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Material 1 - Conhecimentos Holísticos, Paradigmas Holísticos.
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Curso: Tecnlogo em Esttica Disciplina: Terapias de SPA da Amaznia 2015.2 Prof. Me. Paulo Assuno
O PARADIGMA HOLSTICO
No cenrio do conhecimento humano, pode-se observar a emergncia de um
novo paradigma: o paradigma holstico. Paradigma, em grego, significa exemplo,
modelo, padro. Este termo foi usado sistematicamente em cincia pelo fsico e
filsofo Thomas S. Kuhn (1922-1996) onde o paradigma aparece como uma estrutura
temporria que define o estado da cincia atravs de modelos e tcnicas que so
reconhecidos por uma comunidade cientfica, como rede social, em um dado perodo
histrico. A fora de um paradigma est no consenso de uma comunidade cientfica
naquele determinado perodo. A mudana de paradigma est associada capacidade
do grupo cientfico que questiona e d sentido s carncias observadas em um
perodo anterior da cincia. A transio para um novo paradigma um sinal de
maturidade no desenvolvimento de qualquer campo cientfico.
Quando nos indagamos sobre uma crena que nos parece contraditria ou
problemtica, estamos mudando de uma atitude costumeira para uma atitude
filosfica, pois, quem percebe contradies e incompatibilidades com as crenas e
opinies preestabelecidas, e procura compreender por que so assim, est
exprimindo o desejo de saber, isto : o amor sabedoria, que o significado da
filosofia (Cincia geral dos princpios e causas, ou sistema de noes gerais sobre o
conjunto das coisas). O novo conhecimento cientfico nasce no modelo que se
observa estar sendo substitudo: o modelo da fragmentao, da separatividade, da
dualidade, da especializao, do reducionismo da vida em nome da razo.
Trata-se do paradigma newtoniano-cartesiano, que consiste em quebrar
fenmenos complexos em pedaos a fim de compreender o comportamento do todo
a partir das propriedades das suas partes, e em conceber o mundo como uma
mquina perfeita governada por leis matemticas exatas. Em nome da razo separa
um todo em partes totalmente distintas sem se integrarem, onde os especialistas falam
cada qual a sua lngua, e ningum se entende. Essa maneira de se arrumar os dados
da realidade iluso, uma vez que a fragmentao s existe no pensamento humano,
criando a fantasia de que o sujeito e o universo no guardam nenhuma relao. Esse
paradigma reduz fenmenos amplos e complexos s suas partes, ou a certos
aspectos, atribuindo-lhes uma importncia que pertence mesmo aos aspectos mais
complexos. O paradigma da fragmentao exerceu influncias em todos os domnios
do conhecimento humano. Suas consequncias desastrosas passam pelo conceito
de sade com a fragmentao da medicina em especializaes totalmente desprovida
de uma abordagem sinttica do paciente. So muitos os prejuzos da viso
fragmentada de mundo em todos os aspectos da vida, principalmente no que tange
sade do ser humano e do planeta.
No se pretende afirmar que o paradigma atualmente em substituio, foi de
todo prejudicial e intil. Importante lembrar que um paradigma como parmetro de
referncia de uma sociedade num dado momento histrico, tem o seu valor e
importncia e tambm tem o seu porqu de existir ali. Este raciocnio caracteriza o
pensamento holstico que no excludente, logo, considerando todos os aspectos de
uma situao.
Mas o que holstica? - um adjetivo ou substantivo que se atribui a tudo
que pretende compreender ao mesmo tempo o conjunto, as partes deste conjunto e
suas interaes. Holismo - Do grego: holos, o Todo. Termo utilizado em 1926 por Jan
Christiaan Smuts, (filsofo e Primeiro Ministro da frica do Sul no incio do sculo XX)
em sua obra "Holism and evolution" ("Holismo e evoluo"). Publicada em 1926, o
autor faz uma tentativa de definio da natureza da evoluo, das suas fases
principais e de um fator ou princpio subjacente a esta evoluo e a todo o universo.
A este fator chamou de holismo, para designar a tendncia do universo para construir
unidades que formam um todo, e de complexidade crescente.
A viso holstica uma viso integrativa, que leva em considerao os
sistemas envolvidos. Nada opera isoladamente na natureza. Formamos sistemas e os
sistemas esto em ns. Somos um caminho no meio do todo. O ser humano uma
parte de um todo denominado por ns de Universo. Uma parte limitada no tempo e no
espao e faz a experincia de si mesmo, de seus pensamentos e sentimentos como
sendo algo separado do resto, o que uma espcie de iluso da qual precisamos nos
libertar. Viver holisticamente viver percebendo o todo que somos, integrar-se com
os sistemas que nos envolvem, que nos formam, que nos alimentam, e que
alimentamos. desta compreenso do homem fazendo parte integrante do todo que
o termo holstico, designa a tendncia do Universo para construir unidades que
formam um todo e de complexidade crescente, que a holiatria (Do grego holos: todo
e iatros: que cuida) vem se significando e tratando de curar ou reparar todos os
estragos causados pela viso dualstica do ser humano, na natureza, sociedade e
indivduos. O holismo entende que cada conjunto se transforma numa parte integrante
de um conjunto de nvel mais elevado e assim por diante, ao longo de todo o processo
evolucionrio. As partes parecem jogar uma partida em conjunto e corresponder a
algum propsito comum ou atuar para o bem-estar comum, como se respondendo a
uma presso central. O todo e suas partes se influenciam e se determinam
reciprocamente. O todo est nas partes e as partes esto no todo. E esta sntese entre
todo e partes se reflete no carter holstico das funes tanto das partes quanto do
todo. O homem em sua verdadeira natureza holstico: continuao complementar
do absoluto da totalidade, onde o todo se encontra em todas as suas partes. Nenhuma
coisa ou ser pode existir em si, ou por si, mas unicamente em relao a outras coisas
e outros seres, cada ser representa por isso a soma total de todos os outros. Matria
e mente so inseparveis, e apenas aspectos diferentes do mesmo conjunto.
