa a permiti-lo, chegou a ser posto em prática nesta Provínciae na de Angola- envolvia, porém, o grave risco de sugerir no espírito do comumdas gentes, e até em certos sectores responsãveis mas pouco esclarecidos, erradaconfusão acerca do exacto papel do Poder Judicial e das recíprocas relações destecom a Administração, dentro do Estado. E implicaria ainda o perigo de darorigem, nos mesmos espíritos, a perniciosa ideia de existiralguma dependênciados Tribunais às autoridades e órgãos da função executiva ouadministrativa, naqual se inclui, como6 sabido, a governativa.1 Disse confusão errada e perniciosa ideia. Confusão errada, pois que - e nunca ède mais recordã-lo - a separação e independência dos trés poderes ou funçõesestaduais- legislativo, executivo ou administrativo e Jurísdicional- não só é conquistadefinitiva da nossa civilização, como também representa a base fundamental daestrutura juridica do Estado moderno. Aliás este princio demonstra-se nas normasda Constituição olítica, em que se atribui aos Tribunais a dignidade de órgãos desoberania, ao lado do Chefe do Estado, da Assembleia Nacional e do Governo.Ideia perniciosa, acrescentei, já que atinge e solapa a caracteristica mais relevanteda função de julgar: a imparcialidade. Com inevitáveis consequéncias no créditomoral dos juizes a quem está entregue a. tutela dos direitos subjectivos - últimoreduto da autonomia numa época assinalada

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Iatribuições naquele Tribunal («desembargador como os outros não ocupa neleposi. ção hierárquica superior» mas «cumpre-lhe.... impedindo todo o actosusceptível de, por qualquer modo, prejudicar as garantiasdo exercício da funçãoou comprometer a consideração que lhe é devida»), o novo presidente da Relaçãoreferiu-se a aspectos administrativos das suas preocupações, nomeadamente aodas Instalações dos serviços judiciais, no sentido de «se eliminarem situaçõespouco dignificantes e reduzirem confrontos que patenteiamuma inversão devalores em desacordo com princípios repetidamente proclamados».REFORMASO dr. Valadas Preto prestou homenagem ao seu antecessor, dr.Abrantes doAmarai, actual secretário-geral de Moçambique, pelo «equiUíbrio, inteligéncia eelevação com que exercera aquelas funções e afirmou: «Pelo senhor ministro doUltramar fui chamado para a sucessão. Com grato desvanecimento e naturalsatisfação, mas não sem surpresa, tomei conhecimento da escolha do meu nome.Ao reflectir nela e na sua razão, rompeu, porém, uma esperança: a esperança dasreformas e alterações, por todos desejadas. Pois só a intenção de as fazer podeexplicar porque foi escolhido quem, fiel a si próprio, nuncacalouinconformidades e sempre foi pouco cómodo colaborador».JUSTIÇA AUTÊNTICAFinalmente, o novo presidente da Relação salientou a necessidade de um esforçoconjugado de. magistrados e advogados na «vasta quanto urgente obra de insuflarno sistema judiciário ultramarino o alento e a vitalidade que carece para poderrealizar, em toda a plenitude, a Justiça». Acrescentando:«Mas justiça autêntica, real na sua concretização, generalizada na suaadministração, actuante na sua execução e pronta no seu processamento, justiçacuja contemplação não deve ser obscurecida. pelas grandes frases ou por estéreisabstracções retóricas.Justiça autêntica, que não se acomoda com.a mentalidade e a prática burocráticas,para as quais por vezes,: se tende, e mal se consegue com quadros insuficientesnaquan-mismo. Tenhamos, portanto confiança».«A separação e independência dos três poderes ou funções estaduais não só éconquista definitiva da nossa civilização, como também representaa base fundamental da estrutura jurídica do Estado moderno » afirmoudesembargador V dtes do Amaral, que exerceu as funções depresidente da Relação até ser chamado aocargo de secretário-geral de Moçambique, oprocurador da República, dr. João Estevespela avassaladora expansão da acção dmi- tidade e ineficiente na qualidade.Cóias, desembargadores, magistrados danistrativa. Justiça real, que exige dos julgadores, comarca e,segundo informava a ImprensaEm boa hora, portanto, se regressou ao para além do perfeito domínio da técnicadiária, os advogados do Foro da capital entendimento e prática tradicionais».

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juridica, uma lúcida tomada de consciência drs Filipe Ferreira, Almeida Santos,Mariada escala de valores éticos -já alguém cha- Arménia Soares deMeio, PereiraLeite, mou à função judicial a consciéncia ética da BordUNESAO DE VALORES comunidade- e a clara percepção dosfins aio e Adnião Rodrigues.normativos, sem se perder de vista - em O desembargador Vaiadas Preto énatuApós ter definido aquilo que entendia ordem à interpretação actualista - ohori- ral de Lourenço Marques e, por significaserem os escopos da mais altainstáncia ju- zonte ideológico do tempo em que a lei é tva coincidência, o maisjovem desembardicial de Moçambique e as suas próprias aplicada.gador do Venerando Tribunal da Relação.'ÁGINATEMPOIINoutro plano - no da busca da verdade material- não deve diminuir-se aimportáncia de todos os factores, desde os psicológicos aossociológicos, doscomportamentos humanos, de modo a obter-se a visão unitáriaconcreta eparticularizada das acções individuais sujeitas à apreciação dos Tribunais.Justiça generalizada, isto é, acessível, no espaço, a todasas populações, por meioda efectiva e completa cobertura do território com Tribunais privativos e juizesprofissionais; e econòmicamente facilitada aos de fracos recursos, por nova lei deassisténcia Judiciária.Justiça actuante, que tem de encontrar apoio em estruturas indispensáveis à fielexecução dos comandos judiciais.Justiça pronta, isenta de ritualismo, expurgada de emperros processuais, ealigeirada de formalidades incompatíveis com a celeridadeda vida de hoje.Esta justiça total, obstino-me em vê-la não utópica; mas creio também que ela sópoderá ser alcançada mediante a cooperação de todos: juristas e leigos,magistrados, funcionários e particulares, órgãos do Estado e cidadãos.A hora, porém, como disse, é 4e espe-

BANCO NACJONAL ULTRAMARINO0 BANCO DO POVO AO SERVIÇO DE PORTUGALPAGINA 7

IN'URlKa ecmc )É diflil prever.O Japão é ntualmente a 28produtor mundial deoutomoueis.Por enquanto.TOYOTAlideroo nmeradolaponês de nutomáõeis.(om umnvançado niuel de produção industrial, a TOYOTA é a grande impulsionadora deimagem de prestígio e dinamismo que hoje, em todo o mumdose aliaà té(nia japonesa.OTOYOTA uma técnúca de vanguda

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IPGINA 8TM~

a semanaAS MOEDAS DE TOSTAO E DOIS TOSTOES DESAPA]gECEM DACIRCULAÇÃO-o <mistério» esclarece-se: para fazer anilhasAs moedas de $10 e $20 da Metrópole desaparecem da circulaçãocom umafrequênc estranha, o que obriga a Casa da Moeda a fazer, com igual frequência,novas cunhaens das referidas moedas. 0 «mistério» prece tersido agora decifrado,pelo menos as autoridades responsáveis julgam ter boas razões r iss:.a.meda.d tostão e*ostus são utilizadas para .. fazer anilhas.segundo uma investigação levada a cabo sobre o assunto, seria um bomnegóciotransformar as citadas moedas em anilhas, as quais não só teriam excelentequalidade e muita procura, como, pelo baixo valor das mesmas, os autores dahabilidade poderiam achar na transformação uma boa fonte derendimento.Claro que tal prática, que se pode apontar como um desvio da verdadeira funçãodo dinheiro-moeda, é proibida por Lel mas acontece que é muito difícilsurpreender os autores da proeza a qual só é possível em resultado da inflação damoeda ocorrida nos últimos anos.Entretanto, a Casa da Moeda está a cunhar grandes quantidades de moedas detostão e dois tostões, para fazer face ás necessidades normais de diversasactividades em que as mesmas ainda continuam a ter grande circulação.,PASSAM A PERTENCER AO ESTADO OS OBJECTOS SEM DONOENCONTRADOS NO MAR OU ARROJADOS POR ESTEPassam a pertencer ao Estado, nos termos de um Decreto-Lei dos Ministérios dasFinanças, Educação Nacional e Marinha, agora publicado na Metrópole, osobjectos sem dono conhecido arrojados às praias, incluindodes. pojos denaufrágios de navios, de aeronaves ou ainda de qualquer material flutuante, bemassim os achados no mar ou no fundo deste.Esta disposição legal, de que é excluido qualquer papel paraos achadores, prevêainda que fiquem a pertencer ao Estado os fragmentos de navios e aeronaves, assuas cargas e equipamentos que do ponto de vista cientifico,artístico ou outrotenham qualquer interesse para o Estado.A CÉSARo QUE É DE CÉSARO «Diãrio de Lisboa» referia numa das suas últimas edições que o pároco dafreguesia de Balança, concelho de Terras do Bouro, vendera duas imagens muitoantigas e valio. =as, pertencentes à capela-mor a fim de cobrar' uma divida que,segundo ele, a população lhe devia.O sacerdote já propusera há meses tal venda, mas os paroquianos haviamdiscordado por se tratar de património antigo daquela aldeia minhota. Desta feita,o pároco levou as imagens limitando-se a informar a população de que estavaautorizado a proceder à venda e que quem quisesse saber do paradeiro dasmesmas se lhe dirigisse pessoalmente.

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O facto de ter havido uma autorização é que intriga os habitantes de Balança, poisdesconhecem quem teria competência para a dar e, comentandoa atitude dopároco, fa. zem votos para que as imagens voltem depressa ao lugar ondepertencem há séculos.A QUESTAO DAS TRANSFERÊNCIASO problema das .transferências monetárias inter-territoriais entre a Metrópole e asprovíncias foi, nos últimos dias, alvo de signifi. cativas referências. Assim esegundo noticiava a Imprensa diária, o assunto foi discutido numa reunião daAssociação Comercial de Lisboa e da Câmara do Comércio daquela cRpital asquais se ocuparam «da preocupante situação a que estão a conduzir as demorasdas transferências comerciais para a Metró. Pole das importâncias pagas emAngola e Moçambique pelos importadores daquelas provtn ultramarinas».TEMPOE, no primeiro Conselho de Ministros depois do período de férias, o ministro doUltramar fez uma exposição sobre o estado em que se encontra aquestão dastranferências e deu conta dos estudos feitos para remediar as dificuldadesexistentes, «sobretudo preocupantes em Moçambique, dadosos efeitos que obloqueio do porto da Beira, determinado pelas sanções aplicadas á Rodésia, têmtido na economia da Província».Esperamos que as medidas que certamente resultarão dos estudos anunciados pelosr. ministro do Ultramar, na reunião do Conselho de Ministros, possam levar, defacto, á solução de um problema que tem vindo a causar embaraços a multa gentee do qual ninguém parece beneficiar.COMEÇOU O CENSOQUANTOS SEREMOS EM 1970?Começaram no passado dia 15 do corrente as operações de recenseamento dapopulação referentes à década de 70, através das quais ficaremos a saber quantossomos, de facto, em 1970. Estas operações, que se realizam não só em todos osterritórios portugueses, mas pràticamente em todo o Mundo,revestem-se da maiorimportância, pois, cada vez mais os actos administrativos ede governo dos paísese dos povos, a elaboração de disposições legais em matéria económica e social,desemprego, migração, habitação, saúde pública, bem-estar social, etc. se baseiamna contagem da população.Saberemos quantos seremos, agora, em Moçambique é, pois, uma questão domaior interesse, conhecimento sem o qual não é possível fazer estimativas oupensar, em 'termos científicos, sobre o futuro.MAIS AUTONOMIAPARA AS UNIYERSIDADESOs reitores das Universidades portuguesas passaram a dispor de poderes maisamplos depois da publicação de um despacho recentemente emanado doMinistério da Educação Nacional Sancionando uma proposta do director-geral doEnsino Superior e das Belas-ArteS, o ministro da Educação Nacional delegou nosreitores das Universidades competência para atribulrem asregências das aulasteóricas aos professores extraordinários, assistentes, leitores e assistenteseventuais e para aprovarem os horários dos trabalhos escolares.

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O prof. Veiga Simão, dentro do espírito de autonomizar e simplificar ofuncionamento das Universidades, concedeu ainda, no mesmodespacho,autorização aos conselhos administrativos das Universidades para aprovarem osmapas de distribuição do serviço docente.ESTUPEFACIENTES: NOVO REGIME LEGALPRISÃO MAIOR DE 1 A 8 ANOS E MULTAS ATÉ 100 CONTOSCondenações a prisão maior de 2 a 8 anos e multas de 10 a 100 contos são aspenas previstas pela nova legislação sobre estupefacientes, recentementepublicada na Metrópole, para quem «importe, exporte, compre, obtenha dequalquer modo, produza, prepare, cultive as plantas de ondese possam extrair,prescreva, ministre, detenha, guarde, transporte, venda,exponha à venda, ou dequalquer modo ofereça ou entregue ao consumo» aqueles produtos. Esta rígidadeterminação legal é acompanhada de uma lista de 107 produtos e drogas que oGoverno considera estupefacientes e que começa no Acetil-hidrocodeina e vai atéà Trimeperidina, passando pelo LSD, pelo ópio, heroína, cocaina e morfina.«O consumo de substâncias estupefacientes - lê-se no preâmbulo do Decreto doMinistério da Justiça, aprovado em Conselho de Ministros e publicado no «Diáriodo Governo»- e em geral de drogas susceptiveis de provocar toxicomania,assumiu neste século uma extensão e gravidade que o tornam motivo de especialatenção e cuidado dos Estados e organizações internacionais. Têm-se, na verdadepresentes os perigos que aquele consumo comporta para a saúde física e moraldos indivíduos e a sua não rara interpenetração com fenómenos de delinquência.»PENAS TAMBÉM PARA OS MÉDICOSA nova legislação sobre estupefacientes estabelece ainda,entre outras medidas,que no caso de tais substâncias serem ilegalmente prescritas, ministradas oufornecidas a menores de 18 anos, as penas previstas serão aplicadas em medidanão inferior a metade do seu máximo rigor. E especifica não serem ilícitos osactos descritos, quando praticados com fins industriais, cien#Jficos outerapêuticos. Mas acrescenta um sistema de controlo sobre essa excepção,estipulando penas para os médicos que prescrevam estupefacientes sem que paratal haja necessidade terapêutica ou em doses superiores à necessidade terapêuticacom intenção de favorecer o abuso de estupefacientes: prisão de 2 a 8 anos emulta de 10 a 100 contos; para os estabelecimentos, encerramento; para oscomerciantes ou industriais, a cassação das licenças ou autorizações relacionadascom o exercício da profissão e suspensão do exercício de direitos provenientes dainscrição no grémio respectivo.MOÇAMBIQUEEspera-se que este novo regime legal sobre os estupefacientes seja muito embreve estendido ao Ultramar, e especialmente a Moçambique,onde a legislaçãoem vigor, tal como acontecia na Metrópole, data da década de vinte e se encontra,como é evidente, muito desactualizada.A extensão da nova legislação a Moçambique permitiria, por exemplo, ásautoridades encontrar um instrumento legal para fazer faceaos diversos casos detráfico de ópio descobertos - e relatados na Imprensa- nos portos da Beira eLourenço Marques, em que têm inclusivamente, sido detidos tripulantes

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estrangeiros de navios que tocam estes portos e para repressão dos quais não temhavido a necessária cobertura legal.Como se sabe, todos esses casos têm sido. por esse mesmo motivo, consideradoscomo infracções aduaneiras (contrabando ou tentativa de fuga a direitos), quepunem apenas com multa correspondente ao valor dos direitossubtrados,deixando aos infractores uma certa sensação de Impunidade,que convida a repetira façanha.PAGINA 9a semana

eCAMINHO DE PAIS NOVOls- tvel definiçãode uma nova política Industrial,pelo eq. Rogério MartinsFoi recebido com o maior interesse, aiosó nos meios económicos e industriais portugueses, mas entre todas as pessoasque se preocupam com as grandes opções do nosso tempo, o livro«Caminho dePaís Novo», no qual o eng.° Rogério Martins, actual secretário de Estado daIndústria, reuniu agora em volume as suas opiniões, discursos, incitamentos einterrogações sobre o momentoso problema da nossa políticaindustrial.Personalidade vincada de homem pú'blico, que soube grangear em pouco tempo.'a admiração e o respeito, mesmo daqueles ,:que, por motivos nem sempre muitoconfessáveis, se opõem às ideias novas que trouxe para a Administração, o eng.*'Ro'gério Martins proclama, com uma coragem a' que não estamos muitohabituados, a necessidade de se fazer um inventário dos* nossos problemas, aceitando de boa carla a sua discussão, convocando osinteresses e ouvindo-os, propondo e experimentando soluções mais corajosas paraacudir às necessidades que o Pais enfrenta.Reconhecendo sem rodeios que «o regime industrial que vigorou no nosso Paisnem permitiu que nos aproximássemos do conjunto dos países europeuseconómicamente avançados, diminuindo a distância que deles nos separava, nemmelhorou a nossa posiço em relação a outros», o ilustre tecnocrata do Governodefende o prin-clpio de que «a atitude básica ao tentar :traçar directrizesorientadoras do esforço :índustrial português tem de ser a de olhar :e.,futuro,pensando pelo menos em termosda pr6xima década, e a ter muito presente o Mundo que nos rodeia>.Diante dos novos princípios que a muitos poderio parecer audaciosos ouitíadaptdveis ao caso português, o estadista corajoso, queé simultãneamente umestudioso e um técnico experimentado, não vacila. A sua batalha consisteprecisamente em fomentar e encorajar ràpidamente a adesão dos empresáriosportugueses - nem todos mentalizados para isso - às realidades concorrenciais deum Mundo novo, que se abre e ao mesmo tempo se especializa segundo as suavocações. Essa batalha é a nova política industrial do Pais,que este livroclaramente desenha e que constitui «um desafio exemplar à capacidade de osportugueses trabalharem em equipa>.

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Como diz o eng.° Rogério Martins, «temos, e ràpidameñte, quemudar de via paranos industrializarmos a fundo», sem o que não poderemos competir com os outroso que seria desastroso num Mundo cada vez mais competitivo.DOOLITTLE EM MOÇAMBIQUE:-De general famoso a caçador de ferasAbril de 1942: Jãmes Doolittle, tenente-coronel da Força Aérea americana(sangrava ainda nessa altura a ferida deixada pelo desa8trede Pearl Harbour) foi ohomem escolhido para comandar a esquadrilha de 16 aparelhosincumbida dedestruir Tóquio. Como missão específica, cabia à tripulação do seu aviãobombardear todos os depósitos de explosivos e de material deguerra.Setembro de 1970: o general James Doolittle, afastado das guerras, física eespiritualmente, passou em Moçambique três semanas tentanto juntar aos seustroféus de caça um leão de juba negra. Reformado do Exército,hoje só os safariaagradam - como afirmou aos jornalistas- ao herói da «Operação Tóquio»,primeiro-piloto do Mundo a executar o acrobático voo de inversão e a passar a velocidadede 300 milhas/hora, figura inspiradora do protagonista de «30 segundos sobreTóquio», (best-selle" de livrarias e, tornado em Imagens decinema, filme queajudou a celebrizar Spencer Tracy), chefe das 12.1 e 15.* divisões aéreas e, poucoantes do termo da II Guerra Mundial, comandante da Oitava Força Aérea dosEstados Unidos.Durante três semanas Doolittle, agora com 50 anos, entregou-se numa coutadainoçambicana ao seu passatempo favorito, os safaria. Já caçou no continenteamericano, na lpdoneMa e no Quénia, antes de deixar a esposa em Espanha (ondeum filho seu, oficial-piloto, se encontra em comissão de serviço) e embarcar paraMoçambique em busca de emoções ainda não experimentadaLDoolittle, que detesta falar em perspectivas de nova guerra, abandonou mesmo asfunções que desempenhava últimamente como especialista daaviação comercial eagora só se interessa por safaris. Possui seis espingardas de boas marcas e com asua ajuda procura apenas ampliar a sua já vasta col~io de troféus.<Prbiemas de paisagem nos territ6riosem vias de desemvolvimeto»-TEMA DE UMA REUNIAO INTERNACIONAL REALIZADA EMLISBOADurante uma semana, J0 delegados de 28 pases estiveram reunidos em Lisboa noXII Congresso da Fed*raçío internacional de Arquitectos Paisagistas piocurandoequilibrar os respectivos pontos de vista & base do tema principal proposto:<Problemas de paisegem nos territórios em vias de desenvolvimontce, comparticular incid&ncia nas reglies tropicais.AIsrn da representaçIo portuguesa, a quem coube a organização daquelecongresso, através do Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista, tomaramparte nos trabalhos delagados da Africa do Sul, Alemanha Ocidental e AlemanhaOriental, Argentina, Áustria, Bélgica, Bradl, Canadá, Checoslováquia, Formosa,Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, Finlândia,França, Grécia,Holanda, Hungria, Inglaterra, Itália, Israel, Japio, Noruega, Polónia, Suécia, Suíçae Venezuela Constitelram a comissão organiuzdora do XII Con. grosso da

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Federação Internacional dos Arquitectos Paisagistas os especialistas prol. CaldeiraCabrel, eng.a António Faca Viena Barreto e arquitectos Edgar Fontes e GonçaloRibeiro Tolos.COLERASITUAÇAO CONTROLADAPELAS AUTORIDADES SANITARIASEnquanto a cólera que já fez cerca de duas centenas de vitimasalastra p~ra o suldo Saará, o que acontece pela primeira vez na Hstória, e os países de todo omundo se precavém, as autoridades sanitárias de Moçambiqueafirmam não se terainda registado qualquer caso no território e tomam medidaspreventivas,segundo um comunicado oficial publicado há dia o.Ah frica do Sul fez saber, no entanto, que exigia o certificado de vacina anti-cólera a todos os indivlduos que pretendessem entrar nacuele país e fossemprovenientes das zonas afectadas e dos territórios vizinhos, entre os quaismencionou Moçambique e a Rodésia;Na Metrópole, onde já chegarem milhares de vacinas encomendados à Suiça, aspessoas que entram ou saem do pais fazem.se vacinar.Tem uperintendido a luta contra a cólera a Ór.9aniszação Mundial de Saúde queestá a encontrar dificuldades no que se refere ao «mutisno decertos governos»quanto & declaração obrigatória de existência de cólera nosseus territórios. A O.M. S. acusou nomeadamente o Governo de Conacri de procurar dissímular aepidemia de cólera que grassa por toda a República da Guiné, quando já sedeclararam dois mil casos, entre os quais lá se registaram quase uma centena demortes, segundo noticias fidedignas.Na Guiná Portuguesa, es autordades procedem à vacinaçro em massa dapopulaçáo, devido á existênci de fronteiras com aquele pais.A epidemia de cólera eciodiu repentinamente neste fim de Verão no hemisférionorte, numa vasta zona compreendida entre a Indonésia, a oriente, e a Repúblicada Guiné. a ocidente, tendo havido casos fatais em Israel, principado de Bahrein',Ghena, Palestina. Líbano e U. R. S.S. (Astracã). Neste último pais, a epidemiaestá práticamente debelada, devido ao rigoroso cordão sanitário imposto á zona eà imediat/ocalização dos focos de infecção.A cólera, também conhecida por c61era-morbo, cólera-asiática, mordexim oumordixim, á provocada por um bacilo em forma de vírgula, 'isolado em 185, porRobert Koch que o denominou de «vIbíigo colé. rico». Trata-se de uma doençacontagiosa, aguda, que não sendo tratada convenientementeé fatal, em mais de 50por cento dos casos, devido á diarreia continua - fezes parecidas com água dearroz- que provoca desidratação, sede intensa, vómitos, cólicas intestinais,delírios, prostraçóés e, finalmente, a morte do colérico.Sendo um dos grandes problemas da Asia, a cólera alastrou-seà Europaánicamente e partir de 1817, tendo-se registado diversas epidemias que fizerammilhares de vitimas até que, em 1923, foi dada como definitivamente erradicada aocidente dos montes Urais.O vibrião colérico é susceptível ao frio e prolifera em climaquente e húmido,sendo de notar que na India existe a cólera em estado endémico, o que criouimunidade natural em grande parte da população. Como* tal não acontece nas

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nações ocidentais, o presente surto espalhou o pânico e gerou uma corrida ásvacinas. Assim, na Alemanha, já se luta com escas. sez de vacinas e a Espanhaque tem um milhão de doses preparadas está a produzir seis milhões mais.

