35
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS NA ÁREA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Por: Lívea Castro Granado Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

  • Upload
    ngothu

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS NA ÁREA DA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Por: Lívea Castro Granado

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

2012

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS NA ÁREA DA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Estratégica.

Por: . Lívea Castro Granado

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

3

AGRADECIMENTOS

....Agradecimento ao Tutor Jorge Vieira

pela orientação, a Deus, a a minha

querida esposa e filhos, minha família,

mãe, pai, avós e a miha. Em especial

ao meu querido pai que sempre nos

incentivou a não desistir do meu

objetivo, e ensinou a mim e minha irmã

a se dedicar ao máximo a tudo que

queremos e idealizamos.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

4

DEDICATÓRIA

.....Dedico este trabalho a todas as

pessoas que passaram pela minha vida, e

a todos os momentos que vivi, pois cada

um deste momento me ensinou a ser que

eu sou. Em especial a minha família, a

minha esposa Vida, filho Guilherme,

família mãe Sônia, pai Washington,

maninha Miriam, sobrinho Arthur,

vovós,,.......

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

5

RESUMO

Este trabalho baseia-se em um estudo focado em apresentar a

percepção dos gestores estratégicos e gestores em recursos humano quando

relacionado aos colaboradores de empresas de Tecnologia da Informação, um

mercado onde vem apresentando déficit grande de mão de obra, não só pela

qualidade dos recursos mas associado a forma como os projetos são

negociado assim como a forma como os colaboradores são contratados.

Identificar os pontos de atenção que passam a promover a sinergia entre

funcionários e empresas, e consequentemente alavanca a qualidade dos

serviços prestados.

Baseado na literatura e em pesquisas a pesquisa discorre sobre

competência individual, fatores críticos na gestão de recursos humanos no

setor de empresas de TI e as questões que surgem entre estes profissionais e

empresa.

Os fatores críticos na forma de contratação e no excesso de cobrança

para cumprimentos de prazos curtos, vem se destacando como sendo o

grande fator crítico pela constante rotatividade de profissionais de TI nas

empresas, principalmente porque o período é aquecido tendo em vista o déficit

de profissionais no mercado.

Desta forma a importância em proporcionar aos colaboradores de TI um

ambiente de trabalho condizente com o horário de oito horas, além da forma

de contratação que garanta benefícios, torna-se fundamental para manter bons

profissionais alocados no setor.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

6

METODOLOGIA

A metodologia adotada foi realização de pesquisa em campo,

principalmente das Fábricas de Softwares além de leitura de livros, pesquisas

oficiais e não oficiais assim como as respostas obtidas aos questionários de

pesquisa.

Foi realizada pesquisas na empresa Base 5 Tecnologia em Informação

e com profissionais da área de Ti de diversas empresas, foi também realizado

leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro

Indicadores de Gestão de Recursos Humanos.

Durante o processo foi realizado entrevistas com diversos profissionais

da área a fim de entender os motivos que levam a mudança de emprego,

assim como avaliação nas empresas para entender o que estrategicamente faz

com que um colaborador não deseje sair da empresa e se sinta satisfeito com

o benefícios adquiridos.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Gestão Estratégica de Pessoas no Brasil 10

CAPÍTULO II - Profissionais de TI 21

CAPÍTULO III – A Visão das Empresas de TI 26

CONCLUSÃO 29

ANEXOS 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 34

ÍNDICE 35

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

8

INTRODUÇÃO

A evolução da tecnologia da Informação (TI) tem permitido a criação

de novas soluções para as necessidade de processamento das informações

das organizações, novos produtos, novos serviços, novas tecnologias, novas

funcionalidade; tecnologias que integram produtos e serviços, e assim por

diante (DAVIS e MEYER), 1999). Desta forma, as empresas do setor de TI

apresentam particularidades na forma como redefinem seus processos e

competências, a fim de individualmente ou em parceria com outas empresas,

criarem novas soluções tecnológicas. (FLEURY E FLEURY, 2004).

Este crescimento tecnológico incentivou o aparecimento de empresas

de prestação de serviços em diversos subsegmentos tecnológicos, tais como

instalação, cabeamento, redes, análise, desenvolvimento de software entre

outros. Estas empresas se firmaram no mercado por meio de 2004 e

apresentaram forte tendência de crescimento. A medida que a utilização de

sistemas de informação crescem, as empresas de TI precisam aprimorar a

habilidade de atrair, reter e desenvolver profissionais capacitados não só em

tecnologia atualizada, mas também na aplicação prática (DORGAN e DOWDY,

2004). Neste contexto, aumenta para estas empresas a importância de um

quadro de profissionais com este perfil, para garantir a entrega dos serviços

contratados com qualidade, conquistando assim a confiança do cliente.

A prestação de serviços em TI assim como a maioria dos cargos

necessitava da presença física do profissional, com o avanço tecnológico entre

2008 a 2012, esta necessidade mudou, possibilitando os profissionais atuarem

sem a necessidade da presença física. Esta mudança vem mudando o perfil

dos profissionais da área.

Esta mudança vem reforçando a necessidade da empresa de

disseminar a identidade e reforçar o vínculo com seu quadro de funcionários, a

fim de promover a motivação e a unidade cultural(HENNIG-THURAU, 2004).

