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Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroInstituto de Tecnologia
Tecnologia de Carnes, Óleos e Gorduras Animais – IT [email protected]
Abate: Tecnologia Aplicada à Obtenção de Carnes Bovina e Suína
2011
A carne como alimento
A carne, leite e ovo: fontes básicas de proteína animal – alto valor biológico
Nível de consumo proteína animal: indicador de desenvolvimento socioeconômico
Carnes: carne (tecido muscular) + vísceras + produtos processados
Divididas: carne vermelha e branca
Carne de consumo (Art.14 - RIISPOA): “massas musculares maturadas e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária.”
Manejo pré-abate e qualidade da carne
Qualidade carne para o consumidor: manejo propriedade rural até o abate
Abate: deve ocorrer sem sofrimento
Pode ser definido como o conjunto de procedimentos técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.
Abate humanitário
Transporte
Tipos:
• Rodoviário: mais comum
• Outros (caminhada, marítimo, ferroviário, etc)
Causa do estresse:
• Temperatura elevada
• Umidade
• Grandes distâncias
• Diminuição do espaço
• Perde de 0,75 a 11% de peso nas primeiras 24 horas
Transporte
Densidade de carga:
No Brasil utilizada: 390 a 410 kg/m2 Carga média: 20 animais Alta - 600 kg/m2 / Média - 400 kg/m2/ Baixa - 200 kg/m2
Modo de calcular
L* lotação em Kg/m2
P* peso do animal
L (m2) = 0,021.P.0,67
Inspeção ante-mortem Recepção
Rampas de desembarque
Inclinado, concreto armado e com piso antiderrapante Seringa e brete de contenção: exame de fêmeas (idade e gestação) e
inspeção de animais suspeitos
Currais
Chegada e seleção: recebimento, apartação e formação lotes Matança: receber animais aptos à matança normal Observação: exame animais excluídos da matança normal (3m
distância, réguas finais vermelho, 5% área total dos currais matança, seringa e brete, “privativo da Inspeção Sanitária)
Inspeção ante-mortem - Currais
Piso: desague em canaleta com declive de 2%, parte externa, pavimentado, anti-derrapante e material fácil higienização
Cercas: duplas, 2,00m altura, material resistente
Cordão sanitário: muretas separatórias – ao longo e sob a cerca, 30cm (0,50cm)
Bebedouros: renovação de água, alvenaria, 20% animais bebam água simultaneamente
Água lavagem piso: 3atm, mangueira engate rápido
Corredor centralPlataforma elevadaPorteiras
Inspeção ante-mortem - curral matança
Jejum e dieta hídrica
RIISPOA - Art. 110 - É proibida a matança de qualquer animal que não tenha permanecido pelo menos 24 (vinte e quatro) horas em descanso, jejum e dieta hídrica nos depósitos do estabelecimento
§ 1º - O período de repouso pode ser reduzido, quando o tempo de viagem não for superior a 2 (duas) horas e os animais procedam de campos próximos, mercados ou feiras, sob controle sanitário permanente; o repouso, porém, em hipótese alguma, deve ser inferior a (seis) horas.
Inspeção ante-mortem – condução e lavagem dos animais
Banheiro de aspersão
Banho coletivo – dorso e lateral
Seringa
Banho individual – dorso e lateral (2 níveis)
Obs.: água hiperclorada 15ppm e 3 atm
Matança - insensibilização
Atordoamento ou insensibilização
RIISPOA: Art. 135. Só é permitido o sacrifício de animais de açougue por métodos humanitários, utilizando-se de prévia insensibilização baseada em princípios científicos, seguidos de imediata sangria.
Deixar o animal inconsciente até o final da sangria
Métodos:• Mecânicos: percussivo penetrativo e não penetrativo
• Elétrico: eletronarcose
• Químico: exposição à atmosfera controlada
2 minutos
Métodos de Insensibilização
Percussivo penetrativo:• Pistola de dardo cativo (pneumático ou explosão): • acionada por cartucho de explosão - dardo atravessa o crânio em alta
velocidade (100 a 300m/s) e força (50 Kg/mm2), produzindo uma cavidade temporária no cérebro e altamente eficiente. Bovinos, equinos e ovinos
• Pistola pneumática de penetração: terminal em bastão de 11mm de diâmetro com extremidade convexa e força de impacto de 8 a 12 Kg/cm2 – grave laceração encefálica e eficaz insensibilização não possuem injeção direta de ar
Percussivo não penetrativo:• Marreta: abate clandestino – grave lesão tecido ósseo, afundamento
região atingida
• Martelo pneumático não penetrante: injúria cerebral difusa – pancada súbita, ocasiona deformação rotacional cerebral (baixa eficiência)
Métodos de insensibilização
Outros Tipos: corte medula, armas de fogo, abate Halal e Kasher (Kosher)*
• Processos químicos: exposição atmosfera controlada (dióxido de carbono)
• Eletronarcose: alta voltagem (220V) e baixa amperagem - corrente elétrica necessária para induzir o estado de varia de acordo com a espécie animal
• Ovinos/ suínos – 0,50 A• Bezerros e bovinos adultos (não muito comum) – 1,0 a 3,0 A• 6 a 10 segundos - 98% dos animais serão bem insensibilizados
Obs.: Uma corrente elétrica insuficiente, ou que não atravesse o cérebro, será dolorosa para o animal e provocará uma insensibilização ineficaz
suíno
Abate: Kasher e Halal
RIISPOA - Art. 135. § 2. Preceitos religiosos (jugulação cruenta)
Bovinos, ovinos e aves
Corte: grandes vasos pescoço e traquéia: alegação proporcionar sangria completa e isquemia cerebral
Halal (Mulçumanos): oração à Alá antes do abate Kasher (Judeus) não é necessário a
oração
Métodos de Insensibilização
Área de vômito: Cama tubos galvanizadosChuveiro – banho: retirada vômito, mín. 1min. Possui drenagem
Box insensibilização
Sangria
Sangria - Art. 140 - A sangria deve ser completa e de preferência realizada com o animal suspenso pelos membros traseiros.
