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INDEPENDÊNCIA

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Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLAOrganização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Shirlene Vila Arruda - Bibliotecária)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Independência / Instituto Arte na Escola ; autoria de Olga Egas ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2010.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 150)

Foco: CT-B-20/2010 Conexões TransdisciplinaresContém: 1 DVD ; Biografias; Glossário ; BibliografiaISBN 978-85-7762-063-0

1. Artes - Estudo e ensino 2. Artes plásticas - Século 19 3. Pintura - Brasil 4. Artistas viajantes 5. História do Brasil 6. Independência do Brasil, 1822 7. Arte e história I. Egas, Olga II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

INDEPENDÊNCIA Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Olga Egas

Assessoria em História: Claudio Moreno Domingues

Revisão de textos: Nelson Luis Barbosa

Padronização bibliográfica: Shirlene Vila Arruda

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Cesar Millan de Brito

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

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Ficha técnicaGênero: Documentário.

Palavras-chave: História do Brasil; desenho de observação; pintura; aquarela; artistas viajantes; paisagem; cultura brasileira; história do ensino de arte.

Foco: Conexões Transdisciplinares

Tema: A produção dos artistas viajantes no Brasil, dos que participaram da Missão Francesa, e o processo de ruptura nas relações com a metrópole portuguesa, culminando com a Inde-pendência do Brasil, em 1822.

Personalidades abordadas: D. João VI, D. Pedro I, Debret, Napoleão Bonaparte, Nicolas Taunay, Rugendas, Von Martius, Spix, entre outros.

Indicação: A partir do 8º ano do Ensino Fundamental.

Nº da categoria: CT-B-20

Direção: João Batista de Andrade.

Realização/Produção: Instituto Itaú Cultural, São Paulo.

Ano de produção: 1991.

Duração: 18’.

Coleção/Série: Panorama histórico brasileiro.

SinopseA presença da Família Real no Brasil transformou os aspectos culturais no país. D. João VI instituiu a Biblioteca Nacional, a Imperial Academia, a Escola de Belas Artes e instalou um gosto europeu na apreciação. Na linguagem musical, porém, houve a mistura de ritmos da música clássica, da modinha e do lundu, formando as raízes da nossa música popular. Este documentário apresenta esse tempo que antecede a independência, expondo

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os principais fatos políticos e sociais que culminaram nesse fato histórico, aproximando arte e história.

Trama inventivaPonto de contato, conexão, enlaçado em Os olhos da Arte com um outro território provocando novas zonas de contágio e reflexão. Abertura para atravessar e ultrapassar saberes: olhar transdisciplinar. A arte se põe a dialogar, a fazer contato, a contaminar temáticas, fatos e conteúdos. Nessa intersecção, arte e outros saberes se alimentam mutuamente, ora se com-plementando, ora se tensionando, ora acrescentando, uns aos outros, novas significações. A arte, ao abordar e abraçar, com imagens visionárias, questões tão diversas como a ecologia, a política, a ciência, a tecnologia, a geometria, a mídia, o incons-ciente coletivo, a sexualidade, as relações sociais, a ética, entre tantas outras, permite que na cartografia proposta se desloque o documentário para o território das Conexões Transdisciplinares. Que sejam estas então: livres, inúmeras e arriscadas.

O passeio da câmeraO mar, as ondas e a presença de um litoral que nos é familiar... Assim começa o documentário que nos transporta ao início do século XIX e à chegada da Família Real portuguesa ao Brasil. À beira mar, a polissemia das vozes estrangeiras descobre sons, formas, cores e nuanças nunca vistos do outro lado do oceano. A exuberância da fauna, da flora e a vida cotidiana de um Brasil Colônia deslumbra o olhar estrangeiro dos viajantes.

Em Independência veem-se questões políticas que obrigam o deslocamento de D. João e toda a comitiva real para a viagem de 54 dias entre Lisboa e Salvador, e a chegada ao Rio de Ja-neiro. A abertura dos portos brasileiros em 1808 e a chegada da Missão Artística Francesa determinam profundas mudanças na história e na arte do país. A mistura de sons e ritmos clás-sicos, a modinha e o lundu formam as raízes de nossa música popular brasileira. A iconografia instiga a imaginação: gravuras,

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aquarelas, desenhos, pinturas. Luzes e cores que os europeus desconheciam, invadem as telas. Cenas da aclimatação da corte em terras tropicais, dos conflitos políticos, do trabalho escravo, do cotidiano e da urbanização acelerada da cidade do Rio de Janeiro mostram o passado nos impulsionando a uma expedição cultural. Um pincel ágil embebido em tinta aquarela constroi uma paisagem. Mãos ao piano procuram um novo panorama para novos e independentes horizontes.

