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DI CAVALCANTI - 100 ANOS

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Eliane de Fátima Vieira Tinoco

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Di Cavaltanti - 100 anos / Instituto Arte na Escola ; autoria de Eliane de Fá-

tima Vieira Tinoco; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. –

São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 86)

Foco: PC-13/2006 Processo de Criação

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-7762-017-4

1. Artes - Estudo e ensino 2. Pintura 3. Retratos 4. Modernismo brasileiro

5. Di Cavalcanti I. Tinoco, Eliane de Fátima Vieira II. Martins, Mirian Celeste

III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

DVDDI CAVALCANTI - 100 ANOS

Ficha técnica

Gênero: Documentário com depoimentos e obras do artista.

Palavras-chave: Arte como experiência de vida; esboços; re-pertório pessoal e cultural; projeto poético; retratos; vida coti-diana; desenho; pintura; modernismo brasileiro.

Foco: Processo de Criação.

Tema: O homem e o artista Di Cavalcanti através do depoi-mento de amigos.

Artista abordado: Di Cavalcanti.

Indicação: A partir da 5ª série do Ensino Fundamental.

Direção: Malu de Martino.

Realização/Produção: Petrobras, Rio de Janeiro.

Ano de produção: 1997.

Duração: 16’.

SinopseConforme o título, Di Cavalcanti - 100 anos é um documentárioproduzido para complementar as exposições comemorativas docentenário de nascimento do artista, com curadoria de DeniseMattar. Tendo como cenário a cidade do Rio de Janeiro, odocumentário mostra a pessoa e o artista Di Cavalcanti por meiode depoimentos de várias personalidades, dentre elas, a atrizTônia Carrero e o arquiteto Oscar Niemeyer. A curadora Deni-se Mattar focaliza o recorte proposto das exposições comemo-rativas: Di Cavalcanti - 100 anos: as mulheres de Di e Di

Cavalcanti - 100 anos: Di, meu Brasil brasileiro, apresentadasem 1997, respectivamente, no Centro Cultural Banco do Bra-sil – CCBB/RJ e no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ noRio de Janeiro.

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Trama inventiva

Percurso criador. Olhar/sentir/pensar o que antes, simplesmen-te, não era. Cada novo olhar é um outro olhar, e assim vai sefazendo a obra. Existem vontades. Vontades de artista: proje-tos, esboços, estudos, protótipos. Vontades da matéria: resis-tir, provocar, obedecer, dialogar com o artista. Existe um tem-po: do devaneio, da vigília criativa, do fazer sem parar, de ficarem silêncio e distante, de viver o caos criador. Existe um espa-ço: o ateliê. Espaço para produzir, investigar, experimentar.Repouso e reflexão. Espaço-referência. Existe sempre a buscaincansável para o artista inventar a sua poética de tal formaque, enquanto a obra se faz, se inventa o modo de fazer. Inven-ção que, na cartografia, convoca o andarilhar pelo territórioProcesso de Criação.

O passeio da câmera

A cidade do Rio de Janeiro ganha espaço na tela. Imagens dapraia, do centro antigo, de um bondinho são regadas com mú-sica instrumental que ecoa “Tu és, divina e graciosa, estátuamajestosa”, que tanto reflete a beleza da cidade, quanto daimagem da mulata que caminha faceira olhando a câmera. As-sim começa o documentário, construindo uma atmosfera paranos contar sobre o artista Di Cavalcanti.

Acontecimentos e lugares vividos por Di Cavalcanti sãorelembrados em depoimentos de amigos, da filha e do narrador,intercalados por textos do próprio artista na voz do ator Luís Melo.A presença do artista, em vários momentos, se faz presente pelametáfora da imagem de um pincel que acaricia massas de tinta.

No documentário, há também o depoimento de Marina Montini,conhecida como a “mulata de Di Cavalcanti” por ter sido sua musainspiradora, falecida em março de 2006, aos 58 anos. Em mo-mentos intercalados, a curadora Denise Mattar fala sobre asexposições comemorativas do nascimento do artista as quaisreuniram, em 1997, trabalhos de todas as fases de Di Cavalcanti.

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As mulheres de Di mostrou as influências e a evolução da obrado artista e Di, meu Brasil brasileiro reuniu obras apresentadasem seis núcleos temáticos, apresentando uma coletânea de obrasque estavam dispersas pelo Brasil e que acabaram originandoum belo catálogo.

O documentário pode potencializar diversos focos: Forma-

Conteúdo, pousando nas formas simplificadas e curvilíneas enas cores quentes da produção do artista, assim como atemática social e nacionalista e o predomínio da figura humanaem sua arte; em Linguagens Artísticas, investigando a pintura,o desenho, a caricatura e a charge; em Saberes Estéticos e

Culturais, abordando a Semana de Arte Moderna, o modernis-mo brasileiro, as relações entre artista e sociedade; em Cone-

xões Transdisciplinares, os tipos humanos e a mulata são fontede pesquisa e em Mediação Cultural, curador, museu e centrocultural. A escolha para este material recai em Processo de

Criação, como oportunidade para olhar mais de perto a influ-ência dos amigos, da filiação a grupos de artistas, das viagensde estudo e do modelo/musa na poética pessoal.

