Prof.Dr. Lucinei Roberto de Oliveira 2012 Disciplina: Patologia Oral e Maxilofacial Curso:...

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CISTOS: Odontogênicos e Não-Odontogênicos

Prof.Dr. Lucinei Roberto de Oliveira

2012

Disciplina: Patologia Oral e Maxilofacial

Curso: Odontologia

h t t p : / / l u c i n e i . w i k i s p a c e s . c o m

• Cavidades patológicas com conteúdo fluído, semifluído ou

gasoso, não formadas por acúmulo de pus (Kramer,1974)

• Quase sempre revestidos por epitélio (total ou parcialmente)

CISTOS

Cistos revestidos por epitélio nos ossos do

corpo são quase sempre observados somente

nos ossos gnáticos.

CISTOS

Características Histopatológicas

CISTOS

NÃO-ODONTOGÊNICOS

Epitélio aprisionado ao longo das linhas de fusão dos processos embrionários

CISTOS

CLASSIFICAÇÃO

-

-

Não-Odontogênicos

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO (cisto do canal incisivo)

- Mais comum dos cistos não-odontogênicos

- Origem provável: proliferação de remanescentes epiteliais do canal

nasopalatino, devido a traumas ou infecções bacterianas.

- Predileção por homens.

- Pode provocar divergência radicular dos Incisivos Centrais.

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO (cisto do canal incisivo)

- Descoberto em exames radiográficos de rotina

- Radiolúcido, redondo ou oval, forma clássica de CORAÇÃO, borda

esclerosada e acima dos ápices dos Incisivos Centrais.

- Tratamento: Enucleação cirúrgica com biópsia recomendada.

Histológico

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO

Histológico

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO

X

CISTO PALATINO MEDIANO

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO

?

X

CISTO PALATINO MEDIANO

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO

CISTO PALATINO MEDIANO

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO NASOLABIAL

- Comum em adultos do sexo feminino entre 4ª e 5ª décadas

- Ocorre acima do lábio superior lateral à linha mediana.

- Apresenta-se como edema localizado, apagando o sulco mucolabial.

- Pode ser bilateral e resultar em obstrução nasal

- Assintomático, mas pode romper espontaneamente drenando para a cavidade oral ou nariz

CISTO NASOLABIAL

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO NASOLABIAL

- Radiográfico: Não há imagem

- HISTOLÓGICO: Limitado por Epitélio Colunar Pseudo-Estratificado com células

caliciformes e ciliadas, cápsula de tecido fibroso e tecido muscular adjacente.

- Tratamento: Excisão cirúrgica por acesso intra-oral

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO

- Cisto de desenvolvimento mais comum do pescoço (3/4 das lesões)

- Origem: proliferação de remanescentes epiteliais do trato tireoglosso

embrionário que não se atrofiam totalmente

- Provável estímulo inflamatório do tecido linfóide adjacente

- CLÍNICO:

- Maioria ocorre na linha média do pescoço e abaixo do osso hióide

- Consistência firme e móvel- Desenvolvimento lento, assintomático, pode causar

deficiência na deglutição

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO DA FENDA BRANQUIAL (Linfoepitelial cervical)

Remanescentes das FENDAS BRANQUIAIS

- Mais frequente na região lateral superior do pescoço, ao longo da borda anterior do

músculo esternocleidomastoideo

- Afeta mais adultos jovens entre 20 e 40 anos

- Desenvolvimento lento e assintomático, pode ocorrer dor com infecção secundária

- Consiste em uma massa móvel e mole

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

CISTO DA FENDA BRANQUIAL (Linfoepitelial cervical)

CISTO DA FENDA BRANQUIAL (Linfoepitelial cervical)

Histológico: Revestidos por Epitélio Escamoso Estratificado Ceratinizado ou não (90%)

- Cápsula Conjuntiva com agregado linfóide

- Tratamento: Excisão cirúrgica, recidivas raras

- Pode malignizar

CISTO BRANQUIAL (Linfoepitelial cervical)

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO DERMÓIDE

ORIGEM: retenção de células multipotenciais, resultando em uma forma

de cisto benigno originário do Epitélio Germinativo Embrionário.

