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O Brasil Social e Outros Estudos Sociologicos - Silvo Romero - Iba Mendes

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Slvio Romero O Brasil social e outros estudos sociolgicos Publicado postumamente em 1902. Slvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero(1851 1914) Projeto Livro Livre Livro 318 Poeteiro Editor Digital So Paulo - 2014 www.poeteiro.com Projeto Livro Livre OProjetoLivroLivreumainiciativaque propeocompartilhamento,deformalivree gratuita, de obras literrias j em domnio p!blico ouquetenhamasuadivulga"#odevidamente autori$ada, especialmente o livro em seu formato %igital& 'o(rasil,segundoaLein)*&+,-,noseuartigo.,,osdireitospatrimoniaisdo autor perduram por setenta anos contados de ,/ de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento& O mesmo se observa em Portugal& 0egundo o 12digo dos %ireitosde3utoredos%ireitos1one4os,emseucaptulo56eartigo7,),o direitodeautorcaduca,nafaltadedisposi"#oespecial,8-anosap2samorte do criador intelectual, mesmo que a obra s2 tenha sido publicada ou divulgada postumamente& OnossoProjeto,quetempor!nicoee4clusivoobjetivocolaboraremprolda divulga"#odobomconhecimentona5nternet,buscaassimn#oviolarnenhum direitoautoral&9odavia,casosejaencontradoalgumlivroque,poralguma ra$#o, esteja ferindo os direitos do autor, pedimos a gentile$a que nos informe, a fim de que seja devidamente suprimido de nosso acervo& :speramos um dia, quem sabe, que as leis que regem os direitos do autor sejam repensadasereformuladas,tornandoaprote"#odapropriedadeintelectual uma ferramenta para promover o conhecimento, em ve$ de um temvel inibidor ao livre acesso aos bens culturais& 3ssim esperamos; 3tl,daremosnossapequenacontribui"#oparaodesenvolvimentoda educa"#oedacultura,medianteocompartilhamentolivreegratuitodeobras sobdomniop!blico,comoesta,doescritorbrasileiro0lvio isso; 5ba ?endes [email protected] BIOGRAFIA Slvio Romero (S. Vasconcelos da Silveira Ramos R.), crtico, ensasta, folclorista, polemista,professorehistoriadordaliteraturabrasileira,nasceuemLagarto, SE,em2deabrilde!",efaleceunoRiode#aneiro,R#,em!de$ulhode %&. 'onvidado a comparecer ( sess)o de instala*)o da +cademia ,rasileira de Letras,em2!de$aneirode!%-,fundoua'adeiran.-,escolhendocomo patrono /ip0lito da 'osta. 1oramseuspaisocomercianteportugu2s+ndr3RamosRomeroe4aria #oa5uinaVasconcelosdaSilveira.6acidadenataliniciouosestudosprim7rios, cursando a escola mista do professor ,adu. Em !89, partiu para a corte, a fim defa:erospreparat0riosnoAteneuFluminense.Em8!,regressouao6ortee matriculou;sena1aculdadedeerceuapromotoriaemEst@ncia.+tradopelapoltica, elegeu;sedeputado(+ssembl3iaprovincialdeSergipe,em!-&,mas renunciou,logodepois,(cadeira.RegressouaRecifeparatentarfa:er;se professorde1ilosofiano'ol3giodas+rtes.Reali:ou;seoconcursonoano seguinteeelefoiclassificadoemprimeirolugar,masa'ongrega*)oresolveu anularoconcurso.+seguir,defendeuteseparacon5uistarograudedoutor. 