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OCASO DAS LOUCEIRAS

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Dora Maria Dutra Bay

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmila Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Ocaso das louceiras / Instituto Arte na Escola ; autoria de Dora Maria Dutra

Bay ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo :

Instituto Arte na Escola, 2005.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 29)

Foco: SE-12/2005 Saberes Estéticos e Culturais

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-30-X

1. Artes - Estudo e ensino 2. Artes - Estética 3. Artesanato I. Bay, Dora

Maria Dutra II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

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DVD

O CASO DAS LOUCEIRAS

Ficha técnica

Gênero: Documentário a partir de entrevista com as artesãs.

Palavras-chave: Regionalismo; artesanato; cultura popular;cerâmica; procedimentos tradicionais.

Foco: Saberes Estéticos e Culturais.

Tema: A vida e o trabalho das louceiras do Sítio Ligeira de Baixona Paraíba.

Artistas abordados: Artesãs louceiras: Quitéria Pereira Mota,Francisca Jesus Leite, Helena Feitosa Gonzaga, Maria de Fá-tima e Maria José Rodrigues.

Indicação: A partir do Ensino Médio.

Direção: Durval Leal Filho.

Realização/Produção: Para’iwa, João Pessoa/(ConvênioSebrae-PB).

Ano de produção: 2002.

Duração: 14’30”.

SinopseO documentário apresenta depoimentos das louceiras do SítioLigeiro de Baixo, no município de Serra Branca, estado daParaíba. Mostra a vida cotidiana simples, o esforço das arte-sãs para manter a tradição familiar de ceramistas e o estadode desesperança das mesmas. Deixa entrever a relação entrea atividade delas e o meio ambiente circundante, principalmen-te as dificuldades geradas pelo desmatamento e falta de água.Apresenta o trabalho das louceiras nas várias etapas da cria-ção das peças, desde o preparo da argila até a queima, bemcomo a embalagem, a viagem e a exposição na Feira de Pane-las nas ruas da cidade, para a comercialização que vem diminu-indo ao longo dos anos.

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Trama inventivaHá saberes em arte que são como estrelas para aclarar o ca-minho de um território que se quer conhecer. Na cartografia,para pensar-sentir sobre uma obra ou artista, as ferramentassão como lentes: lente microscópica, para chegar pertinho davisualidade, dos signos e códigos da linguagem da arte, oulente telescópica para o olhar ampliado sobre a experiênciaestética e estésica das práticas culturais, ou, ainda, lente comzoom que vai se abrindo na história da arte, passando pelaestética e filosofia em associações com outros campos desaberes. Por assim dizer, neste documentário, tudo parece sedeixar ver pela luz intermitente de um vaga-lume a brilhar noterritório dos Saberes Estéticos e Culturais.

O passeio da câmera

O documentário apresenta as artesãs em suas casas e ambi-ente de trabalho. Inicia com rápidos depoimentos, passando aoambiente externo, descortinando a penúria do cotidiano e anatureza árida do município de Serra Branca/Paraíba. Consti-tui-se numa denúncia do descaso oficial e da falta de políticaspúblicas de apoio aos fazeres artesanais tradicionais, a pontoda atividade se tornar inviável e desaparecer levando um pou-co da história local.

As artesãs relatam suas memórias familiares, o aprendizado daconfecção da louça de barro, falam do “mistério” da técnicaartesanal e da desvalorização de tal atividade na época atual.Ao mesmo tempo, a câmera mostra o dia-a-dia de suas vidas,as dificuldades para com a obtenção de água e a destruição doambiente natural ao redor. O clima seco da região, associadoao desmatamento, resultou em completa aridez, visível nosfundos de quintal, na estrada e na vegetação rala. Esses sinaisde falta de recursos naturais e materiais contrastam com aenorme antena parabólica instalada no quintal.

O documentário acompanha o processo de produção das pe-

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material educativo para o professor-propositor

O CASO DAS LOUCEIRAS

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ças, enquanto as artesãs explicam as peculiaridades do mate-rial e do trabalho artesanal. É importante notar a ênfase queatribuem à água, “água boa”, “água é vida” e ao fato de que épreciso não só pagar por ela, mas trazer de longe. Outro as-pecto relevante a ser observado é o ambiente de trabalho, nointerior da casa e no quintal, demonstração da integração daatividade artesanal com a vida cotidiana. Os depoimentosmostram o gosto pelo trabalho, louceiras compenetradas eseguras de suas criações, e evidenciam as dificuldades e a poucavalorização das obras.

