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TOMIE OHTAKE: o traço essencial

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Solange Utuari

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmila Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Tomie Ohtake: o traço essencial / Instituto Arte na Escola ; autoria de So-

lange Utuari ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São

Paulo : Instituto Arte na Escola, 2005.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 30)

Foco: LA-20/2005 Linguagens Artísticas

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-31-8

1. Artes - Estudo e ensino 2. Artes - Técnicas 3. Arte moderna 4. Poéticas

visuais 5. Ohtake, Tomie I. Utuari, Solange II. Martins, Mirian Celeste III.

Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

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DVD

TOMIE OHTAKE: o traço essencial

Ficha técnicaGênero: Documentário a partir de depoimento no ateliê-casada artista.

Palavras-chave: Pintura; escultura; gravura; cenografia; ges-to no traço; transparência; arte pública; poesia.

Foco: Linguagens Artísticas.

Tema: A obra e a vida de Tomie Ohtake.

Artistas abordados: Tomie Ohtake, Alfredo Volpi, artistas doGrupo Seibi e o poeta Haroldo de Campos.

Indicação: A partir da 5ª série do Ensino Fundamental.

Direção: Cacá Vicalvi.

Realização/Produção: Rede SescSenac de Televisão, São Paulo.

Ano de produção: 2000.

Duração: 23’.

Coleção/Série: O mundo da arte.

Sinopse

Tomie Ohtake, a dama das artes visuais, apresenta sua arte deforma singela neste documentário que se divide em três blocose que nos permite conhecer a sua vida e obra. Em seu ateliê, aartista nos conta sua trajetória, a chegada ao Brasil, a dedica-ção à família, a participação no Grupo Seibi e a relação entrearte e vida. O documentário mostra as linguagens artísticas queOhtake elege para sua criação: pinturas, gravuras, cenários eesculturas, obras expostas no espaço aberto em meio ao pas-seio público ou em salas de exposições, pelo Brasil e no mundo.Traz, ainda, a análise do poeta, crítico e parceiro na arte Haroldode Campos. Diante da arte de Tomie Ohtake, podemos apreciarlinhas, formas e transparências, leveza e força de uma arte quese constrói no percurso de mais de 90 anos da artista.

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Trama inventivaFalar sem palavras. Falar a si mesmo, ao outro. Arte, lingua-gem não-verbal de força estranha que ousa, se aventura a to-car assuntos que podem ser muitos, vários, infinitos, do mundodas coisas e das gentes. São invenções do persistente ato cri-ador que elabora e experimenta códigos imantados na articula-ção de significados. Sua riqueza: ultrapassar limites processu-ais, técnicos, formais, temáticos, poéticos. Sua ressonância:provocar, incomodar, abrir fissuras na percepção, arranhar asensibilidade. A obra, o artista, a época geram linguagens oucruzamentos e hibridismo entre elas. Na cartografia, estedocumentário é impulsionado para o território das Linguagens

Artísticas com o intuito de desvendar como elas se produzem.

O passeio da câmera

Ohtake está à vontade em seu ateliê. Transita entre tintas, pin-céis, telas e obras ainda por fazer. Uma artista inquieta com otrabalho; ritmo intenso, criação em percurso. A câmera nosaproxima de seu fazer e de sua história, de modo intimista. Noprimeiro bloco, a narração nos fala da história desta artista quelembra dos amigos do Grupo Seibi e das suas escolhas de vida.

“Pedra, pedra, pedra, areia, pedra, na areia penteada, monges depedra...” Uma voz ganha o espaço, no início do segundo bloco. É opoeta Haroldo de Campos1 que chega para falar de Ohtake. Aadmiração é recíproca: pintora e poeta são parceiros na arte em plenamaturidade e trocam memórias do álbum YUGEN, simbiose artís-tica, como uma chave sutil, não há limites entre poesia e pintura: aslinguagens se integram, se expressam unidas como um só corpo.

O terceiro bloco mostra a casa-ateliê da artista com seu jar-dim, onde esculturas convivem com a natureza. Ohtake fala dasua rotina diária, preocupações com uma vida saudável, mar-cas notáveis na sua longevidade. Nesse espaço de liberdade etrabalho, vida e arte se misturam.

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material educativo para o professor-propositor

TOMIE OHTAKE – O TRAÇO ESSENCIAL

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A câmera passeia por espaços públicos, ruas, metrôs, praças,prédios apresentando esculturas, painéis, cenários, que nascemem pequenas maquetes e ganham grandes formatos.

Podemos visualizar, neste documentário, muitas proposições peda-gógicas possíveis: conhecer a história da arte contemporânea, a artepública e os artistas do Grupo Seibi são caminhos para explorar osSaberes Estéticos e Culturais; a relação entre a poesia e a arte emConexões Transdisciplinares; o gesto gerador do traço e a ambiênciada casa-ateliê em Processo de Criação; os suportes e as ferramen-tas em Materialidade, assim como, a transparência, profundidade ea caligrafia japonesa em Forma- Conteúdo, além de espaços públi-cos e culturais em Patrimônio Cultural.