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

9

Sabemos que estes fatores são difíceis de serem controlados, embora sejam

componentes importantes para promover a contínua adaptação da empresa

frente as mudanças do mercado e da concorrência(KAPLAN e NORTON,

2004).

Por um lado, existe o empenho da empresa em iniciar uma nova fase

de desenvolvimento com aproveitamento de novas oportunidades de mercado

e por outro lado o desafio estratégico de atrair e manter profissionais.

No caso específico das empresas tecnológicas, existe uma grande

necessidade de atualizar os profissionais quanto as novas tecnologias, pois

este se torna um diferencial competitivo.

Este trabalho indicou que o relacionamento entre empresas e

profissionais de TI ainda carece de atenção, entendendo melhor como os

profissionais de TI estão reagindo as mudanças gerais que o mercado está lhe

apresentando, as empresas poderão ajustar seus valores, suas definições para

a área de TI e suas métricas de avaliação, fortalecendo a compatibilização

entre as necessidades organizacionais relativas à TI e necessidades

individuais dos profissionais de TI, contribuindo também para o fator de motivar

a redução do grau de ansiedade destes profissionais.

Este trabalho investiga a relação entre funcionários e gerentes das

empresas de TI, assim como o gestão estratégica de pessoas para motivar e

manter estes profissionais.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

10

CAPÍTULO I

GESTÃO ESTRATÉGICA

1.1 – Momento histórico do planejamento Estratégico

A Revolução Industrial foi um marco na evolução da administração das

empresas, e algumas características básicas que compõe este período estão

relacionadas à aplicação da energia a indústria, o aumento do domínio do

capitalismo e o grande desenvolvimento tecnológico.

Esta revolução produziu significativas alterações na estrutura

econômica da sociedade, englobando ainda as relações de produção que

foram modificadas, e assim surgiu a necessidade de sistematizar e gerir a

produção que se desenvolvia exponencialmente.

Neste contexto, entre o final do século XIX até a década de 20, do

século passado, podemos citar alguns pensadores, tais como: Fayol, Taylor,

Ford, Weber, Drucker, George Siemens, entre outros, que influenciaram no

modo de gerir as empresas e instituições, sendo que cada qual em sua época,

com seus recursos, seus anseios e suas necessidades, estimulando em seus

trabalhos e teorias do planejamento estratégico como ferramenta de gestão a

respeito de vários temas.

A história do planejamento estratégico passa pela atuação do Estado

concebido como ferramenta derivada da estratégia militar, desenvolvida na

Segunda Guerra Mundial,onde esta ferramenta, ou ainda, seu conjunto, surge

da necessidade de se planejar militarmente para levar vantagens sobre seus

oponentes numa guerra.

O termo estratégia, foi criado pelos gregos para caracterizar a arte dos

generais, sendo a palavra strategos, stratos (militar) com ag (liderar), assim

significa “o general do exército”.

Esta necessidade instintiva dos chefes militares da antiguidade, de

avaliar os fins e os meios, com o passar dos séculos foi sendo elaborada

intelectualmente, dando forma a outra doutrina de planejamento militar,

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

11

transpondo os limites oriundos da época, dando origem hoje ao que

chamamos de planejamento estratégico, planejamento empresarial e

planejamento científico.

Grande parte dos autores considera como pilares da Gestão

Estratégica, o planejamento estratégico, ou seja, a prospectiva estratégica e a

inteligência competitiva com todas as ferramentas que a elas são agregadas,

portanto, um universo de opções e

ferramentas que se colocam à disposição dos empresários, gestores

públicos para contribuir com o sucesso de suas organizações.

Ainda, de acordo com Maximiliano (2004, p.161):

“O conceito de estratégia nasceu da guerra, em que a realização de objetivos significa superar

um concorrente, que fica impedido de realizar os seus. Cada um dos dois lados quer derrotar o outro.

Vem aí a definição de Aristóteles, segundo a qual a finalidade da estratégia é a vitória. A estratégia é o

meio (ou conjunto de meios) para alcançar um fim (ou objetivos), que é a vitória sobre um oponente.”

Em resumo, o planejamento pode ser considerado como um sistema

de fases inter-relacionadas, onde cada fase é em si mesma um sistema

integrante que contribui com a função de planejamento total correspondente a

uma ordem sequencial começando com os objetivos e terminando com os

métodos.

1.2 – Origens do Planejamento Estratégico

O homem desde os mais remotos tempos percebeu a necessidade de

se preparar para enfrentar as diferentes situações e adversidades, descobriu

que pensar primeiro antes de agir aumentava suas chances de obter êxito e de

aproveitar melhor os recursos disponíveis.

José Faria (1994, p.71) comenta que:

“O planejamento é tão antigo quanto à história. A construção das pirâmides egípcias não se

concretizou sem que tivesse sido elaborado complicados planos e projetos, e sem que administradores

tivessem se preocupado com a alimentação de milhares de trabalhadores, escravos e soldados assim

como planejado o transporte dos enormes blocos de granito originários de local, na região sul do Egito.”

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

12

Planos e projetos também disciplinaram outras construções

importantes, a exemplo dos aquedutos construídos pelos romanos, os canais

de irrigação da Mesopotâmia, os centros e fortificações das cidades antigas,

templos astecas, pirâmides maias, palácios indianos etc.