A partir do documentário, é possível detectarmos algumas in-dicações para as proposições pedagógicas, focalizando espe-cialmente Saberes Estéticos e Culturais, abrangendo arte-sanato, regionalismo, cultura popular, políticas culturais e ques-tões de gênero, entre outros aspectos. Territórios comoLinguagens Artísticas (cerâmica, modelagem, design) eMaterialidade (o mistério do barro e do fogo, o segredo da água,os procedimentos tradicionais) se somam ao de Patrimônio

Cultural (preservação, memória coletiva, heranças culturais) eConexões Transdisciplinares (arte e ciências humanas e danatureza, como clima e desmatamento), desafiando para acompreensão de Brasis nem sempre conhecidos.

Sobre as louceiras

Quitéria, Francisca, Helena, Maria José e Maria de Fátima têmmuitas coisas em comum: são artesãs desde crianças, sãolouceiras, atribuem à transformação do barro por suas mãosanos de sustento de suas famílias, mantêm a tradição da cerâ-mica de Sítio Ligeiro de Baixo, município de Serra Branca, naParaíba e, como mostra o documentário, partilham uma mes-ma sensação de abandono: a pouca valorização do trabalhoartesanal e as dificuldades materiais básicas de lenha e água.

Contam orgulhosamente ter aprendido a técnica com as mãese avós, mas não desejam esta profissão para as filhas, pois “nãotem futuro”. Nesse momento, evidencia-se a questão gênero,

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pois o fazer cerâmico utilitário é associado ao trabalho femini-no e doméstico.

No entanto, podemos perceber que sentem prazer na ativida-de, apesar das adversidades do ambiente e da “profissão semfuturo”, face à inevitável industrialização. Trabalham com dedi-cação, tanto na escolha dos materiais, como no modelado,decoração e acabamento das peças. O mesmo cuidado, tam-bém feminino, aparece na colocação das louças no forno e naembalagem das mesmas para o transporte até a feira. Decla-ram que há um “mistério do barro”, que na percepção delas estáligado ao “segredo da água” e ao ritual dos passos do proces-so, pois “para chegar à panela feita, o trabalho é muito gran-de”. O “mistério” é o próprio ato criador capaz de transformarsimples barro em objetos de uso cotidiano que servem parafinalidades fundamentais da vida, como cozinhar alimentos earmazenar água.

Seus fornos construídos nos quintais queimam panelas,moringas, jarros, tigelas e vasos. São peças que permitem umaviagem no tempo, pois são modeladas e decoradas a partir detécnicas tradicionais, cujas formas parecem também seguir ummodelo ancestral. As louceiras constroem as peças a partir daaglutinação de porções de argila, ou do acordelado. Os instru-mentos de trabalho são elementares, cacos de telha e pedaçosde madeira que, com o auxílio da água e a destreza das mãos,vão dando forma às louças. O acabamento é simples e a deco-ração, pouco variada, é feita antes da queima, com grafismossingelos de aguada de argila de diferentes colorações. Essastécnicas, embora possam ser vistas como universais, testemu-nham a herança do indígena brasileiro que assim trabalhava. Ocozimento é feito em formo também rústico, montado com ti-jolo. As louças são colocadas zelosamente e o fogo é controla-do pela adição da escassa lenha disponível. Depois, ficam a es-pera do dia em que serão expostas para venda na Feira de Pa-nelas nas ruas da cidade.

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material educativo para o professor-propositor

O CASO DAS LOUCEIRAS

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Geralmente, a cerâmica popular retrata as necessidades emotivações do meio no qual ela é criada. Para além de suapeculiaridade local ou regional, pode ser vista como uma dasmais ricas manifestações da cultura material de um determina-do grupo étnico. O conhecimento do artesão ceramista, nor-malmente adquirido de antepassados, constitui-se não só dadestreza manual, do domínio do barro (identificação das jazi-das, escolha e coleta da argila, preparação da massa e mode-lado), da colocação das peças no forno, da lenha empregadapara a queima e do controle do fogo, mas também da percep-ção do “mistério do barro”.

Nesse sentido, são peças que seguem um modelo formal tradi-cional e, por isso mesmo, as panelas, potes e jarros das louceirastêm uma certa estética própria. Justamente esta marca é quedetém o valor artesanal peculiar das louceiras do Sítio Ligeirode Baixo, sua originalidade guardada na tradição.

