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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROCESSO DE PROMOÇÃO 013. PROVA OBJETIVA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II – FILOSOFIA Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 60 questões objetivas. Confira seu nome e número de inscrição impressos na capa deste caderno e na folha de respostas. Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta imperfeições. Caso haja algum problema, informe ao fiscal da sala. Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta. Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu. A duração das provas objetiva e dissertativa é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de respostas e a transcrição da resposta definitiva. Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorridos 75% do tempo de duração das provas. Ao sair, você entregará ao fiscal o caderno de questões dissertativas, a folha de respostas e este caderno, podendo levar apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência. Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas. AGUARDE A ORDEM DO FISCAL PARA ABRIR ESTE CADERNO DE QUESTÕES. 01.09.2013

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Processo de Promoção

013. PROVA ObjetiVA

Professor de educação Básica ii – filosofia

� Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 60 questões objetivas.

� Confira seu nome e número de inscrição impressos na capa deste caderno e na folha de respostas.

� Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta imperfeições. Caso haja algum problema, informe ao fiscal da sala.

� Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta.

� Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu.

� A duração das provas objetiva e dissertativa é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de respostas e a transcrição da resposta definitiva.

� Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorridos 75% do tempo de duração das provas.

� Ao sair, você entregará ao fiscal o caderno de questões dissertativas, a folha de respostas e este caderno, podendo levar apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência.

� Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas.

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01.09.2013

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FORMAÇÃO PedAgógicA

01. Com relação ao agrupamento de alunos e à formação de tur-mas, de acordo com Gomes (2005), o conjunto das pesqui-sas de diferentes orientações teóricas e metodológicas(A) comprova que a formação de turmas homogêneas di-

minui drasticamente o hiato de aproveitamento entre as mais e menos “fortes”.

(B) aponta uma enorme vantagem dos grupos homogêneos, em termos de rendimento escolar, em relação às turmas heterogêneas.

(C) demonstra que a organização flexível de grupos homogê-neos constituídos em função do nível de domínio de uma competência específica traz efeitos negativos inegáveis.

(D) aconselha cautela na formação de grupos homogêneos, pois há uma persistente tendência de atração entre fato-res sociais e culturais e condições educacionais.

(E) indica uma enorme vantagem dos grupos heterogêneos, em termos de rendimento escolar, em relação às turmas homogêneas.

02. Saviani (2010) afirma que “a ‘pedagogia das competências’ apresenta-se como outra face da ‘pedagogia do aprender a aprender’, cujo objetivo é(A) fornecer aos indivíduos os instrumentos adequados para

transformar informação em conhecimento, a partir da concepção de que a inteligência sensório-motora chega a se constituir em pensamento lógico”.

(B) dotar os indivíduos de comportamentos flexíveis que lhes permitam ajustar-se às condições de uma sociedade em que as próprias necessidades de sobrevivência não estão garantidas”.

(C) possibilitar aos indivíduos a capacidade de filtrar as in-formações produzidas em uma velocidade sem prece-dentes, habilitando-os a viver em um mundo em que o conhecimento é valor de troca”.

(D) preparar os indivíduos para a aquisição, de forma ativa e autônoma, de informações e conhecimentos que lhes garantirão tanto a inserção quanto a permanência no mercado de trabalho”.

(E) levar os indivíduos a adaptar-se a uma sociedade global, vista como um organismo vivo em que as ações indivi-duais têm um impacto direto sobre a vida das pessoas do mundo todo e, no qual, cada ser vivente tem um lu-gar determinado e um papel a cumprir”.

03. De acordo com Hoffmann (2001), avaliar para promover significa(A) aferir o nível de desenvolvimento de competências e

habilidades previstas para cada etapa de escolaridade, tendo como objetivo a seleção dos melhores educandos.

(B) compreender a finalidade dessa prática a serviço da aprendizagem, da melhoria da ação pedagógica, visan-do à promoção moral e intelectual dos alunos.

(C) verificar em que medida conteúdos escolares têm sido assimilados pelos educandos, a fim de determinar a ap-tidão ou inaptidão para o prosseguimento escolar.

(D) diagnosticar problemas de aprendizagem a tempo de se fazerem intervenções corretivas pontuais, para evitar a re-provação de educandos em avaliações de finais de ciclos.

(E) considerar a aprendizagem como desenvolvimento cog-nitivo de habilidades, com vistas à classificação dos educandos em uma escala de proficiência.

04. Chrispino (2007) afirma que, no ambiente escolar, o conflito(A) manifesta-se, às vezes, de forma violenta; nesses casos

já existia conflito antes na forma de divergência ou an-tagonismo que não havia sido ainda identificada.

(B) é a principal causa do desempenho insatisfatório dos alunos no processo de ensino-aprendizagem e, por esse motivo, precisa ser banido.

(C) ocorre quando uma das partes conflitantes não admite seu erro e, portanto, deixaria de existir se docentes e discentes fossem mais humildes.

(D) passou a ser combatido com mais veemência atualmen-te porque traz apenas malefícios às relações entre pes-soas, grupos sociais, organismos políticos e Estados.

(E) pode e deve ser evitado sempre, pois atenta contra a ordem em um Estado democrático de direitos e não traz vantagem alguma.

05. De acordo com o documento Proposta Curricular do Estado de São Paulo (2008), é correto afirmar que o(a)(A) universalização da escola resolveu o problema da ex-

clusão, tanto da exclusão pela falta de acesso a bens materiais quanto da exclusão pela falta de acesso ao co-nhecimento e aos bens culturais.

(B) conceito de autonomia para gerenciar a própria apren-dizagem (aprender a aprender) corresponde a relegar a escola ao plano secundário, pois atualmente a educação ocorre eficazmente em outros espaços.

(C) Proposta Curricular traz como um de seus princípios centrais a concepção de que a escola é instituição que apenas ensina, portanto seu sucesso depende de sua ca-pacidade de transmitir informações.

(D) atuação do professor, os conteúdos, as metodologias disciplinares e a aprendizagem requerida dos alunos precisam ser dissociados ao se adotarem as competên-cias como referência.

(E) currículo é a expressão de tudo o que existe na cultura científica, artística e humanista, transposto para uma situação de aprendizagem e ensino, logo as atividades extraclasse podem ser curriculares.

06. Com relação aos Fundamentos Estéticos, Políticos e Éticos do Novo Ensino Médio Brasileiro, de acordo com as Dire-trizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (1998), é correto afirmar que a(A) política é o âmbito do aprender a ser e fazer, o que

requer uma postura crítica em relação a propostas go-vernamentais que visam solucionar os problemas da educação de forma simplista.

(B) estética da sensibilidade é um princípio inspirador do en-sino de conteúdos ou atividades expressivas, por isso é necessário limitar o lúdico a espaços e tempos exclusivos.