"TEMPO" é feito na primeira impressora rotativa offset de Moçambique uma"Solna RP 36"Outro equipamento e material que vendemos ao <Tempo:Uma impressora «Solha 132»Duas máquinas de compor «lntertype»Uma máina fotográfica offset «KenronUma máquina de picotar e vincar crafolunTintas <Mander-Kidd»Produtos químicos cEldesco»Chapas de aluminio cWilly Krause», etc.TELEFONE 91560- CAIXA POSTAL, 1023LOURENÇO MARQUES

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O CALVELHO COMO 0 BICHO HOMEM, EIS o CERCO: ELAS SENTAM-SE AOSOL. FIN*EM QUENO VEM NADA; ELES COMEÇAM A i4LAVITAR ÀVOLTA. ACABAM POR S SENTAR, S VEZES EM GRUPO. DEPOISCOMEÇA A BATALHA ,ANTIAm!EA», POR ENTRE A MRRAEM DOSCULOS ESCUROS. E ASSIMO MUNDO SE VAI SUPERPOVOANDOAS MAMAS E OS MENINOS -POR CAUSA Do IODOIIPAGINA 13TziMPO

CHGOUOCALORC~wç a chga gu de ~oo $5 lados Asm~se e$sm~-prcumad$ de; a~uo de tos t~ .-pr fam ozel rd jar ~ m toqi de pai. mm bo. a~.lc o elas, dare per ldsetsmi m *e maim e ftde &á.~ Ní ada es -don verddl espTcua dores de em especth ~apea par queme * sei ".Id a hIsae e I>po mo par §a~sio calo é, am,4 - p~oet paamiae de p~se ãltrrm us sem ~iR A pai r~br por kwgemees $ ceut de grvld&&,de L=~ruç H~to s~re - des"oamota ddde fico mai perto do OceieE a m~ioe baes es umve modes de fale de ~ nam em cagme se~ a vei esa~aa.Imsis mu2 h ~lia ap acm se o or a fizss desaldca par a rij e par a lez, caia Va"i qechga Os =itsmes ~ em q.ea ~fka de o.

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1-reida~ie heo calo. iva ePAGINA 14

TOPRA 3.70L ROLLS-ROYCEpara,* rrentabi ena navegação, na rega e bombagem,na agricultura,industriaecamionagem e tambm naelectrificacão.mr-)toresROLLS-ROYCE*rDmIESELS...todo um prestí0o de marca atrás de si! Um prestígio que es garantia máxima deprodutividade, duração e ruis~PAGINA NA IEÉRA,SM=S GlM CME AGIdNClAS, LOA.A. A. AZVDO & FILOs, LOA." ~ ~1.gkm Fedrcol3 » ~Moneu.526-731473 c.p:,,al 412 L.lMlEMPO-PÁGINA 16

13r'- AO sei o que responder aos meus filhos quando eles me perguntam qual seráo futuro desta terra em que vivem e onde nasceram» - afirmava há tempos um paide família, industrial muito conhecido em Lourenço Marquesde onde, tambémele e tal como antes dele seus pais, é natural. Sobre a minha mesa de trabalho trêslivros esperam que eu os leia. Intitulam-se, respectivamente, «A China no ano2001», de Han Suyn; «A vida no século XXI», de Vassiliev e Guchetchev, e «Oano 2000 - painel de especulações para os próximos 32 anos», de Herman Kahn eAnthony Wiemer. Será necessário, melhor, será possível prever o futuro? «Não,não é possível ...» - responde Bertrand de Jouvenel, 66 anos de idade, autoridademundial (ao lado de Herman Kahn, Wiemer, Daniel Beli, ThomasGordon,Fourastié e Olaf Helmer) dessa nova e fascinante ciência a que se poderá chamar,de modo quiçá forçado, a futulogia. E de Jouvenel acrescenta: ,Pelo menos nosentido tradicional do termo é impossível prever o futuro: contentamo-nos emidentificar as leis económicas, tecnológicas, sociológicas e biológicas quedefinem tal ou tal aspecto do futuro». Um trabalho em que o mago, o profeta, abola de cristal e as estrelas foram substituídas pela equipacientífica e pelocomputador, portanto. Insisto: valerá a pena? O sociólogo Raymond Aron, dequem não gosto mas que é cómodo para citar, descreve-nos comodemasiadoassediados pelo século 20 para nos podermos dar ao luxo de perder tempo a

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especular sobre o século XXI. «As profecias históricas a longo termo já passaramde moda» - diz textualmente. Mais uma vez se engana.A verdade, com efeito, é que a previsão do futuro, a prospectiva, ocupa hoje umlugar cada vez mais destacado nas preocupações das nações tecnológicamenteavançadas do Globo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Rand Corporation, aComissão para o ano 2000, o Hudson Institute e algumas outrasorganizações,estatais ou privadas, directa ou indirectamente relacionadas com as maisgigantescas empresas do país, lançam os seus dados segundo sistemas que sequerem infalíveis e transformam em índices as coordenadas que definem oamanhã. AsT POmais conhe'cidas -e bem significativas- devem-se exactamente ao HudsonInstitute, em Nova lorque e foram-nos divulgadas pela voz pausada de HermanKahn, seu director. Até ao ano 2000 - referem, em suma, essas previsões- omundo gozará de Paz e Prosperidade mas as armas nucleares aumentarão: em1979 o Japão, a Alemanha Ocidental, a Itália, a Suécia e a índia terão já a bombaatómica: em 1989 será a vez do Brasil, do México e Israel; em 1999 todo omundo terá a sua b. a. É inevitável, pois, a disseminação das armas nucleares -mas a possibilidade de uma guerra atómica foi afastada, substituída por novasformas de guerra e por novas armas. Os Estados Unidos gozarão, finalmente, deuma grande estabilidade, as fronteiras que hoje conhecemosmanter-se-ão, o Japãoserá a terceira potência industrial do mundo em 1980 - logo a seguir aos E. U. A.e à U. R. S. S.e constituirá uma séria preocupação pela possibilidade de retorno dovelho imperialismo japonês.Mas o futuro será, apesar de tudo isto, feliz: a cibernética estará ao alcance detodos, o humanismo, a sensualidade e o lazer assumirão um máximo deimportância. Antes do início do ano 2000 a maior parte da população activamundial trabalhará no sector terciário (serviços) mas trabalhará menos horas aolongo de semanas com quatro dias e de anos com 39 semanas e 218 feriados.Mais: a nação pós-industrial viverá num universo onde o clima e o tempo serãocontrolados por.computadores, a hibernação facilitará a cirurgia em todas ascircunstâncias e a mulher poderá escolher o sexo dos seus filhos. Por outro lado ohomem falará cada vez mais de assuntos económicos e virá a desprezar,gradualmente, os de ordem política. Procurará, ao mesmo tempo, um novo estiloe, principalmente, um novo sentido para a vida, ao lado da mais plena satisfaçãoindividual e colectiva. A procura do prazer será, portanto,a característicadominante do homem de fins do nosso século. Que pensar de tudoisto?Antes de tudo o mais que também nós temos de pensar o futuro em termos reais,concretos que digam respeito ao nosso caso específico considerado individual oucolectivamente.Com efeito, e porque intrinsecamente ligada à planificaçãoeconómica, a previsãodo futuro representa um factor de realce no desenvolvimentoem que todosandamos ou devíamos andar empenhados. A série de conferências realizadas emLisboa no primeiro trimestre deste ano por diversos membrosdo actual Governo esubordinada ao tema «Para uma Prospectiva da Nação Portuguesa» demonstratambém a preocupação que, naturalmente e nos próprios círculos oficiais, a

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questão suscita. No entanto, habitantes que somos de um território em vias dedesenvolvimento, vivendo ainda o presente em clima de fuga,de constanteescapismo às mais prementes realidades, desabituámo-nos de assumir, de nosprojectarmos no futuro em termos que não sejam, em geral, meros lugares-comuns pouco ou nada relacionados com as verdades que nos rodeiam. Esta é,aliás, a evidência que o Repórter encontrou ao longo dos anosde exercício da suaprofissão que o puseram em contacto, diàriamente, com os mais diversos estratosda sociedade em que se insere. E com'mágoa o constata: porque, é evidente, pormuito grande que seja a distância entre o sonho e a realidade,o futuro existe já emtudo aquilo que fazemos hoje, na nossa acção quotidiana, no nosso trabalho. Maisuma razão para a necessidade de o conhecermos que o próprio Herman Kahn nãodeixa de frisar: «As medidas tomadas hoje condicionarão o amanhã». Esqueceresta noção, aliás tão indiscutível quanto frequentemente olvidada, deixando assimde assumir o presente em toda sua acepção, seria negar a responsabilidade quetemos para com o futuro desprezando a dúvida -que deverá sempre ser colocadana primeira linha das nossas preocupações- sobre se serviráou não aos nossosfilhos tudo aquilo que hoje fazemos. Como diria Franz Fanon:«Todo o problemahumano tem de ser considerado a partir do tempo. O ideal será que sempre opresente sirva para construir o futuro».Inadiável, por conseguinte, me parece ser esta necessidadede esquematizar, emtermos concretos, de assumir, em toda a sua latitude, o presente que somos.Esquecê-lo, desprezá-lo, será fazer cair pela base todas astentativas sequentes enão menos urgentes de previsão. Para além de todo o sonho, portanto, de todo oescapismo que nos define, de todos os nossos anseios e esperanças, de todas asnossas certezas ou dúvidas será imprescindível procurarmos a realidade quevivemos. Determinando, desde já, aqui e agora, a nossa verdadeira situação.'PL daJM-I1'lA 1-Yopol,

O EQUiLÍBRiO PERFEITONA SUAALiMENTAÇÃO DIARIAMASSAESCEE.SE com OVOSPM~INA isTEMPOO AMIIO EPAGINA, 19TEMPO-

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-~ d Iláum amads=ae4 4. em-taffi fiia e aO tempo da mulherEm ITê aqui a~ no resto do mundo, a mulher vive o tempo do man c~.h daautnotla da responsabIldade. 'Da st~ de total dependcia que era a sua ainda há um sáculo, pso ~do f~ opai pe depois o mardo e u lia deste. osor4e Mhe svs a m~hr vie num curo ea de to p mer de,ra us mse económicas que acelrm e proreso, mrc daemu~ de ríte de própria mudanca, como diz Roberto Oppeeheimer, frentea wm ro.e a ~eisto sffuçh d lierdade e rpeabdde. O seuusier e e de «onfinar ao lar e à familia, para h ter fronteira.A tfit~ de~ nva tualo &&o múltiplas a knt.d o pos&W ^~a ~ Mas épro~óIto destas ins 0m prn.s.Ams pMW| -4 em e vh jovem. a quem cabe cada vez mais decidir um b~o1w h~em a miae de famiie que. a maio parte da veze emw#1901w s~ tem de ciliW es cargo com o exercio de uma profis. g ekipa09ps . e qm arcaicos precoeitos llam toram avida a ~ deas e a quem a vida moderna traz dia a dia novas situagles opara es qui ao foi preparada: as mulheu Idosa, sjafl B~ mo~ dvver a qem e ce m edee; ew~ qm nos %am ao amor a è vida e eh o centro das noeaso sfl da nos af e eos fMuros uzes dos aes.e es ms a oen condicnear osM noo fracassos mas a IlberSa ~pracomea poe um vida to difeete da nom asu~W m u 4 ~ mw traqulo lugar para a n~ ~lce, no futuro queas m ~ o hke usd.ma,-4asara'amÉm uuk4mA hlum q *aa bem a Pdesm em.. 19% 4=doar puafiae 4%daq«~tm mmêiIsu

DECORAÇAOSe você é jovem e vai casar munida de pequeno orçamento para pôr casa, se vivesó o quer tero seu próprio apartamento, ou se vai viver para ornato ou outro localem regime transitório, será absurdo pensar numa casa mobilada em estilo, e6 paracopiar a moda. OsS- ~ ~

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0 ~'f~"9 ~_______________________... .. . ...... ........... ... 1 ...

0OD AUM VESTIDO DE .COCKTAIL--, UM DOS COMPRIMENTOS DA MODA,DAjCOLECÇÃO DE OUTONO 1970/71, DE ÇIRISTIAN DIOR jP ar faz.a crescer az pestanas e torná4as e-ssas, besunte-sea raiz com a seguinteistura:- Dua' coih.res de chá de rs;-Quatro colheres de chá de oleo de rícino.Se arder draete u segundos nã s assuste, Po que não prildica a st.As suas pestanas caem com frequência?Empregue a seguinte Ioç o:Chá em infusão, 100 gramas; sulfato de quinino, um grama.C.mpre. na famrc ; á rios pacofinhos com um grama de sulfato dequinino parapoupar o trabalho de o pesar. São muitas vezes obstáculos desta ordem quevarrem as boas intenções. Faça uma porção de chá que "d para vários dias. Etareceita oferece-lhe resultados certos. Mas será bom verificar se a queda daspestanas não é devida a umta dimhsutç o da vista. O esforço quese faz para seaplicar a vista (antes de sabermos que precisemos de óculos ou por usarmosóculos com lentes erradas) produz uma irritaçáo invisível nas pálpebras, que porsua vez provoca a queda das pestanas.PÁGINA 21Nsaúde &belezCUIfNAmCOSTELETAS DE PORCO ÃFRANCESAPreparação: 20 minutos.Cozedura: 40 minutos.Para 6 pessoas:6 costoletas;60 gramas de banha;1 colher de sopa de farinha;2 colheres de sopa de rodelas de pepinode conserva;2 copos de vinho branco seco;Sal, pimenta e uma colher de café demostarda.Tempera de sal e pimenta as costoletas. Prepare o molho: pique a cebola e ponha-a a alourar numa colher rasa de banha. Junte a farinha e deixe cozer mexendotudo, até que esta fique também loura. Junte de uma só vez o vinho branco. Deixeferver mexendo sempre, junte um » copo de água e deixe apurar afogo muitobrando, sem deixar pegar ao fundo. O molho deve reduzir para 1/3 em 30

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minutos. Ponha sal e pimenta no molho já apurado. Frite as costoletas em banha.Coloque-as no prato de ir à mesa. Misture a gordura que serviupara fritar aomolho já preparado, junte o pepino de conserva e a mostarda, aqueça e sirva namolheira.1 ~ - ~ mýý

MONTUýEFDE .MOÇAMIMTFAXASA ABONAR>10LIE-JulgoA PEAZOr~ dstos a prazo Igal ou suprior a Mcias ~ anoOSMSDSD-õMSMOE~0 dpôstos a prazo uperior a um anoLOIJRENÇO MARQUES -

Filosofia .& máquinas de barbearNa sua habitual e conspícua coluna das sextas-feiras, no jornal «Notícias» deLourenço Marques, o conhecido advogado do Porto jr. ngelo César, que espalhagenerosamente a sua crónica por vários jornais de Moçambique, faziarecentemente considerações muito originais sobre a rebelião do modernohumanismo contra a máquina e a sociedade de consumo. Ei-las:A CIVILIZA ÃO não pode ser contrária ao PROGRESSO. A ela compete utilizá-lo e subordiná-lo.O romantismo idealista, que declarou guerra à máquina, foi um momentopatológico da história da vida espiritual. oA incompreensão de Rabinadra Tayore, preferimos o fundamentado entusiasmode Teixeira de Pascoaes proclamando o aparelho de fazer a barba como grandeconquista humana.Em verdade, nem se pode medir o benefício de eliminar os pêlosdo rosto comdemorada ensaboadela e o corte breve de uma lâmina agrilhoada ou, sem a ajudada espuma soporífera, graças à cómoda utilização da maquineta eléctrica.Mas ai de nós se julgamos ser o PROGRESSO, por si só, a própria Civilização!Desentranhado da escala de valores, que submete o pragmático ao ético, oPROGRESSO realiza o fomento dos males e até do Mal.E então a máquina ,continua a ser o anjo de aço, mas já ao serviço do Inferno.Anjo mau.Num congresso recente, os sábios que nele intervieram chegaram à conclusão deque a criminalidade cresce no mundo moderno como se fora a companheirainseparável da melhoria económica.A tal respeito as estatísticas são eloquentes e terminantes: - o crime multiplica-seem gestação fatal, nas grandes cidades e nos países ricos.

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Cidades e países ricos, em que se degradou a moral e a mor lidad, em que aReligião funciona, como um resíduo comunitário de velhos e raros.Ainda não viram fotografias das tatuagens nos braços e no peito de um suposto reibranco, de um pais evoluído da chamada Europa cristã?E não notaram ou anotaram que foi precisamente nesse pais quese realizou umainominável feira de pornografia? Negam ou desprezam Deus, eo crime vem ouadvém por acréscimo.Economia de MoçambiqueDe um editorial da revista «Indústria de Moçambique>, órgãoda Associaç~oIndustrial de Moçambique: Dobrámos o primeiro semestre de 1970 e, comexcepção da balança de pagamentos, não se dispõe ainda de informação estatísticaque permita uma avaliação razoavelmente fundamentada sobre o comportamentoda nossa economia durante o ano de 1969. Entretanto, entre aqueles que sentemna pele os seus problemas, raros ~sero os que ficaram satisfeitos com osresultados do ano findo e que não sentem preocupações quantoà evolução que sevem processando até ao presente.A escassez de informação económica, que torna a economia de MoÇambiqueporventura a menos conhecida do espaço português é bem patente nos relatóriosdas empresas e instituições cuja índole mais ntimamente as relaciona com aactividade económica da Provincia. Sem falar do relatóro anual do nosso BancoEmissor, que nem sequer se refere à situação económica de Moçambique, nos dosrestantes bancos a luta contra a pobreza e falta de actualidade da informaçãoestatística é bem patente e motivo de gerais lamentações.Desta situação que a ninguém aproveita, excepto aos ronistasda economia adjectiva, resultou que se tenham empolado os comentários à voltado sdo o fortemente anómalo da balança de pagamentos em 1969.A ircunstânciade esta reflectir directamente uma dificuldade a que a Provínca é hipersensvel- adas transferãndei para Metrópole foi mais um incentivo à discussão doproblema, em que foram postas em casa as bases do sistema que rege ofuncionamento do Fundo Monetário da Zona do Escudo eaté o próprio regime d emissão de moeda.1n1«ria a existência de «um andamento conjuntural desfavoráveb:Receamos todavia que não se trate de «andameno Conjuntural desfavorável» massim de cansaço estrutural de actividades minentemente motoras da economiamoçambicana. A estaga04o, d urante a última década, da economia do algodão, asdificuldades surgidas na industrialização do caju e a necessidade do recurso àimportação de amendoim pura aprovisionamento da indústriade óleosalimentares, constituem obstáculos à expansão econômica só removíveis atravésde acções enérgicas de correcção estrutural, por forma a obter-se melhorprodutividade dos factores empenhados nas produções primárias. E esses factores,essencialmente a terra e a força de trabalho, são abundantesem Moçambique.EufemismosDe o jornal «A Capital»:Fez-se referência recente neste jornal e, decerto, em outros, a um inquérito deamostragem efectuado pelo Instituto Português de Opinião Pública e Estudos deMercado sobre as estruturas da população portuguesa, respectivos rendimentos e

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outros aspectos de acentuado interesse sócio-económico. As conclusões nãoserão, própriamente, sensacionais, no sentido de novidades espectaculares, massão, com certeza, impressionantes nas suas expressões numéricas. Por exemplo:que 44 por cento das famílias portuguesas auferem rendimentos inferiores a 1500ecudos mensais. Só um senão de linguagem fere mais desagradavelmente nessetrabalho: o de chamar «classe baixa» à dos portugueses desfavorecidos da fortuna,«classe alta» à dos poucos que por ela foram contemplados. Alta e baixa porquê?N4o seria muito mais exacto, menos depreciativo para os que labutam e sofrem osub-rendimento do seu trabalho, falar sem eufemismos de «classe pobre» e«classe s-¢ca?Testemunha ocularO «Diário Popular» obteve o depoimento do deputado dr. Cancela de Abreu, quefoi ministro da Saúde, sobre o trágico acidente de helicóptero ocorrido na Guiné,em que perderam a vida o dr. José Pinto -Leite, esperançoso e jovem deputado porLiboa, e maio trás outros parlamentares portugueses. O dr. Cancela de Abreu, queseguia noutro helicóptero, relatou assim o dramático acidente:Mais ou menos um quarto de hora depois de term~s levantado voo, surgiuràpidamente, julgo que do lado do mar, um tornado. Vinham os três helicópterosem formação. No n.° 1, pilotado pelo eapitão Cubas, viajava,eu, os deputadosdrs. Covas -d Lima e Lopes Frazão, um mecânico, o tenente-coronet AlvesMorgado, que tinha entrado em Teixeira Pinto, e o maior LemosPires, que dirigeos serviços de acção psicológica das Forças Armadas; no n.* tvia, javam oselementos cuja identidade já foi.divulgada e que haviam de ser vítimas doacidente; e no °.' 3 viajavam os elementos da Imprensa e Televisão e o deputado'Salazar Leite.O helicóptero n., 3, que seguia mais atrasado, viu-nos entrar no tufão, serm osapanhados pelo turbilUio e comunicou por fonia que abandonava a forrmação.Entrados no tornado, perdemos toda a ospécie de «contrôle»,passámos pormomentos de verdadeira af lição e creio que nos salvámos por milagre de NossaSenhora de FtmCasou outra vez ... e não disse nadaA página «Cartaz», do jornal «Noticias», de Lourenço Marques, mereceria nestasecção da nossa revista um lugar muito mais destacado; apesar da falta de espaço,não resistimos à tentação de transcrever esta, de uma das suas últimas ediçes,como exemplo de uma noticia com verdadeiro interesse para osleitores daqueleimportante jornal:,-MARIA DOROTEIA, mesmo sem me ter dito nada, ela que tanto metelefonavahá algumas semanas para determinados assun....be da notícia e aqui ficam osvotos de boa sorte.PAGINA Z3

QUIMICA GERALa indústria química servindo o progressoOS MELHORES ADUBOS PARA A AGRICULTURA DE MOÇAMBIQUEOUIMICA GERAL Sede e Ecritórios: - Predio Montepio, 2." andar - L.MARQUES - Instalações Fabris: - MATOLA

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INTERQG1'69TEMPO

,M (U VVMOSA CONTESTACÃOcamas resida na imensa desigualdadeque se verifica na distribuição da riqueze das nacoas: dois terços da populaçaototal do Globo dispoem, apenas, de_____________________________________ l por cacto dosrendimentos mundiaiS.Um político acrescentaria que á exactamente deste facto quederiva o clima da________________________________________contestaçao, antipartidarismo ainstabilidada social que se verifica um pouco por toda a parta. Falaria, talvez, nos* -hippies-., em Maio de 1908, nosmovimentos estudantis e de nova esquerda, na perda de influência do PartidoComunista tradicional frente à renovação maoista, nos reflexos da guerra doVietname, no aparecimento da necessidade de uma nova consciencialização frente~à realidade. Seria secundado pelas afir~maçoes da um sociólogo que,possivelmente, frisaria a ideia da que tudo isso ésíntomático de um mundo que serenova, que caminha a passos cada vez mais largos para a .sociedade ideal», E, seinterrogássemos objectivamente asse sociólogo sobre o presente, ele talvez nosrespondesse que, embora náo seja a;nda necessário procuraruma nova definiçãopara a palavra progresso, é já premente e necessidade de novos processus deanálise para este mundo em que vivemos e em que a História, pelo menos assimpere.ce, deixou da respeitar as regras de um jogo que se julgaconhecido. Sejacomo for, porém, a noçeo de esperan;.a ser'ia decerto uma constante envolvendotoda a sua arguntentaçeo hoje servida por novos processos científicos paraprevisse do amanhã em todas as suas consequências. .......Enaturalmente nestacontextura que aa fotografias que ilustram estas paginas reflectem que a revistaTEMPO se insere como novo órgao na Informação de Moçambique,Umacontextura em constante evoluçao e com a qual - como um dia o disse por outraspalavras Aíbrt Camas - o verdadeiro jornalismo se deve comprometer na suafunçeo histórica de testemunho do momento, de todos os momentos presentes.