Objetivos Cuidados: 2 facas – barbela e grandes vasos Tempo: mín. 3 mim. Volume sangüíneo: 6,4 a 8,2 l/100kg de peso vivo Volume retirado: 3,96 l/100kg - animal deitado
4,42 l/100kg animal dependurado Tubo orientador: altura virilha: orientar animal
Fatores relacionados c/ eficiência da sangria• Estado físico do animal• Método de atordoamento• Sangria propriamente dita
Esfola
Objetivos Cuidados: animal não encostar no outro, peles
retiradas colocadas em carrinhos ou chutes – enviadas para o curtume
Fases1. Região perianal(culatra): 1ª oclusão reto2. Cabeça: a esfola é por último:desarticular,
identificar e separar traquéia e realizar 2ª oclusão: esôfago, depois retira a cabeça
3. Corte e identificação das patas traseiras
Evisceração
Evisceração : Abertura cavidades: pélvica, abdominal e torácica - 30 min.
Etapas Remoção do trato gastro-intestinal Retirar fígado, pulmão e coração Oclusões: porção caudal esôfago e
duodeno junto ao piloro Separação dos intestinos delgado e
grosso: 5ª oclusão íleo-ceco
Serragem meia-carcaça, lavagem e carimbagem
1. Serra peito2. Serra para carcaças: coluna vertebral – sentido longitudinal
Mangueiras 38-40ºC3atmToalete
Refrigeração
Tempo: 24 a 48 horas em câmaras frigoríficas
Fatores que afetam a durabilidade da carne: Temperatura de
armazenamento Contaminação inicial
Inspeção ante-mortem: transporte suínos
Transporte: Caminhões c/ carroceria de alumínio ou ferro galvanizado
Pisos: 1, 2 ou 3 Capacidade 85 a 95 suínos por piso Baias: 8 a 10 suínos Limite: 0,412 m2 animal Piso: anti-derrapante Banho resfriamento/ água clorada
Abate de suínos
Pocilgas
Chegada e seleção: 0,6 m2/animal, cobertas, iluminação artificial, ventiladas, distem 40 m abatedouro, pé direito 4m e altura 1,10 m
Matança: jejum e dieta hídrica 16-24 horas Sequestro: doentes
Zona suja: sangria, chuveiro após sangria, escaldagem, depilação, chamuscamento, toalete e chuveiro
Zona Limpa: abertura cavidades abdominal, torácica, cortes e etc.
Abate de suínos: atordoamento e sangria
Sangria: animal deitadoPode ser elevado: trilho 4m altura (túnel)Após sangria: chuveiro
Abate de suínos
Particularidades
Escaldagem: 62 ºC a 72ºC – 2 a 5 minutos
Escaldamento túnel: maiores vantagens higiênico-sanitáriasObs.: PCC – pele e pêlos suínos microbiota Clostridium ssp, Salmonella sp.
Depilação: mecânica, seguida do toalete, chamuscamento rápido, retirada unhas, complementação depilação (axilas, cabeça, etc) –
Toalete – raspadores Lavagem das carcaças: chuveiro com box de aço inox, largura 1,60m – 3atm -
chuveiro (2ª lavagem)
Risco contaminação: m.o mesófilos termodúricos:
Stafilococcus sp. e Clostridium sp.
renovação constante água
Zona limpa: evisceração
Etapas:
1. Desarticulação cabeça: ficar presa até fim inspeção
2. Abertura carcaça: pescoço até a região inguinal
3. Retirada: pênis e úbere
4. Corte sínfise pubiana: alicate
5. Retirada vísceras brancas: estômago, intestino, baço e pâncreas
6. Retirada vísceras vermelhas: língua, coração, pulmão e fígado
7. Oclusões: porção terminal reto, depois na altura piloro
Abate de suínos: depilação e chamuscamento
RIISPOA – Art.142. Parágrafo único: é proibido o chamuscamento de suínos