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO DERMÓIDE

- Acomete mais adultos jovens

- Assintomático, crescimento lento, mole e pastoso à palpação

- Pode ocorrer infecção secundária com drenagem para pele ou boca

- Ocorrência mais comum na

linha média do assoalho bucal

CISTO DERMÓIDE INTRA-ORAL

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO MANDIBULAR MEDIANO

CISTO GLOBULOMAXILAR

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO MANDIBULAR MEDIANO

CISTO GLOBULOMAXILAR

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

Espaço vazio intra-ósseo com ausência de revestimento epitelial (Pseudocisto)

- Incomum nos maxilares – Mais frequente em ossos longos

- Etiologia mais aceita: desenvolvimento por uma hemorragia intramedular produzida

por trauma (Teoria Trauma-Hemorragia)

CISTO ÓSSEO SIMPLES (Cisto ósseo traumático, cisto ósseo hemorrágico, cisto ósseo solitário, cavidade óssea idiopática)

- Aspectos Clínicos:

- Afeta mais homens adolescentes, no corpo mandibular

- Assintomático, descoberto em radiografia de rotina

- Pode conter sangue ou fluído serossanguinolento (2/3 casos)

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO ÓSSEO SIMPLES

(Cisto ósseo traumático, cisto ósseo hemorrágico, cisto ósseo solitário, cavidade óssea idiopática)

-Aspectos Radiográficos: Imagem radiolúcida definida e regular

-Características Histopatológicas: Tecido Conjuntivo Fibroso, bem vascularizado e

sem epitélio, pode apresentar Osteoclastos na superfície óssea

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO ÓSSEO SIMPLES

(Cisto ósseo traumático, cisto ósseo hemorrágico, cisto ósseo solitário, cavidade óssea idiopática)

-BIÓPSIA ou PUNÇÃO: aconselhável

para diferenciar de outros cistos ósseos

e lesões radiolúcidas não-

odontogênicas.

- TRATAMENTO: Curetagem para

estabelecer sangramento

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO

- Mais comum na mandíbula em áreas de molares

- Pode ter um rápido inchaço facial com dor

- Aspectos Radiográficos: Zona radiolúcida, contorno nítido e irregular, com

formações cavitárias em seu interior, tipo favos de mel ou bolhas de sabão

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO

- Aspectos Histológicos: Espaços variáveis não revestidos por endotélio e

preenchidos por sangue, cercado por tecido fibroblástico com células gigantes

multinucleadas.

- Tratamento: Excisão ou curetagem com crioterapia para evitar hemorragias

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO ÓSSEO ESTÁTICO

Defeito de Stafne

- Depressão anatômica da face lingual posterior da mandíbula que parece um

cisto ao exame radiográfico.

- Decorrente da inclusão de tecido glandular ou outros tecidos moles durante o

desenvolvimento embrionário da mandíbula.

- Predileção por homens (80 a 90%)

- Assintomático

- Observado em exames panorâmicos de rotina

-Pode formar uma depressão palpável na borda inferior da mandíbula

- Não há modificação de tamanho ao longo do tempo (Estático)

CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS

CISTO ÓSSEO ESTÁTICO

Defeito de Stafne

- Aspectos Radiográficos:

- Localização e aparência patognomônica

- Radiolúcido, forma oval bem circunscrita, abaixo do canal alveolar inferior e

anterior ao ângulo mandibular

- Tratamento: Não necessita de tratamento

quando diferenciado de outras lesões.

CISTOS ODONTOGÊNICOS

-Revestimento epitelial derivado dos restos epiteliais do órgão formador do

dente

- Subdivididos nos tipos de DESENVOLVIMENTO e INFLAMATÓRIO.

CISTOS

CLASSIFICAÇÃO

ODONTOGÊNICOS

*

*

O epitélio presente em cada um dos cistos odontogênicos é

derivado de uma das seguintes fontes:

- Lâmina dentária

- Órgão do esmalte

- Bainha de Hertwig

CISTOS ODONTOGÊNICOS

Lâmina dentaria

Restos de Serres

Epit. Int. orgão do E.