O MUNDO EM QU]A PAZSim, a Paz será possível um dia. Entretanto, entre o desespero e a simplesevasão às mais prementes realidades, o Homem vive conquistas da Medicinacomo as constituídas pelas transplantações de coração efectuadas pelo «playboy»Christian Barnard e empolga-se com a chegada de Neil Armstrong ao'solo da Lua.A mini-saia, os Beatles, Bob Dylan e a maxi-saia são outros tantos nomes para oescapismo. No reverso da medalha, o abismo cada vez maior separando os paísessubdesenvolvidos das sociedades teconlògicamente mais (cada vez mais)avançadas, um imenso mundo em que ainda se morre de fome, a existência demilhões de homens para quem viver não pode ter qualquer sentido. Parafraseando

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um «slogan» do Maio Francês: A Sociedade é, ainda, uma flor carnívora. Aquestão mais premente será: até quando?

A VIOLENCIAA guerra é ainda uma constante do nosso tempo. Em Biafra. ondeem dois anosmarre mais de um nlhão de homens. m e e crimans, no V~ , Camoja euMédio Orieute, um pouco por toda a parte - na fruteir si~osoviética, na "Ilvia, naÃfrica Austral, no Chade, na índia - homens amados disputam pasikies, defendembtemes, matam e morrem e destrólem em nome das mais diversas causas ouprincigIos. Em Praga, onde a Primavera demorou cinco meses após a queda deNovotny (MarO de 1681 a figura de Du~eu com lirimas nos , i n oÇt O camuisam das mitares sviéticus no. era a mWsião do faturoem eoskibób de uma dm realdade. E, as figuras de Joh. K~ y (assass emDalasm Novembro de 1963), de Malcom X (morta em 21 de Fevereiro de 19S), deGuevara (1 de Outubro de 1967), de an Palach (que se suicid pela fogo em Pragaem 16 dJaneiro de 1969). de Martin Luther Kin (morto a tiro em Abril de 1968) ede Bob

BANCO PINTO & SOTTO MAYOR oTEM SEMPREA SOLUÇAOb QUE LHE CONVÉMPÁGINA 28

1a5111111.1111E112 das mais comezinhas regras que sejam de apresentação as primeiras palavras.De qualquer publicação que inicia a sua actividade como de qualquer secção - é ocaso de «Trópico> - com pretensões a regular. Regra empiricade sua natureza,mas consagrada e de solene aceitação nos múltiplos actos da vida quotidiana. Oritual da apresentação toma &nfase ou não consoante o temperamento das pessoase as situações que o provocam.

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Já que terei de cumprir, aceitarei aquela obrigação torcendo quanto possível osseus moldes tradicionais. E não será desajustado dar-lhe umsentido maisconcordante com a função do plumitivo.A apresentação e outras situa~Ses semelhantes, estereotipadas pelo uso e peloabuso, causaram mesmo, em certas palavras, um notório desgaste. Termos queusufruiram noutros tempos de peculiar pujança e vivacidadesurgem-nos hojelassos e desbotados, vestidos ao estilo de toda-a-estaão. Têm assento marcado emdeterminadas assembleias e quase se poderiam inscrever nasementas que sempreacompanham especiais tipos de homenagens. Não estranha assim que duaspessoas, postas frente a frente pela primeira vez, assegurem urna à outra o seu«muito prazer» ou «muito gosto» no conhecimento, antes mesmo deste se tornarefectivo. O que, na maior parte das vezes, nunca chega a suceder.Posto perante tal perspectiva, como poderei agora garantir- sem risco de ser malinterpretado - que sinto prazer em dialogar consigo, leitor, através das páginas«off-set» desta nova publicação ? -Sem querer (a gente tropeça em termos assimrombos de sentido a torto e a direito) lá meti eu um vocábulo emvoga, muito «upto date», cuja significaão, de enublada, não é com precisão que se distingue:dialogar.Mas é de resto o que eu quero dizer. O simples acto de escrever denuncia, do meulado, a predisposição para a nossa conversa, que em principio deverá ser semanal.Sublinhei a palavra simples já com uma d na manga, qual a de me contradizer,desde já, asseverando que aquele simples acto não é um acto simples. Peçolicença para me socorrer dos tratados de fisiologia e adiantar que a escrita exigeum não desprezável esforço da parte de quem a pratica. Não obriga ela àmovimentação isócrona e ordenada de meio milhar de músculos?O esforço do acto de escrever (e nele se condensam também as cartas para afamília) nem fica nem começa por aí. Se se estende, como estende, à exigência dequietismo que recai sobre todos os outros músculos não envolvidos directamentenaquela prática, é preludiado todavia pelo acto de pensar, apartir do qual seforma.Aceite que o esforço existe na simplicidade de um acto que nãoé simples, ai está- e dentro do que é usual no formulário das apresentações- quanto prudentementepoderei prometer: o esforço. Com ele, a possibilidade do contacto (entreluziu naminha mente o vaga-lume do diálogo) regular com o leitor. A conversa semcerimónias que tanto quanto possível nos interesse, admitindo e louvando até osalutar desacordo que por certo aparecerá muitas vezes a dividir as opiniões, as dequem lê e as de quem escreve. Porque discordar pode não quererdizer,rigorosamente, estar dentro da razão ou estar fora dela. Acima de tudo traduzraciocínio, o qual, quando exercido na sua plenitude e expressado em termos queo não traiam, envolve uma atitude amplamente positiva. Sem ela não se chegará àrazão. Não é com estranheza, mesmo de nariz à banda, que aceitamos asistemática unanimidade de pareceres e opiniões de certas assembleias? ....uuuu.uuunm,,mnunninflflUflIUU~mUflINflUtU~hIUUUUIUNImflhmnIHh...... aluuuunulanuu.IuuUmIUIUanamiUIIuUiJI11

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1E 3.aaff5a EE1ffiS~ PÁGINAA-BÊ:-C :

TRANQUILIDADE DE MOÇAMBIQUECOMPANHIA DE SEGUROSESTE É UM SfIBOLO DO PROGRESSOJosê A, P. DominguesDESPACHANTE OFICIALALFANDEGA DE LOURENÇO MARQUES AV. MANUEL DE ARRIAGA,173.1.- ANDARLOURENÇO MARQUESTELEFONES: 6252 e 2347 CAIXA POSTAL 515PRÉDIOCAMARA DOS DESPACHANTESOFICIAISTEMPO

15m +emoum-at-hSou do tempo em que o Elvis fada furor m vendio *os mn &ts lã na taba h ri.4ahgy Ses. Tm. bim bati o p& no Sda, ao ver o «*. 1. Nu.., observei a chegada doCHlff. do Tosmy Senda, do Ufil* EIclard e do Nu1 Hdey. splgev~e aquelamd<. diferente - porque o era, um dovida - emboranio me disase. quem nada.Entretanto, comeei a csar-m de ouvir o EMlvi dizer que estavamuito ,. do terque apreandr uma nova dança todas as aemanas. No fundo. a cois= era sempre amene. E enfio o entuano foi as fecendo. E tvmos em 62 e ou. um pouco maisvelho e vamos lã, com um pouco mais de curiosi a tlectual. Descobri ontio oajam, talvez porque vism nele afinai, muitas das ralas daquela msica que motinha ficado gravada na mente.O aiam ora na verdade uma coisa meis ia - assim o didam com ar premnçom oa~ do nara~*na. Elo estava, porim. na altura, estagnado. .Aim, depois de ter ouvido tudo oque um bom elau.ma podia ouvir, o cansaço velo de novo.A música deve ser algo de peraens evoluçgo. Como todas as formas de arte alis.Mos mais eta. por ur a que coague0 com maior facilidade, quebrar barreiras de

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Tempo a Espaço. Clro que podem disco«rda. Afirmar que os eclisicom da t, asveroidaras obras-prims, troamn smpre algo de novo a todes as4p«as De acordo.Mas devem sr a"eites negundo a perspectv do tempo em que foramfaltas n eIeem que do reIdzas.Dbruca~ ob a msica meis sri ( ou do que II ptetendo que sla)- a clsca. ~ioe~4ela. em boa verdade, empacotada, rotulada, transformada num mito? Tudo o quesa foz acerca dela fi repetir ano após ano, que aquilo dsm 6 queera msica. Torni-la priviléglo de eiite s, («A que ido elo é para roli,. E assim srgem os concertosdas abas de grilo». Dos vestidos de eore e dos *~efoi . Onde a a gente b vel.e ode toda a gente b adormece por si*tema, Os comentro dlo smpros mesmos:fenomenal, magisral, maravilhoso. E sal Jeus que para o povoo fado 6 que aineo vinho 6 que dnstr6i. el lenas com as alienações musicais da juvantude, comessas ritmos brbaros...Ai astemo a esquecer em pequeno pormenor. a que sa essa tal música d6ne (?) o6, foi porque sa popularisu verdadeiramente no, tepo em que foi feita. Depoisdepois um empacotamento caracterrlscamonte b s as de e para burgueas.E Ns a quisermos verdadeiramentedivulgada temos que a trer ao confacto com o povo, com a maioria, pelos v*.eculos sosoros mus perefrides. Miurndo-a, Integrando-a nesses veculos. A emrespeito posso já afirmar que fiserem os leaties ou o Ekmption mais por isso, doque muilos c~certos sofisticados e soabs.

Co«0 MEU FILME É O MELHOR»Para estreia desta subsecção de TEM PO/POP, inserimos hoje excertos de umaentrevista concedida pelo realizador de um filme sobre' o festival deWOODSTOCK - que em breve teremos a oportunidade de ver nas telas da capital- à revista-Rock & Folk».«- Apresente-se-Chamo-me Michael Wadleigh, director .de «Woodstock» e tenho 28 anos. Vivo,durante a maior parte do tempo, no ar poluido de Nova york. Aprendi o meuoficio fazendo documentários para a cadeia não comercial datelevisão americana.Fiz filmes sobre os problemas das uni. versidades, sobre a questão dos negros esobre os brancos pobres dos Apalaches.- Tirou algum curso de cinema?-Não, mas li Já uma quantidade industrial de livros técnicos. Para ser contratadopela televisão, baratinei e inventei uma história, dizendoque já tinha produzidofilmes na Califórnia. Eles acreditaram-me. Passou-se istohá cerca de trs anos.Desde então, produzi já mais de vinte filmes.- Fale-nos agora de «Woodstock». Como trabalhou no plano técnico?-Constituíamos uma equipa de 80 pessoas. Isso custou cerca de três mil contos,dos quais a maior parte foram emprestados.

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No filme podem-se observar várias imagens simultáneamente. Eu quis dar aimpressão que se tem quando, num concerto, uma pessoa olha à sua volta. E háassim, também, a possibilidade de se poder escolher. Cada uma das pequenasImagens, não é muito importante. Excepto quando uma canção se torna séria, ouquando Richie e Havens, por exemplo, ou Joan Baez ou Coutry Joe ou JimmiHendrix se encontram em cena. Então todos os olhares convergem na mesmadirecção. Dai existir nessas alturas, una imagem apenas para toda a gente. Escolhiprimeiramente, as canções cujas letras fossem essenciais.Woodstock tornou-se osímbolo da jovem América. Não existiu lá violência. O estilodas canções, agentileza dos ouvintes, a partilha dos alimentos, aqueles milháres de pessoas que atudo resistiram para tudo poderem testemunhar, ludo isso diz muito acerca dosjovens. Por tudo isso, seria desonesto ter escolhido canções de amor todas «cor-de-rosa». Crosby Stils & Nash cantam também canções de amor,mas de umaforma muito mais livre.LET IT BELet I ltS: Apple PCS 7 09.Ainda elesl O tom desta exclamaçãopode variar até o infinito, exprimir o entusiasmo mais intenso ou o aborrecimentomais profundo, consoante consoante o qu6? Consoante se sejaemenino pop» ouprogressista convicto? Adepto da sociedada do, consumo ou do «underground»?A ovoluçio das reacções do público em mcdor de cada nova obra dos Beafles sãode tal modo significativas, que lembram cada vez mais a mortede um grandeamor. Embora tudo isso seia relativo, pois se nos formos a fiar nos números, ogrupo nunca foi tão popular. O público de que falávamos, aquele que queima hojeo que adorou ontem, não constitui mui5do que uma pequena. inoria. Aquele quese compõe de econhecedores, dos verdadeiros «amantos do pop», aquele que estáao corrente de tudo o que se tal Esse não Julga oS ailes senão comparando-os como que fazem os outros onjuntos, não tomando como termo de comparação apenasos mais progressistas o para afirmar que em relação a eles,oseatles enfãio lã ultrapassedos. É certoque **estão ultrapassados. É certo que Jimmi Hendrix ou o Ufetime de TonyWillliams vão um pouco mais longo. E depois? Ap*sr de tudo eu defendo-os,enquanto todos os atacam, e porque o seuPÁGINA Iúltimo álbum eet It Be», me agrada. Sim, eu defendo-os, porque sempre fixarammúsica boa. Muito boa mesmo, porque continuam a ser os mestres incontes.távois da melodia epop» e maravilhosos intérpretes, e porque, sobretudo, ohl so.bretudo porque não se tomam a sério(escutem o anteentróito de «Let It Ben, aquela v¿zinha ridícula que anuncia: sEagora vamos tocar» «Todos os anjos Vie. ramn). Que o conjuntonão progrediutècnicamente desde o uLP» «Sgt. Pepper'se? É incontestável. E depois?Evoluiram por ventura os Stones? O mal é que sempre nos habituámos e pedir oimpossível aos Beatles. Era necessário que eles tivessem permanecido oscompositores que são, os intérpretes que são, a ainda que rivalizassem emvirtuosismo com Jimmi Hendriz ou Clapton. Enfim, eles'deixaram de existir como

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conjunto # esta será a última otasião que os seus dtractores terão para osapunhalarem pelas costas.Como 4 de «Let It Be» que queremos falar, digamos imediatamente que este discodemonstra pelo menos, cabalmente, uma coisa: que quatro Ieatles juntos valemmuito mais'do que três Beaties separados, pelo menos. Comparado aos- pobresálbuns de Ringo e de Paul, este pode fãcilmente fazer figura de obra-prima. Nãocontém surpresas, é certo. Mas quem desconhece que o tempo das surpresas paraos Beatles-grupo, já passou?Escutar Paul em «Let It Be», e escuti-lo no seu próprio álbum échegar àconclusão de que ele, mais talvez do que os outros trás, perdeu bastante aoprecipitar a dissolução do conjunto. Cantor soberbo e compositor inspirado, brilhaaqui com um singular aparato, enquanto que solitário, não é mais do que um bomartista no meio de tantos outros. Porquê? Talvez porque os BSatles não seiam emgrupo, a expressão real daquilo que são como indivíduos. Talvez porquefabricassem a quatro, com técnicas com. provadas, receitasrepetidamentecompro-vadas, uma arte totalmente estranha sua mentalidade e às suas preocupaç& demomento. Uma arte distanciada, ine pressiva, mas à qual, e é aí que inte vem omilagre Beaties o inexplicãvel qi podemos classificar de genial, por N sabermosqual procedimento ou qual pr funda sensibilidade (não pode ser outi coisa senão aconsciência profissional o grupo lograva sempre encher umapa cela de vida, umrasgo de bom humo um brinde de humor. E é aí que inte vêm o paradoxo queilustra admiràve mente a fuga solitária de Paul: sem tivaçãoreal, a ssa arte erainfinitameni superior à que se propõe hoje em di e que se deseje ser o reflexo dasoa viu sentimental. O caso de Ringo é diferent pois de instrumentista (e nãosubam. quão inexpressivo instrumentista ele é tornou-se cantor, mudança queexclui to a possibilidade de julgamento. E Georgi E George? Épreciso esperar oseu álbu com Dylan para podermos falar, pois s ria bastante injusto condená.lomusica mente tendo em vista os discos que pr, duziu. O caso de John é de longe oma interessante, pois é o único dos Beath a possuir uma mensagem tão forte, qtconsegue ultrapassar o conjunto. Exist atrás da facilidadede escrita (musica deJohn, qualquer coisa que é uma pI derosa motivação e que lhe permite cri, sbzinho(com Yoko, mas Yoko é ele), um arte renovada, menos açucaradado qt a doseatIls, menos rica melódica harmoniosamente, mas com um impact maisraivoso. Ao contrário dos seus tMt amigos. John é frequentemente visitad pelainspiração na vido db todos os dia Resta-nos, pelo menos, isso. Isso e eLÁ It Sex.Disco o esouvenir» maravilhoso, T~M.,C.AEL WÍOD.,O. Tempo(Realizador do filme WOODSTOCK, sobr, o festival)lItfI11IN

WOo dstock, ou o instante de uma época onde as «vibrações» fogam maisplenamente sentidas pelo maior número de pessoas de sempre.Esta a máxima emque se tornou um mero- festival <pop» (ou que se supunha viesse a ser .mais» um

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mero festival «pop»> realizado no mês de Agosto de 1970, no estado americanoda Califórnia, planície de Woodstock., Durante três dias e três noites chuvosas e frias, meio milihão de jovens,arrostando abnegadamente todos os contratempos, vibrou e manteve-se unidoescutando as palavras e os sons de pIguns dos maiores nomes damúsica «pop» daactualidade.Chamou-se a isso «três dias de paz, música e amor», e ýa frase não veio a tornar-se utópica ou irreal. Ela constitui antes um modo de vida livremente aceite nomeio de uma planície norte-americana. Mais importante do que a música em si -ela foi apenas o pretexto da reunião -, mais importante do queos números, há aassinalar o comportamento desses jovens, traduzido na fórmula que um locutortransmitira na abertura do festival:«-O festival vai ter inicio. Tudo correrá da melhor maneira,apesar de nem sequertermos sonhado com uma afluência deste género, se todos nos lembrarmos que ohomem que está ao nosso lado é nosso irmão.»O mito Woodstock é pois feito disso mesmo: da fraternidade, do desejo de paz edo amor entre todos os homens. Mito que toda uma Juventude dosatribuladosanos 70, anos das sociedades do ndividual mlno, dos Vietnames, da fome, daopressão, procura com desespero. Uma procura que se reflecte no seucomportamento, na sua arte, na sua vida.Woodstock constitui pois como uma vitória nessa procura, uma suave e docealienação em que se pôde pensar aquela planicie como um mundopresente efuturo.Os três dias passaram e as engrenagens da sociedade nem por cmrto deram contadesse grão de areia no seu maquiiismo bem oleado. O importante porém, é que foiaventada a possibilidade da sua concretização. O vento da esperança sopra agoramais forte na vida de uma geração: a geração de Woodestock!O VEICULO DE UM MITORestringido aos seus condicionalismos de espaço, o festival de Woodstock, o mitoque o rodeou, foi feito mais realidade através de un filme. í certo que não éexactamente a mesma coisa do que ter assistido, ter participado na reunião, poispodemos ver o Woodstockfilme, sem sentir um milésimo da vibração que existiuem Woodstock-festival. Nele não podem ser comunicadas, apesar de tudo, muitasdas coisas que estiveram presentes e que só se vivem num climacompletamentehumano. De qualquer forma, Woodstock-filme, servirá como veículo de um mito,mais um, talvez, mas um. A fotografia impessoal e externa de uma almauniversal: a juventude.A película, que dura três horas, é tècnicamente excelente, efoi feita da selecçãode 120 horas de filmagens. Fruto de um impressionante trabalho de montagemque permite muitas vezes, através de uM «écran» dividido, ver a mesma cena sobtrês aspectos diferentes, Ou várias cenas simultáneamente. O realizador MichelWadleigh, com Os seus vinte operadores e os seus vinte engenheiros de som,cons. truiu maravilhosamente a película, de um ponto de vista puramentemS*tico: Sem cessar, durante três horas, imagens e som debatem-se, ferventes,terrivelmente importunantes, numa orgia colorida, torrente majestosL 0 principio

