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Page 1: Jornal Mundo Animal - Outubro 2013

Especial

Saúde

Moda

Comportamento

Com a proximidade do verão, cães e gatos podem sofrer dermatites alérgicas. Página 04

Cães e gatos da região de Piracicaba agora podem utilizar roupas e acessórios de grife. Página 11

O seu cãozinho é muito agitado? Página 07

O que você quer ganhar no Dia das Crianças?Doze de outubro é Dia das Crianças e Jorge Pereira, adestrador profissional de cães, orienta que os bichinhos podem ser uma boa opção de presente para comemorar a data. Segundo Pereira, eles também são fundamentais para a formação de futuros cidadãos, uma vez que passam, de forma inconsciente, a noção de posse responsável. Entretanto, ele adverte que as famílias devem estar devidamente preparadas para receberem um pet. Páginas 08 e 09

Arquivo/ Jornal Mundo Animal

Cinthia Milanez

Patas Brasil

Intoxicação por chumbinho. Página 10

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Jornal Mundo Animal / 02 Opinião

Uma homenagem aos doutores dos bichosNove de setembro. Esse foi o dia

deles. Daqueles que optaram por fa-zer o que amam e o fazem a qualquer hora, sem reclamar do desgaste físico ou emocional. Em homenagem ao Dia do Médico Veterinário, o Jornal Mun-do Animal acompanhou bem de perto o corre-corre de dois especialistas de Piracicaba (SP), Marina Cambraia Cle-to e José Plínio Sorde Paschoal, e trou-xe uma reportagem de duas páginas sobre os anseios e as dificuldades da categoria na última edição do periódi-co.

E não foi apenas o Jornal que re-conheceu a importância dessa profis-são no município. A Câmara Munici-pal de Vereadores, por meio de uma iniciativa do vereador Laércio Trevi-san Junior (PR), concedeu o título de “Médico Veterinário Padrão” a Jacob Plácido Justolin e a Ételcles Mendes, que foram escolhidos em votação pro-movida pela Associação dos Médicos Veterinários de Piracicaba e Região (Amvepre). O periódico, portanto, pa-rabeniza a iniciativa do legislativo e o trabalho desses dois profissionais de excelência!

Davi Negri

Os médicos veterinários homenageados, Jacob Plácido Justolin e Ételcles Mendes, ao lado de suas respectivas esposas e do vereador Laércio Trevisan Junior (PR).

Cães não são brinquedos

Doze de outubro é o dia mais divertido do ano. Época que reco-nhece aquelas que representam o futuro da nossa história, as crian-ças. Diante disso, muitas delas al-mejam um cãozinho de estimação, como presente para comemorar a data. Entretanto, as famílias têm de estar devidamente preparadas para receberem um pet. O adestra-dor de cães profissional, Jorge Pe-reira, aconselha e conscientiza os leitores sobre a posse responsável na reportagem especial desta edi-ção do Jornal Mundo Animal.

Além disso, o periódico traz uma novidade. Cães e gatos da região de Piracicaba (SP) agora podem ter acesso a roupas e acessórios de grife por meio de uma loja virtual, que entrega os produtos nas casas dos clientes. Vocês também vão ver que o clima mais quente pode desencadear uma série de proble-mas em cães e em gatos, como as dermatites alérgicas, é o que alerta a médica veterinária, Luana Apa-recida Gomes Alfredo. E, por fim, o psicólogo e adestrador de cães, Ivan Chitolina, fala sobre a hipe-ratividade nesses bichinhos, uma condição reversível, desde que diagnosticada e tratada através de uma iniciativa conjunta entre um médico veterinário e um especialis-ta em comportamento canino. De-sejamos, como sempre, uma boa leitura a todos!

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Jornal Mundo Animal / 03

Pet Marketing

Sérgio Lobato - soluções em Pet Marketingwww.sergiolobato.blogspot.com

Por que devo buscar a reciclagem no mercado pet?Arquivo/ Sérgio Lobato

A busca constante pelo aperfeiçoamento na área pet garante bem-estar financeiro e pessoal. A 12ª Pet South America é uma oportunidade e tanto para

esses empresários. O evento será entre os dias 29 e 31 de outubro na Expo Center Norte, em São Paulo (SP).

Quando um dos maiores eventos da nossa área se aproxima, começo a receber muitos e-mails de pessoas de todo o Brasil perguntando se es-tarei presente e se eu acho que elas devem ir ao evento. E que resposta vocês acham que eu dou? Claro que

sim, porque eventos são a oportuni-dade para aprender sempre.

