20
1 A Fotografia na Escola Uma lente possível na prática pedagógica das escolas da Rede Municipal de Ensino. Coletânea de textos e fotos: Adrovando Claro

fotografia na escola

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apostila para professores utilizar em sua pedagogia de sala de aula, formulando aulas com imagens.

Citation preview

1

A Fotografia na Escola

Uma lente possível na prática pedagógica

das escolas da Rede Municipal de Ensino.

Coletânea de textos e fotos:

Adrovando Claro

2

A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA O PRINCÍPIO DE TUDO 500 a.C. — Filósofos gregos e chineses descrevem os princípios da óptica. 330 a.C. Grécia — ARISTÓTELES (384 a.C/322 a.C). Descreve o princípio da câmera obscura – criação da imagem através de um orifício. ÓPTICA A ciência óptica é antiga – a formação de imagens por câmeras "furo de agulha" (PINHOLE) foi mencionada por Aristóteles em 350 a.C. e, cerca de cinqüenta anos depois, Euclides publicou um tratado óptico que continha a primeira construção conhecida de uma imagem por meios geométricos. No segundo século de nossa era, Ptolomeu publicou tabelas que mostram os índices de curva da luz numa interface ar/água. Embora lentes individuais pudessem ter sido construídas e utilizadas para formação de imagem, como uma ajuda prévia à visão, isto não aconteceu até o século XVI, quando este saber foi utilizado para a confecção de microscópios e telescó-pios, e não foi antes do final deste mesmo século que surgiram as leis de como administrar uma combinação de lentes, descobertas por Kepler. 180 — Inventor TING HUAN aperfeiçoa um dispositivo para projetar imagens móveis; são informadas invenções semelhantes na China já em 207 a.C. Século X — AL-HAZEN (árabe) descreveu como observar um eclipse solar no interior de uma câmera obscura. 950 o árabe Hassan ou Ibn Haitam (965/1039) descreve a câmara obscura em manuscritos. 1030 — AL-HAZEN escreve o texto "Illusion", óptico que descreve a "Máquina fotográfica Obscura". Estes conceitos significativa-mente influenciam o trabalho do pintor renascentista italiano Brunelleschi, que os aplica para a pintura de perspectiva. A câmera obscura (ou escura), consiste numa caixa fechada, e num de seus lados, existe um orifício pequeno por onde a luz entra. Caso posicionemos este orifício em direção a um objeto iluminado, vemos na parede interna da caixa, oposta àquela que tem um furo, a imagem invertida e de ponta cabeça do objeto. Como isto funciona? A inversão do objeto e a sua reflexão do outro lado da câmara ocorre quando, devido ao pequeno orifício, somente um raio de luz passa pela extremidade do objeto, atravessa o orifício e é refletido do outro lado da caixa. COMO ERA ENCARADA A LUZ NA IDADE MÉDIA Na Idade Média, século X a XII, o "uso e o abuso" das cores despertou a curiosidade de muitos estudiosos da época, de diferentes áreas do conhecimento – o que possibilitou um grande impulso na formulação teórica da óptica. Época em que a beleza era muito levada em consideração, não somente a estética pertencente aos guerreiros, mas também em relação à riquezas – ao nobre; aos santos – por terem os sete dons (amizade, sabedoria, concórdia, honra, poder, segurança e alegria) de alma e os sete dons do corpo (beleza, agilidade, força, liberdade, saúde, volúpia e longevidade); e às luzes – trazendo junto consigo a idéia de tranqüilidade e um sinal de nobreza e santidade. As Catedrais deste tempo, usavam vitrais coloridos para que o interior da nave fosse todo sistematicamente iluminado. Principalmen-te as Igrejas góticas; o simbolismo dava uma significação para as cores das diferentes luzes, e proporcionava uma "clareza aos olhos fatigados e aos deficientes". Com essa chamada "metafísica medieval da luz", aos santos eram dadas características luminosas – "o santo é um ser de luz – André Vauchez", e cada tom era dada uma significação. Deus era portanto considerado um foco luminoso e incandescente, no entanto, belo, deleitoso e perfeito. Toda essa concepção de luz e cores, somada às observações do arco-íris vão fazer da óptica, um assunto técnico de interesse aos sábios. 1300 — é dito que ROGER BACON (1214/1294), inventou a câmera obscura, antes mesmo deste ano, pois a usava para observações de eclipses solares, no entanto isto nunca foi aceito pelos estudiosos. 1515 ou 1519 ou por volta de 1554 — O italiano LEONARDO DA VINCI (1452/1519) descreve cientificamente a câmera escura ou obscura. Precursora das câmeras fotográficas atuais, consiste em uma sala totalmente escura, com um pequeno orifício em uma das paredes através do qual a luz passa, projetando imagens invertidas dos objetos externos na parede oposta à abertura. No final do sé-culo XVI, colocam-se lentes no orifício para melhorar a projeção das imagens. Nesse período, a câmera escura era usada pelos pinto-res para copiar imagens da natureza.

3

Princípio da câmera escura: a luz refletida por um objeto projeta fielmente sua imagem no interior de uma câmera escura, se existir apenas um orifício para a entrada dos raios luminosos. Baseados neste princípio, os artistas simplificam o trabalho de copiar objetos e cenas, utilizando câmeras dos mais diversos formatos e tamanhos. Enfiavam-se dentro da própria câmera e ganhavam a imagem refletida em uma tela ou pergaminho preso na parede oposta ao orifício da caixa. Não é difícil imaginar os passos seguintes desta evolução: uma lente, colocada no orifício, melhorou o aproveitamento da luz; um espelho foi adaptado para rebater a imagem na tela; mecanismos foram desenvolvidos para facilitar o enquadramento do assunto. Com esses e outros aperfeiçoamento, a caixa ficou cada vez menor e o artista trabalhava já do lado de fora, tracejando a imagem pro-tegido por um pano escuro. ENTENDENDO Diante de uma câmara sofisticada, o leigo imagina impossível a compreensão e o domínio da fotografia. Ilusão. O princípio que nor-teia todas as câmeras é rigorosamente simples, descoberto por diferentes estudiosos da Ótica em diferentes épocas. Aristóteles, o famoso filósofo grego, já observara há 2.400 anos que a imagem de um eclipse solar se projetava no chão, ao passar pelos espaços formados pelas folhas de uma copa de árvore. Dos matemáticos árabes do século XI e XIII à Renascença de LEONARDO DA VINCI, vários pesquisadores "descobriram" o curio-so efeito do comportamento da luz ao trocar a copa das árvores por um orifício em uma caixa (ou câmara, quarto) escura. Todo obje-to reflete luz em todas as direções. O orifício de uma caixa escura deixa passar os raios refletidos por cada ponto do objeto, que reproduzirão, ao fundo, a imagem desse objeto, só que invertida e de cabeça para baixo. Este é o princípio da câmera fotográfica. Nada mais do que uma câmara escura com um orifício. A lente é o componente que dará nitidez a essa imagem. DA VINCI chegou a descrever o princípios da câmara escura. Mas, o recurso da lente no lugar de um simples orifício foi concebido por um cientista napolitano, GIOVANI BATTISTA DELLA PORTA. A caixa, aprimorada com um espelho disposto em diagonal ao fundo, auxiliava pintores a visualizar de perto o objeto a ser desenhado, pelo menos 150 anos antes da descoberta da fotografia. CONTINUANDO... 1550 — GEROLOMO CARDANO faz a primeira lente de máquina fotográfica. Uma lente biconvexa no orifício para que a imagem pudesse aparecer com maior nitidez e com um tamanho satisfatório. 1550 — FRIEDRICH RISNER (data de nascimento desconhecida/1580) desenha uma câmera portátil. 1553 — GEMMA FRISIUS constrói uma funcional "Máquina fotográfica Obscura". 1558 — GIOVANNI BATTISTA DELLA PORTA (1538-1615), físico e filósofo em Nápoles, publica o livro Magic The Natural, sua primeira edição descreve a câmera obscura. Em 1575, fez uma câmera fotográfica enorme onde os convidados sentavam dentro dela, do lado de fora os atores encenavam enquanto, suas sombras eram vistas na parede oposta. 1558 — DANIELO BARBARO (1513-1570) implanta um diafragma no orifício da câmara obscura, fazendo com que objetos em diversas distâncias pudessem ser focalizados. 1573 — EGNATIO DANTI (04/1536-19/10/1586) utilizou um espelho côncavo para reverter a imagem projetada na parte translúci-da da câmera obscura. 1604 — ANGELO SALA (1576-02/10/1637), percebe que o nitrato de prata pulverizado é enegrecido pelo Sol. 1636 — DANIEL SCHWENTER introduz três lentes no orifício da câmera obscura, isto faz com que melhore ainda mais o foco de objetos à distâncias diferentes. 1650 — ROBERT BOYLE (25/01/1627-30/12/1691), expõe cloreto de prata ao ar livre e pensa que a sensibilização se deu pela ação do ar. 1657 — ATHANASIUS KIRCHER (1601 ou 1602-1680) e KASPAR SCHOTT, seu discípulo, reelaboram uma câmera obscura portátil em forma de liteira, não era mais necessário que o homem se introduzisse dentro da mesma para que pudesse usá-la. 1676 — JOHANN CHRISTOPH STURM, professor de matemática, elabora um mecanismo interno na câmera obscura, onde foi implantada uma lente interna de 45º que refletia a imagem num pergaminho na posição horizontal.