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foi de restituir Woodstock na sua totalidade, S extamente denão menosprezarnenhum aspecto do acontecimento. É por isso que Woodstock não se queria um filme sobrehe-juntos que actuaram no festival, mas reportagem, entrevista,modelo cem por cento copiado da televisáo, completo (Por aquito que o possamosjulgar, é ~r) sobre esses três dias e três noites, o que se -fez, o que se pensou.Assim, as passagens puramente musicais são separadas por apontamentos com aspessoas envolvidas (organizadores, público, o homem do canto, os discursos deIntrodução), ou com pessoas que julgavam está-lo (pessoas da aldeia próxima,dos veraneantes). Elas dizem coisas Interessantes, por vezes, grosseiras como osamua atores, noutras.Três horas que satisfarlo inteiramente os olhos e os ouvidos. Z o espírito? HenriChapier no «Combat»: «Sejamos sérios! Wodatock é interpretado pelos nososamigos de «esquerda» como um fenómeno social, o que quer dliCONTINUA NA PAG. S PAGINA 33

Quando você deposita no Instituto de Crédito de Moçambique oseu dinheiro égarantido pela Província e os juros estão totalmente Isentos de lmpost~sE Isto é, aI só. o bstante pra ue v e se torne depoelte/do 1. C. M., únicoestabelemento deo d ito ossjs depitos benefle" destas regalias).enterro 1 uoçcassDEOIPóSITOS A PRAZOEntre 3o e go dias ..................Entre 91 e 8<o dias ..................Entre iSi diase s ano ..................A partirde i ano e i dia ...............5.5%4% 5% 5,5 %DIPÓSITOS A ORDEMAté ooooo$oo .................. ,5%De xooo(o$oo a Soooo ......... %-155 DELEGAÇÕES SERVINDO A ECONOMIADE MOÇAMBIQUEINTERCÂMIO COMERCIAL ENTRE MOÇAMBIQUE E O BRASIL-Ainiciativa para um efectivo Inter~» mbio comercial entre Moçambique e o Brasilpertencou, no m áximo da sua força, aos cepitães da economia do Edsao de SãoPaulo. Numa segunda mlxxo oficial, em grupo de i Indllduídades brasleirsdeoco~-* a Moçambique com o ob'ctvo principal de fomentar o Intercâmbiocomercial entre o territ6rio a o paísIm&o. A misslo, chefiada pelo dr. L4Ilo de Tolode Pixa, preddeate do Banco doEstado de São Paulo vice-presidente daeVolkswao, do Brasl,presidente daAssociaço Nacional de Programaçio co c Socil, e da AsiscIação Nocional dePesquisas e Estudos Sociais, cumpriu neste Província um apertado programne detrabalhos de forma a dar I0lo. quanto nts à dmlioda troca de nrcadorias. Commenos dois dias do qe Inicalmest previsto^ o programa f de ce modo

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afectado, no que so reere. a Moçambique. onde s verifico a inclulo de algumasvisitas meramente teristicasSUBSTITUIDO E PRESO UM BISPO CATOLICO DOS CAMARÕES - Obispo cat6lico do Nkomgsamba (nos Cama. ras) f preso recentement pela Poli.da de Segurança de Yaoende. precisamnte quando regr0ssava de urna vigem aRoma, sob a acusaçio de conspirar contra a pessoa do presidente Abidio. Notesurpreendente: o Papa Paulo vI havia-o substido nas sas feções de Ipo deNkomgsmba dias ates de le ser preso. Na gravura, e Iltima fotode monsanhorNdongmo antes dae ma viagem ao Vaticanoe FOINOVO PRESIDENTE PARA O CHILE Salvador AlIonde, como lhe chamar# asagancias internacionais, o <primo| marxista eleito para presidente de Rpblice num país ocidental», ganhou eliçes presidenciais recentemente r* lizadasno Chile. Ali*nde. que era cc didato ,nico da esquerda, no obev no entanto. amaioria absoluta (50 mais um voto do eleitorado) e, nos t. mosda Constituiçãochilena 6 ao Pa lamento que cabe escolher, dentro M dias, presidente quescederA a cri*latidemrocrta Eduardo .rey, eMios dois primeIros candidatos m&is votd dos, precisamente Salvador Alnde JorgeAlossandri, que a si pr6prio 1 chama de *candidato independentes. N gravura,Aliande (à esquerda) e Alo sendri: um dos dois será o novo prisidente do ChileOS GUERRILHEIROS ÁRABES e OS AVIÕESPÁGINA 34FACTOS

JORNALISTAS VISITAM , METRPOLE A CONVITE DA TAP -Regressaram na quinta-feira, dia 17, a Lourenço Marques os jornalistas quehaviam seguido no passado dia 12 para Lisboa, a convite do presidente doconselho de administração da TAP, eng.° Vez Pinto. Entre o grupo figuraram pelapr'meira vez representan- 1 tas dos emissores regionais do Norte, extensãomerecida e que nos apre registar. «Tempo» foi representado nesta viagem 1 peloseu chefe de Redacção, Mota Lopeu, 0 que se vã na gravura conversando com f"o delegado da TAP em Moçambique,sr. Manuel Frade.RAM AS AULAS-- Começaram na passada segunda-feira, dia 14,as aulas s asescolas primárias o do Ciclo Preparatório da Província. De norte a sul. e milharesde crianças voltaram a encher at à saturação estabelecimentos o oficiais eparticulares. Na gravura, uma imagem do primeiro dia de aulas.Ainda cheira a rosto de fárias.Perante a impotáncia dos governos dos países mais poderososdo Mundo, oschamados *Comandos Palistinianosm. organizações revolucionárias árabes,desviaram dá rotas e apoderaram-se, em dois dias, de quatro grandes aviões ajacto de quatro das principais companhias de navegação aérea. Com os aviõas,retiveram num aeródromo improvisado do deserto de Zarca os passagelros erespectivas tripulações, exigindo a imediata libertação de árabes acusados detentativas de desvios de aviões e presos em países ocidentais. Depois, como a

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resposta a esta exigência demorasse, destruirem os quatro aparelhos apresadosapara fazer pressão sobre 'os governos ocidentaisa. Perante a condenação geral domundo inteiro, os ecomandose libertaram parte dos reféns mas mantiveram 40pessoas até que os guerrilheiros presos seiam postos em liberdade. Um rude golpena segurança da aviação comercial e no eplano Rogerio para a paz no MédioOriente. A sequência das nossas gravuras mostra imagens da dramática situaçãono deserto de Zarca e um dos aparelhos destruidos, um eloeing747». Só osprejuízos da destruição dos aparelhos sobem a mais de dois milhões de contosAPOIN IICAT SE FMNA E OTLC UA ECOOMA, E ALOIAA DE .!1 POVO.INSTITU~FGIN 35RA)T

A miseeaergrs sead qu hámmraet afae-esnico taa itndad em vata ára do Su deques -pr iment afctd na reie de Mahç,MabSbéeMgd -ed n b- assldpel e.. . ..iem aonpica t to, o amaio ditrt do Sul do. . . .stá a se drc a ou indirec amaenta agd e asec a co anid nca aos aoncehsd aixo aipp a a a , a ai Sa aia do aí resiad a m a part da poulçãafcaa. Po utoldo oo ri ,MOP se pnad ága no prpi loca asd se erguea a bargmTiod oaiaz i 'a vivanu o a o décamoaeqaroao aneioe de et agen m ai aia ieo lnas. , i- * a . . .É ist mesmo. . a qu eepiaogvr ado do dit itoda a , corne C a ' Fera ,mentrevia ' u aaa a onced ao ada aoate ia anomlet no ae g abnt de traa em Joã Beo Reeind sem roeooaa prbea au toda a' ua l aojnod prfud que a eosr te ae ada a situaçãoa eeqef inoma. ara o ago qu agoa oca a á esaso trê aees E ssaa e t d s q e c na ci e a nt aom o a m edia s ia em r ê a e assistenciais................ra a a p art i posa s a'p átcatr vé ao aevio de Ve e in a e a e lo i e a i nas.............. , foraam lo gaa ntado mi to aue o i ia e t se e t a,fa e a a í in a o ef io de t lo g ei age. ü s ta çã é...... ........ .....hua a , m u t cíaa a fim u 'o e da e t agoeradr am Ferira - ã é ia , porém ua siuaã a tatrfa ae o nss esoro, too asnoso esoçoesã imia s a sea as atnçe ofcai aocnrms agor fundamentamentesaba a ' pouaçe a i afecadas e sor a d do ditio ü atidiiho u smdvavr a....................po c a caêca alietrs est aed pacamnrslia aiaavsda'aportaã detoa asfote aa i ,do a - is a , poóiocrneCam riraq, aeia ae me decrve as ' eias taascm pat deua-acrima lt co a a. especuaão, acecna. i mitaçã qu f ia aesái esaeee no a,, necia-ntod mih a s ecine fo já levanada , actalmne cada esaeeiet tem dirito * a uméi e7 aco ao aê.etdea s de mo- e entr o a nimaisa. s velhos as ra s ae, po our lao deloaçe depoa- õe qu aa s acopaha pro cuad novos- - - - loai de sorvvêca Ofcamneproed - a am ies tabalh ade a aitu a de a.vo aoo de ága a. de rearaçã, beeiiaãr aberur de frs já eiatn u, sepr a-e asíe, são provios de a-os o-'esseas c ae

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deVtrnraeGooi e M isqepr o efit ispõe a, funs própio e de is fudepal riadpel Goen-ea a,Prvniiu st etaiadoa prç. Po our lad, e so dieçã a atoidde admiistaas aspopuaõe estãde traalh coetv. Alás estia ciia de asforçosdas pouaçe misi afetad s, uoiadeadmiistaias a ra'- ins ituo de fomnt arcl e aeuio, dois Goero Ditiai a ia GoeroGe, a um dosaaesa ais oáesd maer com se est enfrentand a m ir sec de semprenoSu deMçmiu.ment agícla e cosdrvi caên i alienaies par alé si too os problea s a a quoeronopoediard'a ta atnt , a esernç de mehoe di'as é lua-. mu em i td as as reieafetad si 5 - --a aia pouaã te fé emqu at as moiique r aclet a a iog esem s a ao -aóxim, meequ a. ealtae aspierscuas -afrmo ina o aoe o a- m Ferrei-a, aintetiandoa s ise esi a . deesíio E, aepis ae

*IL~ NJ~T pc U* R L\*JIdesolação:denominador comum das principaisregiõesagricolas do sulCom as suas ruas ensolaradas e quentes mergulhadas num céu que é azul e semnuvens até perder de vista, a cidade de João Belo sente em todaa sua dimensão oimenso drama colectivo que avassala as principais regiões agrícolas do Sul deMoçambique. Conversa número um nas casas, cafés, esplanadas, restaurantes,recintos de diversão e, mesmo, no Clube, a seca não deixa ninguém indiferente e,poderá dizer-se, toda a população segue, dia após dia desesperadamente, umasituação quepela primeira vez pode ser previsível em Março. Por outro lado, grupos detrabalhadores rurais afluindo às suas ruas e subúrbios reforçam ainda mais estaconsciencialização do problema que Lourenço Marques, situada a mais de 200quilómetros para o sul, não vive nem sente da mesma maneira. Mas LourençoMarques é excepção: na Manhiça, Macia, Xinavane, Trigo de Morais, Caniçado,Magude, Chibuto ou Inhambane, nas aldeias do Colonato ou naspovoações dointerior, por toda a parte onde a Repor-tagem chegou, a. estiagem também está presente nas discussões e nos gestos doshomens que a medem em termos de manadas de gado que procuram água epastos, de sementeiras que estiolaram sem as chuvas, de longas estradas ecaminhos poeirentos, nos novos significados que assume a palavra sobrevivência.As últimas chuvas já caíram há muito tempo mas a data exacta emque elas severificaram (Novembro do ano passado em João Belo, há mais detrês anos emMa-PMINA 2*TEMPOPÁGINA 38

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gude. por exemplo) está tão presente em todas as recordaçõesquanto a imagemactual de imensos regiões totalmente calcinadas pela estiagem que gradualmentefez secar os cursos de água mais importantes, as lagoas, e outros reservatóriosnaturais. 0 próprio rio Limpopo. cujas águas salgadas e estéreis devido ás maréspenetran tes do indico, onde desagua, banham Joo Belo antes de se estenderem atéi pente de Sicacate, no Chibuto, encontra-se total. mente seco para montante. Eaté mesmo na barragem Trigo de Morais -hoje assumindo o valordo mais absurdosímbolo da rigorosa seca que assola Gaza - o seu leito está transformado numprofundo vale de estranhos e quase belos paralelepípedos dematope fendido eempedernido pelo Sol, que se estendem de margem a margem, e onde os homenscavam ainda, normalmente em vão, procurando as últimas gotas de água. Omesmo se pode dizer do Incomáti, agora uma imensa e coleante mancha branca deareia seca nas proximidades de Magude. dos canais de irrigação, de quase todosos cursos de água maiores ou menores, das lagoas e dos açudes.Por toda a parte,portanto, a desolaão, Desolaçião Patente nas machambas e propriedades agrícolasque ladeiam as estradas e os caminhOs, nos campos que já forampromissores,nas terras aradas que plenas de esperança aguardam chuvas mas onde o solo setornou tão duro que parece cimento, nas vastas zonas secas e poeirentas até perderde vista onde o verde escuro das plantas xeré-PÁGINA 39

filas, por vezes floridas, parece zombar das dificuldades dos homens. « pior secade sempre» -ouve-se dizer a toda a gente por toda a parte- «Nunca, nem mesmonesse ano de pesadelo que foi 1941 as chu. vas tardaram tanto como agora. Queserá de nós se tudo assim continuar?...» e a resposta, que tarda, que cada horaquèpassa torna mais e mais urgente, que continua a fazer crispar rostosimpotentes, essa resposta é procurada no azul sempre azul deum céu quase semnuvens que tudo envolve em silêncio, calor e desespero.sobreviverEntretanto, enquanto não se concretizam os anseios dos homens qie pedemchuvas, a palavra de ordem é sobreviver. E assim, o espectro da seca não é já,apenas, a falta de água. É, também, a abnegação com que muitosagricultores ecriadores de gado, principalmente os mais evoluídos, ýe agarram às suas terrastentando salvar por todos os meios o que ainda é possível salvar. É a buscaincessante de pastos e água por manadas que ao longo de longasviagens deixamatrás de si os animais mais Velhos e as crias incapazes de suportar por mais tempoas infindáveis estradas e picadas do mato. É, ainda, a falta de milho abudante, aespeculação, as preces nas capelas e igrejas, as povoações abandonadas e vazias,os tormentos sofridos pelos animais bravios que assolam os povoados, as avesvoando baixo, a sofreguidão com que se procuram as últimas gotas de água.No entanto, num plano paralelo a tudo isto a esperança em melhres dias ainda nãoabandonou totalmente os homens, as mulheres e as crianças. «Fico. Tenho desalvar o que me resta ...» ou «É a única solução. Que mais haviaeu de fazer senão lutar pelo que é meu? ...», são frases que surgem no meio das conversas,

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pronunciadas em voz quase cinzenta e monocórdica, despida de toda a paixão oudesespero. Palavras que assumem uma nova dimensão, que ficam.flutuando àaltura dos ouvidos e no silêncio das planícies como estranhas flores que nãomorrem com a seca.

piente a uma implacável guerra contra ,p;eculação- reside no facto de terverificado como sendo de água ,,lg8da grande número dos furos ,fúctuados* Poroutro lado, em muit5zonas da região- assolada ao ngo de anos seguintes por secasmaisou mnenos rigorosas - os lençóis de égua subterrânea estão também diminuídos oque torna particularmente dificil o aparecimento de água doce nas perfuraçõesefectuadas. É aliás tentando reduzir ao mínimo as possibilidades de trabalho inútilque os Serviços de Geologia e Minas estão já utilizando os mais modernosprocessos de prospecção em algumas das suas brigadas. Por outro lado, osmercados da capital e sul-africanos estão esgotados de material de prospecção ede grupos moto-bombas o que, igualmente, contraria em muitos casos os planosdeauxilio esquematizados. Para além de tudo isto, e caso se vierem a verificarimprescindíveis, o Governo está pronto a tomar medidas de outra ordem como,por exemplo, a deslocação de populações a que não seja possível ajudar poroutros processos e que se venham a encontrar em situações desesperadas -medidas estas que ainda não foi necessário utilizar.O futuro, porém, escreve-se nos fólios azulados dos empreendimentos jáanunciados -como a barragem de Mãssingir- e nas páginas dos «dossiers, deestudos que estão a ser preparados sobre toda a região. Debruçando-sefundamentalmente sobre a possibilidade de se vir a regular em todas ascircunstâncias as águas dos principais rios do Sul, do Limpopo, nomeadamente,esses estudos encon-tram-se em curso e. segundo informações não oficiais, frisam a necessidade de sevir a construir um sistema de irrigação complementar às barragens de Trigo deMorais e Massingir (incluindo a construção de uma pequena barragem a 18quilómetros da foz do rio que regulará a entrada da água salina do Indico atéSicacate, no Chibuto). Os seus resultados, sejam quais forem, constituirãoportanto, a melhor resposta a uma situação que ao longo dos anos, se tem vindo arepetir com prejuízos incalculáveis e que um dia há-de vir a ser totalmente sanada.O Homem dominará então a Natureza. E as secas impiedosas, como esta que hojese faz sentir sobre as potencialmente mais ricas regiões agrícolas do Sul deMoçambique, serão apenas recordações: más recordações, sem dúvida de umpassado definitivamente ultrapassado.JEI yff

...índicesde progressode um povo e de um país!COMPANHIA DE CIMENTOS EscritóriosDE MOÇAMBIQUE, S.A.R.L Av. Fernão de Magalhães

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Instalações Fabris - MATOLA DONDONACALAI iPAGINA 42

A música popularcomo terapêuticadas doenças cardiovasculares tem sido objecto de uma experia bem sucedida nosuint-Joseph Hospital, em Nova lorque, onde a taxa de mortalidade, eatre osdoentes hospitaizados, doscom de 18 para 8 por cento de que sedá curso aonovo m6todo. A música sifénic por exigir demasiada aten~ mioé tna~d notratamento que consiste na tranmisso ininterrupta, pua todas as enfermaras, demelo~d gravaONTAM-SE por 400os «miii-manequins» (crianças entre os seis meses e os 16 anos) que trahamactualmente emParis para as agndas de publicidade, mas a ua oresceate uUizaçio tem levadopeieólogos e professores a nç o alrme sobre os perigos que amea a for~ai dascrianças, ao submetlas tão cedo ao regime de trabalho dos adultos e ao nenvá-lu (ehabtuo-lus) à artificialidade de ge so s e atudesPara as e&ma fotog~ái em e de te~ Mltas~es, alhei~ a este aviso, isputam a entrada de senu filhos nosestídios das agiacasde publicidade, visudo o sucesso e o alto Pagamento por cada hora l trabalho: 80francos: (4900).E M fins de 1971 principios de 1972, deverá concretizar-se o voo «Apol-16» quelaclul um paseio na suPerfieie lunar, num veiculodo tpo «rtam-t oo qu», ~ este o penúltimo voo do programa «Apolo» queterminará em 1974, depois problemas de ordem paicode ter custado ao tesourológica, moral e jurídica, prenorte-americano 24 milhões parando-se a RepúblicaFede dólares (720 milhões de deral Alema para publicar contos)i leçiespecial sobre oassunto, dentro do princípioA Indústria metropolitana de conserva conheceu, em 1969, o ano mais criticodesde 1954, ao enlatar 49 mil toneladas de peixe, produçio insuficiente paraocupar os 17 mil operários normalmente empregues pela Indústria conserveira.Conselho de Ministros aprovou um diploma que, a fim de acorrer às necessidadesmais prementes de salas de aula, permite a montagem de pavilhões pr-fabricadosem cortas áreas da Metrópole onde mão é viável a ostu imediatade edificlos escolares definitvs.S EGUNDO os especialistas japoneses em demografia, a cidadede Tóquio terádentro de 15 anos cerca de 80 milhões de habitantos. Os mesmostécnicosprevêem que as cidades de Tóquio e Osaka se ligarão através deuma faixaIndustrial de 480 quilómetros de comprimento constituindoaquilo que os japonjáchamam a ade iddeTokad» e que alberg 80 milhões de habitantes.A fecudaioatiica

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deu origem, até ao momento presente, a 250 mil crinças, mau grado o processo tersido condenado por Pio Xll, pelo bispo protestante alemo Dibelius e por diversoscientistas de renome. Um tão grande número de <filhos» da inseminação artificialestá a suscitar diversosde «que o desejo de ter um filho, seja qual for o modo de o conseguir pertence àesfera dos pala».Á maior das setentacentms de dessalina~ o espalhadas pelo mundo para aproveitamento da água domar situa-se no Kuweit, onde são neessários quatro litros deágua salgada paradestilar um de água doce, Importando o metro cúbico em 120$00. Está em estudoum sistema de dessaflnizio denominado eVaeuum Freezlng Vapor Compression»que permitirá uma produção a preço mais baixo.primeira vez na 1> história da Aficado Sul uma jovem no branca oncorrer ao título de «Mia Mundo». Embora játenha sido eso~lhida uma candidata brana «mis» Wiliam Jessup, de PortElizabeth, os organizadores do concue «Mias Afica do Sul», realizado emDurban, no principio deste mês, resolveram fazer deslocar aLondres, emNovembro próximo, a vencedora da competiio, a que estiverampresentes cr deduas dezenas de jovens mio brancas da Africa do SuLA ponte Macau-Tque fcará conclulda em fins de 1973 custará cerca de 71 mil contos. Terá 1281metros de comprimento (no espaço), 78 metros de largura e entre 27 e 80 metrosde alt~a Os encontros da ponte situar-se-lo na rotunda Ferreira do Anmral, emMacau, e na Taipa Pequena, na ilha da Taipa Na sua extensão total, IluIndo osaterros de acesso, a obra, que obedece a um projecto do Prof. Edgar Cardoso,medirá 840 metros.R ALPH NADER, jovem e famoso advogado nortesnmricano tornado conhecidoem todo o mundo pela luta que tem travado a favor do consumidor, acaba de obterda General Motors uma bidemna de 425mil dólares (cerca de 18 mil contos), após uma batalha jdial que durou quatroanos. Depois de Nader ter publicado um livro Intitulado dInseguro a QulquerVelocidade» em que denunciava os defeitos de fabrico do modelo «Corvair» daGeneral Motors, esta empra, que se viu o a retirar o veículo domercado,contratou detectives para pesquisar a vida ýpat~ do advogado, a fim de descobrirqualquer escindalo susceptivel de o o a cal Mas lph Nader,cuja vida é de um asetismo Irrepreensivel, p8s a nu as manobras da Generl Motorsforgando o seu presidente, James oe, a apresentar públicamente desculpas, depoisde admitir ter havido «uma certa InterferOnda, na vida do advogado. Este não sesatisfez com o pedido de desclps e exigiu umade dois mlhies de dólares (00 mil contos). A demanda foi agoraresolvidamediante um acordo entre as duas partes, terminando assim umlitigio que durantequatro anos apaixonou a opinilo pública norte-amerlcana.LE4UP0PAGINA 43PÁGINA 43