Quando abrimos as portas de nossas agropecuárias, de nossos pet shops e de clínicas veterinárias, quando começamos o dia no salão de banho e tosa ou dentro de um

consultório, estamos fazemos par-te de uma rotina que, muitas vezes, pode nos trazer sentimentos de ma-rasmo, uma repetição monótona que pode ser bem desestimulante e entediante, além de gerar uma si-tuação muito perigosa que beira a negligência quando achamos que o que fazemos está certo, que não pre-cisamos mais dar atenção aos nossos procedimentos, aos nossos atos e às nossas estratégias. O tempo age de forma perigosa, pois dá as mãos ao nosso egocentrismo empresarial e, então, deixamos nossos negócios e carreiras sem aquele olhar especial, sem aquela revitalização tão impor-tante que pode mudar o rumo para melhor.

Reciclar é um verbo bem amplo. Está na moda, mas vamos ver como ele se aplica em nosso dia-dia no mercado pet? Será que não existem produtos novos que podem melho-rar a percepção de valor do seu ser-viço de banho e tosa por parte de seus clientes? Será que não existem novas drogas e procedimentos que facilitarão o seu tratamento prescrito em sua rotina clínica? Será que não

podem apresentar uma estratégia de atendimento que me faça ganhar mais clientes e aumentar meu fatu-ramento? Será que não vão mostrar um mobiliário novo que eu possa comprar e melhorar o aspecto de minha clínica e facilitar mais ainda a acessibilidade de minha equipe?

Quando entendemos que reci-clar é uma chance de buscar estí-mulo para seguir no caminho da profissionalização, passamos a ter um compromisso programado com a transformação contínua de nossas realidades, colocando um objetivo claro na frente, que é o de aumentar nossa capacidade de competir pelos clientes em nosso mercado pet.

A reciclagem nos dá condições de entender que a rotina pode e deve sempre ser aperfeiçoada, que o com-portamento de nossos consumidores se transforma a cada momento, que a competição cresce a cada dia e que devemos ser proativos em nosso seg-mento se desejarmos estar sempre em primeiro lugar na mente de nos-sos clientes. Ou seja, a reciclagem nos ajuda a ser sempre a melhor e a única opção para o mercado pet.

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Jornal Mundo Animal / 04 Saúde

Com a proximidade do verão, cães e gatos podem sofrer dermatites alérgicas

Por conta do calor, proprietários de animais de estimação os submetem ao banho e à tosa com muita frequência. Essa prática elimina a proteção da pele e pode causar uma série

de problemas, como as dermatites alérgicasCinthia Milanez

A elevação das temperaturas nes-sa época do ano exige que os proprie-tários de cães e gatos tenham cuidado redobrado no manejo dos mesmos. É o que afirma a médica veterinária, Luana Aparecida Gomes Alfredo. De acordo com ela, os problemas mais comuns são as dermatites alérgicas, que decorrem, muitas vezes, de ba-nhos e de tosas em excesso. As raças mais suscetíveis a essas doenças são: lhasa, labrador, shar-pei, boxer e aki-ta, no caso dos cães. Em relação aos gatos, persas e angorás, que têm os pelos mais longos, também podem ser acometidos por dermatites alérgi-cas no verão. A especialista recomen-da que os bichinhos tomem banho uma vez a cada 15 dias, mas nesse intervalo, a imersão deles apenas na água, seria ideal para ajudá-los a se refrescar.

Além disso, pulgas e carrapatos passam a incomodar ainda mais os bi-chinhos no verão, principalmente em

regiões cercadas por pastos, como ocorre nas proximidades de Piracica-ba (SP). Luana reforça que o controle

deve ser feito em qualquer período do ano, mais ainda quando as tem-peraturas se elevam. “Na verdade, o

ano inteiro tem de fazer um controle, mas nessa época é ainda mais impor-tante por conta do calor e do vento. Pulgas e carrapatos vêm através do vento, de pássaros, de besouros, de outros cães e gatos, além do gado, em regiões caracterizadas pela produção de leite e de carne. Se o controle não for feito, existe a possibilidade de os animais adquirirem doenças mais gra-ves, como a erliquiose e a babelisose, transmitidas por carrapatos”, acres-centa.

