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“ A FELICIDADE” em São Tomás de Aquino Por Rodrigo F. Menegatti

A felicidade em São Tomás de Aquino

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“ A FELICIDADE”

em

São Tomás de Aquino

Por Rodrigo F. Menegatti

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SÃO TOMÁS DE AQUINO

1225 - 1274

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Vida…

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• Nasceu em 1225, no Condado de Aquino (Um reino perto de Roma)

• Sua família era muito rica, seu pai era o italiano Conde Landolfo e sua mãe Teodora, faziam parte do grupo dos Condes de Aquino. Teve a oportunidade de receber toda formação possível na época. Estudou primeiro em um Mosteiro em Monte Cassino e depois na Universidade de Nápoles, a qual foi fundada pelo imperador Frederico II, foi nesta situação onde teve seus primeiros contatos com a ordem dominicana.

• Com 19 anos sentiu-se inclinado a vida monástica tendo interesse de ingressar na Ordem dos Dominicanos, fundada por São Domingos. Essa Ordem assim como a Franciscana tinha o cunho de mendicância, ou seja, era uma ordem mendicante de extrema pobreza, desapego material e vivência radical do Evangelho. Sua família repudiou essa idéia com uma oposição cerada, especialmente de sua mãe que era condessa.

• Para fugir desta pressão Tomás fugiu as escondidas para Roma, onde encerrou-se no Mosteiro de Santa Sabina. Lá ficou por algum tempo e foi enviado para Paris, contudo em sua viagem foi detido por um pelotão de soldados guiados por dois de seus irmãos que serviam as tropas imperiais que sediavam a Itália. Foi enviado novamente ao lar paterno, no castelo de Roccaseca, onde ficou detido por ordem de sua mãe que com isso pretendia afasta-lo do serviço a Igreja. Os seus ambiciosos familiares o queriam destinar a um cargo político, administrativo ou um cargo prelaticio já que a Ordem Dominicana era um tanto desconhecida e mendicante.

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• Em 1244 ingressa definitivamente na Ordem Dominicana. Esteve em Colônia para os estudos de filosofia e de teologia sob a direção do célebre mestre Alberto Magno, passou a residir em Paris, o maior centro de estudos superiores da Europa. Certa vez foi convidado por Alberto Magno a expor seu pensamento sobre uma questão que estava sendo debatida, Tomás, era chamado de “boi mudo” devido seu comportamento reservado e silencioso, expos o problema com tanta profundidade e limpidez que levou seu mestre a exclamar: “Este moço, que nós chamamos “boi mudo”, mugirá tão forte que se fará ouvir no mundo inteiro”. Daí por diante sua vida se torna totalmente dedicada ao ensino e aos estudos filosóficos e teológicos. Em 1259 recebe o grau de doutor em teologia, e bacharel em Bíblia juntamente com Boaventura. Dominava o latim, mas utilizou muitas obras em grego, hebraico e árabe.

• Depois de Paris Tomás andou peregrinando como de costume dos mestres da ordem dominicana, pelas maiores universidades européias(Colônia, Bolonha, Roma, Nápoles). Foi chamado novamente a Paris para combater o anti-aristotelismo de Averróis, defendido por Singer e Brabante, com isso escreveu o Tratado “De unitate intellectus contra averroistas” e “De aeternitate mundi”.

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Santo Alberto Magno

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• Além dos estudos e do magistério se dedicava a meditação e a oração assiduamente a adoração Eucarística e a contemplação da paixão de Nosso Senhor Jesus no crucifixo. Certa vez afirmou que aprendia mais observando a imagem do Crucifixo do que mergulhado na leitura de grandes obras literárias.

