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FICHA 4 – MÓDULO 6565 – Noções gerais sobre células, imunidade, tecidos e órgãos - sistemas osteo-articular e muscular – Noções básicas sobre o sistema osteo-articular e muscular. SISTEMAS ÓSTEO-ARTICULAR E MUSCULAR O Homem, como a maioria dos animais, tem necessidade de se deslocar de lugar para lugar. Para isso dispõe de um sistema locomotor, dele fazem parte os ossos, os músculos e as articulações. É da interação destas estruturas que é possível movimentarmo-nos. O ESQUELETO É graças ao esqueleto que nos podemos: deslocar, manter a posição erecta e além disso proteger órgãos internos delicados como o coração, os rins, o cérebro, entre outros. Do esqueleto fazem parte: Ossos Articulações (pontos de contacto entre os ossos) Fatores de crescimento do esqueleto O crescimento harmonioso do esqueleto é condicionado por múltiplos fatores. Alguns deles são inerentes à constituição da própria pessoa, como por exemplo a hereditariedade. Outros fatores são externos e por vezes dependem da atuação da 1

Ficha 4 - Sistema Osteo Articular

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FICHA 4 – MÓDULO 6565 – Noções gerais sobre células, imunidade, tecidos e órgãos - sistemas osteo-articular e

muscular – Noções básicas sobre o sistema osteo-articular e muscular.

SISTEMAS ÓSTEO-ARTICULAR E MUSCULAR

O Homem, como a maioria dos animais, tem necessidade de se deslocar de lugar para lugar. Para isso dispõe de um sistema locomotor, dele fazem parte os ossos, os músculos e as articulações. É da interação destas estruturas que é possível movimentarmo-nos.

O ESQUELETO

É graças ao esqueleto que nos podemos: deslocar, manter a posição erecta e além disso proteger órgãos internos delicados como o coração, os rins, o cérebro, entre outros.

Do esqueleto fazem parte:

Ossos Articulações (pontos de contacto entre os ossos)

Fatores de crescimento do esqueleto

O crescimento harmonioso do esqueleto é condicionado por múltiplos fatores. Alguns deles são inerentes à constituição da própria pessoa, como por exemplo a hereditariedade. Outros fatores são externos e por vezes dependem da atuação da pessoa, que pode alterá-los e melhorá-los. Estão neste caso a alimentação e as atitudes corporais.

Os ossos são constituídos essencialmente por:

Osseína (proteína) Sais minerais – nomeadamente, cálcio e fósforo

É pois muito importante que as crianças e os jovens tenham uma alimentação especialmente cuidada, fornecendo-lhes proteínas em quantidade suficiente e alimentos

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ricos em substâncias minerais, nomeadamente o cálcio e o fósforo. A relação entre cálcio/fósforo é muito importante e tem de obedecer a certas regras.

São boas fontes de cálcio: o leite e seus derivados, o peixe, os frutos secos.

O fósforo, podemos obtê-lo pelo consumo de leite e seus derivados, fígado, ovos, peixe.

Uma boa ossificação e crescimento do esqueleto depende ainda de outras substâncias, que podem ser fornecidas pela alimentação – as vitaminas: A e D.

A vitamina A é muito importante, pois vai atuar a nível das cartilagens de crescimento. Podemos obtê-la consumindo: fígado, leite, manteiga, peixe, legumes verdes, cenouras, pêssegos.

A vitamina D, anti-raquítica, favorece a absorção do cálcio pelo intestino, e a fixação nos ossos do cálcio e fósforo alimentares. Carências desta vitamina no período de crescimento podem traduzir-se por deformações ósseas características do raquitismo (pernas arqueadas, caixa torácica deformada, coluna vertebral com curvaturas anormais). No adulto conduzem à descalcificação dos ossos.

A vitamina D pode ser fornecida na alimentação, sendo os alimentos mais ricos, os peixes gordos, a manteiga e os ovos. Também o óleo de fígado de bacalhau é rico nesta vitamina. Pode também ser produzida pelo organismo, a partir de substâncias da pele como o ergosterol, quando expostas a radiações ultravioletas. É por isso imprescindível uma vida ao ar livre para o bom desenvolvimento do esqueleto, pois facilita a produção de vitamina D pelo organismo e favorece uma boa ossificação, complementando deste modo a ação da alimentação.

