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FeocromocitomaDepartamento de PediatriaSessão clínica do internato
André Costa MatosPedro FerreiraRonald Trindade
Orientação: Dra. Fátima Gesteira
FEOCROMOCITOMA• Neoplasia das células
cromafins• Causa de hipertensão em
0,1 a 0,2% dos casos• Freqüência de dois casos
por milhão de indivíduos• Adulto na quarta ou
quinta década de vida sem diferença entre os sexos
Células cromafins: Quando as células da medular normal ou de um feocromocitoma são fixadas em líquido de Zenker, em cuja composição entra bicromato de potássio, adquirem cor marrom escura ou negra, daí o termo cromafim (com afinidade por cromo).
Manifestações Clínicas
• Cefaléia + sudorese + palpitações : sens89% e esp 67%
• Maioria se apresenta com HAS sustentada (noradrenalina)
• Palpitações e paroxismos hipertensivos(epinefrina) mais comuns nas síndromes familiares
• Alterações no fundo de olho 80%
Malachias. Rer Bras Hipertens 9: 160 -164, 2002
Manifestações Clínicas
%PacientesSintomas
1815Palidez2319Náusea2622Taquipnéia/dispnéia3731Sudorese4840Palpitações e taquicardia5849Cefaléia
8269Hipertensão
Goldstein et al, 1999. Annals of Surgery
Manifestações Clínicas
65IAM
65Fraqueza
65Dor abdominal
54Perda de peso
22Coma
22Alterações visuais
22Derrame
11Arritmias
11Psicose
Goldstein et al, 1999. Annals of Surgery
Regra dos 10
•10% ocorrem na infância•10% são extra-adrenais•10% são bilaterais •10% associados a síndromes familiares neurocristopáticas (50% bilaterais ou múltiplos)•10% fora da adrenal (10% fora do abdómen)•10% são malignos
Diagnóstico Diferencial• Hipertensão arterial lábil hiperdinâmica• Taquiarritmias paroxísticas• Angina• Edema agudo pulmonar• Ansiedade e síndrome do pânico• Enxaqueca• Tireotoxicose• Climatério• Hipoglicemia
Procurar feocromocitoma• NEM 2A – carcinoma medular da tireóide +
adenoma de paratiróide + feocromocitoma• NEM 2B – carcinoma medular da tireóide +
feocromocitoma + fenótipo marfanóide + neuromas de mucosa
• Doença de Von Hippel-Lindau – angioma de retina + hemangioblastoma cerebelar + cistos pancreáticos e renais
• Neurofibromatose ou doença de Von Recklinghausen – feocromocitoma em 1% dos casos
Diagnóstico laboratorial
87-9864 - 90VMA urinário (24h)
84 – 9897 - 100NMN + MN urinários (24h)
72 – 99,585 – 100NE + E urinários (24h)
9785NE + E plasmáticos
EspecificidadeSensibilidadeTeste
Werbel SS, Ober KP. Méd Clin North Am. 1995
Diagnóstico por Imagem
8710098VPN
1008369VPP
1006770Especificidade
7810098Sensibilidade
MIBGRMTC
Bravo EL. Kidney Int. 1991
Tratamento• Fenoxibenzamina 5mg 2x dia ajuste
de 10mg até a dose máx. de 50 a 100mg 2x dia
• Prazosin 0,5 a 16mg/dia VO 2x dia
• Propranolol 10 a 40mg 4x dia
• Em caso de contra-indicação para o bloqueio β amiodarona para as arritmias
• Se isto não for efetivo: inibidor da tirosina hidroxilase: α-metilparatirosina 0,25 a 1g 4 x ao dia. (sedação, fadiga, ansiedade, diarréia reações extra-piramidais)
• Outros (IECA, bloqueadores dos canais de cálcio)
• Tratamento agudo de crises:Nitroprussiato IV. Bloqueio α1 e α2 não seletivo com fentolamina IV, Nifedipina sublingual 10mg furada embaixo da língua
Tratamento
• Remoção cirúrgica do tumor
• Complicações: Hipertensão arterial grave , arritmias, hipotensão pré e pós operatória e hipoglicemia
• Necessidade de UTI
Tratamento• Remissão total dos sintomas
• Manutenção da hipertensão:
• Necessidade de acompanhamento: alguns pacientes têm recidiva do tumor após 15 anos livre de doença
hipertrofia vascularalterações renaisrestos tumorais não removidos ou metástases
Prognóstico
• Malignidade• Extra-adrenais• Histopatologia (atipia celular, atividade mitótica
elevada, invasão capsular ou vascular)• Tumores >5cm estão associados a malignidade• Expressão de MIB-1• Recidiva local, metástases (retroperitônio, fígado,
esqueleto, linfonodos• Sobrevida média de 11,5 anos
Feocromocitoma MalignoInvasão de tecidos adjacentes e/ou metástasesTendem a secretar mais DOPA e dopaminaControle pressórico: alfa bloqueaores e alfa-metil-p-tirosinaMetástase para retroperitônio, fígado, esqueleto,
linfonodosQuimioterapia com Ciclofosfamida Vincristina DecarbazinaRadioterapia paliativa nas metástase ósseas para controle
da dorMortalidade em 5 anos de 44% para os casos não
operados
Referências• O’Connor DT. Medula supra-renal, catecolaminas e
feocromocitoma. In:Cecil. Tratado de Medicina Interna. 21a Edição. 2001.
• Goldstein RE et al. Clinical Experience Over 48 years WithPheochromocytoma. Annals of Surgery. (299) 6:755-766, 1999.
• Malachias MVB. Feocromocitoma – diagnóstico e tratamento. Ver Bras hipertes (9): 160-164,2002
• Phaeochromocytoma – recent progress in its mamagemant. C. Prys-Roberts, Britihs journal of Anaesthesia 85 (1):44-57,2000.
• Figuras retiradas da Home Page do Departamento de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina de Campinas (UNICAMP)