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Surge a ambição de materializar um espaço comum de leitura, aprendizagem, enriquecimento e saber. Um sítio físico que espelhe em palavras e ideias o panorama atual e as preocupações que o acompanham, apontando possíveis caminhos e alternativas. Surge a sua Rés VISTA...porque o saber é a melhor forma de prevenção, de combate e de ajuda ao próximo. Desfrute, boas leituras! direitos reservados Diana taveira “A palavra mais importante que aprendi ao longo dos anos é lutar, nunca desitir, acreditar sempre em nós” pág’s 25/38 Travar o sobre-endividamento Declração de IRS Separata de Natal Artrite e artrose Viver mais e melhor Múltiplos rostos da alma (Sobre)viver sozinho Culpa Incontinência Hérnia Treinar com o frio pág 6 pág’s 8/9 pág’s 10/11 pág’s 12/13 pág 14 pág 15 pág’s 16/17 pág 18 Revista bimestral | nº 7 | DEZEMBRO 2014 | https://www.facebook.com/resvistaonline quem é quem? Mais do que um presente Info Flashes (des)Olhar sobre... pág 48 pág 51 pág 53 Outros mundos... Viagens ao património severense pág’s 54/55 pág’s 58/59 O sentido do Natal Natal, (será) época familiar pág’s 20/21 pág’s 22/23 Seleção Musical Sugestões Livro | Filme Pedro Chagas Freitas pág 60 pág 61 pág 62 pág’ s 56/57 Pág’s 40-46

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Dez.Jan

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dez./jan. 2015 revista | Rés Vista 01

Surge a ambição de materializar um espaço comum de leitura, aprendizagem, enriquecimento e saber. Um sítio físico que espelhe em palavras e ideias o panorama atual e as preocupações que o acompanham, apontando possíveis caminhos e alternativas. Surge a sua Rés VISTA...porque o saber é a melhor forma de prevenção, de combate e de ajuda ao próximo. Desfrute, boas leituras!

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“A palavra mais importante que aprendi ao longo dos anos é lutar, nunca desitir, acreditar

sempre em nós”

pág’s 25/38

Travar o sobre-endividamentoDeclração de IRS

Separata de Natal

Artrite e artrose

Viver mais e melhor

Múltiplos rostos da alma

(Sobre)viver sozinho

Culpa

Incontinência

Hérnia

Treinar com o frio

pág 6

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Revista bimestral | nº 7 | DEZEMBRO 2014 | https://www.facebook.com/resvistaonline

quem é quem?

Mais do que um presente

Info Flashes

(des)Olhar sobre...

pág 48

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Outros mundos...

Viagens ao património severense

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O sentido do Natal

Natal, (será) época familiar

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Sugestões Livro | Filme

Pedro Chagas Freitas

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Ajude-nos a quebrar o anonimato,fortaleça a nossa identidade.

Damos o nosso rosto pelas pessoas, dê oseu por nós.

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Saúde e Bem-EstarArtrite e artroseViver mais e melhorMúltiplos rostos da alma(Sobre)viver sozinho ao Natal?CulpaIncontinência urinária feminina Ter hérnia não significa ter dorTreinar com frio

EducaçãoO sentido do NatalNatal, (será) época familiar...

Separata de Natal

Quem é Quem?Diana Taveira

Atualidade e SociedadeMais do que um presente, um serInfo Flashes(des)Olhar sobre...

Gestão FinanceiraTravar o sobre-endividamentoDeclaração de IRS

Outros Mundos...Viagens ao património severense

AculturarSeleção MusicalPedro Chagas Freitas

FotogaleriaNo inverno...

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Diretora científica | Coordenadora

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Revisão

Licínio Cardoso

Bárbara da Silva Costa

Rui Pires da Silva

Ana Filipa Soares

Mª Madalena T. da Silva

Propriedade:

Colaboradores:Aida BorgesÂngela AmaralDavid NóbregaDiogo GraçaDiogo Veiga Dina Marli NóbregaElsa NóbregaFeliciano AngélicoGonçalo CostaJoão MaiaLuís SilvaMário SilvaPedro Chagas FreitasPedro Nuno CarvalhalSilvia RodriguesVanda Rodrigues

Nota de redação: relativamente ao acordo ortográfico, a Rés Vista respeita a opção dos seus colaboradores

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04 | dez./jan. 2015 revista | Rés Vista

Faz parte do ritual da passagem de ano a formulação de alguns desejos para o novo ano. Às portas do ano 2015, quero expressar, mais do que desejos, umas quantas ideias sobre as quais acredito serem fundamentais para um tempo e uma vida renovados.Portugal: sendo um país de gente trabalhadora e empreendedora, precisa de apostar mais na verdade: a verdade dos problemas, a verdade sobre o que po-demos e não podemos fazer, a verdade sobre as contas públicas, a verdade aci-ma de tudo. Arriscamo-nos a construir uma sociedade e uma democracia de mentiras. Pela verdade renasceremos.Europa: esse grande e antigo sonho, esqueceu as suas raízes, a sua matriz iden-titária que fez dela a sede da civilização ocidental. Precisa de redescobrir a sua história, os bons e os maus momentos, fazer memória para não perder a sua identidade, o ser espaço de encontro de diferentes culturas. Espero uma Euro-pa casa de todos, sem medo das cores, das roupas diferentes ou dos credos. É que gosto muito de sinfonias, muito mais do que de solos…Igreja: arejada pela eleição do papa Francisco, carrega o peso de dois mil anos de história e de muitos pecados. Para aligeirar esse fardo, há que tornar-se mais simples, mais ao estilo do seu fundador, o Homem de Nazaré, também cha-mado de Menino Jesus, esse mesmo, o que pagou a ousadia da sua vida com a cruz. Recuperar o sentido que Jesus deu à palavra “amor” é o melhor caminho para uma Igreja mais simples e mais genuinamente cristã.Escola: espaço de descoberta, de encontro e de sonho… Precisa de se (re) in-ventar a partir das noções de liberdade e trabalho. Liberdade para aprender, liberdade para rejeitar, liberdade para escolher... E o trabalho que isso dá! So-nho uma escola despartidarizada, sem sindicatos manhosos, amante do saber, apaixonada pelos seus alunos… uma escola para quem quer estar lá.Tempo Livre: espécie em vias de extinção, mas fundamental para manter o equilíbrio, a sanidade e a alegria de viver. Procurei, por estes dias, uma agen-da para o novo ano. Das muitas que encontrei, nenhuma tinha espaço para o tempo livre, só para o trabalho. Não quero mais tempo, apenas mais liberdade para gerir o meu tempo, também os momentos de nada fazer, nada pensar, mas tudo saborear.Gadgets: esses objetos sensacionais, sobretudo os das comunicações, que nos fazem viver permanentemente “vidrados”, sempre de olhos pontos num ecrã… Tanta informação e tão pouca relação! Os aparelhos comunicam-se mas nem sempre as pessoas se dão. Por favor, inventem um que ponha os corações em sintonia, os pensamentos e opiniões em diálogo.Deus: o mais bonito é Aquele que vai aparecendo nas nossas vidas. Quanta necessidade de silêncio! Só assim Ele fala!São apenas sete notas a partir das quais espero fazer do ano 2015 uma bela sinfonia, de ritmos e andamentos diferentes dos anos anteriores.

Pe. Licínio CardosoPres. direção do CSP Maria da GlóriaProfessor bibliotecárioDiretor do jornal Terras do VougaDiretor Executivo da Rés Vista

Editorial

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dez./jan. 2015 revista | Rés Vista 05

Drª. Bárbara CostaPsicóloga clínica do CSP Maria da GlóriaDiretora Científica da Rés Vista

Ao longo da nossa vida somos perseguidos ou perseguimos a ânsia de es-crever páginas novas, vivenciar histórias diferentes, recuperar episódios do passado que souberem a doce e que nos invadem em jeito de «eternas sau-dades». Procuramos algo que nos arrebate, que nos prenda e que nos vicie na felicidade esperada e considerada idílica com um belo «e viveram felizes para sempre». Começamos várias folhas de um diário, que poderia ser o da nossa vida, com o intemporal “Era uma vez”, esperando que o início de uma história apague outras tantas menos felizes ou nos afaste de finais demasiado intensos, aqueles que assustam de tão bons que poderiam ser.A verdade é que nunca é de vez. As diferentes histórias habitam em nós, são variáveis da nossa equação de vida, inesquecíveis e irrepetíveis ou, de forma inesperada e incontornavelmente necessária, repetíveis para o sos-sego da alma.Há tempos certos para cada história, tempos que jogam com as nossas vi-das e com as circunstâncias com que somos brindados. Pesam as pessoas e a valoração que lhes atribuímos, os contextos e os sentimentos ou o que resta deles, a nata do que se viveu e a promessa do que se poderia ter vivido.De forma crua, o pender da balança e o sentido de repetição está intima-mente associado ao somatório final e ao seu saldo positivo ou negativo. Tudo o que é positivo é salutar, é uma forma de estar e de viver em sorrisos constantes. O saldo negativo poderá ganhar novos tempos, novas oportunidades, quando se prende com circunstâncias, jamais quando foi motivado pela natureza e|ou ausência de valores e conduta dos seus intervenientes. As constelações e conjugações temporais podem mudar, podem sofrer modos de atualização e refresh, já a essência humana, por norma, apenas e só se camufla. E, quando assim é, fica o perpétuo ensinamento sobre o que não ser. Surge a necessidade de rasgar, de forma precipitada ou pensada, pági-nas outrora escritas em tinta dourada, não esquecendo que há páginas que não se colam, tal como existem atitudes que não se esquecem.O prazer de folhear o nosso livro está na repetição de vidas felizes e na rees-crita de histórias que merecem um final feliz no momento presente.

Editorial

Nunca é de vez

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06 | dez./jan. 2015 revista | Rés Vista

David NóbregaLicenciado em ciências da saúdeFaculdade de medicina, U. Coimbra

Em primeiro lugar tal como se subentende pelo prefixo, são patologias do foro reumatológico que afetam articulações, têm uma importante prevalência na população e, tendencialmente, atingem com frequência o idoso. Outro ponto em co-mum é a dor e o grau de incapacidade que pode surgir como consequência em atividades diárias.

O que as distingue basicamente é que numa há um processo inflamatório da articulação (articulação inchada e dolorosa) quase contínuo – na artrite reumatoide, enquanto na artrose há uma lesão mecânica contínua pelas forças a que a articulação é sujeita. Por vezes pode acompanhar-se de episódio de processo inflamatório, confundindo o diagnóstico perante um olhar clinicamente menos treinado.

Direcionando a questão que obviamente surge de seguida, que articulações afetam uma e outra patologia? A artrite reumatoide afeta preferencialmente as mãos, articulações dos dedos, punho, tornozelo. Com o evoluir da doença

poderá estender-se a outras articulações. A artrose, tendencialmente afetará articulações que suportam o peso do corpo, tais como a anca, o joelho, e a coluna. Da-

qui se compreenderá que o excesso de peso será um fator que predispõe ao desenvolvimento de artrose. Notar ainda que as atividades profissionais que impliquem algum grau de carga excessiva sobre uma articulação possam também predispor ao desenvolvimento da artrose.

Contudo, existe ainda outro tipo de artrose que afeta principalmente as mãos, e muito frequentemente em mulheres após a menopausa.

Como diferenciar então artrose de artrite reumatoide? Dada a especificidade e a experiência necessária para distingui-las, será melhor neste caso aconselhar-se com o seu médico

de família. Por um lado, na artrose, a medicação necessária visa diminuir a sintomatologia. Por outro, na artrite reumatoide, é necessário um tratamento de fundo da doença de modo a evitar deformações articulares incapacitantes. Este tratamento é, idealmente realizado pelo médico da especialidade de reumatologia.

De realçar ainda que a comparação das patologias com aquelas de que sofrem vizinhos, colegas de trabalho ou de café por melhor intenção que tenham pode ser infrutífera, e mesmo contraproducente, levando ao deixar avançar de uma patologia que necessita de tratamento de fundo (artrite reumatoide), confundindo-a por outra de tratamento essencialmente sinto-mático (artrose), em detrimento da pesquisa cuidada por alguém com conhecimento técnico sobre as doenças em causa (médico).

artrite e artroseo que as Distingue e o que as une?

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viver mais e melhor...