Sem intervalos, o documentário apresenta possibilidades para proposições pedagógicas nos territórios de Saberes Estéti-cos e Culturais (os artistas viajantes e as missões artísticas e científicas europeias; Linguagens Artísticas (pintura a óleo, desenho, aquarela, musica); Forma-Conteúdo (temática figura-tiva, histórica, paisagem, a vida cotidiana, os costumes, figuras humanas); Patrimônio Cultural (heranças culturais que formam a cultura brasileira); Formação: processos de ensinar e aprender (história do ensino de arte com a chegada da Missão Artística Francesa) e Conexões Transdisciplinares (história do Brasil).

Os olhos da Arte 1808. A abertura dos portos brasileiros anula a restrição colonial da entrada de visitantes estrangeiros no país. Com isso, diversas expedições artísticas e científicas são realizadas com o objetivo de registrar, por escrito ou visualmente, aspectos sociais, espé-cimes naturais e objetos locais, bem como coletá-los.

O Brasil é, assim, revelado pelo olhar dos artistas-viajantes. São imagens que dizem algo da história, do povo nativo, da corte portuguesa aqui radicada, dos estrangeiros que para cá vieram, de como se organizavam as cidades, as formas de trabalho, os costumes, as plantas e animais que aqui existiam.

A expedição organizada pelo barão russo Langsdorff, entre 1824 e 1829, por exemplo, com artistas viajantes contratados, percorre 17 mil quilômetros, produzindo um extenso acervo iconográfico: Hercule Florence, desenhista topográfico, executa diversas aquarelas mostrando o ambiente natural e social do Brasil da

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Jean Baptiste Debret – Um funcionário a passeio com sua família, início do século XIXaquarela sobre papel, 17 x 25 cmpertencente ao álbum Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, publicado em 1934

Jean Baptiste Debret – Aclamação de D. Pedro, s.d.óleo sobre tela, 48x70 cmMuseu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro/RJ

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época; o pintor Johann Moritz Rugendas (veja na DVDteca Arte na Escola, documentário sobre esse artista) registra seu olhar sobre tais aventuras em Viagem pitoresca através do Brasil (1834); enquanto o pintor Adrien Taunay retrata paisagens e descreve aspectos da rotina da tribo Bororo.

1816. Chega ao Brasil a Missão Artística Francesa. Sob a responsabilidade de Joachim Lebreton, integram a comitiva carpinteiros, ferreiros, serralheiros, mecânicos, curtidores, grava-dores e pintores, como Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay; o arquiteto Grandjean de Montigny; o escultor August Marie Taunay; e os irmãos Marc e Zepherin Ferrez, gravadores de moedas, ligados também à introdução da fotografia no Brasil, uma nova forma de registro.

Diferentemente dos artistas viajantes das missões cientificas, o grupo francês de artistas e técnicos estabelece vínculos prolonga-dos com o Brasil, e como os primeiros, colabora na construção do repertório visual do país. A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, criada em 1816, é transformada na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), com duplo intuito: formar o artista para o exercício das belas-artes e também o artífice para as atividades industriais.

Se, por um lado, a Missão Artística Francesa conta com a gene-rosidade do rei, por outro, acirra a antipatia dos portugueses que aqui se encontravam. A arte local praticada até então seguia a expressividade estética do barroco, e os franceses apresen-tavam o equilíbrio neoclássico das linhas retas e simétricas, por eles desenvolvida na corte napoleônica.

Pode-se dizer, também, que a Missão Artística Francesa é o marco da implantação do ensino artístico no Brasil. Debret foi encarregado de ensinar pintura histórica na Escola Real. Enquanto Nicolas Antoine Taunay, aos 61 anos, veio inaugurar a Escola, sendo especializado em retrato, pintura histórica e de paisagem.

Debret, anotador de seu tempo, entre aquarelas e desenhos descreve múltiplas dimensões da vida refletidas na corte, no trabalho escravo, nos grupos indígenas, na cidade do Rio de Janeiro e no cotidiano das famílias comuns.

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Nicolas Antoine Taunay se encanta com a paisagem carioca exuberante, embora sua rigorosa formação não permita que abandone os cânones clássicos de representação. Como re-sultado desse embate, suas paisagens são minuciosas e de construção ordenada, na qual o homem se encontra em harmonia contemplativa com a natureza.

