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O Evangelho de Tom�e

Introdu� ~ao: Arnaldo

Tradu� ~ao: Arnaldo, Gilmar e Mar us

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Sum�ario1 Introdu� ~ao e um Pou o da Hist�oria 12 Evangelho de Tom�e (Tradu� ~ao) 61 Introdu� ~ao e um Pou o da Hist�oria(Observa� ~ao: Essa breve introdu� ~ao ainda �e um texto provis�orio, que ser�a aprimorado ao longo dospr�oximos meses e anos, Deo volente, enquanto nossos estudos interpretativos dos 114 ditos foremavan� ando.)O manus rito ompleto do Evangelho de Tom�e foi des oberto (desenterrado) em dezembro de1945, perto do Nilo, j�a no Alto Egito, por dois trabalhadores rurais que pro uravam por um tipo deadubo que pode ser en ontrado na regi~ao.Trata-se de um onjunto de ento e atorze ditos atribu��dos a Jesus e seu alegado ompilador, omodiz o t��tulo, seria o pr�oprio ap�ostolo S~ao Tom�e (D��dimo Judas Tom�e) ou ent~ao, quem sabe, algumdos ontinuadores do trabalho de sua es ola. Isso porque, se pode haver d�uvida a er a da autoriado ompilador dos ditos, n~ao h�a d�uvida de que por s�e ulos ores eu um movimento rist~ao quepodemos hamar de tradi� ~ao ou es ola de Tom�e. Essa es ola se lo alizou no norte do Oriente M�edio,na Mesopotamia, em regi~oes do que hoje est~ao pa��ses omo S��ria, Turquia e Iraque, e al an� ou tamb�emas terras da �India, onde se a redita que S~ao Tom�e tenha morrido, segundo a tradi� ~ao, martirizado.Pelo menos na apital de Tamil Nadu (hoje hamada de Chennai, antiga Madras) temos umt�umulo que se diz ser do ap�ostolo do Oriente. L�a tamb�em se en ontra, sendo a maior olina dessaplana idade, o Saint Thomas Mount, om sua linda vista da idade e da parte sul de seus arredores.Como uma uriosidade para n�os de l��ngua portuguesa, ali h�a uma velha apela onde ainda podemosler uma ins ri� ~ao em portugues, quando por l�a os portugueses tinham in uen ia, e at�e algumas olonias.Na verdade, quando os portugueses \des obriram" o aminho mar��timo para a �India, por l�aen ontraram, talvez om surpresa, omunidades rist~as que prati avam um tipo de Cristianismo queperdurou naquelas terras desde os tempos do ap�ostolo do Oriente.Os manus ritos que hoje s~ao onhe idos do Evangelho de Tom�e, a partir dos quais todas as atuaistradu� ~oes s~ao derivadas, foram es ritos em grego (fragmentos des obertos ainda no s�e ulo 19, emOxyrhin us, Egito, onde temos apenas uma minoria dos ditos preservados), e em opta (esse que �ehoje o �uni o do umento preservado om um onjunto ompleto dos ditos).�E algo digno de nota que o Evangelho de Tom�e, omo outros textos do Cristianismo primitivoe do Gnosti ismo, uja existen ia era onhe ida sobretudo por men� ~oes r��ti as de autores que os onsideraram her�eti os, viessem a ser des obertos somente em meados do s�e ulo 20.Isso �e muito interessante, uma vez que desse modo textos importantes es aparam dos ensorese das interpreta� ~oes que posteriormente se tornaram dominantes e que foram impostas, por vezesmuito violentamente. E vieram a ser des obertos, literalmente desenterrados, quando o mundo j�arespirava outros ares, muito mais lai os, j�a sob o predom��nio do pensamento dito ient��� o, pelomenos nas na� ~oes globalmente hegemoni as.Assim, esse texto ompleto do Evangelho de Tom�e, junto om outros 52 livros, foi des oberto ape-nas em �ns de 1945, dentro de uma urna ou grande jarro la rado, enterrado em um lo al pr�oximo aorio Nilo, na altura da metade de seu per urso dentro do Egito, perto da lo alidade de Nag Hammadi.Por essa raz~ao esse onjunto de livros � ou onhe ido omo Bibliote a de Nag Hammadi. Essa1

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ole� ~ao de livros est�a omposta por textos que eram do interesse de omunidades rist~as primitivas,nesse aso, ao que pare e, um mosteiro existente nas proximidades.O manus rito opta, embora uma tradu� ~ao - segundo os estudiosos, muito provavelmente dogrego - ao ontr�ario dos fragmentos gregos des obertos, est�a supreendentemente onservado. Depoisde muitas perip�e ias, algumas das quais que impli aram em ris os �a sua preserva� ~ao, esse manus ritose en ontra hoje no Museu Copta do Cairo, om �opias fotogr�a� as em outros lugares.Trata-se de um texto es rito de uma maneira muito diferente daquela dos quatro evangelhos doNovo Testamento, os quais foram es ritos sob a forma de uma est�oria razoavelmente on atenada davida de Jesus, om o relato de fatos supostamente hist�ori os tal omo des ritos nos quatro evangelhosque foram es olhidos para ompor a B��blia da ristandade.O Evangelho de Tom�e �e apenas um onjunto de ditos - de larados, no in�� io do pr�oprio texto, omo sendo eminentemente simb�oli os e de dif�� il interpreta� ~ao - em sua maioria urtos, sem um laro ordenamento, omo se o ompilador fosse lembrando dos ditos proferidos por Jesus e os fosseditando ou anotando �a medida que ia se lembrando desses ditos.Esse estilo de texto n~ao era in omum na �epo a, e a sua forma era es olhida para textos quevisavam demonstrar a importan ia dos onhe imentos ali ontidos.Embora seu ompilador, a rigor, seja des onhe ido, v�arios estudiosos datam a omposi� ~ao do ma-nus rito mais antigo (os fragmentos gregos) de antes do ano 200 d.C., ou at�e mesmo no primeiros�e ulo d.C. Assim, n~ao h�a d�uvidas que se trata de um texto muito antigo e, desse modo, um do u-mento muito valioso para o onhe imento de uma forma bem primitiva de ensinamento atribu��do aJesus, e a eito e estudado por omunidades rist~as dos primeiros tempos do Cristianismo.Alguns dos seus ditos guardam estreita, ou mesmo evidente, semelhan� a a ensinamentos e pas-sagens dos evangelhos do Novo Testamento. Mas �e importante salientar que o Evangelho de Tom�en~ao foi baseado nesses evangelhos, tendo provavelmente se baseado em outros textos dos quais osestudiosos a reditam que os evangelhos do Novo Testamento tamb�em teriam extra��do informa� ~oes.A forma de uma ole� ~ao de ditos �e ara ter��sti a dos hamados \livros de sabedoria", ou uma ole� ~ao de ditos atribu��dos a s�abios e, assim, ontendo ensinamentos de sabedoria. Como dissemos,esse formato era omum em v�arias ulturas da �epo a, omo a grega e a de outros povos. Um exemplobem onhe ido s~ao os Prov�erbios, entre outros livros que onstam do Velho Testamento.A denomina� ~ao de \evangelho" �e algo da tradi� ~ao rist~a, e tamb�em eviden ia que importan ia esabedoria era atribu��da ao texto, mesmo que diferente em sua forma es olhida.O manus rito opta �e geralmente a eito omo sendo uma �opia feita entre 300 e 350 d.C., e omo ont�em algumas diferen� as quando omparado �a reda� ~ao dos fragmentos em grego, se sup~oem quemais de uma �opia em grego deveria existir entre as omunidades rist~as no Egito.Nesse manus rito opta preservado n~ao h�a mar as de separa� ~ao entre os ditos, e a forma de es rita �e omo um texto ont��nuo, sem separa� ~ao dos ditos. Mas, omo em alguns ditos dos fragmentos gregos(sabidamente mais antigos) apare em algumas mar as de separa� ~ao entre os ditos, a maioria dasedi� ~oes modernas a eita a separa� ~ao entre eles, e uma numera� ~ao padr~ao dos ditos foi estabele ida, om a qual os estudiosos on ordam em prati amente todos os asos. E, assim, hoje as referen iasao texto sempre usam tal numera� ~ao.Como o t��tulo indi a, a S~ao Tom�e (D��dimo Judas Tom�e), onhe ido omo o ap�ostolo do Oriente,�e atribu��da a autoria do texto. A ele se redita a onvers~ao ao Cristianismo de regi~oes do norte daMesopotamia e tamb�em de regi~oes da �India. A ele tamb�em �e atribu��da a honra de ser onsiderado o\duplo" de Jesus, ou seja, ser seu irm~ao gemeo. Tamb�em a ele se atribui, pelo menos em alguns lo aisin uen iados pela es ola de Tom�e, a Ep��stola de Judas, no Novo Testamento. L�a ele �e hamado de\irm~ao de Jesus", uma vez que Tiago era irm~ao de Jesus, e ele era irm~ao de Tiago.2