Diante disso, Luana orienta que os proprietários devem proporcionar aos bichinhos de estimação uma ali-mentação balanceada, um controle eficaz de pulgas e de carrapatos, ba-nhos apenas a cada 15 dias, passeios quando o sol não estiver muito forte e consultas periódicas com profissionais de confiança. Segundo a especialista, a prática de todas essas dicas garante a qualidade de vida e um verão ainda mais proveitoso àqueles que hoje são considerados membros da família.

A médica veterinária, Luana Aparecida Gomes Alfredo, ao lado de Enzo, um akita de um ano e três meses. Essa raça é ainda mais suscetível a apresentar doenças de pele no verão.

Cinthia Milanez

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Jornal Mundo Animal / 06 Passatempo Animal

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Jornal Mundo Animal / 07Comportamento

O seu cãozinho é muito agitado?A hiperestimulação do ambiente pode deixar os bichinhos de estimação tão agitados a ponto de destruírem

tudo o que veem pela frente. Esse comportamento só é reversível com o auxílio de um médico veterinário e de um adestrador profissional de cães

Cinthia MilanezHiperatividade corresponde ao

excesso de atividade e essa condi-ção não é exclusiva do ser humano, uma vez que os cães também podem desenvolvê-la. É o que alerta o psi-cólogo e adestrador profissional de cães, Ivan Chitolina. Segundo ele, os bichinhos que são submetidos abrup-tamente aos estímulos provenientes do ambiente em que vivem podem apresentar hiperatividade. “Então, os filhotes chegam à determinada casa. Barulho de televisão, de som alto e aquele entra e sai de pessoas, por exemplo, são fatores que hiperesti-mulam os animais de estimação e os deixam agitados. Logo, a hiperativi-dade se desenvolve por influência do ambiente, independente da raça dos cães”, acrescenta.

Chitolina afirma ainda que os sin-tomas da hiperatividade em cães são muito particulares, ou seja, variam

de acordo com as especificidades de cada um deles. Entretanto, o com-portamento mais comum seria a agi-tação em excesso, mesmo com uma rotina fidedigna de passeios. Além

disso, o adestrador informa que tan-to cães senis quanto filhotes podem adquirir essa condição, desde que a rotina da casa contribua para isso. O recomendável, portanto, seria apre-

sentar os estímulos do ambiente de forma gradativa para evitar que esses fatores externos hiperestimulem os bichinhos de estimação.

Nos casos em que os cães já estão hiperativos, o ideal seria consultar um médico veterinário e um profissional especializado em comportamen-to canino, além de tentar fazer com que a rotina da casa seja mais tran-quila. De acordo com Chitolina, os cães com essa característica podem desenvolver Transtornos Obsessivos Compulsivos (TOCs), agressividade, depressão, estresse e irritabilidade. Segundo o profissional, quando os bi-chinhos chegam nessa fase, apenas o adestramento não a reverte. “Tem de ter uma orientação de um médico ve-terinário, de um adestrador, além do empenho dos proprietários em fazer com que o ambiente em que vivem fique mais tranquilo para os cães”, conclui.

Cães que destroem tudo o que veem pela frente podem ser diagnosticados com hiperatividade. A condição tem tratamento, mas exige que os proprietários

também façam a sua parte.

Arquivo/ Jornal Mundo Animal

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Jornal Mundo Animal / 08 Especial

O que você quer ganhar no Dia das Crianças?Doze de outubro é Dia das Crianças e Jorge Pereira, adestrador profissional de cães, orienta que os

bichinhos podem ser uma boa opção de presente para comemorar a data. Segundo Pereira, eles também são fundamentais para a formação de futuros cidadãos, uma vez que passam, de forma inconsciente, a noção de posse responsável. Entretanto, ele adverte que as famílias devem estar

devidamente preparadas para receberem um petCinthia Milanez

O adestrador de cães profissional, Jorge Pereira, foi criado por uma fa-mília humilde e, durante a infância, andava de um lado para outro junto ao vira-lata Bugue, que o ensinou, in-conscientemente, a respeitar os ani-mais e qualquer outro ser vivo. De acordo com o especialista, cães com perfil adequado são ótimos compa-nheiros para as crianças. Entretanto, Pereira alerta que os pais não devem confundir companhia com cuidado. “Cães e crianças precisam de cuida-dos muito parecidos e não dá para passar a responsabilidade dos cuida-dos de uma criança para um cão. Se isso acontecer, existem grandes chan-ces de acontecer um acidente”, expli-ca.