O documentário deixa retida em nós a sensação de que a cerâ-mica não rende mais e, assim como o barro que tem vida frágile pode quebrar, a história e a atividade das louceiras estáfragilizada, com o risco da extinção. Porém, após a realizaçãode O caso das louceiras1 , há um movimento para resgatar atradição artesanal da Serra Branca e recuperar a auto-estimadas ceramistas, incluídas no programa A Paraíba em suas mãos,parceria do governo estadual com o Sebrae. A quantidade deartesãs aumenta, crianças e adolescentes se engajam no tra-balho, e as louceiras recebem apoio para participar de feiras denegócios e salões de artesanato em todo o país. Também écriada a Associação dos Artesãos do Cariri Ocidental.

Em 2004, as artesãs Maria José Rodrigues, Eunice Braz e JaneMaria de Souza recebem os três primeiros prêmios do 1º SalãoParanaense de Cerâmica Popular, promovido pelo Governo doEstado do Paraná. Felizmente, restam esperanças para aslouceiras de Serra Branca.

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Os olhos da arteO caso da louceiras. Um grito de denúncia. Um documentárioque nos toca. A sinceridade das vozes mescladas dessas mu-lheres-louceiras nos atinge, transmitindo a angústia existenci-al de um saber-fazer artesanato em perigo de extinção.

Talvez, para muitos e, principalmente, para os jovens deste iní-cio de terceiro milênio, artesanato pode ser nada mais do quebugigangas produzidas por hippies tardios, vendidas como cu-riosidades nas feiras turísticas, nas calçadas das ruas das ci-dades, nas estações rodoviárias e aeroportos.

De fato, artesanato é um termo problemático, pois traz em si,como herança, a polêmica conceituação e divisão da arte emerudita e popular. De certo modo, tal divisão impõe a idéia deuma simplicidade primitiva da arte, ligando cultura popular àcultura simplista, apoiada numa visão evolutiva da arte, con-fundindo o simples e o primitivo com as origens do homem. Osimples e o primitivo, representando uma infância da socieda-de, uma infância da arte, uma infância do homem. A produçãopopular, assim, acaba por receber um desprezo estético. Tal-vez, seja esse o (des)caso às louceiras...

Os artefatos produzidos pelas louceiras, cerâmicas utilitárias,são criados sem qualquer intenção de se tornarem objetos ar-tísticos. Para Clarival do Prado Valladares e Vicente Salles2 ,os trabalhos documentados são artesanato do tipo tradicional.

Durval Leal

Imagem do

documentário

o caso das Louceiras

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material educativo para o professor-propositor

O CASO DAS LOUCEIRAS

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Retratam as características e os costumes populares, mostran-do um pouco da história, das tradições e crenças originárias daconstituição étnica e cultural das regiões. Os conhecimentossobre materiais, técnicas e motivos são passados de pai parafilho, ou do mestre para o aprendiz, forma que assegura a so-brevivência das singularidades históricas e culturais locais.

No Brasil, há uma diversificada e criativa produção artesanalelaborada a partir de matérias-primas regionais, e desenvolvi-das nos moldes da diversidade cultural e modo de vida local.Para Clarival Valladares, o artesanato brasileiro se diferenciaum pouco do conceito internacional de trabalho feito à mão sim-plesmente, pois há sempre algo de criativo envolvido, certo in-teresse estético que vai além do nível primário ligado a mode-los e repetições. Diz ele:

Há no artesão um potencial de criatividade. Cada artesão que se dêao lavor por um princípio quase amoroso do seu trabalho, do seumodelo, das coisas que faz, atinge a vizinhança de ele vir a ser, deeclodir como artista. É só assim é que podemos entender essa coin-cidência que há entre artistas populares, ou que poderíamos chamarde genuínos artesãos.3

Há uma estreita inter-relação entre artesanato, sua produção ea sociedade que os consome. Atualmente, a tendência é ver oartesanato como portador não só de sentido cultural e simbó-lico, mas também como um fato sócio-econômico, que geracomercialização, renda e inclusão social.

Durval Leal

Imagem do

documentário

o caso das Louceiras

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Temos visto no Brasil dois tipos de política em nome do desen-volvimento do artesanato: a disseminação de mercados turísti-cos de artesanato e a tentativa de inserir o artesão no mercadoformal de trabalho. Ambas as ações podem ser devastadoras,pois há o risco de retirar do artesão a autonomia e a força desua atividade, drenando sua economia.