Sobre Di Cavalcanti

(Rio de Janeiro/RJ, 1897-1976)

A vida política e social, como sempre nesse país, é praga raquítica.

Só as ressonâncias do lirismo popular ferem meus sentidos.

Di Cavalcanti

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo que pas-sa um dia a assinar Di Cavalcanti, nasce no Rio de Janeiro, nacasa de José do Patrocínio à Rua do Riachuelo, ao final do século19. Tempos de mudanças profundas no comportamento sociale político do país.

Com a morte do pai em 1914, precisa começar a trabalhar parase sustentar. Começa a Faculdade de Direito, mas percebe quesua afeição é pelo campo das artes plásticas e literatura.

Com suas idéias, tidas como revolucionárias no campo das

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artes, em busca de uma arte genuinamente brasileira, é o

mentor intelectual da Semana de Arte Moderna em 1922.

Como artista gráfico, cria as peças promocionais do even-

to: cartaz e capa do catálogo. Porém, por muito tempo, nãocontinua um relacionamento mais próximo com os outros mo-dernistas, apesar de manter contato. Sua crença política e suacondição social não permitem que se envolva com a aristocra-cia cafeeira, que patrocinava os artistas modernistas.

Pela primeira vez na França, em 1923, entra em contato comPicasso, Matisse, Léger, Jean Cocteau, entre outros. Sobre seuencontro com Picasso escreve: “Dois acontecimentos marcarama minha vida: conheci Picasso e assisti às comemorações fúne-bres de Lenine”1 . Pinta sobre a influência desses artistas euro-peus, com os quais convive, embora busque sua própria poética.

Em 1928, já de volta ao Brasil, adere ao Partido Comunista, ecomo um cronista do cotidiano, volta-se para os dois gran-

des temas que permeiam sua obra como um todo: a preo-

cupação social e a mulher. Recebe importantes premiações,tais como a Medalha de Ouro na Exposição de Paris (1937) eo Prêmio Melhor Pintor Brasileiro na II Bienal de São Paulo(1953), que divide com Volpi.

Apesar de ser mais conhecido por suas pinturas, Di

Cavalcanti também trabalha como caricaturista para jor-

nais e revistas. Cria caricaturas para a revista Fon-Fon e de-pois trabalha no jornal O Estado de S. Paulo. Sobre essa facetado artista, a historiadora Maria Alice Milliet diz: “Caricaturis-ta nato, seu desenho rápido e expressivo retém particularida-des de cada personagem, os detalhes anedóticos, em poucaslinhas insinua o corpo e seus segredos.”2 Representa, em suascaricaturas, a si mesmo e vários de seus amigos, como o ar-tista plástico Antonio Bandeira, o arquiteto Le Corbusier e opoeta Vinícius de Moraes.

O artista é também o primeiro a construir murais em pasti-

lha vítrea; linguagem que se torna moda nos anos de 1950.

Nessa linguagem, trabalha em grandes espaços, ora sozinho,

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como no Teatro de Cultura Artística/São Paulo, ora dividindo acriação com outros, como no Aeroporto de Congonhas/SãoPaulo, onde trabalha com Clóvis Graciano.

Sua cumplicidade com o desenho, a força e a beleza de seu traço,o faz trabalhar também como ilustrador de livros, cenógrafo

para o Teatro João Caetano/Rio de Janeiro e como designer

de jóias que são realizadas por Lucien Finkelstein, joalheiro efundador do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, comomostra o documentário.

Curiosamente, mantém no Rio de Janeiro, na Rua do Catete,dois apartamentos ligados pela área de serviço, completamen-te diferentes um do outro, como se pertencessem a dois mora-dores. Um abriga o pintor; o outro, o escritor. Como escritor,

além de artigos para jornais e revistas, escreve dois livros

de memórias: A viagem de minha vida: memórias – em trêsvolumes: O testamento da alvorada, O sol e as estrelas e Re-trato de meus amigos e...dos outros – (1955) e Reminiscências

líricas de um perfeito carioca (1964).

Por sua importância no cenário cultural do país e por afinidadepolítica, é indicado para ser adido cultural do Brasil na Françaem 1964, mas o Golpe Militar impede sua posse.