Não obstante e com raríssima exceção, o planejamento, tal qual hoje o

conhecemos, era quase que exclusivamente usado como arma de guerra e o

qual se denominava “estratégia” “ou arte dos generais”.

A história da civilização demonstra que a necessidade de planejar não

é um privilégio do homem moderno. Desde a antiguidade, observa-se que os

povos e seus lideres utilizavam-se de práticas de planejamento, mesmo que

não existisse ainda clareza sobre sua concepção.

1.3 – Conceitos e definições de Termos relacionados ao

planejamento estratégico.

Ao se buscar o conceito de planejamento estratégico é sempre

oportuno lembrar a celebre frase de Peter Drucker, que assim o resumiu: “o

planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas as implicações futuras

das decisões presentes”.

José Faria (1994, p.73) sustenta que planejamento é um processo que

impõem a necessidade de fazer no presente as escolhas para as ações do

futuro. Que em síntese é definir, com antecedência, o que se vai fazer.

Essencialmente planejamento é o ato de antecipar-se. É a definição

previa de como a situação que se vai enfrentar será conduzida, obtendo uma

análise das perspectivas da organização, caracterizando as tendências,

problemas, oportunidades e ameaças que envolvem o cenário em que

estamos inseridos, permitindo assim providencias e ações prévias que alterem

as correlações apresentadas, visando garantir seu êxito futuro.

Não se trata de vidências ou ações de para-normalidades, mas

simplesmente fazer um exercício de se pensar na situação que se vai passar e

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

13

se preparar antecipadamente através de ações estratégicas que melhor

condizem com o objetivo que se quer alcançar.

1.4 – A importância do planejamento estratégico para as

empresas

É cada vez maior o número de empresas, que diante da complexidade

no cenário empresarial e de tantas turbulências e incertezas, estão buscando

ferramentas e técnicas que melhor condizem com suas realidades frente ao

mercado dinâmico e competitivo, oportunizando, portanto, o estabelecimento

de diretrizes a serem seguidas.

De acordo com Chiavenato & Sapiro (2003, p.6)

Acompanhar a acentuada mutação que ocorre constantemente nos

mercados é mais fácil do que entender e tomar decisões em função dessas

mudanças. De fato, a velocidade das mudanças aumenta e ocorre numa

escala sem precedentes.

O mundo assiste ao ritmo alucinante dos acontecimentos, que estão

impactando as pessoas, as sociedades e a maneira de fazer negócios.

Diante deste cenário complexo e competitivo, muitas empresas têm

apostado e investido no planejamento estratégico como principal ferramenta de

ação para gerir os desafios e ameaças cotidianas, transformando-os em

oportunidades para desenvolver soluções e abrir novos campos de mercado e

investimentos para seus produtos, onde o planejamento das empresas para

seus negócios permite determinar o valor do faturamento e do lucro.

Segundo Kotler, (1998 p.84)

“Se houver uma lacuna no planejamento estratégico entre as vendas futuras desejadas e as

projetadas, a alta administração terá que desenvolver ou adquirir novos negócios para preenchê-lo.”

Assim, o desenvolvimento de um planejamento estratégico, permite

lançar as bases para a construção de um futuro promissor e a geração de um

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

14

mercado mais profissional e preparado para as constantes mudanças que

sempre ocorrerão. Portanto, a importância do planejamento no universo

administrativo está relacionado diretamente ao futuro de qualquer

organização.

Deste modo, na atual conjuntura, onde a competição passa a ser

global, é pouco provável a sobrevivência de empresas que não estejam

profissionalizadas, ou ainda, que não adotem o planejamento estratégico

enquanto ferramenta de orientação de suas propostas e ações.

1.5 – A importância da Gestão Estratégica de Pessoas

As pessoas e as organizações vivem em um contínuo processo de

atrair uns aos outros. As empresas necessitam de pessoas para desenvolver

suas atividades, e as pessoas estão no mercado de trabalho à procura de um

emprego.

Da mesma forma que os indivíduos selecionam as empresas que

querem trabalhar, procurando informações a respeito delas; as organizações

também procuram atrair indivíduos e obter informações sobre eles para, se for

ocaso, admiti-los. No mercado de trabalho existe uma imensidão de pessoas a

procura de um emprego, o que torna o processo de atração e seleção de

candidatos uma tarefa cansativa e um pouco complicada para a empresa.

Quando uma empresa demonstra interesse em contratar pessoas,

aparecem vários candidatos à vaga. Daí a necessidade de se fazer o

recrutamento.

O recrutamento é o processo através do qual existirá um conjunto de

técnicas utilizadas para a atração de candidatos altamente qualificados e

capazes de ocupar um determinado cargo dentro de uma empresa.

MILKOVICH, George T.; BOUDREAU

““Ele deve ser efetuado em umidades centralizadas e é uma

atividade permanente, sendo apenas intensi

ficada nas ocasiões em que existem vagas.”

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

15

É possível ainda dizer que, o recrutamento é o processo que em meio

a tantos candidatos existentes no mercado de recursos humanos, identifica e

desperta interesse de um grupo de pessoas entre as quais podem sair os

futuros funcionários da organização que, ao passarem por uma seleção irão

ser contratados.

Dentro desse conceito, o recrutamento é uma atividade de relações

publicas e de envolvimento da organização com a comunidade que a rodeia,

ou seja, é uma atividade de comunicação com o ambiente externo, isto é com

o mercado. O recrutamento consiste na pesquisa e investigação sobre as

fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas

necessárias ao atingimento de seus objetivos.