Saúde e Bem-Estar

Viver mais e melhor, nos dias que correm, parece ser, de relance, um verdadeiro desafio, que é como quem diz, tarefa demasiado exigente para a panóplia de obrigações e deveres, familiares e laborais, a que os cidadãos em geral estão sujeitos, agravada pelas condições financeiras amortecidas nos últimos tempos.

Se é verdade que os meios técnicos e operacionais estão mais desenvolvidos, que as descobertas farmacológicas e os avan-ços técnico-científicos se têm destacado, que os equipamentos, as metodologias de investigação e de tratamento, a compe-tência e as relações profissionais têm sido motivo de preocupação dos peritos e colaboradores das diversas áreas da saúde (e.g.; médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de diagnóstico e terapêutica, assistentes operacionais, etc.) no sentido do seu desenvolvimento e aprimoramento em prole da qualidade da saúde dos utentes, tanto ao nível dos cuidados de saúde primários como dos diferenciados, é também verdade que a realidade das populações e os custos associados aos cuidados de saúde se alteraram significativamente e as limitações por parte do público-alvo são também imensas. Limitações estas que, em catadupa, adensam recursivamente os estados de doença nomeadamente no âmbito da saúde mental, potenciando ou agravando estados de tensão extrema, ansiedade, fobias e depressão, que por seu turno, ou em sentido inverso, avolumam e intensificam patologias do foro cardíaco e respitatório, endócrino, imunológico, neurológico, entre outros, concorrendo para a condição crónica de doença, com grande impacto na vivência subjetiva do doente e dos seus familiares.

A doença crónica encontra-se em crescimento contínuo no mundo ocidental e, não obstante todos os avanços técnico--científicos aludidos, corroborando Bonino (2007), o aumento da esperança de vida em anos não é sinónimo de anos de vida com plena saúde.

Não é, todavia, infrequente que os cidadãos em geral e quem preenche os cargos decisórios de topo, também estes, oca-sionalmente, no papel de doentes, reforcem a típica e cada vez mais reiterada cultura do “deixa andar”: porque “agora vou aguentando e quando receber o ordenado do próximo mês é que vou ao médico!” (o que acaba por não acontecer na medida em que o escasso ordenado não chega para fazer face à totalidade das prioridades... e vou aguentando, até ficar mais doen-te!); porque “não tenho tempo para estar no Centro de Saúde ou no Serviço de Urgência horas a fio à espera de ser atendido, tenho mais que fazer!” (e depois sou forçado a parar dias, semanas e meses, ou uma vida inteira até!); porque “hoje não posso faltar se não o meu patrão despede-me” (e lá vou eu trabalhar sabe Deus como, pondo em causa a qualidade do meu trabalho e arriscando um processo disciplinar porque não executei bem as minhas funções... e depois é uma carga de preocupações e fico ainda mais doente!); porque “agora que estou desempregado mal dá para comer quanto mais para pagar as taxas moderado-ras” (mas depois nem como, porque estou doente... isto num país onde o sistema de saúde se diz tendencialmente gratuito!)... e outras questões se poderiam levantar para dizer que, adiar o recurso aos cuidados de saúde primários, nos Centros de Saú-

Aida BorgesLicenciada em EnfermagemMestre em Psicologia Clínica (Sistémica, Saúde e Família).

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de, acaba por levar à situação crónica da doença e fica-nos muito mais caro, a cada um de nós em particular e a todos em geral, visto que todos somos contri-buintes e financiadores de um Estado que visa, ou que deveria visar, mais e melhor saúde para todos!

De referir, apenas a título de curio-sidade, que só no dia 16/12/2014, data em que este artigo foi escrito, foram consumidos, em tempo real, cerca de 26.0018.000€ (valor conferido às 00:00) em despesa pública com saúde (Pordata, 2014).

A mesma fonte indica-nos um de-créscimo de consultas de 2011 para 2012, de 3.822,4 mil/hab. para 3,691,9/mil hab. Há também um decréscimo de urgências, nas mesmas datas, de 808,7/ mil hab. para 720,1/mil hab. Em contrapartida, verifica-se um aumento dos casos de internamento, nas datas referidas, de 87,8/mil hab. para 88,7/mil hab. o que, embora não pareça sig-nificativo, sugere que quando as pes-soas recorrem aos serviços de saúde, fazem-no em estados mais agravados da doença, que requerem um tipo de cuidados mais diferenciado.

Os custos financeiros associados aos materiais, equipamentos e recur-sos humanos dos cuidados de saúde diferenciados (prevenção secundária e terciária) são muito mais elevados, para não falar no desgaste físico e psicológi-co dos próprios utentes que estão mais doentes, sujeitos a procedimentos mé-dicos/cirúrgicos mais ou menos sofis-ticados, seguramente mais invasivos e traumatizantes, sob condições de inter-namento mais ou menos prolongado, acarretando perdas mais significativas de vencimento. E neste contexto enqua-

dra-se perfeitamente a trivial expres-são: “quanto mais pobre mais doente e quanto mais doente mais pobre”.

As próprias empresas (ou o Estado, no caso de um funcionário público) têm a perder na medida em que o ab-sentismo desse funcionário se traduz em produtividade diminuída e, neste sentido, os Serviços de Saúde do Pes-soal das respetivas empresas terão um interesse próprio em defender a saúde de todos os seus colaboradores, sendo que este é um recurso que não está ao alcance de todos, sobretudo se estamos a falar de cidadãos desempregados!

De acordo com Furtado & Pereira (2010) e WHO (2008), referenciados no Plano Nacional de Saúde 2013-2016 da Direção-Geral de Saúde (2006), a despesa com serviços e tratamentos pode ser, efetivamente, uma barreira no acesso aos cuidados de saúde. Situa-ções de doença com os custos que daí decorrem e opções entre a saúde e bens essenciais podem ser fatores precipitan-tes de pobreza, sobretudo para doentes crónicos, desempregados e idosos.

De realçar o acréscimo apreciável da população idosa (com mais de 64 anos), de 16,5% para 18,9%, em 2011, e para 19,6%, em 2013 (Pordata, 2014). Não nos podemos esquecer que grande parte destes idosos, bem como pessoas que, não sendo idosas, são carenciadas, auferem pensões/rendimentos muito minguados no sentido de colmatar os elevados gastos inerentes aos adequa-dos tratamentos farmacológicos que não podem ser fiados nas farmácias! De salvaguardar que, nalgumas situa-ções, nem sempre os medicamentos ge-néricos, bastante mais económicos, são a melhor solução.

Em suma, e de acordo com a Dire-ção-Geral da Saúde (2006), os doentes crónicos, desempregados e idosos, são os que mais necessitam de cuidados de saúde, ficando duplamente fragiliza-dos. Cabe assim a esta entidade fazer algo para contrariar esta tendêndia, mas respeita a cada cidadão em parti-cular e às suas famílias adotar medidas de conforto e segurança que se tradu-zam em ganhos de saúde.

Fica deste modo mais ou menos evi-dente que prevenir é mais barato que remediar! Por isso, corroborando a Di-recção-Geral da Saúde (2004), é impe-rativa a adopção de estilos de vida sau-dáveis (e.g.; alimentação diversificada e equilibrada, exercício físico regular e ajustado às condições físicas de cada um, vestuário adequado, atividades de lazer e convívio com familiares e pes-soas significativas, evitamento do con-sumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, controlo de fatores de stresse, etc.), en-tre os quais inserimos obviamente o re-curso regular e preventivo aos cuidados de saúde, isto é, ao médico e ao enfer-meiro de família nos Centros de Saúde ou mesmo ao Serviço de Urgência dos Hospitais numa fase inicial do descon-forto/doença, perante qualquer sinal de alerta que se vislumbre e por mais insignificante que pareça. Estas são, efetivamente, atitudes que todos deve-mos assumir, à partida, como altamen-te prioritárias, porquanto defensoras de mais e melhor saúde!

Cada um de nós tem não só o dever mas também a obrigação de ser agente promotor da sua própria saúde porque, ter MAIS E MELHOR SAÚDE é, indu-bitavelmente, VIVER...mais e melhor!

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os múltiplos rostos Da alma:a arte De (Con)viver no natal

O Ser humano assume-se como múltiplo na arte de ser, sentir e no modo comportamental com que nutre a sua ação numa partilha constante de afetos. Somos o resultado de um processo contínuo de desenvolvimento holístico que nos consolida e fortalece.

Como seres idiossincráticos assumimos uma história única e singular, somos conduzidos por uma trajetória desenvolvi-mental e conduzimos os nossos ciclos relacionais com base no nosso sistema de vinculação. Embora o estilo de vinculação possa ser modificado no decurso do nosso desenvolvimento, há uma tendência para a continuidade.

Saúde e Bem-Estar

Ângela AmaralMestre em psicologia clínica

Assim, a relação vinculativa mãe bebé, assume-se como uma relação primordial para definir um estilo de vinculação. Quando a vinculação é do tipo seguro, a pessoa assume a capacidade de viver e conviver com confiança e segurança, a pessoa de-tém maiores competências para aju-dar, saber ser, saber estar e exercer o seu humanismo com sensibilidade.

Face ao exposto, poder-se-á cons-tatar que Jesus manifesta uma vin-

culação segura no modo como toca e interage, tendo-nos ensinado, pelo exemplo, a exercer a arte de conviver e de nos dedicarmos uns aos outros, porque um simples gesto tem a capa-cidade de mudar uma vida, de abri-lhantar e ceder colorido a uma histó-ria antes pautada pela solidão.

O mês de dezembro assume-se como um mês paradoxal, em que se pretende que o frio das ruas contraste com o aconchego do calor dos afetos.

Se há dias em que o frio é mais forte e nos gela o corpo e se há momentos que nos magoam e nos congelam a alma tornando o nosso solo interno derra-pante e inseguro, devemo-nos centrar no poder sublime e mágico da parti-lha de afetos, como sendo o melhor anticongelante, aquele que nos forta-lece as raízes internas, que fomenta a nossa resiliência e sensibilidade para simplesmente saber ser e saber dar parte do nosso mundo emotivo.

Sendo o Natal uma época de aprendizagem, de multiplicação dos recursos internos para aprender e saber ser feliz, torna-se premente fomentar a capacidade de acreditar nos sonhos, nas competências de interação e nos toques sublimes de afeto que nos nutrem a essência e nos acariciam os rostos da alma.

Há que incrementar o positivismo, valorizar o aqui e o agora sempre com uma possibilidade de ser mais e melhor, de saber estar e vivenciar o presente como uma possibilidade de conquista e de partilha.

Partilhar é dar e receber, é maximizar as potencialidades do ser humano, sabendo aceitar as imperfeições e respeitar as diferenças que nos unem e complementam.

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Saúde e Bem-Estarfo

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Tudo quanto nos toca segue connosco no coração mnésico, aquilo que nos cativa e aconchega persegue o seu trajeto no re-canto mais doce e sublime do nosso coração. Sejamos modelos de uma sensibilidade peculiar que só quem assume delicadeza tem a capacidade de ver com uma plenitude emotiva em que os sentimentos falam e argumentam com caráter e firmeza de personalidade. Porque o eu é o reflexo dos eus que nos espelham e que nos circundam, sejamos capazes de olhar a essência de quem nos cerca como um personagem único. Como nos dizia Madre Teresa de Calcutá, aqueles que menos dão amor, são os que mais necessitam dele, façamos mais e melhor, toquemos o outro pelo exemplo.

A vida ensina que o tempo é escasso demais, imprevisível e que o olhar e os gestos sublimes nos aconchegam a alma e nos cedem um encanto propulsor da continuidade da partilha de laços de afeto. São suportes para mantermos a nossa essência, cedem cor e brilho numa tela que retrata a nossa história e margens de Ser.

Nesta quadra tão especial, que incita a construção e manutenção de vínculos, consigamos vivenciar a época natalícia com a partilha, sabendo exercer a arte da escuta, assumindo flexibilidade no estar, no agir e sendo autênticos na forma como to-camos e somos tocados pelos múltiplos rostos que tem a alma.

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12 | dez./jan. 2015 revista | Rés Vista

(sobre)viver sozinho ao natal?

Natália AntunesMestre em psicologia clínica

Os percursos de vida vão sendo diferentes de pessoa para pessoa, sendo que muitas tomam como opção (ou não) o viver sozinho. Seja ou não algo planeado, é em al-turas festivas, como o Natal, que estas situações se podem tornar mais delicadas.

