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cooperativismo

Cocamar é a primeira cooperativa do Paranáa profissionalizar sua gestão

Autorização foi obtida em AGE realizada no dia 8 deoutubro e passa a valer a partir da AGO no início de 2014

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•Maringá I Da Re-dação – No ano emque completa meio séculode existência, a Cocamar émais uma vez pioneira nocooperativismo paranaenseao promover uma mudançaem sua estrutura adminis-trativa.

Conforme Assembleia Ge-ral Extraordinária (AGE)realizada dia 8 de outubrono salão social da Associa-ção Cocamar em Maringácom a participação de 250cooperados, uma alteraçãono Estatuto Social modificou

o perfil da Administração,visando a profissionalizá-la.

Na oportunidade, o presi-dente Luiz Lourenço expli-cou que a medida tem afinalidade de assegurar aperpetuidade da corpora-ção, eliminando o risco deque pessoas sem o neces-sário preparo cheguem acargos executivos e acabemcolocando a organização emxeque. “Estamos tomandoesse cuidado porque a ad-ministração de uma coope-rativa como a Cocamar, porser bastante complexa, exi-

ge uma necessária especia-lização”, acrescenta.

Lourenço revela que estu-dos nesse sentido vinhamsendo conduzidos há anos,o projeto foi aperfeiçoadocom a experiência de outrasempresas e, após a fase dediscussões no âmbito in-terno, o assunto foi levadoentre o final de julho e iní-cio de agosto para ser de-batido em reuniões que adiretoria organiza a cadaseis meses com os produ-tores associados em suasunidades.

Duzentos e cinquenta cooperadosreferendaram a decisão; assuntofoi debatido, anteriormente, em

reuniões organizadas com osprodutores em suas cidades

Estamos tomando esse cuidado

porque a administração de uma

cooperativa como a Cocamar, por

ser bastante complexa, exige

uma necessária especialização”

LUIZ LOURENÇO, presidente

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Segundo explica o vice-pre-sidente José Fernandes Jar-dim Júnior, a mudança mo-derniza a gestão e conferemais profissionalismo aotrabalho da Diretoria. “Nãonecessariamente a função dediretor precisa ser exercidapor um cooperado. A ideia éque o Conselho de Adminis-tração estruture a DiretoriaExecutiva com profissionaisde reconhecido conhecimen-to no mercado”

Jardim Júnior afirma tam-bém que a reestruturaçãoadministrativa se tornou ne-cessária para que a Cocamaresteja preparada para osdesafios impostos pelo cres-cimento. “Somos uma orga-nização moderna, diversi-ficada, com muitos poten-ciais a explorar e uma pers-pectiva de expansão emdiferentes setores. Estamospensando a Cocamar do fu-turo.”

GRANDEZA - Presente comoconvidado especial na AGE,o presidente do Sistema Oce-par, João Paulo Koslovski,ressaltou o pioneirismo daCocamar entre as cooperati-vas do ramo agropecuáriono Paraná, ao investir naprofissionalização de suagestão. Segundo ele, o coope-rativismo paranaense atin-giu um nível de tamanhagrandeza e importância,com crescimento médio aoredor de 10% ao ano, que agestão precisa ser exercida

por profissionais altamentepreparados, experientes eespecializados nas respecti-vas áreas.

Na sua visão, há algumasexigências fundamentais pa-ra que uma cooperativa real-mente possa almejar a suaperpetuação.

O primeiro é aceitar o tra-balho de autogestão condu-zido pela Ocepar, que, pormeio de uma série de avalia-ções, faz um acompanha-mento minucioso de como acooperativa está caminhan-do e os pontos que, eventual-mente, devem ser corri-gidos. O segundo é a certifi-cação de conselheiros, quedevem ser treinados paraexercerem suas funções. Oterceiro é a concepção de umplano estratégico de desen-volvimento e, quarto, a ges-tão profissional. “O melhorsistema de gestão é o que

mescla eleitos e contrata-dos”, disse, completando: “ACocamar, ao fortalecer a es-trutura de gestão, vai puxara fileira da modernizaçãoentre as cooperativas agro-pecuárias”.

GOVERNANÇA - Para o pre-sidente da Sicredi UniãoPR/SP, Wellington Ferreira,que também prestigiou oevento, um dos temas quemais têm merecido a aten-ção dos empresários é, jus-tamente, a governança. “Não

é possível que 11 mil ou 12mil cooperados administremuma cooperativa. Por isso,profissionalizar a gestão éalgo absolutamente necessá-rio.”

O superintendente Admi-nistrativo e Financeiro AlairAparecido Zago salienta quea modelagem da nova ges-tão inspirou-se, em parte, naestrutura de governança dascooperativas do Sistema Si-credi, consideradas uma re-ferência, “Elas foram estuda-das e construídas sob ocrivo do Banco Central e ba-seando-se em sólidos mode-los internacionais.” De acor-do com Zago, os primeirospassos para que a Cocamarpromovesse essa mudançadatam de 2009, quando a Di-retoria Executiva estabele-ceu as diretrizes, definiu-sepela gestão por processos econcebeu um novo plano es-tratégico.Koslovski: avanço Ferreira: governança

Em pauta, modernidade e profissionalismo

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opiniões

“Não apenas o agronegócio deixou de ser umaprioridade para esse governo, como o setor, apesarde toda a sua importância para a economia do país,nem sabe mais com quem dialogar em Brasília”

LUIZ CARLOS CORREIA DE CARVALHO, presidenteda Associação Brasileira de Agronegócios (Abag)

“Goste de música, fale em tom moderado de voz,tenha objetivos, não viva em função dosoutros, tenha atitude, respeito, fé e faça dosexercícios um hábito para ser mais feliz”

EVANDRO DAOLIO, escritor e palestrante, falando aos 250 participantesdo Jovem Coop realizado no final de setembro na Cocamar

“O que está se imaginando é que osgrãos [soja e milho] continuem emqueda, ou no mínimo acomodados.Uma elevação dos grãos seria umasurpresa extraordinária”

AMARYLLIS ROMANO, Tendências Consultoria

“O Paraná tem uma agriculturamuito dependente de pesquisa etecnologia. A agricultura voltoua ser a grande marca do Estado”

FLORINDO DALBERTO, presidente do InstitutoAgronômico do Paraná (Iapar)

“Temos 100 milhões de hectaresde pastagens degradadas noBrasil que poderiam serincorporados ao processoprodutivo. Mas isto não vaiacontecer porque o agronegócioé muito pressionado porambientalistas, defensores deindígenas etc. No máximo,conseguirá incorporar 50 milhões”

PAULO HERRMANN, presidente da John DeereBrasil, durante palestra no Fórum Nacionalde Agronegócios, em Maringá

“Os produtores norte-americanosseguem capitalizados e podemadiar ainda mais as vendas”

FRED SEAMON, diretor de pesquisa de commoditiesdo CME Group, informando que até o momento poucomais de 20% da safra de soja e milho dos Estados Uni-dos foram comercializados

“Acredito que quando o preçoda soja cair um pouco, o sistemade integração lavoura, pecuáriae floresta vai crescer muito. Hojeé muito rentável produzir soja”

JOÃO KLUTCHOSKI, pesquisador daEmbrapa Cerrados

“O noroeste do Paraná umaregião com clima e solo bonspara a seringueira, e tambémcom muitas áreas de pastagensdegradadas”

NORBERTO ORTIGARA, secretário daAgricultura e do Abastecimento do Paraná

“Onde tiver seringueira elátex, vai ter consumo”

VALNEI ANDRETTA, gerente de comprasda Sumitomo Rubbers Industries, fabricantede pneus que acaba de se instalar na regiãometropolitana de Curitiba

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reconhecimento

Homenagem foi prestada em São Paulo, na noite de 22 de outubro,durante a nona edição do Prêmio Melhores do Agronegócio•

Da Redação – A pa-lavra-chave para o cresci-mento com responsabili-dade de qualquer empresado século XXI, Sustentabili-dade, foi bem traduzida peloprojeto que produtivo debaixo carbono que a Coca-mar vem desenvolvendo noqual a principal bandeira éintegrar lavoura, pecuária efloresta numa mesma pro-priedade. Com isso, a coo-perativa paranaense levou,na noite de 22 de outubro, oprêmio inédito Campeã emSustentabilidade, criadonesta nona edição do Prê-mio Melhores do Agronegó-cio, concedido pela RevistaGlobo Rural todos os anosàs empresas que se desta-cam em seus setores.

“Agradeço à Globo Rural,que muito contribuiu paraque o projeto de integraçãolavoura-pecuária, que culmi-nou nesse prêmio, avanças-se. Estamos com muitasáreas degradadas e temos

muito para a crescer nestetrabalho", destacou Luiz Lou-renço, o presidente da Coca-mar, ao receber o prêmio.Um dos maiores problemasenfrentados pelos pecuaris-tas nos últimos anos no Pa-raná tem sido a baixa re-muneração em meio a pastosdegradados e baixa produ-tividade. “Sem mudança noprocesso, em dez anos o pro-dutor não vai tirar mais na-da”, ressalta Lourenço.

Há quase duas décadasque a cooperativa vem tra-balhando no projeto de bai-xo carbono para mudar essecenário. Um exemplo do queé transmitido a milhares deprodutores todos os anos pe-la Unidade de Difusão de

Tecnologias da Cocamar, emIporã, é a alternância de sojano verão com pastagem noinverno, técnica que deixa osolo arenoso mais protegidocontra erosão. Ainda há po-tencial de renda com madei-ra e lenha provenientes dereflorestamento com eucalip-to, que também pode forne-cer sobra para os animaisnos períodos mais quentes.

A cooperativa foi escolhidaentre as melhores do agro-negócio por ter sido conside-rada a mais empenhada emdesenvolver ações inovado-ras em relação ao meio am-biente, conforme avalia-ção dos jurados da premi-ação. (Colaborou Marçal Si-queira)

No alto, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço,durante pronunciamento; embaixo, com o

diretor da Revista, Bruno Blecher

Revista Globo Rural premia a Cocamar Campeã de Sustentabilidade

“Agradeço à Globo Rural, que muito contribuiupara que o projeto de integração lavoura-pecuária,que culminou nesse prêmio, avançasse. Estamoscom muitas áreas degradadas e temos muitoa crescer neste trabalho”

LUIZ LOURENÇO

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Equipamentos sofisticados encantame permitem que a nova geraçãofaça o que gosta, independente deser na agricultura

Fortalecimento da atividade agropecuária, que passoua ser mais mecanizada e lucrativa, chama atençãotambém às mulheres

Maringá I Rogé-rioRecco - Aos 27 anos,João Paulo Bonamin, deIporã, município situado naregião de Umuarama, nãopensa mais em dedicar-se àprofissão de médico-vete-rinário, na qual se graduouhá alguns anos pensando emficar na cidade. Seu tem-po,agora, é todo dedicado a aju-dar o pai a cuidar da fazenda

de 107 alqueires da família,onde eles produzem grãos ededicam-se à criação de gadode corte.

João e a irmã Natiel, de 16anos, estiveram em Ma-ringá, no final de setembro,no encontro anual com jo-vens cooperativistas, oJovemCoop, organizado pe-la Cocamar e o Serviço Na-

cional de Aprendizagem doCooperativismo (Sescoop-PR). O evento reuniu 250participantes, em sua maio-ria de 15 a 25 anos.

João e o pai, que tem omesmo nome, convivembem nos negócios, mas istonão é uma regra no campo,onde em grande parte daspropriedades os filhos ainda

preferem tentar a vida fora.A razão para esse êxodo éclara: muitos não conse-guem se relacionar com osgenitores porque estes, ge-ralmente, são relutantes emaceitar mudanças e tecnolo-gias mais atualizadas.

MÁQUINAS - O jovem agri-cultor de Iporã, entretanto,tem um motivo a mais parase sentir atraído pela roça.Hoje, ao contrário de antiga-mente, quase tudo é oper-ado com máquinas, incluin-do colheitadeiras sofistica-das servidas de ar refrige-rado e todo o conforto.“Ficou mais fácil e essamodernização ajuda muito”,afirma, emendando: “osmais novos já nem sabemmais o que é pegar na en-xada”.