Neste estudo, as proposições estão alocadas em Linguagens

Artísticas, impulsionando a investigação das linguagens da pin-tura, escultura, gravura e cenografia presentes nas obras deOhtake. Em seu projeto, entretanto, você está convidado ainventar e recriar outras possibilidades de investigação da arte.

Sobre Tomie Ohtake

(Kyoto, 1913)

É sempre colocando camada, camada, camada. Colocando muitascores, camada, camada, até chegar onde eu quero.

Tomie Ohtake 2

Camada sobre camada. Tomie nos explica como faz sua pintura numrico aprendizado, exemplo de sabedoria e humildade, atributos daartista que, com mais de 90 anos de idade, está em plena produção.

Tomie Ohtake começa a pintar aos 39 anos, revelando quesempre quis dedicar-se a arte, porém a família era prioridade.Sente-se feliz por essa escolha. Com espírito oriental, esperao momento certo para revelar sua arte. Uma trajetória que,quando iniciada, não é mais interrompida. Logo no início de suacarreira, ganha prêmios, participando de exposições importan-tes como a Bienal de São Paulo e a de Veneza.

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Em 1952, se inicia na produção artística como aluna do artistaKeisuke Sugano. No ano seguinte, se integra ao Grupo Seibi 3 ,composto por artistas nipônicos que constroem juntos suascarreiras, ganhando espaço no mercado de arte e na vida cul-tural do nosso país. Com esse grupo, participa, anualmente,de exposições ao lado de nomes importantes das artes plásti-cas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Flavio Shiró.

Haroldo de Campos, crítico de arte, poeta e tradutor, marcapresença neste documentário e, analisando a arte de Ohtake,fala que essa artista nunca se prende a uma escola artísticaespecífica. No início, pinta cenas de bairros de São Paulo, ci-dade que elege para morar, mas a pintura figurativa é uma fasemuito breve no processo de criação da artista, pois diz: “queriapintar o que vinha do coração e não apenas o que via” 4 .

Seu olhar aponta para a arte abstrata, já nas suas primei-

ras telas percebe-se uma pesquisa geométrica nas formas,

há contornos definidos. O gesto que gera o traço essenci-

al, a linha e a cor vai ganhando expressividade e ousadia.

Na década de 60, realiza pinturas com limitações de cores: são coresopacas que aos poucos ganham mais transparências. A exploraçãodas possibilidades da tinta diluída faz surgir pinceladas translúcidase, mais tarde, grandes massas de cor em quadros que flutuam econtrastam sobre os tons cromáticos do fundo. Sempre inquieta

no seu trabalho, a artista continua sua pesquisa explorando os

efeitos da materialidade da tinta densa, provocando texturas

rugosas em meio a efeitos de transparências, camada sobre

camada, colocando cor, no lavor com a forma.

Na sua caminhada, a artista realiza pesquisas na linguagem dagravura, começando pelos procedimentos da serigrafia elitogravura. Mais tarde, utiliza também a gravura em metal paraexpressar traços suaves e formas orgânicas. Aos poucos, amaterialidade do cobre que, no inicio, é matriz, se transforma emsuporte, estabelecendo diálogos entre linguagens. As gravuras emmetal recortadas e montadas em placas de vidro, série expostana Galeria Nara Roesler e apresentada no documentário, pare-cem, segundo Haroldo de Campos, “libélulas pairando no ar”.

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TOMIE OHTAKE – O TRAÇO ESSENCIAL

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Diferentes linguagens, imensas esculturas, as obras de Ohtakeespalham-se pelas cidades brasileiras. Em intervenções noespaço público, provocam o olhar do homem urbano. No Rio deJaneiro, em plena Lagoa Rodrigo de Freitas, uma imensa Es-

trela do mar amarela opõe-se à coloração da água.

Em São Paulo, Ohtake realizou uma gigantesca pintura sobre a late-ral de um edifício na Ladeira da Memória no centro antigo, próximo àPraça Xavier de Toledo. Uma grande escultura, em homenagem aos80 anos de imigração japonesa, ocupa o espaço com linhas que semovimentam como ondas, disponível aos olhos de quem passa ligei-ro por uma das mais movimentadas avenidas da cidade: a 23 de Maio.Em Minas Gerais, na cidade de Araxá, há outra obra com 80 tonela-das de aço moldadas com a suavidade do traço de Ohtake.

A leveza das formas, as linhas sutis que modelam materi-

ais pesados são contrações articuladas nas relações dos

elementos de visualidade que provocam tensão, ritmo e

movimento presentes nas várias linguagens que a artista

explora e continua a criar.