A verdade é que, numa altura em que as situações de de-semprego continuam a aumentar, as pessoas deslocam-se para muitos locais longe do seu contexto natural, o que as desenraíza e que pode contribuir para a vivência de sinto-mas depressivos, ansiedade, ou para o desenvolvimento de psicopatologias associadas a esses sintomas.

Outra das situações associadas ao viver sozinho diz res-peito à saída de casa dos filhos, ou de outros significati-vos, nomeadamente para irem procurar emprego, muitas vezes para fora do país (ou por outros motivos, como o casamento, a ida para a universidade), o que poderá estar associado a uma etapa de ninho vazio. A verdade é que estas situações, associadas com a vivência do divórcio, despoletam a existência de novos sentimentos de solidão nos pais agora sozinhos: melancolia, tristeza e até de de-pressão, desânimo e esvaziamento. Depois de vários anos em que os pais se sentiam úteis na vida dos filhos, em que eram o garante da resposta aos encargos e responsabilida-des, começam a sentir que já não são precisos, emergindo sintomas como tristeza duradoura, episódios de choro e de

desalento, isolamento e irritabilidade. Em situações extre-mas, as perturbações de humor (onde a depressão é a mais comum) ou de ansiedade, são o desfecho destas histórias. São as mães quem, maioritariamente, sofrem destes sinto-mas, pelo papel de cuidador principal dos filhos, e por se-rem elas quem, em situações de divórcio, ainda ficam com o papel de responsabilidade parental.

No caso dos idosos, viver-se sozinho associa-se, muitas vezes, ao isolamento e à solidão, sobretudo por 3 situações: saúde física e psicológica debilitada; ausência de laços fa-miliares significativos (os filhos seguiram as suas vidas) e terem perdido os cônjuges ou amigos significativos, o que leva a que, muitas vezes, sejam as únicas pessoas vivas na famílias. Nestas situações, a espera pelo momento da sua partida torna-se tão evidente que a angústia e os sentimen-tos depressivos atingem o seu culminar.

A verdade é que, perante o descrito, viver-se sozinho torna-nos mais vulneráveis, pois não há partilha de tare-fas, de responsabilidades, de alegrias momentâneas e, so-bretudo, de momentos festivos, como é o caso do Natal, refletindo-se este estado em situações de grande sofrimen-to e angústia.

Mas nem sempre é assim… Viver sozinho não é o mes-mo que se sentir sozinho, nem é o mesmo que estar de-sacompanhado! Muitas pessoas escolhem estar sozinhas,

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Contactos: Email: [email protected] | Telefones: 210 999 870 ou 239 099 029.

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Saúde e Bem-Estar

como forma de emancipação, ou como compensação de sentimentos negativos anteriores (por exemplo, após situa-ções traumáticas, após o divórcio, após grandes períodos de ansiedade). Nestes casos, estas pessoas podem conti-nuar a manter ativos os laços familiares ou de amizade, no-meadamente em alturas em que a partilha e a comunhão são o mote!

A verdade é que todos nós somos seres sociais que têm necessidade de ter uma rede de suporte que seja o garan-te de companhia social, apoio emocional, ajuda material ou instrumental e que, muitas vezes, funcione como um

guia cognitivo e nos forneça conselhos. Essa rede, quanto mais próxima e significativa, mais nos dará a sensação de bem-estar, satisfação e aproximação ao outro, permitindo--nos também sobreviver a momentos como aquele que se aproxima. Quer esteja sozinho ou acompanhado, aproveite o Natal para reconectar-se com o outro. Ligue aos amigos (quase) esquecidos, visite os familiares afastados, envolva--se na caridade local. Estabeleça pontes e restaure pilares. Sozinho ou acompanhado, neste Natal encontre-se com o outro, sobretudo dentro de si.

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Culpa: um bom ou mau sentimento?

Pedro Nuno CarvalhalMestre em psicologia clínica

No episódio 51 de “Os Simpsons”, Bart chateia-se com a sua professo-ra, Edna Krabappel. Ele percebe que a professora está a sentir-se sozinha por não ter namorado e decide escre-ver-lhe cartas de amor, fingindo ser um homem mais velho que esta in-teressado nela. Bart pretendia apenas vingar-se da professora. Porém, Edna apaixona-se loucamente e decidem combinar um jantar para se conhe-cerem melhor. O problema é que este “príncipe charmoso” apenas existia nas cartas de Bart e na cabeça da sua professora.

Naturalmente, ele não apareceu no jantar, mas foi observar a profes-sora, sentindo-se satisfeito com a sua vingança. Contudo, quando chegou a casa tinha um sentimento estranho, que apesar de não saber o que era, sabia que era mau e só desejava que desaparecesse. É a sua irmã Lisa, sim-bolicamente fazendo o papel da sua consciência, que lhe diz que aquilo que ele está a sentir é culpa. Perante

isto, eles e os seus pais decidem dar um final diferente à história, procurando que Edna não saísse magoada com o sucedido.

A culpa corresponde ao sentimento de ter provocado dano ao outro ou a nós próprios. Desta forma, sempre que fazemos algo que é avaliado pela nossa cons-ciência como tal podemo-nos sentir culpados. Este sentimento não é necessaria-mente mau, podendo ser compreendido como uma ferramenta que a consciência nos dá para poderemos crescer pessoalmente e nos relacionarmos melhor com os outros. Assim, se cada vez que fazemos algo de errado, não houvesse uma luz ver-melha na nossa mente que nos dissesse “fizeste mal” (descrita por muitos como consciência pesada), dificilmente procuraríamos a reparação, isto é, um pedido de desculpas e procurar melhorar no sentido de não cometermos os mesmos erros.

Assim sendo, pode considerar-se que a culpa consciente é uma ferramenta da mente que nos permite crescer como pessoas, na relação com o outro e com nós próprios. Retomando o caso do Bart, pode dizer-se que se ele não se tivesse senti-do culpado com aquilo que fez à sua professora, não teria procurado a reparação do erro e aprendido que não devia enganar o outro, porque tal iria magoar os seus sentimentos e fazê-lo sofrer.

E se ele não tivesse a capacidade de sentir-se culpado? Pode imaginar-se que tivesse continuado a “brincadeira”, existindo uma escalada que iria fazer com que Edna sofresse ainda mais. Como seria na relação com os outros, se ele não tivesse a capacidade de sentir essa luz vermelha que nos diz que errámos e está na altura de reparar? Resta especular, mas não parece um futuro bonito.

Link do episódio de “Os Simpsons” no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0768553/

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A incontinência urinária feminina é um problema que atinge um grande número de mulheres, não só na fase da menopausa e terceira idade mas também mulheres jovens ativas e grá-vidas.Até há poucos anos esta era uma si-

tuação aceite como irremediável fru-to da idade ou de uma determinada situação de risco como por exemplo gravidez e parto.Em 1957 Kegel veio mostrar que o

fortalecimento dos músculos do pa-vimento pélvico (são aqueles onde se apoiam o útero, e a bexiga) resolvia em grande parte estas situações de perda de urina. Mais tarde surgiu a cirurgia a apresentar soluções cirúr-gicas para esta situação.Atualmente existem pois vários tipos

de abordagem que resolvem ou me-lhoram substancialmente as perdas de urina, não havendo razão para a aceitação deste problema como irre-mediável. Então qual a relação da fi-sioterapia e a incontinência urinária?O que é a Incontinência Urinária de

Esforço?A perda involuntária de urina quan-

do se tosse, espirra, ri ou se faz qual-quer outro esforço desde pegar em pesos, dançar ou fazer uma aula de aeróbica é algo que incomoda e preo-cupa um número considerável de mulheres.Qual a possível origem da inconti-

nência urinária de esforço?A fraqueza dos músculos do pavi-

mento pélvico é uma das principais causas deste tipo de incontinência. Esta fraqueza pode ter como causa a gravidez, o parto, a atividade física in-tensa ou ainda alterações hormonais típicas da menopausa.Porquê a Fisioterapia como primeira

abordagem?No tratamento da incontinência uri-

nária (IU) de esforço, a fisioterapia deverá ser sempre a primeira opção, por ser a menos invasiva e com me-nor risco para a utente, deverá ser sempre a primeira escolha.. Para além de facilitar uma melhor compreensão da disfunção do trato urinário infe-

rior, não tem efeitos secundários, não impede futuras ações e pode ajudar a curar (51% dos casos) a função dos músculos do pavimento pélvico e do controle da bexiga.O que é que o Fisioterapeuta pode

oferecer?Grande parte destas situações pode

ser melhorada ou resolvida com ensi-namentos simples. Após uma avalia-ção cuidada, o Fisioterapeuta irá esta-belecer o seu plano de tratamento em conjunto com o utente visando:

• Uma compreensão simples da cons-

tituição e funcionamento dos múscu-

los do pavimento pélvico.

• Ensino de exercícios específicos

dos músculos do pavimento pélvico.

• Correção das situações desenca-

deadoras das perdas de urina (como

a tosse, o espirro etc.).

Mudanças no estilo de vida como: hábitos de micção, higiene, hábitos alimentares e atividade física intensa.

inContinênCia urinária feminina

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ter hérnia não signifiCa ter Dor!

João MaiaLicenciada em fisioterapia

A dor lombar tem uma alta prevalência nos países industrializados, afetando até dois terços dos adultos em algum momento da sua vida, sendo associada a al-tos custos em cuidados de saúde e a consequências económicas substanciais, devido à perda de produti-vidade associada à dor.Nos estudos de imagem

(RM e TC), cada vez mais utilizados na avaliação de pacientes com dor lombar, são frequentes descober-tas como a degeneração do disco, hipertrofia das facetas, e protrusão discal, que são muitas vezes interpretadas como causas da dor nas costas, de-sencadeando intervenções clínicas e cirúrgicas, que, muitas vezes, não têm sucesso em aliviar os sintomas do paciente.Em simultâneo, estudos demonstraram que os achados de degeneração da coluna vertebral encontrados nos exames de

imagem, e associados à dor nas costas, também estão presentes numa grande proporção de indivíduos assintomáticos.Assim, um recente estudo procurou estimar a prevalência, por idade, das condições degenerativas da coluna mais co-

muns em indivíduos assintomáticos através da realização de uma revisão sistemática de vários estudos publicados até abril de 2014.

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Saúde e Bem-Estar

Trinta e três artigos que relatam os achados de imagem para 3110 indivíduos assintomáticos preencheram os critérios de inclusão no estudo.

CONCLUSÕES:

Alterações degenerativas da coluna são observadas, e em altas proporções, em indivíduos assintomáticos, aumentan-do com a idade. Isto permite considerar que muitas características degenerativas encontradas em exames de imagem (RM e TC) fazem

provavelmente parte do envelhecimento normal e não estão directamente associadas a dor. Como tal estes achados de imagem devem ser interpretados no contexto da condição clínica do paciente, nomeada-

mente da correcta e completa recolha da história clínica e da execução de uma avaliação física cuidada.

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Diogo VeigaLicenciado em Educação Física

treinar Com frio

O frio aperta, mas a vontade de treinar não passa. É muito importante saber o que vestir nos dias mais frios e nos dias com chuva.Vestir mais roupa nem sempre é a solução, pois perde-se o conforto e liberdade de movimentos. Além de que a transpi-

ração aumenta e se a humidade ficar retida nas camadas de roupa interior pode facilmente entrar-se em hipotermia.As roupas de algodão são sempre as mais confortáveis, mas tem alguns inconvenientes, especialmente nos dias de chuva

e quando as camadas de roupa externa são impermeáveis. Absorvem o suor ou a água da chuva e tornam-se pesados e fa-zem com que o calor corporal se perca.

Então o que escolher? Antes de mais não pode esquecer-se de proteger as extremidades do corpo, pés, mãos e cabeça. Nos dias frios o nosso

organismo concentra a maior parte da circulação sanguínea perto dos nossos órgãos vitais, fazendo com que as mãos e pés arrefeçam rapidamente. Logo, gorro, luvas e meias adequadas são imprescindíveis.

Quanto ao restante corpo, existem inúmeras opções de fibras sintéticas no mercado que lhe podem tornar a actividade física, no inverno, mais confortável.

Para a chuva existem roupas fabricadas com neoprene, o mesmo material que é utilizado nos fatos dos surfistas, que dei-xa entrar a água, mas mantém o calor corporal. Este material é o ideal para dias muito chuvosos. Os impermeáveis também podem ser utilizados, mas caso não tenham pequenas aberturas para deixar “respirar” o corpo, quando o tirar vai estar tão molhado como se não o tivesse usado.