“Hoje o filho do produtornão pensa apenas em ajudaro pai, seu foco é participarda gestão do negócio paradesenvolvê-lo”, ressalta oagrônomo Rodrigo BurceDias, de Maringá, ele própriofilho de um pequeno produ-tor de café. Segundo Dias,que foi um dos palestrantesdo encontro, a tendência éacontecer o caminho inverso.Com a rentabilidade e a che-*gada de máquinas moder-nas, o campo se tornoufascinante para jovens filhosde produtores, muitos dosquais certamente não teriammelhores oportunidades foradas fazendas. Mesmo na pro-priedade, eles não largamseus aparelhos eletrônicos.“O perfil está mudando mui-to”, completa o agrôno-mo.

Mais moderno, campo agora atrai a meninada

juventude

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Enquanto muitos jovens do campo preferem sair, há outros tantos que perseveram.No município de Santa Mariana, região de Londrina, os irmãos Ricardo e SérgioSambe, de 20 e 18 anos, ainda não contam com equipamentos modernos que torna-riam mais fácil o trabalho deles. A família possui 30 alqueires e, desde muito novos,ambos ajudam os pais, de origem nipônica, a cuidar da propriedade, fazendo de tudoum pouco. “Nunca recuso serviço”, cita Ricardo, que garante não achar ruim a vida nocampo. “Sei que esse é o meu futuro”, diz. Mesmo em propriedades onde as práticassão mais atrasadas, há jovens dispostos e permanecer. Em Icaraíma, no extremonoroeste do Estado, ainda é comum ver ordenha manual de vacas leiteiras, “umserviço cansativo e chato”, segundo Henrique Amorezi, de 17 anos, afirmando ser estauma de suas tarefas diárias. Mas ele está confiante: “Um dia desses, quem sabe, o paicompra uma ordenha mecânica, igual às que tem por aí, e aí sim vai ficar melhor”,

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Trabalho não assusta

“Os jovens precisam preparar-se para assumir a propriedade e no futuro, quem sabe, aprópria cooperativa.” A afirmação foi feita durante o JovemCoop pelo superintendente denegócios da Cocamar, José Cícero Aderaldo. Segundo ele, no passado os filhos de produto-res preferiam sair do campo, mas hoje a realidade é outra e eles pensam em voltar paragerir os negócios. Aderaldo enfatizou que os produtores paranaenses construíram o sis-tema cooperativista mais avançado do Brasil. “Foi graças ao cooperativismo que a agri-cultura deu certo no Paraná. Agora, cabe aos jovens trabalhar nessa mesma direção.”

Futuros gestores precisam preparar-se

A saída de jovens das zo-nas rurais do Brasil rumo àsconcentrações urbanas preo-cupa as famílias de peque-nos agricultores, principal-mente das regiões Sul e Su-deste, com a falta de perspec-tiva de passar adiante suaspropriedades e a produção.No entanto, o IBGE vem re-gistrando uma diminuiçãodessa corrente migratória.

Centros urbanos ainda sãoatrativos para jovens quebuscam alternativas econô-micas e educativas diferen-tes daquelas encontradas nomeio rural. Entretanto, parao pesquisador Valter Bian-

chini, ex-secretário de Agri-cultura do Paraná, que ela-borou um estudo sobre pro-jetos para o desenvolvi-mento da juventude rural,medidas como políticas decapacitação profissional,criação de linhas de créditoespecíficas e ampliação dasatividades de lazer pode-riam reverter as perspecti-vas e o quadro do êxodorural dos jovens.

Em 2000, o Brasil contavacom 6,1 milhões de jovensno campo, o que represen-tava 18% do total do númerode pessoas residentes nomeio rural. Porém, o último

censo, o de 2010, registrou5,4 milhões de pessoas nasmesmas localidades e namesma faixa etária, entre 15e 24 anos, o equivalente a16% da população total de jo-vens do país.

QUEDA MENOR - Nos últi-mos anos, o IBGE constatoudiminuição do total de habi-tantes no meio rural, comtaxa negativa de crescimen-to populacional detectadapelos últimos censos. No pe-ríodo de 1991 a 2000, a taxafoi negativa em 1,3% ao ano.Já no período 2000 a 2010 ataxa continuou negativa,mas com uma queda menor,

Saída vem diminuindo

Que eles estão con-seguindo romper barrei-

ras é fato, mas dificilmentese poderia imaginar que arotina das propriedades es-taria interessando, tam-bém, a um número cadavez maior de meninas.

Bem penteadas, elegantese invariavelmente trazendono rosto delicados adereçosmetálicos , elas cursamagronomia, veterinária ouzootecnia com o propósitode regressar para junto dasfamílias e cuidar “do que éseu”. Aos 21 anos, essa é aideia de Ruanna Crippa, deParanavaí, onde a famíliaproduz laranja e mandioca.“Coube a mim dar espe-

rança aos meus pais de queas terras da família teriamprosseguimento. Meu ir-mão de 15 anos só quersaber de internet”, conta.

Nas universidades, os cur-sos de agrárias estão reple-tos de futuras profissionais,algo que quase não se viaantes.

Em Floresta, perto de Ma-ringá, a família Corsolini,produtora de soja e milho,faz sua aposta na filha de17 anos, Carla, que se dire-ciona a cursar agronomia.“Desde pequena que vou aosítio com meu pai e aprendia gostar da terra. Esse é onosso mundo”, afirma.

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Dias: “Hoje o filho não pensa só em ajudar o pai, masparticipar da gestão”; abaixo, detalhe do encontro

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A maior parte dos materiais é de cicloprecoce; produtores estão preocupadoscom o aparecimento de pragas de difícil

•Região I CleberFrança - O clima temajudado e a semeadura desoja avança na região da Co-camar. Em Floresta, perto deMaringá, o cooperado Joa-quim Gomes Neto já termi-nou o serviço em seus 20 al-queires. Como nas safraspassadas, a opção foi por va-riedades de ciclo precoce, se-guindo uma tendência quasegeral. O objetivo, explica, “éproduzir mais rápido e culti-var, em seguida, o milho sa-frinha mais cedo para esca-par do frio". No ciclo anterior(2012/13), mesmo com o cli-ma atrapalhando um pouco,ele conseguiu a média de 150sacas por alqueire. “Se repe-tir este ano, está ficar muitobom”, observa.

Também de Floresta, o pro-dutor Reginaldo Campagnoli,que cultiva terras em socie-dade com familiares, semeia250 alqueires. Na expecta-tiva de alcançar uma produ-tividade próxima a da safraanterior, que foi de 147 sacaspor alqueire, Campagnoli semostra receoso com duaspragas de difícil controle: aerva daninha buva, presenteem lavouras de toda a re-

gião, e também com a pos-sível aparecimento de umalagarta da soja, a Helico-verpa armigera, que temcausado sérios danos em ou-tros Estados. Em Ivatuba, namesma região, Paulo CezarMori, que cultiva 380 alquei-res em sociedade com um ir-mão, conta que também estápreocupado com a tal lagarta.

GERMINAÇÃO - As lavourasestão germinando bem, con-forme avaliação do coordena-dor técnico de culturas anuaisda cooperativa, agrônomoEmerson Nunes. “O clima vemajudando e a semeadura se-gue dentro da normalidade.”

Nunes orienta que os pro-dutores devem ficar atentosà incidência de pragas nesteinício de ciclo, pois em algu-mas lavouras já foram iden-tificadas lagartas dos gêne-ros Helicoverpa e Heliothis,que também são de difícilcontrole. “É importante que osojicultor faça o monitora-mento constante das áreas e,ao menor sinal, entre emcontato com o departamentotécnico da cooperativa paraque as providências sejamtomadas rapidamente.”

Semeadura em ritmo rápidosafra 2013/14

A preferência dos produtores de soja tem sidopor cultivares de ciclo precoce, de 120 dias, que re-presentaram 70% das sementes adquiridas junto acooperativa. Na segunda colocação estão as super-precoces, com duração de 100 a 110 dias e 20% dototal da comercialização, seguidas das semipreco-ces, com ciclo de 120 a 140 dias, com participaçãode quase 10% do mercado.

O predomínio da precoceNeto diz estar

confiante em repetira média de 150sacas obtida na

safra passada

“É produzir mais rápido e cultivar,

em seguida, o milho safrinha

mais cedo para escapar do frio”

JOAQUIM GOMES NETO, cooperado de Floresta

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Em sentido horário:Reginaldo Campagnoli ,

Paulo Cezar Morie detalhe do plantio,

que segue normalmente,com tempo favorável

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Facilidade no manejo é um dos principais atrativos

safra 2013/14

Região I RogérioRecco - Embora ainda se-ja questionada por impor-tantes mercados compradores,a soja transgênica avança ra-pidamente para ser a totalida-de da produção dessa oleagi-nosa no Brasil e no mundo.

Segundo estimativas de es-pecialistas, 92,4% das lavou-ras da safra 2013/14, que estásendo semeada no Brasil,serão geneticamente modifi-cadas. Elas vão cobrir 26,9milhões de hectares, regis-trando avanço de 7,3% em

comparação ao ciclo anteriore atingindo níveis seme-lhantes aos dos Estados Uni-dos e da Argentina. Os trêspaíses são os principais pro-dutores mundiais do grão.

Já as lavouras convencio-nais estão restritas a espa-ços cada vez menores paraatender a nichos específicos,em que os compradores, ain-da desconfiados dos trans-gênicos, pagam um poucomais pelo produto.

O Paraná é o segundo Es-

tado que mais emprega se-mentes geneticamente modi-ficadas de soja, atrás de Ma-to Grosso. A previsão é queos produtores paranaensescultivem 7,2 milhões de hec-tares, aumentando em 5,6%o emprego do insumo em re-lação à safra anterior.

MAIS FÁCIL - “Lidar comlavoura transgênica é muitomais fácil”, diz o agricultorHélio Fonseca, de Maringá.Ele semeou todos os 100 al-queires da família – situadosna comunidade Guerra -,com esse tipo de sementes.

De acordo com Fonseca,

que há anos optou por va-riedades geneticamente mo-dificadas, a principal vanta-gem é a praticidade no con-trole de ervas daninhas, di-ferente do que aconteciaquando usava sementes con-vencionais.

“A semente transgênicadeixa o produtor em situaçãomais confortável”, comenta oagricultor, que observou nosúltimos anos, entretanto, umaumento do número de ervasdaninhas resistentes à tec-nologia glifosato, fato que opreocupa. “Isto representaum aumento de custos e nãosabemos onde vai parar.”

É difícil encontrar um produtor que aindaprefira cultivar sementes convencionais•

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92,4

%Em pouco mais de uma década, desde que a tecnolo-

gia foi aprovada no Brasil, o percentual de sementestransgênicas de soja no Paraná saiu do zero para 97%na safra 2012/13, colhida no início deste ano e, pelascontas dos técnicos da Cocamar Cooperativa Agroin-dustrial, de Maringá, deve chegar agora a 99% ou100% nas áreas cultivadas em sua região.

• No caso do milho geneticamente modificado, o índicedeve chegar a 81,4% no Brasil, o que significa 12,9 mi-lhões de hectares plantados.

• De acordo com relatório da consultoria especializada Cé-leres, a área total cultivada com variedades transgênicasno Brasil, somando milho e soja, deverá totalizar já nestasafra 40,3 milhões de hectares, 7,3%maior ante o plan-tio do ano anterior.

• Além do Mato Grosso e do Paraná, a adoção da biotec-nologia mostra crescimento expressivo no chamado Ma-topiba (sul do Maranhão e do Piauí, norte do Tocantinse oeste da Bahia) e também no Rio Grande do Sul.

Quase 100%

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Uma safra quase todade soja transgênica

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safra 2013/14

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Além do uso comercial da tecnologia Intacta RR2 PRO, asafra de soja 2013/14 vai apresentar outra novidade no Bra-sil: o início de uma técnica focada em sementes que pro-mete aumentar a longevidade dos eventos biotecnológicosno milho. É o chamado “refúgio do saco”, lançado por váriasempresas de genética nos Estados Unidos e no Brasil paraa safra em começo de plantio. Em resumo, disponibiliza se-mentes resistentes a insetos e não eficazes no mesmo saco.Os especialistas explicam que, com isso, elimina-se a ne-cessidade de plantar um refúgio num talhão em separado,medida necessária para assegurar a tecnologia no longo

prazo. A Monsanto, dona da tecnologia, não informouquanto cobrará pela semente e qual volume deve oferecerno país.