Segundo o adestrador, o tempera-mento dos cães não depende da raça.

As famílias devem levar em conta o tamanho, o sexo, a pelagem, o grau de atividade dos cães, além da rotina da casa, antes de comprarem ou adotarem um bichinho de estimação.

Arquivo/ Jornal Mundo Animal

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Jornal Mundo Animal / 09Especial

O que você quer ganhar no Dia das Crianças?

Porém, aquelas caracterizadas por animais mais dóceis, na grande maio-ria dos casos, são: boxer, terra nova, cane corso, pastor alemão, golden retriver, pug e buldog campeiro, de-senvolvida no Brasil. Ele reforça que os bichinhos de estimação mais ade-quados para conviverem com crian-

ças devem ser dóceis, pacientes, so-ciáveis, além de gostarem do toque e de sentirem prazer em estar peto das pessoas. Pereira afirma ainda que, em caso de dúvida na hora de escolher um pet, as famílias devem procurar a ajuda de um profissional.

O especialista também recomenda

que as famílias tenham certeza ab-soluta de que estão preparadas para receber um bichinho. Depois, devem verificar se a rotina da casa é compatí-vel para dar atenção, sem distinções, às crianças e ao novo membro do clã. “Já vi muitos casos em que o ciúme entre os cães e as crianças acabaram em problemas. Os cães podem perder o espaço e, por consequência, o lar”, conta. Além disso, as famílias devem levar em conta o tipo de ambiente que deverá abrigar o pet. Neste caso, o tamanho, o sexo, a pelagem e o grau de atividade dos cães influen-ciam na compatibilidade destes com os donos. Pereira acrescenta que cães adultos, disponíveis para a adoção, são uma boa opção, porque já têm caráter, tamanho e temperamento formados. “Em relação à convivên-cia entre criança e filhote, o trabalho é dobrado. É uma dupla formação e qualquer erro pode ser prejudicial para o futuro de ambos”, informa.

O especialista aconselha que, in-dependente de os cães serem dóceis, o adestramento, a educação e a so-cialização são fundamentais para ga-rantir o bom convívio desses animais com as famílias. Exemplo disso foi um

caso surpreendente que o profissio-nal vivenciou. Um amigo de Pereira, que tem um filho com necessidades especiais, pediu que ele selecionasse um cão da raça pitbull para conviver com a criança. O adestrador fez uma triagem de animais com comporta-mento exemplar e esperou que eles cruzassem para selecionar um filhote que apresentasse o mesmo tempera-mento dos pais. A cadela, que rece-beu o nome de Duna, foi escolhida. Desde muito jovem, dedicou-se fiel-mente à criança.

Tal dedicação chegou ao ponto de salvar a vida do garoto. Certa vez, o filho estava dormindo no quarto e os pais, assistindo televisão na sala, jun-to à Duna. De repente, a cadela co-meça a arranhar a porta do quarto da criança, desesperadamente. Quando os pais abriram, se depararam com o filho caído no chão. O bichinho, por-tanto, percebeu que o companheiro estava em perigo e fez tudo o que estava ao seu alcance para ajudá-lo. “Depois disso, vi como é importante utilizar os testes para avaliar um cão de companhia e como é importante o auxílio de um profissional capacitado para tanto”, conclui.

Leonel Falcão

O adestrador profissional de cães, Jorge Pereira. Para ele, o acompanhamento de um especialista é fundamental na escolha de um bichinho ideal para

conviver com as crianças.

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Jornal Mundo Animal / 10

Patas Brasil

Juliana Scheffauer - médica veterináriawww.facebook.com/CenterVetRc | Center Vet Veterinária : (19) 3533 - 2209

Intoxicação por chumbinhoArquivo/ Juliana Scheffauer

Assim que identificados os sintomas de intoxicação por chumbinho, os animais devem ser levados a um médico veterinário imediatamente.

Caso contrário, eles podem vir a óbito.

O chumbinho é um produto clan-destino, irregularmente utilizado como raticida e considerado um dos praguicidas mais tóxicos disponíveis comercialmente. Embora seu uso seja registrado exclusivamente para a agricultura, o produto é amplamente utilizado como raticida em ambientes domésticos ou, até mesmo, com a fi-

nalidade de exterminar animais em atos criminosos.