Também as atitudes corporais podem causar perturbações no desenvolvimento correto do esqueleto. Manter posições erradas, habitualmente, pode repercutir-se em deformações ósseas.

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Responde às seguintes questões: FICHA 4A

1-Qual a constituição do sistema locomotor?

__________________________________________________________________________

2-Quais as funções do esqueleto?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3-Dá exemplos de fatores que condicionam o crescimento do esqueleto.

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4-Qual a composição dos ossos?

___________________________________________________________________________5-Qual a função das vitaminas no processo de formação e crescimento dos ossos?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6-Quais as principais fontes alimentares dessas vitaminas?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7-Qual a importância da vida ao ar livre?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Estrutura e crescimento dos ossos

De acordo com as dimensões relativas dos ossos, podemos classificá-los em:

Longos – (o comprimento é muito maior que a largura).

Ex: fémur, tíbia, perónio, úmero.

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Chatos, ou largos -(o comprimento e a largura são muito maiores que a espessura). Ex: omoplata, ossos da bacia e do crânio.

Curtos –(se nenhuma das dimensões predomina). Ex: vértebras, rótula, tarso, carpo.

Por observação de um osso longo, podemos distinguir as epífises, que são as extremidades do osso, e a diáfise.

Em corte longitudinal, a substância óssea do osso longo apresenta dois aspetos distintos. Na diáfise é compacta e dura, limitando um canal central, canal medular, ocupado por uma substância mole, a medula óssea. Nas crianças esta medula é rósea pálida, tornando-se amarela nos adultos, devido à acumulação de gordura.

Nas epífises, a substância óssea está crivada de pequenas cavidades, cheias de medula vermelha, rica em glóbulos sanguíneos (na medula epifisária formam-se os glóbulos sanguíneos). Este tecido ósseo é chamado tecido esponjoso.

Se o corte fosse feito num osso chato, verificava-se que não tem canal medular nem medula amarela.

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Na zona da epífise existe, no osso jovem, uma linha sinuosa mais clara – cartilagem de conjugação (responsável pelo crescimento dos ossos em comprimento) – que desaparece no animal adulto. Neste, o canal medular é mais longo e largo, o que está em relação com o aumento do diâmetro do osso.

Os ossos como órgãos vivos têm de receber o alimento e o oxigénio. Daí a importância da sua irrigação, que garante não só o fornecimento das substâncias necessárias à sua manutenção, como também ao seu crescimento.

Responde às seguintes questões: FICHA 4B

1-Quanto às dimensões, como classificas os ossos?

______________________________________________________________________

2-Como é constituído um osso longo?

_____________________________________________________________________

3-Onde se localiza e qual a função da medula vermelha?

________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4-Qual a diferença entre a medula óssea de uma criança e a de um adulto?

______________________________________________________________________

5-Qual a estrutura responsável pelo crescimento em comprimento de um osso longo?

______________________________________________________________________

6-Os ossos são fortemente irrigados por vasos sanguíneos. Qual a importância deste facto?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Constituição do esqueleto

O esqueleto do Homem compreende, como o corpo, três partes: cabeça, tronco e membros.

Cabeça

O esqueleto da cabeça apresenta duas regiões: o crânio e a face. FICHA 4C

O esqueleto do crânio compreende 8 ossos resistentes, fixos uns nos outros, que formam a caixa óssea que protege o encéfalo. Estes ossos são:

dois ____________________, que formam a parte superior do crânio; o ______________________, adiante; dois _____________________, aos lados; o ______________________, na nuca, que apresenta, na base, o orifício occipital e

duas saliências de cada lado deste orifício (os côndilos occipitais); O esfenóide e o etmóide, na base do crânio.

O esqueleto da face apresenta quase o dobro do número dos ossos da cabeça, sendo os principais:

Os dois ossos do ______________ (ossos nasais); Os dois __________________ que formam as maçãs do rosto; O maxilar ______________________; O maxilar ______________________ ou mandíbula, que é o único osso móvel da

cabeça. Este osso articula-se com o crânio por duas saliências arredondadas – os côndilos maxilares – cada uma das quais penetra numa cavidade do osso temporal do mesmo lado. É nos alvéolos dos maxilares que estão implantados os dentes.