CHIAVENATO, Idalberto.Recursos humanos. – Ed. Compacta, 6 ed. –

São Paulo: Atlas, 2000 diz:

Para que o recrutamento produza o efeito desejado pela empresa, ou

seja, atração de candidatos qualificados, é necessário que ele consiga atrair

um número de pessoas suficiente para que se faça o processo de seleção,

através do qual sairão apenas os candidatos com habilidades e qualificações

desejadas para exercer uma função dentro da empresa que ofereceu a vaga.

O recrutamento acontece de forma bilateral, pois ao atrair candidatos a

funcionários da empresa, ele mostra através das mensagens transmitidas pela

organização que serve para apresentar a imagem e a filosofia da empresa

para estes candidatos, o governo e todos os que estão interagindo com as

informações do ambiente e do mundo.

Os candidatos que aparecem para ocupar uma vaga que está em

aberto dentro de uma empresa podem estar aplicados ou disponíveis. Estes

ainda podem ser reais ou potenciais.

Acontece que os candidatos aplicados, tanto reais como potenciais,

estão trabalhando em alguma empresa, inclusive na que forneceu a vaga.

Dessa forma, existem os meios de recrutamento: o recrutamento interno, o

recrutamento externo e o recrutamento misto.

Aqui, nesse trabalho monográfico, será abordado apenas o

recrutamento externo com informações de grande importância a seu respeito.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

16

1.6 – Corpo Funcional

As pessoas da organização que formam o corpo funcional contribuem

para a instalação de um clima organizacional favorável que conduz a

resultados nos negócios ou qualquer que seja a atividade-fim da organização.

O capital Humano – São os indivíduos na organização.

1.7 – Clima Organizacional

Segundo Sirota e Meltzeri (2005) há três fatores que as desejam na

organização e que entendemos contribuir para um climas altamente positivo:

• Equidade

• Realização

• Companheirismo

a) equidade: no sentido de que os superiores de qualquer nível são

justos na sua relação com a estrutura social, seja com relação a remuneração,

às avaliações realizadas ou a eventuais conflitos inter-pessoais. O clima será

tão melhor quão melhor for a resposta de superiores a estas questões.

b) Realização: crescer na carreira, na empresa, ter salário com

reajuste acima dos percentuais inflacionários. Estar bem na organização, ser

considerado, respeitado, estar na organização com responsabilidade social,

que respeite as leis, o meio ambiente, pois o reconhecimento positivo funciona

como agente estimulador.

c) Companheirismo: embora reconheçamos a competição entre as

pessoas de mesma posição seja algo previsível, não podemos deixar de

reconhecer que as pessoas buscam uma relação amistosa. Há momentos que

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

17

o acirramento entre as pessoas e a noção de companheirismo é colocada em

plano inferior. Esta realidade pode ou não afetar o clima organizacional como

um todo, mas, certamente terá reflexo pontual.

O gestor de pessoas de ser hábil no sentido de identificar eventuais

ruídos no relacionamento entre as pessoas, visando ao melhor clima,

assegurando um desenvolvimento regular dos trabalhos na organização, só

assim elimina-se conflitos que trazem instabilidade e a incerteza . O limite entre

o conflito possível e o não aconselhável é a função. A melhor compreensão

sobre limites será dada a partir da história do gestor: seu currículo oculto, sua

formação, leituras e a melhor apreensão possível do mundo das organizações.

Outro fator é a comunicação. Vale entender as etapas desse processo, logo a

seguir.

1.8 – Qualidade de Vida no Trabalho

A Qualidade de Vida Trabalho “tem sido uma preocupação do homem

desde o início de sua existência com outros títulos em outros contextos, mas

sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem estar ao trabalhador na

execução de sua tarefa”(RODRIGUES, 1994, p.76).

Desde a Idade Antiga, através dos princípios da geometria formulados

por Euclides de Alexandria em 300 a. C. que serviram de inspiração para a

melhoria do método de trabalho dos agricultores a margem do rio Nilo, assim

com a Lei das Alavancas de Arquimedes em 270 a. C. que veio a diminuir o

esforço dos trabalhadores (RODRIGUES, 1999), o homem se utiliza de

ferramentas e tecnologias para melhorar a condição no ambiente de trabalho.

No final do século XIX e início do século XX, período do surgimento

Administração Científica, caracterizado pela despersonalização do homem no

trabalho, que o tornava tão mecânico quanto a máquina que ele operava

(KWASNICKA, 1989), as empresas preocupavam-se com a organização

racional do trabalho devido a necessidade de aumentar a produção.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

18

De acordo com Taylor (apud CHIAVENATO, 2000, p.57), pai da

Administração Científica, os principais aspectos da organização social do

trabalho são:

“análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos; estudo da fadiga humana; divisão do

trabalho e especialização do operário; desenho de cargos e tarefas; incentivos salariais e prêmios de

produção; conceito de “homo economicus”; condições ambientais de trabalho; padronização de métodos

e máquinas; supervisão funcional.”

Taylor não concebia que o empregado era um ser biopsicossocial,

mas um ser essencialmente econômico; essa visão simplificada e racional do

ser humano não compreendia outros fatores que contribuíssem para melhoria

da qualidade de vida.