Porém, a questão fundamental não é gerar emprego, masgerar renda. Uma alternativa implementada que parece sermais adequada é a organização dos artesãos em grupos,associações ou cooperativas, como empreendedores. Umaassociação de artesãos com caráter cooperativo pode subs-tituir, e com inúmeras vantagens, a figura do intermediário.Uma cooperativa artesanal, por exemplo, pode ser respon-sável pela produção e pela comercialização do produto,envolvendo os detalhes de marketing, embalagem, distri-buição, representação e outras atividades inerentes aomercado, além de baratear a matéria - prima. O artesãoisolado, por sua vez, dependerá sempre de um intermediá-rio para vender seu produto.

Além das vantagens comerciais, a organização cooperativaconta com parcerias desejáveis entre si. Há, hoje, uma redemundial de cooperativas artesanais que formam uma conside-rável força de resistência. Ajustes de produto como peso e di-mensões, detalhes técnicos como queima da cerâmica, corre-ções de design, embalagem e transporte, assistência jurídicapara créditos e exportação, tudo isso pode ser tratado com maisfacilidade se o artesão estiver organizado em um grupo quetenha como base o trabalho solidário.

O caso da louceiras resultou na ARCA - Associação dosArtesãos do Cariri Ocidental. Mesmo não sabendo quais des-dobramentos ocorreram com essa iniciativa, espera-se que esseseja um precioso local solicializante para aquelas mulheres-louceiras trocarem experiências, conversarem sobre a vida evenderem suas peças, preservando e mantendo viva a tradiçãodas louceiras na cultura brasileira.

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material educativo para o professor-propositor

O CASO DAS LOUCEIRAS

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O passeio dos olhos do professorSugerimos que você assista ao documentário atentamente, demodo a fazer uma leitura antes de planejar seu uso em sala deaula. Recomendamos anotar as impressões, como num diáriode bordo, que poderá servir como auxiliar para o pensar peda-gógico ao longo do trabalho junto aos alunos.

A pauta do olhar que apresentamos é apenas uma sugestão, jáque muitas outras são possíveis.

O que o documentário desperta em você? Quais questõesele provoca?

Você percebe a relação entre a vida, a obra das louceiras, aquestão feminina e o ambiente circundante?

O documentário mostra a cerâmica artesanal como técnicae linguagem visual tradicional? Você percebe algumas arti-culações entre arte/artesanato e outros saberes escolares?

É possível distinguir as etapas do processo de trabalho decriação das peças? O que mais lhe despertou a atenção?

As louceiras contam como aprenderam esta atividade com os fa-miliares, você tem lembrança de alguma aprendizagem similar?

A partir da fala das louceiras no documentário, o que poderiaser enfatizado para problematizar aspectos sociais e políti-cos da atividade artesanal no Brasil?

Os alunos gostariam de assistir ao documentário? Teriaminteresse no artesanato cerâmico? O que poderia ser maisrelevante para eles?

Como, ao mostrar a fala e o trabalho das artesãs, você podeutilizá-lo na sala de aula?

Qual o foco de trabalho, em sala de aula, que o documentáriopode desencadear?

Quais indicadores de proposições pedagógicas você extrai dele?

Vale, aqui, retomar as anotações, já que elas podem ser acrescidasde alguns desenhos ou esquemas que possam auxiliar na opção dofoco de trabalho e na criação de uma pauta do olhar para seus alunos.

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpando

ferramentas

natureza da matéria

matéria orgânica: argila

cacos de telha, forno artesanal,pedaços de madeira

Materialidade

poética da materialidade

procedimentostradicionais

o mistério do barro e do fogo, o segredo da água

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte cultura popular

artesão, questões de gênero

programas especiais,leis de benefício à cultura

políticas culturais

práticas culturais

regionalismo, artesanato,estética do cotidiano, feira de artesanato,comercialização, cooperativa de artesãos

criadores e produtores de arte e cultura

Linguagens Artísticas

meiostradicionais

design, desenho industrial

linguagensconvergentes

cerâmica, modelagem

artesvisuais

preservação e memória

heranças culturais, memória coletiva PatrimônioCultural

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

antropologia, história,geografia, sociologia

arte e ciênciasda natureza

meio ambiente, química, ecologia

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Percursos com desafios estéticosO mapa potencial visa oferecer visão ampla dos possíveis ca-minhos para o foco Saberes Estéticos e Culturais, com basenas indicações fornecidas pelo documentário. Esse enfoque temrelevância, já que possibilita abordar temas sociais, como gê-nero, histórico-culturais, como estética do cotidiano e políticasculturais, como o descaso ou o incentivo à produção artesanale popular. Também as inter-relações com questões ambientaisestão presentes e destacadas na fala das artesãs. As propos-tas são sugestões que convidam o professor a pesquisar e ex-perimentar, conforme os interesses dos alunos e da escola. Nãohá ordem seqüencial nos percursos, a organização da entradados tópicos, ou da interpenetração entre eles estará atrelada àproposição que você planejar.