Tronco6

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O esqueleto do tronco é essencialmente formado por uma longa coluna - a coluna vertebral – de cuja porção média partem 12 pares de arcos ósseos – as ______________________ - que na sua maioria se ligam à frente ao chamado osso do peito – o __________________.

A coluna vertebral está colocada verticalmente na linha média posterior e é constituída por uma série de 33 elementos sobrepostos e semelhantes – as ____________________. Cada vértebra compreende um corpo em forma de disco compacto e um arco com um orifício largo. Este arco apresenta diversas saliências – as ____________________.

As vértebras estão sobrepostas umas às outras, havendo entre elas discos cartilagíneos que lhes permite executar pequenos movimentos. Os seus orifícios encontram-se alinhados, formando, assim, um longo canal – o canal raquidiano - que se estende de uma à outra extremidade da coluna vertebral.

Na coluna vertebral, distinguem-se 5 regiões:

região cervical, formada por 7 vértebras, correspondentes ao pescoço;

região dorsal, formada por 12 vértebras, de cada uma das quais parte um par de costelas;

região lombar, formada por 5 vértebras; sacro, formado por 5 vértebras soldadas entre si; cóccix, formado por 4 vértebras mais ou menos reduzidas,

soldadas entre si.

As costelas classificam-se em:

costelas verdadeiras, que são os 7 primeiros pares, ligadas ao esterno por intermédio de cartilagens;

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costelas falsas, que são os 3 pares seguintes, ligadas ao esterno por intermédio das costelas do sétimo par;

costelas flutuantes, que são os 2 pares livres à frente.

O conjunto formado pelas vértebras dorsais, pelas costelas e pelo esterno, limita, na parte superior do tronco, uma caixa ou cavidade – a ______________ __________________ ou tórax.

Responde agora às seguintes questões: FICHA 4D

1-Quantas partes apresenta o esqueleto da cabeça? ________________________________

2-Quantos ossos tem o crânio? ______________________________________________

3-Quais são? ____________________________________________________________

4-Quais os ossos que constituem a face? _______________________________________

______________________________________________________________________

5-Como é formado o esqueleto do tronco? ______________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

6-O que é a caixa torácica? ____________________________________________________

___________________________________________________________________________

7-Que partes se distinguem na coluna vertebral? __________________________________

__________________________________________________________________________

8-Quantas vértebras apresenta cada uma dessas partes? ____________________________

___________________________________________________________________________

9-Que partes se distinguem numa vértebra? ______________________________________

___________________________________________________________________________

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Membros

Cada membro está ligado ao tronco por uma cintura:

cintura escapular para os membros superiores; cintura pélvica para os membros inferiores.

Membro superior

A cintura escapular é formada por dois ossos:

a omoplata, situada atrás, que é um osso largo e chato, de forma triangular, bastante delgado na sua parte média, e que se apoia simplesmente nas costelas a que está ligada somente pelos músculos;

a clavícula, situada à frente, que é um osso comprido e estreito, em forma de S alongado, com uma das extremidades apoiada na parte superior do esterno e a outra na omoplata.

Um membro propriamente dito é formado por três segmentos, que, nos superiores são: braço, antebraço e mão.

Os ossos de cada um destes segmentos são:

No braço:

úmero, que se articula em cima com a omoplata.

No antebraço:

cúbito e rádio, que se articula em cima com o úmero e em baixo com os ossos do punho. A extremidade superior do cúbito apresenta uma saliência que forma o cotovelo.

Na mão:

ossos do carpo ou punho, que são 8 ossos curtos dispostos em duas séries; ossos do metacarpo, que são 5 ossos alongados que formam o esqueleto da palma

da mão; ossos dos dedos, que são, em cada dedo, três pequenos ossos alongados que, a

partir do metacarpo, se chamam, respetivamente, falange, falanginha e falangeta. O dedo polegar só tem falange e falangeta e é oponível aos outros dedos.Falando-se dos ossos dos dedos, é hábito designá-los por falanges.

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É de notar que as articulações do rádio lhe permitem rodar em torno do cúbito, por forma que a mão consiga dar uma volta completa.

Membro inferior

A cintura pélvica ou anca é formada pelo osso ilíaco ou coxal que está soldado ao sacro.

O conjunto dos dois ossos ilíacos, um de cada cintura, forma a bacia.