O veneno tem esse nome porque o produto não diluído tem a aparência de pequenas esferas de chumbo. Sua ação é tão forte, que quando usado na agricultura, seus resíduos podem ser encontrados até 400 dias após sua aplicação. Trata-se de um pro-

duto altamente tóxico por via oral e, qualquer que seja sua apresentação, a absorção no estômago é rápida e praticamente completa, sendo que os sinais clínicos da intoxicação podem se iniciar cerca de cinco minutos após a ingestão.

Em cães e gatos, a intoxicação por organofosforados e carbamatos evo-lui progressivamente, iniciando-se com um quadro de agitação - movi-mentação compulsiva com ou sem in-teração com o ambiente -, evoluindo para hipoexcitabilidade - estado de prostração e apatia, mesmo perante aos estímulos externos - ou hiperexci-tabilidade - estado geral de excitação excessiva, inclusive frente a estímulos externos. É comum a ocorrência de outros sintomas como: sialorréia (sa-livação), tremores musculares, miose (pupilas pequenas), micção frequen-te, diarréia fétida e gelatinosa, bra-dicardia (baixa frequência cardíaca); cólica ou dor abdominal, emeses (vô-mitos), dificuldade respiratória e cia-

nose (mucosas azuladas ou roxas).Ao mais sutil sinal de envenena-

mento ou suspeita de sua ocorrência, é fundamental procurar um serviço de pronto atendimento veterinário. O médico veterinário plantonista irá realizar todos os procedimentos de emergência, sendo o paciente man-tido em regime de internamento até uma completa recuperação. Convul-sões, coma, acidose metabólica e ou-tras complicações podem ocorrer. Em muitos casos, quando não socorridos a tempo, os animais vêm a óbito rapi-damente.

Portanto, em caso de envenena-mento, devemos: imediatamente co-municar o médico veterinário sobre a ocorrência e já dirigir-se ao pronto atendimento, nunca dar leite ao ani-mal intoxicado, não forçar o animal a ingerir nada sem recomendação médica, principalmente se estiver in-consciente e não perder tempo com pesquisas em Internet. Somente o médico veterinário poderá socorrê-lo.

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Jornal Mundo Animal / 11Moda

Cães e gatos da região de Piracicaba agora podem utilizar roupas e acessórios de grife

A Luxu’s Dog chegou há pouco tempo em Piracicaba (SP), mas já conquistou uma clientela fiel. A loja virtual oferece roupas de grife, coleiras banhadas a ouro, semi-jóias,

além de camas aquecidas para cães e gatos a preços acessíveisCinthia Milanez

A inexplicável paixão por animais de estimação fez com que as irmãs Karina Cristofoletti Sarto e Marce-la Cristofoletti Sarto trouxessem a Piracicaba (SP) uma loja virtual de produtos de luxo para cães e gatos. A Luxu’s Dog oferece roupas de gri-fe - algumas feitas sob medida, como vestidos de noiva, smokings e fan-tasias -, coleiras banhadas a ouro, semi-jóias, dogbrellas - que são guarda-chuvas para passeio -, carri-nhos, medalhas de proteção - caso os animais se percam -, camas aque-cidas, além de outros acessórios. “O produto mais caro que temos na loja é o carrinho, que custa R$ 465,00. Em relação às jóias, a mais cara é um

colar banhado a ouro, que sai por R$ 160,00. Portanto, nossos preços são bastante acessíveis”, explica Karina.

As empresárias colocaram o pro-jeto em prática no início do mês de abril deste ano e já conquistaram

clientes da região de Piracicaba (SP) e também dos estados do Rio de Janeiro (RJ) e do Rio Grande do Sul (RS). Os produtos podem ser adqui-ridos pelo e-mail: [email protected], pela fan page da loja no fa-cebook ou pelo telefone (19) 3421 - 4382. “Além disso, aqui em Piraci-caba (SP), a gente atende a domicí-lio. Os clientes entram em contato, a gente vai até eles e leva, inclusive, os produtos que oferecemos”, conta Karina. As roupas e os acessórios de grife são destinados a cães e a gatos de qualquer tamanho e são entre-gues nas casas dos clientes. Entre-tanto, os mesmos devem pagar o valor do frete à parte, que varia de acordo com o endereço.

Cinthia Milanez

Uma das proprietárias da Luxu’s Dog, Karina Cristofoletti Sarto, ao lado da jovem Boneca, que utiliza uma roupa de festa elaborada exclusivamente para ela.