(C) política da igualdade parte do princípio de que oferecer oportunidades iguais é condição necessária e suficiente para oportunizar tratamento diferenciado, visando pro-mover igualdade entre desiguais.

(D) ética só é eficaz quando desiste de formar pessoas “ho-nestas”, “caridosas” ou “leais” e reconhece que a edu-cação é um processo de construção de identidades.

(E) moralidade industrial taylorista realizou um esforço permanente para devolver ao âmbito do trabalho e da produção a criação e a beleza, esforço assumido atual-mente pela estética da sensibilidade.

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10. Na perspectiva dialética, de acordo com Vasconcellos (2008), há sete categorias básicas de construção do conheci-mento. Dentre essas categorias, pode-se mencionar a Práxis, que, segundo o autor, é o(a)

(A) amplo e complexo processo de estabelecimento de rela-ções entre o objeto de conhecimento e as representações mentais prévias e as necessidades do sujeito.

(B) inserção da experiência de aprendizagem num quadro mais geral da realidade e do saber; localização do obje-to no conjunto de relações essenciais que o constituem.

(C) exigência, no processo de conhecimento, da atividade do aluno para ser sujeito do próprio conhecimento (agir para conhecer), e da articulação do objeto com a prática social mais ampla (objeto-realidade).

(D) postura do professor no sentido de, ao invés de dar pron-to, levar o aluno a pensar, a partir do questionamento de suas percepções, representações e práticas.

(E) movimento dialético de aproximação-distanciamento que o professor faz durante o processo de aprendizagem na interação com os alunos em sala de aula.

11. Vasconcellos (2008) elenca alguns critérios para a elabora-ção dos instrumentos de avaliação numa perspectiva liber-tadora. Dentre eles, os critérios , que dizem respeito ao conteúdo da avaliação, o qual “é uma amostra representativa do que está sendo trabalhado, a fim de que o professor tenha indicadores da aprendizagem do aluno na sua globalidade”.

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto, de acordo com o autor.

(A) compatíveis

(B) essenciais

(C) contextualizados

(D) abrangentes

(E) reflexivos

12. Com relação aos pilares da educação, Delors et alii (2010) afirmam que o

(A) “aprender a ser” visa contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e corpo, inteligência, sensibi-lidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espi-ritualidade.

(B) “aprender a conhecer” visa, primordialmente, à aquisi-ção de um repertório de saberes codificados.

(C) “aprender a fazer” visa ao domínio de teorias e técnicas, com a finalidade exclusiva de preparar o indivíduo para o mercado profissional em um mundo cada vez mais competitivo.

(D) “aprender a viver juntos” requer do indivíduo o desa-pego à sua própria identidade em favor de um bem co-letivo.

(E) “aprender a aprender” visa à compreensão do outro e à percepção das interdependências, no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.

07. Na obra Estudos da Infância: educação e práticas sociais, ao tecer considerações acerca da Zona de Desenvolvimento Proximal, Vasconcelos afirma que “quando falamos no ní-vel de desenvolvimento de uma criança, estamos falando de, pelo menos, dois níveis, o e o ”.

Assinale a alternativa que, de acordo com a autora, preen-che, correta e respectivamente, as lacunas do texto.

(A) atual … potencial

(B) psíquico … intrapsíquico

(C) afetivo … intelectual

(D) individual … coletivo

(E) familiar … social

08. Ao tecer alguns comentários sobre a Educação Especial, Libâneo et alii (2003) afirmam que

(A) em meados do século XX, iniciou-se o quarto estágio de tratamento aos deficientes, e eles passaram a ser segrega-dos em instituições, para receber educação diferenciada.

(B) o Brasil tem feito um excelente trabalho de capacitação a distância de professores da rede regular de ensino, por meio de programas de TV, e resolveu definitivamente o problema da inclusão.

(C) em função do alto custo que as escolas comuns teriam para se adaptarem às demandas dos educandos com de-ficiência, eles devem ser tratados em escolas especiais.

(D) desde o final do século XX, a real situação das escolas, dos alunos e dos professores no Brasil tem possibilita-do, finalmente, seguir ao pé da letra a Declaração de Salamanca com garantia de êxito.

(E) os profissionais das escolas especiais poderiam formar os professores das escolas comuns, de modo que estes se tornassem mais aptos a atuar na educação integra-dora.

09. Com relação às crises e aos conflitos interpessoais, Perre-noud (2000) afirma que, no trabalho em equipe,

(A) o apelo à harmonia é mais eficaz do que a reconstrução do problema, pois reconstruí-lo significa trazer à tona mágoas ou ressentimentos.

(B) decidir pela dissolução de uma equipe, quando seus membros alimentam regressões mais do que desejos de cooperação, é aceitar o fracasso, não é uma decisão vá-lida em hipótese alguma.

(C) o conflito precisa ser considerado como um componen-te da ação coletiva, que pode ser utilizado de maneira mais construtiva do que destrutiva.

(D) deve haver uma busca incansável pela paz e pela har-monia, pois cabe à escola lutar por uma sociedade sem conflitos, uma vez que o conflito é algo essencialmente ruim.

(E) a solução definitiva de conflitos interpessoais requer, necessariamente, a mobilização de recursos externos de regulação, pois as pessoas envolvidas neles perdem a noção de moderação.

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16. Em cada processo de avaliação a que se refere a Lei Com-plementar n.º 1.097/2009, será exigido do candidato de-sempenho mínimo para aprovação. Os servidores que atingirem esse desempenho mínimo serão classificados de acordo com alguns critérios adotados para classificação, dentre eles, pode-se mencionar o seguinte:

(A) maior tempo de permanência na unidade de ensino ou administrativa de classificação, considerada a faixa em que concorrer à promoção.

(B) maior pontuação na Segunda Parte da Prova, Parte Dis-sertativa, composta de 1 (uma) questão, sobre formação pedagógica por campo de atuação.

(C) maior tempo de magistério, incluindo atividades exer-cidas na rede municipal de ensino e na rede particular.

(D) maior grau de formação acadêmica em área relacionada ao componente curricular que ministra.

(E) maior pontuação na Primeira Parte da Prova, Prova Ob-jetiva, composta por 60 questões de múltipla escolha, sobre formação específica por campo de atuação.

17. De acordo com a Lei Complementar n.º 1.078/2008, é corre-to afirmar que a Bonificação por Resultados (BR)

(A) será paga aos servidores transferidos ou afastados du-rante o período de avaliação, independentemente do cumprimento de metas.

(B) integra e se incorpora aos vencimentos e salários do ser-vidor para todos os efeitos legais.

(C) será paga a aposentados e pensionistas que tenham obti-do desempenho satisfatório na avaliação para promoção.

(D) constitui prestação pecuniária eventual, desvinculada dos vencimentos ou do salário do servidor.

(E) será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária ou benefício, incidindo sobre a mesma os descontos previdenciários.