Os segmentos dos membros inferiores são: coxa, perna e pé. Os ossos de cada um destes segmentos são:

Na coxa: Fémur, que termina na extremidade superior por uma cabeça

arredondada, alojada no osso ilíaco, e, na extremidade inferior, por dois sulcos onde se articula a tíbia. À frente desta articulação existe um pequeno osso - a rótula.

Na perna: Tíbia, que fica do lado interno; Perónio, que fica do lado externo, em relação à tíbia, e

apresenta as extremidades soldadas a este osso não podendo, por isso, rodar em torno dele como faz o rádio em torno do cúbito.

No pé:

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Ossos do tarso, que são 7 ossos curtos, sendo o do calcanhar maior que os outros;

Ossos do metacarpo, que são 5 ossos alongados da planta dos pés; Ossos dos dedos, que são 3 pequenas falanges, exceptuando o dedo polegar

que só tem duas. Ao contrário do que sucede na mão, este dedo não é oponível aos outros.

É de notar que, no Homem, os membros inferiores são mais compridos e mais robustos do que os membros superiores.

Responde às seguintes questões: FICHA 4E

1-Como está ligado cada membro ao tronco? _____________________________________

__________________________________________________________________________

2-Como é formada a cintura escapular? __________________________________________

___________________________________________________________________________

3-Como é formada a cintura pélvica? ____________________________________________

___________________________________________________________________________

4-Quais são os ossos que formam o esqueleto dos membros superiores? _______________

__________________________________________________________________________

5-Quais são os ossos que formam o esqueleto dos membros inferiores? ________________

___________________________________________________________________________

6-Que particularidade apresenta o rádio? ________________________________________

___________________________________________________________________________

7-Porque é que o perónio não pode rodar em torno da tíbia? _________________________

___________________________________________________________________________

8-De que importante propriedade goza o polegar da mão? ___________________________

___________________________________________________________________________

ARTICULAÇÕES

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Por articulação devem-se entender os diferentes pontos de contacto entre dois ossos, mesmo que esses ossos não sejam móveis entre si.

Consideram-se geralmente três tipos de articulações:

articulações imóveis ou suturas, se são fixas como as dos ossos do crânio;

articulações semimóveis, se apenas permitem movimentos de pequena amplitude, como as das vértebras;

articulações móveis, se permitem movimentos rápidos e de grande amplitude, como, por exemplo, as dos segmentos dos membros.Nestas articulações, um dos ossos apresenta uma cavidade onde penetra o rebordo ou cabeça do outro.

As superfícies articulares, isto é, as partes dos ossos que entram em contacto, estão cobertas por uma cartilagem especial lisa e elástica – a cartilagem articular – que diminui os atritos e amortece os choques. Estas superfícies são humedecidas por um líquido viscoso – a sinóvia – que desempenha o mesmo papel que o óleo lubrificante nas superfícies de atrito das máquinas.

Além disso, os dois ossos encontram-se geralmente ligados por cordões de tecido conjuntivo elástico – os ligamentos internos – e por uma membrana elástica – a cápsula articular – que envolve completamente a articulação e é protegida por numerosos espessamentos – os ligamentos externos.

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Responde às seguintes questões: FICHA 4F

1-Que tipos de articulações podemos considerar? __________________________________

___________________________________________________________________________

2-Onde se situa e qual a função da cartilagem articular? _____________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3-Qual a função dos ligamentos internos? ________________________________________

___________________________________________________________________________

4-Qual a função dos ligamentos externos? ________________________________________

___________________________________________________________________________

MÚSCULOS

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Os músculos cuja contração depende normalmente da vontade - músculos estriados – formam na sua maioria, a carne fibrosa, avermelhada, que fica situada por baixo da pele e cobre os ossos. No seu conjunto estes músculos pesam cerca de 40% do peso total do corpo.

Os músculos estriados são numerosos (mais de 600). São geralmente fusiformes, isto é, largos ao meio a afilados nas extremidades. Estão ligados por tendões a ossos diferentes. São exemplos :

o bicípite, situado na parte anterior do braço; o tricípite, situado na parte posterior do braço; os gémeos (interno e externo) e o solear, situados na face posterior da perna.

Há, contudo, alguns músculos que apresentam a forma de leque, como acontece nos peitorais, e outros, a forma circular, como, por exemplo, o orbicular das pálpebras.

