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Ensino e Aprendizagem de Língua Portuguesa
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LEITURA, LINGUAGENS E CIDADANIA:
Os novos desafios do
ensino médio
Dialogia
A palavra sempre pressupõe o outro.
Discurso (Efeito de sentido produzido entre interlocutores)
Atribuição de sentido(s), campo semântico, implícitos: subentendidos, pressupostos, ideologia, constituição de identidade.
Análise lingüística (Gramática)
Produção de leitura: reflexão sobre a língua no seu funcionamento. O fato lingüístico (gramática) na constituição do texto.
Análise literária
Produção de leitura: estilos, marcas lingüísticas/formais, o contexto sócio-histórico.
FALA / ESCUTA – LEITURA / ESCRITURA
(Produção de leitura: compreensão, análise,
interpretação, crítica e intertextualidade;
e Produção textual).
Mapa dos conceitos científicos da Língua Portuguesa e LiteraturaMapa dos conceitos científicos da Língua Portuguesa e LiteraturaEixos organizadoresEixos organizadores
Texto (Unidade da linguagem em uso)
Eixo de ensino na constituição do leitor e produtor de textos orais e escritos – gêneros textuais diversos, ficcionais, não-ficcionais, linguagem verbal, não-verbal, mista, textos em prosa e verso.
Textualidade (O fator que faz um texto construir uma unidade de sentido e não uma seqüência de frases)
Organização de idéias: coerência e coesão, progressão, contextualidade, informatividade, tipos de raciocínio.
Interdiscursividade
Relação entre os diferentes discursos.
Polifonia (As vozes de que se constitui a língua)
Locutor, enunciadores, citações, referências, interlocutores.
Polissemia (Multiplicidade significativa da língua)
Simultaneidade de atribuição de sentidos distintos no mesmo “objeto” (Espaço de discursividade).
Intertextualidade (Um texto remete a outro texto)
Produção de leitura compreendendo a relação com outro texto. Construção de diálogo entre textos.
Considerar:
O aluno, sua história, suas possibilidades como sujeito.
A língua, sua história, sua pluralidade dialetal e seu funcionamento em
diferentes contextos.
O texto como unidade básica de ensino.
A leitura, a oralidade, a escritura e os fatos da língua (gramática) como
objetos de ensino que, mantendo suas especificidades, integram-se.
Texto e discurso
“Todo discurso é uma resposta a outros discursos, tanto os que já circularam socialmente quanto aqueles que ainda vão circular a partir dele”.
Mikhail Bakhtin
O Gênero como ferramenta
• Grupo de pesquisa na Universidade de Genebra (Bernard Schneuwly,
Joaquim Dolz, Bronckart e Auguste Pasquier) estudam o ensino da língua a
partir de gêneros.
• Schneuwly compreende o gênero textual como uma ferramenta, isto é, um
instrumento que possibilita exercer uma ação lingüística sobre a realidade.
Gênero e cidadania
• As ações lingüísticas do cotidiano são sempre orientadas por um conjunto de
fatores que atuam no contexto situacional:
– Qual é a finalidade do texto?
– Que gênero pode ser utilizado?
Ensino-aprendizagem de produção de texto
• O conhecimento e o domínio dos diferentes tipos de gêneros textuais, por
parte do aluno, não apenas o preparam para eventuais práticas lingüísticas,
mas também ampliam sua compreensão de realidade, apontando-lhe formas
concretas de participação social como cidadão.
Diversidade textual e aprendizagem em espiral
• Além da diversidade textual estudada pelo aluno, a aprendizagem deve se dar
em espiral, isto é, os gêneros devem ser periodicamente retomados,
aprofundados e ampliados, de acordo com a série, com o grau de maturidade
dos alunos, com suas habilidades lingüísticas e com a área temática de seu
interesse.
Agrupamento de gêneros segundo o Grupo de Genebra
Regulação mútua de comportamentos
DESCREVER AÇÕES
Instruções e prescrições
Apresentação textual de diferentes formas dos saberes
EXPORTransmissão e construção de saberes
sustentação, refutação e negociação de tomadas de posição
ARGUMENTARDiscussão de problemas sociais controversos
Representação pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo
RELATARDocumentação e memorização das ações humanas
Mimesis de ação através da criação da intriga no domínio verossímil
NARRARCultura literária ficcional
Capacidades de linguagens dominantes
Aspectos Tipológicos
Domínios sociais de comunicação
Exemplos de gêneros orais e escritos
Instruções de uso
Instruções de montagem
Receita
Regulamento
Regras de jogo
consignas diversas
Textos prescritivos
Texto expositivo
conferência
Artigo enciclopédico
Entrevista de especialista
Texto explicativo
Tomada de notas
Resumos de textos expositivos e explicativos
Resenhas
Relatório científico
Relato de experiências científicas
Textos de opinião
Diálogo argumentativo
Carta de leitor
Carta de reclamação
Carta de solicitação
Deliberação informal
Debate regrado
Editorial
Discurso de defesa
Requerimento
Ensaio
Resenhas críticas
Relatos de experiência vivida
Relatos de viagem
Diário íntimo
Testemunho
Anedota
Autobiografia
Notícia Reportagem
Curriculum vitae
Crônica mundana
Crônica esportiva
Biografia
Conto maravilhoso
Conto de fadas
Fábulas
Lenda
Narrativa de aventura
Romance
Novela
Piada
paródia
Conto
Narrativa de ficção científica
Narrativa mítica
DESCREVEREXPORARGUMENTARRELATARNARRAR
Debate regrado públicoTexto publicitárioCrônica
Crônica argumentativa
Teatro
Crítica
8º.
PoemaNotícia/entrevistaTexto de opiniãoMito7º.