Uma das inovações na representação da natureza a partir do século XIX está na pintura ao ar livre, possível graças à invenção da bisnaga descartável para tintas. O contato cada vez mais in-tenso com a paisagem observada de perto – e certo desinteresse pelas paisagens alegóricas e míticas – provoca uma renovação no gênero paisagístico. Taunay retorna à França, indicando seu filho, Félix Taunay, para as classes de pintura de paisagem.

O passeio dos olhos do professorPara você planejar os encontros com seus alunos, registre suas impressões durante a projeção num diário de bordo. A seguir, uma pauta do olhar que poderá ajudá-lo:

O que o documentário desperta em você?

O que mais chama a sua atenção?

O mar é um signo importante utilizado pelo diretor. Que significados poderiam ter suas águas neste documentário?

Para você, o documentário apresenta conhecimentos novos?

Como as circunstâncias políticas foram encaminhando o desenvolvimento da arte brasileira? É possível perceber um percurso? Coerente ou marcado por rupturas?

O que você descobriu e não sabia sobre os artistas viajantes e a Missão Artística Francesa?

Que surpresas e estranhamentos o documentário apresenta para seus alunos? O que eles gostariam de ver?

Para você, quais focos de trabalho podem ser desencadeados partindo do documentário?

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Suas anotações, o passeio de seus olhos sobre o mapa potencial do documentário e o pensar sobre seus alunos revelam o modo singular de sua percepção e análise. A partir delas é possível desenhar cartografias diferentes.

Percursos com desafios estéticos

O passeio dos olhos dos alunosAlgumas possibilidades para provocar a entrada no documentário:

Como seus alunos imaginam o registro da paisagem e da vida cotidiana em uma época em que não se dispunham de máquinas fotográficas e câmeras de filmagem? Problematize essa questão e deixe-os levantar várias hipóteses. Depois, exiba o documentário. Ao final, continue problematizando: os artistas viajantes desenhavam exatamente o que viam? Suas imagens expressam a realidade observada?

O espírito de aventura pode ser a brecha de acesso para conhecer mais sobre nossas raízes históricas e culturais. Há belas imagens inspiradas em nossa fauna, flora e na vida cotidiana realizadas por artistas-viajantes nos livros de História, Geografia e Arte, entre outras áreas. Como os alunos imaginam uma viagem pelo Brasil afora no início do século XIX? A observação cuidadosa dos livros com esses registros pode provocar boas conversas sobre esse tempo histórico, antes da exibição do documentário.

“C’est ne pas possible, Monsieur!» [“Não é possível, senhor!”] – exclama uma voz no documentário. Diante da negativa francesa às intenções portuguesas de permanecer “em cima do muro” no conflito franco-inglês, D. João decide deixar Lisboa e partir para o Brasil. Que tal investigar como seus alunos interpretam a retirada estratégica da corte portuguesa? Se estivessem na comitiva real, o que trariam como bagagem nessa viagem além-mar? Objetos pessoais, ferramentas e provimentos gerais, algo simbólico? Vale a pena ouvir as justificativas e comentar sobre as escolhas

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individuais e aquelas que contribuiriam para o bem-estar coletivo. Assistir ao documentário pode proporcionar boas discussões sobre essa temática.

Desvelando a poética pessoalA ideia não é realizar um único trabalho, mas a criação de uma sé-rie que possa depois ser apreciada e discutida sob a perspectiva da poética pessoal de cada aluno. Ante as imagens apresentadas no documentário e o olhar estrangeiro dos artistas-viajantes, incentive seus alunos a desenharem novas cartografias, e den-tro de suas possibilidades, produzirem trabalhos que também registrem o mundo em que vivem.

Anotadores de seu tempo, até mesmo os aprendizes-viajantes do século XXI podem exercitar o “olhar estrangeiro”. Quais imagens – produzidas ou não por seu aluno – podem revelar as surpresas e estranhamentos acerca de nosso contexto cultural, tanto local quanto global? Como usar o recorte, a colagem, a fotografia, o filme ou montagens no PowerPoint para mostrar o que o olhar estrangeiro capturou?

Para isso, você pode oferecer a oportunidade de rever o docu-mentário buscando um olhar mais atento à sua produção.

Ampliando o olhar O episódio A coroa do Imperador, da série para TV Cidade

dos homens (2002), apresenta uma versão peculiar sobre o conflito entre Napoleão e os ingleses e a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil. Todo o enredo está voltado para uma viagem de estudos ao Museu Imperial de Petrópolis e a saga de dois garotos para participar da excursão escolar. Exibindo aos seus alunos, convide-os a comparar diferentes percepções sobre os fatos entre as versões de cunho histórico e as de en-tretenimento. O que elas têm em comum? Em que diferem?