18. De acordo com o Parecer CEE n.º 67/1998, é correto afirmar que

(A) o aluno, com rendimento insatisfatório em até 5 (cin-co) componentes curriculares, será classificado na série subsequente, devendo cursar, concomitantemente ou não, estes componentes curriculares.

(B) a progressão parcial de estudos não poderá, em hipótese alguma, ser adotada em cursos de formação profissional, pois esses cursos são regidos por normas específicas.

(C) os procedimentos adotados para o regime de progressão parcial de estudos serão disciplinados na proposta peda-gógica de cada unidade escolar.

(D) o aluno, com rendimento insatisfatório em mais de 3 (três) componentes curriculares, será classificado na mesma sé-rie, ficando dispensado de cursar os componentes curricu-lares concluídos com êxito no período letivo anterior.

(E) a progressão parcial de estudos será admitida para alu-nos da 8.ª série do ensino fundamental, restrita à mo-dalidade regular, desde que sejam asseguradas as con-dições necessárias à conclusão do ensino fundamental.

13. Com relação à leitura e à escrita como objetos de ensino, Lerner (2002) defende o ponto de vista de que é preciso(A) fragmentar a língua escrita para que se possa exercer

um controle estrito sobre sua aprendizagem.(B) considerar a leitura, também, como uma atividade

orientada por propósitos – de buscar uma informação necessária para resolver um problema prático.

(C) afastar a versão escolar da leitura e da escrita da versão social não escolar, pois são dois fenômenos culturais bem distintos.

(D) contornar a complexidade da leitura reduzindo-a a seus elementos mais simples, o que possibilita o estudo por-menorizado de cada um deles.

(E) ensinar a leitura com rigor científico, estabelecendo uma sequência que parta inicialmente da compreensão das letras e sílabas.

14. Na concepção construtivista, de acordo com Coll et alii (2006), é correto afirmar que a

(A) dimensão formadora da função do professor é uma dimen-são individual, estritamente autogestionada, trata-se de sua capacidade de continuar aprendendo.

(B) participação e a coletividade em si são o propósito que se persegue, ainda que não sejam meios indispensáveis na construção do conhecimento.

(C) complexidade da tarefa do professor reduz-se àquilo que envolve sua função formadora em relação aos alu-nos sob sua responsabilidade na escola.

(D) educação é motor ao desenvolvimento, considerado globalmente, e isso supõe incluir as capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação inter-pessoal e motoras.

(E) função formativa da escola será desempenhada adequa-damente à medida em que houver uma “vulgarização” dos saberes produzidos pelas instituições de pesquisa científica.

15. Rios (2005) afirma que “a revolução tecnológica e a globa-lização da economia e da política e os fenômenos sociais delas decorrentes trouxeram ao campo da educação novas provocações e inquietações”. Com isso, algumas demandas foram colocadas para a Filosofia e a Didática, dentre elas, a superação da massificação decorrente da globalização, que diz respeito à necessidade de um(a)(A) diálogo dos saberes que se encontram na ação docente,

a revisão de conteúdos, métodos, processos avaliativos, apoiada em fundamentos consistentes.

(B) descoberta e valorização da sensibilidade, a articulação de todas as capacidades dos indivíduos na busca pelo bem comum.

(C) combate para que a cultura local não seja apagada pela cultura de massa imposta por grandes potências políti-cas e econômicas.

(D) percepção clara das diferenças e especificidades dos sa-beres e práticas para um trabalho coletivo e interdisci-plinar.

(E) postura crítica frente à interferência de organizações internacionais em políticas públicas, sobretudo no que tange a questões ligadas à educação.

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FORMAÇÃO esPecíFicA

21. Como assinala Claude Lefort, em sua análise sobre o uso abrangente e mutidirecional de tais acusações, o maquiave-lismo serve a todos os ódios, metamorfoseia-se de acordo com os acontecimentos, já que pode ser apropriado por to-dos os envolvidos em disputa. É uma forma de desqualifi-car o inimigo, apresentando-o sempre como a encarnação do mal.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 1 São Paulo, Ática, 2006)

Os motivos que levaram a essa caracterização depreciativa da obra de Maquiavel podem ser definidos

(A) por sua análise essencialmente metafísica dos aconteci-mentos políticos.

(B) pelo caráter pragmático e instrumental de sua análise sobre a política.

(C) pelas intenções revolucionárias de viés anarquista em sua obra política.

(D) pela valorização de parâmetros maniqueístas para com-preender a política.

(E) por fortes tendências irracionalistas e românticas que permeiam sua obra.

22. Quem, portanto, se tornar príncipe com o favor do povo deve conservá-lo seu amigo; e isto não lhe será difícil, já que o povo só deseja estar livre da opressão. Mas quem chegar a essa altura com o bafejo dos poderosos, e contra a vontade do povo, busque, antes de mais nada, captar as simpatias deste, o que lhe será fácil quando o puser sob sua proteção. Os homens, quando recebem o bem de quem julgavam rece-ber o mal, mais agradecidos se mostram ao benfeitor.

(N. Maquiavel. In: F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 1 São Paulo, Ática, 2006)

A respeito da concepção política de Maquiavel, é correto afirmar que

(A) pressupõe as disputas entre Estados como materializa-ção de uma ordem natural, eterna e transcendente.

(B) antecipa elementos da teoria do bom selvagem poste-riormente formulada pelo filósofo Rousseau.

(C) define o perfil do bom príncipe retomando as virtudes do governante filósofo de Platão na obra A República.

(D) apresenta e elogia a democracia liberal como o regime político mais perfeito para o governo de populações.

(E) pressupõe a existência de traços imutáveis da natureza humana que independem de contextos políticos.

19. Com relação à reclassificação do aluno, em série mais avan-çada, tendo como referência a correspondência idade/série e a avaliação de competências nas matérias da base nacional comum do currículo, em consonância com a proposta peda-gógica da escola, é correto afirmar, de acordo com o Parecer CEE n.º 67/1998, que a reclassificação

(A) não poderá ser feita mediante solicitação do aluno e, sim, por solicitação de seu representante legal mediante requerimento dirigido ao diretor da escola.

(B) ocorrerá até o final do primeiro bimestre letivo para o aluno recebido por transferência ou oriundo de país es-trangeiro.

(C) poderá ser feita mediante proposta apresentada pelo professor ou professores do aluno, com base nos re-sultados de avaliação diagnóstica ou da recuperação intensiva.

(D) ocorrerá em qualquer época do período letivo para o aluno da própria escola, mediante avaliação diagnóstica solicitada pelo conselho de classe.

(E) poderá ser feita para o aluno que possa cursar em série mais avançada, desde que ele não apresente defasagem de conhecimentos ou lacuna curricular de séries ante-riores.

20. Analise as seguintes afirmações, classificando-as em V (ver-dadeira) ou F (falsa).

( ) As classes e as aulas de recuperação intensiva poderão constituir e ampliar a jornada de trabalho do docente titular de cargo, e, também se for o caso, compor sua carga suplementar.