4

OS PRIMÓRDIOS No século XVIII, o árabe JABIR IBN HAYYAM foi o primeiro homem a registrar que uma combinação de prata (nitrato de prata) tornou-se visivelmente escura com o passar do tempo. A razão para esta transformação não foi conhecida em definitivo até 1727, quando JOHANN HEINRICH SCHULTZ descobriu que o escurecimento era causado pela ação da luz. SCHULTZ, no seu primeiro experimento, formou imagens de estêncil em superfícies de cloreto de prata sem o uso de uma máquina fotográfica. Excetuando-se o fato de que essas imagens não eram permanentes, SCHULTZ poderia ter levado o crédito da descoberta da fotografia... Continuando as experiências de SCHULTZ, THOMAS WEDGEWOOD E HUMPHREY DAVY, ingleses, usaram em 1800 uma câmera para captar imagens num papel sensibilizado com cloreto de prata. Estas imagens também não eram permanentes. 1725 — O professor alemão JOHANN HEINRICH SCHULZE (1684/1744), considerado o "pai" da fotoquímica, descobriu o motivo do enegrecimento dos sais de prata. Certos líquidos mudavam de cor quando colocados em contato com a luz, além disso percebe que cristais de prata ao receberem luz adquirem um aspecto escuro - prata metálica negra. Assim, constatou que a luz provoca o es-curecimento de sais de prata. Essa descoberta, em conjunto com a câmera escura, fornece a tecnologia básica para o posterior desen-volvimento da fotografia. 1760 — DE LA ROCHE (1729-1774), escreve "GIPHANTIE", obra em que era possível capturar imagens permanentes da natureza através de uma tela coberta com uma substância pegajosa. 1765 — ANTONIO CANALETTO (1697-1768), elabora uma câmera obscura com lentes intercambiáveis para melhor aperfeiçoa-mento nas visões panorâmicas. JEAN SENEBIER, em 1782, pesquisou a velocidade com que as cores do espectro atuavam sobre o cloreto de prata. CARL SCHEELE, demonstrou que os sais de prata afetados pela luz se tornavam insolúveis após um banho de amoníaco. O estágio do conhecimento humano já permitia a solução fotográfica, embora só no século seguinte se tornou realidade. Até hoje, na fotografia analógica o elemento básico fotossensível utilizado pela indústria fotográfica é o Bromureto de prata, obtido através da reação quími-ca entre o Nitrato de prata e um Bromureto de sódio ou potássio. 1786 — GILLES-LOUIS CHRÉTIEN desenvolve a "PHYSIONOTRACE" – retratos de perfil. A CÂMARA FOTOGRÁFICA Uma câmara fotográfica é um pouco mais que uma caixa fechada com um orifício na frente e, atrás um filme ou sensor de captura de imagem digital, sensível a luz sobre o qual fixam as imagens dos objetos que são colocados diante dela. A seguir revela-se o filme e do negativo podem ser obter todas as reproduções desejadas ou no caso da digital, transfere-se as ima-gens captadas por meio eletrônico no cartão de memória para um computador para em seguida ser reveladas as fotos. Características da câmara: Chassi – corpo revestido de plástico ou metal da maquina fotográfica. Objetiva – é um sistema de lentes, encerrado em um cilindro de metal, especialmente criado para a projeção de imagens sobre o filme. Foco – é o dispositivo que regula a distância entre o objeto a ser fotografado e o filme ou sensor de imagem(chip). Diafragma – é um conjunto de láminas delgadas aplicadas ao bordo interno da objetiva, regula a QUANTIDADE de exposição do filme ou sensor de imagem a luz. Obturador – é o dispositivo que regula o TEMPO de exposição do filme ou chip (CCD) a luz. Disparador – é o botão que aciona o obturador, de forma a abri-lo ou fecha-lo. Características do filme – é uma película transparente (celulóide, poliestireno, vinilite, policarbonato ou poliéster) , coberta em um dos lados, por uma emulsão sensível à luz, graças aos sais de prata que contém: cloreto, brometo ou iodeto de prata. Características do sensor de foto ou clip – é uma espécie de microchip sensível à luz chamado CCD (Charge-Coupled Device). Os minúsculos pontos que compõem o CCD,chamados pixels, são organizados em linhas e colunas. Quanto mais números forem os pixels, melhor será a qualidade das imagens gravadas. As fotos são gravadas num cartão e depois precisam ser transferidas para um computador e armazena-las permanentemente em Cds ou DVDs. As vantagens da foto digital são varias: não é preciso comprar filmes, e muito menos revela-los ou copia-los. Além disso, as imagens podem ser vistas na hora e elaboradas de acordo com o que for necessário, como melhorar a definição, eliminar elementos indeseja-dos, sombras. Reflexos, etc.

5

Controles da câmera e criatividade Câmeras digitais com recursos oferecem controles criativos sobre as imagens. Elas permitem que se controle a luz e o movimento em fotografias, bem como o que deve aparecer nítido e o que não deve. Embora a maioria das câmeras digitais simples sejam totalmente automáticas, algumas permitem que se faça pequenos ajustes que afetarão a imagem. As melhores câmeras oferecem uma ampla gama de controles, em alguns casos mais do que se pode encontrar em uma câmera 35 mm SLR. De qualquer modo, independente-mente de quais controles a câmera oferece, os mesmo princípios básicos estão presentes. Mesmo que a câmera seja totalmente auto-mática, é possível controlá-la indiretamente, ou tirar vantagem desses efeitos para controlar as imagens. Controles automáticos da câmara digital Modo Tv – velocidade de obturador – prioridade de controle de velocidade(tempo de luz). Modo Av – abertura de diafragma – prioridade de controle da abertura (quantidade de luz). Modo P – a câmara programa os controles, mas permite regulagem nos modos. Modo Manual – regulagem manual dos modos TV e AV. Automático – Ajuste totalmente automático pela câmara, inclusive coma disponibilidade do flash. Automatismo. Todas as câmeras digitais possuem um modo automático que determina o foco, a exposição e o balanço de cor (White-balance). Tudo o que o fotógrafo tem a fazer é apontar a câmera e apertar o botão do disparo. Preparando. Ligue sua câmera e deixe no modo automático ou na opção que desejar. Para conservar as baterias, querendo desligue o monitor LCD e componha a cena pelo visor ótico. Se tiver pilhas extras para uma eventualidade, abuse do LCD, pois facilita os enquadramentos. Se a câmera tem capa de lente, lembre-se de removê-la antes de ligar a câmera. Enquadrando a imagem. O visor apresenta a cena que está para ser fotografada. Para enquadrar melhor, experimente o zoom da lente, aproximando ou afastando a cena para escolher a melhor composição. Atenção, se a imagem aparecer embaçada, existe um botão de regulagem do foco do visor para ajuste. Autofoco. A área que estiver no centro da imagem será utilizada pela câmera como ponto de nitidez principal. O quanto se pode fo-car dependerá da câmera que se estiver usando. Autoexposição. A autoexposição programada pela câmera mede a luz refletida pela cena e usa a leitura para estabelecer a melhor exposição possível. Autoflash. Se a luz estiver muito fraca, o sistema de autoexposição irá disparar o flash da câmera para iluminar a cena. Se o flash será disparado, uma lâmpada de aviso na câmera, geralmente vermelha, irá piscar quando você pressionar o disparador metade do caminho. Balanço de luz (White balance). O colorido de uma fotografia será afetado pela cor da iluminação que afeta a cena, assim a câmera automaticamente ajusta o balanço de cor para fazer os objetos brancos na cena parecerem brancos na foto. Composição fotográfica de fotos de pessoas Retrato – fotografia direcionada apenas para o rosto do(a) modelo. Plano médio – imagem que registra um enquadramento na altura do tórax ou parte das coxas de uma pessoa. Plano geral – fotografia que engloba por inteiro a pessoa a ser fotografada. Composição e enquadramentos Fotografar de perto - Observe as fotos dos bons fotógrafos: não há espaço vazio. O assunto de interesse está enchendo o fotograma. É por isso que as fotos ficam mais sugestivas e interessantes. Um assunto observado pelo visor, ou mesmo um detalhe, podem resul-tar em belas fotos. Uma foto feita de perto elimina o excesso de fundo e o efeito desagradável do segundo plano. Enquanto isso, um close mostra apenas os detalhes absolutamente essenciais, além de oferecer maior impacto à foto. Eliminar o fundo - Um dos problemas que prejudicam a boa fotografia é o fundo. Os grandes mestres da fotografia afirmam que fundos mal escolhidos podem estragar completamente as fotos. Uma foto em que não houve preocupação com o fundo por parte do fotógrafo, pode apresentar: - Muita coisa atrapalhando e se misturando com o assunto em primeiro plano. - Fundos como um poste, uma árvore, um ramalhete de flores ou outro objeto, se aparecerem atrás da cabeça de uma pessoa, causam impressão desagradável. Para melhorar o fundo da foto, você deve: - Mudar o ângulo de tomada da fotografia, até conseguir eliminar o efeito desagradável. - Mudar a posição do assunto. - Utilizar grande abertura do diafragma, com velocidade do obturador adequada às condições de iluminação. Isso diminui a profundi-dade de campo e desfocaliza o fundo. Planejar com antecedência - Um dos pontos básicos para melhorar suas fotos é o planejamento antecipado do que vai ser fotografa-do. Pense nos seguintes pontos: O que vou fotografar. Quais as condições de luz e de ambiente.

