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Tumor Epidermóide de Esôfago
Serviço de Cirurgia Geral - HMCF
Sessão Clínica – 28/04/2005
Ana Carolina Assaf
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Tumor epidermóide do esôfago
Definição:
“Carcinoma de células escamosas origina-se da mucosa do esôfago, e histologicamente é composto por camadas de células invasivas agrupadas. Podem ser poligonais, ovais, ou fusiformes, com interface distinta ou estroma epitelial grosseiro.”
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Tumor epidermóide do esôfago
Epidemiologia:Homem 7:1 mulher
Idade média: 53,4 anos
60% localizado em esôfago torácico
Ocidente 52% adenocarcarcinoma
48% epidermóide
Oriente (Japão): Predomínio dos tumores epidermóides
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Tumor epidermóide do esôfago
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Tumor epidermóide do esôfago
Fatores de Risco:Alimentos quentes
Má higiene oral
Tabagismo
Etilismo
Nitrosaminas
Desnutrição
Radiação
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Tumor epidermóide do esôfago
Diagnóstico:
Exame clínico
Radiologia
Endoscopia digestiva alta
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Tumor epidermóide do esôfago
Quadro clínico:Início insidioso
Desconforto retroesternal
Disfagia progressiva (87 – 95%)
Perda ponderal (42 – 71%)
Vômitos / regurgitação (29 – 41%)
Dor (20 – 46%)
Tosse / Rouquidão (7 – 26%)
Dispnéia (5%)
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Tumor epidermóide do esôfago
Radiologia:
Esofagografia
Redução do calibre esofágico
Lesões > 8cm - irressecáveis
Compressão extrínseca linfonodal
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Tumor epidermóide do esôfago
Endoscopia Digestiva Alta:Brasil – método diagnóstico de escolha
Estudo da mucosa
Escovado (citologia)Eficácia – 85 a 97%
Biópsia – histopatológico >97%Eficácia – 83 a 90%
“Screening”
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Tumor epidermóide do esôfago
Radiologia:
Tomografia Computadorizada
Diagnóstico– Espessura esôfago > 5mm
Estadiamento– Invasão direta mediastinal– Metástases hepática, pulmonar e pleural > 2cm
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Tumor epidermóide do esôfago
Radiologia:
USG endoscópico
Tamanho, forma e características dos linfonodos
Linfonodos – tronco celíaco e lobo hepático esquerdo
Aspiração por agulha fina - citologia
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Tumor epidermóide do esôfago
Radiologia:
PET SCAN
Avaliação morfológica do tumor
Avaliação funcional (FDG) do tumor
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Tumor epidermóide do esôfago
Métodos complementares:
Telerradiografia de tórax
Broncoscopia
Toracoscopia
Biópsia linfonodal (imunohistoquímica)
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamento:
Paliativo
Curativo50% são candidatos
M1 contra-indicação
Objetivo da cirurgia: RESSECÇÃO R0RESSECÇÃO R0
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Tratamentos paliativos:
Ostomias– Pacientes debilitados– Tumor irressecável– Objetivo: nutrição
Dilatação– Objetivo: alívio da disfagia (semanas)
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos paliativos:
Próteses:– Flexíveis, auto-expansivas– Não impedem QT ou RT– Sobrevida média 6 meses– Tratamento de fístulas– Objetivo: controle da salivação / nutrição
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos paliativos:Tratamento fotodinâmico (Estágio I)
– Fotosensibilizador (éter diematoporfina) retido no tumor em 2-3 dias
– Laser de baixa potência (luz vermelha)– Éter absorve luz vermelha – liberação de radicais
livres de Oxigênio – destruição tumoral– 2-3 dias – Esofagoscopia para retirar material
necrosado– QT após o procedimento– Complicação: fístulas
edema de face
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos paliativos:
Radioterapia– Alívio da disfagia– Em 50 % - crescimento tumoral em 6 meses– Pré-op. – reduzir o tamanho do tumor e
disseminação pela manipulação– Sobrevida (5 anos): 5 a 10%
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Tratamentos paliativos:
Quimioterapia– Menos eficaz– 2 ou 3 ciclos – alívio da disfagia lento e