Di Cavalcanti produz muito na velhice. Precisa pagar dívi-das, mesmo às custas da qualidade do trabalho. O artistanão era definitivamente um preguiçoso. Não se fazia de ins-pirado nem se fiava na colaboração dos deuses. Di Cavalcantimorre no Rio de Janeiro, em 1976, e Glauber Rocha filma ovelório. A idéia do filme surgiu de uma proposta mútua dehomenagens entre o artista plástico e o diretor: Di Cavalcantiteria dito que pintaria Glauber Rocha se o diretor morresseantes dele. E que gostaria que o amigo filmasse seu funeral,caso contrário.

Di Cavalcanti é um artista que fez pacto com o prazer da cria-ção, com uma arte muito mais dionisíaca que apolínea, com agratificação dos sentidos e com um Brasil um pouco idealiza-do, mas feliz. E, desse Brasil, ele fala melhor do que ninguém.

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Os olhos da arteTudo para o artista deve ser visto com olhos de quem pode transfor-

mar o que é visto numa criação, numa descoberta profundamente

íntima. E esse é o nosso poder diante da vida.

Di Cavalcanti

Mais do que a sua própria obra de pintor e desenhista, é a to-talidade do ser humano que assina Di Cavalcanti e que se ins-taura como símbolo no modernismo brasileiro, revelado pelodocumentário por meio dos diferentes depoimentos. DiCavalcanti tem uma vida dedicada à arte e sua vida pessoal é“pontuada pela boemia e pelas amizades constituídas a partirda afinidade ou admiração intelectual”3 . De que modo essafaceta do artista se faz presente em seu processo de criação?

Para Cecília Almeida Salles4 , “O artista não é, sob esse

ponto de vista, um ser isolado, mas alguém inserido e afe-

tado pelo seu tempo e seus contemporâneos”.

Quer se trate de acontecimentos culturais, políticos e sociais,divertimento ou amores, o artista Di Cavalcanti se deixa afetare, principalmente, é afetado por pessoas. O largo predomínio dafigura humana em sua arte, por exemplo, é também uma mani-festação de seu humanismo essencial – o mesmo humanismo queo levou a ser um indivíduo da esquerda, embora não exatamenteum ativista partidário. Como Lasar Segall, Ismael Nery e Portinari,Di Cavalcanti fez do homem o objeto de sua atenção. Seus per-sonagens urbanos retratam hábitos, costumes e moda do Rio deJaneiro. O uso do chapéu, os vestidos de poá, a conversa najanela, o passeio usando a sombrinha como adereço caracteri-zam uma época, um modo de vida do século 20.

Em sua trajetória artística, recusando o caminho da abstração, atemática do artista seguiu coerente ao desvelar o universo po-pular – a favela, o malandro, a mulata – com um foco nacionalistano qual o artista liricamente, aos poucos, vai desenhando o Bra-sil. Suas mulatas com tonalidades candentes e languidez retra-tam suas musas: Maria, Noêmia, Beryl, Ivete, Marina Montini...A freqüência com que elas aparecem em suas telas acabou por

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transformá-lo, aos olhos do grande público, no “pintor das mula-tas”. Mas rotular Di Cavalcanti com esse título é, além de igno-rar uma leitura histórica generalizante, a qual do mesmo modotransforma o artista Volpi no “pintor das bandeirinhas”, escamo-tear o caráter realmente sensual e amoroso da obra de um ho-mem apaixonado e admirador da mulher brasileira.

Amigo de Rubem Braga, Vinícius de Moraes, Oscar Niemeyer,Fernando Sabino, Moacir Werneck, Carlos Lacerda, Villa-Lo-bos, Jayme Ovalle, Ribeiro Couto, Dante Milano, entre outros,Di Cavalcanti nunca ficou restrito às amizades do âmbito dasartes visuais. Talvez seja, na história da arte brasileira, o únicoexemplo de grande pintor com formação cultural de um verda-deiro homem de letras. A literatura está presente em sua vidaa ponto de ele preferir que o considerassem não como um pin-tor, mas como um intelectual que pintava.

Se o contato com os amigos, a vida boêmia, as conversas des-preocupadas, o mundo visível, enfim, é um excitante perpétuoque tudo desperta ou alimenta suas pinturas; é a imagemesboçada na mente que faz Di Cavalcanti pegar o lápis e, comodesenhista compulsivo, usar qualquer papel que tiver em mãoscomo suporte: um guardanapo, um panfleto, o verso de umrecado. O desenho de invenção inebria o artista num movimen-to de arrebatamento para a posse do que se quer ver. Algunsdesenhos servem como rascunhos; outros, como projetos, paradepois se transformarem em pinturas. Segundo Lisbeth RebolloGonçalves, para Di Cavalcanti5 :

Os desenhos são um diário íntimo, onde toma lugar a reflexão

contínua em torno da busca expressiva. Talvez, de sua veia carica-

turista advenha o gosto pelo gesto de anotar a “impressão”, como

um observador atento da realidade que o circunda, revelando fla-

shes da vida em seu estado mais amplo.