Revendo o documentário, selecione a imagem Napoleão cruzando os Alpes no passo de Grand-Saint-Bernard (1800),

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pintura de Jacques-Louis David. Com o comando “pausa”, congele a imagem para uma conversa sobre os elementos da visualidade (cor, forma, texturas, linhas e outros aspec-tos). Depois, questione seus alunos sobre como percebem o gênero das pinturas históricas, a idealização do herói e, ainda, a probabilidade de essa cena nunca ter acontecido nos campos de batalha. Peça que observem a posição do cavalo, o controle sobre o animal empinado à beira de um precipício (ele está subindo ou caindo?), o vento de retaguarda que faz esvoaçar a crina e a capa do general Bonaparte. Seriam sinais de sua habilidade militar, ou, ao mesmo tempo, das forças contrárias que ocasionariam sua queda? Detalhes sobre a história de Napoleão e sua trajetória militar podem colaborar na análise da obra e vice-versa. O percurso de apreciação também pode ser feito na leitura da tela Independência ou morte [O grito do Ipiranga] pintura de Pedro Américo, entre 1886 e 1888, que também está no documentário.

As imagens produzidas no século XIX pelo olhar estrangeiro dos artistas que por aqui chegaram podem provocar exer-cícios de imaginação, desencadeando narrativas variadas. Convide seus alunos a elaborarem pequenas histórias a partir das aquarelas e desenhos do pintor Debret. Podem contar “causos” interessantes ou divertidos ao imaginar a cena anterior ou o desdobramento dela, relacionar personagens de aquarelas diferentes, pesquisar algum costume da época, e assim por diante. Depois, vale compartilhar os resultados.

Sobre aquarela e os artistas-viajantes, você pode encontrar outros materiais na DVDteca Arte na Escola. A sua projeção poderá abrir novos horizontes aos seus alunos.

Conhecendo pela pesquisa Grandjean de Montigny, arquiteto e urbanista, com renome e

experiência na construção de vários prédios públicos franceses, chega ao Rio de Janeiro como responsável pelo projeto da pri-meira sede da Escola de Arte onde, 10 anos depois, tem início

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música

qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

temática figurativa

Zarpando

Forma - Conteúdo

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

ensino de arte

Linguagens Artísticas

Formação: Processos de Ensinar e Aprender

história do Brasil,contexto

cultural e político

história dastrocas culturais,

meiostradicionais

artesvisuais

desenho, desenho de observação, gravura, litografia, pintura, aquarela

academia, arte neoclássica, artistas viajantes

PatrimônioCultural

preservação e memória

heranças culturais, cultura brasileira

historia do ensino de arte,concepção do ensino de arte, escola de arte

música africana, MPB - musica popular brasileira

relações entre elementosda visualidade

histórica, paisagem; vida cotidiana, costumes, natureza, figuras humanas

composição idealizada, simetria, figura humana/espaço arquitetônico

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o ensino regular de Arquitetura no país. O edifício neoclássico se impõe com a fachada de janelas e arcos, grandes colunas, frontão e telhados de várias águas, e abandona os princípios barrocos da arquitetura da época. Do prédio demolido em 1937, apenas o pórtico foi preservado e pode ser admirado numa das alamedas do Jardim Botânico. Destacam-se como produção de Montigny as decorações para eventos comemorativos da corte, os chafarizes, sua antiga residência na Gávea, atual Solar Grandjean de Montigny, pertencente ao terreno da PUC/RJ, e a Praça do Comércio com a antiga Alfândega e a Casa da Moeda, hoje transformada em espaço cultural Casa França-Brasil. Há vários exemplos na arquitetura contemporânea da reutilização de antigas construções adaptadas, até mesmo para espaços culturais ou de uso coletivo. O que os alunos podem aprender sobre a história local, pesquisando sobre esses espaços na sua cidade? Como a arquitetura contribuiu para a construção de um imaginário no século XIX?

Muitos historiadores lembram a presença casual de viajantes no século XX. Entre os paisagistas, é possível mencionar Maria Graham, autora de panoramas como Vista da Baía de Guanabara (1825). Lady Graham viaja três vezes ao Brasil: a primeira a caminho do Chile no navio comandado por seu marido, passa por Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro; de-pois, outra rápida passagem pelo Rio, retornando em 1823, como tutora da princesa D. Maria da Glória, filha de D. Pedro I. De volta à Inglaterra em 1824, publica um diário com suas impressões sobre o Brasil, com ilustrações e aquarelas de sua autoria, paisagens dos lugares percorridos, relacionando a natureza à arquitetura. O que seus alunos podem descobrir pesquisando mais sobre o papel da mulher na sociedade e na arte do século XIX?