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H�a outros textos que lhe s~ao atribu��dos, ou onde Tom�e apare e omo personagem prin ipal, omoO Livro de Tom�e, O Hino da P�erola, que apare e dentro de uma obra maior, denominada de Os Atosde Tom�e, onde o hino �e antado por Tom�e, durante o tempo em que ele foi feito prisioneiro na �India.Ele �e referido nos textos mais antigos apenas omo Tom�e. Mas a parte prin ipal de seu nome�e Jud�a, ou Judas, pois ambos s~ao tradu� ~oes da mesma gra�a grega. Judas, em grego Ioudas, �euma heleniza� ~ao do nome hebrai o Jud�a (Letras hebrai as, Yehudah), palavra que signi� a \lou-vor", \gratid~ao"; \aben� oado", \louvado"; \Deus �e glori� ado" ou \louvor a Deus". J�a \D��dimo"e \Tom�e", mesmo que tenham sido usados omo nomes, ambos signi� am \gemeo", o primeiro emgrego e o segundo de aramai o (sir��a o).Nas omunidades rist~as primitivas que seguiam espe ialmente os ensinamentos do ap�ostolo doOriente, Tom�e era hamado laramente de \duplo" ou \irm~ao" de Jesus. Ent~ao, nessas omunida-des perten entes �a hamada tradi� ~ao de Tom�e, essa tem�ati a dos \gemeos" estava prin ipalmenterela ionada n~ao a supostas quest~oes de parentes o hist�ori o-familiar, mas sobretudo om uma vis~ao�los�o� o-doutrin�aria profunda, a qual ontempla o indiv��duo (o bus ador, o aminhante et .) omosendo \gemeo" da luz divina interior, isto �e, do \Jesus vivo", onforme referido pelo pr�oprio Evan-gelho de Tom�e.Ent~ao, o verdadeiro onhe imento de si mesmo, que tanta enfase mere e no texto do Evangelhode Tom�e, bem omo em outros textos dessa tradi� ~ao, signi� ava onhe er o seu \duplo" ou \gemeo"divino, signi� ava n~ao menos do que o onhe imento, a parti ipa� ~ao no Reino do Pai, ou, em s��ntese,de Deus. Conhe er a si mesmo era onhe er o \Jesus vivo".Assim sendo, a ondi� ~ao de muita proximidade, de \gemeo" ou \duplo", existente entre Jesuse Tom�e, �e uma ondi� ~ao que aponta para um aminho de realiza� ~ao espiritual, ou de salva� ~ao nalinguagem mais tipi amente rist~a, o qual se d�a pelo onhe imento (gn~osis) do nosso \duplo" divino,do Cristo em n�os, para usar a express~ao das Cartas do ap�ostolo Paulo. Um aminho que enfatizauma rela� ~ao de dis ipulado vivo, ou real, bem omo de auto- onhe imento.Essa ara ter��sti a entral da tradi� ~ao de Tom�e �e a raz~ao porque alguns estudiosos situam essatradi� ~ao e seus textos, omo o Evangelho de Tom�e, omo estando de algum modo ligados �a tradi� ~ao,ou movimento religioso hamado de Gnosti ismo, em espe ial a um de seus prin ipais expoentes quefoi Valentino e sua es ola. Ou seja, a ren� a na ��ntima rela� ~ao, ou mesmo unidade essen ial, entre (1)o indiv��duo (o aminhante, o bus ador), (2) Jesus (a verdadeira luz espiritual ou inspira� ~ao divina),e (3) o Pai, ou Deus em sua dimens~ao maior, mais profunda e universal.Contudo, h�a v�arios aspe tos doutrin�arios importantes do Gnosti ismo que n~ao est~ao presentes natradi� ~ao de Tom�e, o que n~ao permite que essa es ola seja de�nida omo perten endo ao Gnosti ismoantigo ou l�assi o, ou �a es ola gn�osti a de Valentino, do mesmo modo que o Evangelho de Tom�e.�E poss��vel, ao inv�es disso, devido a ser onsiderado por muitos espe ialistas omo anterior aotempo de Valentino, que o Evangelho de Tom�e tenha in uen iado Valentino em sua vis~ao de um pai elestial que abar a a totalidade dos indiv��duos, e que est�a dentro de ada um, por meio de seu �lho.Uma das ara ter��sti as das obras ligadas ao ap�ostolo Tom�e �e a universalidade ou quase ine-xisten ia de se tarismo. Desse modo, tamb�em podemos supor que essa atitude tamb�em ara te-rizava as omunidades rist~as primitivas perten entes �a es ola de Tom�e, na qual essas obras eram ertamente lidas e estudadas.Assim, embora diferentes em v�arios aspe tos, o ponto que une essas es olas �e que o Evangelhode Tom�e tamb�em exp~oe que a luz divina, ou o Reino, n~ao �e apenas algo ao qual o indiv��duo devese unir, mas �e tamb�em uma realidade que j�a existe no momento presente, tanto fora, ao redor doindiv��duo, quanto dentro dele, o que �e a�rmado inequivo amente em um dos ditos.As obras da es ola de Tom�e tamb�em ir ulavam no Egito. L�a podem ter sido onhe idas porValentino e podem o ter in uen iado em sua forma� ~ao ini ial. Os espe ialistas geralmente sup~oe que3