6

Que sensibilidade Iso deverei utilizar. Que acessórios serão necessários. Depois, verifique se o equipamento está em ordem. Confira as condições de luz, veja, através do visor, qual o ângulo que lhe dará melhor enquadramento e composição do assunto. Lembre-se de que todo o processo fotográfico pode ser controlado por você, antes de apertar o disparador. A única coisa que não pode ser planejada é a reação ou expressão da pessoa a ser fotografada. Ela deve ser natural. Para captar uma expressão característica de uma criança, por exemplo, é preciso, além de todo o preparo antecipado, a opor-tunidade para conseguir o gesto, o olhar, o sorriso. Enquadrar bem - Procure enquadrar o tema corretamente, observando o alinhamento das linhas horizontais e verticais da câmara. Enquadramento significa composição, isto é, a seleção e o arranjo que se deve fazer do assunto, antes de fotografá-lo. Você pode conseguir a melhor composição do assunto de várias maneiras: - Coloque alguma coisa no primeiro plano para preencher os espaços vazios. Um portão, uma árvore ou uma pessoa, para servir de moldura à cena. - Ao fotografar pessoas, procure deixá-las em destaque, para ocupar a maior área da foto. O espaço ocupado pelas pessoas deve ser maior na frente do que atrás. - As pessoas devem ser fotografadas em atitudes naturais, assim você conseguirá maior beleza e naturalidade em suas fotos. Evite poses rígidas e forçadas. Procure conversar com a pessoa para mantê-la despreocupada. Quando perceber o momento oportuno, acio-ne o disparador e você verá que os resultados serão bem melhores. - Acostume-se a escolher o ângulo a ser fotografado, através do visor da câmara. Procure examinar o assunto de vários ângulos: mais perto, mais longe, de cima para baixo, de baixo para cima. Analise bem todos os ângulos e escolha o que mais lhe agradar e só então aperte o disparador. Se tiver dúvidas, tire duas ou três fotos de ângulos diferentes e assim será mais fácil estudá-las para escolher a melhor depois. - Procure observar atentamente as fotografias feitas por outras pessoas. Os erros cometidos podem ser evitados nas suas fotos. Esse exercício ajudará a melhorar sua técnica fotográfica. Se você quiser aperfeiçoar o seu gosto pela arte fotográfica, visite as exposições de fotografia, consulte álbuns de reprodução de fo-tos premiadas, com senso crítico. Observe cada detalhe, procurando descobrir a regulagem utilizada, os efeitos conseguidos com lentes, filtros e as possíveis modificações que tornariam a foto ainda melhor. Assim, você estará aguçando a sua capacidade de obser-vação. Cada vez que analisa uma foto, em todos o seus aspectos, você passa a tirar uma série de conclusões sobre seu próprio traba-lho e sua imaginação começa a vislumbrar uma infinidade de assuntos a serem fotografados. Antes de fotografar: - o que eu quero fotografar? - aquilo que eu quero mostrar está bem visível?

aparecem coisas que eu não quero mostrar? ande com o visor de um lado para outro à procura da imagem certa. Busque novos ângulos. Analisar luz e sombre, composição, relações de cores e perspectiva. Evitar fusões e muitos elementos na foto. Aproximar do tema a se fotografado.

Sugestões de Ensaio fotográfico – elementos da natureza( arvores, flores, pássaros, animais,etc), elementos decorativos ou abstra-tos(cor-textura-luz), arquitetura(monumentos e prédios, casarões,etc) e figuras humanas (retrato, plano médio e geral). A câmera digital – Aspectos gerais Na hora de escolher uma câmera digital, é necessário levar em conta alguns elementos comuns com as máquinas tradicionais, como a óptica, a ergonomia e o flash. Entretanto, o formato digital tem também suas características próprias, que obrigam a se ter novos critérios para escolher o melhor modelo. Uma das vantagens em relação às câmeras tradicionais é que você terá um cartão de memó-ria no qual será possível gravar e apagar imagens uma infinidade de vezes. Isto significa o fim dos gastos com filmes fotográficos e revelação. Além disso, graças à visão da imagem na tela, é possível determinar imediatamente se a foto que você acabou de tirar está boa ou não e inclusive apagá-la se achar necessário. Se não dá para confiar em uma tela LCD, há uma forma de melhorar uma foto escura: simplesmente utilize qualquer editor de imagens e faça as correções necessárias até ter uma boa imagem digital. A duração da bateria pode ser um problema, por isso são recomendáveis os modelos de câmeras que utilizam baterias recarregáveis. Apesar do prático e do barato que pode significar ter uma câmera de fotos digital, até agora nenhuma delas conseguiu superar a defi-nição de uma boa câmera tradicional. Especialistas alemães da Universidade Tecnológica de Munique dizem que uma câmera digital com seis megapixel é o máximo desenvolvimento que podem ter em termos de definição. A seguir, conversamos sobre uma série de características nas quais você deve pensar no momento de ingressar no mundo da foto-grafia digital. Sensor de imagem - É o chip eletrônico que captura a luz e a converte em um arquivo digital. As câmeras têm sensores de até 6 megapixel, o que significa milhões de células fotorreceptoras sensíveis à luz, chamadas fotositios. O CCD ou sensor de imagens é o elemento central de uma câmara digital. Sua qualidade vai determinar a resolução máxima das imagens obtidas. Quando o seu objeti-vo for obter imagens para publicação na Internet, 640x480 pixel pode ser qualidade mais que suficiente, mas todos os demais casos vão precisar de uma resolução maior. Se o objetivo é obter imagens de qualidade quase fotográfica, você terá que procurar câmeras

7

com resolução máxima em torno de 1600x1200 pixel. As câmeras com CCD de mais de 3 megapixel produzem imagens em torno de 2400X1800 pixel e geram imagens capazes de competir com qualquer fotografia normal feita com película de 35mm. Além do nú-mero de pixel, também é importante conhecer sua profundidade (depth), que determina a qualidade da cor. Uma câmera capaz de gerar imagens de 24 bits registra 16,7 milhões de cores. Estas são obtidas a partir de diferentes combinações de vermelho, verde e azul, que dão lugar ao sistema RGB. Os pixel do CCD só permitem que passe a luz de uma dessas três cores. Se forem mais sensí-veis, capta um maior registro de intensidade de luz e, portanto, maior variedade dentro de uma mesma cor. A união de três sensores (um de cada cor) dá lugar a um pixel. As câmeras de 24 bits registram até 256 cores (e se juntarmos as três cores, teremos 256x256x256, ou 16,7 milhões de combinações). Tempo entre uma foto e a seguinte. A rapidez entre uma foto e a seguinte é uma das características que distinguem uma câmera boa das demais. Algumas levam até 10 segundos entre tirar uma foto e estar pronta para a próxima. Uma boa câmera deve poder registrar imagens tão rapidamente quanto apertamos o botão. Bateria - A autonomia das câmeras digitais depende do tipo de bateria que estão utilizando e do uso que se faz da máquina. Pode-se estabelecer em duas horas a autonomia padrão que as câmeras conseguem com as baterias recarregáveis mais comuns, as de íon de lítio e as Ni-MH. Atualmente os fabricantes trabalham para desenvolver uma tecnologia que permita aumentar a duração das baterias e dar maior autonomia às câmeras. O recomendável é comprar uma que utilize baterias recarregáveis AA. Flash - Todas as câmeras digitais vêm equipadas com flash de qualidade variável. As melhores trazem a opção de se conectar um flash externo. E você certamente precisará de um se quiser maior alcance ou controles mais avançados, ou ferramentas como o filtro que elimina o efeito de "olhos vermelhos". Vídeo - Algumas câmeras têm um modo de gravação que permite registrar alguns segundos em vídeo. Geralmente, a qualidade deste vídeo não é das melhores, além de o recurso consumir grande espaço de armazenamento. Pode ser uma coisa interessante, mas não é um fator decisivo na escolha de uma boa máquina. Gravações de sons - Muitas das câmeras mais atuais permitem que se grave sons para acompanhar cada foto. Assim, a possibili-dade de poder algumas palavras pode vir a ser útil para registrar momentos específicos, lembrar informações sobre as fotos ou até mesmo simplesmente para registrar o ruído ambiental. Conectividade - Um dos elementos-chave na hora de comprar uma câmera digital é sua interface de conexão com o computa-dor, que vai permitir descarregar as fotografias guardadas da câmera para o micro. As câmeras têm um porta serial, mas é cada vez mais comum trocá-la por uma USB, que é mais rápida. Armazenamento - A maioria das câmeras digitais usa cartões de memória flash. Eles costumam ter uma capacidade entre 8 e 16 Mb, mas é possível adquirir cartões com maior capacidade de armazenamento. Em modelos mais antigos, a memória estava dentro da câmera e não se podia trocá-la ou ampliá-la, o que não é recomendável. A melhor opção são as memórias sólidas. A importância da memória como critério de escolha para a compra varia em função do uso mais ou menos intensivo que se fará da câmera. Controles de disparo e exposição - Todas as câmeras digitais possuem a opção de disparador automático. O controle manual pode ser maior ou menor em função da câmera. Normalmente, quanto maiores são as possibilidades de controle manual, mais alto é o pre-ço da máquina. Em relação aos parâmetros de exposição, a maioria das câmeras digitais não oferece grande variedade de aberturas. RECURSOS TÉCNICOS E AUDIOVISUAL DA IMAGEM Por que fazer audiovisual? Antes mesmo de aprender a ler, a criança já registrou imagens e sons no seu cérebro. Todo homem passa um bom tempo de sua vida a olhar e a escutar. O cérebro não foi feito unicamente para registrar as palavras impressas. Existe toda uma atividade cerebral no olhar e na escuta...Estamos mergulhados em imagens e sons: cartazes, revistas, cinema, TV, rádio. Impossível escapar. Mas esses meios de comunicação são, na maioria das vezes, concebidos para serem recebidos de uma maneira passiva. É urgente que surjam propostas de atitudes ativas e criticas diante desses meios... Fazer um audiovisual pode ser caminho aberto para o crescimento. Desde que se comece a realizar uma trilha sonora, uma seqüência de slides, a misturar o som com as imagens, percebe-se que é necessário empregar uma intensa atividade cerebral: imaginação, criatividade, mas também rigor e lógica, habilidade técnica, manual... Etapas da produção Nascida a idéia do roteiro, o fato que cria a necessidade de produzir o audiovisual, é necessário cumprir algumas etapas: 1- definição dos objetivos do audiovisual 2 - análise da audiência 3 - escolha do estilo 4 - pesquisa 5 - recursos técnicos e humanos