Para os dias muito frios, os materiais térmicos como o Polar, Gore-Tex e o WindTex são as melhores opções. Materiais que deixam o frio e a humidade do lado de fora e o calor do lado de dentro, bastante respiráveis e confortáveis.

Para a roupa interior, existem materiais chamados de segunda pele, peças justas que são bastante respiráveis e mantêm o corpo sempre na temperatura ideal.

Proteja-se, pois é uma altura do ano em que ninguém gosta de apanhar uma gripe ou constipação!Não deixe de treinar nesta época festiva, pois a ingestão de calorias vai ser elevada e o seu corpo vai sentir...

Votos de umas óptimas festas

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Elsa NóbregaProfessora primáriaMestre em psicologia da educação

o sentiDo Do natal

Dar sentido ao Natal passa por ajudar as crianças a vivenciarem esta época de forma alegre e verdadeira, e é um dos me-lhores presentes que lhes podemos oferecer! “O mês de dezembro, com as festas de Natal, é propício à celebração da infância. Não só pelas festas, pelos brinquedos, mas sobretudo porque na raiz de tudo isso está o nascimento de uma criança, há dois mil anos, em Belém de Judá: Jesus, um acontecimento único na história da humanidade mas, ao mesmo tempo, sempre renovado em cada criança que é concebida” (Elias Couto). O Natal com os mais pequenos é sempre mágico!

No Natal parece que tudo se transforma numa enorme família muito feliz. Nós festejamos esta época fazendo coisas diferentes do resto do ano, em casa, com o nosso pequeno círculo de parentes, mas, ao mesmo tempo, juntando-nos com alegria à nossa “grande família” que é o mundo inteiro.

Receber presentes é bom, mas dar é ainda melhor. Quando os oferecemos, estamos a dar verdadeiramente sentido ao Natal. Dar prendas não significa apenas dar lindos brinquedos ou coisas bonitas que podemos embrulhar num papel es-pecial. Existem muitas maneiras criativas para os mais pequenos vivenciarem o espírito de Natal de uma forma divertida e sem gastar muito dinheiro. Estas datas especiais podem ser oportunidades para pais e filhos repensarem os seus valores em relação ao consumo. Aqui ficam algumas ideias para celebrar o Natal de forma mais sustentável.

• Envolver as crianças na cozinha. Como por exemplo fazer um bolo de Natal.• Aprender e conhecer as frutas da época. Escolher juntos: as laranjas as tangerinas os frutos secos, as amêndoas, as passas as nozes...• Estimular a doação e/ou trocas de roupas e brinquedos. • Fazer um brinquedo ou restaurar um antigo é uma forma de mostrar que os presentes não precisam ser necessariamente comprados.• Fazer uma pequena lembrança de Natal para oferecer. • Ajudar os pais.• Ajudar aqueles que mais precisam.• Visitar os parentes mais idosos ou um lar.• Enviar cartões de boas festas (feitos por eles) aos amigos e família que estão longe.• Ser simpático para alguém que não se gosta muito.• Dar um grande abraço de boas festas ao irmão ou à irmã, à mãe e ao pai. • Rezar por aquelas pessoas que não tem um Natal feliz por estarem doentes ou tristes.

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Os melhores presentes que se podem distribuir no Natal

Compreensão: se não recebermos no Natal tudo aquilo que queríamos.Paciência: quando andam todos muito ocupados e nem sempre nos podem dar atenção, quando as coisas não correm

como nós gostaríamos;Felicidade: que se vê em toda a parte, porque sabemos que existe nos nossos corações uma razão profunda para cele-

brar esta quadra.

Gostamos de passar esta época Natalícia com aqueles que mais amamos. Os cheiros, os sons, e as luzes trazem de volta memórias de infância de momentos verdadeiramente felizes. Todos podemos ajudar a perpetuar este verdadeiro sentido de Natal. Se temos filhos, devemos começar pela nossa casa, amando-os e cuidando-os, para que cresçam felizes. Que a família seja o espaço de realização plena da sua infância e desenvolvimento harmonioso da sua personalidade. Assim, mais tarde, poderão vir a ser jovens e adultos mais equilibrados, e socialmente mais responsáveis, capazes de dar continuidade a uma humanidade mais sensível, mais generosa e consciente, em que as crianças são bem-vindas, amadas e respeitadas!

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Vanda RodriguesMestre em intervenção psicossocial com crianças e jovens em risco

natal, (será?) époCa familiar…

A quadra que se avizinha traz festas, afetos, bons sen-timentos, doces tradicionais e muita comemoração. O natal para muitos é sinónimo de compras, de presentes e de estar com as pessoas que mais se gosta. As famílias dedicam-se aos preparativos da tradicional noite de con-soada, que reúne parentes e amigos nesta celebração.

Contudo, e porque andamos sempre embrenhados no nosso mundinho, esquecemos que há crianças e idosos que não passam esta época festiva no seio da sua família e muito menos têm acesso à verdadeira noite de consoada ou a presentes.

É claro que, muitas das nossas instituições tentam col-matar esse facto e dão o melhor de si para que aqueles que estão institucionalizados se sintam amados e integra-dos. Evitando, assim, o sentimento de abandono por par-te daqueles com quem têm laços de sangue, não sintam o corte afetivo e vinculativo que deveriam ter com a família biológica.

É por isso que, todas as estratégias que se possam ar-ranjar para suavizar as institucionalizações em épocas festivas, valorizando a importância do idoso ou da crian-ça, aumentado o seu empowerment, são extremamente benéficas. Estas são importantíssimas ao nível do cariz emocional e psicológico pois, devem demonstrar aos que vivem em instituições que são acarinhados e amados. Só por si, o Natal já acarreta expectativas nos indivíduos ins-

Educação

titucionalizados pois, muitas vezes pensam e fantasiam que poderão ir para casa com os familiares (e bem sa-bemos que isso nem sempre acontece) e como tal, esta época festiva ao contrário do esperado pode trazer frus-tração, inquietação, ansiedade e raiva por parte daqueles que a vivem longe do seu seio familiar.

Como tal, na minha opinião profissional, as famílias de acolhimento nesta quadra natalícia são fundamentais para a integração social daqueles que infelizmente não podem estar no seu meio natural de vida. Estas famílias vão colmatar em parte o défice de carinho, de afetos, de amizade e amor daqueles a quem a família biológica há muito virou as costas. Às vezes basta uma palavra amiga para aquecer os corações de quem sofre, não só pelo frio, mas pela falta de companhia e pela solidão. Como é óbvio esta solução não deverá passar só pela época de natal, e o ideal seria mesmo a adoção mas, sabemos que esse tipo de processo no nosso país é moroso, e assim, esta poderá ser uma solução na medida em que, pelo menos possibi-lita a saída dos idosos ou das crianças que se encontram a viver numa instituição.

Deste modo, é proporcionado a estes a possibilidade de viverem num ambiente que possui as condições necessá-rias para o seu desenvolvimento harmonioso, satisfazen-do as suas carências e usufruindo da atenção e carinho que estas famílias disponibilizam. Fazendo-os vivenciar

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experiências familiares, num meio socioafetivo estável, adequado à satisfação das suas necessidades básicas e ao respeito pela sua identidade, personalidade e privacidade. Sempre tendo em conta as suas características pessoais e respeitando-as. As famílias de acolhimento vão certamente trazer mais alegria às crianças e idosos institucionalizados, que estão desprovi-dos de vínculos e afetos com a sua família biológica e que verão, assim, uma oportunidade de sair do local da instituciona-lização e viver esta época natalícia de forma mais alegre, natural, mais familiar e saindo da rotina habitual. Dando, assim, expressão ao que realmente é deve ser Natal.

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O forno quente liberta aromas pelo ar que aguçam paladares e olhares curiosos. Na bancada de mármore, que também

pode ser de madeira, adivinham-se manchas de farinha, frutas perdidas, cascas de batatas com cheiro a terra por aqui e por acolá, batedeiras que quebram o silêncio e os livros, com receitas de uma geração, marcados por gentis nódoas de café.A azáfama de tachos, panelas e panelinhas manifestam o aproximar de uma noite feliz, noite abrilhantada e que abrilhanta corações.É noite de Natal, noite de exaltar os mais belos e puros sentimentos de união, de noção de pertença e de família. O principal está bem no interior de cada um de nós e naquilo que carregamos no nosso baú de recordações e memórias.Assessório a esta convicção central existem os rendilhados que em-belezam e que podem aperfeiçoar este quadro pintado de fresco. A ementa, as delícias líquidas e as decorações. Com a devida mestria podemos conciliar versatilidade, criatividade, cunho próprio e as-petos financeiros, não invertendo as prioridades e o fulcral desta quadra natalícia

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emeNta de NatalA comummente designada ementa natalícia poderá sofrer pequenas alterações, rompendo com o convencional, tornando-se mais simples, prática e económica, não esquecendo uns pequenos toques de requinte.

sugestões de eNtradas

por Ana (receitasfaceisrapidasesaborosas.blogs.sapo.pt)

“Sou mãe, esposa e nutro grande paixão pela comida e por cozinhar, e claro pela minha família e pela vida.”

Tostas com CebolinhoIngredientes-tostas-queijo mozarela desfiado (poderá optar por outro queijo)-sal, pimenta e piripiri-cebolinho seco-rodelas de chouriço finamente cortadas-alho em pó-manteiga

Modo de PreparoPegue nas tostas e barre cada uma delas com manteiga e polvilhe com alho em pó. Ponha 2 rodelas de chouriço e coloque o queijo. Tempere com sal, pimenta e piripiri.Por cima do queijo coloque o cebolinho.De seguida, leve ao microondas, controlando o tempo, sendo apenas necessário derreter o queijo. Caso não tenha microondas poderá recorrer a uma torradeira (sem prensar).

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Tiras de Bacon com MelIngredientes-tiras de bacon-mel-pimenta preta em grão

Modo de PreparoPincele o bacon com mel de um lado e do outro. Esmague, grosseiramente, a pimenta em grão, dispondo-a de ambos os lados do bacon. Leve as tiras ao forno a tostar e retire-as quando atingirem uma coloração dourada.

Fatias de CamarãoIngredientes (para duas fatias de pão)-200g de miolo de camarão-3 dentes de alho picados-1 colher de sobremesa de creme de marisco em pó (dissolva a colher em meio copo de vinho)-2 fatias grandes de pão-2 ovos de codorniz (ou normais) cozidos-coentros picados-cebolinho q.b.-queijo parmesão ou mozarela ralado q.b.-sal, pimenta e pimentão-doce em pó-manteiga de alho para barrar (esmague um dente de alho juntamente com a manteiga)-2 colheres de azeite + 1 colher de manteiga-1 malagueta-cocô ralado

Modo de PreparoRefogue o alho no azeite, junte o miolo de camarão e tempere com o sal, pimenta, pimentão e malagueta. Deixe o miolo de camarão ganhar a cor avermelhada e regue-o com a mistura do vinho e creme de marisco, polvilhando com coentros. Torre as fatias de pão, barre-as com a manteiga de alho e cubra-as com o miolo de camarão. De seguida, polvilhe com cebolinho e disponha o queijo desfiado. Para finalizar, enfeite com os ovos cozidos e polvilhe com cocô ralado. Leve ao forno para gratinar e sirva de imediato.

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Folhados de queijo com nozIngredientes-1 queijo brie-1 pacote de massa folhada fresca-miolo de noz q.b.

Modo de PreparoCorte a massa folhada fresca em círculos, pode recorrer a uma caneca para que assumam o mesmo diâmetro. Leve os círculos de massa folhada ao forno a 180º, durante 15 minutos. Deve vigiá-los, sendo apenas até atingirem uma coloração dourada. De seguida, corte cada círculo a meio, numa perspetiva horizontal. Por cima de cada metade coloque duas fatias de queijo e disponha no topo um miolo de uma noz.

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sugestões de pratos priNcipais

por Ana Paula, Ana Martins, Ana Carolina, Natália Augusto, Tamara Cecília, Walnize Carvalho (saborehistorias.blogspot.pt)

“Este é um espaço para as nossas receitas favoritas, principalmente as de família. Vamos misturando as nossas histórias com receitas e dicas de cozinha. Gostamos, as seis, tanto de

escrever quanto da boa mesa, ou seja, de cozinhar e comer (as ordens vão-se alterando conforme os dias).”