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essas obras da es ola de Tom�e, omo o Evangelho de Tom�e, tenham sido es ritas na S��ria ou ao norteda Mesopotamia, em alguma idade omo Edessa, e h�a bons argumentos que apontam nessa dire� ~ao,mas que n~ao nos pare e ne ess�ario men ion�a-los nessa breve introdu� ~ao. Tais argumentos podem serlidos na obra As Es rituras Gn�osti as, de Bentley Layton, onde tamb�em en ontramos, entre outrosv�arios textos do Gnosti ismo, uma tradu� ~ao do Evangelho de Tom�e. Segundo esses espe ialistas, asobras da es ola de Tom�e deveriam existir pelo menos em duas l��nguas: o grego e o sir��a o (aramai o).Voltando ao Egito, onde o manus rito ompleto foi desenterrado, pare e que esse texto, assim omo outros dos 52 da hamada Bibliote a de Nag Hammadi, se onstituiam em pre iosidades das omunidades rist~as primitivas existentes na regi~ao, pelo menos at�e o momento em que ertas igrejas,l�a pelos s�e ulos ter eiro e quarto d.C., ome� aram a se impor omo dominantes, e j�a semelhantes aoque veio a ser o Cristianismo at�e hoje dominante.Assim, j�a pelo ter eiro s�e ulo d.C. temos not�� ia desse evangelho sendo ta hado de her�eti o,algo que foi repetido depois om mais enfase e violen ia. Isso, �e laro, pode expli ar porque as omunidades e mosteiros, omo o das proximidades de Nag Hammadi, j�a pelos prin ��pios do s�e uloquarto d.C., tenham enterrado suas pre iosidades, as quais tivessem sido onsideradas her�eti as, aoinv�es de simplesmente pro eder sua destrui� ~ao.Dessa forma foram esses manus ritos preservados at�e nossos dias. Podemos supor que algo an�alogotenha o orrido om as omunidades essenias ao enterrarem os textos que se tornaram onhe idos omo Manus ritos do Mar Morto. Esses foram des obertos em avernas pr�oximas ao Mar Morto,tamb�em pr�oximas ao lo al de omunidades essenias e, muito oin identemente, foram des obertosprati amente na mesma �epo a. Esses manus ritos, tamb�em ont�em a hados arqueol�ogi os de grandeimportan ia, tanto para a ristandade em geral, omo para o Cristianismo Budista em espe ial, umavez que os essenios, hoje sabemos, para surpresa da ignoran ia geral a er a desse aspe to, eram muitoin uen iados pelos ensinamentos budistas.Voltando aos a hados das proximidades de Nag Hammadi, no Alto Egito, depois que foram de-senterrados, esses passaram por muitas aventuras que, quem sabe, algum dia inspirar~ao o roteiro deum bom �lme.Quando lemos sobre esses epis�odios, en ontramos narrativas de mortes s�ubitas, disputas sangrentaspelos mesmos, e at�e que a apavorada m~ae dos dois amponeses que en ontraram os manus ritos hegou a queimar alguns dos manus ritos! Outros personagens interessantes fazem parte dessasaventuras, omo um sa erdote opta, um guia de amelo, um ontrabandista fora da lei e que s�otinha um olho, bem omo omer iantes de antiguidades em v�arios ontinentes!Completando o quadro das aventuras por que passaram nossos manus ritos, que por vezes estavamdivididos, sendo que algumas partes estavam, al�em dos omer iantes, tamb�em om estudiosos ea ademi os, que zelozamente as guardavam, ao que pare e desejosos de serem os primeiros a publi aras tradu� ~oes dos prin ipais a hados. E ainda temos problemas pol��ti os, tanto na ionais (do Egito),quanto interna ionais, omo on itos e o bloqueio do Canal de Suez.Tudo isso atrasou a vinda desses manus ritos, verdadeiros tesouros arqueol�ogi os, at�e estarem,em seguran� a, no Museu Copta do Cairo, e traduzidos e publi ados ao al an e do p�ubli o maiorinteressado, omo pare e ser o nosso aso.Dentre esses manus ritos da Bibliote a de Nag Hammadi, o Evangelho de Tom�e talvez seja omais valioso. Pelo menos para n�os esse �e aso devido ao seu onte�udo, supostamente ontendo ditosdo pr�oprio Jesus, de forma muito pou o adulterada pelas distor� ~oes e idolatrias que passaram a ara terizar o Cristianismo durante quase dois milenios, e que ertamente ainda o ara terizam emprati amente todas as suas vertentes at�e os nossos dias.As onsequen ias do dom��nio dessa idolatria s~ao grav��ssimas para o bem estar da humanidade,hoje amplamente globalizada. Do mesmo modo, a esperan� a de dias melhores, mesmo que aindadistantes, passa pelo resgate de uma vis~ao �los�o� o-religiosa na qual os s��mbolos das b��blias do4

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mundo, muito espe ialmente a rist~a, devido �a hegemonia da ultura do O idente, omo pro uramosmostrar em nossos es ritos sobre o Evangelho da Interpreta� ~ao e o Cristianismo Budista (a Roda ea Cruz, omo ostumamos dizer).Seja omo for, podemos, e talvez at�e mesmo devamos, en arar a tradu� ~ao que segue do Evangelhode Tom�e, e sobretudo a interpreta� ~ao dos 114 ditos, �a qual nos dedi aremos, \pianamente", ao longodos pr�oximos anos, om uma atitude experimental, isto �e, omo uma hip�otese a ser testada.Assim, para n�os, da \Roda e Cruz", esse texto ser�a estudado uidadosamente, segundo nossasmelhores luzes, ientes de que, omo es reveu o ap�ostolo Paulo: \a �arvore boa n~ao d�a maus frutos,e a �arvore m�a n~ao d�a bons frutos".N�os o tomaremos omo um teste para a apa idade interpretativa do Evangelho da Interpreta� ~ao(o onjunto dos ensinamentos sobre o verdadeiro Cristianismo que nos foram trazidos pela Dra. AnnaKingsford e Edward Maitland), amparados tamb�em por nossos estudos em bus a de um Budismon~ao id�olatra, por nossos onhe imentos de religi~ao, �loso�a e ien ia omparados e, n~ao menosimportante, por uma postura mental prudente, tolerante e abrangente, ou seja, uma postura mentalque se a redita fundamentada no prin ��pio da fraternidade universal da humanidade, que a reditamosser uma qualidade entral, da essen ia da atitude mental ensinada no primeiro \passo" do Nobre�O tuplo Caminho, que nos foi legado pela tradi� ~ao budista (sama ditta).Mesmo assim, abe dizer ques se es olhemos esse texto, o Evangelho de Tom�e, para essa partede nossos trabalhos ligados �a \Roda e Cruz", ertamente n~ao foi sem a reditarmos que ele possaser uma \�arvore que d�a bons frutos". Pelo pou o que hoje onhe emos desse evangelho, os ditosali ontidos tratam da quest~ao da bus a pela verdade espiritual e seus bons frutos de uma formasimb�oli a, profunda e ne essariamente dif�� il de ser al an� ada pela quase totalidade dos interessados aminhantes-bus adores.H�a nesses ditos uma qualidade de simpli idade, de originalidade e algo de surpreendente, que nosprop~oe um aminhar-bus ar tanto om perseveran� a e on�an� a, quanto om humildade e seriedade,nesse esfor� o de ompreender os ditos em profundidade.Muito provavelmente, as pessoas ligadas �as vis~oes, ren� as e interpreta� ~oes hoje dominantes doCristianismo n~ao ser~ao atra��das por um desa�o desse tipo. J�a a reditam possuir \a verdade, o aminho e a vida".Por�em, deve haver alguns pou os que sintam e vejam que o Cristianismo omo est�a �e parte dosgrandes problemas que a humanidade hoje enfrenta, mas que tamb�em deve haver algo de verdadeironessa tradi� ~ao, que inspirou tantos m��sti os, que trouxe j�oias ulturais, omo o anto gregoriano, ai onogra�a, que repetiu (mesmo om pou o viver) que devemos fazer aos outros omo desejamos quefa� am para n�os, e que, mal ou bem, ou melhor, mal e bem, hoje ainda est�a na base da iviliza� ~aoo idental, uja for� a ultural e e onomi a domina amplamente o planeta, para o bem e para o mal.E, portanto, deve haver uns pou os que se sintam motivados a bus ar a essen ia dessa tradi� ~ao, o\Jesus vivo", tanto fora de n�os, quanto dentro de n�os, omo uma imperiosa ne essidade de nossos dias,sem qualquer desmere imento, muito ao ontr�ario disso, pelas demais tradi� ~oes �los�o� o-religiosasdo Oriente e do O idente, ou da ontribui� ~ao trazida pela l�ogi a experimental da ien ia, que hojedomina as mentes dos mais instru��dos, om seus aspe tos sadios e doentios, ou seja, tamb�em para obem e para o mal.Lembremos, para on luir essa introdu� ~ao, que o Mestre Jesus viveu em uma regi~ao e numa ulturaonde havia tanto a religi~ao judai a de muitos de seus seguidores e ouvintes, mas que essa estava imersaem uma ultura maior, dominante, que in uen iava muito pesadamente a grande maioria dos seusouvintes e seguidores, que talvez possamos hamar de helen��sti a, em sentido amplo, ou seja, queeram in uen iados pela iviliza� ~ao gre o-romana. Isso, pode expli ar tanto alguns on eitos usadospelo Mestre, uma vez que seus termos e on eitos mais profundos s~ao derivados do grego, quantoporque o Evangelho de Tom�e em opta foi traduzido do grego, e porque manteve mesmo no opta5