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Jornal Mundo Animal / 12

Vida Selvagem

Nathalia Trevelin Sant’Anna- médica veterinária especialista em animais silvestres e exó[email protected]

Quando eu tinha seis anos...Arquivo/ Nathalia Trevelin Sant’Anna

Os porquinhos-da-índia são extremamente sensíveis ao calor. Portanto, quando forem submetidos a áreas ensolaradas em dias muitos quentes, deve

haver um espaço com sombra. Caso contrário, eles podem vir a óbito.

...ganhei um porquinho-da-índia. Aproveitando a graciosa anedota de Manuel Bandeira, nesta edição vou falar sobre os porquinhos-da-índia ou as cobaias (Cavia porcellus). Eles são mamíferos encontrados em várias re-giões do mundo, porém sua origem é na região andina da América do Sul. Possuem hábitos diurnos, apresentam diversas raças (as mais comuns: inglês, angorá e roseta) e pelos com textura e coloração variadas. São estritamen-te herbívoros, ou seja, se alimentam exclusivamente de vegetais. A alimen-

tação dos porquinhos-da-índia é ba-seada em ração peletizada, verduras, legumes e frutas.

É importante que esses bichinhos se exercitem, porém devem ficar lon-ge do sol em dias muito quentes, uma vez que são muito sensíveis ao calor e podem vir a óbito. Existe uma gran-de variedade de acessórios lúdicos: túneis, casinhas, rodinhas, carrinhos etc. Todos devem ser de material ató-xico. Dê preferência para brinquedos de madeira para os animais roerem. Os dentes crescem sem parar, por isso

eles necessitam sempre estar roendo algum brinquedinho. Tubos de pape-lão são uma ótima opção para enri-quecer a gaiola dos bichinhos. Cuidado com alguns brinquedos, como rodas e tubos, uma vez que os animais podem ficar presos, se machucarem ou, até mesmo, podem sofrer fraturas.

Na clínica, é comum encontrarmos pacientes com queixas dermatoló-gicas, ou seja, os animais estão com afecções cutâneas, queda de pelos (alopecia), coceiras, crostas e secre-ção purulenta. Muitas vezes, esses sinais clínicos estão associados à pre-sença de ectoparasitos, como pulgas, ácaros e piolhos. Outras vezes, os res-ponsáveis por esses sinais são fungos, que levam à dermatofitose, e bacté-rias, que podem levar à inflamação labial, linfadenite cervical (infecção no linfonodo retromandibular) e podo-dermatite (infecção e inflamação dos coxins palmares e plantares), além de problemas nutricionais.

A anorexia é outro motivo frequen-te de consulta. Quando prolongada (2 a 3 dias), pode resultar em um quadro de lipidose hepática, colocando em risco a vida desses animais, mesmo quando estes forem obesos. As hipo-vitaminoses, como carência de vita-mina C e vitamina E, provocam dores musculares, problemas cutâneos e re-produtivos (infertilidade e abortamen-to). Os porquinhos-da-índia também são sensíveis a infecções respiratórias (pneumonia bacteriana). Os sintomas incluem anorexia, secreção nasal e ocular, eventualmente tosse, espirros e dispnéia (dificuldade respiratória).

Inflamações no intestino (enteri-

tes) são causas comuns de morte em cobaias. Normalmente, é consequên-cia de infecções gastrointestinais, ver-minoses ou coccidioses. As enterites costumam vir acompanhadas de có-licas intestinais, fortes diarréias, odor fétido, podendo ou não conter san-gue. Portanto, os animais devem ser levados ao médico veterinário rapida-mente. Outras afecções recorrentes na clínica são: neoplasias (tumores), distocias (problemas no parto), cistos ovarianos, otoematomas (hematomas nas orelhas), estresse por calor, afec-ções oculares (conjuntivites) e cálcu-los urinários.

Muitas vezes, o que parece ser um problema simples pode vir a ser algo bastante grave. Portanto, fique aten-ta às mudanças de comportamento, à obesidade, à perda de peso, à res-piração ofegante ou ao animal respi-rando com a boca aberta, à tosse, aos espirros, às secreções nasal, ocular ou genital, à perda de equilíbrio, aos desmaios, à convulsão, aos tremores, à dificuldade para mastigar, aos den-tes tortos ou quebrados, à salivação excessiva, às falhas na pelagem, às coceiras, aos pelos arrepiados, às al-terações na urina e nas fezes, à diar-réia, à ausência de fezes e de urina, aos sangramentos, aos ferimentos, ao inchaço, à dificuldade em caminhar e aos problemas no parto. Essa espécie é muito sensível a alguns medicamen-tos, em especial antibióticos. Muitos podem levar à intoxicação e ao óbito rapidamente. Por isso, apenas o médi-co veterinário especialista em animais silvestres e exóticos está apto a diag-nosticar e a tratar esses bichinhos.