ÀI MISTERIOSA DROGA CHINESi

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Q do os três tripulantes chineses do «Oriental Rio», que tocou mais uma vez oporto de Loureno Marques, desceram as escadas do portaló em fato de passeiotalvez nem sequer fossem decididos a longas demoras. Mas o diabo tece-as e ascoisas complicaram-se à segunda rodada de «chanpagne>, malcomeçada ainda anoite e mal treinado ainda o pé para a dança, num ,cabaret» da Rua Major AraújoDuas das três companheiras de folia de Tsay Lee Gen e Chen Kuang Hsimg, doChangai, e de Yuan Boa An, da Formosa, inesperada e simultâneamenteindispostas, foram transportadas, inconscientes, à sala de.reanimação do HospitalCentral MiguelBombarda. hipôtese da utza~çío de estranha ý chinesa circulou cer na boca dequantos tom conhecimento directo do sucedido.Elisabeth e Gaby, duas irrequietas moças do «1 Duarte Show»,acordaram semsaber como nem pc rodeadas de cuidados de médicos e enfermeiros. acreditam emcoincidências, como por função a Pi também não pode acreditar. E, como nãoacredit três amigos foram detidos para averigua~õés e o «C tal Rio» fez-se aolargo, a caminho dos portos da rica do Sul, com a guarnição desfalcada.II

s marítimos chineses Tsay. jan e Chen (à esquerda) etidos pela Polícia at6 explicaro caso das a|larinas Elisabeth a aby (à direita), suasentadaCOMPRIMIDO MISTERIOSOVárias horas de inconsciência separaram as duas bailarinasmetropolitanas darealidade. Elisa, tal como a amiga, esteve internada na salade reanimação doHospital e, segundo nos diz, muito mal: iEstive a receber soro».Acessos de riso, de choro e de fúria acometeram uma e outra após teremrecuperado os sentidos. Entretanto, detiidos pela Policia. os marítimos Tsay, Yuane Chen alegam desconhecer a causa do que se passou. Nem se lem-bram de ter visto o comprimido. O frasco com o líquido semelhante a awhisky»foi apreendido e enviado para análise para o LaboratóriO da Polícia Judiciária deLisboa. Onde estará a droga? Ou então: como foram as duas bailarinas, após asegunda -rodada de «champagne., parar à sala de reanimação do Hospital MiguelBombarda? Demais, ainda faltará esclarecer que estranha indisposição obrigou oguarda da P. S. P.; de serviço no local e o primeiro agente a intervir na questão,Graciano Lourenço, a passar pelo banco do mesmo Hospital, com cão-pollcia etudo.Na manhã seguinte ao sucedido as duas vitimas da mistela tiveram alta doHospital. Ou era da droga ou Gaby sentiu-se seguida. Ela explica: aMeio tontaainda, dirigi-me à Esquadra e dai à pensão por causa das malas. Da sala dorestaurante tive a impressão de ter sido seguida por um individuo chins, quechegou a entrar na pensão. Não tinha o ar daquele sujeito que pretende conquistaruma mulher ...wAi está o pormenor que faltava para completar o enredo que a Policia Judiciáriaagora terá de deslindar.Chen, de calça lltrad. aparece sespre à frente do grupo e foi apontao como o maIsPAGINA 45

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ielto dos trk tIlpiall do eOrlenfal Rlio*

MISTERIOSA DROGA CHINESiONDE SE FALA W MWHISKY, ...A mesa do acabaret. a conversa. entrecortada de risadas, corria sob o signo da boadisposição. Tsay, Yuan e Chen, com gestos exuberantes, procuravam entender-seda melhor maneira com Gaby, Elisabeth e Rosemary. Mandarim,inglis, espanhole portugués, numa mistura pitoresca, supriam as insuficlncias da mímica oucompletavam-na.Um frasco de boca larga surgiu na mesa. Um dos tripulantes do *Oriental Rio»fez a exibição e despertou a curiosidade das mulheres. O liquido que continha eraem tudo semelhanteao ,whisky,. Gaby, diminutivo de Maria Gabriela Forreira deOliveira, naturol deLisboa. quis ver o que era a o outro Incitou: ,Good, gooda. Ms abailarina mexeu asó mexeu. Par* ver o que era. Ainda que o tivesse visto verter parte do liquido nocopo dele. E cheirou.Maria Gabriela procura reconstituir os últimos momentos dacana o emfesse-se-nos ainda atordoada, indisposta - ano sei o que tenho, mas sinto-me canada; aindanio estou boa». Encontra o fio à meada e afirma-nos: «De repente, eu estavadistraída a falar nio sei com quem, vejo o chinh de calças às riscas a deitar umapor. çlo do liquido na minha taça. Procurei impedir o gesto e omeu vestidoainda foi atingide. Claro que no I* a mist[e a derramei tudo nobalde gelo.A partir desse moní~t, a bailarli-ane sai explicar o que sentti viu-e desfalecer. Ela conta come fi oAad~ i amesa e sal pele cordor. Sentia-m tremendamente Oal lego um sem número da peosouveio amparar.Depois, depois não a fluir -qw wrlasse ...........Estava-es na segunda rodada 4 achampeone, o a festa ficou de súbi estro#ada,sobretudo quando se not que Elisa §rito Lepas, natural de Md tola, outra figura do,Donls Duar Show., era a segunda pessoa da meu a sentlr Ude " roda. Tambémsem p4 caber como nem porqul.Ellsabeth lembra-e de ter dançm e tem a Impresão que a mesa e seentara ogrupo nunca havia ficam completamente desocupada. Ouviu f lar em .whisky.chinh e também r taça dela certa does fel vrida. M viu o derramou o conteúdo, talconi o havia fo Gaby.O marítimo das calças de riscas, que porece o mais Irrequietode M trpulaíntesque perderam o eOrlie RI.. tem no depoimento de ...n. vitima um papelpreponderante. E mostru-m um comprimido do tem to dauls que ormalmo ecepram na farm hias, efervescentei pera a má dispoIçã estomacal. Te vez umpoc maior. Ofereceupora ou masticar. Recuei ms, pu curioidade, leve os dedosà boca tomei o paladar da psth. R . de-me de ter dito em voa alta:é ~i chei, porqeera doe.. Cem uma nianca iptentý ou, enanto cemsva 4 .....uma s t má dIspoão, tn a~ade da m. ',Quela me o em o m ~ c e,4 stand ou aul1i

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um dos ut c e fez-mo um si que m pereceu er de sil, coe dade l . Tiveuma ~me aco~ aram -a à entrada dase de ba . Soi que Por ~a gundos sofri de esvanhs sen

ALLEY OOP SURGIU QUANDO H1AMLIN COMEÇOU A INTERESSAR-SEPELA PRÉ-HISTÓRIAeAlley Oop tem mais de 1,80 metros dealtura e pesa para cima de 100 quilos, mas ele não 6 mais do que eu próprio», dizo artista seu criador, V. T. Hamlin, que é pequeno e pesa menosde 70 quilos.«Na verdade, esse tipo e eu somos umae mesma pessoa, e tão sei quando deixo do ser eu. para começar aser ele. Creioquê ele representa a admiração de um«peguenote» por um «grandalhão» ...»Hamlin nasceu em 1900, em Perry. Iowa.Aos 17 anos, estava em França, combatendo na 1 Guerra Mundial. Enquantoconvalescia de um ataque de gás. no hospital, entretinha-sea ilustrar^as suascartas e as dos seus companheiros. Um jorna ista que se encontrava numa cama aseu lado sugeriu-lhb que tentasse a caricatura.Aos poucos e 'poucos, de sucesso em sucesso, chegou a Alley Oop.Em 1919, regressou à sua escola secundária em Perry o tirou umcurso de jor.....nalismo na Universidade de Missouri. Tra-balhou como repórter em 'vários jornais de Dos Moines, e maistarde comocaricaturista num jornal de Fort W~orth, Taxas. Em 1927 (dois anos antes doaparecimento de Alley Oop) Hamlin dedicou-se a pintar cartazes e mapas paravárias companhias de petróleo. Quando fazia esse trabalho,conheceu um geólogoque era estudante da Pré-História. Hamlln deixou-se fascinar por essa ciência, ecomeçou a ler tudo sobre Pr6-História que encontrava nas bibliotecas públicas. DaGeologia Passou à Paleontologia e, maiu tarde, História, emgeral.Foi a insistênclas de sua mulher que tentou uma história em quadradinhos,inspirada nos seus conhecimentos, e assim surgiu Alley Oop ea Mooléndia. Logode inicio, Alley Oop ganhou o favor do páblico, e hoje as suas incríveis aventurassão publicadas em centenas de jornais diários e dominicais.Quando, com a suaMáquina do Tempo,Hamlin fez saltar o seu famoso cavernícola dos tempos pré.históricos para oséculo 20. editores e leitores tiveram um choque. Jamais tinha havido uma tãodrástica mudança nas histórias de quadradinhos e, apesar deAlley Oop haverganho enorme popularidade durante os seis anos em que o seu criador o manteveem ambientes pré-históricos, tornou-se ainda mais popularquando surgiu nostempos modernos. As surpresas haviam apenas começado a aparecer. Oconhecimento que Hamfin tinha da História, e a sua invenção da Máquina doTempo abriram a Qop ilimitadas possibilidades de vaguear através do Passado.Presente e Futuro. Alley Oop encontrou-se com o Rei Artur e Cleóptra, foiecowboys americano, e esteve já na Lua. Onde irá agora? Esta pergunta só podeser respondida por Hamlin que, através de Alley Oop. passaráa estar presentetodas as semanas nas páginas de «TEMPOn. -7

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QUEM IEQ 4 SAO AL.EY OOP E OSSEUS PRI-INSTÓICOS AMIGOS DA OOLADIA-00LA, FOOZY, REI CRUZ e DL WOHMUIG? Oop e os seus amigos viajamatravés da história numa incríve| Maquina lo Tempo, Ouiandonao estao na pré-histórica Moolandia, podem estar a cor-er aventuras alguresno Passado, Presenteou Futuro, com muita acção,K: IAJÕNIAAtJIIHOM 1OoP 8,~uj

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AREOSA PENAo. EXEMPLO VEM DO NORTEOs quatro Sindicatos Nacionais da Zambézia tomarm a peito «consciencializar»os seus três milhares e meio de sócios sobre os <direitos e obrigações», segundoafirmaram no comunicado, em que se verifica ter principiadoa campanha porfazer distribuir, pelos seus associados, uma circular contendo algumas normas einstruções sobre legislação do trabalho».Pelo que tem de natural e de acessório da missão de qualquer órgão corporativonão mereceria esta iniciativa nenhuma referência encarecedora, se não se desse ocaso da mesma revelar uma preocupação desusada (entre nós) por parte dasdirecções sindicais em relaão às massas associativas e de nos suscitarimediatamente as perguntas seguintes: <Que fizeram de idênticO Os restantes 29sindiStOs de Moçambique em atenção aos trinta e cinco Inil trabalhadores seussóCiOS? Como têm demonstrado o seu interesse pelas Inassas associativas?»As respostas evidentes trduzem um desinteresse recproco -nem as direcÇ5es dossindicatos porfiam em aProximarse dos pro-blemas dos sócios nem estes se entusiasmam a apresentá-los aosdirigentesconquanto caiba às direcções a tarefa de dar o primeiro passo no sentidode estreitar as relações base-cúpula.Estas relações da vida sindical têm-se restringido, durante longas décadas, atarefas pouco mais palpáveis do que a cobrança coerciva da quotização, o queinstaurou um processo de alienação de toda a massa associativa.Agrava ainda a situação as queixas insistentes dos trabalhadores ao referirem-se àconduta sobranceira tomada pelos empregados dos sindicatos quando lhessolicitam algum esclarecimento ou ajuda. Tal atitude dos funcionários dassecretarias - denunciadora do desconhecimento de facto tãosimples como é o deconstituir cada sócio não só um «patrão» mas também um dirigente em potencial -ao alargar o fosso já existente entre o trabalhador e o seu sindicato,desencorajando-o de procurar a solução dos seus problemas portas adentro doorganismo criado para os conhecer e determina mui-tas vezes a antipatia (irracional sem dúvida, mas antipatia) votada ao sindicato.

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Prefere então o trabalhador apresentar as suas questões coma entidade patronal àconsideração do Instituto do Trabalho, esperançado numa mais rápida e eficazdefesa dos seus interesses.Quer isto dizer que os trabalhadores preterem o órgão de que fazem parte, que osrepresenta e que tem por missão defendê-los, para entregar asalvaguarda dos seusinteresses a um serviço estatal que, apesar da melhor boa vontade, não pode estara par de todos os meandros e anseios inerentes a cada profissão.Se tal acontece, deve-se não só ao facto de grande massa dos trabalhadoresignorar que o sindicato existe para outra coisa mais importante que a cobrança dasquotas, mas também porque se generalizou um profundo cepticismo, justamentefundamentado, na lentidão e inoperância da máquina burocrática sindical, quandochamada a lutar pelos direitos do trabalhador, desprezadospor qualquer patrão.Parece ser tempo dos dirigentes sindicais reverem a sua actuação e concluir quenão chega reunir-se semanalmente, assinar o expediente organizado pelo chefe dasecretaria e debruçar-se, de longe em longe, sobre os problemas da classe que oselegeu.Consciencializar os sócios através de comunicados frequentes, divulgar emlinguagem acessível as leis que defendem o trabalhador, criar neste a noção deque não é mais um indivíduo fraco e indefeso à mercê de patrõessem escrúpulose chamá-lo por todos os meios a comparticipar na vida sindical parecem ser demomento as tarefas mais urgentes a que os sindicatos de Lourenço Marques e doresto de Moçambique devem deitar a mão, seguindo (e ultrapassando) o exemplodos Sindicatos da Zambézia.É que quanto mais consciente se sentir cada trabalhador da importância do seusindicato e da necessidade de activamente participar na suagestão tanto maisaudível será a voz do sindicato e mais equilibrado o diálogo entre as associaçõesde operários e de patrões.PAGINA 491

Na EspanhaPREVISTA REMODELAÇÃO MINISTERIAL COINCIDE COM O DECLÍNIODA «OPUS DEI»O general Francisco Franco deverá anunciar muito em breve aopovo de Espanhauma nova remodelação no seu, gabinete de ministros - um gabinete descrito comosendo hoje composto por uma maioria de jovens tecnocratas filiados ousimpatizantes da controversa «Opus Dei» (a «Obra de Deus»),sociedade de fiéiscatólicos que se pode incluir entre as mais poderosas e influentes sociedadespolíticas e financeiras do mundo. Prevendo essa remodelação, que é consideradacomo ponto assente em todas as últimas notícias chegadas à redacção do«Tempo» sobre aquele país, os observadores e comentaristaspolíticos melhorinformados acrescentam que ela visa principalmente a constituição de umministério «mais equilibrado». Isto significa, em suma, que nele virão a tomarlugar mais preponderante os homens da Falange, inimigos tradicionais da «Opus»que consideram como principal factor de mudança numa Espanha que elesquerem manter tradicionalista, conservadora e de costas voltadas para a Europa

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além-Pirinéus. Significará, também, um decréscimo de influência da ainda todo-poderosa «Opus Dei»?IÉ possível que sim. Falangista de alma e coração, o generalíssimo Francomostra-se agora descontente com a actuação liberalizante de vários dos seusministros, agora, é bem de ver, que as mais imediatas crises do país - insatisfaçãoestudantil e operária manifestando-se violentamente- parecem ultrapassadas emomentâneamente relegadas para segundo plano. Por outro lado, e com o pano defundo constituído pelo escândalo Matesa pendendo sobre toda a conjectura, oaumento constante de salários e custo de vida acompanhado deperto ocrescimento em flecha do «déficit» da balança comercial, constituem os melhoresargumentos contra a actual preponderância da «Opus Dei» no Governo.Argumentos aliás utilizados, pelos referidos comentadores e articulistas políticos,para explicar as recentes nomeações de Luís Coronel de Palma(conhecidodetractor da «Opus Dei») para o cargo de governador do Banco de Espanhaanteriormente ocupado pelo ex-ministro das Finanças, Mariano Navarro Rubio, da«Opus», e a do general Manuel Diez-Alegria Gutiérrez, um soldado de carreiraprofundamente envolvido na política e sem ligações conhecidas com a «Obra»,para o cargo de chefe de Gabinete, deixado 'vago com a morte dogeneral MuflozGrande. Estas nomeações, frisam ainda a propósito os comentadores políticos, sãoos indicios mais evidentes dn que a esperada remodelação ministerial dogeneralíssimo Franco visará efectivamente a constituiçãode um gabinete«equilibrado» o quepara ocupação do cargo de primeiro-ministro da Espanha, a nomear num futuromais ou menos próximo pelo generalíssimo, reflectem ainda essa viabilidade.Assim, e além do almirante Luís Carrero Bianco, que ocupa actualmente o cargode vice -primeiro- ministro, diz-se que Franco está considerando como nomeaçõesprováveis para aquele cargo o ex-ministro das Obras Públicas (e declaradamenteanti-«Opus Dei») Federico Silva Mufiloz e um «general», possivelmente ogeneral Diez Alegria. É aliás este último quem parece reuniras maioresprobabilidades de escolha. Com efeito, e enquanto o almirante Carrero Blanco,um homem sem grandes ambições políticas,é controlado de perto pela «OpusDei» e o ex-ministro Silva Mufiloz ocupa hoje um importante cargo directivo nacompanhia petrolífera estatal Campsa, o general Diez Alegria é extremamentepopular entre as novas gerações de militares espanhóis, tem-se mantidodisponível, desperta uma certa simpatia junto de alguns sindicatos mais ou menoscontrolados pelo Governo e sempre demonstrou uma grande ambição política.Sendo assim, e ultrapassada positivamente a fase de negociações entre a Espanhae o Mercado Comum Europeu- durante a qual a nomeação de um militar para um cargo-chave no Governopoderia ser um sério passo em falso a indigitação do general Diez Alegria paraprimeiro-ministro parece ser efectivamente muito viável -com todos os reflexosque isso possa vir a ter na Península.Por outro lado, e em linha com a acusação há tempos pronunciada no SupremoTribunal, que julgou o «caso Matesa», contra a actuação de dois ex-ministros doactual gabinete (Juan José Espinosa-San Martin, Finanças,e Faustino GarciaMoncó, Comércio) que foram pronunciados por «controlo negligente dos gastos

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públicos», é provável que o então ministro da Indústria e actual ministro dosNegócios Estrangeiros, Gregório Lopez Bravo, possa vir a ser alvo dodescontentamento de Franco. No entanto, o jovem tecnocrataLopez Bravo temvindo a adquirir uma grande popularidade últimamente, não só na Espanha comoem toda a Europa, cujas revistas sensacionalistas o descrevem com os termos,destaque e adjectivos que'normalmente dedicam apenas aos Kennedy. Isto tornasem dúvida difícil a sua demissão por parte do genelarissimoFranco que, éfrisado a propósito, a deixará à responsabilidade do seu futuro primeiro-ministroque poderá inclu-lIa numa remodelação geral do seu gabinete.E A «OPUS DEI»?IZ

NO M OS rnNo H~ CmmSundo um relmtie recentemente publicado em fu~as, informa aagéncia rranceProa, s v tmes americanosnos paises do Mercado Comum atingiram sI0 llM S4-d4i,~ (fI0 milhões deí0.contos) Co foraul reltóio r edPlis ua co mi da C . E.ands i- m - p ageor ~ina Europa e duan o pertodo de 1N385-6 lavistiusc arie nos poMe do Mecd Comum forea ~r v~ze supe d ees iniaostwaace.s-o. w 1.am 08Actsc~ a~ o rMtt<rio: «Uma comp~ai com a General M~tra não exportou doaEados Unkdos um único dólarpara iavestimentos no estrangeiro, durante 05 úlimas vinteans. Aquela firma feznotar que as campa~i5 anmericanas, umna vos alcançado ume determiniadocrescimento no deixavam de ter neceasidado de receber fu~ daAmérica.Entretanto 40 por cento do financia. mente das ope e americanas foi obtidode fundos realzds no estrangeiro acrescenta o do doent .0 ~iaetam~~ egopou ce, i ap o cso da inste e deenvlTinento dasopera~ americanas na Eu. lupa, como também permite aos americaaoscomprarem companhias europeias.As companhias americanas subsidiáia na Europa produziram 95 por cento dosCircuito& electrónicos Integrados ali produíSMoa, 80 por cento descomputadores e 29 POr cento da produção automvel, estando a ParticipaçÃoamericana a expandir-se vir. bl~taem todos os aectores da oconoah eUropeaConclui o selatõrio dizendo que é inegivel que os Investimentos americanosori"ianfU progresso, nio sendo no entanto os europeus os principais beneficiáriosdesse ~eo «Cm o deostaa diversos"»a com os países de Indústrias nado"3 ), a poiUtica dessas companhiasmall ~ .- éiafí m m.Ai" donondemteA nNGLATERRA CONSlERVADOA