Bainha epit. Radicular de Hertwig, origem dosRestos de Malassez

CISTOS ODONTOGÊNICOSORIGENS

Frequência dos cistos odontogênicos 1976-1996 (Crepo)

TIPO n %C radicular 1431 51,3C dentígero 438 17,4Queratocisto 374 13,4C residual 369 13,2C paradentario 87 3,1Outros 23 1,6TOTAL 2722 100,0

CISTO RADICULAR(CISTO PERIAPICAL, CISTO PERIODONTAL APICAL)

• Cisto periapical em baía

• Cisto periapical verdadeiro

Epitélio quiescente na região apical do dente

desvitalizado é estimulado pela inflamação

CISTO RADICULAR(CISTO PERIAPICAL, CISTO PERIODONTAL APICAL)

• Cisto radicular lateral

• Cisto periapical residual

CISTO RADICULAR

CISTO RADICULAR

- 50-75% de todos os cistos

- Regiões mais frequentes

- Maxila: anterior > posterior

- Mandíbula: posterior > anterior

- Idade : 3°-7° décadas

- Assintomático, achado radiográfico de rotina

Distribuição dos cistos radiculares

CISTO RADICULAR

Aspectos radiográficos

CISTO RADICULAR LATERAL

CISTO RADICULAR RESIDUAL

Mecanismos envolvidos no

crescimento dos cistos (Soames, 2005)

Lumen quístico Pared quística

Contenido hipertónico Membrana semipermeable

Alto

Gradiente Osmótica

BajoMovimiento de agua

Presión hidrostática Expansión

Exudado inflamatorio

Productos celulares

CISTO RADICULAR

Histopatológico

CISTO RADICULAR(CISTO PERIAPICAL, CISTO PERIODONTAL APICAL)

TRATAMENTO

- Extração

- Tratamento endodôntico conservador não-cirúrgico

- Cirurgia periapical = lesões > que 2 cm. e dentes nos quais

não é viável tratamento endodôntico convencional

CISTOS ODONTOGÊNICOS

DO DESENVOLVIMENTO

CISTO DENTÍGERO

CISTO FOLICULAR

Patogênese:

-Degeneração do retículo estrelado do órgão do esmalte

-Acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente

CISTO DENTÍGERO

Tipo mais comum de cisto odontogênico de desenvolvimento (20% dos casos)

Localização + comum: 3º molar inferior e canino superior

Idade: 10 - 30 anos

ASSOCIADO A DENTES VITAIS

Quadro clinico: - Ocasionalmente assintomático ou com expansão cortical

- Pode haver deslocamento e reabsorção de dentes vizinhos

CISTO DENTÍGERO

- Lesão radiolúcida unilocular associada com coroa de dente incluso

- Margens radiopacas bem definidas

CISTO DENTÍGERO

Histopatológico

• Epitélio fino com células de

Tecido Epitelial Pavimentoso

Estratificado não ceratinizado

• Delgada parede conjuntiva fibrosa

- Enucleação cuidadosa junto com o dente envolvido, quando indicado

- Marsupialização

- Possibilidade de transformação em Ameloblastoma.

CISTO DENTÍGERO

Tratamento

CISTO DE ERUPÇÃO

Hematoma de Erupção

- Correspondente extra-ósseo do cisto dentígero.

- Associado a um dente decíduo ou permanente em erupção.

- Associado com hemorragia devido a traumas.

- Tratamentos: nenhum

- Rompimento cístico por trauma mastigatório

- Caso não aconteça:

- realiza-se ulotomia ou gengivectomia

CISTO GENGIVAL DO RECÉM-NASCIDO

- Pequenos cistos superficiais contendo ceratina, encontrados na mucosa alveolar de

recém-nascidos.

- Origem: proliferação de remanescentes da lâmina dentária

- Aspectos Clínicos: Pequenas pápulas alveolares esbranquiçadas e múltiplas

- Assintomático, rompimento espontâneo.