No documentário, vemos as mãos de um pianista à procura da nota perfeita, intercaladas por detalhes da pintura Primeiros sons do Hino Nacional, pintada por Augusto Bracet, em 1922. O Hino da Independência do Brasil tem letra do jornalista e poeta Evaristo da Veiga, e música do próprio D. Pedro I. Ao

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ser composto, o hino não tinha esse nome, nem a melodia era a mesma. A primeira versão, mais longa, foi musicalizada pelo maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal, professor de piano de D. Pedro – este, também, um reconhecido fã das artes musicais e protagonista do episódio da Independência. Entre idas e vindas está a versão oficial que conhecemos:

Já podeis, da Pátria filhos, Ver contente a mãe gentil; Já raiou a liberdade No horizonte do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil. Os grilhões que nos forjava Da perfídia astuto ardil... Houve mão mais poderosa: Zombou deles o Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges, Que apresentam face hostil; Vossos peitos, vossos braços São muralhas do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil. Parabéns, ó brasileiro, Já, com garbo varonil, Do universo entre as nações Resplandece a do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre

A escuta atenta da música ou a leitura de sua letra possibilita a discussão sobre o que descreve o conceito de liberdade, nos apectos sociais, políticos e culturais. Quais são as leituras dos alunos sobre a pintura Primeiros sons do Hino Nacional? Que transformações ocorreram em nosso país “já, com garbo juvenil”? Há orgulho em ser brasileiro?

Amarrações de sentidos: portfólioDar sentido ao que se estudou é importante para que o aluno se aproprie de suas descobertas, olhando o caminho percorrido por meio da pesquisa, do fazer artístico, da apreciação, do pensar e discutir arte. O portfólio é um bom modo de registrar as ideias iniciais e as mudanças do percurso. A intenção é registrar e or-ganizar as etapas de modo significativo, com a marca pessoal do aluno. A proposta é uma apresentação estética para gerar novos sentidos para aquilo que foi estudado. Um portfólio montado

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como um caderno de viagem, registrando de modo estético e textual o estudo desenvolvido a partir de um documentário com registros de época.

Valorizando a processualidadeOnde houve avanços? O que conhecemos? O que os alunos conhecem agora que não sabiam antes? O que foi mais significa-tivo? Da discussão em pequenos grupos, sobre todo o processo vivido, os alunos podem sugerir novas perguntas e apontar o que ainda querem conhecer. O que você percebe que conheceu sobre esse projeto sobre arte e história e sobre seus alunos? O que não funcionou e precisa ser alterado em próximos projetos? De sua análise podem sair proposições para próximos projetos. Resgate suas anotações e todo o processo desencadeado pelo documentário. O que superou suas expectativas? Quais as conquistas? E as novas ideias? O que você aprendeu sobre o projeto? E quais outros documentários podem ser buscados para continuar essa experiência?

Personalidades abordadasD. João VI (Lisboa/Portugal, 1767-1826) – João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael cresce em Lisboa, no Palácio Real da Ajuda. É o segundo filho de D. Pedro III e de Da. Maria Isabel. Aos 18 anos, casa-se com Da. Carlota Joaquina, infanta de Espanha, de apenas 10 anos. Promove transformações importantes para a vida econômica e cultural do Brasil, implantando na cidade do Rio de Janeiro hábitos e costumes cosmopolitas eu-ropeus, além da urbanização sem precedentes; contudo, impinge à população aumento dos impostos e transtornos pelo desabastecimento.

D. Pedro I (Lisboa/Portugal, 1798-1834) – Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon aqui chegou com nove anos acompanhando a comitiva da Família Real. Educado por religiosos, apreciava a prática de esportes, em especial da equitação. O prazer pela música o leva a compor um te-déum para o batizado do filho e a melodia para o Hino da Independência do Brasil, entre outras. Dois anos depois de tornar-se o primeiro imperador do Brasil, casa-se com a austríaca Maria Leopoldina e, depois, com Da. Amélia de Leuchtenberg.

Jean-Baptiste Debret (Paris/França, 1768-1848) – Chega ao Brasil no século

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XIX acompanhando a Missão Artística Francesa. Registra especialmente o cotidiano das pessoas que viviam no Rio de Janeiro nesse tempo como exímio documentarista visual. Tem fundamental importância na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) como seu difusor e professor. Realiza a 1a

Exposição de Arte no Brasil, com recursos do seu próprio bolso.