Bacalhau com NatasIngredientes-2 postas de bacalhau grandes-1 kg de batatas-3 cebolas grandes-1 l de leite-2 pacotes de natas-sumo de 1 limão-2 colheres de sopa de farinha-1 colher de sopa de manteiga- azeite-folhas de louro-sal, pimenta, noz moscada q.b.

Modo de PreparoCoze-se o bacalhau, deixa-se arrefecer, retiram-se peles e espinhas e separa-se em lascas generosas. Fritam-se as batatas em cubos largos, deixando-as apenas alourar. Por sua vez, cortam-se as cebolas em rodelas finas, deixando-as em azeite, com lume brando, adiciona-se uma folha de louro, aguardando que atinjam uma coloração esbranquiçada. Paralelamente vai-se fazendo o molho branco. Ao preparado de cebola juntam-se as lascas de bacalhau, tempera-se com noz-moscada (para quem apreciar poderá colocar também malagueta) e vai-se mexendo, salteando os elementos. Só após este processo se juntam as batatas “mal fritas”, envolvendo-as no restante preparado.Paralelamente prepara-se o molho branco. Ferva o leite. Num outro recipiente derreta

prato de peixe

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a manteiga, junte a farinha e mexa bem até obter uma pasta homogénea. Aos poucos acrescente o leite, mexendo constantemente para não empolar. Deixe cozinhar por alguns minutos e tempere com sal, noz-moscada e pimenta. Ao molho branco juntam-se as natas e reajusta-se o tempero.Para finalizar, cola-se o preparado de bacalhau e cebola num tabuleiro, rega-se com o molho e vai ao forno cerca de meia hora. O objetivo é deixar o gratinado alourar. Sirva com uma salada verde.

Perú Recheado com CastanhasIngredientes-perú-300 gr de castanhas cozidas e amassadas-100 gr de bacon em cubinhos-100 gr de passas brancas-100 gr de nozes-100 gr de amêndoas

Modo de PreparoFrite o bacon. Quando alourar junte as castanhas amassadas e deixa apurar o sabor. De seguida, desligue o fogão e acrescente as passas, as amêndoas e as nozes. Deixe o preparado esfriar e recheie o perú. No final, deverá ir ao forno, assando como usual.

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sugestões de sobremesas

Tronco de NatalIngredientes Gerais-300 gr de açúcar-200 gr de amêndoa em pó-50 gr de farinha-10 ovos-margarina para untar e papel vegetalIngredientes para o Creme-400 gr de chocolate em barra-50 gr de açúcar-2 dl de natas-0,5 dl de leite-1 colher de sopa de manteiga

Modo de PreparoInicie a receita pelo creme. Leve um tacho ao lume com açúcar, leite e natas, mexendo até ferver. Retire do lume, adicione o chocolate previamente picado e a manteiga e mexa até que o chocolate fique totalmente dissolvido. Forre dois tabuleiros com papel vegetal e unte-os com margarina. Ligue o forno a 180 graus. Numa tigela grande, bata as claras em castelo firme com o açúcar, junte as gemas e mexa. Adicione a farinha peneirada com a amêndoa em pó e envolva cuidadosamente até ficar sem grumos. Coloque 1/3 da massa num tabuleiro e a restante no outro forno. Leve os dois tabuleiros ao forno, o que tem menos massa aproximadamente 12 minutos e o que tem mais massa cerca de 17 minutos, o objetivo é cozer bem e atingir a coloração dourada.Retire do forno, desenforme, barre ambos com um pouco do creme ainda morno de modo a ficar uma camada muito fina e enrole com a ajuda de um pano. Deixe arrefecer, apare a torta maior que deverá ficar numa posição central. Corte a torta mais pequena e disponha as metades da torta dos lados de modo a criar a estrutura de um tronco, barre tudo com o resto do creme e sirva enfeitado com decorações natalícias.

por Ana Paula, Ana Martins, Ana Carolina, Natália Augusto, Tamara Cecília, Walnize Carvalho (saborehistorias.blogspot.pt)

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Bolo Rei (de minuto)Ingredientes Gerais-3 chávenas de chá de farinha de trigo-2 colheres de sopa de margarina-2 colheres de sopa de açúcar-1 ovo-1 colher de chá de sal-2/3 de uma chávena de chá de leite-1 colher de sopa de fermento em pó-1 cálice de licor de laranja ou de vinho do porto-frutos cristalizados/secos como cerejas, passas, ameixas, nozes, damascos, amêndoas-canela q.b.-casquinha de limão ou laranja q.b.-1 colher de sopa de mel

Modo de PreparoNum recipiente coloque a farinha, a margarina, o açúcar, o sal, a canela, as casquinhas e o mel, misturando à medida que adiciona cada um dos ingredientes. Acrescente o leite e o licor e mexa novamente (caso seja necessário adicione mais farinha). De seguida, sob a superfície lise coloque o fermente. Deixe a massa descansar aproximadamente 10 minutos coberta com um pano. Faça o bolo abrindo um cilindro e fechando, unindo as pontas. Por cima disponha as frutas, parte delas devem ser previamente misturadas na massa. Pincele com a gema do ovo e leve ao forno até cozer e alourar.

Brigadeiros de NatalIngredientes Gerais-2 latas de leite condensado-2 latas de creme de leite-2 colheres de manteiga ou margarina-6 colheres de chocolate em pó-200 gr de nozes-2 colheres de licor de laranja

Modo de PreparoDerreta a manteiga e junte o leite condensado e o chocolate. Quando ferver contabiliza cinco minutos e desligue o fogão. Acrescente as nozes.Deixe arrefecer e junte o creme de leite, seguido do licor de laranja. Faça as típicas bolinhas e disponha num tabuleiro.

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por Gonçalo Costa

“as minhas primeiras escolhas de vinhos”

sugestões de viNhos

Entre filhoses, sonhos, rabanadas, bacalhau, polvo, cabrito, peru… tem de existir o vinho. E a escolha do vinho ideal fará toda a diferença na conjugação perfeita e numa consoada de 2014, simplesmente mágica.Aqui deixo as minhas sugestões:

Acompanhar o bacalhau cozido - Monte Mayor Reserva Tinto 2012 – DOC AlentejoDe cor ruby concentrada, é profundo e complexo no nariz. Sugere juventude, apontamentos de frutos vermelhos e bagas silvestres balanceadas com notas de tosta, especiarias e nuances balsâmicas. Na boca é envolvente e equilibrado, os taninos finos e a acidez atrativa, remetendo-nos para um final longo e persistente.Preço médio: 8,99 €

Acompanhar o cabrito ou o peru assado – Outrora Clássico Tinto 2010 – DOC Bairrada100% Baga. Nariz de grande complexidade com notas iodadas, minerais e nuances florais complementadas por sugestões achocolatadas. Boca de grande frescura e longevidade. Taninos envolventes e final muito longo confirmando todas as notas aromáticas.Preço médio: 29,50 €

Acompanhar o polvo – Afectus Vinho Verde 2013 – DOC VerdeRigorosamente opaco na cor, apresenta um aroma muito interessante, com boas notas de madeira a darem uma nota de modernidade a este vinho. Na boca é confirmado o estilo, cheio, de acidez elevada.Preço médio: 7 €Acompanhar os doces fritos da consoada - ALAMBRE 10 ANOS - DOC.MOSCATEL DE SETÚBALDe cor dourado carregado, aroma a casca de laranja, alperce, nozes, mel e erva-doce.Preço médio: 15 €

Tenham uma boa consoada. Bons Vinhos

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Irish CoffeeIngredientes-45 ml de whisky (irlandês)-1 colhe de chá de açucar-100 ml de café quente-50 ml de creme de leite frescoModo de PreparoO copo onde serão dispostos o café e o whisky deverão, no seu conjunto estar numa temperatura quente. Por último, o creme de leite fresco deve ser derramado sobre a parte convexa de uma colher, para que não se misture. Poderá adicionar um toque de chantilly.

MojitoIngredientes-1/2 copo de água com gás ou soda (aproximadamente 100 ml)-1 dose de rum branco (nota: poderá recorrer ao Bacardi)-1 colher de sopa de açucar-1 ramo de hortelã (uma média de 10 a 12 folhas)-gelo picado-sumo de limão

Modo de PreparoNum primeiro momento coloque no copo o sumo de limão, a água com gás, o gelo picado e o ramo de hortelã. A alma de um bom mojito está no amassar/esmagar bem a hortelã. De seguida, acrescente o rum e o gelo. Pode decorar o copo com um toque de hortelã para conferir um ar mais elegante.

sugestões de driNks e cocktails

por Diogo Graça

“as bebidas transformam-se no que se poderia designar - companhia ideal. Refrescam, aquecem, adoçam, arrepiam, indo de encontro às vontades e aos desejos daquele momento.”

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Dry MartiniIngredientes-60 ml de London Dry Gin-60 ml de Vermute Seco-azeitonas verdes

Modo de PreparoAos ingredientes clássicos poderá ainda adicionar um pouco de sumo de limão e gelo picado, mexendo bem para misturar todos os ingredientes. Como retoque final posicione, na perspetiva diagonal, um pau de laranjeira com uma a duas azeitonas na extremidade.

AfroditeIngredientes-3 morangos (ou frutas vermelhas)-300 ml de champagne ou cidra-1 lata de leite condensado (em proporção ao estado liquido da mistura)-cubos de gelo

Modo de PreparoPode optar por uma versão mais clean e passar a totalidade dos ingredientes pelo liquidificador ou deixar alguns frutos de parte para cortar em pequenos pedaços para conceder alguma textura à bebida.

Sex on the beachIngredientes:-1 dose de vodka gelada-1 dose de sumo de laranja-7 gotas de xarope de groselha para conferir cor-1/2 dose de licor de pêssego-2 pedras de gelo moídas

Modo de PreparoMisture todas as bebidas num shaker com exceção da groselha que deverá aplicar apenas no fim, conferindo um efeito decorativo.

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CosmopolitanIngredientes:-40 ml de vodka-10 ml de licor de laranja-10 ml de sumo de arando-1 lima média-1 laranja média

Modo de PreparoEm primeiro lugar arrefeça o seu copo. Para o efeito, encha-o de gelo e deixe que este faça a sua ação enquanto prepara a bebida. Num copo de mistura (shaker) combine a vodka, o licor de laranja e o sumo de arando. De seguida, corte a lima a meio e reparta cada metade em quatro partes iguais. Esprema duas fatias para o misturador e coloque-as dentro do mesmo. Encha o copo de mistura com gelo fresco. Misture vigorosamente durante cerca de 20 segundos. Coloque a peneira/crivo sob o copo e verta o conteúdo do misturador, evitando que caía o gelo. Para finalizar adicione guarnição, colocando na lateral do copo uma meia rodela de limão e laranja

Cuba LivreIngredientes:-50 ml de rum escuro-1 colher de sopa de sumo de limão-1 rodela de limão-coca cola suficiente para completar o copo-cubos de gelo

Modo de PreparoPor cima dos cubos de gelo verta o rum e o sumo de limão, mexendo de forma enérgica. De seguida, completo com coca cola e decore com uma rodela de limão interna ou na lateral do copo.

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por Sílvia Portela

“há coisas tão simples e até divertidas de se fazerem que são económicas e recriam na perfeição o espírito desta quadra”

sugestões decorativas

Coroas de NatalAproveite as caixas de papelão/cartão que tenha por casa e com elas crie bases para construir coroas de natal. Com recurso a dois moldes circulares (por exemplo bacias ou tachos) decalque um círculo externo maior e, no seu interior, um círculo menor. Após recortar a base poderá decorá-la com diferentes materiais de desperdício ou restos de tecido. Poderá colar rolhas; molas de madeira; cortar tirinhas de sacos de plásticos ou de tecido atando-as à volta do suporte com os nós voltados para o mesmo lado. Para finalizar poderá recorrer a tinta de spray ou de guache para colorir os materiais, podendo também aplicar um laço no topo central, ou pequenos pedaços de ramos de azevinho.

Pendentes Para a Árvore de NatalReutilize rolos de papel higiénico ou de papel de cozinha. Corte o rolo em tiras de aproximadamente 1 cm|1,5 cm. Achate ligeiramente um dos lados do círculo e una cinco tiras colando-as até cerca de meio diâmetro. Fixe os pontos de união com molas para que a cola seque e segure de forma eficaz. Tenha o cuidado de, numa das uniões que colar, aproveitar para segurar as pontas de uma linha que depois servirá para pendurar as flores na árvore.