Nos EUA, esses materiais foram lançados há duas safrascom preço majorado. O aumento da velocidade de plantio ea economia de tempo são normalmente mencionados pelosagricultores como os trunfos da tecnologia. Ganha-se tam-bém em produção e simplicidade nos tratos culturais, maso objetivo mais importante é reduzir a velocidade com queos insetos se tornam resistentes a biotecnologia.

Refúgio que jávem no saco

da soja cultivada

no Brasil ainda

é convencional, o

que faz com que

o país seja o maior

fornecedor mundial

8%

Em matéria de transgênicos, para muitos produtorese pesquisadores, a grande expectativa em torno dasafra 2013/14 será o desempenho da Intacta RR2 PRO,a segunda geração de tecnologia de soja transgênica daMonsanto.

Após duas safras cultivadas em campos experimen-tais, a novidade chega ao mercado com a promessa decontrolar as quatro lagartas que afetam a soja – lagarta-das-maçãs, broca das axilas, a lagarta da soja e a falsamedideira -, de tolerância ao glifosato. Para esta safra,estão sendo ofertados 2,8 milhões de sacos de se-mentes, quantidade suficiente para cobrir 2,5 milhõesde hectares.

Na opinião do pesquisador da Embrapa Soja, AmélioDall’Agnol, a Intacta “pode representar um grande dife-rencial tecnológico para quem quiser continuar plan-tando e competindo no mercado”.

O otimismo quanto a essa segunda geração é tãogrande que, segundo a Embrapa Soja, sediada em Lon-

drina, na safra 2015/16 haverá 106 variedades com tec-nologia Intacta para atender a necessidade do produtorbrasileiro.

A gerente de Biotecnologia de Soja da Monsanto parao Cerrado, Suzeti Ferreira, afirma que há muitas biotec-nologias em estudo, todas fundamentadas na plata-forma da Intacta. “Além das lagartas, são muito de-mandadas pelos produtores, por exemplo, ferramen-tas contra a ferrugem, mosca branca e mofo branco”,finaliza.

Em campo, a Intacta, a segunda geração datecnologia transgênica

“Intacta pode representarum grande diferencialtecnológico para quem

quiser continuar plantandoe competindo no mercado”,

afirma Amélio Dallagnol,da Embrapa Soja

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Maringá | LincolnSouza – Com o avançoda tecnologia empregada natelefonia móvel, receber e fa-zer chamadas tornou-se ape-nas um acessório. Com pro-cessadores cada vez mais po-tentes, os smartphones gan-haram status e desempenhosemelhante ao dos computa-dores. Com esses aparelhostambém surgiram os aplica-tivos, que facilitam a vida eajudam a distrair. Com oscelulares de alta tecnologia épossível ver e-mails e nave-gar pela internet. A agricul-

tura está entre os segmentosque ganharam agilidade comos aparelhos de alta perform-ance. Na palma da mão épossível saber a previsão dotempo, checar o valor dascommodities na Bolsa de Chi-cago, fixar a safra na Coca-mar, ler as últimas notícias,enfim.

Dois sistemas dominam omercado nos telefones inte-ligentes: Android, do Google,e IOS, da Apple. O primeiro éutilizado na maioria dos celu-lares com múltiplas funções,

já o segundo é exclusivo doIphone. “A escolha vai muitodo gosto. O Android, em prin-cípio, seria mais adequado,porque tem mais aplicativos,a maioria grátis, e é possívelencontrar aparelhos maisbaratos. Porém, essa tecnolo-gia é mais vulnerável a ví-rus”, diz Paula Rebelo, ge-rente do departamento de TI(Tecnologia da Informação)da Cocamar. Ela conta que osaparelhos com tecnologia IOSsão vantajosos para quemtem outras plataformas da

Apple, como o Ipad. “Dessaforma é possível sincronizaros dados. O Iphone é maisfácil de configurar do que osaparelhos com Android, en-tretanto, é preciso pagar parater acesso a maioria dosaplicativos”, aponta.

Para quem procura status,o Iphone é o ideal, segundo agerente de TI. A maçã - mar-ca registrada da empresa -na parte traseira do aparelhoé o que garante essa con-dição.

Aparelhos melhoresDe acordo com Victor Hitoshi Senoo Aisawa, analista

de TI da empresa B5s, o Galaxy S4, da Samsung, e oIphone 5, da Apple, são os melhores aparelhos dispo-níveis no mercado, atualmente. “Estes são destaques

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comunicação

Tecnologia na palma da mãoAparelhos inteligentes facilitam a vidados agricultores; infraestrutura detelefonia móvel no Brasil ainda éum gargalo que precisa ser vencido

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por causa do hardware que têm”, afirma.

Se numa ponta estão os aparelhos cada vez mais mo-dernos, na outra está a infraestrutura, que segundo Paulae Aisawa é o gargalo do setor de telefonia móvel, no Bra-sil. “A tecnologia evoluiu muito, mas a infraestrutura nãocondiz com os superaparelhos. Têm vários locais em quenão é possível, por exemplo, acessar a internet 3G. Nocampo essa dificuldade existe”, comenta o analista de TI.

Para Chavenco, tecnologia é algoque o produtor não pode prescindir

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Mais facilidades Há dois anos, Edvaldo Silvio Baveloni comprou o seu

primeiro smartphone, um Iphone 4. Até hoje usa o apa-relho, que segundo ele ajudou a facilitar o trabalho nocampo. “Acesso bastante essa tecnologia. Mesmo quandoestou fora do computador consigo ficar por dentro dasinformações do mercado”, relata.

Uma das vantagens listadas por Baveloni é a possibili-dade de ter aplicativos relacionados à agricultura queajudam na execução das tarefas diárias. “Tenho um apli-cativo que faz medição de terreno. É tipo uma tecnologiade precisão”, exemplifica.

Apesar da infraestrutura de telefonia móvel ainda serconsiderada um problema no país, o agricultor diz queconsegue acessar à rede na maioria dos espaços de suapropriedade, “mas tem lugar que a torre não alcança, aínão tem jeito”.

Fábio José Chavenco, agricultor e engenheiro agrônomo,viajou recentemente para o exterior e aproveitou a opor-tunidade para comprar um smartphone, já que no seudestino era mais em conta do que no Brasil. “Trouxemuito mais facilidades para meu trabalho”, conta.

Loja no novo Condor emMaringá oferece condiçõesespeciais para colaboradorese cooperados da CocamarUma loja de eletroeletrôni-

cos situada no Hipermer-cado Condor – inauguradono dia 26 de setembro emMaringá, na Avenida Co-lombo (quase em frente aNoma Motors) -, está ofere-cendo condições especiaisde negociação para colabo-radores e cooperados daCocamar.

Sob a direção de TiagoConti, que é filho de JoséConti, gerente da Cocamarem Doutor Camargo, a em-presa King Cell trabalhacom celulares Apple, San-sung, Motorola, LG, Nokiae Sony, celulares com saí-da para antena rural, ta-blets Apple, Sansung e dalinha infantil, câmeras di-gitais, fones de ouvido paranotebooks, computadores,celulares, MP3, caixas desom personalizadas, rádiosFM (em formato de miniat-uras de veículos Kombi),pendrives, cartões de me-mória, carregadores de ce-lulares para automóveis,recarga para celularesTim, Vivo e Claro, chip eoutros produtos.

Segundo Tiago, colabora-dores e cooperados da Coca-mar ganham desconto espe-cial de acordo com a com-pra que efetivarem. Ele citaque outro atrativo de sua

loja é a extensa variedadede capas para celulares,como as da linha infantil.“Fazemos também a trocade aparelhos celulares”, res-salta o proprietário.

A King Cell aceita todosos cartões de crédito e ascompras podem ser parce-ladas em até 12 vezes.

SERVIÇO:King Cell, tel. (44)

3023-8236 e 9964-3578

Tiago Conti comcaixa de som em

formato de miniaturade Kombi: sucesso

de vendas

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Pág. 16 - Jornal de Serv iço Cocama r - Outubro 2013

Manejo integrado movimentou produtoresnas regiões noroeste e norte do Estado;na foto de baixo, técnico mostra árvore

doente, que será erradicada

Ação conjunta para prevenir o greening

A Granja Jequitiba, mo-delo em produção de la-ranja na região, possui 69hectares cultivados com afruta, sendo que os poma-res foram plantados háuma década. O proprietárioCelso Carlos dos Santos Ju-nior disse que, apesar detodos os cuidados, tem ha-vido aumento do númerode plantas infectadas nosúltimos anos. O primeirocaso foi diagnosticado em2008, mas em 2009 surgi-

ram 24 plantas doentes,número que subiu para 26em 2010, 86 em 2011, 97em 2012 e 992 somenteneste ano.

“Saltamos de 1% de plan-tas infectadas na média decinco anos, para 5% dasplantas com a doença emmenos de um ano. O cenárioé preocupante”, comentouSantos. As variedades culti-vadas são Iapar 73, FolhaMurcha, Valência e Pera.

laranja

Infestação deu um salto

Região I CleberFrança - Entre os dias14 e 19 de outubro, produ-tores de laranja da regiãoda Cocamar fizeram umapulverização conjunta dospomares para tentar contro-lar com mais eficiência opsilídeo (Diaphorina citri),vetor da bactéria transmis-sora do greening, a doençamais preocupante da cul-tura. A iniciativa foi coorde-nada por cooperativas eempresas com apoio do go-

verno do Estado.

Foram utilizados insetici-das de formulações varia-das. Segundo explica o téc-nico agrícola da Cocamarem Nova Esperança, JuniorCezar Costa, 43 citricultoresassociados à cooperativaparticiparam do controle nomunicípio, onde há 1.100hectares com laranja.

Costa informa que aproxi-madamente 1,5% dos poma-

res de Nova Esperança jáconvivem com o greening.“É preciso que os agricul-tores estejam em alerta, nãodescuidem.” Por ano, acres-centa o técnico, são recomen-dadas de 9 a 12 aplicaçõesna área toda, além das apli-cações semanais nas bordasdos pomares. Também sãorealizadas, em média, qua-tro inspeções para identificaras plantas doentes e as queapresentam a doença sãoeliminadas.

Produtores fazem pulverização simultânea para tentar combatercom mais eficiência o psilídeo transmissor da enfermidade•

“Saltamos de 1% de plantas

infectadas na média de cinco

anos, para 5% das plantas com

a doença em menos de um ano.

O cenário é preocupante”

CELSO CARLOS DOS SANTOS JÚNIOR, produtor

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Outubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 17

Frutos com sintomas daenfermidade, tambémconhecida como “doençado ramo amarelo”

O combate ao psilídeo éuma exigência da InstruçãoNormativa 53, editada em2008 pelo Ministério daAgricultura, Pecuária e doAbastecimento (Mapa), pelaqual o produtor infrator podeser autuado. Além da aplica-ção de produto químico, o ci-tricultor precisa fazer a eli-

minação de árvores doentes.

Foi a segunda vez este anoque se faz uma mobilizaçãode produtores para combatero inseto. A primeira foi emmaio e, segundo o especia-lista da Agência de DefesaAgropecuária do Paraná(Adapar), José Croce Filho,

essa é a maneira mais eficazde controle. O greening, quemuitos produtores chamamde “doença do ramo ama-relo” e os especialistas iden-tificam como hunglonbing(HBL), é a enfermidade maisdevastadora dos pomares,para a qual ainda não existetratamento.

Croce explica que só reali-zando um manejo com vá-rias frentes simultâneas decombate ao inseto é possíveltornar mais lenta a sua pro-pagação. “Todos os citriculto-res têm que fazer a sua par-te, se um único se omitir,sua propriedade pode se tor-nar um foco de dissemina-ção da doença para a vizi-nhança”, adverte.