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palavras gregas para seus prin ipais ensinamentos.Ao mesmo tempo que trazemos ao nosso \pequeno-grande" grupo, nossa tradu� ~ao (feita porGilmar, Mar us e por mim, em vers~ao que onsideramos preliminar), elevo o pensar ao Pai-M~ae,no Alto e dentro de n�os, omo na Ora� ~ao dos Eleitos trazida pela Dra. Kingsford, almejando quenos aben� oe, proteja e inspire em nossos trabalhos futuros, nos fortale endo omo a seus verdadeirosFilhos, segundo nos dedi armos �a eleva� ~ao de nossos irm~aos. Om mani padme hum. Christi simusnon nostri.2 Evangelho de Tom�e (Tradu� ~ao)(Observa� ~ao: Do mesmo modo que a introdu� ~ao a ima - essa tradu� ~ao feita por Arnaldo, Gilmar eMar us - ainda �e um texto provis�orio, que ser�a aprimorado ao longo dos pr�oximos meses e anos, Deovolente, �a medida que nossos estudos interpretativos dos 114 ditos forem avan� ando.)Palavras Ini iais (In ipit)Estes s~ao os ditos o ultos que Jesus, o vivo, proferiu e que foram trans ritos por D��dimo JudasTom�e. (\D��dimo" e \Tom�e" signi� am \gemeo" em grego e em sir��a o ou aramai o: didymos et~a'm~a) Dito 01Ele disse:\Quem en ontrar a interpreta� ~ao (ou o sentido o ulto) destes ditos n~ao provar�a a morte."Dito 02Jesus disse:\Aquele que bus a n~ao deve parar de bus ar at�e que en ontre. Quando en ontrar � ar�asurpreso, e quando estiver surpreso se maravilhar�a e ter�a dom��nio sobre a totalidade." (\e ter�adom��nio sobre a totalidade": em vez disso o fragmento grego en ontrado em Oxirrin o, Egito,traz: \[e℄ estando maravilhado ter�a dom��nio; e [tendo dom��nio℄, ir�a [repousar℄". As �ultimaspalavras est~ao apenas par ialmente preservadas no fragmento grego)Dito 03Jesus disse:\Se vossos l��deres vos disserem: `o Reino (de Deus) est�a no �eu', ent~ao os p�assaros do �euestar~ao mais pr�oximos. Se vos disserem: `o Reino est�a no mar', ent~ao os peixes estar~ao maispr�oximos. Mas o Reino est�a dentro e est�a fora de v�os.Quando vos tornardes onhe idos de v�os mesmos (ou \ onhe erdes a v�os mesmos"), ent~aosereis re onhe idos. E ompreendereis que sois �lhos do Pai vivo. Mas se n~ao vos tornardes onhe idos de v�os mesmos, ent~ao estais na pen�uria, e v�os sois a pen�uria." (o frag. grego tem:\[Aqueles que℄ se tornam onhe idos de [si mesmos℄ o en ontrar~ao; [e quando v�os℄ vos tornardes onhe idos de v�os mesmos, [ ompreendereis isso℄")Dito 046

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Jesus disse:\Um homem maduro n~ao hesitar�a em perguntar a uma rian inha de sete dias a respeito dolugar da vida. E esse homem viver�a. Pois muitos que s~ao os primeiros ser~ao os �ultimos e elesse tornar~ao um s�o." Dito 05Jesus disse:\Conhe e o que est�a diante da tua vista (diante dos teus olhos, ao al an e da tua per ep� ~ao),e o que est�a o ulto te ser�a revelado. Porque n~ao h�a nada o ulto que n~ao venha a ser revelado."(o frag. grego em seguida tem: \e nada enterrado que [n~ao ser�a elevado℄".)Dito 06Seus dis ��pulos lhe perguntaram e disseram:\Queres que jejuemos? Como devemos orar? Devemos dar esmolas? Que regime alimentardevemos observar?"Jesus disse: N~ao mintais, e n~ao fa� ais o que odiais, porque todas as oisas est~ao laras diantedo �eu (o frag. grego tem: \diante da verdade"). Pois n~ao h�a nada o ulto que n~ao venha a serrevelado, e n~ao h�a nada en oberto que permane er�a sem ser des oberto."Dito 07Jesus disse:\Bem-aventurado �e o le~ao que �e devorado pelo homem, de modo que o le~ao se torna homem.Infeliz �e o homem que �e devorado pelo le~ao, e o le~ao ainda se torna homem."Dito 08E Ele disse:\O homem �e omo um pes ador s�abio que lan� a a rede ao mar e puxa a rede heia de peixespequenos. Entre eles o s�abio pes ador des obre um bom peixe grande. Ent~ao, o pes ador jogatodos os peixes pequenos de volta ao mar e sem qualquer hesita� ~ao guarda o peixe grande.Aquele que tiver ouvidos para ouvir, ou� a!"Dito 09Jesus disse:\Es utai: um semeador saiu, tomou um punhado de sementes e as lan� ou. Algumas a��ramno aminho e vieram os passarinhos e as omeram. Outras a��ram sobre a ro ha, n~ao deitaramra��zes no solo e assim n~ao produziram gr~aos. Outras a��ram nos espinhos e eles sufo aram assementes e os vermes as devoraram. Outras a��ram em terra boa e produziram boa safra, umasderam sessenta por medida e outras ento e vinte por medida."7

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Dito 10Jesus disse:\Lan ei fogo sobre o mundo e vede, eu o vigio at�e que ele (o mundo) arda em hamas."Dito 11Jesus disse:\Este �eu passar�a, e o que est�a a ima dele passar�a. O mortos n~ao est~ao vivos, e os vivosn~ao morrer~ao. Durante os dias em que omestes o que est�a morto, �zestes om que voltasse �avida. Quando estais na luz, o que fareis? No dia em que fostes um, vos tornastes dois. Masquando vos tornardes dois, o que fareis?" Dito 12Os dis ��pulos disseram a Jesus:\Sabemos que nos deixareis. Quem ent~ao ser�a o nosso lider?"Jesus lhes respondeu: \N~ao importa aonde estejais, devereis ir a Tiago o justo, quem [ onhe eas raz~oes porque℄ o �eu e a terra vieram a existir." (segundo tradi� ~ao antiga, Tiago era irm~aode Jesus e, portanto, de Tom�e. Tiago foi l��der da primeira omunidade rist~a em Jerusal�em)Dito 13Jesus disse a seus dis ��pulos:\Comparai-me om alguma oisa e dizei-me a quem me pare� o." Sim~ao Pedro disse: \Tepare es om um mensageiro (anjo) de retid~ao ( orreto)." Mateus disse: \Te pare es a um s�abio�l�osofo." Tom�e disse: \Mestre, minha bo a n~ao permite, em absoluto, dizer om quem tepare es." Jesus disse: \N~ao sou teu mestre, porque bebestes, est�as �ebrio da fonte borbulhanteque eu marquei." Ent~ao ele o pegou, afastou-se, e lhe disse tres ditos. Quando Tom�e voltoupara seus ompanheiros, eles lhe perguntaram: \O que Jesus te disse?" Tom�e lhes disse: \Seeu vos disser um dos ditos que ele me disse, pegareis pedras e me apedrejareis, sair�a fogo daspedras e vos queimareis." Dito 14Jesus lhes disse:\Se jejuardes, trareis pe ado sobre v�os. Se orardes, sereis ondenados. Se derdes esmolas,prejudi areis vossos esp��ritos. Quando fordes a qualquer lo alidade e andardes de lugar emlugar, e as pessoas vos re eberem, omam o que vos servirem e urem os enfermos entre eles.Pois aquilo que entra em vossa bo a n~ao vos prejudi ar�a, �e aquilo que sai de vossa bo a que vosprejudi ar�a." Dito 158