Silvia Portela e Mariana Coutinho

Centro de Dia, Centro Social Paroquial

Maria da Glória

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Um odor faminto que percorre uma casa que, na

verdade, é um lar. Uma correria desenfreada de

petizes num vaivém apressado que em pura traquinice

“roubam” este doce e aquele petisco. Os cocktails enfeitam

mãos ansiosas de adultos perante um momento que se

adivinha ser de família, ser feliz, ser de viver e de vida.

As luzes piscam delicadamente, dando brilho, dando vida

e relembrando, em jeito simbólico, a época festiva que se

anuncia.

Conversas adultas entre risadas companheiras, toques

que envolvem, afetos que se trocam, olhares que se

cumprimentam em cumplicidade.

A árvore é rapidamente abraçada por presentes, por

miminhos para este e para aquele.

Os temperos e os líquidos felizes compõem um cenário, um

serão cheio de partilha e bem-querer. As especiarias falam

de amor, os manjares aquecem os corações e as bebidas

delicadas agraciam os momentos.

O Homem tem o poder de criar e recriar as mais belas

molduras, com pitadas de espírito, doses de imaginação,

cozeduras de criatividade e suspiros de amor.

Um Feliz Natal

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SIM temos 7 projectos nacionais que apoiam 5 mil pessoas.

SIM há idosos que dependem do nosso auxílio.

SIM estamos com os grupos mais vulneráveis e excluídos.

SIM prestamos acompanhamento a jovens com poucos recursos.

Por todos eles precisamos do seu SIM.

Médicos do Mundo, Av. de Ceuta (Sul),

Lote 4, Loja 1, 1300-125 Lisboa

Tel: 213 619 520 | Fax: 213 619 529

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Outras formas de ajudar em www.medicosdomundo.pt/como-contribuir ou em

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Diga SIM fazendo o seu donativo através do NIB 0035 0551 00009108930 59.

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Quem é Quem?di

reito

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serv

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Diana TaveiraPoderia ser só mais um nome, mais um Humano de nacionalidade

portuguesa, género ou sexo (usando terminologia que agrade

a diferentes equações e explicações lógicas) feminino. Poderia

ser anónima na escala nacional, poderia tudo… não fosse um

espírito de aventura, que ilumina e deixa iluminar. Não fosse

a luta, o caminho, que se calcorreia, e a conquista que se

merece.

Há uma vontade, não uma vontadinha, de ir além, de procurar

respostas, de ser a voz que elucida, que expõe. Há uma vontade

de ultrapassar barreiras e de chegar lá, no topo que é quase

sempre longe.

Percorrem-se lugares, cidades, pessoas, experiências,

saberes. Tudo se faz, tudo nos transforma e tudo nos aproxima

do que ambicionamos.

Um exemplo, um nome que é nosso, um nome que será do

mundo.

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”Eu entrei em Coimbra uma menina e saí uma mulher...

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Quem é Quem?Diana Taveira, menina e moça, natural de Vila Nova de Famali-cão. Que memórias e que sau-dades de uma infância em terras nortenhas?O ambiente em Famalicão é mui-to acolhedor, toda a gente se co-nhece e é tudo perto, uma cidade pequena que tem várias cidades com muita qualidade de vida a apenas 15 minutos de distância, como Braga e Porto. Sempre dis-se e sempre irei dizer que Fama-licão é a cidade certa para se ter família, é daqueles sítios em que as crianças ainda andam à vonta-de na rua, e onde existem vários espaços e atividades para se pas-sar o tempo. Na minha infância não tinha momentos aborrecidos a morar nessa terra, simples-mente porque é uma cidade feita para jovens, com uma realidade adaptada a esse mesmo factor.

Coimbra, ponto central na forma-ção profissional e pessoal. A As-sociação Académica de Coimbra surge quase como segunda casa, qual o significado das tardes pas-sadas pelos corredores da asso-ciação? Quanto do orgulho em ser uma mulher com papel de re-levo numa instituição como esta e que te proporcionou também estofo extra para o que foste conquistando profissionalmente? Quais as recordações da cidade do conhecimento que te acompa-nham e aconchegam? Eu entrei em Coimbra uma me-nina e sai uma mulher, antes de Coimbra não tinha muita no-ção do contexto real do país, até porque cresci num meio muito protegido e sempre me conside-rei uma privilegiada e grata por causa disso. Ao chegar a Coim-bra tive contacto com o país real,

nomeadamente porque me en-contrava numa turma que cer-ca de 70% tinham e precisavam efetivamente de Bolsa de Estudo, e logo desde cedo tentei compre-ender e conhecer melhor esse lado da experiência universitária, sem nunca pensar em envolver--me diretamente nessas lutas, simplesmente sempre fui interes-sada em conhecer outros contex-tos de vida. Ao longo do primeiro ano comecei a participar muito ao de leve no meio associativo e a frequentar esses corredores da AAC mas simplesmente por uma questão de identidade Coimbrã, cidade para a qual o meu pai tan-to me pediu para ir estudar. Com o passar do tempo, muito em parte devido a estar numa facul-dade muito interventiva quanto ao associativismo, comecei a co-nhecer pessoas que estavam li-gadas à AAC, não simplesmente porque faz parte da experiência universitária, mas que participa-vam ativamente e estavam na linha da frente de muito do que acontecia no ensino superior, na UC e na AAC. E por isso come-cei a frequentar as Assembleias Magnas.Algo que nunca me esquecerei, é da primeira vez que ouvi a sec-

ção de fado nos seus habituais ensaios enquanto passava pelo corredor. Nunca me esquecerei do grito académico na tomada de posse de 2011, quando assumi a

presidência da Assembleia Mag-na. Nem nunca me esquecerei da cerimónia da Tomada da Bastilha em que subi à Cabra.Mas de Coimbra guardo muito, amigos para a vida, jantares, noites sem fim com experiências inesquecíveis, a envolvência das campanhas para a Direção Geral e o quanto isso aproximava as pessoas de várias faculdades que de outra forma nunca se teriam conhecido, a Refeição de Vida e os vários projetos sociais que tanto gosto me deram em parti-cipar, a preparação das manifes-tações... são quatro anos de AAC e tantos momentos, demais para os enumerar um a um, que me definiram enquanto pessoa.

De um ponto norte para o mun-do. Com a mudança para Coim-bra onde frequentaste o ensino superior e, posteriormente, para o meio Lisboeta, que retratos e bagagens, que diferenças e se-melhanças?Em Lisboa, as relações são muito mais difíceis de estabelecer, em Famalicão toda a gente te esten-dia a mão, e em Coimbra todos se queriam conhecer e partilhar histórias de vida genuínas, na capital sente-se um ambiente mais individualista. Encontro-me a trabalhar e a estudar em Lis-boa atualmente e nos dois meios existe muita competição, a maior parte das vezes desnecessária, o que torna tudo mais difícil. Mas por outro lado, por causa disso mesmo, olho para o meu contex-to profissional atual como algo altamente desafiante, e since-ramente, em Portugal, não me imagino noutro sítio para iniciar a minha vida profissional. Algo se-melhante a todas essas cidades,

Algo que nunca me esquecerei, é da primeira vez que ouvi a secção de fado nos seus habituais ensaios

enquanto passava pelo corredor.

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Quem é Quem?é que não há melhor lugar para viver do que em Portugal, em qualquer parte do país é possível ter uma qualidade de vida muito elevada, e cada local se adapta a um determinado momento da nossa vida.

Nasce-se com uma predisposi-ção para o mundo das artes e da comunicação ou o instrumental necessário cria-se em função das experiências? Que vivências te indicaram o que seria um rumo certo?Sempre gostei de comunicar e in-tervir, de conhecer e tentar com-preender tudo o que me rodeia, e sempre gostei de ter voz em tudo o que faço, eu acho que já nas-ci com esta predisposição, mas o percurso que fiz em Coim-bra contribuiu em muito para me preparar melhor para este mundo.

O mundo da comunicação, televisivo e demais variantes, exige e é exigente. Como sur-giu a ida ao casting para apre-sentadora da MTV e quais os passos e oportunidades que se seguiram?A ida ao casting da MTV foi espontânea mas muito con-centrada e preparada, pois sabia exatamente o que pre-tendia dessa exposição. Ganhei a etapa de Lisboa e fiquei finalista nacional, embora não tenha ven-cido, abriu-me portas para ou-tros canais, sempre gostei de te-levisão e tudo o que isso envolve e a oportunidade mais imediata que tive de seguida, foi a produ-ção de um programa de televisão na SIC Mulher, o que me permitiu conhecer o meio e compreender como tudo se procedia, depois

comecei a ter contacto com vá-rias produtoras e acabaram por surgir convites para apresenta-ções e reportagens de pequena escala em eventos empresariais, o que me deu uma grande ex-periência e portefólio (ou seja, muitas horas a gravar e muitas noites mal dormidas, mas quem corre por gosto não cansa) o res-to surgiu naturalmente, ao enviar os portefólios dos meus trabalhos acabei por ter o convite para os canais por cabo. A palavra mais importante que aprendi ao longo dos anos é LUTAR, nunca desistir, acreditar sempre em nós, mes-mo quando os outros não acre-ditam. E posso até adiantar, sem dizer nada ao mesmo tempo, mas no inicio do próximo ano irei

começar um novo projeto num canal aberto ao público, mas aí está, nunca desistir, correr sem-pre atrás, nunca baixar os bra-ços, bater a todas as portas, por mais cliché que pareça é assim que tenho levado a minha vida profissional.

Com um portfólio rico e diversifi-cado, como resumirias a tua ex-periência profissional e quais as

que destacarias como mais mar-cantes e enriquecedoras?Não consigo fazê-lo, porque aprendi em tudo e com tudo o que fiz, tudo contribuiu e tudo me enriquece mais e me faz sen-tir cada vez mais bem preparada a nível profissional, porque mes-mo com os erros, aprendemos.

Uma vida de viagens, de desa-fios, trabalho e dedicação. Será que o ganhar no profissional im-plica sacrifícios aos níveis pesso-al e familiar? Como se conjugam dois mundos tão basilares mas, em alguns pontos, concorrentes?Eu acredito que tudo seja possí-vel é uma questão de paciência e prioridades, mas acima de tudo, organização de tempo. Ainda por

cima, hoje em dia com as no-vas tecnologias podemos fa-zer com que amigos/família que se encontrem a quilóme-tros de nós, se sintam inte-grados na nossa vida diária, partilhando o que fazemos com quem gostamos quer seja através de um telefone-ma ou de uma mensagem. Nunca nos podemos esquecer de “quem são os nossos”.

Como projetas o teu futuro? Daqui a uns anos, onde gos-

tarias de estar e com quem?Com quem é simples, sempre com os meus pais por perto, pois esses sempre foram a minha base, quanto ao resto, gosto de desafios e quando acho que um projeto deixa de o ser, parto para outro objectivo, com a minha li-nha de pensamento, é muito di-fícil definir o meu futuro. Mas acredito que vai ser interessante de certeza!

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”A palavra mais importante que aprendi ao longo dos anos é LUTAR, nunca desistir, acreditar sempre em nós, mesmo quando os outros não acreditam.

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Um livro: Qualquer livro de Isabel AllendeUm filme: Sou mais de Séries, Scandal por exemploUma música: : India.Arie – Strength, Courage and WisdomUm desporto: Viajar ;)O sorriso mais bonito: Tomás, o meu bebé (sobrinho)O que é indispensável: Conversas com os amigos, acompanhadas de um bom vinhoO que não tolera: Ignorância (nesta era da infor-mação)O maior medo: Expectativas demasiado altasUma missão de vida: Orgulhar os meus pais

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Dina Marli NóbregaLicenciada em comunicação, cultura e organizaçõesU. Madeira

DestaqueMais do que um presente, um ser

No Natal, muitos são aqueles que se dirigem às associa-ções de animais para adotarem um cão ou gato bebé, de for-ma a presentearem um familiar, amigo ou mais-que-tudo. São várias as razões para ter um companheiro destes em casa. Estudos demonstram que ter um animal de estimação é benéfico para saúde, como o de Katcher em 1984, que des-cobriu que observar um peixe num aquário é “tão eficaz em diminuir a ansiedade em pacientes aguardando uma cirur-gia dental como a hipnose” e que acarinhar um cão ou gato “é uma atividade rítmica e repetitiva que pode atuar como foco inconsciente de meditação.

