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Profa. Me. Gilcele Berber Parasitologia aplicada a Odontologia

Parasitologia aplicada a Odontologia · E. gingivalis intestino Cavidade bucal. Entamoeba gingivalis

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Profa. Me. Gilcele Berber

Parasitologia aplicada a Odontologia

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• Relação entre os seres vivos onde um organismo(parasito) não só vive as custas de outro organismo(hospedeiro), mas depende bioquimicamente deste.

Introdução à Parasitologia

Envolve o estudo dos organismos incluídos na relação

biológica de parasitismo. Entretanto, para fins didáticos, o

estudo da parasitologia se restringe apenas a relação entre os

organismos eucariotos espoliadores e o homem.

Parasitismo:

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Importância do Estudo de Parasitologia

O estudo da parasitologia é fundamental, pois, as

doenças parasitárias são frequentes na população

mundial. A parasitologia humana recebeu uma

importância renovada uma vez que, com a

globalização o mundo se tornou menor devido à

rápida movimentação de pessoas e imigrantes de

áreas endêmicas.

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Conceitos gerais em parasitologia

Tipos de hospedeiros

Definitivo:

Caso o parasitismo exija mais de um hospedeiro, entende-

se que hospedeiro definitivo é aquele onde se

desenvolvem as formas sexuadas do parasito (Taenia

saginata);

Intermediário:

É o que apresenta o parasito em fase larvária ou em fase

assexuada. Exemplo: do Trypanosoma cruzi é o triatomíneo

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Formas de transmissão dos parasitas

O parasita é capaz de se reproduzir disseminando seus ovos,

e estes, costumam infectar outros hospedeiros, dos quais

eles retirarão seus meios de sobrevivência através do

parasitismo. Eles podem ser transmitidos entre os seres

humanos através do contato pessoal ou do uso de objetos

pessoais.

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Podem também ser transmitidos através

da água, alimentos, mãos sem a devida

higienização, poeira, através do solo

contaminado por larvas, por hospedeiros

intermediários (moluscos) e por muitos

outros meios.

Formas de transmissão dos parasitas

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Classificação dos parasitos segundo alguns critérios:

• Quanto ao número de hospedeiros:

monoxenos/monogenéticos : realizam o seu ciclo evolutivo

em um único hospedeiro.

Exemplos: o Ascaris lumbricoides (lombriga)

heteroxenos/digenéticos: completam o seu ciclo evolutivo

passando pelo menos em dois hospedeiros. Exemplo: Trypanosoma

cruzi (tripanossoma).

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• Quanto à localização nos hospedeiros:

Endoparasitas: são os que se localizam nas partes internas

dos hospedeiros. Exemplos: as tênias (solitárias), a

lombriga

• Quanto ao número de células:

• unicelulares (protozoários) ou pluricelulares

(helmintos)

Ectoparasitas: são os que se localizam nas partes externas

dos hospedeiros. Infestação. Exemplos: a sanguessuga e o

piolho.

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Tipos de hospedeiros

Vetor:

Todo o organismos que transmite um patógeno; a maioria dos

vetores são artrópodes e também são parasitos (Culex sp.).

Portador:

Indivíduo susceptível a um patógeno, manifestando a doença

(sintomático) ou não (assintomático) (Trichomonas vaginalis e

o homem).

Reservatório:

Indivíduo onde o parasito permanece viável, sem causar a

doença (Trypanosoma cruzi ).

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A AÇÃO PATOGÊNICA DOS PARASITOS É MUITO VARIÁVEL, PODENDO SER:

• Ação espoliativa

• Ação tóxica

• Ação mecânica

• Ação traumática

• Ação irriativa

• Anóxia

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AÇÃO ESPOLIATIVA

Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do

hospedeiro, podem deixar pontos hemorrágicos na mucosa

quando abandonam o local de sucção.

AÇÃO TÓXICA

Acontece quando algumas espécies produzem enzimas ou

metabólicos que podem lesar o hospedeiro.

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AÇÃO MECÂNICA

Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou

absorção alimentar.

AÇÃO TRAUMÁTICA

É provocada, geralmente, pela migração de formas larvais de

helmintos, embora vermes adultos e protozoários também

possam fazê-lo.

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AÇÃO IRRIATIVA

Alguns parasitos têm a propriedade de sensibilizar o

organismo humano, causando fenômenos alérgicos.

ANÓXIA

Qualquer parasito que consuma o oxigênio da hemoglobina, ou

produza anemia, é capaz de provocar uma anóxia.

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Problemas associados às parasitíases

Dermatites;

Gastrenterites;

Parasitemias;

Linfopatias;

Cardio e miopatias;

Neuropatias;

Doenças crônicas (portadores)

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Interesse médico na parasitologia

Identificação (diagnóstico)

Biologia (patologia, tratamento, transmissão e controle)

Relação parasito x hospedeiro

(prognóstico)

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Protozoários

Trypanosoma - Doença de Chagas;

Leishmania - Leishmanioses;

Giardia intertinalis – Giardíase;

Trichomonas vaginalis – Tricomoníase;

Entamoeba – Amebíase;

Plasmodium – Malária.