Os olhos da arte... e a escultura é uma espécie de desenho no ar.

Tomie Ohtake 5

Formas ocupam os espaços públicos. Aço, ferro, concreto perdem opeso material dando lugar à leveza da linha. Grandes mosaicos. Pin-turas e gravuras. O gesto materializado no traço marca a poética deTomie Ohtake. Gesto no traço que fala por essa pequenina mulher.

A obra de Ohtake, na análise do poeta e crítico Haroldo deCampos, é sinestésica. A percepção do movimento sepresentifica no corpo e na mente de quem produz a obra e dequem a vê. Somos envoltos pela dança do gesto. Como diz opoeta, no documentário, não é o gesto da action paiting pre-sente em Pollock. Difere ainda do chileno Roberto Matta, queadotou o procedimento da “escrita automática” surrealista,gerado por um estado mental receptivo ou da “inexorável buscado vazio” de Joan Mitchell 6 . O gesto no traço desvela a sen-

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sibilidade tátil-visual que carrega asraízes japonesas. Marca que brota emKyoto, Japão, lugar de belos cenári-os, de jardins da tradição zen e res-soa na pincelada de Tomie. Herançasculturais também visíveis no traçocaligráfico de Manabu Mabe. A artista

não se satifaz com os padrões informais do “Oci-dente”, tão em moda na década de 50, como nãoaceita integralmente a reprodução da caligrafiaoriental. A artista soma aspectos caligráficos aoinformalismo da arte européia, ligando-se à su-gestão formal, típica da pintura sumiê para obtersurpreendentes resultados tonais de harmoniasmonocromáticas.7

A produção compartilhada com Haroldo de Campos no álbum YU-

GEN 8 , que pode significar profundidade, celebra a alquimia entreo verbal e o visual, presente tanto na escrita ideográfica comona poesia concreta. Com ênfase à estrutura composicional, àsimagens verbais e à rica sonoridade, o poeta faz transcrições,e não simples traduções. Como Tomie, ele trafega por váriaslinguagens: cinema, música, teatro.

Diz Casimiro Xavier de Mendonça 9 : “é difícil para quem já viu umatela de Tomie Ohtake deixar de reconhecer os seus outros traba-lhos”. Marcas de sua poética pessoal são visíveis em todas as lin-guagens que escolheu. Não são repetições de uma mesma pre-sença estética, mas uma metamorfose. A transparência de suaspinturas se presentifica nos imensos painéis que colorem edifíciosou nas grandes e pequenas telas, ou, ainda, nas tésseras de vidroque compõem os mosaicos empregados nos grandes painéis commais de quinze metros cada um, realizados em 1991, no metrô deSão Paulo: Quatro estações. A pintura se multiplica e pode cobrira parede da própria exposição, como fez em Tomie Ohtake na vi-

são de Miguel Chaia, em 2004, no instituto que leva o seu nome.Para Chaia, professor, colecionador e curador dessa exposição:

pode-se apontar a artista como uma pintora que tenciona os limitesdesta linguagem, buscando a potencialidade de outros meios de ex-pressão. É assim que fortes e poéticas formas desprendem-se da telae ocupam o espaço da parede, da mesma maneira que a artista risca

Tomie Ohtake - Sem título, 1969

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o espaço com a matéria dassuas esculturas ou recortaas gravuras...

Pequenas maquetesnos fazem perceberas qualidades da lin-guagem da escultura,movendo nosso cor-po interceptado pelaobra para ver de to-dos os lados, paraperscrutar os espa-ços cheios e os vazi-os, as massas e os vo-

lumes que parecem se diluir no espaço, como se houvesse umtempo capturado entre o movimento e o repouso das linhas. Nasgrandes esculturas, a ausência de cor cria jogos aleatórios com ascores portadas pelo público que circula por entre as linhas de fer-ro, desenhadas no ar.

Na gravura em metal, a artista explora as qualidades e recursosdesta linguagem, movendo nossos olhos/corpo para a materia-lidade da matriz, para as texturas e recortes. E inova na monta-gem da exposição vista no documentário, pois as gravuras se dis-tanciam da parede, pairam no ar, criam tridimensionalidades.

A cenografia é outra linguagem vivida esteticamente por Tomie.O cenário para a ópera Madame Butterfly (1983/84, TeatroMunicipal, RJ e SP) causa aplausos e estranheza pela inova-ção. O caráter gráfico presente retoma “em novas bases, asuperposição de planos e o valor estrutural da linha de outrora,incorporando a malha gráfica, a força cromática de sua longatrajetória de pintora.”10 A transparência aflora, assim como aprofundidade, permitindo que o olhar transpasse a superfície,bem como as cores superpostas na transparência das cama-das na obra que cria durante a filmagem do documentário.