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Veterinário da FazendaPaulo Moreira - médico veterináriowww.facebook.com/CenterVetRc| Center Vet Veterinária : (19) 3533 - 2209

Jornal Mundo Animal / 13

Ureia na nutrição de bovinosArquivo/ Paulo Moreira

Bovinos não adaptados podem ser intoxicados ao ingerir, em média, de 0,45 a 0,50 g de ureia/kg PV, em um curto espaço de tempo. O tratamento consiste

em reduzir o pH do ambiente ruminal dos mesmos.

A ureia é um produto muito utili-zado como aditivo alimentar na nutri-ção de ruminantes, principalmente na

época da seca, quando as pastagens estão mais pobres. Além de forne-cer uma fonte proteica de baixo cus-

to, seu uso possibilita o consumo de forragens de baixa qualidade. Embora auxilie na nutrição, a ureia é respon-sável por muitos quadros de intoxica-ção.

A intoxicação causada pela ureia ocorre em animais não adaptados ou em animais que ingerem o produ-to em grandes quantidades - para os animais já adaptados -, levando a um quadro agudo e que muitas vezes oca-siona a morte dos animais.

A quantidade de ureia necessária para provocar o quadro de intoxicação depende de diversos fatores, princi-palmente da velocidade de ingestão, do pH do rúmen e do grau de adap-tação dos animais. Geralmente, níveis de 0,45 a 0,50 g de ureia/kg PV, inge-ridos em um curto espaço de tempo, provocam intoxicação em animais não adaptados. A adaptação às quantida-des de ureia recomendadas na práti-ca deve ser feita em um período que pode variar de duas a seis semanas.

O diagnóstico do quadro de into-xicação deve ser apoiado no histórico

de ingestão da ureia, na sintomato-logia e nos achados de necropsia. Os sintomas podem ser observados cer-ca de 30 minutos após a ingestão da ureia. Entre alguns dos sintomas mais comuns da intoxicação temos: tristeza ou apatia, incoordenação motora, tre-mores musculares, timpanismo (acú-mulo de gás no trato digestório), sa-livação excessiva, micção e defecação frequentes, dificuldades respiratórias, enrijecimento dos membros anterio-res e prostração.

O tratamento deve ser realizado logo que sejam notados os primeiros sintomas. Seu objetivo é reduzir o pH no ambiente ruminal e impedir a ab-sorção excessiva da amônia. Deve-se administrar vinagre ou ácido acético a 5%, por via oral, 4 a 6 litros/animal adulto, a cada seis ou oito horas. A ad-ministração de água gelada em gran-des quantidades (20-40 litros/animal) também pode ser usada. Outros me-dicamentos também podem ser usa-dos conforme cada caso, sob orienta-ção médica.

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Jornal Mundo Animal / 14

Retrato Natural

Luciano Monferrari - observador de [email protected] | www.retratonatural.com.br

Uma linda pintura ou realidade?Fotos: Luciano Monferrari

Um galo-da-serra macho se exibindo para a fêmea. Essa espécie vive solitária buscando alimento floresta adentro. Por conta disso, é de difícil visualização e é

o sonho de consumo de qualquer observador de aves.

Em uma recente expedição à Ama-zônia, na qual ficamos sete dias imer-sos nesse maravilhoso local, pude per-ceber o quanto somos insignificantes diante da natureza. Fiquei por sete dias me deslocando entre os municípios de Manaus, Presidente Figueiredo, Mana-capurú e Iranduba, em busca de foto-grafias de aves da região.

Maravilhado com o local, nada se comparou à visita à aldeia Mari Mari, em Presidente Figueiredo (AM). Ao chegar, percebemos a beleza da paisa-gem. O Igarapé do Mutum, com suas águas escuras e espelhadas, estava ali embelezando o cartão postal dessa lo-calidade.

O Igarapé do Mutum deságua no Rio Urubu, que por sua vez deságua diretamente no Rio Amazonas. Fomos recebidos pelo proprietário da aldeia Mari Mari, o Betão, com sua esposa Ana Paula e o pequeno Tiê, com menos de dois anos.