Seu processo de criação germina do entrelaçamento de suaprópria vida com a vida do país. O artista nos conta em lápis etintas, de modo tão brasileiro, o que sente e vê por meio dautilização de formas simplificadas, curvilíneas e cores quentes,em especial vários tons de vermelho, trabalhadas em uma po-ética lírica.

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Di Cavalcanti fez dos ruídos da vida potência para seu pro-

cesso de criação e esteve atento, em sua produção, à for-

mação de um repertório visual ligado à realidade brasilei-

ra, inventando um modernismo à brasileira, um modernis-

mo feito, como ele dizia, de “lirismos brasileiros”.

O passeio dos olhos do professorComo leitor deste documentário, seu olhar atento e minuci-oso poderá capturar cada cena, cada frase e o modo como amúsica embala com intensidade amorosa as imagens. Ob-servando as obras, as falas dos depoimentos e a imagem dopincel que acaricia a tinta sobre a tela, você poderá imaginarcaminhos por onde investigar o universo de Di Cavalcanti.Para ajudá-lo na leitura do documentário, oferecemos umapauta do olhar:

O que o documentário desperta em você?

A presença do artista através de textos falados pelo ator LuísMelo invoca possibilidades de entradas no documentário?

O documentário lhe faz perguntas? Instiga em você quaisquestionamentos?

O documentário oferece elucidações sobre fatos da vida doartista e do momento histórico em que ele viveu?

Os movimentos de câmera lenta apresentando a cidade, ascenas de bar e o ateliê são provocativos para outros olhares?

As histórias contadas pelos amigos do artista são propo-sitoras de conversas com os alunos? De que modo utilizá-laspara aproximar os alunos do artista?

Os cortes, o fundo musical contínuo e a inserção de cenasproduzidas que contam uma história paralela oferecem opor-tunidades de olhares diferentes?

O que você imagina que chamará mais a atenção de seusalunos? O que causará estranhamento?

qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpan

espaços sociais do saber

museus e centros culturais, Centro Cultural Banco doBrasil – CCBB/RJ, Museu de Arte Moderna – MAM/RJ

agentes

curador

MediaçãoCultural

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

militância política, tipos humanos

ndo

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade

temáticas

forma expressiva, linha, cor

figurativa: retratos, figuras humanas,vida cotidiana, cultura popular, carnaval

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte modernismo brasileiro

artista e sociedade, cronista do cotidianosociologia da arte

Linguagens Artísticas

artesvisuais

meiostradicionais

desenho, desenho de observação, pintura, mural, mosaico

ilustração, caricatura, produção gráfica, charge

linguagensconvergentes

Processo deCriação

ação criadora poética pessoal, esboços, arte como experiência de vida

repertório pessoal e cultural, projeto poético,leitura de mundo, observação sensível; atitude crítica

referências de artistas, amigos, filiação a gruposde artistas, viagens de estudo, modelo/musa

potências criadoras

ambiência de trabalho

produtor-artista-pesquisador projeto poético e ético

material educativo para o professor-propositor

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As anotações que você fez podem indicar caminhos para otrabalho em sala de aula. Dessas anotações, o que vocêpercebe como indicadores para uma pauta do olhar especí-fica para seus alunos?

Percursos com desafios estéticos

No mapa potencial deste documentário, são indicados cami-nhos possíveis, com diferentes conexões. Escolhemos o focoProcesso de Criação como uma das possibilidades para in-vestigação das sutis influências da vida pessoal no fazer artís-tico. É a partir desse foco que proposições pedagógicas forampensadas neste material. Mas é, também, sua leitura e seusinteresses que poderão fazer você caminhar com o docu-mentário na direção que quiser.

O passeio dos olhos dos alunos

No documentário, Oscar Niemeyer, diz:

Quando eu ia a Minas, a Brasília ou a São Paulo, nós íamos juntos.

E era engraçado, ele estava sempre bem disposto. Eu lembro que

às vezes ele cansava e queria parar, ele dizia: Vamos parar para

jogar bilhar e comer croquetes?

Apresentando esta fala, você pode pedir aos alunos, orga-nizados em duplas, para que imaginem um texto rápido,no qual duas pessoas dialogam inserindo essa fala. Depoisda apresentação dos textos, converse com os alunos, per-guntando: o que vocês gostam de fazer durante uma via-gem com amigos? É comum ver mesas de bilhar nos pos-tos de combustíveis ou bares na beira das estradas? Quemvocês imaginam que são as pessoas que estão conversan-do? Após a conversa, o documentário pode ser exibido apartir da fala de Niemeyer. O que surpreende os alunosapós a exibição? O que eles conhecem sobre OscarNiemeyer e sobre Di Cavalcanti? Para eles, a relação comos amigos, a vida pessoal do artista, pode ser provocado-ra de um processo de criação?