O passeio dos olhos dos alunosAlgumas possibilidades:

Uma forma possível e lúdica de entrada para o documentário,antes da exibição, é estimular o manuseio do material plás-tico e moldável que é a argila. Sugerimos iniciar vendandoos olhos dos alunos e entregando a cada um uma porção deargila, sem que saibam do que se trata. Desse modo, vãosentir, pelo toque, a textura, a temperatura, o cheiro e amaleabilidade da massa. Você pode ir incentivando e alar-gando a experiência, fazendo com que todos verbalizem esocializem suas sensações. Após essa exploração, é horade retirar as vendas dos olhos e ver as formas, estabele-cendo relações com as percepções anteriores, agora com oaspecto visual do material. Partindo daí, você pode introdu-zir o assunto relativo à modelagem e cerâmica, como umfazer manual e criador humano, e assistir ao documentário.

Outra maneira de introduzir o tema do documentário é, tam-bém antes da exibição, solicitar aos alunos que procuremem casa e tragam para a aula objetos artesanais variados.Observando-os, tentem identificar os materiais de que são

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material educativo para o professor-propositor

O CASO DAS LOUCEIRAS

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feitos, separando os de cerâmica que darão continuidadeao projeto. Problematizar sobre a forma de criação dos mes-mos, sobre o profissional que produziu as peças, a matéria-prima, as formas de trabalho e outras questões pertinen-tes, motivando os alunos para conhecer a atividade artesanalcom argila. Após a exibição do documentário, uma conver-sa junto com o grupo sobre o que foi vivenciado e visto podeencaminhar proposições para a continuação do trabalho.

Aqui a proposta é a criação de uma peça de argila, individu-almente ou em grupos; modelada livremente, sem preocupa-ção com a técnica ou resultado final. A idéia é experimentaro material, a partir de um bloco de barro, extraindo e acres-centando argila, de modo que, ao término, o grupo possacontar uma história sobre a peça modelada. Sugerimos quea realização desse trabalho seja imediatamente após a mos-tra do documentário, para já possibilitar comentários e opini-ões sobre questões da natureza da matéria e processo decriação, memórias e regionalismos. Neste momento, vocêpode introduzir sua pauta do olhar, levantando questões queampliem a temática colocada pelo documentário, a proposi-ção apresentada e a própria apreensão dos alunos.

As sugestões apresentadas indicam caminhos possíveis no in-tuito de provocar o olhar dos alunos para a exibição do docu-mentário; apontam para o desvelar de novos olhares, incenti-vando opiniões diferenciadas e novos sentidos que alarguem oentendimento de questões sobre a atividade das louceiras.

Desvelando a poética pessoalA proposta é criar a partir de materiais regionais, que permi-tam estabelecer pontes com os tópicos do mapa do docu-mentário. É importante sua orientação para que o aluno desen-volva uma atitude investigativa em busca de sua poética pes-soal, para o incentivo de percepções singulares e posterioravaliação apreciativa. Como os trabalhos propostos sãotridimensionais, vale destacar os elementos de volumetria, re-levos e ocupação do espaço das peças.

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A partir de materiais encontrados no ambiente, construir peçasque estabeleçam diálogo com a matéria-prima escolhida. Impor-tante articular os conhecimentos e experiências anteriores eexplorar as potencialidades expressivas e estéticas do material,para, assim, construir significados culturais; também analisar arelação com os elementos da linguagem visual e desenho indus-trial, bem como com questões do ambiente natural.

Através da técnica cerâmica do acordelado, criar objetosutilitários que tenham relação com algum fato, uso ou cos-tume local. Pode-se iniciar pela realização de peças em mi-niatura, como os caxixis. Se houver possibilidade de quei-ma da argila, devem ser observados os cuidados técnicosno tratamento do material. É a oportunidade para enfatizarelementos de memória e de estética do cotidiano, presen-tes no objeto artístico/artesanal.

Estudando ceramistas figurativos de diversas regiões, criar umconjunto temático de figuras locais, como representação deacontecimentos, festas populares, religiosas, ou ocupaçõesprofissionais típicas e as relativas aos gêneros. A sugestão éconstruir as peças através da técnica de adição de pequenasporções do material, “colados” com argila diluída, o engobe.Aqui pode estar a oportunidade para abordar a pluralidade desaberes estéticos e culturais, regionalismos e outros aspectosétnicos e sociais da arte/artesanato. A proposta pode serdesenvolvida igualmente com outro material que não argila.