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Amebas: AMEBÍASE

Família: Endamoebidae

Gênero: Entamoeba

E. histolytica

E. coli

E. hartmanni

E. gingivalis

intestino

Cavidade bucal

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Entamoeba gingivalis

A presença está relacionada com as condições de

higiene bucal de seu hospedeiro e imunodeprimidos;

É anaeróbia ou aeróbia facultativa, sendo capaz de

sobreviver em atmosfera contendo menos de 5% de

oxigênio;

Sua transmissão é direta pessoa-a-pessoa, por meio de

perdigotos, beijos e objetos contaminados;

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Apresenta capacidade de fagocitar hemácias,

macrófagos, partículas virais e restos bacterianos;

Os portadores de periodontite receberam

tratamento com uma droga a base de metronidazol,

que foi eficiente no combate a doença e ao parasita;

É considerada patogênica, por conduzir bactérias

para a área pericementária, embora nem todos os

casos de doença periodontal sejam de natureza

amebiana;

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Forma ativa

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Trypanosoma cruzi - Doença de Chagas

Estima-se que 10 milhões de pessoas estejam infectadas na

America latina;

Filo: Sarcomastigophora

Ordem: Kinetoplastida

Família: Trypanosomatidae

Gênero: Trypanosoma

Espécie: Trypanosoma cruzi

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Patogenia e sintomas da infecção com T. cruzi

- Período de incubação: 5 a 60 dias

Fase aguda

-Maior parte assintomática ou inaparente;

- infecção local (sintomas: Chagoma/Sinal de Romaña);

- infecção disseminada, alvos preferenciais: Células Kupffer,

macrófagos do baço e células do miocârdio (sintomas: febre,

astenia, cefaléia, mialgia, adenite, morte em 10% dos casos

por meningoencefalite ou miocardite aguda)

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- Aumento do coração, dilatação dos ventrículos, e/ou miosite

no esôfago, côlon ou intestino delgado;

- destruição dos gânglios é compensado por aumento da massa

muscular levando a megaesôfago, megacôlon (sintomas:

inabilidade física, disfagia, constipação, morte)

- Pacientes em muitos casos estão incapacitados de exercer

atividades profissionais

Fase crônica: (sintomas em 30% dos casos, 70% sem sintomas):

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Aguda - Sintomática - Sinais de entrada

Sinal de Romaña/”Chagoma”

Megacôlon

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Ciclo

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TRANSMISSÃO:

- Pelo vetor;

Transfusão de sangue;

Congênita;

Acidentes de laboratório;

Oral;

Transplante.

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-Vacina terapêutica em teste.

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Leishmania - Leishmanioses

Família:Trypanosomatidae

Gênero: Leishmania

Cutânea: Leishmania amazonensis; Leishmania braziliensis;Leishmania guyanensis; Leishmania lainsoni; ; Leishmania naiffie Leishmania lindenberg.

Visceral: Leishmania infantum (chagasi)

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Repasto sanguíneos

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Flebotomíneos

“mosquito –palha”

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Os diferentes tipos de Leishmaniose na clínica

• Visceral ou Calazar : Enfermidade crônica

- Caracterizada por:

• febre irregular e de longa duração

• hepatoesplenomegalia

• linfoadenopatia

• Anemia com leucopenia

• Hipergamaglobulinemia

• Emagrecimento

• Edema

• Caquexia e morte se não for tratado, dentro

de 2 anos

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- Formas clínicas calazar:

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• Cutânea:

- Infecção confinada na derme, com epidermis ulcerada

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Muco-cutânea:

- Infecção na derme (ulceras), invasão de mucosa e

destruição da cartilagem

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N-metil-glucamina

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Reservatório

- Os seres humanos atuam como importante reservatório da

doença e, possivelmente, animais selvagens e domésticos

podem atuar como reservatórios da

castores).

giardíase (ratos silvestres,

- Os cistos presentes nas fezes dos seres humanos são mais

infectantes do que os provenientes dos animais.

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TRANSMISSÃO

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Os trofozoítos são capazes de

sobreviver de 1 a 2 horas em

ambientes úmidos e não

expostos ao sol.

Fômites

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70% dos casos de Tricomíase

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Trichomonas tenax

- Habita cavidade bucal (tártaro que circunda os dentes, nascáries e nas lesões ulcerativas ou purulentas) do homem, nãosobrevive no estômago e na vagina;

- Transmissão direta através da saliva, tosse, beijo, fala,escova de dentes e de alimentos que foram previamenteprovados por mães.

- O diagnóstico é realizado pela pesquisa do organismo notártaro dos dentes, na goma de, mascar ou tonsilas.

- Não patogênico (comensal)

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Lesões bucais

Trichomonas tenax

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Cavidade oral: Higiene oral adequada, tratamento

de cáries e focos inflamatórios.

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Malária

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Malária – Ciclo de transmissão

Congênita;

Transfusão;

Parenteral;

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Medicamentos para

malária

Os principais

medicamentos

antimaláricos são:

-Cloroquina;

-Sulfato de quinina;

-Hidroxicloroquina;

-Mefloquina;

-Malarone (atovaquona

+ proguanil).

Vacina (2018 na África)

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-É uma doença produzida pela infestação

de larvas de moscas em pele ou outros tecidos;

-Classificação:Miíase primária: a mosca invasora hematófaga coloca seus

ovos sobre a pele sadia e se desenvolvem na forma de larvas;

Miíase secundária: a mosca, deposita suas larvas na pele

ou mucosas já não sadia. Tais larvas se desenvolvem em

virtude da necrose tecidual, visto que os tecidos estão em

decomposição.

Miíase: Cochliomya hominivorax (Artrópodes)

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Ciclo de vida

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-A má higiene bucal, com lesões e odor fétido, atua como

atrativo para as moscas fertilizadas depositarem seus ovos;

- O tratamento utilizado foi a remoção mecânica das

larvas, com irrigação com soro fisiológico e Iodofórmio;

-O uso de anestesia:

*Pacientes com problemas mentais;

* Quando as larvas se encontrarem profundamente nos

tecidos.

Miíase Oral

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Miíase Oral

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Fim!