Hoje, a artista firma presença mais uma vez com sua participa-ção ativa no Instituto Cultural Tomie Ohtake. Trajetória de es-colhas, materialidades, códigos múltiplos de linguagens artísti-cas. Tradição e contemporaneidade caminham em harmonia,

Tomie Ohtake -Monumento comemorativo aos 80

anos da imigração Japonesa - Localizada na avenida

23 de maio em São Paulo.

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tramas de uma arte que se mistura à própria vida. A vida e aobra da artista revelam a mulher.

O passeio dos olhos do professor

Convidamos você a ser um leitor deste documentário, regis-trando suas impressões durante a exibição, antes do planeja-mento de sua utilização. Nossa sugestão é que suas anotaçõesiniciem um diário de bordo, como um instrumento para o seupensar pedagógico durante todo o processo de trabalho juntoaos alunos.

A seguir, uma pauta do olhar que pode ajudá-lo.

O que o documentário desperta em você?

O que chama a sua atenção sobre as linguagens artísticasescolhidas por Tomie Ohtake?

Como as circunstâncias da vida de Tomie Ohtake encaminha-ram o desenvolvimento de sua obra? É possível perceber umpercurso? Coerente ou repleto de rupturas?

O que é possível perceber do processo de criação da artista?

Você já conhecia alguma obra pública de Ohtake? Você fezalguma relação com obras públicas de sua cidade?

O documentário lhe faz perguntas? Quais?

Sobre o documentário: o que o caráter de depoimento pro-voca em você? Os cortes poderiam ser aproveitados na salade aula? De que modo?

O que você imagina que os alunos gostariam de ver nodocumentário? O que causaria atração ou estranhamento?

Para você, qual o foco de trabalho em sala de aula que podeser desencadeado pelo documentário?

Agora, reveja suas anotações. Elas revelam o modo singular desua percepção e análise. A partir delas e da escolha do foco detrabalho, quais questões você faria numa pauta do olhar para opasseio dos olhos dos seus alunos no documentário?

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material educativo para o professor-propositor

TOMIE OHTAKE – O TRAÇO ESSENCIAL

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Percursos com desafios estéticosNo mapa, você pode visualizar as diferentes trilhas para o focoLinguagens Artísticas. Pelas brechas do documentário, con-sideramos esse um enfoque de relevância. Levando em contaa sensibilidade, o interesse e a motivação que o documentáriopode gerar, apresentamos os possíveis percursos de trabalhoimpulsionadores de projetos para o aprender-ensinar arte.

Os percursos aqui sugeridos não apresentam uma ordemseqüencial. Qualquer um deles pode vir a ser o início ou serproposto paralelamente.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

A experimentação com tinta acrílica pode ser um exercíciointeressante, um aquecimento do olhar para assistir aodocumentário e despertar processos de criação. A tintaacrílica é uma das técnicas utilizadas por Ohtake. Para fa-zer essa tinta, você pode utilizar a tinta acrílica11 para pin-tura de parede (que é mais acessível) como aglutinante e,como pigmento, pó de pintor ou pigmento líquido (encon-trados em casas de materiais para construção). A tintaacrílica tem a água como solvente. Essa mistura permiteefeitos empastados, colocando bastante pigmento, e trans-parentes, acrescentando mais água. Depois das primeirasexplorações com o material, os alunos podem ver a primei-ra parte do documentário. Ali, vemos a artista pintando: ogesto é suave e paciente, movimentos que revelamsincronismo entre corpo e mente. Voltar os olhos para asprimeiras produções permite perceber as marcas dos ges-tos, as cores utilizadas, as composições dos alunos. O queeles sugerem para prosseguir o projeto?

Com o comando de pausa no seu aparelho de DVD, você podeutilizar o documentário para apreciação e leitura de imagensdo segundo bloco, focalizando, especialmente, a relação entrearte e vida, e a parceria de Tomie com o poeta Haroldo de

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zar

ferramentas

pincéis, brochas largas, goivas,industriais na confecção degrandes esculturas

tela, papéis, matrizes,matérias diversas,bidimensionais etridimensionaissuportes

Materialidade

espaços sociais do saber

Instituto CulturalTomie Ohtake

MediaçãoCultural

PatrimônioCultural

bens simbólicos

monumento, espaços públicos

rpando

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade caligrafia, linha,

volumes, transparência,texturas, profundidade,forma orgânica,forma geométrica,valores cromáticos

relações entre elementosda visualidade

movimento,tensão, equilíbrio

temáticas não-figurativas, abstração

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte arte moderna, arte contemporânea,arte pública, Grupo Seibi

Linguagens Artísticas

artesvisuais

literaturapoesia

ópera

imagem e palavra

cenografiamúsica

linguagensconvergentes

teatro

meiostradicionais

pintura, escultura, gravura

Processo deCriação

ação criadora

ambiência de trabalho

poética pessoal, gesto no traço,percurso de experimentação,diálogo com a matéria, maquetes

casa-ateliê

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Campos. Problematize aquilo que está sendo visto: sincretismoentre pintura e poesia, ilustração e iluminura, pintura gestual,heranças culturais, a pintura que nasce camada sobre cama-da, etc. A curiosidade foi provocada para conhecer mais TomieOhtake? Sobre quais aspectos gostariam de saber mais?