incompleto– Tumores locais – elimina micrometástases– Sobrevida (5 anos): insignificante
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos paliativos:
Cirurgia:– Procedimento endotorácico/endoesofágico de
tração– Retirada da mucosa– Tração gástrica através do tubo muscular
remanescente– Deglutição e nutrição – retorno ao normal– Mortalidade: 15%– Morbidade: 25%– Complicações: Deiscência / problemas
respiratórios
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos curativos:
Fatores prognósticos (cirurgia)Dependentes
– Nível de ressecção– Complicações– Tempo cirúrgico– Volume hospital / cirurgião / ano
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos curativos:
Fatores prognósticos (cirurgia)Independentes
– Tipo histológico– Acometimento linfonodalAcometimento linfonodal– Seleção de pacientes usando o risco pessoal
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos curativos:
Redução da mortalidade pós-op. (30 dias)– Década 80: 10%– Década 90: < 2%
Morbidade– 1995-2003: 15 – 30%
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Tratamentos curativos:
Como reduzir a mortalidade pós-op?Seleção de pacientes com risco analisado
– Avaliação cardio-pulmonar/hepática/renal
Pré-op. Compensatório em órgãos vitaisRisco cirúrgico elevado – paliaçãoVolume cirurgião/hospital/anoSe risco: cirurgia em 2 tempos
» Esofagectomia» Reconstrução
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Tumor epidermóide do esôfago
Tratamentos curativos:
Como reduzir a mortalidade pós-op?Técnica cirúrgica
– Padronizar é considerado o mais importante para melhorar os resultados a curto e longo prazo no pós-operatório
– “Usar um ou dois procedimentos padronizados é melhor que uma variedade de técnicas cirúrgicas”
– Tratamento multimodal
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Tumor epidermóide do esôfago
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Tumor epidermóide do esôfago
Candidatos à cirurgia:Resposta ao tratamento neoadjuvante
Tumor escamoso – aumenta sobrevida pós-op. em 5 anos
Weber & cols., J Clin Oncology, 2001– Se resposta metabólica do tumor após 2
semanas de tto. neoadjuvante – candidato
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Tumor epidermóide do esôfago
Por que os que respondem são candidatos?
Confirmação histopatológica da resposta
Menor risco cirúrgico
Melhor prognóstico
Não respondedores:Maior risco cirúrgico
Menor chance de R0
Prognóstico sombrio
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Tratamento cirúrgico:
Oriente (Japão)Diagnóstico = cirurgia
Se R0: sem tto. adjuvante
OcidenteDiagnóstico = tto. neoadjuvante
Se resposta: cirurgia
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Técnicas operatórias:
Acesso combinado
Laparotomia e toracotomia direita no 5º EI
Reconstrução com anastomose intra-torácica (mediastino posterior pré-vertebral)
Piloroplastia pós-vagotomia
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Tumor epidermóide do esôfago
Acesso combinadoVantagens:
Melhor preservação do n. recorrente
Melhor linfadenectomia
Melhor deglutição – ilusória
Desvantagens:Possibilidade de mediastinite
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Tumor epidermóide do esôfago
Técnicas operatórias:
Acesso abdominal
Laparotomia + cervicotomia esquerda
Ressecção trans-hiatal do esôfago torácico
Anastomose esôfago-gástrica supraclavicular
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Acesso abdominalVantagens:
Se deiscência – facilidade de manejo
Não leva a DRGE
Desvantagens:Risco elevado de hemorragia
Ressecção linfonodal incompleta
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Tumor epidermóide do esôfago
Esofagenctomia “en bloc”
Retira-se peça únicaBaço
Cadeia linfonodal do tronco celíaco
Pericárdio posterior
Veia ázigos
Diafragma adjacente
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Tumor epidermóide do esôfago
Conclusão:Separar adenocarcinoma do escamoso
Padronizar a técnica cirúrgica
Selecionar doentes
Cirurgia segura
Tratamento neoadjuvante – cirurgia
Estratégias diferentes para responsivos e não-responsivos
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