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E A VENDA DE ARMAS A AFRICA Dlo ~IN SAINTCLAIRA subida ao Poder dos coservador.e w ,od~ = urs entre a Grá-Bretenha ea África do Sul. Desde o inicio da s 4u a elei que os «Toriesa»haviam dado isto a perceber. «Se formos ok~ -à d- «reoeneçremos a vender armasà África do Suis. Essas gemis a ~ ~ ana mas a acreditar no que informamde Londres, a decid de roseçr oss vendas foi já tomada pelo Governo de Heath.Não se compreenderia, de contrário, as veementoas iatorSs aprepóito, tanto naCâmara dos Lordes como na doe Cemua, <.* oro~ 4aesOP~ têm-semostrado tanto mais violentos, quanto demonstrem as a traar-uma batalha perdida.No último momento, tudo levava er, muimm, e um grupo de cea ores sehavia igualmente oposto ao l a d « NO primeiro-ministro r o p a mr «~11 o un., quando interpelado porHarold Wilson, que cf a a0 otc mtou-9e emdizer que o secretário de Estado doa Natava em consultascom os Governos dos paases m da « ~ esta queme oo, eque em breve seria feita uma pormenorizada ~uw~ ao Parlamento.Enquanto se aguarda esta eun~ a0 . 4 e ~parem não deixardúvidas a ningqum - tanto a conserva~d-5 - o a t~ ~multar> osGovernos da Comunidade, diz-a. nos c rcules p i mde Lown, significa oabandono do plano na eventualidade de a ma~ da i desfavoráveia,mas apenas informar esses Governes da inten~ e 4oh~ e, m, necessário, tomar emconsideração as opinl&#, taun to pos~ 0 qu - refere à naturezadomaterial militar a entregar.E EA O. N. U. E SIMON ,OWSeja qual for a comunicação que for feita ao Pa t o Gveno de Heathtomou Já uma posição definitiva sobre as ra~ quem e le, militam a favordo levantamento do embargo de armas lm ~p e m »« ~ Governotrabalhista,sgundo recomendaçio das Naes Unida.*Não pode haver uma lei para os « qws iu~i a a afirem olhes agradar, e outra para um país (G U t > 0* ~ ede irmá-opúblicamente, muito fez pela defesa dos diritos doa povgoe àIldade e foi mais afavor da descolonização do que qualquer o~ *a~ aOi~ "r» Alec Douglas-Home, o novo chefe do For+iga Offim.«Sir» Alec não podia ter sido mais eiq>14~atle reter inequivocamente àameaça, levantada pelo fortalecimento e Intes¥~ da navais séticasem águas que lhs não eram familiares,~ que Moscovoarroga em fornecer nrã de tdm os tipos w b lhe parecer. Porquedeverá a Inglaterra impor-se rrições quasdo o ma~ que lie pedem serviriapara proteger a rota marítima, de 0*. d Baus aind mais importanteagora para as potêncis ocidentais devido o .eeram~ docl~ do Sues?Chegámos assim ao âmago do problema, rec~ ~ Alce Dmig1as-Home. Dequalquer forma, disse ele em conui a Gr&]RBn& te o dirent. de protegeras suas vitais comunicações marítima 0 ~ ca de 8u foi ~ r O Egipto e aSíria estão cada vez mais sob o wmtr4~ da União Soviéica. o canal do

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Suez for reaberto, Adêm será ao ~ à, Ma~i de- ÉS a 4 'Afica do SUlUNIFORMIZAÇAO DAS PAhSAS DU W~AFoi anunciado em Joanesburgo que a partir do p me de Março todasas revistas sul-africanas que se poblicam em Ing14s e em «Afriklans» passarão auniformizar o tamanho das suas páginas O novo formato dará página de M XM mílimetroe, com uma manchade 295 X 217 milímetros (aproxitndamento as mídas de ~Te-o.).Um informador oficioso de uma firma edito disse que as agncias depublicidade haviam solicitado esta uniformiao, confI*mando desta forma ospedidos que desde há vários anos vêm fazendo mes sentido.Esta decisão foi tomada em virtude de os diferentes tamanhosdas páginaslevantarem problemas aos anunciants4 ao %m as', originandopor vezesdesperdício de papel.Os vários tamanhos das páginas Um crIado U*1fh.l~ am. amnciantes bemcomo o aumento dos preços dos anúncios.0 referido informador oficioso acrescentou eia que é notável o facto de as revistasconcorrentes haverem, pela primeira vez, chegado a um acordo, consen-

SOCIEDADE DE CONST RUÇõES METÁLI C__ TEC1NMCAS ALTMENTE E~SPECIALIZAI

IÇ A DAR-ES-SALAM k OU CAMINHO DE FERROEntretanto, uma frota de 450 esmiSes desmantela-se atravésda «rota do Inferno»transportando dez mil toneladas de cobre por mês para Da EsSalam e levando, navolta, petróleo e gasolina até Lusaka. Rodando nas piores condições, através dazonas montanhosas e de pântanos, sem escalas possíveis ao longo decentenas dequilómetros sguios, chegam a perder-se quarentacamiões por mês que, acidentdseinúteis, vão parar ao ferro'umprimentos hai tuais sobre o sidente Mao, mostram-se realisflexíveis e atentosnunca deido de levar em conta a posição s ideias do interlocutor ...» ,sconversações de Pequim, de se deslocaram os ministros Finanças da Zâmbia e daTania, resultaram nun financiaito de dez milõs de contos que, termos ,êogaanunciado, poser pago e .25 anos como um )réstimço sem juros.Um finannentqque permitirá a concretido monuental projecto de struçao daquela lina férrea ao ,odos próxmo cineo anos, a de fins deste ano, segundo ios minuciosamenteelaborados equipas técicas chinesas. Não , no entanto, a única saída para iar que aZâmbia passará a pousar, no futuro, via Tanzânia: ltâneamente à construção desteinho de ferro -que há quatro s atrás o Banco Mundial se nea a financiar por poucoeconóo - os dois países transformanuma moderna auto-estrada as uais vias decomunicação rodoria, que no conjunto e devido ao ýestado habitual sãoconhecidas 10 <a rota do Inferno», ligando a Dar Es-Salam. Estendenseparalelamente ao Tanzamno e com a mesma extensão, P0quilómetros, esta estradaserá limente asfaltada graças a um ro empréstimo de 720 mil conefectuado pelosEstados Unidos Arnérica. Colaboração sino-ameiia na Ãfrica Oriental? Talvez, es,uma acérrima competição de

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pelos Russos, e a Volta, financiado dial. Estendendo 1600 qdilómetreiý inóspitasda Zâ*n ele foi considerad em Pequim comer do tratado de fli osdois países e acio de un aume pensar pelo povo afro-asáticos. U ante os m:inist Zâmbia e da Tanro-ministro CliouKÇÃO DA EM ft5LA-a d passar periclitanteqeo pe ýenha pressaenres a iuta contra o i americano em África «ai suficiente», «Estamos, 1terminados a fornecer cada vez maior aos pov( e da. Ãsia» - disse text0 FIM DE UMA «ÊPOCA IIEIICA»Por outro lado, e em princípios deste mês, os Estados Unidos anunciaramformalmente terem concedido unm novo empréstimo de 78 mil contos à Tanzâniavisano a reconstrução da auto-estrada Lusaka-Dar Es-Salam. Isto aumenta para720 mil contos o total de empréstimos americanos destinadosa esse projecto queficará completo muito antes do prazo previ-frn para conclusão do Tanzambiano.mirth para a Ko o a - por one e era asgurao todo o abastecimento da Zâmbia e oescoamento do seu cobre. A niova estrada Lusaka-Dar Es-Salam e, em 1975, ocaminho de ferro Tranzambiano libertarão porém e definitivamente aquele país daasfixia em que hoje se encontra. Torn-lo o, também, mais solidário da vizinhaTanzânia aproximando-o da florescente comunidade da Ãfrica Oriental que, porenquanto, reúne apenas a Tanzânia, o Quénia e o Uganda.PAGINA 53r com ORneias numa zonas de Ã:Tanzamo a ao mar ,s-Salam. melhor a [do relati,1POR

TImpoDES ORTITEMPO de~a *ma -.%4M ma páginas ao Desporto. 9 s quedesde Já se sn clam n ma ssobre desporto s sr ~ -«e forem determinadas pe pa1 4~tistas, pelos dirigentes is edecties e pelos adeptos. às , 9 usa sempre em fuesííodmatde O actoedos representants das ~res elus antes referidas, nus cem a 1~4911h~de ofender A, impor s bs5.~ C.£ certo que dar~ rne iarl4da ao ai Interpretativo 4 ima6n 4 ~mdetrimensto do 9~ sM . a.teremos a e o c1 de4Mspelo Desporte. &da~is do 0~ 1.de tornar o Jornaliamo ~ M o a~ páginas um jornallsmo do eànalismo não A mm ' de mwtica, um jornai que ~ espocsie Eso clubismo dos que a~ lees~ dalidadas de preferé~ sM*» is

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com a preferencia ~el eesMftárla 6~. jamos o leitor da T~ aecs*~Pe nos debatesd a das epin~ Porque j á basta de o leitor eemum penar que o jornalista, u S,ma ow n aJornais, é um ser ef*ri t kd~ eomnisciente. O Jornaa é um barnecomo qualquer er. 54 q« a p~ domomento em que as~ a pref temsobre si responja*ilida4ês OMPa~eos~ quanto & Verdade, à ustiça o a uma Ética.Assim, haverá em ?T o dajornalismo desmProa q- «m *«e 9"novos no er s Pi e. hw e ~excluiremos a critica e tanto fa . hm do que estiver bem em» < hIMal do queestive"r mal. Nado 4 q wserá tudo menos criticar. E 4u~ a 1 agem for do concllatlvo ao m~ é Pque o assunto o peri e pr~e o inalistadesportivo am~ é in *«~ e por isso cultor de um os. Mas A~ les quese sintamatingidas dk~ ou Indirectamente por erítie*s 15mr~ no TEMPOé-lhes facultadoo Im ita rec~o à resposta, 8o dewm e & 4ss. Pa~que o que aqui #s disserJamais > ~ o cariz do absoluto o do degma. P~ ?Porque TEMPO 4 feita Por b s ~por seres omnipte*e. I%~sa da pplação. E o Desporto age~ do uma papulação esclarecida A uma populaçio adultaem relae a prlmados que dinamiam o ~. os primados do Desporto.Co.cialad peracomprar o jornal, l-lo e diatla.Em suma: quando algu~m s sentir vi. sado pode ter a certeza de que nunca estaráem causa a sua pames m sim a pública discordá cia com as smo atitudospúblicas. O ataque pae to como oAmem de olhos fechados ser ants frmtração do que jornalismo.E TEMPO nãotem tempo para dedicar 9eja a quem for uma sé linha como taqu pasea * NIotem tempo nem confere esam honra a ninguém.SIXPOS0 INTERAMINALE APLICADO A EDUCAÇLO IUMoçambique foi durante alguns dias o centro de comunicaçõesrelativas àEducação Física e aos desportos. Com o nome de 1 Simpósio InternacionalApticedo à Educação Física um grupo de levestigadores apresentou concluses ediscutiu proposições sobre a matéria.A cidade não teve a mais exacta percepção da magnitude do acontecimento quedecorria entre-muros. E se esse fecto significa muito quanto à oportuna ouprematura realização de um simpósio de tio grande projecção, somos dos queconsideram como muito importante este esforço do Conselho Provin. cial deEducação Física de Moçambi. q» no sentido de colocar a disciplina desportivanuma plataforma acima da rotina comum na vida desportiva moçambkana.A apreciação dos vários trabalhos dos convidados será um contributo realmentefundamental para uma reavaliação do fenómeno entre nós, pondo-o em termos dedidáctica e rodeando-o daqueles delicados pressupostos que obrigam à evoluçãodas coisas.Se houvesse que criticar ou tornar reticente este simpósio seria difícil. Cadaintervenção valeu como uma tese. E tal como qualquer tese, nenhuma

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comunicação deixou de oferecer aspectos discutíveis ou para debater. Talvez hajafaltado em certos trabalhos o subsídio valioso da exemplificação ao vivo ou pormeio de filmes adequados aos princípios propugnados por cadaconferencista. Mas esse facto não minui o valor intrínseco dos trabaIN Também*cria interessante que a simpósio de tal natureza e de tal importância teotica etives ab dado as muitas implíca~ sócioportivas do H~ k~us. com as versasfases do estádio cultural d populações no Mundo. É que o depe vale como umafase de sublimaç o movimento, da adaptablidade i dual e da acço colectiva, disportanto, de suma mportância par gumas das mais eles realizoçihumanas na sociedade, das qu SAODE E ESPIRITO DE EQUIPA * factoresóbviamete coísequemei prática desportiva e progresso »oO 1 SIMPÓSIO RM* NACION4 ÂPUCADO A EDUCAAO FISIC,realizando-se em Moçambique, cot à Província estatuto de mais um com deinvestigação sobre Desero, o i¥ é prestigiante para td nós. Adl gação dascomunicações das ~ personalidades que estiveram pre tes a esta magnaasembleia de eu diosos de desporto porá o Conseli Provincialde Educação Físicae De portos de Moçambique a nível inter cional como organismodedicado ao atudo da Educação Física. E quem ni deixa de estar positivamente compr metido éo prof. Noronha Feio, prl dente de vistas largas quanto a algui dos problemas queafectam o despor moçambicano, na medida em que o si nome ficará para sempreidentlficad com esta bela realização./I I . _TEMPk

Tempo DESPORTIVOMINIBASQUETE: LANÇANDO A TERRA A GRANDE SEMENTEe E O SEXO FEMININO?No fértil solo moçambicano est lançada a grande semente: o C.P. E. F. O.promoveu a realização de um torneio de minibásquete inteiramente dedicado àmassa juvenil da população da cidade. Massa juvenil masculina.O beneficio desta iniciativa para um desporto meçambicano menos entralizadonuma determinada modalidade tem uma importância que não podemos deixar deregistar com muito aprazimento. O minibásquete entre as camadas juvenis (l. aos12 anos) proporcionará um processo desco.ngestionante eco.gicamentefundamental para a sobrevivência do desporto como atvidadeesse.ncial naeaducação do individuo. Ecològicamente fundamental porque nenhumamodalidade deve coOstituir-Se polvo do interesse da maioria juvenil como estáacontecendo entre populações de centros urbanos de grande censo e comrepercussão em menores centros citadinos como é Lourenço Marques (caso dofutebol).A experiência leva a firmes conclusões sobre a matlria em foco. Tal como noutroscasos o Homem necessita de providenciar no sentido de uma espécie de distri.buição equitativa de valores imprescindíveis para a boa processologia da vida.

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Tudo tem as suas leis e princípios, exactamente como a Natureza nos dáexemplos constntes, tanto com os seres animais como vegetais.Mas não se teria cometido um importante esquecimento neste lançar da sementepr6-basquetebo quando se tornou o torneio reservado ao sexomasculino? Porquese teria posto a juventude feminina mais uma vez á margem desta magníficaIniciative? Por que razão a população feminina é vitima de discriminaçãodesportiva, já que é um facto comprovado pela pedagogia moderna não existirqualquer óbice para uma conjugação ou simultânea acção entre lovens dos doissexos, formando quadros mistos tanto em escolas como em logos recreativos?Nos chamados jogos lúdicos não se extraem lições extraordinárias contra velhospreconceitos?Mais uma vez deparamos com una espécie de travão preconceitual na igualdadede direitos e regalias. As raparigas não teriam merecido um torneio deminibêsquete. porquê? Não necessitam de praticar desportotambém? Ou estarãocondenadas a fazer desporto numa fase da vida em que pouco beneficiarão deum aprendizado técnico a muitíssimo pouco ganharão fisicamente com umaacidental e mete6rica passagem pelo desporto?A organização, certamente, não esqueceu o elemento feminino e talvez s6 nãohaja divulgado ainda a realização de um torneio igual para asnossas meninas.Esta é a nossa convicção.O CONCEITO DE LOUVOR E A SUBLIMAÇO DA MOEDATodos nós sabemos quanto o Mundo se encontra completamente subvertido pelosvalores materialistas. No desporto começa a tornar-se raroo espírito desportivo naacepção mais lata do termo, isto é: como forma absolutamentedivorciada demotivações à base das benesses monetárias.Que este fenómeno se registe por via de várias contingênciasde carácter estranhoaos valores mais desejáveis do Desporto é de lamentar. Mas mais de lamentar seráverificar que tal facto sucede a partir de quem está imbuido da responsabilidadede orientação e coordenação da fenomenologia desportiva numa ou noutramodalidade.Este intróito serve para verberar a decisão tomada pela Associação Provincial deFutebol ao atribuir a importância de 1000$00 aos futebolistas moçambicanos quealinharam contra a equipa representativa de Angola e averbaram uma vitória por2-0.Que essa vitória tenha sabor agradável não podemos deixar dereconhecer. Odesporto de competição tem estas contingências agradáveis(para uns)desagradáveis (para outros) e nesse facto absolutamente natural reside o interesse,a expectativa e a beleza do desporto individual ou por equipas. Mas não é isso queestá em causa. ,Quando uma equipa de futebol adrega uma vitória honrosa e osdirigentes do organismo a que estão subordinados os clubes eos seus jogadoresentendem que a melhor forma de mostrar reconhecimento e premiar o esforço e adedicação dos atletas é pagar esse esforço e essa dedicação em campo, temos dereconhecer que os valo-res morais em que o Desporto se sublima aos olhos do Homem estão aj>ersubvertidos, deturpados e distorcidos.

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A Associação Provincial de Futebol consignou a verba correspondente a váriosmilhares de escudos para o efeito de prémio. Portanto, é a própria entidade queestimula o mercenarismo dos jogadores. É o próprio organismo superior quetransforma o Desporto numa actividade remuneradora. Mil escudos para cadajogador representa o preço de uma glória autêntica? Em que é que a AssociaçãoProvincial de Futebol se baseou para estimar o quantitativode 1000$00? Em quetabela foram os senhores dirigentes da Associação de Futebol extrair o valor daexibição de cada um para depois pagar essa quantia?A Associação Pronvincial não atendeu às consequências do seu actoaparentemente magnânimo. Quando em coro berramos pelo nosso amadorismo aoperdermos contra clubes de profissionais, a Associação fazpública propaganda donosso não amadorismo e paga aos jogadores que a representam.Insinua-se assimno espírito dos jogadores o «doping» do dinheiro, como sendoa mais natural ejusta maneira de ter um prémio. E é a própria Associação a infringir as regras doamadorismo mentalizando os jogadores para a recompensa monetária. Umamedalha ou qualquer troféu, não! Só DINHEIRO. E os jogadoresinscritos comoamadores naquela Associação Provincial? Não os haverá nessa qualidade? Comopôde a Associação esquecer esse facto? NãoCONTINUA NA PAG. 68PAGINA 55

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Tenpo DESPORT IVOATLETAS MOÇAMBICANAS NAS PISTAS METROPOLITANASSUSANA ABREU - A melhor marca femininanarmente - a ela compete formar uma selecção representativapara que tome parteno campeonato nacional inter-distrital na divisão a que pertença ou indicar todoaquele atleta que mereça estar nos nacionais individuais. Indicar para seguir e nãopara esperar em vão.No caso das moças em foco, pelas suas proezas nas pistas metropolitanas, estamostodos de parabéns. A Angélica Manaca e a Katleen Binda, do Ferroviário daBeira, a Lena Relvas, do Desportivo de Lourenço Marques, a Lucrécia Cumba, do

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Sporting, e as juvenis Isabel Santos e Maria C. Vilhena, da AssociaçãoAcadémica de Moçambique, souberam colocar a grande altura oatletismomoçambicano. Mas .... e se não houvesse C.A.A.? Se não houvesse C. A. A.nenhuma teria Ido. Porque a Associação, essa, nem fundos tempara a compra deuma dúzia de medalhas nem espirito de iniciativa para procurar qualquer solução.PEDIMOS DESCULPA, DULCE, CLO, SUSANA, GRAÇA...Sim, pedimos desculpa. Pedimos, quem? Nós todos. Todos os que mesmo nãoparticipando directamente em actividades desportivas, sentimos que o Desportoconstitui uma das mais válidas realizações em prol da juventude.E pedimos desculpa porque já não podemos continuar a ignoraro direito que osnossos nadadores têm a uma piscina de 50 metroa. Já se falou dessa piscina comode uma necessidade e não de um snobismo social. A piscina faz falta. Cada vezmais se converte numa necessidade vital que é urgente satisfazer.Esse punhado de garotas e rapazes já não podem ser desiludidos. Nem desiludidosnem enganados. Ou se faz a piscina de 50 metros ou estamos todos a trai-los. E atraí-los de sorriso cínico nos lábios e palavrinhas hipócritas na boca. Não podeser! Essa Juventude que em condições desvantajosas vai aos campeonatosnacionais e em ambiente estranho, piscinas estranhas e longe do calor dos seusadeptos «estoira» com a maior parte dos recordes da modalidade, tem de sercompensada. Compensada de tudo quanto tem estado a fazer paraengrandecimento da sua terra. E Lourenço Marques vem gozando as glóriasconquistadas pelos nossos jovens nadadores mas sem mexer uma palha.Limitamo-nos a colher os louros e a cruzar beatificamente osbraços deixandoandar.Lourenço Marques é atirada para os frontespícios dos jornais por causa danatação. É na Televisão e é na Rádio. Lourenço Marques entra nas casas dosmetropolitanos graças à natação. Anda de boca em boca por causa da natação.Uma autêntica campaliha de propaganda à cidade e a Moçambique.Talvez coubesse à Câmara Municipal um quinhão muito graúdo na questão deuma piscina de 50 metros para o clube que tem Pugnado pela nataçãomoçambicana. E isto porque é norma universal a existência deestádiosmunicipais e piscinas municipais nas ár.as jurisdicionaisdas Câmaras. E emLourenço Marques só existem museus e jardins municipais Nemum estádio, nemum pavilhão e nem. uma piscina do nosso Município. E contudo,o DiplomaLegislativo n.° 1670 diz na alínea c) do artigo 19.0: <AGpresentar "I câmarasmunicipais, organismos corporativos e outras entidades oficiais ou particularesplanos de colaboração com o Conselho Provincial para o desenvolvimento físicodas populações».Porque a Dulce, a Cló, a Graça, a Susana, o Carlos, o Rocha, etc., já fizeram osuficiente por Lourenço Marques com as suas brilhantes actuações na nataçãonacional, aqui estamos humildemente a pedir-lhes desculpapor ainda lhes nãotermos dado uma Piscina de 50 metros.PÁGINA 573ý EMp_No desporto português deixou de estar em discussão a validade ou não validadeda comparticipação do atletismo ultramarino em provas oficiais na Metrópole. E