Johann Baptiste von Spix (Höchstadt/Alemanha,1781 - Munique/Alemanha, 1826) – Estuda teologia e medicina. A serviço do governo bávaro, faz numero-sas viagens científicas pela Europa e ao Brasil, nomeado membro da Academia Bávara de Ciências, da qual se torna conservador das coleções zoológicas. Em 1817, inicia a missão científica, acompanhando o naturalista Karl von Martius em sua expedição ao Brasil. Durante a viagem de três anos, estuda a fauna brasileira percorrendo sozinho o Rio Solimões e o Rio Negro. Ao final da expedição havia inventariado 3.381 espécies de animais brasileiros.

Johann Moritz Rugendas (Augsburg/Alemanha, 1802 - Weilheim/Alemanha, 1858) – Pintor, desenhista, gravador. Desde criança, exercita o desenho e a gravura com o pai e ingressa na Academia de Belas Artes de Munique. Incentivado pelos relatos de viagem dos naturalistas Spix e Martius, vem para o Brasil em 1821, como desenhista da Expedição russa Langsdorff. Abandona a Expedição em 1824, e continua suas andanças sozinho, registrando tipos, costumes, paisagens, fauna e flora brasileiras. Segue para Mato Grosso, Bahia e Espírito Santo e retorna ao Rio de Janeiro. Não realiza nenhuma pintura a óleo em sua primeira estada no Brasil, privilegia o desenho e oca-sionalmente a aquarela. De 1825 a 1828, vive entre Paris e Munique. Nesse período, dedica-se à publicação de sua obra Voyage Pittoresque dans le Brésil. Em 1845, volta ao Rio de Janeiro, onde retrata membros da família imperial e é convidado a participar da Exposição Geral de Belas Artes. No ano seguinte, parte definitivamente para a Europa.

Napoleão Bonaparte (França, 1769-1821) – General e líder muito popular, foi o estrategista responsável pela expansão territorial francesa e por uma coleção de “inimigos”, especialmente os ingleses. Centralizador, autoco-roou-se como imperador da França, onde reinou por quase uma década. Apreciava fazer discursos eloquentes e viver cercado de pompa e luxo. A racionalização dos espaços monumentais traduz os anseios napoleônicos de transformar arquiteturas e estruturas sociais. Com frequência convidava pintores para acompanhá-lo em suas campanhas militares para, na volta aos ateliês, pintarem quadros históricos e de guerra enaltecendo seus feitos. Os artistas da Missão Artística Francesa estiveram vinculados à chamada “era napoleônica”. Napoleão introduziu na França inúmeras inovações: a educação universitária pública, um sistema de impostos e de estradas, o Código Civil, determinando os direitos e deveres do cidadão, e ainda o código criminal e o direito de todo acusado a um advogado.

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GlossárioAcademias de arte – As academias garantem a formação científica (geome-tria, anatomia e perspectiva) e humanística (história e filosofia), rompendo com a visão de arte como artesanato e com a ideia de genialidade baseada no talento e inspiração individuais. Defendem a possibilidade de ensino de todo e qualquer aspecto da criação artística por meio de regras. Além de conferir caráter oficial ao ensino – com aulas de desenho de observação e cópia de moldes –, as academias são responsáveis pela organização de exposições, concursos, prêmios e periódicos e pela conservação de patrimônio, pinacotecas e coleções que significam o controle da atividade artística e a fixação rígida de padrões de gosto. Fonte: PEVSNER, Niko-laus. Academias de arte: passado e presente. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) – A história da Aiba acompanha os esforços de D. João VI no aparelhamento do Estado na corte carioca. Com o decorrer do tempo, a academia assumiu um caráter menos fechado, pois possibilitava o acesso à arte pública e em suas Exposições Gerais permitia a participação de mulheres e até fotógrafos, uma abertura que as academias europeias ainda não tinham experimentado. Enquanto durou, de 1826 até 1889, a Aiba teve sete diretores. Destacam-se as gestões do pintor Félix Taunay (1834 a 1851) e a do pintor e crítico de arte Manuel de Araújo Porto Alegre (1854 a 1857). O primeiro, por estruturar os cursos, criar as Exposições Gerais de Belas Artes em 1840 e a concessão de prêmios de viagem ao exterior, a partir de 1845. E o segundo, por ser o primeiro brasileiro a dirigir a instituição e sua tentativa de modernização das bases teóricas para o ensino, na ideia de nacionalização da biblioteca (transformando-a na memória pictórica brasileira) e na criação de coleções de arte brasileiras. Fonte: AGUILAR, Nelson (Org.). Arte do século XIX. Mostra do Redescobrimento. São Paulo: Fundação Bienal: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000.