A preocupação com ogreening não tira a GranjaJequitiba de seu foco naprodutividade. Em 2012,faturou o prêmio conferidopela Cocamar com médiade quase 2 mil caixas porhectare – mais que o dobroda média nacional que éde 900 caixas. Além defazer o manejo de pragase doenças conforme orien-tação técnica, Santos inte-gra a produção de laranjacom aviários e, anual-mente, 15 quilos de camade frango, em média, ferti-lizam cada planta.

Quem também fez apli-cação conjunta foi RaphaelUrbano dos Santos, admi-nistrador e filho do pro-prietário do Sítio das Tor-res, Pedro Evangelista dosSantos. A família possui50 hectares cultivadoscom as variedades Pera,Folha Murcha, Iapar 73 eValência. Segundo ele,“um problema são algunsprodutores que não fazemcorretamente as aplica-

ções. Isso ajudar a disse-minar o vetor e acaba so-brando pra quem trabalhacerto”.

Por conta disso, acredita,a incidência de plantascontaminadas aumentou50% nos últimos doisanos. “Mais ou menos 7%do pomar precisou ser er-radicado e replantado porconta do greening.”

Multa para quem não controlar

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Jornal de Serviço CocamarOutubro 2013 - Pág. 18

Cultura é apresentada como opçãoCultura é apresentada como opçãointeressante para a diversificaçãointeressante para a diversificaçãodos negócios no noroeste do Paranádos negócios no noroeste do Paraná

SERINGUEIRA

especial

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Outubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 19

Indianópolis I Ro-gério Recco - Com aparticipação de aproximada-mente 300 convidados, en-tre produtores, técnicos e li-deranças, foi promovido noúltimo dia 24 em Indianópo-lis, município da região no-roeste do Paraná, um dia decampo sobre a cultura da se-ringueira. A iniciativa foi daCocamar Cooperativa Agro-industrial, Secretaria daAgricultura e do Abasteci-mento (Seab) e InstitutoEmater, com apoio do Insti-tuto Agronômico do Paraná(Iapar) e Universidade Es-tadual de Maringá (UEM).

Pela manhã, houve pales-tras no salão paroquial daIgreja Matriz com vários es-pecialistas sobre perspecti-vas do mercado internacio-nal, o atual momento da he-veicultura no Brasil, a pos-sibilidade de inserção do

seringal na recomposição dereserva legal e oferta decrédito subsidiado para in-vestimento. À tarde, os par-ticipantes se deslocaram atéa propriedade de ÂngeloRomero, dono de 2,1 mil ár-vores, onde produz a médiade 2 mil quilos mensais deborracha natural.

COMPROMISSO - Ao fazer aabertura do evento, o presi-dente da Cocamar, Luiz Lou-renço, enfatizou que a coo-perativa tem o compromissode contribuir para com o de-senvolvimento regional e,por isso, é receptiva a novaspropostas para a diversifi-cação dos negócios no cam-po. “A produção de borrachanatural é uma excelente op-ção para quem deseja diver-sificar”, mencionou, comen-tando que a cooperativa pre-tende oferecer assistênciatécnica, fornecer todos os in-

sumos necessários, adquirire processar a matéria-prima.

MUDAS – O coordenador deflorestas plantadas da Seab,Mariano Félix Duran, infor-mou que o governo estadualvai subsidiar 50% do valorda muda, estimada em R$6,50, sendo toda a produçãoparanaense canalizada paraa fabricante japonesa depneus Sumitomo Rubber In-dustries, já em operação naregião metropolitana de Cu-ritiba. A Sumitomo, infor-mou Duran, foi atraída peloprograma Paraná Competi-tivo. O clima frio, com gea-das fortes, pode ser uma difi-culdade inicial para a cultura,segundo o coordena- dor, maso produtor Ângelo Romero,dono de seringal em India-nópolis, explicou que umalavoura bem formada con-segue passar pela intempériesem maiores problemas.

Segundo Heiko Rossmann, diretor da Associação Pau-lista de Produtores de Borracha (Apabor), atualmentea produção mundial é apenas 495 mil toneladas maiorque a demanda, quantidade suficiente para apenas doismeses de consumo. Mas, projeções indicam que a con-tinuar o ritmo de crescimento do consumo, em 2021 aprodução mundial ficará pelo menos um milhão de to-neladas abaixo da procura. Tailândia e Indonésia sãoos principais produtores, sendo a China a maior consu-midora de borracha natural, seguida de Europa e Esta-dos Unidos. “Mais de 90% da produção, em todo omundo, está nas mãos de pequenos produtores”, afir-mou Rossmann, enfatizando que o Brasil produz 171mil toneladas para uma demanda de 343 mil toneladas,sendo franco importador. Diante desse cenário, segundoo palestrante, vários Estados estão apostando na hevei-cultura. São Paulo responde por 54% da produçãonacional, seguido por Bahia (18%), Mato Grosso

Demanda por borracha natural vai crescer mais que a oferta

Luiz Lourenço:“Cocamar tem ocompromisso decontribuir para como desenvolvimentoregional e a produçãode borracha éexcelente opçãopara diversificar”

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João Sampaio e o representante daSumitomo, Valnei Andretta Júnior

Considerado um dos maiores incentivadores da hevei-cultura no país, o ex-secretário de Agricultura do Estadode São Paulo, João Sampaio, garantiu que o plantio deseringais no Paraná “tem tudo para dar certo”. Con-forme Sampaio, a seringal é uma oportunidade paraque os produtores tenham uma renda mensal ou atéquinzenal. Sua sugestão é que o investidor comece com4 mil árvores, sendo que por alguns anos a culturapode ser consorciada com café, soja, milho, abacaxi,mandioca e outras. Perguntado se a escassez de mãode obra no campo seria um fator limitante no Paraná,Sampaio declarou que um homem é capaz de cuidar,tranquilamente, de 4 hectares. “A preferência é que aatividade seja conduzida pela própria família”, acres-centando que um seringal remunera bem e pode serexplorado por mais de 30 anos. O investimento é esti-mado em R$ 16 mil por hectare.

• Por alguns anos, após o plantio, culturapode ser consorciada com várias outras,como mandioca e cultura de grãos

• Sumitomo já está operação na região me-

tropolitana de Curitiba e tem demanda

para pelo menos 17 mil hectares de se-

ringais

• O Estado de São Paulo é o principal pro-

dutor nacional, com 54% de participação,

seguido por Bahia (18%), Mato Grosso

(9,4%) e Minas Gerais (6%). O Paraná,

que apresenta condições de solo e clima

semelhantes a de São Paulo, responde por

apenas 0,5% do total

• VEJA MAIS FOTOS DODIA DE CAMPO EM

WWW.JORNALCOCAMAR.COM.BR

“Tem tudopara dar certo”

O grupo japonês Sumito-mo Rubber, fabricante dospneus das marcas Dunlope Falken, investiu R$ 750milhões em sua primeirafábrica fora da Ásia, situa-da em Fazenda Rio Gran-de, na região metropoli-tana de Curitiba. Inicioucom uma produção de doismil pneus/dia, mas deveaumentar para oito mil nopróximo ano e chegar a 15mil pneus/dia em 2015,conforme informou duran-te o evento o representanteda companhia, Valnei An-dretta Júnior. Ele disse quea matéria-prima é compra-da do Estado de São Paulo,mas há o compromisso deadquirir a produção para-naense “desde que apre-sente a qualidade dese-jada”.

Sumitomo compra a produção

O representante do Ministério do Desenvol-vimento Agrário (MDA), Onaur Ruano, disseque a seringueira pode ser implantada ematé 50% da área a ser recomposta para re-serva legal e informou que o Pronaf (Pro-grama Nacional de Agricultura Familiar)disponibiliza R$ 70 mil (duas vezes de R$35 mil) que podem ser pagos com taxa de1% ao ano, 8 anos de carência e 20 para pa-gamento. Já a linha Eco Seringueira ofereceR$ 80 mil por produtor (R$ 15 mil por hec-

tare) com taxa de 1% ao ano para quem fi-nanciar até R$ 10 mil e 2% acima dessevalor, 12 de carência e 20 anos para efetuaro pagamento. “São valores muito acessíveis,a exigência é que a própria família se dedi-que a essa atividade”, comentou Ruano. Eledisse também que a elaboração do projeto ea assistência técnica serão fornecidos gratui-tamente ao pequeno produtor. “Temos umaparceria muito boa com a Emater e vamosincrementar isto em 2014”, acrescentou.

Crédito com taxa deapenas 1% ao ano

(9,4%) e Minas Gerais (6%). A média é de 500 plantaspor hectare, no espaçamento de 8mx2,5m ou 7mx2,5m.O Paraná, com pouco mais de 1 mil hectares plantados,participa com apenas 0,5% do total nacional. Atual-mente o preço médio do quilo de coágulo (látex) está nafaixa de R$ 2,31 para o produto com 53% de borrachaseca (em 2011 a cotação atingiu o seu pico), sendo pos-sível obter média de 800 gramas de matéria prima porárvore/mês, durante dez meses consecutivos. “Se vaiplantar, é preciso fazer bem feito desde o início paraque os resultados lá na frente sejam os melhores”, co-mentou Rossmann.

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Cerca de 300 convidados,entre produtores,

técnicos e lideranças,compareceram ao evento

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Outubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 21

Em visita à propriedade dequatro alqueires de ÂngeloRomero, que fica pratica-mente dentro do perímetrourbano de Indianópolis, osparticipantes viram que,mesmo aos 73 anos, o pro-dutor cuida pessoalmente desuas 2,1 mil árvores, ondeobtém média de 1 quilo porárvore ao mês, durante dezmeses consecutivos. Na úl-tima vez em que comercia-lizou, o valor era de R$ 2,50por quilo. Sua produção évendida para uma usina deCedral (SP), a Quirino, quevem ao Paraná buscar amatéria-prima. A safra, se-gundo Romero, começouagora em outubro e vai atéjulho, parando somente du-rante o inverno. Ele explicaque assim como o preço,que pode oscilar de um mêspara outro, a produtividadetambém é variável. “Temmês que a gente consegueacima de um quilo de borra-cha por árvore, mas àsvezes isto cai.”

Os gastos, segundo ele, sãopoucos, pois a cultura quasenão precisa de defensivosquímicos. A única preocupa-ção é com a antracnose, do-

ença que ataca o tronco,mas seu tratamento é sim-ples. Anualmente é feitaadubação com esterco orgâ-nico, adquirido junto a aviá-rios. “É uma árvore quegosta de adubo orgânico”,diz

Romero conta que com-prou a propriedade em1989, um ano antes de im-plantar o seringal. Era umaépoca em que os pequenosprodutores se desfaziam desuas terras, devido a deca-dência da cafeicultura, quepredominava ali. “Vi que aborracha era um bom negó-cio e investi nela”, acres-centa o produtor, ressal-tando que nunca se arrepen-deu de sua decisão. “O quemais eu poderia fazer emuma propriedade tão peque-na?”, questiona.

Com uma média de 800gramas por árvore/mês, econsiderando a cotaçãoatual de R$ 2,31 o quilo, Ro-mero teria uma extração de1.680 quilos mensais emseu seringal, vendidos a R$3.880,00, totalizando R$38.800,00 ao longo dedez meses consecutivos.

Produtor implantou

Romero garante que nunca se arrependeu de ter investido na cultura

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AO PREÇO ATUAL DE R$ 2,31

POR QUILO DE COÁGULO,

E UMA MÉDIA DE 8 QUILOS

POR ÁRVORE/ANO, SERINGUEIRA

OFERECE RENTABILIDADE

MÉDIA ENTRE R$ 1.100,00

A R$ 1.200,00 POR

HECTARE/MÊS, DURANTE

DEZ MESES CONSECUTIVOS,

DE OUTUBRO A JULHO

especial/seringueira

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Pág. 24 - Jornal de Serv iço Cocama r - Outubro 2013

Chegou a vez da helicoverpa?

pragas

Com grande parte da sojaplantada na região da Coca-mar, os produtores iniciam oprocesso de controle de pra-gas, em especial, as lagartas.Mas este ano promete serdiferente, pois existe umanova lagarta atacando aslavouras no Paraná. Estamosfalando da temível helico-verpa, que vem dizimandolavouras na Bahia desde asafra 2011/12 e que, nestanova safra 13/14, já estádeixando preocupados osprodutores daquele Estado,onde a soja precoce está plan-tada embaixo dos pivôsdesde o início de outubro.