Ampliando o olhar

Caso seja necessário, você pode recorrer ao documentário pararetomar o tema, esclarecer algum ponto importante, ou enfatizardeterminado aspecto. Congelar a imagem para possibilitarapreciação ou discussão mais prolongada é uma forma simplesde fazer isso. Visando ampliar ainda mais o olhar, sugerimostambém realizar atividades fora da escola.

A partir da fala das louceiras de que o trabalho artesanalnão vale a pena, pois não é devidamente valorizado, pode-

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material educativo para o professor-propositor

O CASO DAS LOUCEIRAS

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se introduzir a discussão e a pesquisa sobre: a inserção doartesão no mercado de trabalho e a comercialização dasobras; as políticas públicas de apoio ao artesanato, que porum lado “valorizam” a produção, mas por outro tendem apadronizá-la; a influência da demanda externa de consumi-dores, principalmente a ligada ao turismo, que pode ocasi-onar uma produção-criação dirigida e estereotipada4 .

A afirmação de Clarival Valladares, de que o artesão trazum potencial de criatividade que o leva a atingir uma vizi-nhança com o artista, oportuniza a discussão sobre a au-tenticidade das criações. A conversa sobre isso comartesãos locais, que possam vir até a escola, ou a visita dosalunos ao ambiente de trabalho deles é um modo de ampli-ar os saberes sobre a criação artesanal.

Coletar amostras de barro, para observar os tipos e quan-tidade de água que cada um traz, caracteriza-se como umaintrodução às complexas relações com a ecologia, como res-peito ao meio ambiente físico, esgotamento dos recursosnaturais, legislação ambiental e outros. É preciso cuidar paraque os alunos não entrem em contato com barro que possaestar contaminado por fossas ou produtos químicos.

Quando dizemos que a cerâmica popular geralmente retrataas necessidades e motivações do meio no qual ela foi criada,e que pode ser vista como uma das mais ricas manifestaçõesda cultura material de um determinado grupo étnico, estamostratando de saberes estéticos e culturais. É uma boa oportu-nidade para examinar o papel da cerâmica nas diferentes cul-turas. O que podemos conhecer com os objetos, as informa-ções que eles trazem e os valores culturais que representam?

Geralmente são as mulheres que produzem as louças eoutros utilitários, como panelas, jarros, moringas, alguidarese potes. Isso evidencia a questão “gênero”. Uma discussãosobre esse tema pode ser problematizada, focalizando: qualé a relação entre a produção da cerâmica utilitária e o papeldo feminino na sociedade? No documentário, como e emquais momentos a questão de gênero fica visível?

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Conhecendo pela pesquisa

Sugerimos o estudo e investigação, envolvendo professores deoutras áreas, como história, geografia, bem como diferentes evariadas fontes de informações.

Incas, Maias e Astecas. O que os alunos podem descobrir econhecer sobre a diversificada cerâmica pré-colonialfabricada por esses povos hoje extintos na América Latina?

A cerâmica é o principal vestígio arqueológico encontrado naAmazônia. Uma investigação, em especial das culturasmarajoara, tapajônica ou santarena e maracá, pode levar aosalunos o conhecimento de um Brasil antes de ser Brasil.

A cerâmica indígena brasileira se expressa de tantas for-mas quantos são os povos que as produzem. Cerâmicakarajá, cerâmica juruna, assurini, wayana, tukano waurá emuitas outras. O que há de familiar na criação dessas cerâ-micas que as diferenciam tanto das européias, como das afri-canas e das asiáticas?

Mestre Vitalino, Ana do Baú, Antônio Poteiro ou os artesãosque confeccionam as conhecidas panelas de barro capixaba,em Goiabeiras/ES, de marcante origem indígena, entreoutros, merecem uma pesquisa. Qual a estética popularpresente na criação desses artesãos?

Na cerâmica artesanal, presente em todo o país, a maistradicional que tem origem na atividade dos habitantes au-tóctones, pré-coloniais, é a produção de louças e panelas.Só mais tarde, com a colonização européia e a influência dasreligiões, surgiram os santeiros e os bonequeiros, criadoresde imagens figurativas. O que os alunos podem descobrirsobre a louça de Breves, no Amazonas, do Vale do Paraíbae do Jequitinhonha? Sobre a cerâmica figurativa, alegóricae não utilitária que representa tipos humanos, festas popu-lares, santos, comemorações religiosas, e animais pelosartesãos de Caruaru/PB, de Juazeiro do Norte/CE, e deSão José/SC, entre outros? Sobre a cerâmica das miniatu-

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material educativo para o professor-propositor

O CASO DAS LOUCEIRAS

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ras, geralmente destinadas às crianças, como no caso doscaxixis da Bahia, vasilhas e mobiliário, em Santa Catarina?