Aquarela – Pintura de tinta aguada, isto é, cujos pigmentos são misturados a um veículo, normalmente goma arábica, sendo solúveis em água. Caracteriza-se pela impressão de transparência e suavidade da figura ou motivo. Ao contrário da pintura a óleo, em que a luz é obtida pela aplicação de cores claras, na aquarela a luminosidade provém da cor e do suporte – do papel, por exemplo. Suas superfícies escuras ou a intensificação das tonalidades são conseguidas por veladuras ou camadas superpostas. Fonte: CUNHA, Newton. Dicionário Sesc: a linguagem da cultura. São Paulo: Perspectiva: Sesc São Paulo, 2003. p. 23.

Litogravura – Método de gravura em que é feito um desenho com cera em uma pedra e, por meio do contraste de gordura e água, as áreas que

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recebem e rejeitam a tinta são separadas. Fonte: OS GRANDES mestres da arte. Lisboa: Livros e Livros, 1994.

Lundu – Dança e canto de origem africana. O batuque africano foi tachado de indecente e lascivo nos documentos oficiais que proibiam sua apre-sentação nas ruas e teatros. O lundu ainda não era uma dança brasileira, mas uma dança africana do Brasil. A partir de 1780 o lundu começa a ser mencionado nos documentos históricos. Na coreografia do lundu o altea-mento dos braços, o estalar dos dedos e a peculiaridade da umbigada são acompanhados por palmas num canto de estrofe-refrão típico da cultura africana. Quando a umbigada passa a se disfarçar como simples mesura, o lundu ensaia sua entrada nos salões da sociedade colonial e depois na corte, com a moda do lundu cantado à viola. Fonte: DICIONÁRIO Cravo Albin de Música Popular Brasileira. Disponível em: <http://www.dicionariompb.com.br>. Acesso em: jul. 2009.

Modinha – Canto urbano de salão de caráter lírico, sentimental. Em Portugal, a palavra moda designa canção em geral. Nascida no século XVII, é um gênero musical composto geralmente de duas partes. Mário de Andrade observou que “à medida que a modinha desaparece ou vive mais desapare-cida dos seresteiros, vai sendo, porém, substituída pelo samba-canção, que é realmente uma modinha nova. [...]. Ora, isso é uma evolução lógica, por assim dizer, fatal. A modinha de salão, passada pra boca do povo, adotou mesmo ritmos coreográficos, o da valsa e o do xote principalmente. Ora, estes eram sempre ritmos importados, não de criação imediata nacional. O samba-canção é a nacionalização definitiva da modinha”. A modinha hoje é denominada popularmente seresta, nos botequins e nas churrascarias de subúrbio, onde se refugiou. Reveste também o ritmo do fox-canção brasileiro, tão divulgado nas décadas de 1930 e 1940. Fonte: DICIONÁRIO Cravo Albin de Música Popular Brasileira. Disponível em: <http://www.dicionariompb.com.br>. Acesso em: jul. 2009.

Neoclassicismo – Movimento cultural europeu, do século XVIII e parte do século XIX, que defende a retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, considerada modelo de equilíbrio, clareza e proporção. Contra uma concepção de arte de atmosfera romântica, apoiada na imaginação e no virtuosismo individual, os neoclássicos defendem a supremacia da técnica e a necessidade do projeto – leia-se desenho – a comandar a execução da obra, seja a tela, seja o edifício. A isso se liga a defesa do ensino da arte por meio de regras, o que se efetiva nas academias de arte, valorizadas como locus da formação do artista. Fonte: AGUILAR, Nelson (Org.). Arte do século XIX. Mostra do Redescobrimento. São Paulo: Fundação Bienal: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000.

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BibliografiaALGRANTI, Leila Mezan. D. João VI: os bastidores da Independência. São Paulo: Ática, 1987.

AMBRIZZI, Miguel Luiz. Entre olhares - o romântico, o naturalista. Artistas-viajantes na Expedição Langsdorff: 1822-1829. 19&20: A Revista Eletrônica de DezenoveVinte. v.3, n.4, out. 2008. Disponível em: <http://www.deze-novevinte.net/artistas/viajantes_mla.htm>. Acesso em: jun. 2009.

BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1978.

CAMPOS, Raymundo. Viagem ao nascimento de uma nação: o diário de Maria Graham. São Paulo: Atual, 1996.

COUTINHO, Christiane; ORLOSKI, Erick. Aquarela: técnica em evolução. Coord. Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2006. (DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor, 61). Acompanha DVD.