A helicoverpa é de difícilidentificação, sendo bem se-melhante a lagarta das ma-çãs (Heliothis virescens), quetambém ataca a lavoura desoja. A praga possui três es-pécies conhecidas, que cau-sam danos econômicos. Sãoelas: a Helicoverpa Zea, comhábito menos agressivo e queatua originalmente no conti-nente americano; a H. armi-gera, proveniente da Ásia eOceania, com hábito muitoagressivo; e uma outra espé-cie vinda da Argentina, a H.gelotopoeon. Elas já foram en-contradas em lavouras desoja, milho, feijão, girassol,

trigo, gramíneas e em plantasdaninhas, como a buva.

Como dissemos, a identifi-cação das espécies de heli-coverpa é muito difícil, res-tando apenas exames labora-toriais para tanto. O controledeve ser iniciado desde o iní-cio do aparecimento na área,pois quanto menor for a la-garta, mais fácil será o con-trole com inseticidas. A cor-reta identificação da mesmaé fundamental para o suces-so de seu controle, já quepara o controle da lagarta damaçã é indicado uma dose deprodutos registrados, mas, se

for a helicoverpa, a dose seráoutra bem diferente.

A rotação dos princípiosativos e modos de ação pre-cisa ser uma prática real doprodutor, uma vez que istocontribuirá para o sucesso docontrole. Dessa forma, o pro-dutor deve consultar o Depar-tamento Técnico da Cocamarpara definir a sequência dosinseticidas a serem usadosna lavoura, caso a helico-

verpa seja encontrada naárea de produção.

Fica o alerta, no entanto:ainda não sabemos comoessa lagarta irá se comportarnos ambientes da regiãomais ao Sul do Brasil. NoCerrado, pelo menos, a pragavem dizimando plantaçõesde soja e algodão, a ponto doprodutor ter de destruí-laspor não terem mais viabili-dade econômica.

Fábio Gonçalves PirajáEngenheiro Agrônomo da Unicampo em Rolândia (PR)•

Ainda não se sabe qual vai ser o comportamento da lagartanos ambientes das regiões mais ao Sul do País, mas é

recomendável que o produtor fique de olhos abertos

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As plantas também sofrem as consequências de fa-tores estressantes. A falta ou excesso de água, varia-ção na temperatura, disponibilidade de nutrientes,ocorrência de pragas e doenças, geram grandes perdasde produtividade. Do real potencial de uma cultura, es-tima-se que, devido ao estresse, a planta expressa ape-nas de 30% a 50% do seu potencial genético, o queincide em menor produtividade.Lançado recentementepela Stoller, o produto Hold tem como diferencial a re-dução de etileno, hormônio causador do estresse. Essasolução, segundo a empresa, melhora a condição fisi-ológica e nutricional das plantas e seus efeitos tambémsão vistos em termos de resistência das culturas, coo-perando para um manejo mais eficiente de doenças. Aevolução de pesquisas na área agronômica tem coope-rado para o desenvolvimento de tecnologias modernasque permitem ao agricultor buscar novos patamaresde produtividade, contribuindo para maiores retornosaos seus investimentos. Com sua solução nutricional,Hold inibe a ação da enzima ACC oxidase, formadorado etileno, possibilitando aumentar a fixação de florese frutos. O produto possui registro do Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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Hold, da Stoller, reduzo estresse nas plantas

destaques

ÍMPAR – O superin-tendente de Negócios,José Cícero Aderaldo,representou a Cocamarna solenidade em que oGrupo RIC fez a entregado Prêmio Ímpar 2013,na noite de 22 deoutubro, em Maringá,que ressaltou a Cocamarcomo um dos vencedoresem âmbito estadual.A pesquisa foi feita peloIbope/Inteligência

GUERREIRO - A empresa Guerreiro Agromarketing, umas das pioneirasna comunicação focada no agronegócio brasileiro, comemorou dez anos defundação no dia 13 de setembro. A empresa atende as principais agências depropaganda e departamento de marketing de grandes companhias do agronegó-cio, no planejamento e execução de mídia e ações direcionadas a comunicaçãocom este nicho de mercado.Em comemoração a data, realizou um evento noGiardino, fazendo uma homenagem a comunicação do agronegócio brasileiro.

Com patrocínio da Bayer Cropscience, que comemora 150 anos como uma daslíderes mundiais nas áreas de ciência agrícola e saúde ambiental, e apoio daFMC Agricultural Products, uma das empresas líderes no fornecimento deinseticidas, herbicidas e fungicidas, o evento homenageou profissionais dacomunicação do agronegócio de diversos estados e trouxe para Maringá RichardJakubaszko, jornalista com extenso currículo voltado ao marketing agrícola eautor de diversos livros na área, que falou sobre a importância da comunicaçãono agronegócio. “É um trabalho especifico e traz paixão aos envolvidos por suapeculiaridade e relevância”, cita Glaucia Guerreiro, Diretora executivae idealizadora da empresa.

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Da Redação - Alémde ser uma das principaisparceiras comerciais da Co-camar, a Bayer CropSciencemantém desde 2009 com acooperativa um importantetrabalho de relacionamentopor meio do Projeto Integra-ção. Criado por aquela com-panhia, o Integração tem afinalidade de intensificar efortalecer os laços com coop-erativas, desenvolvendoações sociais, ambientais eeconômicas.

Segundo José SímaroNeto, coordenador de rela-cionamento com cooperati-

vas, da Bayer, um dos prin-cipais objetivos da inicia-tiva é fazer com que a em-presa se consolide comouma parceira de valor. “Es-tamos escrevendo uma his-tória juntos”. Em 2010, 35ações foram implementadasjunto a cooperativas do Pa-raná e de outros Estados einvestidos R$ 3,58 milhões.Em 2011, 146 ações deman-daram a aplicação de R$3,84 milhões e, ano passa-do, 125 ações que absor-veram R$ 4,36 milhões.Para 2013, são 125 ações einvestimento de R$ 4,95milhões.

Em relação à Cocamar, aBayer é parceira em um pro-jeto que surgiu em 2006 e,ao longo dos anos, conquis-tou uma série de reconheci-mentos, vários dos quais deâmbito nacional: o Cultivar.

Socioambiental, o Cultivarpromove a inclusão de alu-nos da Associação de Pais eAmigos de Excepcionais(Apae) no mercado de traba-lho, em Maringá, os quaisproduzem mudas de espé-cies nativas para distribui-ção a produtores visando arecomposição de matas ci-liares (áreas de proteção per-manente). O projeto, queabrange atualmente 30 alu-nos – contratados como co-laboradores da Cocamar – éacompanhado por uma con-sultoria técnica, a Flora Lon-drina. Em média, a produ-ção é de 100 mil unidadespor ano, a partir de semen-tes doadas por viveiros doInstituto Ambiental do Pa-raná (IAP). Os alunos trabal-ham em um amplo viveiroda própria Apae.

Símaro observa que, desde2010, o Cultivar já produziumudas o suficiente para co-

brir uma área de 160 hecta-res de matas ciliares, o equi-valente a mais de 4 mil al-queires paulistas (66 alquei-res). Só para se ter umaideia, isto daria uma florestado tamanho de 148 camposde futebol oficial juntos – ouseja, recuperando uma áreacorrespondente a 37 campospor ano.

Nerocy Miranda Filho, queresponde pela área socioam-biental da Cocamar, comentaque a diversidade e a quali-dade das mudas “são pontosmarcantes do projeto Culti-var”.

EM ROLÂNDIA - Interessa-das em fomentar ainda maisa parceria, Cocamar e Bayerestão viabilizando uma se-gunda unidade do projetoem Rolândia, na região deLondrina. Com uma propos-ta idêntica a de Maringá, oviveiro deve ficar pronto atéo final do ano, com a con-tratação de 12 alunos daApae. A nova estrutura estásendo construída com oacompanhamento da con-sultoria e o objetivo é pro-duzir cerca de 50 mil mu-das/ano.

Desde que foi firmada a parceria,em 2010, produção de mudas deespécies nativas do Projeto Cultivar,em Maringá, equivale a recuperaçãode 160 hectares de matas ciliares –o equivalente a 148 campos oficiaisde futebol oficial

sustentável

Iniciativa premiadíssima,que absorve 30 alunosda Apae em Maringá,

vai ganhar nova versãoaté o final do ano com

formato semelhanteem Rolândia

Com projeto Integração, daBayer, Cocamar fortalecee amplia iniciativasociaombiental

“Estamos

escrevendo

uma história

juntos”

JOSÉ SIMARO NETO,

coordenador de

relacionamento

com cooperativas,

da Bayer

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negócios

Maringá I Da Re-dação - A entrada da Co-camar há pouco menos dequatro anos em 24 municí-pios do norte do Estado,onde arrendou estruturasoperacionais da Corol, pro-moveu um impulso emvários setores da coopera-tiva. Atualmente, 45% dototal de coo- perados, parase ter ideia, são da regiãonorte.

Produzindo grãos (soja,milho e trigo), café, laranja ecom atuação também emvários segmentos da ativida-de pecuária, eles trouxeramum forte incremento na de-manda por insumos, o quefez com o faturamento dessaárea tivesse uma previsão decrescer 20% entre 2012 e2013.

O avanço dos negócios é ob-servado em todos os itens doportfólio, em especial defen-sivos, fertilizantes, corretivose sementes, lubrificantes,pneus, implementos, óleodiesel, produtos da linha pe-cuária e outros.

Contribui para isso, segun-do o gerente comercial de In-sumos João Carlos Ruiz, aqualidade dos produtos, acompetitividade da Cocamar,o bom atendimento prestadoaos produtores e as pro-moções periódicas, “que ofer-ecem preços atraentes econdições especiais de paga-mento”.

Ruiz salienta que quandoda aquisição antecipada deinsumos para a safra, asopções oferecidas pela coo-

perativa estão tecnicamentede acordo, “nossos técnicosrecomendam o que real-mente é necessário e osprodutores sabem exata-mente o que compram, aque custo e qualidade. Eacrescenta: “É diferente doque acontece normalmente

em outras empresas, ondeo agricultor negocia trocassimples de pacotes de in-sumos por produção e, em-bora veja alguma vanta-gem, isto nem sempre cor-responde ao que um profis-sional recomendaria parasua lavoura”.

Crescimento foi turbinado, nosúltimos anos, pela presença dacooperativa na região norte do Estado

VENDAS DE INSUMOS EM FORTE EXPANSÃO

As vendas de peças, pneus,lubrificantes, máquinas agrí-colas e óleo diesel estão en-tre as que apresentam cres-cimento vigoroso e sustentá-vel. O coordenador comercialWilson Miranda informaque esse setor tem previsãode faturar 22% a mais emcomparação a 2012. Se essaevolução for confirmada, ocrescimento será superior a40% em relação a 2011.

O bom momento vivido pe-lo agronegócio, principal-mente em razão dos preçosrecordes alcançados pelasoja e o milho em 2012, fatorque capitalizou o setor, temcolaborado para que hajamais investimentos. Contu-do, o gerente João CarlosRuiz destaca que os produto-

res estão adquirindo a cul-tura de incorporar tecnolo-gias mais modernas, de olhono aumento da produtivi-dade. Isto explica porque asvendas de máquinas agríco-las, na Cocamar, pularam deR$ 9 milhões em 2011 pa-ra os R$ 28 milhões projeta-dos este ano – mais que o tri-plo.

Prova de que o crescimentoé sustentável, segundo Wil-son Miranda, são os negó-cios com óleo diesel (TRR) –combustível que a coopera-tiva começou a fornecer aoscooperados em 2009. Paraeste ano, a estimativa é co-mercializar 20 milhões de li-tros, um avanço de 24% so-bre os 15,6 milhões de litrosem 2012 e 40% em compara-

ção aos 13,4 milhões vendi-dos em 2011. Já as vendas depeças, pneus e lubrificantesdevem ser 13% maiores emrelação a 2012.