Um olhar investigativo sobre a cerâmica artística contem-porânea e o uso de outros materiais e técnicas a ela asso-ciados pode ser estimulado pela pesquisa sobre os artistasFrancisco Brennand, Akiko Fujita, e Shoko Suzuki que têmdocumentários na DVDteca Arte na Escola.

Averiguar as propriedades físicas e químicas da argila, oscomponentes orgânicos e minerais que determinam suascaracterísticas, como plasticidade, coloração, resistência, etc.Busque parceria com o professor de geografia ou química.

O Programa Sebrae de Artesanato focaliza o artesanato comonegócio, como atividade empresarial lucrativa. Uma pesqui-sa sobre esse programa pode incentivar os alunos à discus-são sobre questões como: o artesanato como negócio, comoatividade empresarial lucrativa, contribui para valorização dacultura local? Colabora para divulgar a imagem do Brasil noexterior normalmente associada a futebol e carnaval? Quaisos cuidados necessários para que não seja criada uma “fá-brica de artesanato”, com artesãos-operários?

Na relação entre artesanato e atividade empresarial, um ter-mo hoje muito em voga é empreendedorismo. O que os alu-nos conhecem sobre essa “nova filosofia empresarial”? Quala relação entre essa filosofia e a idéia de “sucesso”? Quaisas vantagens e desvantagens dessa filosofia empresarial?

Amarrações de sentidos: portfólioÉ o momento de enlaçar os sentidos, etapa na qual você poderá tor-nar claro o encadeamento de todo o processo, a reflexão e o enten-dimento global dos estudos. Sugerimos a organização de uma “caixade memória”. A idéia de “caixa” serve à necessidade de algo quecontenha e preserve o conjunto de pesquisas e criações, e alude àscaixas de memória dos artistas contemporâneos, relicário de lembran-ças reelaboradas. As caixas serão cenário da memória da criação,testemunho da poética individual, e memória da herança sócio-cultu-

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ral regional aí representada. A montagem da caixa exige seleção detrabalhos, elaboração e cuidado estético, já se constituindo em amar-ração dos sentidos. As caixas de memória poderão ser expostas, cir-cular em feiras e comemorações na escola, sendo uma forma de so-cialização da criação e do conhecimento que contêm.

Valorizando a processualidadeEste é o momento de perceber se houve alguma transforma-ção no entendimento e no conhecimento dos alunos a respeitodos saberes estéticos e culturais. Quais mudanças e avançosocorreram? O que os alunos percebem que conheceram? Comoeles avaliam o processo de trabalho?

A caixa de memória, ao ser apresentada e discutida, já ofereceelementos para a avaliação. Da mesma forma, o seu diário debordo de professor-propositor e as anotações feitas ao longodo processo levam a reflexões e idéias para novos projetos. Vocêpoderá ressignificar sua prática docente e repensar proposiçõesde trabalho. Este é um momento de sedimentar, reorientardescobertas e idéias inovadoras ou construtivas que tenhamsurgido no decorrer do processo.

GlossárioAcordelado – técnica cerâmica que consiste na montagem de peças pelasobreposição de rolinhos de barro, com os quais delineia a forma desejadapara o objeto; depois, são juntados e alisados, de modo a se conseguir fir-meza e aderência para que não abram durante a secagem ou queima. Fon-te: SALLES, Vicente. Artesanato. In: ZANINI, Walter. História geral da arte

no Brasil, vol. II. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles, 1983. p. 1066.

Argila – “Mesmo que Barro. Matéria prima básica da cerâmica resultanteda desintegração de rochas graníticas e dos feldspatos nelas contidos. Seusprincipais componentes são a sílica e a alumina. Tem na sua composiçãomateriais orgânicos (raízes, folhas etc) e inorgânicos (óxido de ferro, quart-zo, feldspato, areia etc). Existem com variadas composições de minerais(dependendo do local onde é encontrada) e cores - preta, vermelha, cinza,branca, etc.” Fonte: <www.ceramicanorio.com/glossario.html.>.

Artesanato – é considerado todo trabalho manual em que a peça foi frutoda transformação da matéria-prima pelo próprio artesão. Além disso, esse

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produto normalmente reflete a relação desse artesão com o meio ondevive e sua cultura. Fonte: <http://pt.wikipedia.org>.