Os tendões permitem que um músculo exerça a sua ação num determinado ponto do osso. É através deles que os músculos estão geralmente ligados a ossos diferentes.

A contração é uma propriedade dos músculos, graças a ela os ossos movimentam-se.

Exemplo:

Flexão do antebraço sobre o braço:

Quando o bicípide se contrai, o antebraço é obrigado a flectir sobre o braço. Nesta altura o tricípide, por consequência alongou-se. Para voltar à posição inicial, o tricípede terá de contrair-se e aí o antebraço estende-se de novo. Neste caso os músculos, bicípide e tricípede realizam ações opostas, chamam-se por isso músculos antagónicos.

Na maior parte dos movimentos que realizamos intervêm, simultaneamente e de forma coordenada, vários grupos de músculos, de ossos e de articulações. É o que se passa, por exemplo, quando andamos ou corremos. Num caso e noutro, intervêm sempre os músculos

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dos membros inferiores ajudados pelos do tronco, os ossos que a eles estão ligados e as respetivas articulações.

Durante a contração, as fibras musculares respiram mais ativamente, do que resulta maior consumo de substâncias nutritivas e maior produção de calor. Por este motivo, os exercícios físicos fazem não só elevar a temperatura do corpo mas também desenvolver os músculos.

FRATURAS

Uma fratura é a solução (interrupção) de continuidade do tecido ósseo.

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As fraturas podem ser provocadas por:

agentes traumáticos, como por exemplo: pancadas, quedas, esmagamentos; podem surgir espontaneamente, quando há enfraquecimento dos ossos resultante

de doenças, como, por exemplo, a osteoporose e a osteomalácia (também designadas por fraturas patológicas).

Num osso fraturado podem destinguir-se:

o foco, que corresponde ao lugar do osso onde ocorreu a fratura; as esquírolas, que são pequenas porções dos ossos resultantes

da fratura; os topos ósseos, que são os lados do osso ao nível do foco da

fratura.

As fraturas podem apresentar-se:

Fechadas – se não há ferida. Abertas – Se há ferida. Expostas – Se através da ferida

podemos ver os topos ósseos (que normalmente saem para o exterior).

Existem vários tipos de fraturas:

Sinais e sintomas

Dor no local

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Inchaço e pele arroxeada Falta de força Perda parcial ou total dos movimentos Por vezes encurtamento ou deformidade do membro ou local Crepitação óssea

Complicações das fraturas:

As fraturas podem ocasionar lesões de vasos e nervos, que além de infeções e hemorragias podem também levar à deformação permanente e à invalidez. Estas são designadas por fraturas complicadas, citando-se, por exemplo, a fratura da coluna, que origina paralisia e mesmo morte, e a do fémur, pela abundante hemorragia interna que normalmente desencadeia. O estado de choque pode também surgir pela dor intensa que muitas vezes ocorre nestas situações.

1º socorro

NUNCA:

ENTORSES E LUXAÇÕES

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Como já sabes, as ligações entre os ossos do esqueleto que permitem a mobilidade são as articulações. Estas são o ponto de união entre um ou mais ossos e a sua configuração determina o grau e a direção do possível movimento.

Algumas articulações não têm movimento nos adultos, como as suturas que se encontram entre os ossos planos do crânio. Outras, contudo, permitem um certo grau de mobilidade. É o caso da articulação do úmero, que permite a rotação interna e externa do braço e os movimentos para a frente, para trás e para os lados. Em contrapartida, as articulações do tipo dobradiça dos cotovelos, dos dedos das mãos e dos pés permitem apenas dobrar (flexão) e estender (extensão).

A entorse é uma lesão nos tecidos moles que rodeiam as articulações e pode traduzir-se numa rutura ou numa distensão que ocorre nos tendões que ligam as extremidades ósseas.

Na entorse não ocorre deslocação óssea. A entorse tem como origem um grande esforço ou uma posição falseada. A imobilidade deve-se às fortes dores que provoca.

A luxação acontece quando existe uma deslocação permanente das superfícies articulares, ou seja, de um ou mais ossos para fora da sua posição normal, dentro da articulação. Na luxação pode haver rutura da cápsula articular da membrana sinovial e lesão das partes moles adjacentes.

OSTEOPOROSE18

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É uma doença que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade microestrutural do osso, levando a uma diminuição da resistência óssea e ao consequente aumento do risco de fracturas.