8

6 - criação 7 - seqüências Na prática, freqüentemente esses passos se dão de forma misturada e de acordo com o que a nossa inspiração vai nos ditan-do. Porém, nenhuma dessas etapas deve ser esquecida, sob o perigo de prejuízo para a produção. 1. Definição dos Objetivos Na definição do objetivo é que surgirá o tema central do audiovisual. Por exemplo, um grupo deseja fazer uma montagem para uma associação de moradores. Num primeiro momento, o objetivo principal é despertar o interesse das pessoas para as atividades desen-volvidas pela associação: preservação ecológica do bairro, o trânsito local, as condições das vias públicas, a participação nas deci-sões dos órgãos públicos etc.Sabendo que uma montagem não poderá abordar todos esses assuntos, o grupo terá que passar por uma discussão organizada e profunda escolhendo o tema central da montagem. Esta discussão poderá despertar maior interesse e, muitas vezes, um grupo que havia pensado um tema central vem a descobrir que aquele tema não deve ser a prioridade da associação naque-le momento. O objetivo principal é provocar a participação dos moradores, e o tema central terá que ter essas condições. Pois bem, digamos que o grupo tenha decidido pelo trânsito. 2. Análise de Audiência O segundo passo é a análise que nos permite conhecer quem é a audiência, para quem iremos exibir o programa a ser produzido. Nesta etapa, é fundamental uma reflexão sobre a idade, formação cultural, ocupação e experiência profissional do público a quem está destinado o audiovisual. É preciso, também, saber que conhecimento tem este público sobre o assunto a ser tratado, evitando a repetição desnecessária de informações que já sejam do conhecimento dos assistentes, ou, por outro lado, a utilização de informações de difícil assimilação, seja pelo total desconhecimento do assunto abordado, seja pelo desinteresse pela questão. No caso do nosso exemplo, vamos supor que a associação já tenha feito uma manifestação sobre os vários acidentes ocorridos num cruzamento e que os acidentes não constituirão o tema central, mas uma informação para reforçar a consciência do problema. Por outro lado, o grupo considera que o audiovisual deve mobilizar as pessoas para reivindicar das autoridades locais a construção de uma passarela. Se os moradores locais ainda não realizaram este tipo de experiência, seria interessante mostrar resultados obtidos por outras associações. Enfim, trazer novos dados mobilizadores, todos centrados na questão do tema escolhido, o trânsito. 3. Escolha do Estilo Definido o tema central e a audiência, podemos passar para a terceira etapa - a escolha do estilo mais adequado. Um audiovisual de-ve ser, antes de tudo, simples e direto. Seu estilo, o mais criativo possível, o que melhor se coadune com a mensagem. Os estilos podem ser vários: didático, dramático, cômico, simbólico ou simplesmente informativo.Digamos que o grupo perceba que o estilo mais provocador em sua área é o estilo dramático. 4 . Pesquisa Escolhido o estilo e dependendo do nível de conhecimento que se possui sobre o assunto, será iniciado o período de pesquisa. A pes-quisa pode significar estudar o assunto, entrevistar pessoas, levantar imagens já existentes, dados estatísticos etc. A clareza sobre o tema é fundamental para a elaboração de um bom roteiro. 5. Recursos Técnicos e Humanos Um outro passo na elaboração de um roteiro de produção é o levantamento dos recursos disponíveis: técnicos, humanos e financei-ros. Você já imaginou como seria frustrante escrever um roteiro contando com fotografias ou com uma trilha sonora rica em efeitos e descobrir que não há pessoas no seu grupo que saibam manusear uma máquina fotográfica ou um equipamento para gravação? Deve-mos evitar as desilusões e frustrações e, para isso, essa análise é fundamental para sabermos com que recursos técnicos, humanos e financeiros dispomos para o bom desenvolvimento da produção do audiovisual. 6. Criação Conhecendo os objetivos que motivam a produção do audiovisual, o público que irá assisti-lo, o estilo e os recursos técnicos e huma-nos de que se dispõe, desenvolve-se, então, a idéia central do audiovisual. Podemos iniciar escrevendo um resumo da estória que se quer contar. Em seguida, elaboramos um esquema um pouco maior da estória, com poucas palavras ordenadas, mostrando claramen-te o começo, o meio e o fim do programa. Este esquema é o argumento que auxiliará na elaboração do roteiro propriamente dito; por isso, merece dedicação e esforço na sua confecção. 7. Seqüências

9

O roteiro final deve ter claro a ordem seqüencial das idéias: o começo, o meio e o fim. O tema e seus subtemas serão agrupados. No exemplo do trânsito, a questão dos acidentes comporá um subtema, uma seqüência; a luta vitoriosa de um bairro em relação ao mes-mo problema poderá compor outra seqüência. A seqüência que trata do tema principal deve ser o ponto alto da montagem, e sua dra-matização deverá ser mais forte. Os sons, as palavras e as imagens de uma seqüência devem ser escolhidos conforme critérios especí-ficos, como: duração da seqüência, sua ordem dentro do todo da montagem, a sucessão de seus planos. Um bom exercício para per-ceber as seqüências é o de observar outros audiovisuais e analisar as suas diversas seqüências, percebendo como foi trabalhado o argumento. O tratamento das seqüências está relacionado com as especificidades de cada elemento que compõe o audiovisual: o som, a palavra e a imagem. O roteiro deve combinar da melhor forma possível estes três elementos para criar a linguagem audiovisu-al. Para termos seqüências uniformes, geradoras de efeitos visuais mais agradáveis e com maior poder comunicativo é necessário levar em conta alguns critérios.Apesar da seqüência ser constituída por imagens individuais, é nela que se estabelecem relações “especiais de simbolismo que, de imagem para imagem, terminam por constituir o sentido do discurso”. Por isso, não podemos sim-plesmente juntar algumas imagens.Na projeção pode-se optar por um tempo em que cada imagem possa ser lida em suas particulari-dades, em média, uns dez segundos; mas o tempo não poderá ser definido previamente, pois cada imagem tem um tempo de leitura próprio. Podemos optar também por pequenas “flashes”, com uma duração de projeção bastante curta, o que permite apenas captar instintivamente a imagem, acentuando o componente emotivo da mensagem. Ou podemos ainda aumentar o tempo de projeção com o intuito de que a imagem alcance o aperfeiçoamento do fator tédio, porque queremos, uma vez lida a imagem, deslocar a atenção para o comentário falado ou para um trecho musical. Na ordem de projeção será criada uma espécie de diálogo entre as seqüências. Esse diálogo poderá se dar numa sucessão cronológica, muito usada nos documentários, ou numa sucessão lógica em que um argu-mento vai ser complementado na próxima seqüência. Pode-se ainda criar climas: antecipação (a seqüência prepara e faz incidir a atenção para a próxima), ou reforço (reforça o argumento anterior), ou ainda contraste (a comunicação usa o recurso de situações opostas)... Tomemos o exemplo de um fotógrafo que, a partir de um desenho de crianças, fotografou vários pedaços, criando seqüên-cias para contar a estória que os pequenos haviam descrito com seu desenho. A estória era a seguinte: um pequeno jumento trota, ele vai visitar seu primo, são quatro horas, no meio do caminho ele encontra um pardal, aí... SEQUENCIAS DIDÁTICAS Cada foto deve mostrar de modo simples e claro determinado estágio de uma operação, e a seqüência como um todo deve ter uma continuidade que a torne fácil de ser observada. Se possível, padronize o ângulo de tomada, o fundo e a iluminação. Exclua o que é irrelevante em relação ao que você está salientando. Se fotografar por sobre o ombro do demonstrador, você mostrará com cla-reza as várias operações. Uma iluminação suave e frontal revelará detalhes, mas tenha cuidado para que isso não destrua a forma. Faça a imagem o maior possível e lembre-se de sugerir a escala, incluindo, por exemplo, as mãos do demonstrador na foto.