Caxixi – miniatura de potes e vasos de cerâmica produzidos com finalida-de decorativa e lúdica, vendidos nas feiras de rua juntamente com osobjetos de igual forma, em tamanho natural. Fonte: VALLADARES, Clarivaldo Prado. (org.). Artesanato brasileiro. Rio de Janeiro: Edições FUNARTE,1980. p. 31.

Cerâmica – “do grego keramos, argila. É a atividade de produção de ar-tefatos a partir de argilas, que se torna muito plástica e fácil de moldarquando umedecida. Depois de submetida a uma secagem lenta à sombrapara retirar a maior parte da água, a peça moldada é submetida a altastemperaturas que lhe atribuem rigidez e resistência mediante a fusão decertos componentes da massa, fixando os esmaltes das superfícies”. Fon-te: <http://pt.wikipedia.org>.

Política cultural – “programa de intervenções realizadas pelo Estado,instituições civis, entidades privadas ou grupos comunitários com o obje-tivo de satisfazer as necessidades culturais da população e promover odesenvolvimento de suas representações simbólicas”. Fonte: COELHO,Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. SãoPaulo: Iluminuras, 1997, p.293.

Simbólico – o que é portador de significação e se caracteriza pela versatilidadee não pela uniformidade. A linguagem verbal, a arte, o mito e a religião para ofilósofo Cassirer (1874-1945) são parte do universo simbólico construído peloser humano. Fonte: CASSIRER, Ernest. Antropologia filosófica. México: Fondode Cultura Economica, 1992. p. 47-49.

BibliografiaCAMPOS, Neide P. e COSTA, Fabíola B. (org.). Artes visuais e esco-

la – para aprender e ensinar com imagens. Florianópolis: Editorada UFSC, 2003.

CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar esair da modernidade. São Paulo: Edusp, 1998.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Vol. 1. Artes do Fazer.Petrópolis: Editora Vozes, 2002.

___ A invenção do cotidiano. Vol. 2. Morar e Cozinhar. Petrópolis: Editora Vo-zes, 2002.

RICHTER, Ivone Mendes. Interculturalidade e estética do cotidiano no

ensino de artes visuais. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.

SALLES, Vicente. Artesanato. In: ZANINI, Walter. História geral da arte

no Brasil, vol. II. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles, 1983.

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VALLADARES, Clarival do Prado. (org.). Artesanato brasileiro. Rio deJaneiro: Edições FUNARTE, 1980.

Catálogos

Arte popular – Mostra do Redescobrimento. São Paulo: Fundação Bienalde São Paulo/ Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000.

Bienal Naïfs do Brasil/2004. Piracicaba: SESC – SP, 2004.

Seleção de endereços sobre artistas, arte e

artesanato na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 9 jul. 2005

ARCA - Associação dos Artesãos do Cariri Ocidental, disponível em:<asn.interjornal.com.br/site /noticia.kmf?noticia=2364402&canal=201&total=79&indice=20>.

ARTESANATO. Programa de artesanato do Sebrae. Disponível em:<www.artesanatobrasil.com.br>.

___. PARAIBANO. Disponível em: <www.paraiwa.org.br>.

BRENNAND, Francisco. Disponível em: <www.brennand.com.br>.

CERÂMICA PRÉ-COLONIAL. Disponível em:<www.sobresites.com/culturaprecolombiana/>.

___. MARAJOARA. Disponível em: <www.marajoara.com/patrimonio.html>.

___. INDÍGENA. Disponível em: <www.ceramicaonline.com.br/vocesabia/voce_indigena.htm>.

EMPREENDEDORISMO. Disponível em: <www.cori.rei.unicamp.br/foruns/foruns-empreen.htm>.

POLÍTICAS PÚBLICAS para as Culturas Populares. Disponível em: <www.culturaspopulares.com.br/quem.php>.

Notas1 O texto que explica o programa e a situação atual das louceiras podeser encontrado no site da ARCA - Associação dos Artesãos do CaririOcidental, indicado na listagem de sites.2 Para aprofundar o estudo do tema, indicamos a leitura das obras NéstorGarcía Canclini, Michel de Certeau, e os do Catálogo Arte popular – Mostrado Redescobrimento, elencado na bibliografia.3 Clarival do Prado VALLADARES, (org.). Artesanato brasileiro, p.19.4 Na DVDteca Arte na Escola, há o documentário Renascença: rendeiras

do Cariri, que recomendamos para ampliar a discussão do tema.

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