Ao entrarmos em um museu, podemos estar predispostos àapreciação, mas o que acontece quando as obras estão di-ante de nós, na rua, no metrô, na praça? O que uma obraexposta no espaço público pode provocar? Se na sua cida-de há uma obra pública de Tomie Ohtake, você pode per-guntar se os alunos a conhecem. Se não há, você podeelencar com os alunos as obras públicas existentes. Essassão questões interessantes para explorar e preparar os alu-nos para verem o terceiro bloco do documentário.

Essas sugestões podem ser geradoras de outras, com a intençãode convocar os alunos para assistirem ao documentário inteiro ouem partes. Pode-se, também, pedir que eles lancem questões pré-vias que gostariam de ver respondidas pelo documentário.

O importante, após a exibição, é uma conversa que possa levar àsocialização da apreciação da arte de Tomie Ohtake, animada pelasações expressivas anteriores e pelas problematizações possíveis.

Desvelando a poética pessoalA idéia não é realizar um único trabalho, mas a criação de umasérie que possa depois ser apreciada e discutida sob a perspecti-va da poética pessoal de cada aluno. Frente à obra de Tomie Ohtake,vários podem ser os desafios para os alunos escolherem:

Camadas e camadas de cor. No documentário, Tomie Ohtakeaparece em vários momentos realizando a pintura de umatela. Enquanto pinta, explica que coloca camadas sobrecamada de cor. Branco, azul e amarelo vão se sobrepondoe desvelando outra nuance, na procura de profundidade etransparência. As pinceladas revelam os movimentos dosgestos. O desafio de pintar explorando a superposição decamadas e as marcas dos gestos podem gerar uma série de

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trabalhos, desvelando a poética de cada aluno.

Linhas e formas no espaço. No terceiro bloco do documen-tário, a artista expõe o seu processo de criação nas grandesesculturas. São as maquetes que servem de estudos paradepois se transformarem em obras públicas pelas cidades doBrasil e do mundo. O desafio de criar esculturas, desenvol-vendo pequenas maquetes, pode mostrar a poética de cadaaluno em suas soluções para o espaço escultórico.

Um outro desafio possível é experimentar uma mesma idéiaestética em várias linguagens, percebendo como se organi-za no espaço escultórico, no espaço pictórico, no espaço cê-nico ou mesmo em gravuras (leia mais em Desvelando o

olhar). A poética do aluno é reconhecida independentementeda linguagem utilizada?

O acompanhamento do processo individual, ao final da produ-ção, permite perceber e incentivar processos de criação e expe-rimentação das linguagens artísticas escolhidas por cada aluno,além de revelar as singularidades das poéticas de cada um.

Ampliando o olharA parceria entre a poesia e a pintura é um estudo interessan-te para compreensão da expressividade de diferentes lingua-gens artísticas que podem se integrar. O documentário traz,como exemplo dessa proposição, a realização do livro YU-

GEN. Como os alunos responderiam à proposição de criar,em duplas, parcerias como a de Tomie Ohtake e Haroldo deCampos, criando relações entre palavras e imagens?

O documentário apresenta o poema de Haroldo de Campos:

Osaka- Jardim de pedras.Pedra, pedra, pedra, areia;Pedra, na areia penteada,Monges de pedra conversando pedra;Num conciliábulo de areia e pedra.

O que os alunos criariam a partir desse poema? A explora-ção em diferentes materiais e linguagens artísticas podeincentivá-los a perceberem a diferença entre ilustração e

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iluminura, colocadas no documentário pelo poeta.

Em pleno centro da cidade de São Paulo, Tomie Ohtakerealizou uma pintura monumental, são linhas que estabele-cem formas, criando um movimento sutil e equilibrado. Pro-cure em sua escola, ou em seu bairro, um espaço que pedeuma intervenção visual que possa ser feita com seus alu-nos, através de elaboração de projetos. Tire fotos, façacópias xerocopiadas e proponha aos alunos que desenheme pintem sobre essas imagens, mudando o visual do lugar.

No início do documentário, a artista relata sua chegada aoBrasil, descreve a cor amarela do sol que sentiu naquelemomento e que, ainda hoje, aquece suas telas. A naturezaé repleta de elementos que podem provocar em nós expe-riências estéticas tão significativas que são lembradas portoda uma existência. A tradução dessas memórias em cor,formas, linhas que dançam na mão da artista é um exemplode percepção e criação. Que cores estariam presentes nasmemórias dos alunos? Como poderiam expressá-las? Le-var esta questão para os alunos pode ser um momento deprazer estético e autoconhecimento, que talvez desenca-deie uma série de novas produções.