( ) Pode atuar como Professor Auxiliar o docente titular de cargo, que se encontre na situação de adido, sem desca-racterizar essa condição, ou a título de carga suplemen-tar de trabalho.

( ) A atuação do Professor Auxiliar ocorrerá exclusiva-mente na Recuperação Intensiva, para atender alunos que continuem demandando mais oportunidades de aprendizagem.

Assinale a alternativa que apresenta a classificação correta das afirmações, de acordo com a Resolução SE n.º 02/2012, de cima para baixo.

(A) V; V; V.

(B) F; V; F.

(C) V; F; F.

(D) F; V; V.

(E) V; V; F.

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25. Que a passagem à maioridade seja tida como muito difícil e perigosa para a maior parte da humanidade (e por todo o belo sexo) deve-se a que os guardiões de bom grado se encarregam da sua tutela. Inicialmente, os guardiões do-mesticam o seu gado, e certificam-se de que essas cria-turas plácidas não ousarão dar um único passo sem seus cabrestos; em seguida, os guardiões lhes mostram o perigo que as ameaça caso elas tentem marchar sozinhas. Na ver-dade, esse perigo não é tão grande. Após algumas quedas, as pessoas aprendem a andar sozinhas. Mas cair uma vez as intimida e comumente as amedronta para as tentativas ulteriores.

(I. Kant. In: F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006)

Esse texto do filósofo Kant pode ser interpretado como

(A) uma reação aos ideais igualitários da Revolução Francesa.

(B) um manifesto político favorável à revolução socialista.

(C) um questionamento sobre a universalidade da razão.

(D) uma opinião favorável ao comportamento heterônomo.

(E) uma posição divulgadora dos ideais iluministas.

26. O estado de paz entre os homens que vivem lado a lado não é o estado natural; o estado natural é o de guerra. Isto nem sempre significa hostilidades abertas, mas, no mínimo, uma incessante ameaça de guerra. Um estado de paz, por-tanto, deve ser estabelecido, já que, a fim de estar seguro contra a hostilidade, não basta que as hostilidades simples-mente não sejam cometidas e, a menos que esta segurança seja garantida a cada um por seu vizinho (o que somente pode ocorrer num Estado juridicamente regulado), cada um pode tratar seu vizinho, do qual exige esta segurança, como um inimigo.

(I. Kant. In: F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006)

A respeito da concepção política da paz perpétua segundo Kant, é correto afirmar que ela pressupõe

(A) uma definição de estado de natureza equivalente àquela definida por Rousseau.

(B) a impossibilidade de estabelecimento de uma condição pacificada universal entre as nações.

(C) que a paz apenas pode ser implementada sob a existên-cia de um regime imperialista.

(D) que o estabelecimento da paz depende do resgate de concepções políticas escolásticas.

(E) a implementação progressiva de parâmetros racionais nas relações entre as nações.

23. Estado e sociedade fazem parte da ordem natural do Universo, que é uma criação divina. Segundo Burke, Deus criou um uni-verso ordenado, governado por leis eternas. Os homens são parte da natureza e estão sujeitos às suas leis. Estas leis eternas regulam a dominação do homem pelo homem e controlam os direitos e obrigações entre governantes e governados. Burke concebeu a sociedade como um mecanismo que encarnava a ordem moral de origem divina; fiel defensor da hierarquia so-cial, dos direitos herdados e da continuidade histórica; crítico ferrenho das ideias e práticas da Revolução Francesa. Conhe-cer suas ideias nos ajuda a compreender os fundamentos em que está baseada sua crítica à concepção dialética da história, à teoria da Revolução, ao radicalismo político.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006. Adaptado)

De acordo com essa descrição, Edmund Burke pode ser clas-sificado como um filósofo

(A) idealista e iluminista.

(B) teológico e escolástico.

(C) liberal e conservador.

(D) materialista e dialético.

(E) monarquista e maquiavélico.

24. A norma moral tem a forma de um imperativo categórico. O comando nela contido assinala a relação entre um dever--ser que a razão define objetivamente, e os móveis huma-nos, os quais, por sua constituição subjetiva, não conduzem n ecessariamente à realização daquela finalidade moral. O comando moral é categórico porque as ações a ele confor-mes são objetivamente necessárias, independentemente de sua f inalidade material ou substantiva particular. Nisso con-siste sua diferença em relação aos imperativos hipotéticos, que definem a necessidade de uma certa ação para a con-secução de um objetivo desejado pelo indivíduo. A neces-sidade o bjetiva do imperativo categórico faz referência a que o dever moral vale para todos os homens enquanto seres racionais.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006. Adaptado)

A respeito do imperativo categórico kantiano, é correto afirmar que

(A) pressupõe a existência de um dever-ser racional e uni-versal no campo da moralidade.

(B) estabeleceu parâmetros compatíveis com a concepção política de Maquiavel.

(C) determinou os pressupostos adequados para o conheci-mento racional e empírico.

(D) assume a forma de um comando moral submetido a condicionamentos emocionais.

(E) submeteu a razão aos critérios de julgamento da morali-dade cristã convencional.

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29. Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um pa-pel branco, desprovida de todos os caracteres, sem quais-quer ideias; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa, e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhe-cimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento.

(J. Locke. In: F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 1, São Paulo, Ática, 2006)

Acerca das implicações dessa concepção de Locke em sua teoria política, é correto afirmar que

(A) o direito à propriedade depende do beneplácito do soberano.

(B) o estado de natureza é entendido como “guerra de todos contra todos”.

(C) o caráter inato e transcendente do poder do soberano torna-se ilegítimo.

(D) o liberalismo é criticado como ideologia da sociedade burguesa.

(E) o contrato social legitima os princípios do Estado--Leviatã.

30. Locke influenciou a revolução norte-americana, onde a d eclaração de independência foi redigida e a guerra de liber-tação foi travada em termos de direitos naturais e de direito de resistência para fundamentar a ruptura com o sistema colonial britânico. Locke influenciou ainda os filósofos ilu-ministas franceses, principalmente Voltaire e Montesquieu e, por intermédio deles, a grande revolução de 1 789 e a declaração dos direitos do homem e do cidadão.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 1, São Paulo, Ática, 2006)

A influência exercida por Locke sobre tais acontecimentos e pensadores permite que ele seja classificado como

(A) liberal.

(B) socialista.

(C) anarquista.

(D) monarquista.

(E) positivista.

27. Hobbes é considerado um pensador maldito da filosofia política, principalmente “porque nega um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua propriedade. No seu tempo, e ainda hoje, a burguesia vai procurar fundar a propriedade privada num direito anterior e superior ao Estado: por isso ela endossará Locke, dizendo que a finalidade do poder público consiste em proteger a propriedade. Um direito aos bens que dependa do beneplácito do governante vai frontalmente contra a pretensão da burguesia a controlar, enquanto classe, o poder do Estado”.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 1, São Paulo, Ática, 2006. Adaptado)

Sobre as concepções de Locke e Hobbes acerca do direito à propriedade, é correto afirmar que

(A) ambas contrariam os ideais do liberalismo político.