A divisão do trabalho, por exemplo, tornou as tarefas repetitivas e

prejudicavam o raciocínio e a criatividade dos trabalhadores. Essa

desumanização do trabalho provocou índices altos de absenteísmo e de

rotatividade de mão-de-obra, baixa qualidade dos produtos e

descontentamento entre os empregados, refletindo no desempenho das

empresas.

Silva (2000, p. 35), relata que:

“o modelo de administração científica provocou forte reação de insatisfação no empregado e,

a falta de recompensa psicológica resultou em absenteísmo, redução de velocidade de produção, mau

relacionamento entre empregado e empregador, sabotagem, rotatividades e greves”

Dando ênfase as pessoas, os grupos informais e os aspectos

psicossociais, em detrimento das tarefas e da estrutura organizacionais, surge,

na década de 1930, a Escola das Relações Humanas, a partir da “necessidade

de corrigir tendências à desumanização do trabalho” (CHIAVENATO, 2004b, p.

84) .

O surgimento da Escola das Relações Humanas deve-se as

experiências que iniciaram em 1927 e foram até 1932 na empresa Western

Eletric Company de Hawthorne (Chicago, Estados Unidos), realizadas pelo

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

19

Conselho Nacional de Pesquisas e coordenada por Elton Mayo.

(CHIAVENATO, 2004b)

O objetivo principal da experiência de Hawthorne era verificar a relação

entre a intensidade da luminosidade no ambiente de trabalho e a produtividade

dos empregados. Não fora constatada nenhuma relação entre essas duas

variáveis, no entanto, constatou-se a existência de variáveis de natureza

psicológica nos rendimentos dos funcionários. Dessa forma, Elton Mayo

alterou o objetivo da pesquisa e concluiu que o nível de produção é

determinado como fatores de integração social e o conteúdo do cargo e não

somente pela capacidade física do operário ou os aspectos físicos do local de

trabalho. (CARAVANTES, 1998).

Roethlisberger e Dikson (apud CHIAVENATO, 2004b, p.89), relatores

da experiência de Hawthorne, afirmam que “a organização industrial tem duas

funções principais: produzir bens ou serviços (função econômica que busca

equilíbrio externo) e distribuir satisfações entre seus participantes (função

social que busca o equilíbrio interno)”.

Portanto, diante da civilização industrializada com empresas

preocupadas somente com os lucros e a eficiência financeira, surgiu a

preocupação de harmonizar as funções econômica e social. O conflito

industrial gerado pelos objetivos das empresas e os objetivos individuais dos

empregados confirmaram que o modelo da Administração Científica era

inadequado para motivar o colaborador.

Aspectos psicológicos e o bem estar dos empregados como fator

determinante de seu desempenho e dos resultados da organização e as

conclusões da experiência de Hawthorne, tiveram impacto decisivo a partir da

década de 1950, com o surgimento da Teoria Comportamental ou Behaviorista

que estudava a motivação no trabalho.

Chiavenato (2004a) afirma que a qualidade de vida no trabalho envolve

os seguintes fatores: satisfação com o trabalho executado; possibilidade de

futuro nas organizações; reconhecimento pelos resultados alcançados; salário

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

20

percebido; benefícios auferidos; relacionamento humano dentro do grupo e da

empresa; ambiente psicológico e físico de trabalho; e possibilidades de

participação.

Esta visão não tem sido refletida na gestão de pessoas na área da

tecnologia, no entanto cada vez mais profissionais e empresas tentam se

adequar a necessidade da qualidade de vida.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

21

CAPÍTULO II

PROFISSIONAIS DE TI

... "Meu trabalho não é o de pegar leve com as pessoas. Meu trabalho é torná-

las melhores."(Steve Jobs)

2.1 – Os Profissionais de TI

Apesar da TI possuir diversas áreas de especialização, o contexto

deste trabalho refere-se a área de desenvolvimento de sistemas, especialidade

da fábrica de softwares Base 5 TI, empresas da qual foi realizado parte do

estudo.

A pesquisa de Crepeau et al. (1992) identificou várias orientações que

os profissionais de TI consideram na percepção do seu ambiente de

profissional, que influenciam a tomada de decisões, esta idéia tem como

propósito a realização das percepções internalizadas em cada indivíduo do que

é necessário para um profissional de TI, representam um padrão de percepção

individual sobre talento, motivos e valores que dão forma ao comportamento e

às decisões relacionadas à carreira. São estas as orientações:

a) Competência Gerencial: representa a necessidade de ser

competente nas atividades associadas ao gerenciamento, como o

perfil para análise de oblemas, estabilidade emocional e habilidade

para relacionamento interpessoal;

b) Competência técnica – está associada à motivação pelo desafio

relativo a um campo técnico, uma área funcional ou conteúdo

écnico de um trabalho;.

c) Segurança e Estabilidade Organizacional – simboliza o desejo em

trabalhar numa organização que proporcione benefícios e

estabilidade em longo prazo;

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

22

d) Criatividade e Empreendedorismo – envolve a necessidade de criar

algo, de participar de novos projetos;

e) Autonomia e Independência – envolve a necessidade do indivíduo

de se sentir livre para procurar novas competências profissionais e

técnicas;

f) Identidade – se refere ao desejo de status e prestígio em trabalhar

em determinadas companhias ou organizações;

g) Serviço – se refere a preocupação em ajudar pessoas ou

testemunhar resultados e mudanças advindas de esforços;

h) Variedade – se refere ao desejo de tomar desafios diferentes.