Esta artista também se consagra pela linguagem da gravu-ra. Existem vários processos e materiais que servem a estalinguagem. Pesquise materiais que podem ser utilizadoscomo suporte para a gravura como placas de papelão, ban-dejas de isopor (pratinhos planos utilizados nos supermer-cados) ou a parte prateada das embalagens tetraplac deleite. Para essas matrizes, utilize como goivas palitos, pre-gos, agulhas de crochê, tampas de caneta esferográficas.Com eles é possível fazer sulcos que receberão tinta tipo-gráfica ou guache, com um rolinho de pintor. As cópias se-rão obtidas colocando papel sobre esta matriz, pressiona-do com a mão, régua ou uma colher. Podem ser exploradosdiferentes formatos e dimensões, como nas gravuras daartista, apresentadas no segundo bloco do documentário12 .

Uma visita a uma exposição pode proporcionar um diálogo

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entre o universo de cada artista e o mundo particular de cadaum de nós, focalizando, especialmente, as várias linguagensexpostas. Como prepará-los para esta expedição? Uma novapauta do olhar pode ser o início de sua ação mediadora.

Conhecendo pela pesquisa

Uma expedição do olhar: caminhando pela sua cidade talvezseja possível perceber obras com caráter público. Que lin-guagens artísticas estão presentes? Quais os materiais uti-lizados? Como estão articuladas as formas, linhas, texturas,dimensões e temas? Quais as relações entre os elementosda visualidade: transparência, movimento, tensão, equilíbrio?

“... este cai e não cai, é o que eu estou procurando: tensão”.Essas são palavras de Tomie Ohtake ao comentar a constru-ção de uma de suas esculturas. Como linguagem tridi-mensional, a escultura estabelece múltiplas articulações daforma e da linha na ocupação do espaço. Espaços cheios ouvazios, abertos ou fechados merecem uma pesquisa atenta,registrada não só por fotografias, mas também por desenhose pequenas esculturas, que mostrem a compreensão dosalunos sobre esses aspectos. Materialidade, formas, massas,peso, equilíbrio, temáticas, figuração, abstração são algumasdas possibilidades de apreciação, reflexão e conhecimentotendo como foco a linguagem da escultura.

O Grupo Seibi foi formado por artistas de origem japonesaimigrantes na cidade de São Paulo. Nomes importantes daarte surgiram desse grupo, entre esses artistas estão FlávioShiró, Manabu Mabe, Massao Okinaka, Shigeo Nishimura,Tadashi Kaminagai, Takeshi Suzuki, Tikashi Fukushima. Umapesquisa sobre esses artistas e sobre o tachismo pode seruma proposição que ampliará o conhecimento sobre arte.

A gravura é uma linguagem artística também utilizada porinúmeros artistas brasileiros. Conhecer os processos e pro-cedimentos dessa linguagem milenar é um caminho para co-nhecer a produção artística brasileira investigando e apre-

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ciando obras de artistas como Oswaldo Goeldi, Lasar Segall,Maria Bonomi e Evandro Carlos Jardim entre outros.

No século 20, com um ritmo dinâmico, muitos estilos, esco-las e correntes estilísticas apareceram. Como foi iniciada aarte abstrata? Ela foi um movimento da vanguarda no iníciodo século 20, ou esteve presente em outras manifestaçõesartísticas do passado? Como você pode provocar nos alu-nos um olhar investigativo, como o do arqueólogo, que des-cobre tesouros, que vai além de definições estilísticas?

A cenografia, uma das linguagens apresentadas nestedocumentário, também pode ser fonte de pesquisa. Proponhaa seus alunos que leiam textos de teatro e a partir deles criemmaquetes cenográficas, utilizando caixas de fósforos, emba-lagens e outros materiais do cotidiano. Como podem articularcores, texturas, volumes, a disposição dos objetos de cena e oclima do texto? O que podem pesquisar sobre cenografia?

“mar escuro / gaivotas: gritos / vagamente brancos”. Haroldode Campos recriou este hai-kai, entre outros, de Matsuo Bashô,poeta-samurai do século 17, contemporâneo de Gregório deMatos. Segundo o poeta, tradutor e jornalista, Claudio Daniel13,neste hai-kai “o impacto do claro-escuro e da sinestesia é re-forçado pelo advérbio, que torna imprecisa a imagem verbal,tal como ocorre na pintura sumiê, onde as figuras de monta-nhas ou nuvens por vezes são borradas, num quaseabstracionismo”. O texto pode parecer difícil, mas pode insti-gar a procura de outros hai-kais de Leminski ou Alice Ruiz nosite indicado ou pesquisas sobre a poesia concreta que inte-gra o código visual com o verbal, ou ainda os poemas visuais.