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Jesus disse:\Quando virdes algu�em n~ao nas ido de mulher, prostrai-vos om o rosto ao h~ao, e O adorai:Aquele �e vosso Pai." Dito 16Jesus disse:\Talvez as pessoas pensem que �e a paz que vim lan� ar sobre o mundo. Eles n~ao sabem quevim lan� ar disputas sobre a terra: fogo, espada e lutas. Pois, havendo in o numa asa, tres� ar~ao ontra dois, e dois ontra tres, pai ontra �lho, e �lho ontra pai; e eles permane er~ao omo solit�arios." Dito 17Jesus disse:\Vos darei aquilo que jamais os olhos viram, os ouvidos ouviram, as m~aos to aram, nemjamais despontou (verdadeiros al an� ar, ompreender, on eber, onhe er, des obrir, en ontrar,nas er) no ora� ~ao (mente) do homem." Dito 18Os dis ��pulos disseram a Jesus:\Fale-nos sobre o �m."Jesus disse: \Ent~ao, j�a des obristes sobre o ome� o, de modo que bus ais pelo �m? Pois ondeest�a o ome� o estar�a o �m. Bem-aventurado aquele que permane e no ome� o: esse onhe er�ao �m e n~ao provar�a a morte." Dito 19Jesus disse:\Bem-aventurado �e aquele que era (que veio a ser) antes de existir.Se vos tornastes meus dis ��pulos e es utais minhas palavras, estas pedras vos servir~ao (vosministrar~ao).Pois, na verdade, h�a para v�os in o �arvores no Para��so; elas n~ao mudam no ver~ao ou noinverno, e suas folhas n~ao aem. Aquele que as onhe er n~ao provar�a a morte."Dito 20Os dis ��pulos disseram a Jesus:\Dize-nos om o que se assemelha o Reino dos C�eus?"Ele lhes disse: \Assemelha-se a uma semente de mostarda. [Ela℄ �e menor do que as outrassementes, mas quando ai em solo preparado, torna-se uma enorme planta e abriga os p�assarosdo �eu." 9

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Dito 21Maria disse a Jesus:\Com o que se assemelham teus dis ��pulos?"Ele disse: \Eles se assemelham a rian� as que vivem em um ampo que n~ao �e delas. Quandoos donos da terra hegam, lhes dizem: `Devolvam-nos nosso ampo.' Elas � am nuas em suapresen� a, e lhes devolvem o seu ampo.Por isso digo, se o propriet�ario de uma terra sabe que est�a hegando um ladr~ao, � ar�a devigia antes que hegue o ladr~ao, e n~ao deixar�a que o ladr~ao entre na asa de sua propriedade eroube suas posses.V�os, portanto, � ai em guarda ontra o mundo. Preparai-vos om grande for� a, de modoque os bandidos n~ao possam en ontrar um aminho para hegar at�e v�os; pois os problemas queesperais vir~ao. Que haja dentre v�os uma pessoa de entendimento!Quando a safra � a madura, aquela pessoa vem rapidamente, trazendo uma foi e, e a olhe.Quem tiver ouvidos para ouvir, ou� a!" Dito 22Jesus viu umas rian inhas mamando. Ele disse a seus dis ��pulos:\Essas rian inhas que est~ao mamando se assemelham aos que entram no Reino."Eles lhe disseram: \Ent~ao entraremos no reino sendo rian inhas?"Jesus lhes disse: \Quando do dois �zerdes um, quando �zerdes o interno omo o externoe o externo omo o interno, e o que est�a a ima omo o que est�a embaixo, e quando �zerdes oma ho e a femea serem um s�o, de modo que o ma ho n~ao seja ma ho nem a femea seja femea,quando �zerdes olhos em lugar de um olho, m~ao em lugar de uma m~ao, p�e em lugar de um p�e,e imagem em lugar de uma imagem, ent~ao entrareis [no Reino℄."Dito 23Jesus disse:\Vos es olherei um entre mil e dois entre dez mil, e permane ereis omo um s�o."Dito 24Seus dis ��pulos disseram:\Mostre-nos o lugar onde estais, pois devemos bus �a-lo."Ele lhes disse: \Quem tiver ouvidos para ouvir, que ou� a! H�a luz dentro de uma pessoa deluz, e sua luz ilumina o mundo todo. Se ela n~ao brilhar, h�a es urid~ao."Dito 25Jesus disse:\Ama teu irm~ao omo tua alma; o proteja omo a pupila de teus olhos."Dito 2610

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Jesus disse:\Vedes o is o no olho do vosso irm~ao, mas n~ao vedes a viga em vosso pr�oprio olho. Quandotirardes a viga do vosso pr�oprio olho, vereis om lareza su� iente para remover o is o do olhode vosso irm~ao." Dito 27Jesus disse:\Se n~ao vos abstiverdes (jejuardes) do mundo, n~ao en ontrareis o Reino. Se n~ao observardeso Sabbath omo um Sabbath (nas ra��zes sem��ti as: essar, repousar, ver) n~ao ontemplareis(vereis) o Pai." Dito 28Jesus disse:\Assumi meu lugar diante do mundo. E para eles me manifestei en arnado (na arne, em arne e osso). En ontrei-os todos embriagados. E n~ao en ontrei nenhum deles om sede. Minhaalma se ompade eu pelos �lhos da humanidade, pois eles est~ao egos em seus ora� ~oes e n~aopodem ver. Vazios vieram ao mundo, e tamb�em vazios eles pro uram sair do mundo. Contudo,por enquanto eles est~ao embriagados. Quando se libertarem do seu vinho, ent~ao mudar~ao seus ora� ~oes (se arrepender~ao, se onverter~ao)."Dito 29Jesus disse:\�E algo maravilhoso se a arne veio �a existen ia por ausa do esp��rito. Mas se o esp��rito[veio �a existen ia℄ por ausa da arne, �e uma maravilha das maravilhas. Contudo, quanto amim, � o maravilhado pelo modo omo essa grande riqueza veio habitar nesta pobreza!"Dito 30Jesus disse:\Onde houver tres seres divinos, eles s~ao divinos. Onde houver dois ou um, eu estou omaquele." Dito 31Jesus disse:\Nenhum profeta �e bem a eito em sua pr�opria vila; nenhum m�edi o ura aqueles que o onhe em." Dito 3211

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Jesus disse:\Uma idade onstru��da em uma alta olina e forti� ada n~ao pode air. Nem pode seres ondida." Dito 33Jesus disse:\Aquilo que ouvirdes em vosso ouvido, pro lamai aos outros ouvidos do alto dos vossostelhados. Pois ningu�em a ende uma lampada e a olo a sob um esto, nem a olo a em umlugar es ondido. Antes, ela �e olo ada em um lampad�ario de modo que todos que entram esaem vejam sua luz." Dito 34Jesus disse:\Se um ego onduzir outro ego, ambos air~ao no po� o."Dito 35Jesus disse:\N~ao se pode entrar na asa de um homem forte e tom�a-la pela for� a sem antes atar suasm~aos. Ent~ao �e poss��vel revistar sua asa." Dito 36Jesus disse:\N~ao vos preo upeis, desde a manh~a at�e a noite e da noite at�e a manh~a, om aquilo que ireisvestir." (no frag. grego temos: \[que alimento℄ v�os [ omereis℄, [ou℄ que [roupa℄ vestireis. [Soismuito℄ melhor do que os [l��rios℄, que n~ao ardam nem te em. E quanto a v�os, o que [vestireis℄quando n~ao tiverdes nenhuma roupa? Quem a res entaria �a vossa estatura? �E ele que vos dar�aa vossa roupa.") Dito 37Seus dis ��pulos disseram:\Quando te revelar�as para n�os e quando te veremos?" (no frag. grego: \Quando ser�asvis��vel para n�os, e quando te ontemplaremos?")Jesus disse: \Quando vos despirdes (� ardes nus) sem sentir vergonha, e tirardes vossasroupas e as puserdes sob vossos p�es e as pisoteardes omo rian inhas, ent~ao vereis o Filho doVivo (Daquele que Vive) e n~ao tereis medo."Dito 3812