CALCÁRIO - Na busca pelamaior produtividade, umdestaque é a quantidadecrescente de calcário deman-dado pelos produtores. Todosos anos, para incentivar ouso do corretivo, a coopera-tiva promove campanha àsvésperas do plantio de verãooferecendo prazo de trêsanos para pagamento. “Aresposta tem sido grande”,comemora Geraldo Ganaza,coordenador comercial res-ponsável pela área de fertili-zantes. Em 2013, informa,foram nada menos que 60mil toneladas.

Crescimento sustentável

O avanço é´observado em todosos itens do portfólio

é a previsão de crescimento das vendas, no geral, em comparação a 2012

20%

é a evolução estimadapara a área de de peças, pneus, lubrificantes e máquinas

22%

é quanto deve aumentara comercialização de óleo diesel, frente a 2012

24%

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OportunidadesOutubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 33

Quanto aos insumos pecuários, de-pois de atingir em 2012 a meta deR$ 50 milhões, a Cocamar planejafaturar R$ 62 milhões em 2013 eajusta o foco em objetivos aindamais ambiciosos, investindo inclu-sive na abertura de unidades paraatender pecuaristas em Estados vi-zinhos. Com uma rede de 43 lojas eum diversificado leque que compre-ende desde madeira tratada, suple-mentos, rações e resíduos vegetais,a uma parceria com as principaismarcas do mercado na área de me-dicamentos, vacinas, ferramentariae outros, a cooperativa vê no setoruma oportunidade para impulsionarainda mais seus números.

O coordenador comercial de pecuá-ria, Clóvis Aparecido Domingues,ressalta que a Cocamar, por ser umacooperativa, obriga-se a tomar certoscuidados em relação aos produtosque comercializa para garantir queos cooperados e clientes tenham osmelhores resultados. É o caso dasvacinas, mantidas em unidades de

refrigeração equipadas com senso-res que sinalizam quando de quedasde energia – problema que, depen-dendo da duração, pode comprome-

ter a qualidade das doses

A diversificação ajuda a conquistarespaços, observa Domingues, refe-

rindo-se às rações: entre os itens ofe-recidos, há opções para várias espé-cies animais. Além de atender acriadores de bovinos de corte e deleite, equinos, suínos, caprinos e pei-xes, a cooperativa atua tambémdesde o início do ano com uma linhaespecífica para cães.

PISCICULTURA - De 2011 para 2013,a comercialização de ração para pei-xes, produzida pela Cocamar, apre-sentou crescimento significativo,somando atualmente cerca de 500 to-neladas/mês. A principal razão parao incremento nas vendas foi o apri-moramento na formulação, aumen-tando o percentual de proteínas e adigestibilidade do produto. Além damelhor qualidade, como o organismodos peixes absorve mais os nutrien-tes, e consequentemente emite me-nos dejetos, a conversão alimentar ébem maior e a contaminação da água,menor. A entrega rápida e as condi-ções facilitadas de pagamento, poroutro lado, também contribuírampara a expansão dos negócios.

A partir da esquerda, de pé: Lucas Rebonato Savoia, auxiliaradministrativo; Geraldo Amarildo Ganaza, coordenador comercial de

fertilizantes; João Carlos Ruiz, gerente comercial de Insumos;Solange Cristina Correia, analista comercial; Eliza Felipe da Silva,

auxiliar administrativa e Tiago Santana Zefirino, auxiliar administrativo;sentados: Joel Kehiti Murakami, coordenador técnico de pecuária;Tiago Henrique Palaro, assistente comercial de defensivos; Fausto

Piovan, coordenador comercial de sementes; Clóvis AparecidoDomingues, coordenador comercial de pecuária, e Wilson Aparecido

Miranda da Silva, coordenador comercial do grupo Peças

Page 34: Jornal cocamar outubro 2013

Pág. 34 - Jornal de Serv iço Cocama r - Outubro 2013

Todas as maneiras de au-mentar a eficiência da aduba-ção e a produtividade nas la-vouras são bem-vindas. E aaplicação de calcário no solo,ou calagem, é uma dessasmedidas. "Solos ácidos, carac-terizados por baixos valoresde pH (menor que 5,5), teoresinsuficientes de cálcio e ex-cesso de alumínio e/ou man-ganês, são predominantes namaior parte do Brasil e limi-tam fortemente a produtivi-dade das culturas, pois impe-

dem absorção plena dos nu-trientes pelas plantas", afirmao engenheiro agrônomo Emer-son Nunes, coordenador téc-nico de culturas anuais da Co-camar. A aplicação de calcárioagrícola corrige essa acidez,permitindo que a adubaçãoseja plenamente aproveitada.

INDISPENSÁVEL - SegundoNunes, o uso de calcário paracorreção do solo é uma dasmedidas que os produtoresnão podem deixar de tomar

todos os anos. Mediante umaamostragem do solo que de-ve ser feita com a orientaçãode um técnico e envio paraanálise a um laboratório es-pecializado, é possível conhe-cer com exatidão as deficiên-cias do mesmo e também onível de acidez. “Mediante olaudo fornecido pelo laborató-rio, o produtor é orientadosobre a quantidade de calcá-rio a comprar e a maneiracomo o corretivo deve seraplicado”, afirma.

Correção da acidez dá maior eficiência à adubação

Da Redação - Na se-gunda etapa de vacinaçãodo rebanho bovino estadualcontra a aftosa, de 1º a 30 denovembro, devem ser imu-nizados contra a enfermi-dade todos os bovinos ebubalinos, independente daidade. “De mamando a ca-ducando”, brinca o coorde-nador comercial de pecuáriada Cocamar, Clóvis Apare-cido Domingues. Na pri-meira etapa, que ocorresempre em maio, apenas osanimais com até 24 mesesrecebem a dose.

Segundo Domingues, o pe-cuarista deve aproveitar omanejo do gado, já que vaivaciná-lo contra aftosa, pa-ra fazer também a preven-ção de outras doenças, comocarbúnculo, raiva e bruce-lose. “Vale a pena investirna sanidade do rebanho, opreço da arroba vem subin-do e o mercado encontra-sebastante favorável a esse se-tor”, finaliza.

AFTOSA - É uma doençaviral altamente contagiosaque afeta animais biungula-

dos, ou seja, animais quepossuem cascos bipartidos.Os mais afetados são bovi-nos de leite e de corte e ossuínos.

CARBÚNCULO - doença in-fecciosa aguda, é provocadapela bactéria Bacillus an-thracis e a sua forma maisvirulenta é altamente letal.Trata-se de uma enfermida-de comum dos animais her-bívoros, quer dos selvagensquer dos domésticos, mastambém pode afetar os sereshumanos que sejam expos-

tos a animais infectados,tecidos de animais infecta-dos ou elevadas concen-trações de esporos de car-búnculo.

RAIVA - Doença infecciosaque afeta os mamíferos, cau-sada por um vírus que se in-stala e multiplica primeironos nervos periféricos e de-pois no sistema nervoso cen-tral e dali para as glândulas

salivares, de onde se multi-plica e se propaga.2 Porocorrer em animais e tam-bém afetar o ser humano, éconsiderada uma zoonose.

BRUCELOSE - também con-hecida por febre de Maltaou ondulante é uma doençacrônica causada pelas bac-térias do gênero Brucella,transmitida pelos laticíniosnão pasteurizados.

De 1º a 30 de novembro acontece no Paraná a segundaetapa estadual de vacinação contra a febre aftosa e todosos bovinos e bubalinos devem ser imunizados; rebanhoestá sujeito a outras enfermidades

Falta de cálcio e excesso de alumínio e/ou manganêssão fatores que limitam a produtividade•

pecuária

calcário

De “mamando a caducando”,todos devem receber a dose

Corretivo deve ser aplicado medianteamostragem do solo

Aproveitar o manejo do gadopara investir na sanidade

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Outubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 35

reciclagem

Maringá I Cleber França - No dia 24 de outubro, acriançada tomou conta da Associação Cocamar durante a 4º etapado projeto “Fazendo Arte com Sabor”, desenvolvido pela área deMarketing da Cocamar, que reuniu 1.250 alunos de 27 escolas mu-nicipais de Maringá. Além de se divertir, eles aprenderam um poucode arte e sustentabilidade.

Gabriel dos Santos Marcos, de 10 anos, disse que gostou de par-ticipar das atividades, principalmente da oficina de pintura. Ele es-tuda na Escola Municipal Gabriel Sampaio, no Conjunto Patrícia. Eleparticipou de uma gincana em que foram arrecadadas centenas deembalagens cartonadas de suco vazias. “É muito importante preser-var o meio ambiente”.

Heloisa Rodrigues Lima, de 7 anos, também contribuiu para a ar-recadação de embalagens recicláveis. “Se cada um fizesse a suaparte o meio ambiente não estaria com tantos problemas. Além derecolher, temos que economizar água, energia e não maltratar osanimais”, citou Heloísa, completando: “Estou gostando muito de tervindo aqui, aprendi a confeccionar fantasias”.

CONSCIÊNCIA - A diretora da Escola Municipal Rui Alvino Alegrete,Deli Vieira Silveira, disse que a iniciativa mobilizou toda a comu-nidade e deixou os alunos motivados. “Mesmo tendo encerrado estaetapa, eles já estão se organizando e fazendo recolhimentos para opróximo ano. Um projeto como este ajuda na educação das crianças,que serão cidadãos mais conscientes.”

SEMENTES - O projeto contou com o apoio da UniCesumar. “É umaação muito legal que envolve arte, sustentabilidade, educação am-biental. Ao todo, 150 alunos desenvolveram oficinas de arte, músicae dança. Estamos plantando uma semente para futuro”, comentou acoordenadora dos cursos de Artes Visuais e Música da insti-tuição, Débora Kemer.

Um total de 1.250 alunos de 27 escolas públicas do município, participa de um dia de arte,diversão e conhecimento sobre sustentabilidade na Associação Cocamar em Maringá•

Fazendo Arte com Sabor

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Segundo o responsávelpelo “Fazendo Arte com Sa-bor”, Rafael de Souza Cha-con Pignati, o projeto atuacom a arrecadação de em-balagens e desenvolve con-ceitos de sustentabilidadenas escolas municipais:“No evento, os alunos par-ticiparam de 12 oficinas dearte, que ensinaram comoreutilizar e transformarmateriais recicláveis emporta-retratos, porta-cane-tas, vasos para plantas ediversos outros produtos”.

Pignati informa que o vo-lume arrecadado pelos alu-nos este ano, em torno de2,4 milhões de embala-gens, o equivalente aquase 70 toneladas, é pra-ticamente tudo o que a Co-

camar colocou no mercadode embalagens Purity.

“Temos informações dealunos que produzirampanfletos por conta própriae saíram distribuindo pelavizinhança, pedindo queembalagens fosse reserva-

das para recolhimento”,completa Pignati.

Todo o material foi reco-lhido pela cooperativa eentregue para uma coope-rativa de reciclagem, vi-sando sua destinaçãocorreta.

Pág. 36 - Jornal de Serv iço Cocama r - Outubro 2013

Foi um dia inteiro de atividades em 12 oficinas;projeto será encerrado em novembro, com premiação

• VEJA MAIS FOTOS EMWWW.JORNALCOCAMAR.COM.BR

Além da diversão garantida, durante todo o diaas crianças receberam alimentos e sucos. Foram

recebidas com lanche, almoçaram lá, saborearam caféda tarde e houve distribuição à vontade de pipoca e al-godão doce.

PREMIAÇÃO – Os cinco alunos que mais se destacaramem recolhimento, serão premiados em novembro. O 1ºlugar vai receber um notebook, o 2º um netbook, o 3ºum tablet e o 4º e 5º colocados, cada, um estojo profis-sional de lápis de cor. Por sua vez, o aluno participantede cada uma das 350 turmas que mais arrecadou rece-berá um estojo escolar de 18 peças de lápis de cor.

Projeto “zera” quantidadede embalagens que Cocamarpõe no mercado

p

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Outubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 37

orientação

Região I MarlyAires - Com a volta daschuvas e a ocorrência dabrotação é possível definirmelhor o local de poda docafezal que sofreu geada,orienta o engenheiro agrô-nomo especialista em caféda Cocamar, Francisco Ubi-ratã Aires, o Bira. Ele re-comenda aos cafeicultoresque tiveram suas lavourasqueimadas que definamcom seus agrônomos qual otipo de poda a ser feito, o es-

queletamento ou um cortemais radical, se necessário.