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• A convite do Papa Urbano IV, Tomás preparou a liturgia - oficio e Missa da Solenidade do Corpo de Deus( Corpus Christi ), resultando em uma maravilhosa síntese de uma Teologia Eucarística e ao mesmo tempo criou um monumento de fé e de amor a presença de Cristo na Eucaristia, compôs o poema “Pange Lingua” :

“Vamos todos louvar juntos O mistério do amor transformou o vinho e pão Pois o preço deste mundo no seu sangue e no seu corpo

Foi o sangue redentor, para a nossa salvação. Recebido de Maria, que nos deu o Salvador. O milagre nós não vemos, Veio ao mundo por Maria, basta a fé no coração. Foi por nós que ele nasceu. Tão sublime sacramento Ensinou sua doutrina, adoremos neste altar, Com os homens conviveu. Pois o Antigo Testamento No final de sua vida, deu ao Novo seu lugar. Um presente ele nos deu. Venha a fé por suplemento Observando a Lei mosaica, os sentidos completar. Se reuniu com seus irmãos. Ao Eterno Pai cantemos Era noite. Despedida. e a Jesus o Salvador. Numa ceia: refeição. Ao Espírito exaltemos, Deu-se aos doze em alimento, na Trindade eterno amor. Pelas suas próprias mãos. Ao Deus Uno e Trino demos A palavra do Deus vivo a alegria do louvor”.

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Papa Urbano IV

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IMAGEM DE SÃO TOMÁS EM ESTILO

BARROCO

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• Em 1274 foi convocado pelo Papa Gregório X, para auxiliar no Concílio de Lião. Mas foi surpreendido por uma doença súbita, que o levou a falecer no dia 03 de março de 1274 no mosteiro cisterciense de Fossanova, com 53 anos.

• Foi canonizado em 1334 pelo Papa João XXII. Sua memória litúrgica ficou fixada no dia 28 de janeiro, dia em que seu corpo foi transladado para Tolosa no ano de 1369.

• O Papa Pio XII em 1950, o declarou como “Doutor Angélico” por seu exemplo de vida, de pureza, de amor, de desapego as grandezas mundanas, de firmeza na vocação e na fidelidade a Igreja.

“ Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir .” ( SÃO TOMÁS DE AQUINO )

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Gregório X João XXII

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São Tomás com o Papa Urbano IV

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OBRAS…

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• As obras de São Tomás de Aquino podem se dividir em quarto grupos:

+ Comentários

+ Sumas

+ Questões

+ Opúsculos

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+ Comentários: à lógica, à física, à metafísica, à ética de

Aristóteles; à Sagrada Escritura; a Dionísio pseudo-areopagita; aos quatro livros das “Sentenças de Pedro Lombardo”.

+ Sumas: Suma Contra os Gentios , baseada substancialmente em demonstrações racionais; Suma Teológica , dividida em três volumes, começada em 1265, ficando inacabada devido à morte prematura do autor.

“A Suma Teológica é o céu visto da terra"

 (Pio XI, Alocução de 12-12-1924 no colégio «Angelicum» de Roma)

 

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- Questões: Questões Disputadas (Da verdade , Da alma , Do mal, ...) e Questões variadas.

- Opúsculos: Da Unidade do Intelecto Contra os Averroístas (“De Unitate Intellectus contra Averroistas”) e Da Eternidade do Mundo (“De Aeternitate Mundi”).

“Pela Lei Divina os homens estão obrigados a aceitar a verdadeira fé”

(Suma contra os Gentios, capítulo CXVIII; São Tomás) 

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São Tomás de Aquino: “Doutor Angélico”

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A FELICIDADE

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Em geral, o termo felicidade é empregado como estado de satisfação. Por esta relação com a situação, a noção de felicidade difere de bem-aventurança, em um termo mundano está restrito a satisfação dos desejos carnais e materiais, diferente da abordagem tomista que aborda a felicidade como uma satisfação interior, do espirito. A ética pós-aristotélica, ao contrário, ocupa-se exclusivamente da felicidade do sábio. O sábio é aquele que basta a si mesmo e que acha a felicidade em si mesmo, o que melhor se chamaria bem-aventurança. Plotino censura na noção aristotélica de felicidade o fato de ela consistir em que cada ser desempenhe sua função e atinja seus próprios objetivos, podendo ser perfeitamente aplicada não só aos homens, mas também aos animais e às plantas.

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• Nos estóicos Plotino, critica a incoerência que consiste em considerar a felicidade independente das coisas externas ao mesmo tempo que aponta essas mesmas coisas como objeto da razão. Para Plotino, a felicidade é a própria vida; por isso, enquanto pertence a todos os seres vivos, pertence eminentemente à vida mais completa e perfeita, que é a da inteligência pura. O sábio, em quem tal vida se realiza, é um bem para si mesmo: só tem necessidade de si para ser feliz e não busca as outras coisas ou então as busca somente porque são indispensáveis às coisas que lhe pertencem (por exemplo: ao corpo), e não a ele mesmo.