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Jesus disse:\Muitas vezes desejastes ouvir estas palavras que vos digo. E n~ao tendes ningu�em mais dequem ouvi-las. Haver�a dias em que me bus areis e n~ao me en ontrareis."Dito 39Jesus disse:\Os fariseus e os es ribas (eruditos) tomaram as haves do onhe imento e eles as es onde-ram. N~ao entraram, nem pemitiram que aqueles que queriam entrar entrassem. Quanto a v�os,sede t~ao astutos omo as serpentes e t~ao ino entes omo as pombas."Dito 40Jesus disse:\Uma videira foi plantada separada do Pai. Mas omo n~ao �e forte e saud�avel, ser�a arran adapelas ra��zes e pere er�a." Dito 41Jesus disse:\Aqueles que possuam (lit. `em suas m~aos'), mais lhes ser�a dado, e aqueles que n~ao possuam,mesmo o pou o que tenham lhes ser�a tirado."Dito 42Jesus disse:\Sede passantes." (Parti ��pio do verbo grego paragein, `ir passando por alguma oisa oualgu�em') Dito 43Seus dis ��pulos lhe disseram:\Quem sois v�os para nos dizerdes estas oisas?"[Jesus lhes disse℄: \N~ao entendeis quem sou eu a partir daquilo que vos digo? Com efeito,vos tornastes omo muitos judeus, pois eles amam a �arvore mas odeiam seus frutos, ou elesamam os frutos mas odeiam a �arvore." Dito 44Jesus disse: 13

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\Aquele que blasfemar ontra o Pai ser�a perdoado, aquele que blasfemar ontra o Filho ser�aperdoado, por�em aquele que blasfemar ontra o Esp��rito Santo n~ao ser�a perdoado, nem na terranem no �eu." Dito 45Jesus disse:\Uvas n~ao s~ao olhidas nos espinheiros, nem �gos s~ao apanhados nos abrolhos, pois eles n~aod~ao frutos. As pessoas boas geram bondade a partir do que juntaram (guardaram, esto aram);as pessoas m�as produzem oisas m�as a partir da perversidade que juntaram em seus ora� ~oes,e da�� dizem oisas m�as. Pois a partir daquilo que transborda de seus ora� ~oes elas geram o mal( oisas m�as)." Dito 46Jesus disse:\Desde Ad~ao at�e Jo~ao Batista, entre aqueles nas idos de mulheres, nenhum �e maior do queJo~ao Batista, de modo que seus olhos n~ao baixem (diante dele). Mas tenho dito que aquele dentrev�os que se tornar uma rian� a onhe er�a o Reino e se tornar�a maior do que Jo~ao (Batista)."Dito 47Jesus disse:\Uma pessoa n~ao pode montar dois avalos ou vergar dois ar os, e um servo n~ao pode servirdois mestres, pois honrar�a um e ofender�a o outro. Ningu�em bebe vinho velho e imediatamentedeseja beber vinho novo. Vinho novo n~ao �e derramado em velhos odres, pois eles podem seromper, e vinho velho n~ao �e derramado em um odre novo, pois ele pode estragar. Um velhoremendo n~ao �e osturado em uma roupa nova, uma vez que ele pode rasgar."Dito 48Jesus disse:\Se dois �zerem as pazes um om o outro numa mesma asa, eles dir~ao a uma montanha:`mude-se (mova-se) para outro lugar' - e ela se mudar�a."Dito 49Jesus disse:\Bem-aventurados aqueles que s~ao solit�arios e eleitos (ou `os solit�arios e as pessoas eleitas'),porque en ontrareis o Reino. Pois do Reino viestes, e para l�a outra vez retornareis."Dito 50Jesus disse: 14

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\Se vos disserem: `De que lugar viestes (de onde sois)?', dizei-lhes: `Viemos da luz - doLugar onde a luz veio �a existen ia por si mesma, se estabele eu (em repouso), e se manifesta naimagem deles.' (ou `�as imagens deles')Se vos disserem: `Quem sois v�os?', dizei: `Somos sua prole (seus �lhos), e somos os es olhidosdo Pai vivo.'Se vos perguntarem: `Qual �e o sinal do vosso Pai dentro de v�os?', dizei-lhes: `�E movimentoe repouso.' " Dito 51Seus dis ��pulos disseram-lhe:\Quando o repouso dos mortos ter�a lugar, e quando o mundo novo hegar�a?"Ele lhes disse: \O que aguardais j�a veio, mas v�os n~ao o re onhe eis."Dito 52Seus dis ��pulos disseram-lhe:\Vinte e quatro profetas ministraram em lsrael, e todos eles falaram de ti."Ele lhes disse: \Tendes des uidado [Aquele℄ Vivo que est�a em vossa presen� a, e tendes faladodos mortos." Dito 53Seus dis ��pulos lhe disseram:\A ir un is~ao bene� ia ou n~ao?"Ele lhes disse: \Se ela bene� iasse, os pais das pessoas as gerariam de suas m~aes j�a ir un- idadas. Antes, �e a verdadeira ir un is~ao em esp��rito que torna-se bene� ente sob todos osaspe tos." Dito 54Jesus disse:\Bem-aventurados [os pobres℄, pois vosso �e o Reino dos �eus."Dito 55Jesus disse:\Aquele que n~ao odeia pai e m~ae n~ao pode ser meu dis ��pulo, e aquele que n~ao odeia seusirm~aos e irm~as e n~ao toma sua ruz omo eu n~ao ser�a digno de mim."Dito 56Jesus disse: 15

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\Aquele que hegou a onhe er o mundo des obriu um ad�aver, e o mundo n~ao �e dignodaquele que des obriu tal ad�aver." Dito 57Jesus disse:\O Reino do Pai se assemelha a um homem que tinha [boa℄ semente. Seu inimigo veiode noite e espalhou sementes de erva daninha junto da semente boa. O homem n~ao deixouque arran assem a erva daninha, dizendo: `N~ao o fa� ais por re eio de que, ao arran ar a ervadaninha, arranqueis o trigo juntamente om ela. Assim, no dia da olheita, a erva daninha� ar�a aparente e ser�a arran ada e queimada.' "Dito 58Jesus disse:\Bem-aventurado aquele que sofreu (trabalhou) e en ontrou vida."Dito 59Jesus disse:\Que o vosso olhar esteja voltado para o Vivo enquanto estiverdes vivo, de outro modopodereis morrer e ent~ao tentar ver o Vivo e n~ao sereis apazes de ve-Lo."Dito 60[Ele viu℄ um samaritano indo para a Jud�eia, arregando um ordeiro. E disse aos seus dis ��pulos:\[Porque est�a℄ essa pessoa [ arregando℄ o ordeiro?"Eles lhe disseram: \A �m de o matar e o omer."Ele lhes disse: \Ele n~ao o omer�a enquanto estiver vivo, mas somente quando o matar e elese tornar um ad�aver."Eles disseram: \De outro modo ele n~ao pode fazer isso."Ele lhes disse: \Assim tamb�em om v�os, pro urai um lugar de repouso (pausa, des anso)para v�os mesmos, para que n~ao vos torneis uma ad�aver e sejais omidos."Dito 61Jesus disse:\Dois repousar~ao num sof�a: um morrer�a, o outro viver�a."Salom�e disse: \Quem �es tu, �o homem? Subistes em meu sof�a e omestes da minha mesa omo se fossemos um."Jesus lhe disse: \Eu sou aquele que vem daquilo que n~ao �e dividido. Foram-me dadas das oisas de meu Pai." [...℄Salom�e disse: \Eu sou tua dis ��pula." [...℄[Jesus disse℄: \Por isso digo, uma pessoa assim, n~ao dividida (inteira, ��ntegra, integrada)tornar-se-�a heia de luz, mas uma pessoa dividida tornar-se-�a heia de trevas."16