“Esse é o momento idealtambém para fazer a cor-reção do solo e dar ao ca-fezal as melhores condiçõespara aproveitamento doadubo e da água”, avisa. Aanálise do solo deve serfeita em camadas de 0 a 20cm e de 20 a 40 centíme-tros, efetuando a correçãoindicada. “Não se pode de-scuidar dos micronutri-

entes, por meio de adu-bação foliar, fundamentaispara o aproveitamento detodos os nutrientes pelaplanta”, diz.

Com a brotação, o cafeicul-tor precisa ficar atento tam-bém ao controle de pragase doenças. Uma enfermi-dade típica desse período,que ataca principalmente asfolhas novas e que de-manda maior cuidado, é abacteriose.

Com a retomada das chuvas e a consequente brotação,é possível definir o tipo de poda a ser feito•

Café após a geada, o que fazer?

Recomendação é produtor conversar com seu agrônomopara definir o melhor a fazer com sua lavoura

Para os cafeicultores que vão aproveitar o arranquiodo café para replantar a lavoura já no padrão ideal paraa mecanização, é recomendada também uma análise desolo, adubação e correção conforme a demanda. Antes,entretanto, é preciso fazer também uma análise nemato-lógica, em caso de suspeita de nematoide, optando porvariedades resistentes ou por mudas enxertadas, ondefor identificado o problema.

Segundo Bira, a correção do solo, na substituição da la-voura, deve ser em área total, com incorporação, alémda adubação no sulco de plantio. “O sulcamento precisaser bem feito para garantir um o “pegamento” da muda:com profundidade, largura e adubação adequadas con-forme seu volume/metro linear e a análise de solo”, re-comenda.

O ideal é que o sulco tenha pelo menos de 30 a 40 cen-tímetros de largura com 40 centímetros de profundidade.O corretivo deve ser depositado no fundo e o adubo quí-mico e orgânico precisam ser misturados a este.

O plantio é feito em nível e com espaçamento entrelin-has e entre plantas adequados à mecanização da lavoura,especialmente da colheita, planejando também os carre-adores laterais e centrais para manobras das máquinas.Os espaçamentos entre plantas variam de 0,5 a ummetro, conforme a variedade escolhida, plantando umaplanta por cova e caprichando no alinhamento para faci-litar a passagem da máquina.

Além de efetuar o molhamento das plantas após o plan-tio, é preciso manter as entrelinhas com vegetação (adu-bação verde ou braquiária), roçando sempre quenecessário, evitando a erosão. Da mesma forma, a linhado cafeeiro precisa ser mantida sempre limpa, livre deplantas invasoras.

Replantio de olho na mecanização

Dois produtos da Nortox,que já tinham registro paraoutros Estados, passam aser comercializados tambémno Paraná: o Fipronil Nortox800 WG e o ImidaclopridNortox. A comercializaçãono Estado foi aprovada, res-pectivamente, em maio e

julho pela Agência de De-fesa Agropecuária do Pa-raná (Adapar/Seab).

O Fipronil é um inseticidae cupinicida do grupo quí-mico pirazol, com ação decontato e ingestão. Pode serutilizado para aplicação fo-

liar no algodão e na soja epara aplicação via solo nabatata, cana de açúcar emilho. Apresenta controlepara uma série de alvos bio-lógicos que causam conside-ráveis danos à produção.

O Imidacloprid Nortox, in-

seticida sistêmico do grupoquímico neonicotinóide, éum produto diferenciado,com indicação para as prin-cipais culturas e com umagama completa de alvos bio-lógicos. Pode ser aplicado

em todas as fases das res-pectivas culturas, já quepossui modalidade de apli-cação via sulco, tratamentode sementes e foliar, o quevem fazendo dele uma refe-rência no mercado.

Fipronil e Imidacloprid, da Nortox,agora também no Paraná

registro

Os produtos são comercializados desde meados do ano

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Acima, Orozimbo com a esposa Horizontinae uma das netas, na sequência fotosantiga e mais atual dos filhos João Sutil, a pessoa mais idosa da cidade

São Jerônimo da Serra |Marly Aires - A história de São Je-rônimo da Serra tem a ver com o desbra-vamento do sertão do Paraná e a aberturadas matas no norte e noroeste do Estado.O povoado surgiu a partir de um pedido dogoverno imperial, em 1846, de que fosseaberta uma rota estratégica de acesso daregião de Curitiba e Campos Gerais ao MatoGrosso.

A família Sutil chegou ao município entre1890 e 1900, tomando posse de 800 alquei-res, onde se estabeleceu como produtora desuínos. O casal Gertrudes e Antonio Sutil,oriundos de São José dos Campos (SP), ti-veram 10 filhos, entre eles o seu João,atualmente com 96 anos - a pessoa maisidosa da cidade. O irmão dele, Loureano (já

falecido), é pai do produtor Orozimbo Sutil,74 anos, cooperado da Cocamar.

NA MATA - Quando a família chegou, foiescolhido o lugar e demarcado o terrenocom uma picada ao redor de 800 alqueiresde terras devolutas, onde tomou posse. Oprimeiro rancho de palmito coberto defolha de palmeira e sapê foi a morada delespor muitos anos. Eles viveram grandeparte da vida no meio da mata, onde cria-ram seus oito filhos.

Hoje, Orozimbo possui 4,5 alqueires earrenda mais seis onde cultiva soja e milhoe 16 mil pés de café, 1,8 mil pés de uva euma pequena pastagem para gado de cortee leite. Casado com dona Horizontina, é paide oito filhos.

Pág. 38 - Jornal de Serv iço Cocama r - Outubro 2013

família do campo

Chegando para desbravar o sertão Família Sutil veio para o lugar onde atualmenteé São Jerônimo da Serra entre 1890 e 1900, ondese estabeleceu como produtora de suínos, tomandoposse de 800 alqueires de terras devolutas

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Outubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 39

Na fase inicial de colonização predominava em São Jerô-nimo da Serra a extração de madeira, atividades minera-doras no Rio Tibagi e criadores de porcos. O café não tevea mesma primazia que em outras regiões. Entrou namesma época em que algodão, milho, feijão, arroz, ma-mona e outras passaram a ser plantados.

Conforme relatos, os desbravadores abriam uma clareirae plantavam uma roça de milho para alimentar os porcos.Quando no ponto, colhiam o milho e soltavam os animais.Só com os babujos da palha da lavoura e as muitas abó-boras pelo chão, davam para engordar os bichos. O milhodo paiol era usado para uma nova criada.

A criação de porcos na mata só perdeu espaço após aseca de 1944 e acabou quando da chegada da peste suínaem 1945. Atualmente, predomina nos campos da região a

Porcos em vez de caféNas andanças com os animais, cruzando as trilhas na mata, Orozimbo lembra que aprendeu

a fazer café tropeiro. Ele ensina a receita: “É só colocar água e pó para ferver na chaleira.Para separar o pó, basta jogar um pedaço de brasa acesa dentro da chaleira. Todo o pó vaise juntar à brasa e o café está pronto para ser servido.”

Orozimbo conta que acompanhou várias tropas. Os safristas de porcos saíam praticamentena mesma época, dando dois dias de diferença para não se encontrarem na estrada. Eramais de um mês de viagem, caminhando por um “carreirão” de mais de 140 quilômetros nomeio na mata.

Na hora de dormir, em pontos de pouso predeterminados, os tropeiros faziam uma roda deramos para contar os animais, armavam as redes, acendiam a fogueira e deixavam semprealguém de vigia. Despertavam bem cedo e, quando amanhecia, já estavam longe.

Quando chegavam a Ibaiti ou Castro, havia os caminhões esperando nos pontos de venda.Embarcados, os animais eram levados para São Paulo e outras regiões. “A gente negociavaali mesmo. Normalmente, um safrista tinha mais de mil cabeças”, afirma.

Café tropeiro

Como a região era ocupada por posseiros, ou seja, que não tinham aposse legal, pois as terras devolutas pertenciam ao Estado, nego-ciando-se apenas o direito de uso, conflitos eram inevitáveis. Mesmoos terrenos na cidade eram posses e só na década de 1950 o governocomeçou a legalizar a situação.

Quando da chegada dos Sutil, outros desbravadores estavam na re-gião. Mas havia um respeito mútuo e uns não invadiam as terras dosoutros. Mesmo assim, sem a definição precisa e legal das divisas decada propriedade, dúvidas suscitavam tensões que convergiam paraatritos.

Demorou até que as matas fossem derrubadas e, no dia a dia, famí-lias transportavam mercadorias nas costas ou em lombo de burro. Vi-vendo com simplicidade, posseiros se alimentavam do que produziam,além da caça e da pesca farta. Dependiam pouco de cidades, onde sóse dirigiam para comercializar suínos.

Quando Orozimbo nasceu, em 1939, ainda havia muito sertão. Aos15 anos, conta que viu o pai abrir de vez a mata para plantar café. Aocasar-se, construiu um pequeno rancho coberto de pequenas tábuas.Já a madeira para as paredes foi cortada no machado.

Tensões e conflitos

Parte da família em fotos de arquivo pessoal

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Jornal de Serviço CocamarOutubro 2013 - Pág. 40

Maringá I RogérioRecco - Mais de 550 con-vidados, entre produtores etécnicos, participaram emMaringá, na noite de 17 deoutubro, da segunda etapado Fórum Nacional de Agro-negócios, evento promovidopela Rádio CBN com o apoio

da Cocamar. Em sua palestra, o presi-

dente da John Deere, PauloHerrmann, destacou que omaior desafio da humani-dade, nas próximas décadas,será alimentar uma popu-lação crescente – hoje ao re-dor de 7 bilhões de indiví-

duos e que, em 2050, estaráem 9 bilhões. “Esse cresci-mento vai demandar maiseficiência produtiva nocampo e com sustentabili-dade”, afirmou Herrmann.Segundo ele, vai ser precisoampliar em 20% a produçãoglobal de alimentos até 2050e o Brasil, ainda com fron-teiras agrícolas a explorar,deve responder por pelomenos 40% desse aumento.“Temos 50 milhões dehectares a incorporar, istosignifica quase que dobrar aárea cultivada atualmenteno país”, ressaltou.

Herrmann fez menção, no

entanto, a um fato que temdispensado a incorporaçãode novos espaços para aagricultura. Em 1990, oBrasil produziu 58 milhõesde hectares com uma super-fície cultivada de 38 milhõesde hectares; em 2012, essaárea havia subido para 53milhões de hectares (30% amais), para uma colheita de187 milhões de toneladas(mais que o triplo em vo-lume). “Graças a sucessivosganhos de produtividade,economizamos 70 mil hecta-res, levando em conta amédia de expansão agrícolaaté 1990”, comentou.

Segundo Herrmann, o Bra-sil tem a agricultura maiseficiente do planeta. “O PIB[Produto Interno Bruto] sónão é negativo por causa daagricultura”, citou. Para ele,o crescimento da oferta dealimentos no país vai passarpelo sistema de integraçãolavoura, pecuária e floresta(ILPF)– em uma fazenda degado, por exemplo, passa aproduzir também soja noverão, de forma sustentávele com alta produtividade.“Assim como o plantio diretofoi uma quebra de paradig-ma, está acontecendo a mes-ma coisa com a integração”,afirmou o palestrante.

ILPF é tema de Fórum em Maringá

integração

“É produzir mais rápido e cultivar,

em seguida, o milho safrinha

mais cedo para escapar do frio”

JOAQUIM GOMES NETO, cooperado de Floresta

Palestrantes deixaram claro:integração lavoura, pecuária e florestaé a maneira de o país atender àdemanda mundial por mais alimentospara sustentar o aumento dapopulação nas próximas

“É difícil encontrar algumdefeito na integração”, ga-rantiu o pesquisador da Em-brapa Cerrados, JoãoKlutchoski, o João “K”, quetambém palestrou no Fó-

rum. “Com esse sistema deprodução, o Brasil vai ofere-cer ao mundo a maior revo-lução verde de todos ostempos”, citou, lembrandoque tal modelo pode ser im-

plantado em propriedade dequalquer tamanho e mesmoem solo pobre. “A integraçãoconsegue transformar areiaem solo produtivo”, comen-tou, relacionando que os be-

Areia virasolo produtivo

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nefícios são de ordem am-biental, econômica, agronô-mica e social.