As fracturas provocadas pela osteoporose podem ocorrer em qualquer osso, as mais frequentes ocorrem nas vértebras (dorsais e lombares), na extremidade distal do rádio (punho) e no fémur proximal anca).

Atinge sobretudo as mulheres pós-menopáusicas e as pessoas idosas de ambos os sexos.

Factores de risco para osteoporoseNão Modificáveis ModificáveisSexo feminino Dieta pobre em cálcioIdade superior a 65 anos

Consumo excessivo de álcool

Raça caucásica ou asiática

Tabagismo

História familiar de fractura

Vida sedentária

(p.ex. mãe, avó)Doenças (p.ex. hipertiroidismo)

Pequena estaturaFármacos (p.ex. cortisona)

Magreza excessiva ImobilizaçãoMenopausa precoce

A osteoporose é uma doença silenciosa, que durante muito tempo pode não dar sintomas. Por vezes as fracturas podem até acontecer sem se dar conta (por ex. as fracturas vertebrais).

Quais são os sintomas da osteoporose?

- Fracturas com pequenos traumatismos (especialmente das vértebras, anca e punho)

- Perda de altura superior a 2,5 cm- Aparecimento de corcunda ou ombros descaídos para a frente- Dor nas costas, súbita, intensa e inexplicável

A osteoporose pode ser prevenida. O objectivo é conseguir ossos fortes enquanto somos novos e perder pouco osso quando começamos a envelhecer. Para isso é importante ter um estilo de vida saudável, com alimentação rica em cálcio e vitamina D e praticar exercício físico.No caso da existência de alguma doença (por ex. artrite reumatóide) ou estar a fazer algum

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medicamento (por ex. corticosteróides), é necessário saber o que se deve fazer para evitar a perda de osso.

Como se diagnostica?

O diagnóstico precoce faz-se através de uma osteodensitometria de dupla energia radiológica, que permite identificar as categorias e avaliar o risco de fractura.

Podem ser feitas, também, avaliações laboratoriais e radiogramas da coluna dorsal e lombar de perfil, para rastrear a presença de deformação vertebral, entre outros exames.

Como se trata?

Há diferentes abordagens terapêuticas, consoante a história de fractura e fragilidade, mas normalmente implica tanto medicação como outro tipo de medidas.

Nas pessoas mais idosas, institucionalizadas ou com mobilidade reduzida e com propensão para quedas, são equacionados os usos de suplementos de cálcio e de vitamina D, o uso de protectores das ancas e medidas de prevenção das quedas.

Cuidados posturais no seu dia-a-dia

Quando a postura não está alinhada correctamente a coluna tem de suportar uma pressão maior. Consequências: mais esforço nos músculos e ligamentos, mais dores nas costas e maior risco de fractura vertebral.

Manter uma boa postura quando está em pé, sentado ou quando se inclina ou estica é fundamental. Os exemplos que se seguem, mostram algumas regras básicas.

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Doenças reumatismais

As doenças reumáticas são inflamações (crónicas ou não), num ou mais componentes de uma articulação, gerando dores e incapacidade temporária.

Existem centenas de doenças reumáticas que ocorrem mais frequentemente em adultos, mas que podem também aparecer em crianças.

A maioria das doenças reumáticas envolve principalmente as articulações, tendões, músculos ou ossos, e são acompanhadas de dores. Há doenças reumáticas que são provocadas por inflamação dos vasos (vasculites) e pode haver formas de reumatismo sem dor.

ARTRITE

O que é?A artrite é uma designação genérica de várias doenças que podem causar dor e inflamação nas articulações. As articulações são as zonas mais afectadas, mas também tendões, ligamentos e músculos podem ser lesados. Por vezes a pele também pode ser afectada.

A sua causa ainda não é conhecida mas sabe-se que poderá haver uma predisposição genética para se vir a sofrer desta doença. Na maior parte dos casos, a doença começa lenta e progressivamente. Regra geral acaba por originar dor, principalmente nas articulações das mãos, pés e cotovelos, podendo afectar outros órgãos como os olhos, o coração, as glândulas salivares e lacrimais. Há vários tipos de artrite. Os dois tipos mais comuns são a artrite reumatóide (AR) e a osteoartrose (AO), conhecida também por “bicos de papagaio”.