10

ELABORAÇÃO DE PORTFÓLIO Embrulhe para presente Um dos maiores pontos fracos dos fotógrafos brasileiros é a apresentação de seus trabalhos. Comparados com nossos colegas do hemisfério norte, nós ainda estamos na idade da pedra em termos de preparação de portfólios. O conteúdo importa tanto quanto a forma, que nada mais é do que uma conseqüência direta do próprio conteúdo. O que nós temos de fazer, é acabar de uma vez por todas com aquela mentalidade equivocadamente terceiro-mundista, que justifica o desleixo como uma opção conceitual. Se é correto e louvável não querer seguir um padrão de qualidade importado, sem relação alguma com nossa cultu-ra e nossa realidade econômica. Por outro lado, nada justifica a pobreza oriunda do desleixo: ampliações mal feitas, riscadas, man-chadas de revelador ou simplesmente da batata-frita que o autor comeu enquanto examinava as fotos. Nossa posição de inferioridade em relação aos fotógrafos dos centros mais evoluídos está unicamente na maneira como apresenta-mos e vendemos nosso trabalho. Eles não são nem mais criativos, nem tecnicamente superiores, apenas dispõem de mais facilidade para trabalhar. Aliás, não existe nada de mais racista, do que achar que uma cultura pode ser mais criativa ou aprimorada do que ou-tra, pois — a gente já deveria ter aprendido a lição e se descomplexado — não existem formas superiores de cultura, apenas formas diversas de cultura. Quem pensar o contrário é um sério candidato a ingressar nas fileiras do IV Reich. Apresentar bem seu trabalho não vai implicar em muito dispêndio, nem no contrabando dos papéis especiais para passe-partout (os “museum boards”), isentos de acidez, nem das custosas pastas ou caixas especialmente concebidas para portfólios. Soluções simples e baratas estão ao nosso alcance. A mais simples delas consiste em montar seu portfólio numa pasta porta-documentos, destas de capa de plástico, com folhas trans-parentes. E a vantagem é que essas pastas podem ser encontradas nas papelarias de qualquer cidade brasileira. Para melhorar a apre-sentação, monte as rotos num passpartout de papel de qualidade, um papel de aquarela, ou qualquer papel usado em artes plásticas, do tipo Canson ou Fabriano. Esses papéis existem em cores e texturas variadas, permitindo que você personalize seu portfólio. Outra grande vantagem dessas pastas porta-documentos é a de ter as folhas fixas, de modo que você pode definir a ordem de leitura deseja-da, sem precisar arrumar novamente o portfólio cada vez que mostrá-lo. Sem contar que o plástico protege as imagens da gordura e de outras agressões. Outra solução, igualmente barata e simples, é montar suas fotos em folhas soltas de papel de desenho (o ideal é usar a folha dobrada em dois, abrindo a janela para a roto numa das faces), e acondicioná-las numa caixa que pode ser até a caixa de papel fotográfico, que você personalizaria, forrando-a por exemplo com “Contact” preto fosco, que fornece um acabamento neutro e impecável. Para proteger as pranchas, você poderia envolvê-las com uma folha de acetato, que é completamente transparente, não interferindo na leitura da imagem. Existem tantas maneiras de montar um bonito portfólio, quantos fotógrafos existirem. O negócio é usar a imaginação e tentar dar um toque pessoal, pois você não estará vendendo apenas fotografias, você está vendendo você — a expressão mais profunda de seu ser, aquilo que você tinha dentro de si e considerou digno de ser partilhado com outros.

11

Tratamento fotográfico básico Vamos começar com um trato na luz e na cor na i-magem. Algumas imagens, por sub-exposição, principal-mente, precisam ter alterados, alguns parâmetros. Nível: O primeiro deles é o “nível” das luzes (alto, médio e baixo). Acessamos isso no menu “imagem” >> “ajustes” >> “níveis” (levels). A janela que abre contém um dia-grama como a ilustração ao lado. Neste diagrama nós temos, na linha abaixo do dese-nho, três setas que controlam altas luzes (esquerda), luzes médias (centro) e baixas luzes (direita). De um modo geral, em imagens que têm áreas muito escu-ras, podemos melhorar a luminosidade dos tons médios operando a seta central deslizando-a para a esquerda e acompanhando as alterações na imagem. Em alguns casos precisa-mos re-posicionar a seta da direita, em direção à esquerda, quando não registro de luz nessa parte do diagrama, até o mais próximo possível da luz, no diagrama. Todo esse processo é acompanhado visualmente na edição da imagem. É a sua sensibilidade visual que vai definir o que é necessário alterar na imagem pra torná-la mais visível (compreensível). Outra ferramenta necessária que tanto pode ser usada complementar à anterior, quanto exclusivamente, se queremos interferir mais genericamente na luminosidade da imagem. Pra isso usamos a ferramenta “curvas”. Menu “imagem” >> “ajustes” >> “curvas” como nas duas janelas da ilustração. Curvas: Na ilustração da esquerda temos o ponto inicial, à direita um exemplo de alteração (máxima, em alguns casos e média, em outros). Também com essa ferramenta, as alterações são acompanhadas visualmente. Vc vai ver claramente as diferenças de abrangência das duas ferramentas. Brilho e Contraste: Pra dar um acabamento final a gente pode abria ferramenta “contraste” pra equilibrar as cores. Menu “imagem” >> “ajustes” >> “brilho e contraste”. Vai abrir essa janela aí acima. Na barra de contraste vamos movê-la devagar pra direita. Observando a imagem definimos a quantidade necessária de contraste. Feito isso, vamos considerar que temos uma imagem com 300 dpi de resolução e um tamanho médio em pixels de 1800 px ou 2000 px de largura e queremos publicá-la no site do cmi. Para usá-la (a imagem) na web, precisamos transformar 300 dpi em, no máximo 100 dpi, mas o ideal é 72 dpi. Vou me basear no Photoshop, mas é possível achar essas funções em qualquer editor médio. 1º Passo Abrimos a imagem no editor. Escolhemos a função “tamanho da imagem” no menu “imagem”. Isso abre uma janela que informa o tamanho daquela imagem, como o exemplo ao lado: Na área de cima temos a medida da imagem em pixels: 2048 (largura) x 1543 (altura). No meio temos as dimensões do documento em centímetros: 17,34 (largura) x 13 (altura) e a resolução (ou definição) 300 pixels/polegada (ou dpi) Em baixo ficam as caixas de opções: “manter proporção” (que deve estar ticada pra não alterar a proporção da imagem) e “resample image” (que não consegui achar a tradução) e onde se pode interpolar a imagem (mas isso é assunto pra depois).

12

Mas essa ultima caixa é muito importante pro nosso trabalho de colocá-la no tamanho que queremos. Vamos lá: Antes de tudo apagamos a caixinha do “resample”. Assim a área de cima se desabilita. Trocamos então a resolução de 300 pra 72 e remarcamos a caixa do “resample”. Vamos então na área de cima e trocamos a medida da largura (que está em pixels) pra medida que queremos. Notamos que a altura também se alterou resolução que escolhemos. Vamos ao menu “ver” (view) e escolhemos a opção “tamanho real” (deve ser isso em português) para vê-la no tamanho que ela tem agora. 2º Passo. A essa altura vc já deve ter notado que a imagem ficou meio sem foco. Vamos, então até o menu “filtros” e escolhemos “nitidez” e depois “mascara de nitidez” vai abrir uma janela como essa aí ao lado. De um modo geral o que devemos fazer é escolher uma porcentagem que dê à imagem a nitidez que desejamos. Com isso já temos a imagem que queríamos. A opção “radius” só deve ser alterada eúltima instância porque força muito espaço entre os pixels e pode alterar cores e formas, mas tudo isso é regulável visualmente e vc pode controlar o que quer e o que não quer. m Bem, essas duas são as funções básicas dentro do que era a minha sugestão de evitar as fotos maiores que espaço horizontal, da página do site, onde ela vai estar publicada, pra evitar a barra de rolagem horizontal e dar melhor visibilidade às fotos. Quando sugeri que o tamanho ideal pra publicação direta no site fosse de 550 px (largura), é porque essa medida cabe ali sem criar o rolamento. Se alguém quer incluir foto e texto na página (desenhando em html) eu sugero que as imagens tenham, a metade dessa largura pra poder jogar com duas colunas equilibradas. Nota explicativa: Quando se tira uma fotografia com uma câmera digital, ela produz um arquivo bruto de medidas variáveis, de acordo com a resolução daquela máquina. Essa medida, geralmente vem especificada no manual da câmera e está descrita em “pixels” (o menor ponto, capaz de concen-trar todas as cores, em um monitor). Na maioria das câmeras esse arquivo tem o formato .jpg, mas precisa ser salva por um editor de imagem (tipo Photoshop (Adobe), Photopaint (vem junto com o Corel-Draw) ou Paintshop, são os mais apropriados). Em algumas câmeras esse arquivo tem a resolução de saída em 300 dpi (que significa: dots per inche ou seja: pontos por pole-gada) que é a resolução necessária para imprimir uma foto em papel fotográfico ou qualquer impressora.