Amarrações de sentidos: portfólioA apreciação da arte de Tomie Ohtake, por meio destedocumentário, pode desencadear muitas proposições pedagó-gicas. O que foi possível perceber das diferenças entre as vá-rias linguagens artísticas?

O portfólio pode se tornar uma forma de reflexão e memória do

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TOMIE OHTAKE – O TRAÇO ESSENCIAL

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que foi realizado, no registro das buscas e do estudo sobre aarte de Ohtake, valorizando o pensar constante. Cada portfóliocarrega as marcas pessoais de cada um. Os alunos poderãocriar um álbum no qual as palavras e as formas expressem oque aprenderam neste projeto.

É importante planejar um momento para todos terem a possi-bilidade de mostrar suas descobertas e, desse modo, valori-zar a produção.

Valorizando a processualidade

Houve avanços? O que os alunos percebem que conheceram?

Como entendiam as linguagens artísticas apresentadas nodocumentário antes deste processo, e quais formulações tra-zem agora? A apresentação do portfólio pode desencadear boasreflexões sobre essas questões. A discussão, em pequenosgrupos, sobre todo o processo vivido pode cercar o que conhe-ceram, o que foi mais importante, o que levam deste projeto, oque ainda querem conhecer, etc.

É momento também de você refletir a partir do seu diário debordo. O que você percebe que conheceu com este projeto sobrearte e sobre seus alunos? Quais os novos achados para sua açãopedagógica foram descobertos nesta experiência? O projetogerminou novas idéias em você?

Glossário

Action paiting – termo inglês que significa pintura de ação. Está ligado aomovimento de arte informal norte-americano que defende a gestualidade e aimprovisação no ato de criação da pintura. Um dos nomes adeptos a esse tipode produção foi Jackson Pollock. Fonte: <www.itaucultural.org.br>.

Arte pública – termo que se refere às obras que estão expostas em espa-ços públicos, abertos ou fechados, que buscam integrar o público à obrade arte. “A idéia geral é de que se trata de arte fisicamente acessível, quemodifica a paisagem circundante, de modo permanente ou temporário. Otermo entra para o vocabulário da crítica de arte nos anos 1970, acompa-nhando de perto as políticas de financiamento criadas para a arte em es-paços públicos”. Fonte: <www.itaucultural.org.br>.

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Caligrafia japonesa – a arte de escrever, shô ou sumiê, ou caligrafia, éuma das artes típicas do oriente. Nela, busca-se a beleza através da for-ma, da posição dos caracteres desenhados, da graduação da tinta e daforça das pinceladas. Fonte: <http://geocities.yahoo.com.br/superjapanbr/calig.html>.

Cenografia – é a arte de criar o ambiente plástico da cena. Cenário,adereços, objetos de cena, figurino, iluminação, e até mesmo a marca-ção da movimentação dos atores, são componentes visuais do espetá-culo. Os elementos de visualidade são articulados para estabelecer vo-lumes, massas, efeitos de profundidade e atmosfera do lugar cênico. Acenografia é uma linguagem visual que potencializa e integra-se à lin-guagem do teatro. Fonte: <www.unirio.br/opercevejoonline/7/artigos/1/artigo1.htm>.

Hai-kai – também grafado como haicai, é um poema originário do Japãoe foi introduzido no Brasil por Guilherme de Almeida. Mais recentemente,Paulo Leminski o traz novamente, conectando-o ao poema moderno. Se-gundo ele, “o primeiro verso expressa algo permanente, eterno; o segun-do, introduz uma novidade, um fenômeno; o terceiro e último, é a síntese”Fonte: <www.naoser.hpg.ig.com.br/hai-kai.htm>.

Poema visual – “O poema visual caracteriza-se por valorizar a imagem comoentidade universal. A palavra, no caso, é um apêndice muito bem exploradoe colocado, compondo um todo harmônico capaz de permitir ao “vleitor” -aquele que lê e vê ou só vê - uma infinidade de leituras, de acordo com onível do seu conhecimento, experiência, cultura e escolaridade.” Fonte:<www.poemavisual.com.br/html/info.php>.

Poesia concreta – criada por Décio Pignatari, Haroldo de Campos eAugusto de Campos. Poesia objetiva elaborada com substantivos e ver-bos, numa linguagem sintética e dinâmica. Valoriza a palavra e a forma,composição artística que integra linguagem escrita e visual em um só corpoque deverá ser, simultaneamente, lido e visto. Fonte: <http://educaterra.terra.com.br>.

Zen – a filosofia Zen tem suas raízes na cultura oriental, propõe que pou-cos elementos devem dizer muita coisa, a simplicidade na complexida-de, o resgate dos valores humanos. Na arte, “um traço Zen correspondeà compreensão e à vivência que o homem tem das coisas deste mundo– sejam elas vivas ou inanimadas – a partir do seu interior. Fonte:<www.institutotomieohtake.org.br/tomie/ensaios/teensaios03_05.htm>.