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A felicidade para

São Tomás

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  Na filosofia grega a felicidade é o fim

último e o supremo bem do homem, o que constitui o verdadeiro sentido de sua vida; na verdade, só se tinha em mira a realização imperfeita, terrena, de dito bem supremo. Várias foram às concepções acerca do conteúdo da felicidade: perguntava-se se ela era o prazer ou a posse de bens exteriores, ou a virtude, ou o conhecimento; se era dom e mercê dos deuses ou fruto do esforço próprio.

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• A mais importante determinação do conceito de felicidade deu-a Aristóteles na Ética a Nicômaco; segundo ele, a eudaimonia consiste na atividade do espírito, mediante o conhecimento da verdade, atividade essa conforme a natureza do mesmo espírito e de acordo com a sua teleologia. O prazer e a alegria são somente um eco da perfeição alcançada. Afora isso, a atitude moral virtuosa constitui um elemento essencial da felicidade, a qual, quanto ao mais, é concebida exclusivamente dentro do âmbito terreno.

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São Tomás aplicou o conceito de eudaimonia ao fim último da visão beatificante de Deus, fim que nos é dado a conhecer pela revelação. O puro eudemonismo, que vê o fim da vida humana unicamente numa satisfação concebida de maneira não teleológica, é superado pela idéia da perfeição interna da personalidade, alcançável somente na posse de Deus por meio do conhecimento, do amor, da santidade perfeita e do gozo. A doutrina cristã, com maior precisão, distingue uma felicidade natural, correspondente às capacidades e tendências da natureza espiritual, e outra sobrenatural, que, na ordem efetiva, constitui por si só o destino do homem e consiste na contemplação da Santíssima Trindade.

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• Posteriormente, advertiu-se que a felicidade não tem sentido sem os bens que fazem felizes e tendeu-se para distinguir entre várias espécies de felicidade: uma felicidade bestial, não é felicidade senão aparente; uma felicidade eterna, que é a vida contemplativa; e uma felicidade final, que é a beatitude. Santo Agostinho falou da felicidade como fim da sabedoria; a felicidade é a possessão do verdadeiro absoluto, quer dizer, de Deus, todas as demais felicidades se encontram subordinadas àquela. Tomás de Aquino usou o termo beatitude como equivalente a felicidade e definiu como: “um bem perfeito de natureza intelectual” (Suma Teológica).

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• A felicidade não é simplesmente um estado de alma, mas algo que a alma recebe a partir de fora, pois de contrário a felicidade não estaria ligada a um bem verdadeiro. Embora os autores modernos tratassem o tema de forma diferente dos filósofos antigos e medievais, há qualquer coisa de comum em todos eles: que a felicidade nunca se apresenta como um bem em si mesmo, visto que para ser o que é a felicidade é preciso conhecer o bem ou bens que a produzem. Inclusivamente aqueles que fazem radicar a felicidade no estado de ânimo independente dos possíveis bens ou males supostamente externos chegam à conclusão de que não pode definir-se a felicidade se não se define certo bem, por mais subjetivo que este seja.

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Referências Bibliográficas:

- BUENO, Silveira. Mini Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: FTD, 2000

- CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 9ª ed. São Paulo: Loyola, 1999.

- CONTI, Dom Servilho. O Santo do Dia. Santa Maria: Palotti, 1983.

- FACULDADE PALOTINA. Normas Técnicas para Trabalhos Científicos. Biblos, Santa Maria: 2002

- HUGON, Édouard. Os princípios da filosofia de São Tomás de Aquino. Tradução de Odilão Moura. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998. 318p.

- OS PONTÍFICES. Loyola. São Paulo: 2001

- PENSADORES, Os. Tomás de Aquino. São Paulo: Nova Cultura, 1996. 288p.

- REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e Medieval. Volume I. São Paulo: Paulus, 1990.

- TOMÁS DE AQUINO, Santo. Suma Teológica. Volume III. Porto Alegre: Ed. Sulina, 1980. Volumes I, II e III