- TRATAMENTO: Sem indicação terapêutica específica.

Pérolas de Epstein e Nódulos de BohnCISTOS PALATINOS DO RECÉM NASCIDO

• 75 a 80% dos recém nascidos apresentam essas lesões

• São benignas e diferem basicamente pela localização

Nódulos de Bohn

Lateralmente nos palatos duro e mole

Restos epiteliais de glândulas salivares

menores

Pérolas de Epstein

Ao longo da rafe palatina mediana

Epitélio aprisionado ao longo da linha de fusão

Mesma origem epitelial e características histológicas.

Derivados dos Restos da Lâmina Dental (Restos de Serres)

- Aspectos Clínicos: Ocorrem mais na região de Canino e Pré-Molar inferior (60 a 75%)

- Assintomáticos

CISTO GENGIVAL DO ADULTO

CISTO PERIODONTAL LATERAL

- Aspecto Radiográfico: Cisto Periodontal Lateral

- Área radiolúcida redonda ou ovóide.

- Pode assumir uma morfologia clinicamente policística ou radiograficamente

multilocular, chamados de CISTOS ODONTOGÊNICOS BOTRIÓIDES.

- Aspecto Histológico: Revestimento epitelial não-ceratinizado com poucas camadas

de células, focos de espessamento (placas) para o interior do lúmen.

- Tratamento: Extra-ósseo: Excisão - Intra-ósseo: Enucleação e curetagem

CISTO GENGIVAL DO ADULTO

CISTO PERIODONTAL LATERAL

CISTO ODONTOGÊNICO GLANDULAR

CISTO SIALO-ODONTOGÊNICO

- Epitélio cístico com diferenciação glandular (agrupamento de células mucosas)

- Aspectos Clínicos: Raramente ocorre antes dos 20 anos, 75% dos casos

na mandíbula anterior

- Geralmente assintomáticos quando pequenos

-Aspecto Radiográfico: Frequente imagem radiolúcida uni- ou multilocular bem definida

CERATOCISTO ODONTOGÊNICO

TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICOClassificação OMS 2005

ORIGEM: Restos celulares da lâmina dental

- 3 a 11% de todos os Cistos Odontogênicos (2º em prevalência)

- 60 a 80% dos casos em mandíbula – preferência por homens

- Geralmente assintomáticos

- Crescimento ântero-posterior (dentro da cavidade medular óssea) – sem expansão óssea

Importância do Ceratocisto

• Grande tamanho

• Rx: Confunde-se com outras lesões

• Recidivas frequentes

• Quando múltiplos: Síndrome do carcinoma nevoide basocelular

SÍNDROME DE GORLIN

• Diagnóstico é confirmado nos aspectos microscópicos

- Possui cápsula fina e friável, camada com poucas células epiteliais,

regularidade da camada basal e ausência de infiltrado inflamatório

- Presença de ceratina na luz, devido a descamação epitelial.

- Tratamento: Enucleação e marsupialização, com curetagem e

acompanhamento pós-operatório.

RECIDIVAS FREQUENTES (30-60%)

Ceratocisto Odontogênico

CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE

Cisto de Gorlin, Tumor Dentinogênico de Céls. Fantasmas,

Tumor Odontogênico Cístico Calcificante (OMS, 2005), Cisto Odontogênico Calcificante

- Podem ter comportamento cístico ou neoplásico

- Aspectos Clínicos: Predileção por homens e região anterior

- Maioria ASSINTOMÁTICO, mas com aumento de volume.

- RX Intra-ósseo: Lesão radiolúcida uni ou multilocular, possuem calcificação no

interior da lesão (50%).

- Extra-ósseo: Massa gengival pedunculada ou séssil.

- Aspectos Histológicos:

- Revestimento epitelial com camada basal com células

cúbicas ou colunares (semelhantes a ameloblastos)

- Presença de células fantasmas

- Calcificação distrófica

- TRATAMENTO: Enucleação,com raras recidivas.

- Um pequeno número está associado com invasividade e malignidade

(sobrevida em 5 anos de 73%)

CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE

F I Mobrigado pela atenção