Recentemente houve um vídeo que se tornou viral e que captou na perfeição essas emoções animais que às nossas tanto se assemelham. Neste sábado, um macaco resgatou ou-tro nos carris de uma estação rodoviária em Kanpur, Índia, retirando-o do local e tentado, por vários minutos, reanimar o animal que tinha sofrido uma descarga elétrica, depois de este ter perdido a consciência. O amigo tentou de tudo, inclusive morder e jogá-lo para uma vala com água, conse-guindo finalmente, com o olhar atento de vários passageiros, salvar o seu companheiro. São inúmeras as filmagens, para além desta, de animais a demonstrarem sentimentos de en-tre bondade, tristeza, medo e muitos outros, atribuídos ape-nas a espécie humana. Para aqueles que nem no que veem acreditam, este facto foi comprovado cientificamente em 2012, por uma equipa de neurocientistas, de entre os quais o canadiano Philip Low, que afirmou, após uma análise de dados científico, que “os seres humanos não são os únicos a

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apresentarem estados mentais, sentimentos, ações intencio-nais e inteligência”.

Um animal de estimação é um companheiro para a vida, guia os cegos, diverte os mais pequenos, consola os mais adultos, dá esperança aos idosos. Mas também precisa de ca-rinho e atenção, também sofre e fica doente. Há quem diga que só lhes falta falar, eu digo que os seus atos valem mais do que mil palavras.

Ao contrário deles, o ser humano é traiçoeiro e é capaz de abandonar quem tantas alegrias lhe deu. ¬No entanto, a população está cada vez mais consciente em relação à defesa dos animais de estimação. Uma prova disso é a lei que entrou em vigor a 1 de outubro deste ano, que se irá encarregar-se de “quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus-tratos físicos a um animal de compa-nhia” punindo “ com pena de prisão até um ano” ou “pena de multa até 120 dias”.

A adoção de um cão é uma excelente iniciativa mas, tal como a maior parte das coisas boas na vida, ter um bichinho de estimação dá trabalho. Ela é sempre bem-vinda, tendo em conta que a maior parte dos abrigos no país estão sobrelota-dos, mas não há que esquecer que estes não são brinquedos, são sim seres vivos que requerem atenção e têm sentimentos tal como os humanos. Antes de levar um animal para casa há que lembrar ele será um companheiro durante anos e será mais fiel do que muitas pessoas que encontra na vida. Um cão que não roa, não ladre nem faça cocó, não é cão, é o pai natal… não existe!

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info flashes por Dina Marli NóbregaOs Simpsons completam 25 anos de existênciaA 17 de dezembro de 1989, Os Simpsons sentam-se, pela primeira vez de muitas, no seu famoso sofá. A série de animação surgiu graças ao de The Tracey Ullman Show em 1987, onde ainda como pequenos sketches conquistaram o público norte--americano, fazendo com que o canal televisivo Fox contratasse o seu criador, Matt Groening, para uma série própria. Passa-dos 25 anos, o programa que satiriza comicamente a sociedade e a classe média, protagonizado por uma família tipicamente americana, continua a ser líder de audiências. Poucos são os que não conhecem os personagens principais da série e a expres-são “D’oh” de Homer, que já se encontra inclusive em diversos dicionários. Com mais de 500 episódios, 100 prémios, uma es-trela no Passeio da Fama de Hollywood e a 27ª temporada confirmada para 2015, o seu êxito não tem sinais de abrandamento.

Corpos de oito crianças encontrados numa casa em AustráliaA Austrália ainda recuperava do choque do sequestro das 17 pessoas num café de Sydney quando outro crime colocou a população em alvoroço. No dia 19, três dias depois do rapto, foram encontradas oito crianças, entre os 18 meses e os 15 anos, mortas dentro de uma habitação. Ao que tudo indica, vítimas de esfaqueamento. O irmão de sete delas deu o alerta as auto-ridades, ao chegar à sua casa em Cairns, no final da manhã. Na noite desse mesmo dia a mãe das sete vítimas e tia da oitava, foi detida por suspeita de homicídio. A mulher de 37 anos, que se encontra agora sob custódia policial no Hospital Base de Cairns, estaria também ferida com gravidade, no entanto, a polícia ainda não conseguiu averiguar se os ferimentos foram ou não autoinfligidos. A polícia de Queensland revelou, no entanto, que a suspeita estaria a ajudar nas investigações.

Linces-ibéricos de regresso a PortugalKatmandu e Jacarandá, dois linces-ibéricos criados em cativeiro, foram devolvidos à natureza no passado dia 16 de dezem-bro, na zona de Mértola, Beja. Estes foram os primeiros dos dez felinos que irão ser libertados nos próximos oito meses em Portugal, no âmbito de um projeto, em conjunto com a Espanha, de reforço da população dos mesmos. A libertação desta espécie que se extinguiu no país é, segundo o ministro do ambiente Jorge Moreira da Silva, um “marco histórico” fruto de um trabalho de 20 anos. Na área onde se encontram, os animais selvagens possuem vegetação arbustiva e uma zona aberta para caçarem coelhos bravos, essenciais não só à sua sobrevivência como ao sucesso da sua reintrodução, pois se não houver ali-mento suficiente procurarão noutros locais, estando mais suscetíveis a situações de perigo. Pela Estrada Nacional 267 foram ainda colocados novos sinais de trânsito, com a cara dos linces, de forma a alertar aos condutores para a sua possível presença.

Colisão frontal em Coimbra provoca um morto e um ferido gravePerto das 14 horas do dia 19, um quadriciclo, popularmente designado de mata-velhos, e um veículo ligeiro, embateram em Vila Nova de Poiares, Coimbra, provocando a morte de uma pessoa e ferindo gravemente outra. Os ocupantes do qua-driciclo, uma mulher de 76 anos e o condutor e marido, de 79 anos, tiveram que ser desencarcerados do veículo, que ficou totalmente destruído. A idosa ainda recebeu reanimação, no entanto, acabou por falecer perto do estabelecimento hospitalar. O seu esposo foi internado com uma fratura exposta e suspeita de traumatismo craniano. Do outro veículo, houve apenas a registar um ferido ligeiro, o condutor. No local estiveram 14 membros dos bombeiros locais, o INEM e ainda a GNR

A justiça tarda… mas não falha?George Stinney, um adolescente negro de 14 anos, foi condenado em 1944 pelo homicídio duplo de duas meninas. O rapaz, que ficou conhecido como a pessoa mais jovem a ser executada numa cadeira elétrica, foi absolvido esta semana, 70 anos de-pois do seu falecimento. A sua família sempre lutou para que reabrissem o processo e, este ano, a juíza Carmen Mullen con-cretizou o desejo da mesma. Na reavaliação do caso, reuniram-se provas de que existiam irregularidades nos depoimentos do adolescente e diversas evidências na sua confissão apontavam para que tivesse sido forçado. Descobriu-se ainda ligações do júri que o ouviu e condenou com a Klu Klux Klan, uma organização defensora da supremacia da raça branca, sendo o jovem declarado inocente por julgamento dúbio e falta de provas.

Skype lança tradutor em tempo realO Skype Translator, um serviço que promete colocar um fim à barreira linguística permitindo a tradução, em tempo real, das conversas entre usuários de línguas diferentes, foi finalmente lançado na semana passada. Esta funcionalidade está apenas disponível em espanhol e inglês, mas já estão a ser trabalhadas outras línguas. Comprado pela Microsoft em 2010, o Skype possibilita a comunicação por vídeo e som através de diversos dispositivos como computadores, tablets e smartphones. Os alunos de duas escolas, uma no México e a outra nos Estados Unidos, foram os primeiros a testar este novo serviço.

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Atualidade e Sociedade

O verdadeiro espírito de Natal é a nossa família

Com o passar dos anos, começo a olhar para a quadra natalícia em que estamos imbuídos de uma forma algo peculiar e diferente, como se houvesse diferentes natais, diferentes naturezas a abraçá-lo.

Em criança com a crença inquestionável da existência do pai natal (sim, eu acreditava piamente nesta meia verdade) pers-petivava esta época como festiva e repleta de presentes. Se calhar, para mentes prematuras, ainda não moldadas pela vida, havia uma associação única e direta a bens materiais.

No entanto, os embrulhos da minha infância em nada são comparáveis com os da infância do presente. No seio de uma família humilde e atendendo às constantes oscilações e dificuldades económicas, eram denominador comum os presentes úteis à vida prática e escolar, tais como: cadernos, canetas, lápis de cera, canetas de filtro dentro de uma bolsa de plástico ou meias. Sim, também recebia meias e demais derivados, mas também quem nunca os recebeu?

Recordo-me com precisão de pegar nestes presentes e de os segurar na minha mão com firmeza, eram meus, tinham sido pensados para mim, independentemente do valor que lhes tivesse associado ou dos pedidos secretos que tivesse feito ou ousado imaginar receber.

Hoje deparo-me com um cenário totalmente diferente que apesar de mais rico é, na sua essência, mais pobre. Embru-lhos tão perfeitos e coloridos que pelo seu espetáculo visual quase que dispensavam qualquer recheio. Mas não dispensam. Roupas qualitativamente e quantitativamente caras, carros e pistas rebuscadas e de tecnologia avançada, não esquecendo de referenciar novas tecnologias de ponta como telemóveis, computadores ou tablets.

Eu tinha presentes singelos, mas memórias ricas que guardo até hoje e que me avivam sobre a essência natalícia. No dia 24 de dezembro, era uma azáfama na cozinha. A minha mãe num vaivém cozinhava a doçaria típica de Natal, satisfazendo os desejos de pequenos e graúdos. Mais perto do cair da noite lá íamos, em filinha e cheios de apetrechos, rumo a casa da minha avó paterna. Era aqui que passávamos a ceia de Natal, todos juntos, em pleno conceito de família.

Entretanto os anos foram passando e hoje percebo e olho para o natal como um momento de família, em que os presentes são um extra, um acessório. O mais importante é o estarmos juntos, em união com aqueles de que gostamos e que nos são significativos, sejam eles entes de sangue ou de coração.

Desejo a todos um Santo e feliz Natal.

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Silvia RodriguesLicenciada em recursos humanos

travar o sobre-enDiviDamento

Gestão Financeira

Desde 2011, motivado pela crise, muitas famílias portuguesas tiveram de reaprender a gerir os seus orçamentos. Se em muitos casos esse reajustamento foi feito sem pôr em causa a capacidade dos agregados conseguirem cumprir com os seus encargos financeiros, noutros levou pessoas a uma situação de quase insolvência. De acordo com o Estudo de Natal 2014 da consultora Deloitte, os portugueses vão reduzir este ano o seu orçamento natalício, estimando gastar 270 euros por lar: 126 euros em presentes, 99 euros em alimentação e bebidas e 45 euros em socialização. A diminuição do rendimento líquido é o primeiro motivo apontado para essa redução de gastos, a par do nível de endividamento pessoal.

A ocorrência de situações inesperadas como doença, morte, desemprego, consumismo ou invalidez de um dos elementos da família podem fragilizar a situação económica de um agregado e levá-lo a uma situação de sobre-endividamento. Os Ga-binetes de Apoio ao Sobre-endividado mostram-se apreensivos com a situação dos reformados, sujeitos às últimas medidas de austeridade tendo que, por vezes, suportar os encargos dos filhos e netos.

Para quem tem pagamentos em falta, há várias variáveis a ter em conta: tipo de dívidas contraídas, entidade credora e o próprio momento em que deixou de as pagar, apurando se já está em verdadeira situação de incumprimento.

CUIDADOS NO CRÉDITOSe pretende contrair um emprésti-

mo para comprar casa ou carro, junte uma boa parte do dinheiro em pri-meiro lugar. Além de reduzir o seu nível de endividamento, poderá ob-ter condições de financiamento mais vantajosas.

Antes de avançar com o emprésti-mo, avalie a sua situação financeira: o total das dívidas não deve ultrapassar 35% do rendimento mensal líquido. Para escolher a melhor proposta, não se esqueça de utilizar a taxa anual efe-tiva (TAE) no crédito à habitação, e a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) no crédito ao consumo, como principal indicador comparativo.

Sempre que o orçamento familiar permitir, amortize (mesmo que par-cialmente) o crédito. Assim, pagará menos juros. Mas tenha em conta eventuais penalizações bancárias.