DEBRET, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Belo Ho-rizonte: Itatiaia, 1989. 3v.

GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2007.

LUZ, Angela Âncora da. Missão Artística Francesa: novos rumos para a arte no Brasil. Revista DaCultura, ano 4, n.7, p. 16-22, dez. 2004. Disponível em: <http://www.funceb.org.br/revista7/05.pdf>. Acesso em: jun. 2009.

MATTOS, Ilmar Rohloff de; ALBUQUERQUE, Luis Affonso Seigneur de; MATTOS, Selma Rinaldi de. O Rio de Janeiro, capital do Reino. 4.ed. São Paulo: Atual, 1995.

OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles. A Independência e a construção do Império: 1750-1824. São Paulo: Atual, 1995.

PORTA, Paula. A Corte Portuguesa no Brasil (1808-1821). São Paulo: Saraiva, 1997.

RUGENDAS, Johann Moritz. Viagem Pitoresca através do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. de Ouro, s.d.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; SPACCA. D. João Carioca: a corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

UTUARI, Solange. Rugendas: o ilustrador de mundos. Coord. Mirian Ce-leste Martins e Gisa Picosque. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2006. (DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor, 77). Acompanha DVD.

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Webgrafiaos sites a seguir foram acessados em 15 jun. 2009.

AQUARELA. Disponível em: <http://geocities.yahoo.com.br/anacanella/aquarela.html>.

______. Disponível em: <http://www.cculturalcasadorestaurador.com.br/dica1.html>.

A CORTE no Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/corte_rj.html>.

DEBRET. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br/imagens/pran-chas_de_debret>.

HINOS brasileiros. Com áudio. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/hin_l.php?t=001>.

HISTÓRIA. Textos sobre história do Brasil. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/pais/historia>.

HISTORIANET, a nossa história. Disponível em: <http://www.historianet.com.br>.

MISSÃO Artística Francesa. Disponível em: <http://www.fcfb.rj.gov.br/conteudo/pracacasa.asp>.

______. Rede da Memória Virtual Brasileira. Disponível em: <http://catalogos.bn.br/redememoria/missfrancesa.html>.

MUSEUS:

Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo. Disponível em: <http://www.acervo.sp.gov.br/home.html>.

Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em: <http://www.bn.br>.

Fundação Casa França-Brasil. Disponível em: <http://www.fcfb.rj.gov.br>.

Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br>.

Museu da Escola de Belas Artes D. João VI. Disponível em: <http://acd.ufrj.br/museu>.

Museu Histórico Nacional. Disponível em: <http://www.museuhistorico-nacional.com.br>.

Museu Imperial. Disponível em: <http://www.museuimperial.gov.br>.

Museu Nacional. Disponível em: <http://www.museunacional.ufrj.br>.

Museu Nacional de Belas Artes. Disponível em: <http://www.mnba.gov.br>.

Museu Paulista. Disponível em: <http://www.mp.usp.br>.

Museus Castro Maya. Disponível em: <http://www.museuscastromaya.com.br/historia.htm>.

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Paço imperial. Disponível em: <http://www.pacoimperial.com.br>.

Pinacoteca do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.pinaco-teca.org.br>.

Filmografia CARLOTA Joaquina: princesa do Brasil. Dir. Carla Camurati. Rio de Janeiro: Elimar Produções Artísticas, 1995. 1 DVD (100 min.).

Narra com humor crítico a vinda e a permanência da Família Real portu-guesa no Brasil.

INDEPENDÊNCIA ou morte. Dir. Carlos Coimbra. São Paulo: Cinedistri, 1972. 1 Videocassete (108 min.): VHS, Ntsc, son., color.

A vida pessoal e a trajetória política de D. Pedro I: da infância ao processo da Independência, do conturbado I Reinado à sua abdicação.

NAPOLEÃO. Dir. Yves Simoneau. França, 2002. 1 DVD (180 min.). Distri-buição: Califórnia Filmes.

Narra a carreira militar e a ascensão política de Napoleão Bonaparte.

RUGENDAS: o ilustrador de mundos. Dir. Walter Silveira e Estela Padovan. São Paulo: Módulos, 1999. 1 DVD (30 min.). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

A trajetória, pelo Brasil e pelas Américas, do artista viajante Johann Moritz Rugendas.

TIRADENTES. Dir. Oswaldo Caldeira. S.l.: Oswaldo Caldeira Produções Cinematográficas, 1998. 1 DVD (124 min.). Distribuição: RioFilme.

A vida e a morte do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier e sua participação na Inconfidência Mineira.

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