Conforme propõe Crepeau et al (1992), estas orientações deveriam

servir como base para que a gerência de RH da empresa possa adotar a

estratégia para definir o planejamento as carreiras de TI, orientação dos

profissionais em suas carreiras e incentivar a comunicação adequada sobre a

evolução profissional.

2.2 – Visão Executiva dos Profissionais de TI

Datz (2004) sustenta que, na década de 80 e 90, os profissionais

recém graduados em Ciência da Computação eram bem vistos nas empresas.

Nesta época, a computação no ambiente corporativo era novidade e a ligação

entre o técnico e o processo de negócio ainda era mínima. Uma vez que a

oferta de mão de obra de TI era escassa, os profissionais eram valorizados.

Atualmente, o valor desse tipo de profissional caiu em função de um conjunto

de fatores, como a o fato de existir mão de obra em outros países a preços

bem mais atrativos, os meios de com unificação de dados e voz ficaram mais

baratos, e confiáveis e nem todos os profissionais de TI têm uma visão madura

dos processos de negócio. Desta forma, as empresas começam a considerar

soluções alternativas como a terceirização.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

23

Uma das maiores reclamações dos diretores de sistema das empresas

é que os profissionais recém-formados não possuem bagagem de

conhecimento adequada para contribuir no ambiente de TI corporativo. Com

isso as escolas precisam repensar os currículos tradições, adaptando os

processos de negócios a sua cadeia educacional.

Este cenário aumentou consideravelmente a terceirização da área de

TI nas empresas, contribuindo assim para o crescimento das empresas

consideradas fábricas de softwares ou fábricas de soluções.

A estratégia adotada pelas empresas em terceirizar a área de TI

apresenta benefícios potencial, como por exemplo a redução de custos, melhor

qualidade do serviço e aplicação imediata de conhecimento em tecnologia. No

entanto esta estratégica também aumenta o risco de uma evolução prejudicial

à operação de uma organização. Nem todas as experiências de terceirização

alcançam o sucesso esperado. Isso se deve em partes ao fato da equipe

terceirizada não ter a visão do todo e consequentemente não ter condições de

desenvolver o entendimento quanto ao processo de negócio do produto final,

com isso a qualidade do produto gerado pode ficar comprometida.

Para evitar que a gestão de TI recaia sobre a administração de

contratos de terceirização, Koch(2004) sugere para os diretores da área de

sistemas medidas para preservar suas equipes.De forma geral, os principais

fatores de riscos são o custo elevado da equipe terceirizada e a distância que

separa os executivos de negócio dos assuntos do dia-a-dia de TI. Na visão

executiva, esta é a causa da percepção de que a empresa não está obtendo

retorno nos investimentos de TI.

Acredita-se que a tendência das empresas é voltar a contratar de

forma efetiva profissionais para suas áreas de TI, capacitando-os para

entender os negócios da empresa de forma a aplicar com melhor qualidade os

negócios aos sistemas.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

24

2.3 – Novas Demandas e Impactos dos Profissionais de TI

Como colocado anteriormente, nas últimas décadas a função de TI nas

organizações obteve um rápido crescimento, como resultado intenso das

competições pelo mercado. Este crescimento criou a necessidade de

profissionais de TI mais especializados e com atribuições mais complexas.

Além de terem que estar familiarizados com os processos de negócio. Como

resultado este processo tem submetido à cargas adicionais de tensão

profissional e emocional (HHUARNG, 2001).

A pesquisa realizada nas empresa e com profissionais da área, avaliou

opiniões dos profissionais de TI relativa a sua carreira. Esta pesquisa avaliou

como os profissionais de nível mais técnico se sentem em relação aos seus

gerentes, à cultura da empresa em que trabalham, em relação às

oportunidades de evolução profissional e acesso à novas tecnologias. De

acordo com os resultados, esta pesquisa de forma geral indicou que não há

entusiasmos em relação às perspectivas de carreira, embora estes

profissionais de TI não demonstrem arrependimento por terem optado pela

carreira em TI. A pesquisa retrata insatisfação quanto as recompensas,

tomadas de decisão e ambientes em que trabalham.

Cortes na economia forçou cortes lentos na força de trabalho de TI.

Com isso os profissionais sofreram uma carga elevada de trabalho, pouco

treinamento e perda e falta de confiança de suas empresas, aassim os

profissionais de TI estão se sentindo penalizados.

Com a mudança da forma como os projetos são tratados e vendidos,

as empresas de TI vem forçando contratações de profissionais como empresa

Jurídica, onde o profissional contratado é obrigado a abrir uma empresa e

emitir nota referente ao valor de seu salário para a empresa contratante, em

pesquisa foi constatado que 76% dos profissionais de TI são contratados desta

forma, o que vem gerando insatisfação, por parte da empresa ela economiza

não tendo que arcar com todas as despesas quando deseja desalocar um

funcionário, pois nesta modalidade ela alega que o profissional não tinha

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

25

vínculo empregatício, quem sai perdendo é o profissional pois este não possui

nenhuma garantia ou benefício quando é demitido. Este fator é um dos mais

preocupantes para os profissionais, pois não gera benefícios, já que ele passa

a ter que pagar um contador e os impostos referentes as notas, além de não

obter décimo terceiro e nem férias.