(B) ambas se fundamentam em teorias não contratualistas.

(C) ambas antecipam os ideais socialistas de uma sociedade justa.

(D) uma delas pressupõe o poder absoluto do governante.

(E) ambas visam à superação do Estado como instituição repressiva.

28. O homem hobbesiano não é, então, um homo oeconomicus, porque seu maior interesse não está em produzir riquezas, nem mesmo em pilhá-las. O mais importante para ele é ter os sinais de honra, entre os quais se inclui a própria riqueza (mais como meio do que como fim em si). Dizen-do que os homens são iguais, Hobbes não faz uma procla-mação revolucionária contra o Antigo Regime (como fará a Revolução Francesa: “todos os homens nascem livres e iguais…”), simplesmente afirma que dois ou mais homens podem querer a mesma coisa, e por isso todos vivemos em tensa competição.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 1, São Paulo, Ática, 2006. Adaptado)

Sobre o “homem hobbesiano”, é correto afirmar que

(A) é condicionado primordialmente pelas relações materiais.

(B) sua natureza é propensa ao liberalismo democrático.

(C) é livre, feliz e pacífico em estado de natureza.

(D) sua sociabilidade depende da existência do Estado.

(E) vive em condições desiguais e hostis em virtude da invenção da propriedade.

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33. Sócrates – Sim, é isso mesmo, Glauco. Se descobrires uma condição preferível ao poder para os que devem mandar, ser-te-á possível ter um Estado bem governado. Certamente, neste Estado só mandarão os que são verdadeiramente ri-cos, não de ouro, mas dessa riqueza de que o homem tem necessidade para ser feliz: uma vida virtuosa e sábia. Pelo contrário, se os mendigos e os necessitados de bens pes-soais procurarem os negócios convencidos de que é deles que podem extrair suas vantagens, isso não será possível.

(Platão. A República. São Paulo, Martin Claret, 2000)

Nesse comentário, Platão apresenta os princípios fundamentais

(A) de sua concepção anarquista de política.

(B) sobre a necessidade da sofística para a democracia.

(C) da importância da hereditariedade na política.

(D) de sua concepção teológica de política.

(E) da importância do governante-filósofo.

34. Sócrates – E se o arrancarem à força da sua caverna, o obri-garem a subir a encosta rude e encarpada, e não o larga-rem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?

Glauco – Não o conseguirá, pelo menos de início.

Sócrates – Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que, durante o dia, o Sol e a sua luz.

(Platão. A República. São Paulo, Martin Claret, 2000)

O método empregado pelo filósofo para realizar a passagem descrita no texto denomina-se

(A) hermenêutica.

(B) lógica.

(C) dialética.

(D) positivismo.

(E) linguística.

31. Enquanto os homens se contentaram com suas cabanas rús-ticas, a pintar o corpo de diversas cores, em uma palavra, enquanto se dedicaram apenas às obras que somente um homem podia criar, eles viveram livres, sãos, bons e feli-zes, tanto quanto o poderiam ser pela natureza; mas desde o momento em que um homem teve necessidade do auxílio de um outro, desde que se apercebeu que seria útil a um só indivíduo contar com provisões para dois, desapareceu a igualdade, a propriedade se introduziu, o trabalho se tornou necessário, viu-se logo a escravidão e a miséria germinarem e crescerem com as colheitas.

(J.J. Rousseau. In: F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006. Adaptado)

Segundo a concepção de Rousseau,

(A) as desigualdades sociais resultam das diferenças natu-rais entre os homens.

(B) a revolução socialista é o único meio de restaurar a li-berdade natural.

(C) em estado de natureza prevalece a discórdia entre os homens.

(D) o direito de propriedade é sagrado e inalienável.

(E) a exploração econômica é consequência da existência da propriedade.

32. Sócrates – Dize-me, Glauco: um homem que não pode com-preender a ideia do bem, separando-a de todas as demais ideias, e como num combate abrir caminho a despeito de todas as objeções, esforçando-se por vencer as suas provas, não na aparência, mas na essência; que não possa transpor todos esses obstáculos pela força de uma lógica infalível, que não conhece nem o bem em si mesmo nem nenhum ou-tro bem, mas que, se apreende alguma imagem do bem, é pela opinião, e não pela ciência que o apreende: não dirás tu que ele passa a vida presente em estado de sonho e sonolên-cia e que, antes de despertar neste mundo, irá para o Hades dormir o último sono?

(Platão. A República. São Paulo, Martin Claret, 2000)

O percurso entre os níveis descritos por Platão pode ser ca-racterizado como

(A) um caminho ascendente do mundo sensível para o mundo das ideias.

(B) um procedimento pelo qual a dialética submete-se às aparências do senso comum.

(C) realização de diálogos por meio dos quais os sofistas desvendavam a essência das coisas.

(D) uma paideia pela qual a lógica aristotélica estabelecia silogismos corretos.

(E) uma passagem espiritualista do mundo natural para o Olimpo.

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37. Tocqueville vê no desenvolvimento democrático dos povos dois grandes perigos possíveis de acontecer; o primeiro se-ria o aparecimento de uma sociedade de massas, permitindo que se realizasse uma Tirania da Maioria; o segundo seria o surgimento de um Estado autoritário-despótico. No primeiro caso, o seu temor é que, na cultura igualitária, uma maioria destrua as possibilidades de manifestação de minorias ou mesmo de indivíduos diferenciados. Tocqueville está preo-cupado sobretudo que, nas democracias, as artes, a filosofia, e mesmo as ciências sem imediata aplicação prática não en-contrem campo para se desenvolver. Todavia, curiosamen-te, investe também contra o individualismo, que chama de pernicioso. Tocqueville procura demonstrar que os cidadãos, à medida que se dedicam cada vez mais a seus afazeres en-riquecedores, vão abandonando seu interesse pelas coisas públicas. O Estado começará a decidir sozinho sobre todo assunto público, mas aos poucos irá também intervir nas liberdades individuais. É assim que ele vê, no seio da de-mocracia, surgir o germe de um Estado autoritário e mesmo tirânico ou despótico.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006)

De acordo com a análise de Tocqueville sobre a democracia,

(A) seu desenvolvimento pode gerar fatores políticos anti-liberais.

(B) a Tirania da Maioria favorece o desenvolvimento de pensamentos e culturas diferenciadas.

(C) sua realização institucional desenvolve os elementos para o surgimento do comunismo.

(D) a supremacia da “vontade geral” rousseauniana impede o autoritarismo.

(E) seus defeitos necessitam ser corrigidos pelo retorno da monarquia.