Confesso que houve certo cons-trangimento ao ver nosso grupo ves-tido com roupas pesadas, camufladas, chapéu, botas de borracha e perneiras para proteger de cobras a um calor de quase 40 graus, contrastando com o pequeno Tiê e seu pai, descalços e an-dando livremente pela mata. Olhamos uns para os outros sem nada comentar.

Lá conta com uma pousada com três quartos simples, construídos em madeira, banheiros externos, também em madeira, e uma comida maravi-lhosa: peixes da região preparados no fogão à lenha. Simplesmente inesque-cível.

Foi o grande dia da viagem. O mo-tivo que traz observadores de aves de todo o mundo a essa região do Brasil: o Galo-da-serra. Deslocamo-nos até a arena, onde se encontra essa es-pécie. O acesso ao local é tranquilo e não muito distante da aldeia, porém é necessário atravessar o Igarapé por cima de um tronco, com equipamento pesado e se equilibrando como pode. Passamos por tudo isso, sem conseguir esquecer que voltaríamos por ali tam-bém.

Chegando à arena, local com piso macio, formado pelo grande número de folhas caídas por muitos anos. Ár-vores secas e tortuosas embelezavam o cenário. Ficamos parados a certa dis-tância, por aproximadamente 20 minu-tos, até que o primeiro galo-da-serra apareceu, meio tímido, escondido entre os galhos. Nessa hora, a euforia tomou conta do grupo e a ansiedade em fotografá-lo era tanta que dava tre-medeira.

Com o tempo, ele foi se mostrando,

se aproximando, ficando mais à vonta-de e logo foram chegando outros indi-víduos. O alaranjado forte, contrastan-do com o desenho das penas pretas e brancas nas laterais, e o grande topete, também na cor laranja, com um fino contorno de preto desenhado nas bor-das, chamava a atenção e nos deixava paralisados com tanta beleza.

É de longe a ave mais bonita e vis-tosa que já encontrei. Nenhuma foto pode descrever esse momento. Os galos-da-serra foram aumentando e contamos 17 indivíduos, sendo ape-nas duas fêmeas, que ao contrário dos machos, têm uma cor marrom escuro, um pouco esverdeada e sem a lumi-nosidade que os machos apresentam. Ficavam pulando de um galho para outro, desciam ao chão, gritavam, bri-gavam e se exibiam para a fêmea, que silenciosamente observava do alto da árvore toda aquela disputa para enfim escolher o seu par.

Por fim, agradeço à nossa guia, Va-nilce Carvalho, e espero, sinceramente, ter a oportunidade de voltar e observar tacitamente a beleza dessa espécie.

Galo-da-serra (Rupicola rupicola) - Conhecido também como galo-da--serra-do-pará ou galo-da-rocha. Mede 28 cm de comprimento. O macho é de cor laranja e a fêmea é marrom-escura,

parecendo preta à distância. Rupicola é um termo ecológico utilizado para or-ganismos que vivem ou qualquer outra coisa - pinturas rupestres, por exemplo - associada a rochas, paredões ou aflo-ramentos rochosos.

alimentação - Se alimenta de fru-tas, mas também caça insetos, lagarti-xas e rãs.

Reprodução - Permanece próximo aos maciços rochosos, onde os machos se reúnem para exibir-se individual-mente para as fêmeas - cada qual em um palco isolado. Faz ninho de barro e de gravetos em forma de taça, em ter-reno rochoso ou cortado pela erosão, em ambiente bem úmido e sombreado na mata primária.

hábitos - Vive solitário, buscando alimento na floresta, sendo de difícil visualização. Varia de incomum a local-mente comum nos estratos inferior e médio das florestas úmidas localizadas em escarpas, principalmente nas proxi-midades de córregos sombreados.

Distribuição geográfica - Presente localmente nas serras fronteiriças do norte do Brasil, desde o Amapá até a região do alto Rio Negro e nas pro-ximidades de Balbina e Presidente Fi-gueiredo, a cerca de 100 km ao norte de Manaus. Encontrado também nas Guianas, Venezuela e Colômbia.

Um galo-da-serra fêmea observando a exibição dos machos no alto de uma árvore. As fêmeas são diferentes dos machos, pois possuem uma cor

marrom-escura, que se parece preta à distância.

Page 15: Jornal Mundo Animal - Outubro 2013
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