Texto dissertativo-argumentativo
O parágrafo
Redação vestibular
Debate regrado público
Texto argumentativo
Carta de leitor
Cartas argumentativas de reclamação e de solicitação
Texto de divulgação científica
Roteiro de cinema
Crônica
Crônica argumentativa
3a.
Anúncio publicitário
Crítica/editorial
Notícia entrevista
Reportagem
Conto
Conto de mistério
Cartaz
Receita
2a.
Debate regrado público
Artigo de opinião
Relatório de experiência científica/seminário
Carta pessoal
Relato pessoal/diário e blog
Fábula
Poema/ Teatro
1a.
Texto argumentativo
Dissertação escolar
Seminário
Texto argumentativoReportagem/editorialConto9º.
Relato pessoal
Texto de opinião
História em quadrinhos
Conto maravilhosoCarta pessoal cartão-postal
6º.
ReportagemDebateTeatroRelato pessoal5º.
AnúncioNotíciaTexto de opiniãoNarrativa de viagem4º.
CartazReceitaCarta pessoal/RelatoFábula/hist.quadrinhos3º.
Verbete de enciclopédia
Carta/Texto de opinião
Conto maravilhosoTexto instrucionalPoema2º.
O diálogo para o texto teatral (fantoches)História em quadrinhos/Texto de opinião
Contos e fábulas Auto-retrato por meio de
palavras e desenhos/Listas Cantigas, parlendas, trovas, trava-línguas
1º.
unidade4Unidade3Unidade2Unidade 1Serie
Revista Língua Portuguesa nº 10 Editora Segmento Pág. 10
Ensino de gramática
● O que chamamos de gramática?
● Como ensinamos gramática?
● Quais são as novas perspectivas para o ensino de gramática?
• Uso – Práticas de escuta, produção de leitura (compreensão, análise,
interpretação, crítica, intertextualidade) e produção de textos orais e escritos.
• Reflexão – Práticas de reflexão sobre a língua que incluem a gramática, mas
superam as práticas que se reduzem ao estudo da gramática normativa.
USO REFLEXÃO USO
De acordo com os PCNs, os conteúdos devem ser De acordo com os PCNs, os conteúdos devem ser
organizados em dois eixos:organizados em dois eixos:
Nova perspectiva de ensino de língua
• O texto como objeto de ensino;
• O texto tomado não como pretexto;
• A classificação gramatical como meio, não como fim;
• A semântica;
• A perspectiva discursiva.
Aqui tem João-de-Barro, Pintassilgo, Pinta-roxa,Pica-pau e ColibriAqui tem Canário-belga, Araponga, Açum-preto,Curió e Bem-te-viAqui tem tanta Andorinha, Cambaxirra, Quero-quero,Rouxinol e JuritiQue servem de tiro ao alvoPara espantar o tédioE o vazio do existir
Matador de passarinho,Matador de passarinho,Matador de passarinho, Matador de passarinho
Tico-tico quando voas,Tico-tico tu pareces um teco-teco no arTico-tico quando cantas Me lembro da minha infância,Feriado em Paquetá.Tico-tico tão arisco, tico-tico tu beliscasUns grãozinhos de fubáTico-tico me perdoa mas me vem um vontade,Não posso me segurar
Matador de passarinho,Matador de passarinho,Matador de passarinho, Matador de passarinho
Beija-flor de flor em flor Beija-flor tu és o rei Beija-flor te quero bem Beija-flor se tu soubesse Beija-flor ah! Se eu pudesse Beijaria a flor também Beija-flor tu vais levando Numa nuvem cor de rosa Grãos de pólen para quem? Beija-flor tu és tão lindo Mas chegou a tua hora Não beijarás mais ninguém
Matador de passarinho,Matador de passarinho,Matador de passarinho, Matador de passarinho
Matador de PassarinhosRogério Skylab
Ensino de gramática
Desenvolver habilidades mais complexas: comparar, levantar hipóteses, deduzir, analisar, explicar, justificar, interpretar, etc.
Leitura e comparação de gêneros diversos. Textos, de preferência, integrais, para análise de cada caso específico;
- O texto não é pretexto para se extrair a gramática. Para cada objetivo, um texto.
- Observação de cada gênero, considerando a situação de produção/ interlocutores/ veículo.
Uso das explicações gramaticais com base na semântica e na análise discursiva.
Morfologia (análise lingüística)
- Identificar e classificar os termos em orações e períodos.
-Exposição de frases e períodos (ora inventados, ora retirados de textos de leitura) para identificação e classificação dos termos;
- Retirar do mesmo texto: interpretação textual e gramática, ou seja, o texto como pretexto para identificar e classificar a gramática;
- Uso das explicações das gramáticas como texto didático de base para abordagem do assunto.
Morfologia (método tradicional)
habilidadeestratégiaObjeto de ensino
Português no Ensino Médio e formação do professor, de Clécio Bunzen e Márcia Mendonça – Ed. Parábola
Competência leitora: habilidades
Habilidades de leitura
• Identificação
• Levantamento de hipótese
• Comparação
• Dedução/ inferência
• Justificativa
• Explicação
• Análise
• Memorização
• Síntese
• Causalidade/efeito
• Interpretação
“Compreender a língua é saber avaliar e
interpretar o ato interlocutório, assumir uma
posição consciente e responsável pelo que se fala
e se escreve”.
MEC
Desafio da escola
“(...) aquela que se assume como centro de direitos e de deveres (...) que viabiliza a cidadania de quem está nela e de quem vem a ela (...) que se exercita na construção da cidadania de quem usa o seu espaço. Que é coerente com a liberdade, com o seu discurso formador, libertador (...) que, brigando para ser ela mesma, luta para que os educandos-educadores também sejam eles mesmos, de produção comum do saber e da liberdade”.
Paulo Freire