13

Textos complementares Profissionalize suas fotos Um bom enquadramento faz a diferença na hora de conseguir boas imagens. Confira algumas dicas e dê um tom profissional às suas fotos Sua foto está tecnicamente perfeita, bem exposta e focada. Mas - surpresa! - o assunto principal está distante, perdido entre ele-mentos supérfluos que desviam a atenção do motivo mais importante. Felizmente, resolver esse problema é fácil: basta um bom enquadramento e suas fotos já adquirem um tom profissional. O segredo é relativamente simples: preencher o quadro com o motivo principal e eliminar da cena elementos pouco importantes. Para isso, um bom recurso é, na medida do possível, aproximar-se do assunto principal. E, quando possível, usar e abusar das lentes zoom e teleleobjetivas, com distância focal acima de 85 mm. Não é tão fácil quanto parece. Existe uma tendência de se enquadrar assuntos segundo a visão do olho humano, que enxerga como uma super grande-angular de 15 mm. Mas, se isso for feito, a imagem obtida provavelmente ficará distante e desinteres-sante. Assim, antes de tudo, o fotógrafo, deve se acostumar a dispensar tudo o que não for essencial à mensagem que ele deseja trans-mitir, ao que deve ser realmente mostrado.Depois, vale buscar ângulos fechados, uma pose mais criativa ou inusitada. Os resul-tados são imediatos, e você, como num passe de mágica, logo estará fazendo fotos expressivas e que fogem do lugar-comum. Outra dica importante é se habituar a ver e estudar a cena pelo visor da câmera, levando em conta que, mesmo nos modelos re-flex, a imagem que se vê é sempre menor do que a área que será impressa no negativo. Além disso, a cena vista no visor é sem-pre muito ampla e, por isso, os objetos aparecem pequenos. O fotógrafo nem sempre percebe que um gato, por exemplo, entrou na foto. Assim, na hora de compor a cena, é sempre bom se aproximar um pouco mais do assunto, mesmo que no visor o enqua-dramento pareça estourar. Acompanhe agora dicas de enquadramento para algumas situações específicas: Festas, viagens e pessoas: evite cliques de cenas gerais ou imagens panorâmicas muito distantes. O que chama a atenção em uma fotografia geralmente são rostos alegres e paisagens atraentes. Crianças: prefira uma lente tele (acima de 85 mm), foque nos olhos e enquadre procurando eliminar quarto bagunçado, cama desarrumada e, principalmente, paredes. Uma criança diante de um brinquedo já é o suficiente para uma boa fotografia. Profissional em ambiente de trabalho: para mostrar o mestre-cuca na cozinha de um restaurante, por exemplo, evite mostrar o ambiente inteiro. Vale mais colocar um detalhe característico no primeiro plano, como algumas panelas no fogão, e deixar o personagem focado e aparecendo em bom tamanho logo atrás. Grupos em ambientes fechados: use uma grande angular e aproxime-se das pessoas até encher o quadro no visor. O ângulo inusi-tado acrescido da leve distorção causada pela lente costuma apresentar um resultado muito melhor do que o das tradicionais fo-tos de comemorações, com cabeças e corpos cortados. Enfim, para melhorar seus cliques, procure preencher o quadro com o assunto, obtendo uma composição agradável da foto. E se você tiver uma câmera compacta simples, atente para o erro de paralaxe: o que se vê pelo visor não é exatamente a imagem que se veria através das lentes, e por isso mesmo, alguns erros de enquadramento podem ocorrer. Quanto mais perto do assunto, mais o erro aumenta. Portanto, deixe sempre uma pequena margem de segurança nas bordas. Finalmente, não tenha medo de errar. O segredo de bons enquadramentos é perder a timidez e chegar bem perto do assunto. Su-ba numa cadeira, deite-se no chão, consiga um primeiro plano e desfoque o fundo. Você vai se surpreender com os resultados. E, claro, nunca se esqueça de que, no caso da foto do amigo aí do lado, é muito mais seguro usar uma teleobjetiva. Para acertar no enquadramento... l. Não utilize câmeras compactas com visor direto, pois a imagem observada geralmente é menor do que a obtida no fotograma. Para não cortar cabeças ou pés, trabalhe com uma margem de erro, afastando um pouco o assunto das bordas do visor. 2. Quando quiser chegar bem perto de um assunto, não se esqueça de verificar a distância focal de sua lente. As câmeras com-pactas geralmente conseguem focalizar imagem que estejam a pelo menos 1,20 m de distância. Nos modelos reflex, este distan-ciamento varia de uma lente para outra. 3. Para “encher o quadro” use e abuse das meia-teles, como as de 85, 105 e 135 mm. Se estiver usando lente zoom, use-a na po-sição de tele mais potente. 4. Para dar mais destaque ao assunto principal da foto, prefira fundos neutros, como o céu, paredes (limpas, de preferência) ou gramados. 5. Não bata a foto de primeira, a menos que isso seja condição para não perder o assunto. Procure estudar a cena, aproximando-se ou movendo-se para encontrar o melhor ângulo. Com o tempo, você estará enquadrando de maneira mais rápida e eficiente. 6. Se você tiver a intenção de destacar uma pessoa como assunto importante, não faça tomadas a longa distância. Aproxime-se e, de preferência, coloque a pessoa em um dos lados da foto. Se você estiver com uma grande angular, pode ocorrer uma pequena distorção. 7. Para fazer um bom retrato, use uma lente acima de 50 mm, de preferência uma meia-tele (acima de 80 mm).

14

O que é Pinhole? Pinhole - do inglês, buraco de alfinete - é o nome dado à técnica que irá permitir que o fenômeno fotográfico se dê em um ambiente sem a presença de lentes (componente das máquinas fotográficas convencionais). Um furo é o que permite a formação da imagem em um recipiente ou espaço vedados da luz. A projeção de imagens por este método é uma lei física, e já é conhecida pelo homem desde a Antigüidade. Antes do advento da fotografia (séc.XIX), as projeções pinhole eram instrumento científico de visualização de eclipses e no estudo das estrelas; nas artes, as imagens pinhole serviam de molde para os pintores paisagistas. O desenho abaixo, de autoria do astrônomo Gemma Frisus, ilustra a projeção pinhole para observações de fenômenos astronômi-cos: A princípio, qualquer espaço protegido da luz pode servir como câmara escura: de latas e caixas das mais distintas proporções até espaços menos convencionais, mas com entrada de luz que possa ser controlada, como um refrigerador, um baú, um armário, uma sala, ou um automóvel. Em cada caso existe um tamanho de furo apropriado para que a projeção se dê de forma nítida, pois é por este princípio que a projeção, e por conseqüência a fotografia pinhole, são possíveis. Este furo pode ser determinado atra-vés de uma fórmula matemática relacionada às dimensões do recipiente escolhido. O recipiente furado passa então a ser uma câmara escura, com a qual podemos produzir fotografias ao colocar filme ou papel fotográfico no seu interior. Um furo bem calculado e executado garante às imagens uma nitidez indiscutível, que caracteriza as imagens pinhole. O furo é sempre minúsculo se comparado à dimensão da câmara escura; como conseqüência, requer obtenções fotográficas de tempos relativamente longos, se comparados ao click da câmara fotográfica. As imagens, também, sofrerão distorções se o recipiente onde o papel fotográfico é colocado não possuir paredes planas (pode ser um recipiente cilíndrico, como é o caso de muitas la-tas). O grupo Lata Mágica utiliza como câmaras latas de panettone e de leite em pó metálicas, que são forradas de preto e furadas. O furo é feito em uma folha de alumínio com um alfinete, e esta folha é fixada com fita isolante a um furo maior feito na lata com prego e martelo. No interior da lata é colocado papel fotográfico preto-e-branco: 18x24cm nas latas de panettone e 9x14cm nas latas de leite em pó. Com este tipo de câmara, e utilizando papel, o tempo necessário para fotografias feitas de assuntos ex-ternos, sob a luz do sol, varia entre 30 segundos a poucos minutos, dependendo da intensidade luminosa. Para situações pouca luz (iluminação artificial, fotos noturnas e fotos internas) os tempos se estendem por horas. As imagens obtidas são reveladas normalmente (processo de revelação de papel fotográfico preto-e-branco), e a partir deste negativo são feitas as cópias positivas. O que é Direito Autoral? É o direito que o autor tem de gozar dos benefícios morais e econômicos resultantes da reprodução de suas criações. Ao criar uma obra de espírito, o autor adquire os direitos moral e patrimonial. O que é direito moral? É o direito de ter o nome citado todas as vezes que a obra for publicada. É irrenunciável e inalienável. Posso vender o meu Direito Moral? Não, o Direito Moral é invendável, irrenunciável e inalienável. O que é direito patrimonial? É negociável total ou parcialmente, para sempre ou por tempo determinado, tratando-se de assalariado ou free-lancer. O Direito Patrimonial é negociável? Sim, o Direito Patrimonial é negociável, total ou parcialmente, para sempre ou por tempo determinado, dependendo dos termos do contrato de licenciamento assinado. As editoras têm direito de ficar com os originais? Não, os originais pertencem ao criador da obra fotográfica ou cinematográfica. As editoras podem ficar com os meus originais?