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Em 1997, uma das exposições comemorativas do centenáriode nascimento de Di Cavalcanti é As mulheres de Di que trazalguns dos trabalhos mais importantes do artista, como Cin-

co moças de Guaratinguetá (1930) e ainda retratos de suasmusas. Para a leitura dos alunos, você pode apresentar obrasde Di Cavalcanti com a temática da mulher brasileira e, sen-do possível, a obra Mulata com pássaro, que retrata MarinaMontini, a qual posava para o pintor quase diariamente entre1969 e 1976. Durante a leitura, como os alunos percebem omodo como Di Cavalcanti representa a mulata? Quais solu-ções plásticas o artista utiliza para apresentar a sensualida-de da mulher brasileira? O que os alunos entendem por“musas”? O que eles pensam sobre o artista retratar suasmusas? Após a conversa, exiba o documentário a partir dodepoimento de Marina Montini. Há estranhamento entre aMarina Montini do documentário e da pintura?

Outra possibilidade de entrada no documentário é pela vozdo ator Luís Melo falando o primeiro texto de Di Cavalcantique descreve a cidade do Rio de Janeiro. Exiba odocumentário só com o som, sem a imagem do início, pa-rando na frase: “Amarga como o gosto de um incompreendidodesejo”. Converse com os alunos, problematizando: qual asensação de apenas ouvir? De qual cidade os alunos imagi-nam que a voz está falando? Como pode ser uma cidade“envolvendo-se em luz e água”? Como podemos interpre-tar essa frase? Em seguida, você poderá mostrar váriospostais de diferentes cidades, pedindo aos alunos que es-colham aquele que mais se aproxima da descrição do ator,justificando a escolha. Depois, exiba o documentário. Umacidade, um lugar, um espaço qualquer pode ser provocadorde um percurso de criação? O que alunos pensam sobre isso?

A investigação sobre arte a partir da exibição do documentário de-pende do modo como ele será apresentado aos alunos. Por isso, éinteressante que idéias, comentários, fatos inesperados, surgidosdurante a exibição, sejam anotados para que possam ser desdobra-dos numa boa conversa desencadeadora de outras proposições.

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Desvelando a poética pessoalPara você fazer brotar nos alunos o envolvimento com proces-sos de criação, ao invés da execução de uma única atividade defazer artístico, é interessante possibilitar tempo para que acon-teçam descobertas criativas individuais. Apresentamos algu-mas proposições que convidam os alunos à produção de umasérie de trabalhos, levando-os a perceber e investigar suaspróprias poéticas pessoais.

Di Cavalcanti era um desenhista compulsivo, desenhandoem qualquer papel que estivesse à sua mão. Como umacrônica do cotidiano, como um diário íntimo, seus desenhospodem convocar os alunos para a criação. A busca de umgesto livre e ousado, de um olhar atento sobre o cotidiano,pode gerar uma série de desenhos e caricaturas.

A relação de amizade entre Di Cavalcanti e o joalheiro LucienFinkelstein resultou na criação de jóias belíssimas que mar-caram época. Di Cavalcanti desenhava; Lucien- Finkelsteinmaterializava o desenho. A proposta é provocar os alunos adesenvolverem idéias para a criação de jóias. Os alunos po-dem levar para a sala de aula algumas bijuterias para ob-servar e discutir sobre os materiais, os processos de cons-trução e o desenho das peças. Depois, solicite que esco-lham peças para desenhar. Como resolvem graficamente,por exemplo, o desenho de pulseiras, colares e a perspec-tiva de anéis? Usam escala? Como representam luz, som-bra e volume? Os desenhos podem ser, também, de vistaexplodida e detalhamento de uma parte da peça. Depois derealizarem vários desenhos de diferentes peças, você podeinstigá-los à criação de projetos de suas próprias jóias,apresentando desenhos que mostrem a peça de diferentesângulos e seus detalhes, assim como o material com o qualseriam produzidas.

Nas produções aqui sugeridas ou na percepção trazida pelamemória de outros trabalhos realizados, o que os alunos po-dem perceber de seus próprios processos de criação? Essa

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problematização pode desencadear novas pesquisas sobre pro-cesso de criação e suas ressonâncias nas poéticas pessoais.

Ampliando o olhar

Para Di Cavalcanti, o Brasil modernista era uma questãode traço, de forma, mas também de conteúdo. Dessa for-ma, era importante combater o “academicismo” deAlmeida Júnior, Bernardelli, e Amoedo, por exemplo. Pro-pondo uma leitura comparativa entre obras de DiCavalcanti e de artistas acadêmicos como os citados,quais as diferenças que os alunos percebem? Há diferen-ça no modo de pensar e fazer arte? Qual a diferença entreas cenas retratadas por Di Cavalcanti e aquelas presen-tes nas obras de artistas acadêmicos? Ao final da apre-ciação e discussão da leitura das obras, os alunos podemregistrar os “achados” do olhar que surgiram durante arealização da leitura, construindo um painel.