“O Paraná já tem 250 milhectares cultivados com sis-temas de integração”, afir-mou o presidente do Insti-tuto Agronômico do Paraná(Iapar), Florindo Dalberto.Daquele total, segundo ele,cerca de 50 mil são na re-gião do arenito caiuá (áreasatendidas pela Cocamar). NoBrasil, são aproximadamen-te 3 milhões de hectares.

“Não é uma saída mágica,

é o desenvolvimento gigan-tesco do processo tecnoló-gico”, disse o pesquisadordo Iapar, Sérgio José Alves,que também esteve no Fó-rum. Ele frisou que na inte-gração se usa cada vezmenos herbibidas e insetici-das. Da mesma, devido aoplantio direto, o solo fica co-berto o ano inteiro, perma-necendo úmido por maistempo.

“A oportunidade é agora”,destacou o presidente da Co-camar, Luiz Lourenço, expli-cando que o governo fede-

ral disponibiliza linhas es-peciais de crédito, por meiodo Programa Agriculturade Baixo Carbono, a jurosde apenas 3,5% ao ano, pa-ra investimentos em inte-gração. Na visão de Lou-renço, é o momento de o pe-cuarista modernizar a suaatividade. Com a degrada-ção natural das pastagens,consequência do modelo ex-trativista, a pecuária tornou-se o primo pobre do agro-negócio. “Continuar dessaforma é inviável economica-mente. A única saída é a in-tegração”, completou.

Outubro 2013 - Jornal de Serv iço Cocama r - Pág. 41

A braquiária ruziziensisnão é novidade no Brasil.Esse capim rústico e exó-tico, de origem africana, foiintroduzido no país aindana década de 1970, ganhouimportância como pasta-gem em quase todo o terri-tório nacional, onde seadaptou facilmente, masseu potencial para revolu-cionar o agronegócio brasi-leiro somente foi percebido

pelos pesquisadores hámenos de uma década.

Atualmente a braquiária– que faz bem ao solo, à pe-cuária e à agricultura - é a“menina dos olhos” da Em-presa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Em-brapa).

Uma unanimidade entreespecialistas, agricultorese pecuaristas, o capim tem

quebrado paradigmas e se-pultado antigos conceitosda agropecuária.

REAPRENDER - O pesqui-sador da Embrapa Cerra-dos, João “K”, afirma ficaremocionado quando vê oque a braquiária é capazde fazer. “Com tantos anosna pesquisa, tive que rea-prender muita coisa porcausa dessa espécie”, lem-bra.

O modelo de integraçãode atividades começa umano antes com a correçãodo solo onde, no verão, vaiser cultivada soja. Após acolheita do grão, planta-se

braquiária para alimentaro gado no inverno seguin-te. Se o período frio é geral-mente uma época de pas-tos destruídos, em que osbovinos emagrecem oumorrem desnutridos, istonão acontece onde a bra-quiária foi instalada. Nãoraro, é possível engordar orebanho à média de 600gramas por dia, durantetrês meses seguidos. Emseguida, a braquiária édessecada na primaverapara um novo ciclo de soja,reiniciando o sistema.

De acordo com os técni-cos, a palhada da braquiá-ria deixa o solo fresco e

úmido por mais tempoapós uma chuva. Isto, se-gundo eles, minimiza oefeito do calor forte e até deuma estiagem de curta du-ração. E acrescentam quese o solo ficasse à desco-berto, esquentaria tantoque a camada superficialpoderia chegar a 60 grauscentígrados, inviabilizandoa agricultura.

O intenso enraizamentodo capim traz outras van-tagens ao solo, comenta opesquisador. Impede e ero-são, promove a descompac-tação e, por fim, recuperaa fertilidade com a produ-ção de matéria orgânica.

Braquiária, o capim versátil que viabiliza a integração

A partir da esquerda: Florindo Dalberto, presidentedo Iapar, Luiz Lourenço, presidente da Cocamar,

Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil eJoão Klutchoski, pesquisador da Embrapa Cerrados

João “K”: enraizamentoda braquiária “quebra”a compactação eoxigena o solo

Espécie de origem

africana tem surpreendido

especialistas por aposentar

velhos conceitos da

agropecuária e pelos

benefícios que

proporciona ao

meio ambiente

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Quem investe na implantação deuma pastagem de capim braquiá-ria logo no final do verão e iníciode outono, poderá ter uma quanti-dade de massa verde suficientepara engordar ao menos quatrounidades animais em um hectaredurante os meses mais críticos doinverno.

Segundo o especialista João Ba-tista Barbi, do Instituto Emater emTapejara (PR), o gado conseguirácomer apenas metade de toda abraquiária. O que restar vai servircomo cobertura do solo no verão.

Barbi observa que o capim vicejae fica pronto justamente no períodoem que há déficit de pastos na re-gião – entre os meses de maio eagosto.

Foi a braquiária que livrou o pe-cuarista Carlos Ehlers, de Doura-dina, no noroeste paranaense, deum grande prejuízo este ano. De-

pois de três geadas seguidas, entreo final de julho e início de setem-bro, os pastos da Fazenda SantaLuzia ficaram arrasados e o re-banho só escapou da fome porqueo proprietário havia plantado umaparte com aquele capim. “Foi pro-videncial, se soubesse teria plan-tado mais”, afirma.

Em Cidade Gaúcha, 28 dos 85 al-queires de pastos da FazendaBom Jardim, de Ademir Ferrarini,já são cultivados com braquiáriae a tendência, segundo ele, é ir au-mentando. “A gente se sente maisseguro e encorajado para investirna atividade”, conta Ferrarini. Jáno ano passado ele decidiu partirpara um programa de integração,interessado em dar novo rumo àpropriedade. “Pelo sistema tradi-cional não dava mais, estava in-viável”, conta. No início de 2013 oprodutor colheu sua primeirasafra de soja e diz contar com aajuda do filho Aden, que é veteri-

nário, para modernizar a pecuá-ria. Com a braquiária garantindoalimento e a engorda do gadomesmo no frio, a próxima meta éreduzir a idade de abate do plantelpara 14 meses, ofertando animaisjovens e de carne mais macia aomercado.

A fazenda de Ferrarini sediouum dia de campo sobre integraçãolavoura, pecuária e floresta no dia10 de outubro, promovido pela Co-camar, por meio da unidade de Ta-pira. Cerca de 200 produtores e

técnicos participaram do eventoque foi organizado em parceriacom o Instituto Emater. “Eu co-nheci a integração num evento daAbag realizado pela Cocamar emMaringá”, comentou o proprietá-rio.

De acordo com o gerente da Coca-mar em Tapira, Luiz Américo Tor-mena, a integração vem ganhandoespaço na região “e a cooperativaestruturou-se com uma equipe es-pecializada para orientar e garantirsuporte aos produtores”.

integração

Aden e o pai Ademir Ferrarini:agora é só crescer

Ehlers: sem o capim, prejuízo teriasido grande no último inverno

Alimento garantido no inverno

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Braquiária, o capim versátil que viabiliza a integração

No dia 25 de outubro, reu-nião dos 30 prefeitos inte-grantes da Associação dosMunicípios do SetentriãoParanaense (Amusep), rea-lizada na Casa da Culturaem Doutor Camargo, a30km de Maringá, abriu es-paço para uma palestrasobre integração lavoura,pecuária e floresta (ILPF),com o presidente da Coca-mar, Luiz Lourenço, e o pes-quisador do InstitutoAgronômico do Paraná(Iapar), Sérgio José Alves.

Ao iniciar os trabalhos, opresidente da Amusep,Edgar Silvestre, o Deca, pre-feito de Marialva, saudou ainiciativa da Cocamar de di-vulgar o sistema entre as li-deranças municipais, porser uma oportunidade paraa geração de riquezas pormeio do fortalecimento daagropecuária. “É um tra-balho que precisa ser vistocom carinho pelos prefeitos,principalmente dos municí-pios situados em região desolos arenosos”.

Ao fazer sua palestra, LuizLourenço disse que tão im-portante quanto tentar levarempresas e indústrias aosmunicípios é incentivar aILPF. “As fazendas se tor-nam verdadeiras indústriasde alimentos, explorandouma vocação regional.Temos tecnologias, profis-sionais especializados e re-cursos a custo barato paraimplementar o programa”,comentou.

Segundo ele, há pelomenos 1,8 milhão de hecta-

res de pastos degradados,ou seja, de baixo retornoeconômico, na região nor-oeste paranaense, onde ossolos são de consistênciaarenosa, com potencial paraa ILPF.

“Não é uma saída mágica”,afirmou o pesquisador doIapar, Sérgio Alves. A inte-gração, disse, garante sus-tentabilidade ao negócio.“Quem investe, não quebranunca.”

Prefeitos da Amusep abrem espaço em reunião parapalestra sobre o sistema

Duzentos produtores e técnicos participaramde um dia e campo promovido pela Cocamarem parceria com o Instituto Emater, noúltimo dia 10 em Cidade Gaúcha. AdemirFerrarini, o proprietário da fazenda,está no segundo ano da integração:“tendência é só aumentar”

Para municípios, sistema é oportunidadede geração de riquezas

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almanaque

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A produtora Diva Tavares, de Alvorada doSul, é quem dá a dica.

INGREDIENTES

• 4 litros de gordura (óleo usado)• 2 litros de água• 1 kg de soda• 2 copos de amaciante• 1 vidro (500 ml) de desinfetante

• 2 caixas de anil

COMO PREPARAR

Misture tudo em uma bacia e mexa.Reserve de um dia para outro até en-durecer. Rale na peneira e deixe secaresparramado sobre um pano por doisdias. Guarde em recipiente bem fecha-do.

A prevenção e até mesmo a cura dedoenças com o uso de plantas medi-cinais era mais comum antigamente,quando as pessoas tinham uma liga-ção mais próxima com a natureza.Qualquer casa tinha a sua horta e,nela, eram cultivadas ervas e frutosque originavam chás e com os quaisse podiam fazer até curativos.

Curiosa no assunto, dona Clarice,esposa do cooperado Antonio VieiraAssunção, de Alvorada do Sul, fezum resgate desse conhecimento queera passado de geração em geração,mas que hoje, com a mudança de há-bitos das famílias e a praticidade da

vida moderna, foi esquecido.

Pesquisando em livros, ela aprendeua plantar um pouco de tudo no fundodo quintal, utilizando-as para tratardoenças corriqueiras. Não demoroumuito para começar a aparecer vizin-hos e amigos em busca de um chá,uma compressa, ou ao menos dicasde como usar plantas medicinais.

Como foi dona Clarice quem im-plantou a Pastoral da Saúde em Al-vorada do Sul, dela participando por17 anos, a especialização no assuntoocorreu de forma natural, realizandocursos de homeopatia e terapias com

essenciais florais. Com isso só cres-ceu o número de pessoas que a pro-curavam em busca desses medica-mentos alternativos.

Ela conta que nunca cobrou por

isso, mas aceitava doações, atravésda Pastoral da Saúde, visando aaquisição de matérias primas, bemcomo muletas, cadeiras de rodas eoutros itens que eram entregues a fa-mílias carentes.

O cooperado da unidade da Cocamar em Sabáudia, Dorival Crespo Gigliotti, possui um sua propriedade uma vaca leiteira com umacaracterística incomum. “Fumaça”, uma mestiça de quatro anos de idade, que já teve a sua primeira cria, possui 6 tetas, duas a mais queo normal. “O bom é que a vaca produz leite em todas as tetas, ou seja, 50% a mais que qualquer outra”, brinca Gigliotti. O assistenteadministrativo Fábio Carvalho Beloti foi conferir e registrou as fotos para o Jornal Cocamar

“Fumaça”, uma vaca diferente

Sabão em pó de óleo usado

O tratamento de males com plantas medicinais

Dona Clarice: resgate de um conhecimento que,com a vida moderna, foi ficando de lado