38. Para Stuart Mill e Jeremy Bentham, a realidade da economia de mercado constitui-se num paradigma teórico para a cons-trução de seus modelos de sociedade e de indivíduo. Desta forma, a natureza humana parece-lhes essencialmente prag-mática. O homem é maximizador do prazer e um minimiza-dor do sofrimento. A sociedade é o agregado de consciências autocentradas e independentes cada qual buscando realizar seus desejos e impulsos.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006. Adaptado)

De acordo com os comentários, os pensadores citados po-dem ser classificados como

(A) contratualistas.

(B) utilitaristas.

(C) socialistas.

(D) monarquistas.

(E) aristocráticos.

35. Ao construírem sua teoria, certos filosofos pressupõem a existência – lógica ou histórica, pouco importa – de indi-víduos livres, iguais, vivendo isolados e separados uns dos outros, fora e antes da sociedade e da história. Criam uma ficção. Esta metodologia, que procura apreender formas objetivas da existência histórica por uma via apriorística e abstrata, apenas cristaliza antíteses históricas em antíteses teóricas, sem resolvê-las. Nada mais distante de Hegel, cuja ambição não era elaborar uma filosofia da história, se por essa se entende uma filosofia sobre a história, mas a de cons-truir a filosofia enquanto expressão especulativa da própria história.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006. Adaptado)

O texto em questão apresenta a crítica de Hegel aos filósofos

(A) cartesianos.

(B) estoicos.

(C) contratualistas.

(D) existencialistas.

(E) iluministas.

36. A preocupação de Hegel não é apenas construir uma teoria do Estado legítimo, uma nova justificação racional do Estado. Ele avança, além disso, para atribuir ao Estado as características da própria razão. Ora, ao considerá-lo a “realidade em ato da ideia ética”, “o racional em si e para si”, o absoluto no qual a liberdade encontra sua suprema significação, ele despertou a suspeita generalizada de que estaria muito prosaicamente justificando o Estado existen-te. Seu sistema não iria resistir aos golpes da crítica. Menos de uma década após sua morte, sua escola se divide numa esquerda e numa direita, conforme se preferisse o método dialético – que denuncia a transitoriedade de todo existen-te – ou o sistema idealista – que considera a história como tendo alcançado sua forma definitiva.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006)

A respeito desse comentário acerca da filosofia de Hegel, é compatível afirmar que

(A) sua teoria buscou retomar as concepções básicas do empirismo.

(B) a existência do Estado burguês corporifica o progresso do Espírito.

(C) sua justificação racional do Estado tem fundamentos hobbesianos.

(D) seu método dialético mascara as contradições da realidade.

(E) seu idealismo, como o da razão pura de Kant, é de natu-reza transcendental.

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41. Existem duas concepções fundamentais de ética. A primeira fala a língua do ideal para o qual o homem se dirige por sua natureza e, por conseguinte, da “natureza”, “essência” ou “substância” do homem. Já a segunda fala dos “motivos” ou “causas” da conduta humana ou das “forças” que a deter-minam, preferindo ater-se ao conhecimento dos fatos.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007)

Em relação a esses dois significados de ética,(A) ambos transformaram-se em princípios estruturadores

da obra política de Marx.(B) ambos foram amplamente criticados e revisados nas

obras do filósofo Platão.(C) ambos estabeleceram os fundamentos da crítica empi-

rista do conhecimento.(D) o primeiro pode ser definido como “ética do fim” e, o

segundo, como “ética do móvel”.(E) os dois princípios têm em comum a negação da existên-

cia de valores inatos.

42. Assim, até certa altura, a reflexão pedagógica é dividida em dois ramos isolados: um de natureza puramente filosófica, elaborado com vistas aos fins propostos pela ética, e outro de natureza prática, elaborados com vistas à preparação pri-meira e elementar da criança para a vida.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007. Adaptado)

A respeito dessas duas dimensões da pedagogia, é correto afirmar:(A) ambas expressam os fundamentos de pedagogias utili-

taristas.(B) a primeira delas foi amplamente criticada por Rousseau.(C) a primeira é idealista e a segunda é empírica.(D) ambas dissociam-se de finalidades éticas.(E) ambas baseiam-se na dialética materialista.

43. O cartesianismo pode ser resumido do seguinte modo: cará-ter originário do cogito como autoevidência do sujeito pen-sante e de todas as outras evidências; presença das ideias no pensamento, como únicos objetos passíveis de conhecimento imediato; caráter universal e absoluto da razão que, partindo do cogito e valendo-se das ideias, pode chegar a descobrir as verdades possíveis; dualismo de substância pensante e subs-tância extensa, pelo qual cada uma delas se comporta segun-do lei própria: a liberdade é a lei da substância espiritual, o mecanicismo é a lei da substância extensa.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007. Adaptado)

De acordo com essa definição de cartesianismo, é correto afirmar que(A) mente e corpo existem sob uma condição dualista.(B) todas as ideias são empíricas e derivadas de sensações.(C) a natureza é um reino orgânico não sujeito ao mecanicismo.(D) a razão humana é variável, dependendo do contexto

histórico.(E) a razão é pura, dotada de categorias a priori sensíveis e

intelectuais.

39. O compromisso de Marx com a revolução é, porém, algo mais do que a atitude de um militante revolucionário. Este compromisso está no miolo de sua teoria. Que outro signi-ficado poderia ter a sua afirmação sobre o caráter crítico e revolucionário da dialética? Assim, se é verdade que a teoria política de Marx não se entende sem sua “crítica da econo-mia política”, também é verdade que não se entende a sua te-oria sobre as contradições econômicas do sistema capitalista sem uma noção a respeito da revolução que as contradições estariam preparando.

(F. Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, São Paulo, Ática, 2006)

A respeito da obra de Marx, é correto afirmar que

(A) há uma dissociação entre sua teoria política e sua con-cepção revolucionária.

(B) sua obra teórica conserva integralmente a concepção dialética de Hegel.

(C) seu pensamento tematizou a necessidade de integração entre teoria e práxis.

(D) ele foi um dos principais representantes do pensamento democrático-liberal.

(E) esse teórico buscou conciliar a polarização de sua época entre direita e esquerda.

40. Esse termo, que deriva de diálogo, não foi empregado, na história da filosofia, com significado unívoco, que possa ser determinado e esclarecido de uma vez por todas; recebeu significados diferentes, com diversas interrelações, não sen-do redutíveis uns aos outros ou a um significado comum. Todavia, é possível distinguir quatro significados funda-mentais: como método de divisão; como lógica do provável; como lógica; como síntese dos opostos.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007)

O conteúdo desse verbete do dicionário refere-se à

(A) estética.

(B) dialética.

(C) epistemologia.

(D) sofística.

(E) escolástica.