15

Podem, desde que o autor esteja de acordo, autorize por escrito e receba alguma remuneração. Como faço para vender uma imagem? Uma imagem não se vende. Ela deve ser licenciada para publicação ou exibição. Como devo autorizar a publicação da imagem? O autor deverá assinar o contrato com a editora por escrito, autorizando a publicação de sua obra. Neste Contrato de Licencia-mento deverá constar: a discriminação da obra (que tipo de imagem está sendo licenciada); o prazo para publicação e circulação; qual o veículo em que será publicada; sua abrangência quanto à circulação (municipal, estadual, nacional ou internacional); valor a receber pelo licenciamento e multa por descumprimento do contrato. Quando as editoras me obrigam a ceder meus direitos patrimoniais, o que fazer ? Quando as empresas ou contratantes obrigam os jornalistas de imagem a assinarem cessão plena de direitos, estão cometendo o crime de coação. Poderá o cinefotojornalista questionar judicialmente a assinatura do contrato. Se a foto for publicada sem crédito, o que devo fazer? O autor deverá ingressar com uma Ação de Danos Morais. Qual o Tribunal em que deverei entrar com a Ação? Você poderá ingressar com uma Ação Ordinária Cível, que poderá ser no Tribunal de Pequenas causas, se o valor for de até qua-renta salários mínimos ou, acima desse valor, no Tribunal de Justiça. O andamento do processo funciona da seguinte forma: a) Inicial (Rito Ordinário) b) Juntada das provas materiais c) Citação à ré d) Contestação pela ré (prazo de 15 dias) e) Réplica pelos autos (prazo de 10 dias) f) Provas (prazo de 5 dias) materiais testemunhais periciais g) Sentença Obs. 1: Cabe recurso da sentença Obs. 2: Os valores a serem pagos pela indenização são diferentes, dependendo da causa. Legislações que protegem o autor: Constituição (artigo 5º, incisos XXVII e XXVIII; artigo 170, inciso II) Código Penal (Decreto - Lei n.º 2.848 de 7 de dezembro de 1940) Lei n.º 5.988 de 14 de dezembro de 1973 Lei n.º 5.250 de 09 de fevereiro de 1967 Lei n.º 9.610 de 19/02/98

16

Mudando para digital Ian Boyce é adepto e entusiasta da imagem digital e, ainda que tenha tido problemas no início, não se arrepende da sua conver-são. Aqui ele apresenta algumas dicas importantes para aqueles que pretendem seguir este caminho. Por mais de 30 anos minha Asahi Pentax Spotmatic foi uma constante companheira. Registrou passagens importantes de minha vida e os filmes que fiz com ela permanecem nos meus arquivos, começando a amarelar. As cópias, feitas em um pequeno ba-nheiro de minha casa temporariamente transformado em laboratório, me mantiveram noites e noites lá confinado, enquanto mi-nha mulher pacientemente cuidava da casa e minhas crianças dormiam. Este tempo passou. O início da mudança foi quando passei a usar uma nova geração de equipamentos fotográficos, comprando minha primeira câmera autofocus eletrônica, uma Nikon N70. Não foi um processo simples aprender a operar aquele novo brin-quedo, com todas as suas inovações. Porém, com persistência, fiz bom progresso. Muito aconteceu desde então. A tecnologia avançou na questão eletrônica, chegando ao estágio atual das câmeras digitais. Os preços se tornaram cada vez mais realistas e eu sucumbi, outra vez, a uma nova conversão radical. E acho que, neste momento, tenho alguma coisa para dizer a respeito dessa nova mudança. Espero que as impressões e idéias que vou expor a seguir, e que são muito pessoais, possam ajudar àqueles que ainda estejam indecisos sobre o "momento decisivo" para ingressar no mundo digital de uma maneira séria e comprometida... Talvez abando-nando anos de uso de uma tecnologia e, principalmente, maneira de fotografar, baseada no filme. Eu me encantei profundamente por câmeras digitais logo nas primeiras vezes que tive contato com elas. Imediatamente senti que tinha que ter uma. Seria uma história muito longa contar todos os passos que me levaram a vender meu equipamento analógico e adquirir minha primeira câmera digital – o que, confesso, fiz com os dedos cruzados. E minha primeira impressão foi de ter co-metido um grande engano. Em um primeiro momento, as desvantagens do digital foram muito gritantes para mim. Meu grande desapontamento era com o lapso de tempo entre o apertar o botão e a resposta da câmera. Na verdade, se tratam de dois lapsos de tempo: 1º) a diferença entre o tempo que você aperta o disparador e o momento que a câmera efetivamente registra a imagem; 2º) o tempo que a câmera leva para processar a imagem e estar novamente disponível para ser usada. O que um fotógrafo efetivamente deseja é captar o momento que considera conclusivo de uma cena. Se uma criança está colo-cando um prato de spaghetti sobre a cabeça e o entornando, você quer estar disponível para captar o exato instante em que ela vira o prato. Você não pode antecipar o exato momento, a não ser que em um lance de sorte você dispare a câmera um momento antes do clímax da situação... Muita incerteza! Isso estava muito distante do que se podia fazer com a câmera analógica. Com filme, naquele momento, você podia estar certo de que ia captar o spaghetti no momento em que ele começasse a escorrer pelo prato em direção à cabeça da criança. Fotografia de crianças, de esportes ou de ação de qualquer tipo exige resposta imediata, tanto do fotógrafo quanto da câmera. Naquele momento eu acreditava que fotografia digital só funcionaria para objetos parados, para still photography, ou para assun-tos como paisagens e retratos. Comecei a pensar que o digital nunca atingiria a qualidade e a eficiência da fotografia com filme. Entretanto, as coisas mudaram. Dois anos depois, com um constante uso do digital, estou convencido de que esta tecnologia é o caminho e o futuro definitivo da fotografia. O lapso de tempo entre a ação do fotógrafo e a resposta da câmera tem sido constan-temente diminuído pela indústria, ao ponto que, neste momento, as diferenças são minúsculas. Da mesma maneira se pode falar em relação à qualidade da imagem ou às facilidades no uso do equipamento. Um importante princípio, no qual eu acredito firmemente, é de que a qualidade – quer se trate de câmeras digitais ou de qualquer outra coisa – aumenta na proporção direta do valor que você paga. Em outras palavras, nenhum leitor deste artigo pode estar procurando por uma solução barata para ingressar no mundo digital, sob pena de comprar uma câmera que lhe gere muito mais desconforto e insatisfação que suas antigas questões com as câmeras analógicas produziam. Ainda assim, no último ano, os pre-ços se tornaram muito razoáveis, mesmo se tratando de câmeras com boa qualidade. Hoje eu possuo uma câmera de último mo-delo reflex digital e posso ir ao meu esporte favorito, downhill, com bicicletas andando em alta velocidade muito perto de mim, e captar toda a ação que me interessar. Ainda quanto à questão das limitações das câmeras digitais, meu conselho é para que se olhe cuidadosamente para o quão fácil é o controle da câmera antes de comprá-la. E tenha cuidado com um dos ditames atuais da "moda digital" de que quanto menor, melhor... Os fabricantes têm sido hábeis em miniaturizar as câmeras de uma maneira que o controle de botões é tão pequeno que talvez você precise de óculos, pontas de caneta ou lentes especiais para controlá-la! Um querido amigo comprou uma câmera digital e, sendo de uma idade razoável, suas mãos simplesmente não conseguiam operar a câmera. A única solução era colocá-la sobre um