A carga horária excessiva vem sendo outro descontentamento na

classe profissional , onde em poucas empresas os profissionais cumprem 8

horas ou menos.

Estas mudanças que ocorreram criaram uma queda na motivação

destes profissionais, principalmente os que possuem mais idade, para

Schambach (1999) , esta desmotivação está diretamente ligada ao pessimismo

quando as recompensas recebidas das empresas.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

26

CAPÍTULO III

A VISÃO DAS EMPRESAS DE TI

3.1 – VISÃO DA EMPRESA TI

De acordo com as pesquisas realizadas identificamos que as

empresas possuem grande dificuldade na contratação dos profissionais de TI,

tendo como desafio maior manter estes profissionais nas empresas, identificar

potenciais, desenvolve-los e reter estes talentos.

A demanda de mercado vem sendo muito maior do que a

disponibilidade de profissionais, sendo assim as empresas estão trabalho em

se reestruturar tanto na forma como vendem seus projetos quanto a forma

como alocam seus profissionais.

É uma grande verdade que as empresas, principalmente as

consideradas fábricas de softwares vem contratando seus profissionais na

forma de Pessoa Jurídica, este fato tem ocorrido por um fator externo muito

grande que é a alocação de recursos por projetos. Estas empresas precisam

correr para conseguir fechar contratos e manter seus profissionais alocados, a

maioria dos contratos fechados englobam uma carga de trabalho com média

de 6 a 2 anos de trabalho, com isso essas empresas precisam manter seus

profissionais na forma de Pessoa Jurídica para o caso de ter que dispensá-los

em tempo curto.

3.2 – AMBIENTE DE TRABALHO TI

Quanto melhor o ambiente de trabalho em uma organização, mais

resultados ela consegue obter no mercado. Esta afirmação, que representa um

dos pilares da filosofia defendida pelo Great Place to Work Institute –

consultoria responsável pelo estudo das Melhores Empresas para Trabalhar –

foi confirmada na pesquisa de 2010.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

27

Entre as 70 Melhores Empresas para Trabalhar em TI e Telecom no

Brasil, o impacto das turbulências na economia internacional foi muito menor

do que no resto do setor, avalia o CEO do Great Place to Work no País, Ruy

Shiozawa. “Elas passaram melhor pela crise”, afirma.

“Isso demonstra que as organizações erram, quando, nos momentos

difíceis, deixam de lado a preocupação com as pessoas e focam apenas na

solução dos problemas financeiros”, pontua Shiozawa.

Ele justifica sua visão mostrando que as empresas listadas entre as

melhores para trabalhar apresentam rentabilidade bem acima da obtida pelo

índice da Bolsa de Valores (Ibovespa). Relatório divulgado pela M2

Investimentos calcula que, caso uma pessoa tivesse investido 100 reais na

Bovespa em 2000, teria recebido 409 reais no último ano, segundo a média de

valorização das ações no período. Contudo, se tivesse injetasse o mesmo

valor nas organizações consideradas como as Melhores para Trabalhar –

segundo a pesquisa do GPTW –, a rentabilidade seria de 1.205 reais.

O CEO do GPTW aponta, ainda, que em setores altamente

competitivos, como o caso do mercado de tecnologia da informação, já existe

uma percepção das organizações de que um bom ambiente de trabalho

representa um diferencial, na medida em que garante a atração e a retenção

de talentos. Um reflexo direto da preocupação das empresas está no fato de

que, este ano, um índice 20% maior de companhias de TI e Telecom se

inscreveu para participar da pesquisa.

Além disso, em 2010, houve um aumento de participação das

companhias de TI e Telecom no ranking geral das 100 Melhores Empresas

para Trabalhar no Brasil – que engloba organizações de todos os setores da

economia – em relação a 2009, quando o setor respondeu por cerca de 1/3

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

28

das organizações listadas. “Isso demonstra uma preocupação brutal do

segmento em atrair e reter talentos”, conclui o CEO do GPTW.

Os esforços das empresas do setor de tecnologia no sentido de

melhorar o ambiente de trabalho refletem em uma percepção positiva dos

profissionais. “Como o estudo deste ano refere-se a dados de 2009 – quando

ainda existia uma crise – esperávamos que houvesse uma queda na média

geral de avaliação dos funcionários. O que não ocorreu”, cita Shiozawa. O

índice geral de satisfação, de 80 pontos, manteve-se praticamente estável na

comparação com a pesquisa realizada no ano anterior.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

29

CONCLUSÃO

Com base no estudo acima, vemos que a importância na mudança de

paradigmas relacionado a contratação dos profissionais de TI, principalmente

no que diz respeito ao grande número de contratos feitos como Pessoa

Jurídica, pois esta modalidade de contratação tem obrigado os profissionais a

exercerem mais horas de trabalho do que o combinado além de não ser

proporcionado com os direitos trabalhistas.

A qualidade de vida tem sido um dos assuntos mais abordados no

meio, pois com a falta de mão de obra, estes profissionais estão sofrendo

grades pressões para que consigam cumprir com os prazos acordados entre a

empresa e os clientes na entregas de projetos. Estas empresas muitas vezes

para conquistar o cliente e não perder para o concorrente, sacrifica os prazos

das entregas dos projetos, diminuindo o valor dos contratos e minimizando os

prazos, garantindo-se na pressão que será exercida sobre os profissionais que

para manter seus empregos sucumbem as horas excessivas de trabalho,

tendo como expectativa que nos próximos projetos esta pressão não ocorra.