Tachismo – pintura abstrata constituída de manchas sobre a tela, que sãocolocadas ao acaso. Uma arte que preza a liberdade de expressão, o nomevem do vocabulário francês; tache, mancha. Fonte: <www.itaucultural.org.br>.

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BibliografiaARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras: 1992.

BONFAND, Alain. A arte abstrata. Campinas, SP: Papirus, 1996.

DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

KRAUSS, Rosalind. Caminhos da escultura moderna. São Paulo: MartinsFontes, 1998.

MENDONÇA, Casimiro Xavier de. Tomie Ohtake. São Paulo: Ex Libris,Raízes, 1983.

REGO, Lígia; SANTOS, Lígia. Tomie Ohtake. São Paulo: Moderna, 2002(Col. Mestres das Artes no Brasil).

SPINELLI, João. Tomie Ohtake: o antigo e o novo na obra de Tomie Ohtake.Dissertação (Mestrado). Escola de Comunicações e Artes da Universi-dade de São Paulo - ECA/USP, São Paulo, 1985.

___ (org.). Arte pública: apontamentos e reflexões. São Paulo: Unesp/Instituto de Artes. Núcleo de Pesquisa em Arte Pública, 1998.

STANGOS, Nikos. Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Institu-to Walther Moreira Salles, 1983.

Seleção de endereços sobre arte na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 2 maio 2005.

ARTE PÚBLICA. Disponível em: <http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/956,1.shl>.

ARTE NO METRÔ de São Paulo. Disponível em: <www.metro.sp.gov.br/cultura/tearte02.asp>.

ARTE PÚBLICA. Disponível em: <www.itaucultural.org.br>.

CAMPOS, Haroldo de. Disponível em: <www2.uol.com.br/haroldodecampos/>.

CAMPOS, Haroldo de. Disponível em:<http://daniel.claudio.sites.uol.com.br/releiturashc.htm>.

GRAVURA. Disponível em: <www.gravura.art.br/>.

HAI-KAI. Disponível em: <www.naoser.hpg.ig.com.br/hai-kai.htm>.

MATTA, Roberto. Disponível em:<www1.uol.com.br/bienal/24bienal/nuh/enuhmatta01.htm>.

MITCHELL, Joan. Disponível em: <www.artchive.com/artchive/M/mitchell.html>.

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OHTAKE, Tomie. Disponível em : <www.institutotomieohtake.com.br/tehome.htm>.

___. Disponível em: <www.sampa.art.br/saopaulo/>.

___. Disponível em: <www.pucsp.br/neamp/eventos_04.htm>.

POEMA VISUAL. Disponível em: <www.tanto.com.br/opoemavisual.htm>.

___. Disponível em: <www.poemavisual.com.br/index.php>.

SUMIÊ. Disponível em: <www.japaoonline.com/pt/participe/sumie.htm>.

Notas1 Haroldo de Campos (1929-2003). Poeta, ensaísta e tradutor. Com Augustode Campos e Décio Pignatari mudou a forma de pensar a poesia no Brasil. Ocaráter dos ideogramas, o faz escrever, em 1977, Ideograma e A arte no ho-

rizonte do provável, um estudo sobre a poesia chinesa.2 OHTAKE, Tomie . Disponível em: <www.itaucultural.org.br>. Acesso em15 jun. 2005.3 Em meio a guerras e crises econômicas, no início do século 20, imigran-tes japoneses chegam ao Brasil. Um grupo de artistas de origem nipônicaforma, em São Paulo, o Grupo Seibi, criando espaços para discutir e divul-gar sua arte.4 Relato de Tomie em entrevista. Disponível em: <www.sampa.art.br/saopaulo/esculturas>.5 Relato de Tomie em entrevista. Disponível em: <www.sampa.art.br/sãopaulo/esculturas>.6 Leia mais sobre isto em MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Pau-lo: Companhia das Letras, 2001, p.35-55.7 SPINELLI, João. Disponível em: <www.itaucultural.org.br>. Acesso em2 maio 2005.8 Álbum YUGEN, com poemas de Haroldo de Campos sobre gravuras emmetal de Tomie Ohtake, Galeria Nara Roesler, São Paulo/SP, 1998.9 Casimiro Xavier de Mendonça . Disponível em: <www.itaucultural.org.br>.Acesso em 02 maio 2005.10COCCHIARALLE, Fernando . Disponível em: <www1.uol.com.br/bienal/23bienal/especial/peoh.htm>. Acesso em 2 maio 2005.11É preciso cuidado porque o cheiro é forte e alguns alunos podem seralérgicos. Trabalhar em sala arejada é fundamental.12Para saber mais, procure os documentários que têm como palavra-chave a gravura.13DANIEL, Cláudio. Disponível em: <http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/haroldo.htm>.

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