SINAIS DE ALARMEPor norma, é uma situação que co-

meça com sinais de falta de controlo do orçamento que vai evoluindo até o problema ganhar dimensões graves. A falta de um orçamento familiar e de um fundo de emergência, por um lado, e a existência de um peso exces-sivo dos créditos face aos rendimen-tos da família, por outro lado, levam a que o problema do sobre-endivida-mento comece, por vezes, pelo atra-

so de pequenos pagamentos. Na ten-tativa de saldar dívidas de créditos, muitas famílias acabam também por fazer mais um crédito pessoal. Não demore a reagir, identifique as entida-des com as quais está em falta (banco, Fisco, Segurança Social, prestadores de serviços essenciais, como a EDP), contacte-as e exponha o problema. Apesar de serem expectáveis alguns entraves, nenhuma destas entidades quer aumentar a lista dos seus deve-dores, e a maioria estará disponível para negociar acordos de pagamento faseado.

Considere ainda a consolidação de créditos. A ideia é juntar todos os empréstimos num só (por exemplo, o

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pessoal, o da casa e a dívida do car-tão de crédito), dando como garantia a casa ou o terreno e alargar o prazo de pagamento. Obterá uma prestação inferior à soma das mensalidades dos vários créditos. Nalguns casos, pode-rá haver um aumento dos juros pagos no final do empréstimo consolidado. Terá ainda de pagar alguns encargos, como penalizações por reembolso antecipado. Mas, para quem está em dificuldade, pode ser um preço acei-tável pela folga financeira conseguida.

Existem atualmente diversas enti-dades que prestam apoio aos consu-midores em dificuldades financeiras. Aqui ficam algumas das mais relevan-tes: Gabinete de Apoio ao Sobre-en-dividado (GAS), foi uma das primei-ras iniciativas lançadas em Portugal para ajudar as famílias a lidarem o problema do endividamento excessi-vo, foi lançado em 2000 pela DECO, tendo ajudado 152 lares no primeiro ano. A Associação Portuguesa para a Observação, Investigação e Apoio

na Reeducação em Matéria de Endi-vidamento (APOIARE); Fundação Agir Hoje; Gabinete de Orientação ao Endividamento dos Consumidores (GOEC) e a SOS Famílias Endivida-das.

A pior coisa para resolver um pro-blema é a inércia. Pelo que, conhecido e assumido o problema, importa pro-curar uma solução, cabendo-lhe a si a iniciativa.

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Luís SilvaLicenciado em economia

DeClaração De irs

Aproxima-se o final do ano e, por isso, os contribuintes têm de recolher as suas faturas que serão dedutíveis na declaração de IRS - a entregar em 2015 – relativa aos rendimentos deste ano.

Assim, fique a conhecer as principais despesas que ainda podem ser apresentadas no seu IRS.Em matéria de saúde, os contribuintes podem deduzir 10% das despesas de saúde até a um valor máximo de 838,44€ por

agregado familiar. Nas famílias com três ou mais filhos, esse limite aumenta em mais 125,77€, por cada descendente, desde que todos tenham este tipo de despesas. Para este efeito, apenas as despesas isentas de IVA ou sujeitas à taxa reduzida podem ser consideradas.

As despesas de saúde com taxa de IVA a 23% - que requer prescrição médica - podem também ser dedutíveis, mas o limite é reduzido para 65€ ou 2,5% do valor das despesas referidas anteriormente se superior.

Face ao ano anterior, as despesas de educação não sofrem alterações relevantes. Os contribuintes poderão deduzir 30% das despesas com a educação e formação profissional até a um limite de 760€ por agregado. Já nas famílias com três ou mais dependentes – e desde que todos tenham esse tipo de despesas - podem ser deduzidos mais 142,50€ por cada.

De acordo com o Código do IRS são aceites “encargos com creches, lactários, jardins-de-infância, formação artística, edu-cação física, educação informática e explicações respeitantes a qualquer grau de ensino, desde que devidamente comprovados”.

De salientar que, estas despesas “ só são dedutíveis desde que prestadas, respetivamente, por estabelecimentos de ensino integrados no sistema nacional de educação ou reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, ou por entidades reconhecidas pelos ministérios que tutelam a área da formação profissional”.

Relativamente às despesas de habitação, os contribuintes que contraíram crédito, até 31 de dezembro de 2011, para habita-ção própria e permanente podem deduzir - até um máximo de 296€ - à coleta do IRS 15% dos juros suportados. Caso tenha contraído crédito habitação, posterior a esta data, não pode fazer qualquer dedução.

As rendas da habitação permanente, quando referentes a contratos de arrendamento celebrados ao abrigo do Regime do Arrendamento Urbano, são deduzidas em 15% até um máximo de 414€.

No caso dos contribuintes que tenham o rendimento coletável no primeiro e segundo escalão, os anteriores limites máxi-mos são majorados, respetivamente, em 50% e 20%.

Quanto às pensões de alimentos, os contribuintes podem continuar a deduzir, por mês e por beneficiário, 20% com limite de 419,22€. No entanto, só são aceites os valores das pensões decididas por sentença judicial ou acordo homologado nos termos da lei civil.

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No que se refere aos encargos com apoio domiciliário, lares e instituições e apoio à terceira idade são dedutíveis 25% relativos aos sujeitos passivos, assim como os encar-gos com lares e residências autónomas para pessoas com deficiência, seus dependentes, ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam rendimentos superiores à re-tribuição mínima mensal, com o limite 403,75€.

Este ano, os contribuintes podem deduzir 25% dos do-nativos atribuídos a instituições sociais até um limite de 15% da coleta. No caso dos donativos serem concedidos

à Administração Central, Regional ou Local e Fundações deixa de existir esse limite.

À semelhança do ano passado, o contribuinte pode de-duzir 15% do IVA suportado com o limite global de 250€ nas faturas que titulem as prestações de serviços de manu-tenção e reparação de veículos e motociclos, alojamento, restauração, salões de cabeleireiro e institutos de beleza. Basta, para isso, solicitar faturas com o número de contri-buinte para o efeito.

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De feição triunfal e autor desconhecido, o “Cruzeiro do Adro”, como é comummente conhecido, encontra-

-se implantado a norte da igreja matriz de Pessegueiro do Vouga, no interior do adro, e terá sido erguido,

muito provavelmente ao tempo das importantes obras levadas a cabo pelo abade Manuel António Dias

Santiago, no primeiro quartel do século XIX.

Apresentando uma estrutura em cantaria de granito, com cerca de sete metros de altura, o cruzeiro, sím-

bolo da piedade religiosa de toda uma comunidade, assenta sobre soco de plano circular com quatro de-

graus, três de focinho saliente e um, parcialmente embutido no empedrado da bonita calçada envolvente,

de aresta boleada.

Da base da coluna, do tipo pançado, parte um fuste cilíndrico e liso, ligeiramente galbado, encimado por

um capitel coríntio de fantasia, de uma só ordem de folhas simplificadas, sobre o qual surge o remate em

forma de cruz, de secção losangular e terminações florais, cravada em globo.

VIAGENS AO PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO SEVERENSE

Pessegueiro do Vouga - Cruzeiro da Igreja Matriz

Mário SilvaLicenciado em históriaMestre em história moderna Prof. Agr. Escolas de Sever do Vouga

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Moldura: trabalho gráfico. Pintura original do prof. Feliciano Angélico, técnica mista - aguarela e desenho à pena e tinta da china

Feliciano AngélicoLicenciado em educação visual e tecnológicaProf. Agr. Escolas de Sever do Vouga

VIAGENS AO PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO SEVERENSE

Pessegueiro do Vouga - Cruzeiro da Igreja Matriz

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Nesta edição natalícia vou brindar-vos com algumas sugestões musicais vindas diretamente de Portugal, dando-vos a conhecer o trabalho de António Zambujo e de um grupo mais recente, os D.A.M.A., os quais tenho vindo a acompanhar há já algum tempo. Tomei a liberdade de fazer referência a¬ estes grandes ícones da música portuguesa visto que, no ano em questão, ambos se destacaram de tal modo que mostraram ao país e ao mundo a qualidade dos artistas e música portuguesa.

António Zambujo nasceu em Beja em 1975 e foi, desde muito cedo, influenciado pela harmonia das mú-sicas alentejanas. Desde tenra idade o músico revelou o seu apreço pelo fado e pelos demais artistas que o caracterizavam na época em questão, de entre os quais Amália Rodrigues e Maximiliano de Souza. Em 2002, Zambujo lança o seu primeiro álbum intitulado “O Mesmo Fado”, sendo este trabalho editado pela Ocarina. Este CD teve um grande êxito, sendo-lhe atribuído o prémio de “Melhor Nova Voz do Fado”. Em 2006 teve a honra de receber o prémio Amália Rodrigues na categoria de “Melhor intérprete Masculino de Fado”. O seu sucesso foi também reconhecido em 2010 pela revista Songlines, que fez questão de fazer referência ao cantor, destacando o seu álbum “Guia” como Top of the World Album.

Para além de todos estes marcos importantes na carreira de António, é ainda importante referir que o ar-tista, ao longo de todos estes anos, já fez tournées por inúmeros países, não só pela Europa mas também no continente Americano, levando pelo mundo o melhor da música portuguesa e uma arte que tanto caracteriza o nosso Portugal, o fado.

Outro sucesso deste ano são os D.A.MA, um grupo musical formado em 2006, constituído por três ele-mentos Francisco Maria Pereira (Kasha), Miguel Coimbra e Miguel Cristovinho. Estes jovens dedicam-se ao Pop-rap e ao Hip-Hop, um estilo musical um pouco peculiar devido à diversidade de géneros que misturam no seu repertório. Estes artistas têm vindo a conquistar os portugueses com o seu estilo inovador, com mú-sicas como a “Balada do Desajeitado”, “Luísa”, “As Vezes”, entre outras. Ultimamente têm-se destacado nas rádios e nas redes sociais, espalhando a boa onda e a magia que tanto caracterizam os D.A.M.A.

A seleção musical por peDro gouveia

Pedro Gouveia

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O Filme

os gatos não têm vertigens

O Livro

o monge que venDeu o seu ferrari

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Era um corpo. E estava parado, de pé, no centro da estrada.Ao volante, Carlos olhava. E o corpo, aquele corpo parado ao centro da estrada deserta naquela noite

escura, continuava ali. Imóvel. A luz do camião batia-lhe forte e, à medida em que se aproximava, ia-se percebendo, mais e mais, que a contraluz trazia a silhueta esguia e bem desenhada de uma mulher.

Medo.O que fazer quando o medo e a excitação estão em doses iguais dentro de nós?Carlos avançou. E por isso parou.O corpo parado, sempre parado, de costas. Carlos a avançar, o coração sem parar de bater mais depressa,

o coração mais rápido do que algum dia o sentira. Tocou-lhe no ombro, levemente, como se temesse ser electrocutado. E ela virou-se.

- Levante-se o arguido, por favor.Silêncio.Algumas palavras, poucas, até à palavra final:- Inocente.Aplausos, assobios, abraços. E o arguido. As palavras do arguido:- Protesto, Meritíssimo.- Protesta? O quê?- A sentença. Exijo ser condenado. Exijo ser culpado.Silêncio. Até do juiz.- Ela está morta. Por minha culpa.- Mas ficou provado o contrário.- Ela está morta. E fui eu que a matei. Nem precisei de mãos. Mas matei-a. Matei-a quando a salvei da

morte que ela queria e a trouxe para a morte que eu quis. Ninguém é mais culpado do que aquele que salva alguém da morte que esse alguém tinha planeado para o trazer para a morte que este falso salvador tem planeada. Sou um assassino, Meritíssimo. Por mais que não tenha matado ninguém.

Silêncio. A sala toda concorda, as pessoas todas concordam.Mas a lei não.

Era um corpo. E caminhava, em passo acelerado, pelas ruas apinhadas da cidade.Ele viu que era ela, que só podia ser ela. Aquele andar, aquela maneira incomparável de sugar a vida.

Seguiu-a sem uma palavra. Queria ver o que fazia, para onde ia. Andou assim algumas centenas, talvez milhares, de metros.

Até que ela se virou.

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tonaliDaDesNo inverno...

Fotogaleria

Ana Filipa SoaresLicenciada em comunicação social

A natureza que reflte os estados das pessoas.A tristeza, a desistência perante as

adversidades... e a vida e a cor dos seres que contrastam com este ambiente mais sombrio.

Fotografias tiradas no mesmo dia, um dia de dezembro

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Centro de Dia - CSPMG