Sintomas

A dor é a forma que o corpo usa para avisar que algo está errado. Muitos tipos de artrite causam dor nas articulações. A dificuldade em caminhar é geralmente um dos primeiros sintomas a aparecer. Alguns tipos de artrite podem afectar diferentes partes do corpo. Junto com a artrite, outros sintomas podem ser:

Ter febre Perder peso Ter problemas respiratórios Sentir comichão

Estes sintomas também podem ser sinais de outras doenças, por isso é importante consultar um médico. Muitos doentes reumáticos usam chás ou remédios comuns para a dor, por isso é importante avisar o médico do consumo desses produtos. Só o médico pode diagnosticar a artrite ou alguma doença relacionada e criar uma estratégia de tratamento. É importante também não esperar. Não esquecer de alertar, também, sobre quaisquer lesões

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que o doente tenha sofrido. Normalmente, o médico serve-se de raios-x e exames sanguíneos para determinar se tem artrite, e de que tipo.

Tratamento

Depois de diagnosticar que tipo de artrite tem, o médico vai determinar o melhor tratamento, que pode incluir remédios para a dor, para a inflamação e para a rigidez das articulações e cremes ou pomadas para aliviar as dores locais.

Às vezes, mesmo com a medicação, a dor persiste. Nessas horas, é possível usar algumas técnicas para o doente se sentir melhor:

Tomar um banho morno Fazer alguns exercícios leves Aplicar gelo na área afectada Repousar a articulação afectada

Se a dor persistir, mesmo com a medicação, é necessário avisar o médico, que pode prescrever outros tipos de medicação mais adequados.

ESCLERODERMIA

A Esclerodermia ou Esclerose Sistémica (ES) é uma doença reumática crónica caracterizada por alterações vasculares, produção de anticorpos dirigidos contra partes do próprios corpo (auto-anticorpos) e aumento da produção de tecido fibroso quer na pele, quer em órgãos internos do corpo.

SÍNDROME DE SJÖGREN

A Síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto imune crónica, em que o sistema imunológico do próprio corpo do paciente erroneamente ataca as glândulas produtoras de lágrimas e saliva. Os linfócitos, infiltram-se por estas glândulas provocando diminuição da produção de salivas e lágrimas.

Características principais: secura nos olhos e na boca. Pode também causar secura de pele, nariz e vagina e pode afectar outros órgãos do corpo, inclusive os rins, vasos sanguíneos, pulmões, fígado, pâncreas e cérebro. Provocam também fadiga e dor nas articulações, que podem comprometer de forma significativa a qualidade de vida do paciente.

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Tumores ósseos

Os tumores ósseos são produzidos pelo crescimento de células anormais nos ossos.

Podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). Os tumores ósseos não cancerosos são relativamente frequentes, enquanto os cancerosos são pouco frequentes. Além disso, os tumores ósseos podem ser primários (tumores cancerosos ou não cancerosos que têm origem no próprio osso) ou metastáticos, quer dizer, cancros originados noutro ponto do organismo (por exemplo, nas mamas ou na próstata) e que depois se propagam ao osso. Nas crianças, a maior parte dos tumores ósseos cancerosos são primários; nos adultos, a maioria são metastáticos. A dor dos ossos é o sintoma mais frequente de tumores ósseos. Além disso, é possível notar uma massa ou tumefacção. Por vezes, o tumor (especialmente se for canceroso) enfraquece o osso, pelo que este se fractura com pouca ou nenhuma sobrecarga (fractura patológica). Devem-se fazer radiografias das articulações ou de qualquer membro que cause dor persistente.

Contudo, os raios X só mostram uma zona anormal, mas não indicam de que tipo de tumor se trata. A tomografia axial computadorizada (TAC) e a ressonância magnética (RM) são úteis para determinar a localização exacta e o tamanho do tumor. Contudo, não costumam fornecer um diagnóstico específico.

A extracção de uma amostra do tumor para exame microscópico (biopsia) é necessária para estabelecer o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns tumores, pode obter-se a amostra extraindo algumas células com uma agulha (biopsia por aspiração). Não obstante, pode ser necessário um procedimento cirúrgico (biopsia aberta) para obter uma amostra adequada para o diagnóstico. O tratamento imediato (que consiste numa combinação de medicamentos, cirurgia e radioterapia) é de grande importância no caso de tumores cancerosos.

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