Di Cavalcanti tinha um olhar todo especial para a cidade doRio de Janeiro. Amava a cidade e a representava em suasobras. E seus alunos, gostam da cidade onde moram? Quaisos lugares da cidade são preferidos por eles? Você podeorganizar uma expedição por esses lugares, buscando pro-vocar a percepção dos alunos tanto em relação ao lugar emsi, quanto às cenas cotidianas que ali acontecem. O regis-tro pode acontecer pelo desenho de observação ou pelafotografia de detalhes, por exemplo. Na volta à sala de aula,através de uma exposição dos olhares que cada um temsobre a cidade, o que alunos podem contar sobre o seu pró-prio processo de criação nessa expedição?

Di Cavalcanti mesclou suas preocupações e propostas es-téticas na representação do Brasil, trazendo as pessoas dopovo para suas telas. Visitando o site oficial de Di Cavalcanti,os alunos podem conhecer sua produção em diferentes dé-cadas. A partir dessa visita, sua problematização pode par-tir das questões: essa imagem de Brasil retratada pelo ar-

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tista é a mesma que nós temos hoje? Reconhecemo-nosnela? Está viva na invenção do país que hoje continuamos afazer? O que permaneceu? O que mudou?

Na busca pela representação de um Brasil, Di Cavalcantiabriu lugar em sua pintura para uma outra cor de pele,ou as outras cores da pele, como o negro e, acima detudo, o mulato, de modo particular, a mulata, a mulherde pele marrom. Em sua sala de aula existem alunasmulatas? O que elas pensam sobre o modo como a mu-lata é retratada pelo artista? Hoje, como as mulatas sãoretratadas pela mídia?

Tendo como foco a figura humana, você poderá levar para asala de aula as obras de Di Cavalcanti, de outros modernis-tas e de artistas contemporâneos. Quais são os modos di-ferentes de representação da figura humana que os alunospercebem? Qual proposta de desenho você pode desenca-dear para que seus alunos inventem figuras humanas?

Conhecendo pela pesquisaOs artistas Lasar Segall, Ismael Nery e Portinari, assim comoDi Cavalcanti, fizeram do homem o objeto de sua atenção.Quais as escolhas estéticas e temáticas presentes na tra-jetória artística desses artistas?

O que faz o designer de jóias? Para saber mais, seus alunospodem pesquisar junto a pessoas que fazem ou comercializamjóias, ou ainda, pesquisando na internet ou procurando sabermais em revistas ou catálogos de joalherias. A realizaçãodessa pesquisa pode ser interessante antes da proposiçãosugerida em Desvelando a poética pessoal.

Di Cavalcanti era extremamente contra as correntesabstracionistas que tomaram conta do universo pictóricomundial na segunda metade do século 20. Quais foram es-ses movimentos dentro e fora do país? Qual o pensamentode Di Cavalcanti sobre o abstracionismo? Outros artistascomungavam de suas idéias?

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Durante suas estadias em Paris, Di Cavalcanti conheceuvários artistas como Picasso, Braque, Léger e Matisse. Cadaum deles teve influência em sua pintura. O que os alunospodem descobrir sobre as confluências entre as obras dosartistas europeus e as de Di Cavalcanti? Como essa influ-ência é visível? Em quais de suas obras é possível reconhe-cer a influência de Picasso ou Matisse?

O que foi o realismo mágico? No documentário, Jean Boghicifala sobre o movimento alemão que nos anos 20 e 30, pós-guerra, buscava a representação da realidade cotidiana, umanova objetividade. No entanto, há uma corrente literária comesse nome, na qual se enquadram os nomes de GabrielGarcía Márquez e Isabel Allende, e também a pintura deWesley Duke Lee que é nomeada de realismo mágico. Emcada um desses momentos, a expressão tomou caracterís-ticas diferentes. Quais os diferentes significados da expres-são realismo mágico?

Di Cavalcanti torna-se amigo de intelectuais paulistas comoMário de Andrade, Oswald de Andrade e Guilherme deAlmeida, sendo sua a idéia da Semana de Arte Moderna de1922, para a qual cria o catálogo e o cartaz. Pesquisando omodernismo, qual a sua linguagem, o seu código e modo derepresentação? Quais artistas modernistas podem serpesquisados nessa investigação?

Em 1929, Di Cavalcanti pintou para o Teatro João CaetanoSamba e carnaval, considerada a primeira obra mural mo-derna no Brasil. Quais outros painéis Di Cavalcanti produ-ziu? Quais outros artistas modernistas realizaram murais?Qual relação é possível estabelecer entre os muralistas mo-dernistas e mexicanos? O que os alunos podem descobrir apartir dessas questões?