Ao passo que as empresas pressionam seus profissionais gerando

stress excessivo, muitas vezes os projetos, sejam eles produtos ou serviços,

sejam entregue sem qualidades, ou até mesmo que custem mais caro do que

foi vendido, estourando todo o orçamento proposto.

Em contra partida, os profissionais aproveitando o mercado aquecido

nesta área, procuram sair da empresa em que trabalham a fim de conseguir

uma alocação melhor, seja avaliando o ambiente de trabalho ou avaliando

melhor remuneração.

O importante é que será necessário adotar uma nova gestão

estratégica para as empresas de TI para garantir a qualidade de vida dos

profissionais da área, como menor hora de trabalho como algumas empresas

já estão adotando, sendo com participação nos lucros, cursos e uma forma de

contratação que garanta os direitos dos profissionais. Este cenário ainda está

longe de ocorrer neste setor, mas se mostra uma movimentação com

tendência a mudanças.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

30

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Pesquisa de 2010

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

31

ANEXO 1

PRODUZINDO O MATERIAL

Uma pesquisa de 2010 organizada pelo CISR do MIT indica que 80% dos CIOs

ainda focam no suporte ao negócio e na entrega de tecnologia, enquanto

apenas 20% focam no desenho de processos de negócio e na geração de

receita. Isso traduz que a TI comporta-se como um fornecedor interno e não

como um parceiro estratégico.”

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

32

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANG, S. e SLAUGHTER, S.. “The Missing Context of Information Technology

Personnel: A

Review and Future Directions for Research” em Framing the Domains of IT

Management:

Projecting the Future Frome the Past. R. W. Zmud (ed.). Cincinatti, EUA:

Pinnaflex

Educational Resources, 2000.

BAHLI, Bouchaib e RIVARD, Suzanne. Validating measures of information

technology

outsourcing risk factors. Omega (Oxford), v.33 n.2, p.175, 2005.

BUXBAUM, P.. Bringing IT Back Home. Computerworld: p.38, 29 de julho de

2002.

CREPEAU, Raymond G., CROOK, Connie W., GOSLAR, Martin D. e

Mcmurtrey, Mark E..

Career Abchors od Information Systems Personnel. Journal of Management

Information

Systems: v.9, n.2, pp.145-160. Outono de 1992.

DATZ, Todd. Degrees of Change. CIO Magazine, 15 de outubro de 2004,

pesquisado em

http://www.cio.com/archive/101504/school.html em 08 de março de 2005.

DAVIS, Stan e MEYER, Christopher. Blur: a velocidade da mudança na

economia

integrada. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

Delong, T.J.. Dentists and career satisfaction: an empirical view. Journal of

Dentistry for

Children: pp.179-185, maio-junho de 1983.

DORGAN, Stephen J. e DOWDY, John J.. When IT lifts productivity. The

McKinsey Quarterly no.4, 2004.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

33

DUBIN, S.S.. “Maintaining Competence through Updating” In Maintaining

Professional

Competence, S. L. Willis e S. S. Dubin (eds.). São Francisco, EUA: Jossey-

Bass, pp. 44-

48, 1990.

FERDINAND, T. N.. On the Obsolescence of Scientists and Engineers.

American Scientist,

n.54, pp.46-56, 1966.

FERRATT, Thomas W. e SHORT, Larry E.. Are Information Systems People

Different: An

Investigation of Motivational Differences. MIS Quarterly, p.377. dezembro de

1986.

FLEURY, Marta Tereza L. e FLEURY, Afonso Carlos C.. Alinhando estratégias

e competências. Revista de Administração de Empresas. Vol. 44, No.1.

jan/mar 2004.

GLASS, R.. On Personal Technical Obsolescence. Communications of the

ACM, v.43, n.7,

pp.15-17. 2000.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

34

BIBLIOGRAFIA CITADA

1 - CREPEAU, Raymond G., CROOK, Connie W., GOSLAR, Martin D. e

Mcmurtrey, Mark E..

2 - DATZ, Todd. Degrees of Change. CIO Magazine, 15 de outubro de 2004,

pesquisado em

http://www.cio.com/archive/101504/school.html em 08 de março de 2005.

2 – Site ComputerWorld

3 - FLEURY, Marta Tereza L. e FLEURY, Afonso Carlos C.. Alinhando

estratégias e competências. Revista de Administração de Empresas. Vol. 44,

No.1. jan/mar 2004.

4 - Children: pp.179-185, maio-junho de 1983.

DORGAN, Stephen J. e DOWDY, John J.. When IT lifts productivity. The

McKinsey Quarterly no.4, 2004.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · leitura do livro Gestão Estratégica de Mauro Calixta, assim como o livro Indicadores de Gestão de Recursos Humanos. Durante

35

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Gestão Estratégica de Pessoas no Brasil 10

CAPÍTULO II - Profissionais de TI 21

CAPÍTULO III – A Visão das Empresas de TI 26

CONCLUSÃO 29

ANEXOS 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 34

ÍNDICE 35

FOLHA DE AVALIAÇÃO