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Dito 62Jesus disse:\Revelo meus mist�erios �aqueles [que s~ao dignos℄ de [meus℄ mist�erios. Que vossa m~ao esquerdan~ao saiba o que vossa m~ao direita est�a fazendo."Dito 63Jesus disse:\Havia um homem ri o que tinha muito dinheiro. Ele disse: `Investirei minha riqueza a �mde semear, olher e armazenar, at�e en her meus eleiros de mantimentos, para que nada mefalte.' Tais eram as oisas que pensava em seu ora� ~ao, por�em naquela mesma noite ele morreu.Quem tiver ouvidos para ouvir, ou� a!" Dito 64Jesus disse:\Um homem re ebia h�ospedes de fora. Tendo preparado a eia, enviou seu servo para onvidar outras pessoas. O servo foi ao primeiro e disse: `Meu senhor vos onvida'. Esselhe disse: `Alguns ata adistas me devem; eles vir~ao esta noite e terei de dar-lhes instru� ~oes.Agrade� o o onvite para o jantar'. + O servo foi a outro e disse: `Meu senhor vos onvida'.Esse disse ao servo: `Comprei um im�ovel, e estou o upado nessa o asi~ao. N~ao posso ir'. Oservo foi at�e um outro e disse: `Meu senhor vos onvida'. Esse disse ao servo: `Um amigo est�ase asando e vou ofere er o jantar. N~ao posso ir, tenho de de linar o onvite'. O servo foi amais outro e disse: `Meu mestre vos onvida'. Esse disse ao es ravo: `Comprei uma vila; tenhoque re eber alugu�eis. N~ao posso ir. Tenho de agrade er o onvite'. O servo veio e disse a seusenhor: `As pessoas que onvidastes para a eia agrade eram o onvite e de linaram'. O senhordisse ao servo: `Anda pelas ruas; onvida os que en ontrares para o jantar'. Compradores e omer iantes n~ao entrar~ao nos lugares de meu Pai."Dito 65Ele disse:\Um homem [de posses, que emprestava dinheiro℄ tinha uma vinha e a entregou nas m~aos dearrendat�arios para que a ultivassem, de modo que pudesse obter um rendiment o. Ele enviouseu servo para que os ultivadores dessem o rendimento da vinha ao servo. Eles o agarraram,surraram e quase mataram o servo, e esse foi e falou para seu senhor. Seu amo disse: `Talvezeles n~ao o [o servo℄ re onhe essem', e enviou outro servo. Os ultivadores bateram no outroservo. Depois disso, o propriet�ario enviou seu �lho e disse: `Talvez respeitem meu �lho'. Os ultivadores re onhe endo que era o herdeiro da vinha, o agarraram e o mataram. Quem tiverouvidos para ouvir, que ou� a!" Dito 66Jesus disse: 17

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\Mostrai-me �a pedra rejeitada pelos onstrutores: essa �e a pedra angular."Dito 67Jesus disse:\Aquele que onhe e todas as oisas, mas est�a arente dentro de si mesmo, est�a arente detodas as oisas." Dito 68Jesus disse:\Bem-aventurados sereis quando odiados e perseguidos. Que n~ao se en ontre o lugar ondequer que tenhais sido perseguidos." Dito 69Jesus disse:\"Bem-aventurados s~ao aqueles que foram perseguidos (at�e mesmo) em seus ora� ~oes: eless~ao verdadeiramente os que hegaram a onhe er o Pai. Bem-aventurados os que tem fome (a�m de sa iar os famintos), pois a barriga daquele em ne essidade pode ser preen hida."Dito 70Jesus disse:\Se manifestardes aquilo que est�a dentro de v�os, aquilo que tendes (dentro de v�os) vossalvar�a. Se n~ao tiverdes (aquilo) dentro de v�os, aquilo que n~ao tendes vos matar�a."Dito 71Jesus disse:\Destruirei [esta℄ asa, e ningu�em poder�a onstru��-la [novamente℄."Dito 72Uma [pessoa disse℄ a ele:\Diga a meus irm~aos que dividam suas posses omigo."Ele disse �a pessoa: \Homem, quem fez de mim um repartidor?"Voltou-se para seus dis ��pulos e lhes disse: \N~ao sou um repartidor, sou?"Dito 73Jesus disse: 18

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\A messe (safra, olheita) �e grande mas os oper�arios s~ao pou os, assim, pedi ao senhor da olheita que envie oper�arios para os ampos."Dito 74Ele disse:\Senhor, h�a muitos em volta (nas proximidades) do bebedouro, mas ningu�em na isterna(po� o)." Dito 75Jesus disse:\H�a muitos em p�e diante da porta, mas somente aqueles que est~ao s�os entrar~ao na amaranup ial." Dito 76Jesus disse:\O Reino do Pai se assemelha a um nego iante que tinha um estoque de mer adoria e soubeda existen ia de erta p�erola. Esse mer ador era perspi az, vendeu toda a mer adoria e omproua �uni a p�erola.V�os, tamb�em, bus ai aquele tesouro que n~ao falha, que �e duradouro, l�a onde a tra� a n~ao seaproxima para roer e (onde) nenhum arun ho vem para destruir."Dito 77Jesus disse:\Eu sou a luz que est�a sobre todos. Eu sou a totalidade. De mim tudo veio, e �e para mimque tudo se expande. Ra hai um peda� o de madeira, l�a estou eu. Levantai uma pedra, l�a meen ontrareis." Dito 78Jesus disse:\Por que sa��stes para o ampo? Para verdes um jun o balan� ando ao vento? E para verdesalgu�em vestido de roupas �nas [ omo vossos℄ governantes e vossos homens no poder? Eles usam�nas roupas, mas n~ao podem ompreender a verdade?"Dito 79Uma mulher na multid~ao lhe disse: 19

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\Bem-aventurados s~ao o ventre que te abrigou e os seios que te alimentaram."Ele [lhe℄ disse: \Bem-aventurados s~ao aqueles que ouviram a palavra do Pai e que verdadei-ramente a guardaram. Pois haver�a dias em que direis: `Bem-aventurados s~ao o ventre que n~ao on ebeu e os seios que n~ao amamentaram.' "Dito 80Jesus disse:\Aquele que veio a onhe er o mundo des obriu o orpo, e o mundo n~ao �e digno daqueleque des obriu o orpo." (Este dito �e quase identi o ao de no� 56, que iguala o mundo a um\ ad�aver", pt~oma, em grego, em vez de orpo, to s~oma, em grego.)Dito 81Jesus disse:\Aquele que se tornou ri o deve reinar, e aquele que tem poder deve renun iar [a ele℄."Dito 82Jesus disse:\Aquele que est�a perto de mim est�a perto do fogo, e aquele que est�a longe de mim est�a longedo Reino." Dito 83Jesus disse:\As imagens est~ao manifestadas aos seres humanos. Mas a luz dentro delas permane evelada na imagem da luz do Pai. O Pai ser�a revelado, mas sua imagem permane er�a velada porsua luz." Dito 84Jesus disse:\Quando vedes vossa semelhan� a ( omo num espelho) � ais exultantes. Mas quando o-nhe erdes vossas imagens que vieram �a existen ia antes de v�os, e nem morrem nem se tornamvis��veis, quanto mais tereis de viven iar (suportar)!"Dito 85Jesus disse:\Ad~ao veio (�a existen ia) a partir de um grande poder e de uma grande riqueza, mas ele n~aofoi digno de v�os. Porque, se tivesse sido digno (de v�os), n~ao teria morrido (provado a morte)."20