Vinícius de Moraes escreveu um poema sobre o amigo DiCavalcanti, que desenhou uma charge de Vinícius. Essa trocade “presentes” entre artistas é muito comum. No documentárioRetratos e auto-retratos na coleção Gilberto Chateaubriand,disponível na DVDteca Arte na Escola, a curadora Denise

material educativo para o professor-propositor

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Mattar fala sobre vários artistas que retrataram os amigos,também artistas, em diferentes ocasiões. Carlos Drummondde Andrade, por exemplo, escreveu vários poemas sobre seusamigos artistas, inclusive Di Cavalcanti. Você poderá convidaro professor de literatura e propor uma pesquisa em conjunto:quais as obras que revelam os vínculos de amizade entre es-critores e artistas plásticos no Brasil?

O que os alunos podem descobrir sobre o percurso de cria-ção artística de Di Cavalcanti? Pesquisando a produção doartista nos anos de 1920 e 1930, 1940 e 1950 e a partir de1960, quais transformações podem ser percebidas na cons-trução de seu projeto poético?

Amarrações de sentidos: portfólio

Assim como Di Cavalcanti, que foi também artista gráfico eproduziu catálogo e cartaz para a Semana de Arte Moderna,seus alunos podem produzir um portfólio tendo como idéia acriação de um catálogo ou folder que apresentem o agrupamentodos diferentes trabalhos realizados e convidem para uma ex-posição. Como poderia ser o texto de abertura? Há possibilida-de de escanear os trabalhos? Qual será a disposição das fotosno catálogo ou folder?

Valorizando a processualidade

A partir da visualização do portfólio, o que é possível percebersobre os conhecimentos adquiridos pelos alunos? O que maisgostaram de fazer? O que fariam diferente? Essas perguntaspodem ser geradoras de um debate, no qual todos os alunospossam falar sobre a experiência vivida a partir do documentário.Ao retomar seu diário de bordo, você pode refletir sobre suaprocessualidade de professor-propositor: o que você conheceudurante o percurso? Há outras possibilidades de trabalho comesse mesmo documentário? Houve desdobramentos à propos-ta inicial? O que essa experiência trouxe como contribuição aoseu fazer pedagógico?

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GlossárioAbstracionismo – em sentido amplo, o termo refere-se às formas de artedesprendidas da figuração e da imitação do mundo. O termo liga-se às van-guardas européias dos anos 1910 e 1920, que recusam a representação ilu-sionista da natureza. Entre as diversas correntes abstracionistas, encon-tram-se traços como: decomposição da figura, simplificação da forma, novosusos da cor, descarte da perspectiva e dos jogos convencionais de sombrae luz. A obra Primeira aquarela abstrata do russo Wassily Kandinsky (1866-1944) é convencionada como o primeiro trabalho abstrato. Muitos artistasaderem à abstração, que viria a se tornar, a partir dos anos 30, um dos eixoscentrais da produção artística no século 20. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultu-ral de Artes Visuais <www.itaucultural.org.br>.

Caricatura – “Trata-se de uma representação (geralmente de pessoas)em que são mostrados, de forma exagerada, aspectos do objeto retrata-do, normalmente na tentativa de se obter efeitos cômicos. A distorção eo uso de poucos traços são comuns na caricatura. Diz-se que uma boacaricatura pode ainda captar aspectos da personalidade de uma pessoaatravés do jogo com as formas. É comum sua utilização nas sátiras políti-cas.” Fonte: <www.pitoresco.com.br>.

Charge – “Desenho opinativo, de crítica e de humor, referente a um episódioespecífico, ou temporalmente limitado, habitualmente de natureza social oupolítica, e cujos personagens representam pessoas reais e de notoriedadepública. Assim sendo, a charge pressupõe que o leitor tenha conhecimentoprévio do fato ocorrido, a fim de poder interpretá-lo com exatidão. Do fran-cês, charge, no duplo sentido de ‘fazer pensar e acusar’, praticamente idên-tico ao de caricatura”. Fonte: <www.videotexto.tv/charge.html>.

Curadoria – “Em tese, o curador de qualquer exposição é sempre o pri-meiro responsável pelo conceito da mostra a ser exibida, pelas escolhasdas obras, da cor das paredes, iluminação, etc. No entanto, para que suasidéias viabilizem-se de maneira satisfatória no espaço de exposição, éfundamental o diálogo intenso com outros profissionais que atuem na ins-tituição onde ocorrerá a mostra, sempre no sentido de tornar possível, narealidade do espaço disponível, os conceitos que aquele profissional tempor objetivo apresentar.” Fonte: CHIARELLI, Tadeu (coord.). Grupo de

estudos em curadoria. São Paulo: Museu de Arte Moderna, 1998, p. 12.