O holismo definido como uma forma de abordar a realidade na busca de
superar o dualismo, a fragmentao e o mecanicismo newtoniano cartesiano.
Essa viso holstica da sade faz com que se reconhea o profundo
significado da dimenso espiritual no esquema do universo e mostra que a harmonia
que se busca no pode ser encontrada em medicamentos, tratamentos ou terapeutas,
por melhores que sejam, essa harmonia est dentro de cada um, emana de sua
essncia divina, do corpo mente, que a verdadeira matriz invisvel da sade.
O holismo pode ser adequado a qualquer situao de sade doena,
hospitalar ou no, com crianas, adolescentes e adultos, indivduos ou grupo,
possibilitando encontros com padres culturais; pela forma como so delineados nos
diversos contextos, permite ser aplicado em toda a sua abrangncia, sem causar
conflitos negativos. A medicina holstica visa, no apenas a pessoa como um todo,
mas o contexto ambiental em que ela vive, e que compreende uma variedade de
prticas de cura e de manuteno da sade. As prticas que constituem a medicina
holstica esto unificadas sob as seguintes premissas:
(1) a sade considerada como a integrao do bem estar fsico,
emocional, mental, social, e espiritual;
(2) o indivduo deve assumir a responsabilidade pela sua sade,
(3) os agentes devem propagar atitudes e hbitos referentes ao bem
estar;
(4) os sistemas de sade devem ser mudados para atacar as causas
comportamentais e ambientais e, para isso, devem utilizar tcnicas naturais.
A viso holstica a superao do pensamento fragmentado que marca a
civilizao ocidental dos nossos dias. Viso integradora que abrange o ser humano o
mundo e o cosmos em uma totalidade que chega a resultados prticos
surpreendentes e que aponta para aquela que est sendo a epistemologia emergente
deste sculo. Forma de sair do impasse criado pela fragmentao em todos os planos
pelas fronteiras criadas na mente humana.
A concepo de sade/doena na viso holstica Dr. Edward Bach, mdico
ingls que viveu entre 1886 e 1936, desenvolveu a noo de que as doenas no so
exatamente provocadas por agentes fsicos, como as bactrias e os vrus, mas so
resultantes de desarmonias cujas origens esto nos conflitos profundos entre os
elementos da personalidade e a nossa verdadeira natureza espiritual; o medo, o
egosmo, o dio, o orgulho, a ambio, o desrespeito s leis da natureza, so, para
ele, as doenas reais; sua presena e persistncia que permitem o enfraquecimento
vital e a desarmonia, abrindo caminho para as doenas fsicas de todos os tipos.
essa fundamentao que leva os terapeutas holsticos a interrogarem seus
pacientes a respeito da sua sade e bem estar emocional, em relao a diversos tipos
de tenses que possam os estar afetando em casa, no trabalho ou em seus
relacionamentos, bem como os orientam quanto a melhores hbitos alimentares,
prtica de exerccio, a padres mais saudveis de resposta emocional, e s tcnicas
de reduo do estresse que promovam relaxamento e que ajudam o indivduo a
descobrir as verdadeiras causas de seus problemas de sade, Utilizam, para tanto,
as essncias florais, os remdios homeopticos e vrias outras modalidades de
terapias naturais.
Para se obter um bom resultado desses tratamentos, a pessoa precisa alterar
suas condies energticas sutis e percepes negativas ou incorretas da realidade,
que a predispe doena, e para que qualquer tratamento possa ter eficcia
permanente, a conscincia dela dever estar empenhada em contribuir para o seu
sucesso e isso se aplica, tanto s abordagens teraputicas convencionais, como s
naturais. O desenvolvimento tecnolgico grande, especialmente na rea da sade,
que gera avanos para o tratamento de doenas graves, mas esses avanos ainda
no so eficazes no tratamento das reais causas das doenas; tenta se modificar seus
padres apenas em nvel fsico, por meio de manipulaes cirrgicas e
farmacolgicas, cujo objetivo levar o paciente ausncia de sintomas, da maneira
mais rpida e eficaz sem, no entanto, ir em busca das suas causas, Alm disso, a
medicina convencional considerada mais agressiva e imediatista, e seus
medicamentos causam, geralmente, maiores efeitos colaterais que os naturais
(fitoterpicos, homeopticos), os quais, recuperam o equilbrio da pessoa, fazendo
com que ela prpria exera o controle sobre a sua doena.
Com isso, de se supor que a tendncia dos profissionais do futuro ser a de
ensinar a seus pacientes que um estado timo de sade s ser alcanado, quando
as causas mais profundas das doenas forem tratadas adequadamente.
Apesar de sua comprovada eficcia, as terapias complementares no devem
ser consideradas como substitutas da medicina convencional, mas que ambas podem
e devem trabalhar juntas. O profissional de sade dever ter uma viso holstica, no
se limitando ao cuidado convencional, nem negligenciando a viso do paciente como
uma pessoa total.
Exerccio GRUPO (at 05 pessoas) (0,5 pontos)
1) Baseado na leitura do texto acima e com enfoque holstico, desenvolva um
texto pautando as ideias e concepes de cada integrante do grupo, em relao
ao papel da esteticista e seus recursos voltados para o equilbrio da sade do
ser humano. (Mn. 10 Mx. 20 linhas).