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deixou de estar em discussão porque, graças ás raparigas quese deslocaram aLisboa, ficou bem patente a classe das nossas atletas. Classe autêntica!Agora que não restam dúvidas, nós gostaríamos que a comparticipação dos atletasmoçambicanos em pistas metropolitanas obedecesse a outro critério. Um critériomais realístico e menos «poético». Já basta de enveredar porsoluções um tanto àmargem dos verdadeiros objectivos do atletismo em si. E isto, porque as moçasque se deslocaram à Metrópole não o fizeram pelo critério da Associação a queestão directamente subordinadas como praticantes, mas simcomo merecedoras deprémios instituídos pelo C. P. E. F. D. M., os chamados C. A. A.(certificado deaptidão atlética), condicionados a aproveitamento escolar.No nosso modesto mas firme entender, cabe à Associação de Atletismo qualquerplano de deslocação de uma embaixada na modalidade. Ela é quedeve apontarnomes que a representem em quaisquer competições fora ou dentro da área 'da suajurisdição. Como prémio de aptidão atlética o C. P. E. F. D. poderá concedertroféus, medalhas, etc. Viagens á Metrópole é que nos pareceum desvio da linhada sua competénêcia. Se não existisse um organismo a quem incumbir, então,sim. Existindo, não faz sentido, porque: ou há verba para quea Associação deAtletismo cumpra as suas obrigações como filiada da Federação Portuguesa deAtletismo, estando presente a provas do seu calendário, ou não hádisponibilidades para outras rubricas. A entidade hierárquicamente superior nãopode nem deve reger a sua actividade por uma dualidade de critérios. A elacompete orientar e não executar. Ser o cérebro e não o braço.Se há uma Associação de Atletismo que organiza provas; que homologa recordese que é responsável pela modalidade em todos os seus pormenores - até discipli-

A Inglaterra conservadoraCONTIUADO DA PA. 5IO contrapeso da esquadra britânica e das unidades complementares sul-africanasserá então, na opinlio do secretário de Estado británIco, uma absoluta iee~ sidade.É prevendo este futuro que a Gr&-Bretanha está estudando o forticimento doequipamento militar que faz falta à África do Sul: submarinos, avi~es help ros,tanques e artilharia, o que está em conformidade com o Acordode 1955 referenteà base anglo-sul-africana de Slmonstown A POSI(AO FRANC SAA distinção entre este material, destinado à «defesa externas da f 4.Sul e o material que pode ser utilizado para represso, na eventualidade depertu*.baçoes internas causadas pela .segreaç.o racial, tem aqui toda a lmportâncl.A posição do Governo de lleath é, alis, multo aemelhante à do Governo fraúcêsdesde 1962. Vale a pena recordar: o Conselho de Segurança dasNações Unidas,na sua resoluçÃo de 7 de Agosto de 1963, e com a intenção de conseguir doGovern de Pret6ria o abandono da sua política de «apartheid», recomendava aosEstados membros das Nações Unidas o fim da venda e envio de material militarpara a África do SuL A França -tal como Michel Debró, ministrode Estadoencarregado da Defesa Nacional, salientou em 9 de Agosto de 1969M- aboliudesde 1962 o fornecimento de todo o material de guerrilha e antiguerrilha(morteiros ligeiros, bombas de «napalnm, armas automáticas e aviões lentos de

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ataque ao solo) capaz de ser utilizado na represso de desordens internas. O únicomaterial cuja venda é autorizada é de carácter convencional, destinado a satisfazerum exército moderno, em particular submarinos e aviõe supersônicos, como é ocaso dos actuais fornecmentos franceses à África do Sul.T&n sido numerosas as reacções à «exposiço de razõem e às «propostas doGoverno de Heath, sendo a mais significativa talvez aquela que partiu dos Estadosafricanos Independentes ou, pelo menos, da grande maioria deles que, porIntermédio das suas delegações nas Nações Unidas, solicitaram a urgenteconvocaço do Conselho de Segurança para exigirem um «contrle» mais apertadoao embargo de armas destinadas à África do Sul. seSeria interessante conhecerem-se as resposta - se algumavez elas vierem a ser conhecidas - dos Estdos membros da esfE«Commonwealth» que foram «consultado».Seja como for, e sem prever os resultados, pode-se afirmar queque foi aberto um novo capítulo. Será de grande utilidade estar-se atento a ele.temTEMPO POPCONTINUADO DA PJzer que, o eapitaliso "áo péra de spi para seu lucro a nostallsW pseudo-rg nirlasdos jovens, p s~í eérii 4 slgo vende bem. * extravante querer ,. a revolta dosJovens sen.9 p partir de i tock, quando se viu claramente a apat neles provocaramos filmes sobre os «h» a universidade de Kent e us aconte tos, os PanterasNegras, ou ainda o pr festival de 4qpop-musm de Monterey. justo .... descobrir aJovem América 4 de um imenso musicorama, fllmado A m das mais banaisreportagens de tel' Absolut~mnte de acordo. Mas tamb" Inteira~nte verdadeiro,pois a última a f o deixa de lado a inspiraçao do arts forma comoele trata oassunto. Se é vq que Woodstock não leva. a nenhum a ponto de vista decioscienclallaço p (porque Justamente nio era uma mau o politica), nmo é menosverdadei Wadleloh filmou o que v:;Ia, se artíifcio deformara s vi* m' da . un P mos deploIý.o mas Wodáteufoi um movimento de rolta. Sómente cua. E que ninguém duvide e. Márvre sere para esconder a resta!a .. . rogrãfica compra . a marca\ii

OUVIMNOSLMOSCIENATOGIAP'Co cacoCue a Teias aloe me flme dentre da -m <Irada ri"*&~to definidae o lJnlted ,oa aa vida saiei e aimie: edo I svisuas dieca ~at aisdu. C«=» do lumei. Te. os muspemaeas dentedet.e clve#ram vindos e amama mais m. Tum em ommas veleirsmerais. a Iadvie de vid ~,es aita e es hemns. ri do m eanor a lidee e is mea.iUsa tipo de md é a. muh m deter. mio~ lgr. OS emo m~ e lego. ee .mIhva iapena refes eu inme.. pasve.Mrtis.e sada m um do, *=*uoga w~olhad q vive ~ la da me um dao. Padva ueameiatrad te eea dd da p anr a m que

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a adldae.S d da mr. e*ao e M Plavnwll dzeanhead es regras de ega.gupevive -u sImue de hamasa e igae.Iglaelas, quve bem de emer famas empreiar que 6 anarea o laaa u4 hete ei lhe6 pemItIa armelete. O hauea*deatraaa. umrpveaae mempre es haens qu e aboarem.A aud de dAlves, direntor dag61.dpeuldd.em me~çi a *ia, é cerctiac:prm ale ra e maia um ~le diraisda.dps ae i=.enem, etiama. empata, de.aa aalmete raiva e 6di.Mt 6 ~mm que tem um 1eeslo e nrm per ia.,, o quen ge~ (nas foatarlias eu dr 4ent eaeh)no a a jeita que ele en mia eu a dir porquPorsu 4lmpdia.Osmagjeesiem antipda d Necm.I U auc da pete o a. ~ lvwlv-m eia prépa n mar e asera.reunn. d~ade, Campartlhede. ~ieaheeet. qu mede Mr, e u hemeq~ m ue sistIr 6dlffll a e mr impalval, dentre de . eb e e dr. Mais i as eles deu que M"e cam qe porw~etap6p. qir »eg~ deteda regíras e *~Mpísam s qedaP~se nda mdo.6 Por ler as a u ,.a m eirasi.r eie 6,.e.q uaa.. R u. a ,. , é r a f..eate que é paevel caeqi*w e m r: ml a r: = s. esa ta~~e do& mnilDoslosmo .eklmt, r*de nea limIar d um n.UIMIheia. l4 fo oaminhauo que opter. 4ig a- C u~ , eases a¿me aodasemue, sasdeJl" 9as apt4 p~o que Cunhai Telas. 4*ouulaat fetanel $» MarCia CelvR l.a ie 0» que o P ari.d da mulheir ma rA permaUI eOZ mtla e Invilad fisa o~m sime de mo.ePleira ver~dlv Pior.MARIA 94-LOUROES:CONSTRUIR A PAZ-por Dominique PiraDominique Pira, padre dominicano belga, expõesta obra, quetem um prefécio docientista e filósofo. Robert Oppenheimer, a sua teoria de como pode serconstruida e paz: a partir, nio da violência mas do diálogo fraterno.O seu livro esclarece também muitos mal-entendidos a reseito de pseudoteoriasraciais, com base nas últimas aquisições da ciência e à luz dohumanismo cristão.E uma obra elucidativa para todos os que pretendem compreender e solucionar osproblemas que vivem. Está à venda na Livraria Texto.M:OMIM A AMUONo próximo dia 24 de Setembro as 20 horas, a Estagie do Rédia Clul da M4;çambique trans.

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mite a épra, #Aldaí. de Vrdi. com a megulhit dls. tríbullie devou&: Aida -soprano Leontyne Price; Amneris - meio.soprano Rita ovr; Radamés - tenor JofiViciara; Amonasro - b 'io o Robrt Merrili; Ramfls - *bx e*ogo Toi; O Reido Egiptobaixo ínio Caibssai. A orques*t coros da ópera de Roma dirigidos palo mimdroGonrg Scifl fazm o acompanhamento.No dia eguinta è mesma hera, a Estaç,io C» apremante a Sinfonia n.- S, em mibemol maior, op. 8, d Sibalilus. composta em iSE, mudo uma dasobras maispopUlarei e e mais apreciada das mas sinfonias. d.se em tr1s nd*ntas: i.. maloModorato;2.0, Andante Mosse, quem ilgraito; ILa, Aliegro Malte.E COREMOSD2 A GANSO - : servado peloChico do a alr ao pr~co de 8000. Posta de carne muito mal pas comtrês dedos dealtura e quase um palmo quadrado de superficle r cona. Uitui de vez osurgentemente neesItados de proteiaz.guia (o espetCaristru ira Paz~a~a.*aBBBBBBBB- w lqll - - _ w lllwW V V arar ar ar ar ar m v vPlL SALAIsalom6veis Patifem (The Dirty Doen), da Robart AldrichAVENIDA 2 - 3 3 - 4 - 2'e$ de uma Noite da Vr&o. (Sotnarhettens len), de Ingemar BergmanCiNE-CLUIlE 4 4 4 - 3HOffnem Chamado Gringo (A Mea Nemis Gringeo, de Roy RollandD lCCA 1 I40co., d Cunha Talas ESTODIO 2223 4 2 4 4 3 4SArma Entra Mll* (Winchister ano of M«snnds), da Primo Zeglio GILVICENTE 1imaeho dou Espiõe» (Th* Looking Glaisn War). da Frank PiersonINFANTE -2r eiroms (lIly's Horeas). da Briain 6. Hutton MANUELRODRIGUES 3 - - 4Meu Cerro Falam (The Leve 0»g), de Roeart StevensonNACIONAL - - - -3 - 2'**fim* (Riot), de lun Kulik OLIMPIA3 - 4 4 4 35o é o Meu Deuos (Het is My OSd) dedafadi Adelchi SAOMIGUEL<avrsniuo. (lhe Arrangament). do Elia Ktaa SCALA3 5 5 3

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4-Um m on na hi~da do Chomn; - O ar.prma; 4- Excepcional: 3- CommultoIntorsm; 2- Com algum interesse 1 - Digeosivo; - Para sair ao <[email protected] FILMÁTOGRAFICASATE AO DIA 27 DE SETEMBRO«MICHAEL KOHLHAS O REBELDE» (Michael Kohlhas): Realizaçáo- VolkerSchlondorff: Argumento (drama histórico) - Edwerd Bond; Fotografia - WilliKurant; Música - Sta*ley Myer ; Int6rprete - Arna Karina. <Avenida)«COMO EU GANHEI A GUERRA» (HOW I Won the War}: Realização ichardLester; Argumento (farsa) Cherles Wood; Fotografia - DavidWatkin; Música -Ken Thorn; Intérprets ý- John Lenon e Michael Craword. (Nacional)e0 DIABO A SOLTA» (The Devil by the Tail): Realização - Philippe de Brocca;Argumento - Daniel Boulanger; Fotografia - Jean Peazer; Múnica - GeorgesDelorue; IntérpretesIves Montand a Maria Schell. (Manuel Rodrigues)iO MOTIM» (Riot): Realização Buzz Kulik; Argumento (drama)- James Poe;Fotografia - Robert Hauser; Música - Christopher Kiomeda; Intérpretes - JimBrown, Mikei Kellin e Gerald 5. O. Loughlin. (Olímpia)«PATRULHA HEROICA, (Que lia Dannada Patruglia): Realização - RobertoMontero; Argumento (guerra) - Roberto Montero; Intérpretes - Dele Cummings,Mounty Greenwood e Ma dida Kameí. (S. Miguel)oOS JOGOS (lhe Games): Realizat o - Micheel Winner; Argumento rich Segai;Fotografia - Tony Troke; Música - Francis Lay; Intérpretes Micheal Crawford,Stanley Baker, Ryan O'Neal. (Sca*a)Livros NovosAJUSTAMENTO CONJUGAL - O m6dico e psic6logo João Moaana de. bruça.sesobr, a problemáfica conjugal nesta obra que Liwos do radle dita e a MinervaCentral vende. Estrito da forma a ser acessível ao grande público. AjutamentoConju. gala contêm, além de alguns tente. para o leitor se conhecer a d pr6prio,várias normas tendentes a fomentar a felicidade a dois - marido e mulher - nummundo de tenses e problemas constanoes como 6 o nosso.^ Ámo,

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CýA NOIUA..:é nossa Convidada.Não paga bilhetetndo acompanhada pelo maridoe o casamento se tenha realizado dentro dos 30 dias que antecederem a viagem,CbN lodas de PtataBoda de OuroÇz11.spos. quando acompanhada pelo manidoe a viagem se realize dentro dos 30 diasem que complete 25 ou 50 anos de casada,também não paga bilhete, nossa convidada.

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Esta concessão especial da DETA é vãlida para todas as carreiras naProvincía.viajaruma dás #coisas mais belas da vida!BXETALINHAS AÉREAS DE MOÇAMBIQUE

E LUBRIFICANTESsonapUMA ORGANIZAÇÃOCOMBUSTÍVEISNACIONAL

Economia de Locambique na década dePOPULAÇÃOpopulação dos anos posteriores a 1960 stimada com base na população revepelocenso daquele ano. Para a popuafricana tomou-se a taxa de cresci> anual de 1,6%, verificada na década Íor. Para a população não africana, ade 2,6 %, corrigidacom os saldos mirios anuais.serva-se todavia que a população dada ýenso de 1960 se apresenta certamenteLliada. Efectivamente os números obtio inquérito agrícolarealizado nos anos 61 esèguintes revelam, sobretudo nos tos mais rurais, diferenças muito senem relaçãoaos números do censo. taxa de crescimento de 1,7 % da polo de Moçambique émuito baixa em Lo à taxa média de crescimento da aÇão do continente africano,da ordem A %. Esta diferença deve resultar de taxa de mortalidade bastantesupemédia do continente.PRODUTO INTERNO BRUTO1 números do produto interno bruto ) relativos ao quinquénio1959/1963 apuradospela Missão de Estudo do into Nacional do Ultramar e refee ao conjunto doscircuitos monetánão monetários. Em relação a 1969, falta dedados da mesmaorigem, toe a estimativa apresentada na última do Atlas do Banco Mundial quenos e harmónica com os números anterioneles provàvelmente se baseia. 39milhões de contos de 1969 corres,' a 5 contos «per capita». Dado I 1959 esse valorfoi de 3,8 concrescimento durante a década pro-se à taxa média de 2,6 %, o que,ceM conta a desvalorização da (0os valores considerados referem-sea escudos do ano), senslvelmente da mesma ordem de grandeza,significa que ocrescimento do PIB apenas terá acompanhado o crescimento dapopulação; o quealiás se harmoniza com a análise à evolução do PIB nas províncias ultramarinasdurante o período de 1958 a 1967 feita no Relatório da Execução do PlanoIntercalar de Fomento onde se refere que «as capitaçóes do rendimento e doproduto interno bruto só não aumentaram prticamente em Angola, Moçambique eMacau».As razões deste lento crescimento estão certamente relacionadas com a debilidadeestrutural dos centros motores da economia moçambicana quese situam no sectoragro-pecuário. Efectivamente durante a década de «60» mantiveram-se

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práticamente estagnadas ou até retrocederam as cultu,ras do algodão, dasoleaginosas (copra e amendoim), do sisal, a silvicultura e acriação de gado. Oaumento substancial das colheitas de caju e a lenta expansãode culturas como asdo chá, do arroz, do tabaco e do açúcar não foram suficientes para dinamizar oprocesso de expansão do sector agro-silvo-pastoril onde a província encontra asua vocação económica.3 - AGRO-PECUARIAEm relação a este sector registam-se no quadro junto as produções de algodão,castanha de caju e os efectivos bovinos. Nas duas primeiras têm origem os doisciclos económicos mais importantes e mais dinamizadores daeconomia daprovíncia, ciclos que em 1968 apresentaram o contributo de 1754 386 contos paraas exportações, isto é, 40 % do total. Quanto aos efectivos bovinos a suaimportância resulta das grandes potencialidades oferecidas pela pecuária.Na cultura do algodão o melhor ano da década foi o primeiro, o que quer dizerque algo existe na'estrutura produtiva quea impediu de quaisquer progressoq olongo de 10 anos. Aquela éconstitulda porcerca de 500 000 minúsculas explorações que de tão débeis e dispersas nãopuderam nem poderão beneficiar, quer dos progressos tecnológicos de culturã,-R4'r das economias de escala da empresa. Assim, a produtividade das exploraçõesé da ordem dos 350 quilos por hectar, a mais baixa do Mundo, segundo osnúmeros do Comité Consultivo' Internacional do Algodão publicadoa no últimonúmero do Boletim Trimestral do Banco de Angola, e apenas ligeiramentesuperior a um terço da média mundial. Em Angola a produção média por hectareé dupla da de Moçambique.Quanto às possibilidades de expansão da cultura (altamenterentável quandoracionalmente explorada) basta dizer-se que a Rodésia passou da produção de1000 toneladas de fibra em 1963 para 43000 em 1969 (ano em que Moçambiqueproduziu 41000 toneladas) e que entre os 70 milhões de hectares de terras livresde Moçambique se encontraram dezenas de milhares onde as condiçõesecológicas se apresentam superiores às da Rodésia. De restoa cultura não é tãoexigente em tecnologia que tenha obstado a que o México obtenha melhoresproduções médias por hectare do que os Estados Unidos e a que Angola tenhaduplicado a produtividade entre os anos de 1961 e 1969.A solução deste nosso grande problema não se encontrará sem aprofundaalteração da estrutura produtiva que exige o robustecimento da empresa agrícolapela agiutinação das explorações. E a melhor via para essa aglutinação parece sera cooperativização dos produtores sob imediato e sólido incentivo económico dacontinuação do processo tecnológico até a preparação da fibra, além dosubsequente aumento da produção agrícola.Em relação ao caju, cuja colheita comercializada experimentou um cresci-

mento à taxa média de 9,6% ao ano, embora muito irregular, nenhuma alter»çãosignificativa se verificou na estrutura produtiva. O aumento da quantidade decastanha introduzida no circuito comercial acompanhou o ritmo de aumento dospreços no produtor primário. Esse aumento, de mais de 100 % aolongo da

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década, está ligado à rarefacção da oferta para exportação provocada pelaindustrialização crescente em Moçambique.A estrutura produtiva poderá ser muito alterada quando for francamente rentável acultura ordenada do cajueiro e para tal será um contributo muito apreciável a linhaindustrial da «pera». PAGINA 64A pecuária é dominada pela criação de bovinos que em 1968 forneceu 88 % dacarne saída dos matadouros.Dos 97 800 criadores de gado, 95 000, ou seja 97 %, pertencem aosectortradicional africano, e possuem 60 % dos efectivos bovinos.No decurso dos 10 anos de «60» os efectivos bovinos cresceramà taxa médiaanual de 2,4 %. Esta lenta evolução quantitativa parece não ter 'sido acompanhadade melhoria da qualidade, pelo menos nos oito primeiros anos, pois que o pesomédio dos bovinos adultos abatidos nos matadouros, sendo muito .baixo, nãoaumentou. O peso médio ponderado durante aquele período foide 151 quilos,cabendo a melhor média anual - 158 quilos - ao ano de 1960.4 - PESCAApesar dos 2400 quilómetros de o marítima e da presunção animadora boariqueza piscicola no canal de Moça bique, a pesca é um sector pouco relevai nanossa economia. Embora ocupe mais 20 mil pessoas, o seu valornão atinge 100mil contos anuais.Durante a década a tonelagem dese barcada baixou até 1962 e neste ano i ci umaexpansão lenta e flutuante i 1968. Em 1969, porém, essa expansão muitoacentuada. Desta evolução result um crescimento à taxa média anual 4,1 porcento.

- INDÚSTRIAS EXTRACTIVASAs indústrias extractivas, tal como a Ica, apresentam um contributo insignifiitepara o P. I. B. da provincia. Redua-se a pouco mais do que à exploração uma minade carvão (Moatize) em Tete, alguns jazigos pegmatíticos naZambéà exploraçãode pedreiras para a consção civil e à extracção de sal. Emprega ca de sete miloperários e estão investii no sector cerca de 300 mil contos.O or da produçãoanda pelos 150 milA taxa de crescimento de 2,5 % durante lécada, avaliada em escudos do ano, éticamente anulada pela desvalorização moeda no decurso do período.-INDOSTRIAS TRANSFORMADORASO valor bruto da produção a escudos ano cresceu à taxa média de9 %. Naindústria transformnadora distindois sectores bem distintos:- 0 das indústrias dirigidas à exportação, com um valor de produção próximo demetade (47 % em 1967) do total das indústrias transformadoras, laborandofundamentalmente os prodjutos primários da agricultura cuja produção éfavorecida pelas condições ecológicas do território, abrangendo indústriasalimentares (açúcar, amêndoa de caju e chá), extracção e refinação de óleosvegetais (amendoim, algodão, copra e outros), preparação de fibras têxteis(algodão e sisal), cordoaria de sisal, serração de madeira,e ainda, a indústria dosderivados do petróleo bruto. Este conjunto coloca no exterior cerca de 75 % dasua produção, assim contribuindo com dois terços do total das

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exportações.-O das indústrias dirigidas ao mercado interno, com um valorde produçãoligeiramente superior a metade (53 % em 1967) do total das indústriastransformadoras. Nesteupo, e com valores de produção supires a 106 mil contos em 1968, i em-se, amoagem de trigo, o desc ue de arroz, a fabricação de cera, a manipulação dotabaco (cig ), têxteis de algodão, vestuã, mento e a construção e montade materialde caminhos de f ; além de indústrias menos tipias como a panificação, as artescas e outras (metalomecínicas) , igualmente atingem aquelevalor %Produção.Este conjunto exportada sua produção e o sen contriPara o total das exportações épróximo dos 7A taxa média de crescimento global do valor bruto da produçãodos dois sectoresda indústria transformadora foi, durante os oito primeirosanos da década (dosdois últimos não estão ainda publicadas as estatísticas), de 9,1 %. Todavia, aopasso que a taxa de crescimento relativa às indústrias dirigidas à exportação foiapenas de 7,5 %, a correspondente às indústrias dirigidas aomercado interno foide 12 %. Estas taxas não foram contudo uniformes ao longo do períodoconsiderado. No quadro que segue podem verificar-se as flutuações ocorridas:MNO 1961 192 19 3IMúst. Transform. 11,3 13,6 6,3 4,51M4 194 196 1967 1968 19 M6d.a6 ,alIndúst. Exportação 9,8 11,8 5,3 5,2 0,2 5,7 13,8. 9,4 8,7 5,2 7,5 Indúst.Merc. Int. 13,3 15,9 7,4 3,7 18,8 19,2 13,1 6,0 - 12,0A taxa cresce nos dois primeiros anos e a partir de 1961 há uma quebra muitoacentuada que se prolonga, até 1964 para as indústrias exportadoras, e até 1963para as indústrias dirigidas ao mercado interno. O conjuntodos sectores atingenovo máximo em 1966 (nas indústrias dirigidas ao mercado interno em 1965) eno ano seguinte inicia-se nova queda que se deve ter prolongado até ao fim dadécada. (Assim aconteceu com as indústrias de exportação).Durante os anos de «60» foram introduzidas as seguintes indústrias novas: nogrupo das indústrias exportadoras, a refinaria de petróleos (1961) e a cordoaria desisal (1967); no grupo das indústrias dirigidas ao mercado interno surgiram, apreparação de tintas (1962), a laminagem de ferro e aço (1963), as embalagensmetálicas (1963), a construção e montagem de material de caminho de ferro(1963) e a fabricação de adubos (1968).A taxa anual média global de 7,5 % de crescimento das indústrias exportadoras,em termos de valor bruto de produção, foi o resultado de taxasde variação anualmuito diversas.Assim a indústria do descaroçamento do algodão, manteve-seestagnada, a dodescasque de caju, mais que decuplicou, a dos óleos vegetais(obrigada a importaramendoim e germe de milho), cresceu à taxa de 10%, a do açúcar,apenas seexpandiu à taxa de 6 %, a do sisal (fibra) experimentou uma redução à taxa médiade - 1,7 %; na serração de madeiras verificou-se também a taxanegativa de 0,6 %,a refinaria de petróleos teve uma expansão bastante regular, de 8,3 %.