17

tripé. E usá-la em espaços internos para que pudesse ver o que estava enquadrando no visor... Depois de um tempo batalhando, ele desistiu... a máquina hoje está com sua neta, emprestada... provavelmente para sempre. Não se seduza pela idéia de que uma boa câmera é a menor possível. Câmeras digitais de boa qualidade fazem fotografias de boa qualidade e, em minha opinião, quanto maior, melhor. Como você pode desenvolver suas habilidades em edição e tratamento de imagens digitais é um assunto bastante bem tratado em revistas especializadas, livros, tutoriais, escolas... Mas, por outro lado, não se torne demasiadamente ansioso a respeito do aprendiza-do de programas de edição, ou ainda, com questões de hardware (tipo... se eu entrar para o mundo digital, necessito necessariamente de um novo computador?). Se você possui um computador que é relativamente atualizado e bem equipado com memória, você certa-mente está ok. Além disso, se você dispuser de um software de edição de imagens como o photoshop ou similar, que toma conta de muitas das coisas que podem causar problemas em uma imagem digital, você estará tranqüilo. Quando for comprar uma nova câmera digital, os critérios para lhe guiar na decisão de que equipamento comprar são simples: o mai-or número possível de pixels como resolução, o menor delay possível entre o momento que você aperta o disparador e a execução da imagem pela câmera, e tenha certeza de que o modelo é "amigável", ou seja, que você poderá manuseá-lo sem muitos problemas, com botões facilmente acessíveis e um conjunto de menus inteligente. O menu da minha câmera atual tem todos os comandos em um única lista. Acho muito complicado procurar itens em um menu com dois ou três níveis quando você está em pleno desenvolvimento de um trabalho. Outro elemento com o qual você deve cuidar é o monitor. Algumas situações de luz, como em um dia ensolarado, podem realmente comprometer a sua capacidade de visualizar o que está no seu enquadramento. Esteja preparado para gastar um bom dinheiro na melhor câmera que você puder comprar. Você não vai se arrepender. Além do que, você passará a economizar dinheiro não mais comprando filmes e os processando. Hoje, digital já é diversão garantida! Memória e Afeto Homem à janela.Na fotografia encontra-se a ausência, a lembrança, a separação dos que se amam, as pessoas que já faleceram, as que desapareceram.Para algumas pessoas, fotografar é um ato prazeroso, de estar figurando ou imitando algo que existe. Já para ou-tras, é a necessidade de prolongar o contato, a proximidade, o desejo de que o vínculo persista. Strelczenia, 2001, apud Debray (1986, p. 60) assinala que a imagem nasce da morte, como negação do nada e para prolongar a vida, de tal forma que entre o representado e sua representação haja uma transferência de alma. A imagem não é uma simples metáfora do desaparecido, mas sim “uma metonímia real, um prolongamento sublimado, mas ainda físico de sua carne”.A foto faz que as pessoas lembrem do seu passado e que fiquem conscientes de quem são. O conhecimento do real e a essência de identidade individual depen-dem da memória. A memória vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a transformação e de alguma maneira decifrar o que virá. A fotografia captura um instante, põe em evidência um momento, ou seja, o tempo que não pára de correr e de ter transformações. Ao olhar uma fotografia é importante valorizar o salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se contem-pla a imagem, porém a ocasião fotografada é capaz de conter o antes e depois.Confia-se, portanto, na capacidade da câmera fotográ-fica para guardar os instantes que se consideram valiosos. Tirar fotografias ajuda a combater o nada, o esquecimento. Para recordar é necessário reter certos fragmentos da experiência e esquecer o resto. São mais os instantes que se perdem que os que podemos con-servar. Segundo Strelczenia (2001), “A memória se premia recordando, fazendo memorável; se castiga com o esquecimento ”. Fotografa-se para recordar, porque os acontecimentos terminam e as fotografias permanecem, porém não sabemos se esses momen-tos foram significativos em si mesmos ou se tornaram memoráveis por terem sido fotografados. A memória é constitutiva da condi-ção humana: desde sempre o homem tem se ocupado em produzir sinais que permaneçam mais além do futuro, que sirvam de marca da própria existência e que lhe dêem sentido. A fotografia traz consigo mais daquilo do que se vê. Ela não somente capta imagens do mundo, mas pode registrar o “gesto revelador, a expressão que tudo resume, a vida que o movimento acompanha, mas que uma ima-gem rígida destrói ao seccionar o tempo, se não escolhemos a fração essencial imperceptível” (CORTÁZAR, 1986,p.30) Todo esse campo de interpretação que a fotografia permite parte de vários fatores, ingredientes que agem profundamente (nem sem-pre visíveis) no significado da imagem. Segundo Lucia Santaella e Winfried Nöth (2001), esses elementos são: o fotógrafo, como agente; o fotógrafo, a máquina e o mundo, ou seja, o ato fotográfico, a fenomenologia desse ato; a máquina como meio; a fotografia em si; a relação da foto com o referente; a distribuição fotográfica, isto é, a sua reprodução; a recepção da foto, o ato de vê-la. É no ensaio fotográfico que a pessoa busca a emoção, algo que ela nunca tenha sentido. A fotografia é capaz de ferir, de comover ou ani-mar uma pessoa. Para cada um ela oferece um tipo de afeto. Na composição de significado da foto, segundo Barthes (1984), há três

18

fatores principais: o fotógrafo (operator), o objeto (spectrum) e o observador (spectator). O fotógrafo lança seu olhar sobre o assunto, ele o contamina e faz as fotos segundo seu ponto de vista. O objeto (ou modelo) se modifica na frente de uma lente, simulando uma coisa que não é. No caso do observador, ele gera mais um campo de significado, lançando todo o seu repertório e alterando mais uma vez a imagem. Barthes (1984, p. 45) observa ainda a presença de dois elementos na fotografia, aquilo que o fotógrafo quis transmitir é chamado de studium, ou seja, é o óbvio, aquilo que é intencional. Já quando há um detalhe que não foi pré-produzido pelo autor, recebe o nome de punctum. Esse último gera um outro significado para o observador, fere, atravessa, mexe com sua interpretação. Reconhecer o studium é fatalmente encontrar as intenções do fotógrafo, entrar em harmonia com elas, aprova-las, dicuti-las em mim mesmo, pois a cultura (com que tem a ver o studium) é um contrato feito entre os criadores e os consumidores. (...) A esse segundo elemento que vem contrariar o studium chamarei então punctum. Dessa vez, não sou eu que vou busca-lo, é ele que parte da cena, como uma fle-cha, e vem me transpassar (BARTHES, 1984, p. 48). Por meio das fotografias descobre-se a capacidade de obter camadas inteiras e de emoções que estão escondidas na memória. Tam-bém se pode descobrir e obter novas significações que naqueles momentos não estavam explícitas. As imagens são aparentemente silenciosas. Sempre, no entanto, provocam e conduzem a uma infinidade de discursos em torno delas. Fotografia como arte O homem sempre tentou reter e fixar movimentos do mundo, começando com desenhos na caverna, passando pela pintura em tela e escultura, e, por fim, chegando a fotografia. Esse é um meio de comunicação de massa, sendo muito popular em nossos dias e nasci-do na Revolução Industrial. De acordo com Barthes (1984, p. 21), muitos não a consideram arte, por ser facilmente produzida e re-produzida, mas a sua verdadeira alma está em interpretar a realidade, não apenas copiá-la. Nela há uma série de símbolos organiza-dos pelo artista e o receptor os interpreta e os completa com mais símbolos de seu repertório. Fazer fotografia não é apenas apertar o disparador. Tem de haver sensibilidade, registrando um momento único, singular. O fotógrafo recria o mundo externo através da realidade estética. Em um mundo dominado pela comunicação visual, a fotografia só vem para acrescentar, pode ser ou não arte, tudo depende do contexto, do momento, dos ícones envolvidos na imagem. Cabe ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertório e sentimento. "Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração".( Henri Cartier-Bresson 1994) Bibliografia BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Círculo do Livro, 1988. 224 p. HEDGECOE, John. Guia completo de fotografia. São Paulo: Martins Fontes, 1996-2001. 224 p. GURAN, Milton. Linguagem fotográfica e informação. 3. ed. Rio de Janeiro: Gama Filho, 2002. 119 p. HUMBERTO, Luis. Fotografia, a poética do banal. Brasília: Universidade de Brasília, 2000. 105 p. BERNIER, Jules. 200 assuntos fotograficos. 1. ed. São Paulo: Iris, 1970. 168 p. MOURA, Edgar. 50 anos luz, câmera e ação. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2001. 444 p. SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó: Argos, 2004. 255 p. LIMA, Ivan. Fotojornalismo brasileiro : Realidade e linguagem. 1. ed. Rio de Janeiro: Fotografia Brasileira, 1989. 90

19

Aulas práticas de fotografia Temas Figura humana – retratos, poses, gestos, expressões, etc. Natureza - folhas, frutos, água , tronco, aves, etc. Explorar texturas e cores. Objetos e formas – brinquedos, detalhes arquitetônico. Paisagismo – praias, lagos, pôr-do-sol, vista panorâmica , etc. Fotos de rua – feiras populares, profissões informais, retratos, flagrantes, trem urbano, etc. Livre criação – fotos com composição variada, pode incluir o elemento humano. Os objetivos do ensaio fotográfico:

simplificar as fotos, selecionando fundos e evitando assuntos não relacionados com o tema principal, chegando mais perto para eliminar objetos ou coisas não desejadas na imagem.

Seguir a regra: quanto menos elementos você coloca, mais eles aparecem em evidência. Arranjar as formas, cores, áreas de luz e sombra num equilíbrio perfeito. Enquadrar respeitando de forma harmoniosa os objetos que se encontram em primeiro plano. Diversificar os ângulos, de lado, de cima, de baixo, etc. Lembrar sempre antes de apertar o botão do disparador: o que eu quero mostrar, aquilo que quero mostrar está visível, apa-

recem coisa que eu não quero mostrar, estou vendo o que vai aparecer na foto, como é que vai ficar depois..., etc.

20

Fotos publicadas no www.ireport.com/adrovando