Modernismo brasileiro – “Tem como marco simbólico a Semana de ArteModerna, realizada em São Paulo, no ano de 1922, considerada um divisorde águas na história da cultura brasileira. O evento –organizado por umgrupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Indepen-dência – declara o rompimento com o tradicionalismo cultural associadoàs correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolis-

material educativo para o professor-propositor

DI CAVALCANTI - 100 ANOS

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mo e a arte acadêmica. A defesa de um novo ponto de vista estético e ocompromisso com a independência cultural do país fazem do modernismosinônimo de ‘estilo novo’, diretamente associado à produção realizada soba influência de 1922. Os estudiosos tendem a considerar o período de 1922a 1930, como a fase em que se evidencia um compromisso primeiro dosartistas com a renovação estética, beneficiada pelo contato estreito comas vanguardas européias (cubismo, futurismo, surrealismo etc.). Tal esfor-ço de redefinição da linguagem artística se articula a um forte interessepelas questões nacionais, que ganham acento destacado a partir da déca-da de 1930, quando os ideais de 1922 se difundem e se normalizam. Aindaque o modernismo no Brasil deva ser pensado a partir de suas expressõesmúltiplas – no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, etc. – a Sema-na de Arte Moderna é um fenômeno eminentemente urbano e paulista,conectado ao crescimento de São Paulo na década de 1920, à industria-lização, à migração maciça de estrangeiros e à urbanização“. Fonte: Enci-clopédia Itaú Cultural de Artes Visuais <www.itaucultural.org.br>.

Pastilhas vítreas – pastilhas de vidro com diferentes cores e com brilho,inserido no Brasil pela Vidrotil, uma empresa pioneira no ramo, fundada aofinal dos anos 1940. Durante os anos 1950, uma série impressionante detrabalhos de mosaico foi produzida com pastilhas vítreas, decorrente da fartaprodução de pastilhas cerâmicas e vítreas como elemento de revestimentodos prédios das grandes cidades, sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo,que se verticalizavam de forma acelerada. Fonte: LOURENÇO, Maria Ce-cília França. Operários da modernidade. São Paulo: Hucitec: Edusp, 1995.

Processo de criação – “Processo por meio do qual algo que não existia an-tes, como tal, passa a existir, a partir de determinadas características quealguém vai lhe oferecendo. (...) um processo complexo de apropriações, trans-formações e ajustes”. Fonte: SALLES, Cecília Almeida. Gesto inacabado:processo de criação artística. São Paulo: Fapesp: Annablume, 1998, p. 13.

BibliografiaCOELHO, Diná Lopes (org.). Retrospectiva Di Cavalcanti. São Paulo:

Museu de Arte Moderna, 1971.

GONÇALVES, Lisbeth Rebollo (org.). Di Cavalcanti e a Semana de Arte

Moderna. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidadede São Paulo, 1997.

LOURENÇO, Maria Cecília França. Operários da modernidade. São Pau-lo: Hucitec: Edusp, 1995.

MILLIET, Maria Alice (curadoria). Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti: mitoe realidade no modernismo brasileiro. São Paulo: Museu de Arte Mo-derna, 2002.

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SALLES, Cecília Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artísti-ca. São Paulo: Fapesp: Annablume, 1998.

ZILIO, Carlos. A querela do Brasil: a questão da identidade da arte brasi-leira: a obra de Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari: 1922-1945. Rio de Ja-neiro: Funarte, 1982.

Seleção de endereços sobre arte na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 17 abr. 2006.

ABSTRACIONISMO. Disponível em: <www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo3/mapeamentos/index.html>.

DI CAVALCANTI. Disponível em: <www.dicavalcanti.com.br>.

___. Disponível em: <www.mac.usp.br/exposicoes/00/dicavalcanti/indice.html>.

___. Disponível em: <http://mac.mac.usp.br/exposicoes/04/dicavalcanti>.

MODERNISMO: Disponível em: <www.itaucultural.org.br/modernismo/home2.html>.

___. Disponível em: <www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/artecult/artespla/modern/index.htm>.

MURAIS. Disponível em: <www.ceramicanorio.com/paineis.html>.

NERY, Ismael. Disponível em: <www.mac.usp.br/projetos/percursos/nery/nery.html>.

PORTINARI, Candido. Disponível em: <www.portinari.org.br>.

SEGALL, Lasar. Disponível em: <www.museusegall.org.br>.

SEMANA DE ARTE MODERNA. Disponível em: <http://almanaque.folha.uol.com.br/semana22.htm>.

Notas1 Diná Lopes COELHO (org.), Retrospectiva Di Cavalcanti, p. 7.2 Maria Alice MILLET (curadoria), Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti: mitoe realidade no modernismo brasileiro, p. 20.3 Op. cit., Diná Lopes COELHO (org.), p. 7.4 Cecília Almeida SALLES, Gesto inacabado: processo de criação artísti-ca, p. 38.5 Lisbeth Rebollo GONÇALVES (org.). Di Cavalcanti e a Semana de Arte

Moderna, p. 22.