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O crescimento médio anual de 12 % do grupo de indústrias dirigidas ao mercadointerno foi também sectorialmente muito diversificado. Assim, e mencionandoapenas as mais importantes, a moagem de trigo cresceu à taxa média de 10 %, afabricação de cerveja quase quintuplicou, a manipulação dotabaco aumentou àtaxa de 8 %, a indústria do vestuário (muito bem adaptada às condiçõesecoíiómicas da província e por isso competitiva nos mercados internacionais paraonde vem exportando em muito bom ritmo) mais que decuplicou durante adécada; a fabricação de cimento apenas cresceu à taxa de 5 % e asmetalomecânicas tiveram um surto muito acentuado.7 - CONSTRUÇÃOA construção civil, que nos últimos anos de «50» se apresentava muito activa,cresce ainda em 1960 e no ano seguinte inicia uma depressão que a conduz a umvalor muito baixo em 1962. No ano seguinte experimenta uma melhoria paranovamente baixar nos anos de 1964 e 1965, apresentando nesteano o valormínimo da década. Em 1966 retoma o ritmo ascensional e no último ano deve terultrapassado o seu máximo, verificado em 1960.Trata-se de uma actividade com um peso bastante significativo na economia daprovíncia. Para tal se 'conjugam a reduzida propensão ao i1*"e.imento noutrossectores e a extensão dó crédito à construção habitacional.PÁGINA í

A Economia de Mocambique na década de8- ENERGIA ELÉCTRICAA energia eléctrica é produzida em Moçambique por um grande número depequenas centrais (772 em 1968), das quais cerca de 85 % são deserviçoparticular. Apenas existem duas centrais com potência instalada superior a 20 000KW, uma térmica, em Lourenço Marques, e outra hidráulica, noMavuzi, servindodistrito de Manica e Sofala e exportando produção excedentária para a Rodésia. Aprodução de energia térmica foi, em 1968, sensivelmente dupla da de energiahidroeléctrica.No decurso da década ,o aumento da produção processou-se combastanteregularidade à taxa média anual de 8,6 *9-TRANSPORTES E COMUNICAÇOESNeste importante sector da economia de Moçambique os progressos foram lentoscomo deixam ver as pequenas taxas médias anuais de crescimento de alguns seusmais significativos componentes. O mais importante de todos - os caminhos deferroavaliado em termos de tonelagem de mercadoria transportada, apenas seexpandiu à taxa média de 4,5 % (em termos de toneladas/quilómetros a taxa ésensivelmente a mesma). E para este resultado contribuiu muito sensivelmente otransporte de minério da Suazilândia verificado nos últimos anos.No domínio dos transportes rodoviários a ampliação da rede de estradas asfaltadasfoi insignificante e todavia a densidade destas estradas era, em 1960, de 1,3metros por Xmr Em 1967, último ano de que sedispõe de informação estatística, aquele indicador aparece aumentado de 36 %, oque significa que no decurso dos sete anos houve um aumento médio anual quenão atingiu os 4 %. Quanto à rede de estradas não asfaltadas a sua extensãomanteve-se na ordem de 25 000 quilómetros, isto é, 32 metros por Km2. O parque

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automóvel de veículos pesados teve um comportamento semelhante: apenascresceu à taxa de 4,5%. A taxa de aumento dos veículos ligeiros foi todavia dupladesta.A rede telefónica cresceu, em termos de número de telefones em uso,regularmente e à taxa média anual de 9 %. O número actual de telefones deveandar pelos 25 000.! - 0CONSUMONeste capítulo apenas se registam alguns números habitualmente utilizados comoindicados da dimensão do mercado.Com excepção da expansão bastante acentuada do consumo de combustíveislíquidos (à taxa de 13 %) e do de electricidade (à taxa de 11,9 %), a progressãodos consumos de adubos, cimento e ferro processou-se a taxasmuito baixas.O crescimento médio anual de 6 % do consumo de adubos num território demarcada vocação agrícola é especialmente insatisfatório pois que se partiu de umconsumo «per capita» da ordem dos 2,4 quilos no princípio da década. Observa-seque em estudo apresentado ao Simpósio Internacional de DesenvolvimentoIndustrial (Atenas, 1967) se consideram consumos moderados até à ordem dos 25quilos «per caDita»! "- COMÉRCIO EXTERNOApesar do crescimento persistente e e bom ritmo das exportações os saldos icomércio externo mantiveramse fortemen negativos; aliás compensados pelossaldos i balança de prestação de serviços com os te ritórios vizinhos (transportes emão-d-obra de trabalhadores deslocados). Ao co trário do que é habitual nos países subdsenvolvidos, em que a flutuação das cot ções a que estão sujeitos os produtos cpequena gama das suas exportações (pr dutos primários ou fracamente industriazados) torna as receitas de exportação irr guiares e de tendência estagnante, ova14 das exportações de Moçambique aument< até 1968 sem a excepção de umsó ano. Efe tivamente as exportações da província si razoàvelmente diversificadase de produt com um certo grau de transformação indu trial. Os números queseguem dão ideia d origem das exportações. Referem-se a valires médios dosúltimos três anos de qt há informação estatística.SECTORES DE EXPLORAÇAOIndústrias exportadoras 64Outras indústrias 7Indústrias extractivas 2Agricultura (produtos primários) 23Artigos diversos (sucatas) 1m

Entre os produtos das indústrias exporloras contam-se: a fibra de algodão, o ácar,os óleos vegetais, a amêndoa de i, o chá, a fibra de sisal, as madeiras e derivadosdo petróleo. Das restantes instrias (fundamentalmente visando o merlo interno)tiveram alguma expressão a exportações: o arroz, os tecidosde algoo, o tabacomanipulado e o vestuário. Os odutos de exportação das indústrias exLetivas foramo carvão e os minérios 1matlticos. Dos produtos primários daricultura, pesaram

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nas exportações, a tanha de caju e a copra, e com valores dito inferiores, o tabaconão manipulado, citrinas e as bananas. Nas importações, além dos bens deequimento e de consumo durável entre os ais avulta o materialde transporte,apam posição destacada: entre as matéis-primas, o petróleobruto; no conjunto 9produtos da alimentação e bebidas, os ilios, o peixe, o trigo, os lacticínios, o eite eas frutas; nogrupo das matérias deis e respectivas obras, ostecidos de ýodão eartigos de vestuário; e por fim, n valor superior a 100 mil contos, os edicamentos.!-BALANÇA DE PAGAMENTOSA balança de pagamentos acusou em los os anos da década saldosnegativos. tesresultaram de um saldo d ticaeitepositivo com o estrangeiroe um Idosistemàticamente negativo com a zona escudo (pràticamentea Metrópole). O Idopositivo com o estrangeiro apresen1 nos últimos três anos uma tendência riva quefoi muito brusea em 1969 e 3aído negativo com a zona do escudo fiuDumnasfaixas dos duzentos e trezentos l contos durante os primeiros nove anos, evando-se bruscamente também em 1969. AO longo da década a balança depagaDtosapresentou relações quantitativas , Persistentes que lhe conferiram caroersticasestruturais muito marcadas. mim, na balança com o estrangeiro, despOu-se Peloseu peso relativo a conta Mer-cadorias, fortemente negativa, mas pràticamente compensada pelos fluxos,sempre positivos, referentes a transportes e outros serviços relacionados com otrânsito de mercadorias. Ainda com oestrangeíro são estruturalmente positivos ossaldos das contas Turismo e Transferências Privadas (remessas dos trabalhadoresdeslocados nos territórios vizinhos) e sistemàticamente negativas as contas deCapitais.Com a zona do escudo todas as contas, com excepção da de Movimento deCapitais com valoxres ora positivos ora negativos, apresentaram saldos negativosdurante os últimos cinco anos.Ao contrário da convicção correntemente manifestada de queo desequilíbrio dabalança de pagamentos com a Metrópole (pràticamente a balança com a zona doescudo) provém do desequilíbrio das trocas comerciais, os números revelam umasituação bem diversa. As contas Transferências Privadas, Rendimentos deCapitais e Diversos (fundamentalmente transferências governamentais)concorrem mais intensamente para aquele desequilíbrio do que a contaMercadorias. O valor médio dos saldos durante os últimos cinco anos apresenta-secomo segue:CONTASSALDO GLOBAL Mercadorias Turismo (lic. Metrópole) TransportesRendimentos de capitais Transferências privadas Movimento de capitais DiversosEm relação à conta fluxos que mais a onerari importação de tecidos, virvestuário, cujo valor glol aproximou do milhão de (Saldo Médio do Quinquénio9l65/1969- 1352Mercadorias, os k correspondem à Lhos e artigos de Dal, em 1968, se =ntos.Dada a dinâmica da balança de pagamentos com a Metrópole, as pressõesexercidas pelos fluxos contabilizados nas contas Transferências Privadas,

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Rendimentos de Capitais e Turismo (férias na Metrópole), dificilmenteconsentirão o seu equilibrio, pois que também dificilmentese encontrará quemnão deseje ver, por uma simples transferência, contado o seudinheiro numamoeda mais forte.No quadro junto o saldo negativo de 1969 - 1279 milhares de contos - apresentou-se fortemente anómalo. Efectivamente nos nove anos anteriores o seu valor médiofoi de - 297 mil e oscilou entre os limites de -83 mil e -440 mil.Não se dispõeainda de informação estatística que permita a análise detalhada da conjuntura quelhe deu origem. Contudo, o exame dos dados relativos ao comércio externo eoutros já publicados, levam a admitir que houve sensível diminuição dasexportações. A ser assim é a primeira vez que tal sucedeu durante a década. Poroutro lado, a persistência de saldos negativos ao longo de todos os seis meses doano em curso, com um valor acumulado de perto de um milhão de contos (993mil), parece revelar, não só uma situação conjuntural, mas uma alteração deestrutura que não terá por isso solução a curto prazo.Em síntese, o exame dos números do quadro junto, relativos aoritmo daeconomia de Moçambique durante a última década, mostra que énos sectores daprodução primária - agro-pecuária, pesca e indústrias extractivas- que seencontram taxas de crescimento mais baixas. Desta debilidade de sectores tãointrinsecamente dinâmicos teria resultado a lentidão do processo económicoreflectida na evolução do produto interno bruto e a alteração estrutural que pareceestar na base da mais longa e mais intensa série de saldos negativos da balança depagamentos.Não foi certamente sem fortes razões que no discurso proferido em 15 de Agostoúltimo, que na cerimónia inaugural de uma importante unidade industrial nasproximidades da cidade da Beira, o Governador-Geral afirmou: «Nós temos quetranspor para outros niveis a riqueza desta Província».

NA ESPANHA~711 ir ALENT-A^ ENTE MASCULINOWU IRISCH MOSSCREMES ME ARMAR. LO~AS PARA A .ARBA, EMI-.O PARA A PELE,AGUA Jntem ation l ÿOLÿÿ ,>N, 0OIZ , FIX O, T<NICO CAPILR E S~ 0PÁGINA 68"C roeder Leidenbergl, Lda.- L MARQUISCONTINUADO DA PAG. 50 pode significar mais uma batalha na sualuta dequinze anos travada contra a Falange. Uma luta que se acentuou particularmentenos últimos dois anos com vantagem evidente para a «Opus» que, entretanto, teveque ultrapassar um golpe de Estado (e o estado de excepção decretado durantetrês meses numa Espanha governada por militares «duros» quetomaramtransitáriamente o poder em 24 de Janeiro de 1969 e uma guerrade sucessão(terminada a favor da «Opus» com a escolha de João Carlos comofuturo rei daEspanha e contra os rois restantes candidatos, seu pai Don Juan, conde deBarcelona, e o príncipe de Bourbon e Parma).Em todas estas circunstâncias, desenroladas sempre nos corredores da cenapolítica, a estratégia fria, calculista e eficiente da «Opus Dei» levou a melhorrelegando para segundo plano os homens da Falange, pela primeira vez desde a

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Guerra Civil expurgados do gabinete ministerial do pais em que a maioria, se nãotodos, os titulares pertencem directa ou indirectamente à «Opus».O escândalo Matesa, o maior escândalo financeiro da história espanhola, surgeporém nesta conjuntura com a celeridade de um raio distruidor. Denunciado eexplorado até à exaustão pelos poderosos jor-nais falangistas, acenz toda a parte como int mente relacionado com todos eobjectivos da Xque naturalmente se a desmentir não muito centemente todas as r(com o caso), julgados ( nados os que mais dirce nele estavam envolvido, Matesatorna-se assim tinua a sê-lo hoje - o pal argumento da prese tra-ofensiva da Falai4Uma contra-ofensiva o previsto gabinete de brio que o generalíssimo em breveanunciará à o mais segunro indício primeira vitória falangitra a preponderância &Dei» no país e, possiv de um recuo no liberal fachada que por vezes brilhar naEspanha doi dias.O conceito de louvorCONTINUADOhaverá quem não pudesse receber dinheiro sem perdi dade de AMADOR?Havendo, a quem imputar a culI quer responsabilidades futuras? Quem recebeuou queOs clubes locais lutam desesperadamente contra ' mentalização do futebolista parao mercenarismo. E é entidade oficial que incentiva o não amadorismo, q mete osentido moralístico da prática desportiva. S futebolistashouvessem exigidoremuneração os dirige ram. Tal como nas grandes empresas desportivas, quemente os clubes de profissionais.Quando perderem também serão pagos? Quanto rec um empate? E para o jogadorcontemplado quanto du da vitória? Quanto tempo dura uma notade mil escud deum desportista?

mise '1adquira o melhorA PIONEER. comn o departamnt de iiweutgamais avançad no mundo da MPaidç6 deso.apenas oferc ~eana alta .ide"dad em qulqerdo6 seu mod~o Do mnais económicao mnais sofist~Ica florife-se. CompsE ao adquirir PIONEER saber que w ~ 0heomn~a PIONEER é verdadeira alta-fideidaW garantida e assistid Po'RÁDIO SOAL LDA.Lu~MuBeira .Rádio Seala (Beira > Lda.-]W - Sociead Eb~ti Ida.Na l. Eledl> Invicta Lda, Oueimn-Casa VMdMSPAGINA 69PO

Rui Cartaxrn,VIVER CUSTA ... CADA VEZ *MAIS DMfHEIRO,Q UEM primeiro deu por ela foram asdonas de casa, mesmo sem fazer grandes contas, nem complicados cálculosmatemáticos: de repente, galgando a curva natural do crescimento dos preços, as

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coisas começaram a, custar mais din eiro. 0 fenómeno pode atáser analisadofácilmente. 0 primeiro movimento deu-se logo. após ter sidooficialmente -anunciada a.. concessão dos subsídios de renda de casa para os funcionários, emmeados do ano passado, e aeentuOu-se nos últimos tempos, de forma especialdepois do recente aumento dos veclmentos dos servidores do;Estado.funcionalismo em Moçambique), ou de serviços onde eles não se repercutem,comto o da. habitação, o. fenómeno» que se enfrenta tem uni nome próprio: chaea-se especulação.n Problema, não 0ó afeca, diz, respeté responsável pelas angústias deý uma: Intensa maioria da população, comto tetovindo a Preocupar sèriamente o Governio, que dessa preocupação não0 tem feitosequer segredo. Logo após o aumento deatentamente o desenrolar dos acontecimen. toaneste domínio, disposto a par cobroiediato: -como em várias ocasiões já anunciou - a toda a acçãoespeculativa que sedesenhe.»E apõs ter distinguido o fenómeno nato., rä da lnflato, que resulta das-àlterá Ções de equilíbrio entre a oferta e apro.. cura,como «um mecanismo económico de ajustamento quase automático, cujaéxten.são é controlável, em nada relacionado com formas de elevação artificial dos-preços». concluiu o secretário provincial:. «0venimetosdosfunionrio dM§lçam- '.verno8 a ovirncia tem prteiro conhe.......:.vencimensdo fuloáos de ciento desse mecanismo. e dispõe deInflação, ou «doença flaciouista , bique, o próprio Chefe doGoverno abor-meios adequados a acompanhar a evoiucome lhe chama o presidente PoMPi-dou clara e significatlvamente o problema, ção do fenónmenoe controlar a suaextendou, é uma tendência económ ca co'lli Insurgindo-se contra o rumoInflacionista são por forma que as consequências delecida e definida, que perturba hoje meio derivadas semantenham entre limites bemMundo e encontra a, sua explicação em em curso e prometendo asmaisdrásticas" definidos com amplitude ajustada às caufactores perfeitamenteIdentificados. Um medidas contra os responsáveis por ten. sas que odeterminaram.» destes factores é, de facto, o aumento de tativas de espução.vencimentos ou saáos, que se traduz a. dsempre na entrada de mais dinheiro em »DE dizer-se que empoucas ocasiõeseirculação. Mas o que é interessante notar iSA mesma linha depreocupaço.ofi.tantas pessoas se devem ter entconé que, n o aumento de salários ale- NEcialse pode eônquadrar também a trado de acordo sobre um problemacomonas um dos componntes do fenómeno, comunicação que o secretárioprovincial de desta vez, raramente o Governo terá enlhe são sempre assacadas asculpas dos Ecoomia de Moçambique fez há pouco contrado tantoeco numaacção que se teaumentos de preços, como se ele. fose o aos jornais diários e que,por emanar de nha proposto levar a cabo. económic o das sit es ec na análiseuma entidade oficial responsável, velo con~ micadai ituaões.ferir ao assmio umrecorte muito spocJal. Disse o dr.. Hungo de Jesus: «Têmse OSchamados índices

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de preços médios verificado, em diversas oportunidades, ten- ...no consumidorrevelam,, de facto, oRA a ve é que o facto de os tatvas de elevação dospreços de certas Uma tendência claramente Inflacionista,.rio aumentarem não significa, i classes de bens e serviços sem ue, para nãose explica apenas com o aumentoIsso, concorram rasões justificativas. É or devecmnods nlnáiapbcsesó, que os Preços devam aumentar na pro. que tem sucedido, nomeadamente,quando e venciment dos uncionrio públos e, p o r , o u a u m e t a r d eir a . m a . .t +, . t uc o r r es p o n d e n t e e n t r a d a d e m als d i n h e i rporção, ou amentarde alguma maneira. ocorrem aumentos de vencimentosbene- em circulação. A explicação é outra, a queNão só os salários não são, como vimos, o fciando determinados sectores dapopu- transcor do que atrás fi dúnl ... " .... +eq .+lação. trncor do. qu atr. _ ás fcdito e que o.único componente de produção de qual- .a... secretárioprovincial de Economia tratouquer bem (há o capital, as mnatrias-pri. , peloverdadeiro nome.mas, o solo, etc.), como é evidente que eles Podem aumentar, sem q&e: os preçosaumentem: basta que aumente a produ . tividade, ou que os lucros desçm paraníveis maIs razoável Assacar as culpas, ou Justificar a inflação apenas com osaumentos de vencimentos ou s" é, em suma,pretender que não seja alterada a disibuição do rendimento -o que, no nosso caso,é inverter as coisas e atraiçoar a ideia que presidiu A Justissfma melhoria devencimentos que o Governo acaba de conceder ao funcionalismo público.Quando, além do mais, a pressão inflacionista ocorre em sectores como o decertos bens que não foram, à evidência, afectados por aumentos de salários (csodo aumento do* «E, naco agorat a e m a o r meente:mlhoria de vencimentos ao funcionalismo público - tais aumentos' não serepercutem em agravamentos dos factores de custo de produção ou distribuição.«EssAs tentativas de elevação injustificada dos preços constituem práticasaltamente reprováveis que apenas resultam da atitutde de oportunismo assumidaspor alguns Intervenientes no circuito econômico dos bens e serviços.«LPORQUE tais práticas não têm contosuporte (pelo menos em grande parte na sua extensão) fundamentos económicosdevem elas ser ràpida e severamente reprimidas e sé-lo-ão, uma vez que oGoverno da Província vem acompanhando0resto, a incidência da pressãoinflacionista está a verificar-se em secto. resclaramente definidos (certos produtos alimentares, rendas de casa e outrosserviços) que não apresentam, como é evidente, qualquer relação Imediata entreos seus custos e um aumento de salários do funcionalismo público. Mas isto davapano para mangas. O que todos desejamos é que «o Governo disponha de meiosadequados para acompanhar a evolução do fenómeno e controlar a sua extensão»,

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como prometeu o secretário Provincial de Economia. Porque por este caminho,viver custa cada vez mais e, ao contrário do que diz o povo, nãoadianta muitosaber viver.PAÇãA 70

dê mais prazer à sua vida coma3

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