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47. O pressuposto dessa análise é a tese da perfeita racionalidade do mundo. O homem sábio só pode tomar consciência dela e viver de acordo com ela, “viver segundo a razão”. O mundo, como ordenação racional perfeita, nada tem que possa afligir ou ameaçar o sábio, que é o ser racionalmente perfeito; por-tanto, a aflição ou o temor, assim como o desejo ou o prazer, provêm simplesmente de ver no mundo algo que não existe e que não pode existir: um bem que esteja além da razão e que possa ameaçar a razão. Portanto, as emoções não passam de juízos errados, opiniões vazias e desprovidas de sentido.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007)

A corrente filosófica assim caracterizada denomina-se(A) romantismo.(B) iluminismo.(C) estoicismo.(D) empirismo.(E) marxismo.

48. Portanto, deve-se distinguir: 1. A essência de uma coisa, que é qualquer resposta que se possa dar à pergunta o quê? 2. A essência necessária ou substância, que é a resposta (à mesma pergunta) que enuncia o que a coisa não pode não ser e que é o porquê da coisa, como quando se diz que o homem é um animal racional, pretendendo-se dizer que o homem é homem porque é racional.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007. Adaptado)

A respeito dos dois significados de “essência”, é correto afir-mar que(A) ambos definem os objetos somente por suas qualidades

acidentais.(B) o primeiro define um objeto particular e, o segundo,

suas propriedades universais.(C) ambos foram utilizados como instrumentos de desquali-

ficação da metafísica.(D) o segundo significado tornou-se fundamento do método

relativista de análise.(E) ambos traduzem as propriedades sem as quais um objeto

deixa de ser o que é.

49. Segundo Nietzsche, a moral cristã é fruto do ressentimento, no sentido de ser manifestação do ódio contra os valores da casta superior aristocrática, inacessíveis aos indivíduos infe-riores. Outra manifestação do ressentimento, ainda segundo Nietzsche, é a raiva secreta dos filósofos contra a vida, em vista do que a filosofia foi até agora “a escola da calúnia”: calúnia contra o mundo real ou sensível.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007)

A respeito do ressentimento em Nietzsche, é correto afirmar que(A) caracteriza a negligência da dimensão trágica da vida.(B) é a propriedade fundamental dos espíritos livres.(C) é elemento central em seu elogio da metafísica.(D) é o antídoto contra a moral de rebanho.(E) é a qualidade de que são dotados os gênios.

44. Os indivíduos nos quais se manifestam mudanças orgâni-cas vantajosas têm maiores probabilidades de sobreviver na luta pela vida, e, em virtude do princípio de hereditariedade, haverá neles acentuada tendência a deixar os caracteres aci-dentais como herança aos seus descendentes.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007. Adaptado)

Tais princípios, fundamentadores de uma importante vertente do pensamento ocidental, caracterizam-se(A) pela primazia dada a elementos metafísicos e trans-

cendentes.(B) pela depreciação da experiência como meio de conheci-

mento.(C) por expor tendências evolucionistas no reino da natureza.(D) pela valorização de fatores psicológicos para explicar

a vida.(E) por conceber a natureza como um universo holistica-

mente integrado.

45. A razão é a força que possibilita a libertação dos precon-ceitos, do mito, das opiniões enraizadas, mas falsas, e das aparências, permitindo estabelecer um critério universal ou comum para a conduta do homem em todos os campos. Por outro lado, como orientador tipicamente humano, a razão é a força que possibilita a restrição dos apetites que o homem tem em comum com os animais, submetendo-os a controle e mantendo-os na justa medida.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007. Adaptado)

Acerca dessa definição de razão, é correto afirmar que(A) é dialética, contendo potenciais de progresso e de re-

gressão.(B) apresenta pretensões limitadas ao singular e ao particular.(C) é sinônimo de ideologia, sendo esta concebida com o

significado marxista do termo.(D) apresenta uma função positiva (emancipadora) e uma

função negativa (repressora).(E) seus conteúdos identificam-se com a opinião da maioria

da população.

46. Certa concepção da Psicologia a define negando que seu “instrumento fundamental seja a introspecção ou a reflexão e que os fatos da consciência ou fenômenos internos sejam objeto dessa ciência; afirma que, ao contrário, os objetos da psicologia são as reações dos organismos aos estímulos, entendendo-se por reações movimentos ou fenômenos ob-jetivamente observáveis, relacionados com os eventos do ambiente, que funcionam como estímulos”.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007. Adaptado)

Essa definição de “psicologia” pode ser classificada como(A) psicanálise.(B) construtivismo.(C) holística.(D) gestalt.(E) behaviorismo.

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53. A contradição dialética nos revela que em lugar de tomarmos dois sujeitos contrários, cada qual com seus predicados po-sitivos próprios, e examinarmos a oposição entre eles, deve-mos compreender que um só e mesmo sujeito é constituído por predicados contraditórios, por uma afirmação e uma ne-gação interna, e que o trabalho que o sujeito realiza para superar essa contradição é o movimento do próprio tempo, é a própria história.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003. Adaptado)

Sob o ponto de vista da dialética hegeliana,

(A) a realidade é idêntica a si mesma e não-contraditória.

(B) contradição significa incoerência entre dois postulados.

(C) as contradições estão contidas no pensamento e não na realidade.

(D) a contradição é sinônimo de pensamento incorreto.

(E) identidade é síntese da identidade e da não-identidade.

54. Dessa maneira, cada ideia, em si mesma, é como o Ser de Parmênides: una, idêntica a si mesma, eterna e imutável – uma ideia é. Ao mesmo tempo, cada ideia difere de todas as outras pelo conjunto de qualidades ou propriedades internas e necessárias pelas quais ela é uma essência determinada, diferente das demais.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003. Adaptado)

Esse comentário é adequado para definir

(A) a lógica formal aristotélica.

(B) a ética estoica.

(C) a realidade sensível.

(D) a lógica dos contrários de Heráclito.

(E) o mundo inteligível platônico.

55. A busca da cura dos sofrimentos psíquicos, em Freud, e a luta pela emancipação dos explorados, em Marx, criaram condições para uma tomada de consciência pela qual o su-jeito do conhecimento pôde recomeçar a crítica das ilusões e dos preconceitos que iniciara desde a Grécia, mas, agora, como crítica de sua próprias ilusões e preconceitos.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003)

Com base no texto, é correto afirmar que, em termos teóri-cos, psicanálise e marxismo

(A) situam-se no interior da tradição iluminista do pensa-mento ocidental.

(B) acentuam a importância da fé religiosa para o aperfeiçoa-mento do homem.

(C) mobilizam diferentes meios de reforçar o papel da ideologia como falsa consciência.

(D) mobilizam metodologias idênticas para compreender a realidade.

(E) reforçam os instrumentos de perpetuação da classe burguesa no poder.