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Dito 86Jesus disse:\[As raposas tem℄ suas to as e as aves tem seus ninhos, mas o �lho do homem n~ao tem umlugar para deitar-se e repousar." Dito 87Jesus disse:\Infeliz �e o orpo que depende de um orpo, e infeliz �e a alma que depende desses dois."Dito 88Jesus disse:\Os mensageiros e os profetas vir~ao at�e v�os e vos dar~ao aquilo que a v�os perten e. De vossaparte, dai a eles o que tendes, e dizei a v�os mesmos: `Quando vir~ao eles e tomar~ao aquilo que aeles perten e?' " Dito 89Jesus disse:\Por que lavais o exterior da ta� a? N~ao per ebeis ( ompreendeis) que o que fez o interior �etamb�em o que fez o exterior?" Dito 90Jesus disse:\Vinde a mim, pois meu jugo �e f�a il e minha autoridade (ou `senhorio', a rela� ~ao entresenhor e es ravo) �e suave, e en ontrareis repouso para v�os mesmos."Dito 91Eles lhe disseram:\Dize-nos quem �es, para que reiamos em ti."Ele lhes disse: \Examinais a fa e do �eu e da terra, e n~ao re onhe eis aquele que est�a diantede v�os, e n~ao onhe eis omo examinar o tempo presente." (ou \esse tempo de rise", no grego:kairos) Dito 92Jesus disse: 21

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\Bus ai e en ontrareis. No passado, no entanto, n~ao vos respondi algumas oisas que meperguntastes. Agora estou querendo vos falar (responder) tais oisas, mas n~ao as estais bus- ando." Dito 93[Jesus disse℄:\N~ao deis o que �e sagrado aos ~aes, pois eles podem jog�a-lo no lixo. N~ao jogueis p�erolas[aos℄ su��nos, eles podem desperdi� �a-las na lama."Dito 94Jesus [disse℄:Aquele que bus a, en ontrar�a, e para aquele [que bate℄ lhe ser�a aberto."Dito 95[Jesus disse℄:\Se tendes dinheiro, n~ao o empresteis obrando juros. Antes, dai [o dinheiro℄ �aquele quen~ao o devolver�a." Dito 96Jesus [disse℄:\O Reino do Pai se assemelha a [uma℄ mulher que tomou uma pequena por� ~ao de fermento,o [misturou℄ na massa, e produziu grandes p~aes. Quem tiver ouvidos para ouvir, ou� a!"Dito 97Jesus disse:\O Reino do [Pai℄ se assemelha om uma mulher que estava levando um [jarro℄ heio defarinha. Enquanto ela viajava por uma estrada distante, a al� a do jarro se quebrou e a farinha foise derramando atr�as dela [pela℄ estrada. Ela n~ao se deu onta do a idente que tinha a onte ido.Quando hegou em sua asa, baixou o jarro e des obriu que ele estava vazio."Dito 98Jesus disse:\O Reino do Pai se assemelha a um homem que queria matar um homem poderoso. En-quanto estava em sua asa, ele puxou a espada e a ravou na parede, para saber se sua m~aoestaria forte o su� iente. Ent~ao, ele foi e matou o homem poderoso."22

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Dito 99Os dis ��pulos lhe disseram:\Vossos irm~aos e vossa m~ae est~ao esperando l�a fora".Ele lhes disse: \Aqueles aqui que umprem a vontade de meu Pai s~ao meus irm~aos e minham~ae. Eles s~ao os que entrar~ao no Reino de meu Pai."Dito 100Eles mostraram a Jesus uma moeda de ouro e lhe disseram:\Os homens de C�esar est~ao nos obrando impostos."Ele lhes disse: \Dai a C�esar aquilo que perten e a C�esar, dai a Deus aquilo que perten e aDeus, e dai-me aquilo que a mim perten e."Dito 101[Jesus disse℄:\Aquele que n~ao odeia [pai℄ e m~ae omo eu n~ao pode ser meu [dis ��pulo℄, e aquele que [n~ao℄ama [pai e℄ m~ae omo eu n~ao pode ser meu [dis ��pulo℄. Pois minha m~ae [me deu ilus~ao℄, por�emminha verdadeira [m~ae℄ me deu vida." Dito 102Jesus disse:\Ai dos fariseus. Pois eles s~ao omo um ~ao dormindo na manjedoura do gado, porque elenem ome nem [deixa℄ o gado omer." Dito 103Jesus disse:\Bem-aventurados aqueles que sabem por onde os ladr~oes v~ao entrar, de modo que possamse preparar, reunir suas for� as (armas), e estarem prontos antes que os ladr~oes heguem."Dito 104Eles disseram a Jesus:\Vamos, rezemos hoje, e jejuemos."Jesus disse: \Qual o pe ado que ometi, ou em que fui derrotado? Antes per�em, quando onoivo sair da amara nup ial, ent~ao, que as pessoas jejuem e orem."Dito 10523

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Jesus disse:\Aquele que onhe e o pai e a m~ae ser�a hamado de �lho de uma prostituta."Dito 106Jesus disse:\Quando �zerdes do dois apenas um, vos tornareis rian� as da humanidade; e quando dis-serdes: `Montanha, mova-se daqui!', ela se mover�a."Dito 107Jesus disse:\O Reino �e semelhante a um pastor que tinha em ovelhas. Uma delas, a maior, se extraviou.Ele deixou as noventa e nove e pro urou por ela at�e que a en ontrou. Depois de seu esfor� o, eledisse �a ovelha: `Eu te amo mais do que �as noventa e nove'."Dito 108Jesus disse:\Aquele que bebe da minha bo a tornar-se-�a omo eu; eu mesmo me tornarei tal pessoa, eos mist�erios lhe ser~ao revelados." Dito 109Jesus disse:\O Reino �e omo um homem que tinha um tesouro es ondido em seu ampo mas n~ao sabia.Quando ele morreu, deixou o ampo para seu [�lho℄. O �lho n~ao sabia [do tesouro℄. Ele re ebeuo ampo e o vendeu. O omprador ao arar o ampo [des obriu℄ o tesouro, e ome� ou a emprestardinheiro a juros a todos que desejou emprestar."Dito 110Jesus disse:\Aquele que en ontrou o mundo e tornou-se ri o, que ele renun ie ao mundo."Dito 111Jesus disse:\Para aquele que estiver vivo a partir do Vivo os �eus e a terra se abrir~ao e ele n~ao onhe er�anem morte nem [temor℄. O mundo n~ao �e digno daquele que en ontrou a si mesmo."24

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Dito 112Jesus disse:\Infeliz da arne que depende da alma. E pobre da alma que depende da arne."Dito 113Seus dis ��pulos disseram:\Quando vir�a o Reino?"[Jesus disse℄: \Ele n~ao vir�a por ser esperado. N~ao se dir�a: `Vejam, (o Reino) est�a aqui'.Ou, `vejam, (o Reino) est�a l�a'. Em vez disso, o Reino do Pai est�a espalhado pela terra, mas aspessoas n~ao o veem." Dito 114Sim~ao Pedro lhes disse:\Que Maria nos deixe, pois as mulheres n~ao s~ao dignas da vida."Jesus disse: \Vede, vou orient�a-la para que se torne mas ulina, a �m de que ela tamb�em setorne um esp��rito vivo semelhante a v�os, homens (ma hos). Pois todo (elemento) feminino (ou,toda mulher) que se faz mas ulino (ou, ma ho) entrar�a no Reino dos C�eus."

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