50. A substância deixa de ser necessidade racional, em virtude da qual as determinações de um ente estariam todas racio-nalmente interligadas e seriam deriváveis da determinação fundamental que constitui a essência do ente, e passa a ser um conjunto de determinações que de fato estão juntas, mas cuja necessidade não pode ser demonstrada.

(N. Abbagnano. Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano. São Paulo, Martins Fontes, 2007)

Essa caracterização da substância é própria da corrente filo-sófica denominada

(A) metafísica.

(B) empirismo.

(C) idealismo absoluto.

(D) romantismo.

(E) existencialismo.

51. A razão é uma estrutura vazia, uma forma pura sem conteú-dos. Essa estrutura (e não os conteúdos) é a mesma para todos os seres humanos, em todos os tempos e lugares. Essa estrutu-ra é inata, isto é, não adquirida pela experiência. Por ser inata e não depender da experiência para existir, a razão é, do ponto de vista do conhecimento, anterior à experiência e indepen-dente da experiência, portanto, a estrutura da razão é a priori.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003. Adaptado)

A respeito da tese da razão pura de Kant, é correto afirmar que

(A) se baseia na conjunção entre sensibilidade e intelecto.

(B) retoma a tese das ideias inatas tal qual formulada por Descartes.

(C) considera a razão uma tábula rasa, tal como concebida por Locke.

(D) demonstra que o conhecimento prescinde da empiria.

(E) refuta a possibilidade de universalidade da razão.

52. Em cada momento de sua história, a razão produziu uma tese a respeito de si mesma, e, logo a seguir, uma tese con-trária à primeira, ou uma antítese. Cada tese e cada antítese foram momentos necessários para a razão conhecer-se cada vez mais. Mas a razão não pode ficar estacionada nessas contradições que ela própria criou por uma necessidade dela mesma: precisa ultrapassá-las numa síntese que una as teses contrárias, mostrando onde está a verdade de cada uma delas e conservando essa verdade. Essa é a razão histórica ou a história do Espírito, que busca tornar-se Espírito Absoluto.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003. Adaptado)

Essa definição da concepção de razão em Hegel

(A) apresenta estruturas universais e apriorísticas.

(B) é condicionada pelas contradições materiais.

(C) apresenta um movimento progressivo de autoconsciência.

(D) é regida por uma lógica da identidade, não dialética.

(E) submete-se a condicionamentos emocionais e incons-cientes.

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59. O conceito tradicional de subjetividade, originário de Descartes – que se caracteriza pelo acesso privilegiado do sujeito pensante à sua própria consciência, à sua interiorida-de –, sofre um forte abalo com a teoria psicanalítica. Freud questiona a fundamentação dos valores éticos na razão e a possibilidade de fundamentação desses valores; o ideal de natureza humana que tem como pressupostos determinadas virtudes e também a consciência moral como instância cen-tral da decisão ética. Mostra que a ação humana não depende totalmente do controle racional e das deliberações conscien-tes do ser humano.

(D. Marcondes. Textos Básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro, Zahar, 2007. Adaptado)

A ruptura comentada no texto refere-se

(A) ao questionamento de Freud à existência de Deus tal como propõe Descartes.

(B) à primazia dos processos inconscientes frente à racio-nalidade.

(C) ao declínio da psicanálise como campo normativo da moral.

(D) a uma concepção de natureza humana freudiana baseada na integração holística.

(E) à possibilidade de estabelecer utopias políticas ampara-das na razão.

60. A obra de Kierkegaard é bastante assistemática, ressaltando suas angústias, sobretudo em relação à questão religiosa. Em polêmica com o hegelianismo, questiona o universalismo e o caráter abstrato e especulativo dessa filosofia, procurando valorizar, ao contrário, a importância da subjetividade e da experiência individual. É esse o ponto de partida de seu existencialismo: a experiência subjetiva radical e o processo pelo qual o indivíduo, diante do absurdo do mundo e do silêncio de Deus, vê-se compelido a buscar ele próprio o sentido de sua existência.

(D. Marcondes. Textos Básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro, Zahar, 2007. Adaptado)

A respeito do conteúdo da ética segundo Kiekegaard, é cor-reto afirmar que esse filósofo

(A) propôs um sistema filosófico amparado na religião.

(B) estabeleceu princípios éticos universalmente válidos.

(C) desenvolveu reflexões de natureza materialista.

(D) assumiu um ponto de vista descolado de normas abso-lutas.

(E) resgatou a racionalidade kantiana como princípio de suas reflexões.

56. Maquiavel recusa a figura do Bom Governo encarnada no príncipe virtuoso, portador das virtudes cristãs, das virtudes morais e das virtudes principescas. O príncipe precisa ter virtú, mas esta é propriamente política, referindo-se às quali-dades do dirigente para tomar e manter o poder, mesmo que para isso deva usar a violência, a mentira, a astúcia e a força. A tradição afirmava que o governante devia ser amado e res-peitado pelos governados. Maquiavel afirma que o príncipe não pode ser odiado.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003)

A respeito da política em Maquiavel, é correto afirmar que

(A) visa legitimar as instituições da sociedade burguesa.

(B) é concebida sob o ponto de vista da experiência real e histórica.

(C) concebe o poder como exercício da tirania política.

(D) confere primazia à transmissão hereditária do poder.

(E) valoriza as virtudes éticas privadas do príncipe.

57. Desde Kant, fenômeno indicava aquilo que, do mundo ex-terno, se oferece ao sujeito do conhecimento sob as estrutu-ras cognitivas a priori da consciência (isto é, sob as formas a priori do espaço e do tempo e sob os conceitos a priori do entendimento). No entanto, Hegel ampliou o conceito de fe-nômeno, afirmando que tudo o que aparece só pode aparecer para uma consciência e que a própria consciência mostra-se a si mesma no conhecimento de si, sendo ela própria um fenômeno.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003)

A respeito da filosofia de Kant e de Hegel, é correto afirmar que

(A) ambas prescindem do conhecimento empírico.

(B) ambas concebem a cognoscibilidade da coisa-em-si.

(C) Hegel discorda da diferença kantiana entre fenômeno e númeno.

(D) para Kant, fenômeno é sinônimo de inatismo das ideias.

(E) para Hegel, a consciência não se transforma ao longo da história.

58. Para alguns filósofos, o empirismo está correto ao conside-rar que a verdade é sempre verdade de fato e é obtida por in-dução e por experimentação. No entanto, além disso, é pre-ciso acrescentar qual é o critério que permite decidir se um conhecimento é verdadeiro. Esse critério é sua eficácia ou sua utilidade. Um conhecimento é verdadeiro não só quando explica alguma coisa ou algum fato, mas sobretudo quando permite obter consequências práticas e aplicáveis.

(M. Chaui. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003)

Essa definição aplica-se à corrente filosófica denominada

(A) pragmatismo.

(B) metafísica.

(C) existencialismo.

(D) estoicismo.

(E) racionalismo.

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