6esse concurso Slvio Romero se ergueu contra a 'ongrega*)o da 1aculdade de aiss$oosmeiosdee/istncia,quesedenominamR lu'ar,tra9al+o,propriedadeim-vel,9ensm-veis,salrio,economiaou 9 poupana.Entreestesseis.ruposdemeiosdee/istncia,qued$olu.ara variadssimasquest&es,comosepodeverem-enride>ourville,RLa NomenclatureSociale,ouem;[email protected],RLaSciencieSocialedDaprFsles principesdeLePlaA,entreessesmeios,dizia,eomododee3ist%ncia Lalimenta#$o, abita#$o, vestu(rio, i.iene, recrea#&esN, que vem ap/s, coloca"seoassuntodosassuntos,aquest$odasquest&es,aHamlia.Estaabasede tudonasociedadeumana0porque,almda!un#$oinsubstituveleessencial de .arantir a continuidade das .era#&es sucessivas, !orma o .rupo pr/prio para apr(ticadomododee/istncia,on)cleole.timodamaneiranormalde empre.ar os recursos criados pelos meios de viver. Em se.uida sucedem" se8 as fases da e/istncia, o patronato, o com6rcio, as culturas intelectuais, a reli'i(o, avi.in+ana,ascorpora!es,acomunaouconsel+ooumunicpio,asreuni!es decomunasouconsel+os,acidade,acomarca,aprovncia,oestado,a e/pans(odaraa,oestran'eiro,a+ist-riadaraa,aposi(oouEerarCuiada raa%+otodovinteecinco.ruposde!atoseproblemassociaisdamaior importCncia e do mais srio alcance. : estudo destes assuntos, no tempo e no espa#o, tem dado lu.ar a al.umas conclus&es not(veis. Destarte,aumanidade,maisoumenosemcon1unto,tematravessadotr%s .randesidadessociais8aidadedasprodu!esespontneasedosaparel+osou instrumentosmaneEadospelo9rao$aidadedasmCuinasmovidaspelos animais,pelosventos,pelas'uascorrentes$aidadedocarv(odepedra,do vapor e da eletricidade, aplicados G produ(o das su9sistncias e ao servio dos transportes% +srevolu#&esoperadasnavidasocialporessasv(riasaltera#&esintroduzidas no re.men do trabalo s$o da mais consider(vel importCncia. 5oroutrolado,a!amlia,estudadaqueristoricamente,quernaatualidade, apresenta quatro modalidades, do maior valor para quem quiser compreender a ndole das sociedades a que servem de base !undamental. @P% ! AS "ONAS SOCIAIS E A SITUAO DO POVO (190) L>reco duma carta a ;. Ed. DemolinsN 5ode"sedizerqueoJrasilcontmasse.uinteszonas.eo.r(!icas, per!eitamentecaracterizadas,ques$osedesdeoutrastantas.onassociais, atendendo"se ' nature.a do tra9al+o a que d$o ori.em. 1X:planaltoda,uiananoaltonortedosEstadosdo+mazonasedo5ar(, especialmente na re.i$o em que corre o rio Jranco. 4 zona de cria(o de 'ados, ind)stria,porm,incipiente,quasetodaporcontado,overnoHederal,tudo desor.anizado e mal diri.ido. YX +s terras mais bai3as, que imediatamente se se.uem e v$o a entestar com a mar.emnortedorio+mazonas.4re.i$odematasedacueillette deprodutos espontCneosdanatureza8borraca,castana,salsaparrila,copaba,cravo, pia#ava,urucu,etc.+!amliaanasclassespopularesassazdesor.anizada, avendo quase inteira promiscuidade em mais de um stio. E3isteumapequenalavourarudimentar,emal.unspontos,decacau, mandioca,cana"de"a#)caretabaco.:sdoisprimeirosdaquelesprodutoss$o quase de simples cueillette. ZX+sterrasmar.inaisdonorteedosuldo.randerio,compreendendo tambm a parte in!erior do curso de seus a!luentes. 4 o vale do +mazonas no seu sentido mais estrito. 4 re.i$o de pesca fluvial. :s queseocupamnelaest$ono.raumaisin!eriordas.entesqueviviamdessa espcie de ind)stria. OX+zonadasmatasdare.i$oocidentalondeseacamoscursosdosrios ;adeira,5urus,+cre,Kuru(,constituindoon)cleoprincipaldoterrit/riodo 18 +cre, que com toda raz$o aspira or.anizar"se em estado. 4 tambm re.i$o da borraca e ind)strias e3trativas con.%neres. [X:planaltocentral"norte,compreendidoentreo;adeira,o>ocantinseo divisordas(.uasdosistema!luvialsul"americano.4zonaaindaquase completamente inaproveitada. Contm bons campos para a cria#$o de .ados. 6X:planaltodointeriordesdeodivisordas (.uasat're.i$oserranado9io ,rande do *ul. Contmdiversasvariedadesdeterrasedeculturas,comose1am8camposde criar, terras de minera#$o, terras de lavoura de ca!, tabaco, etc. Deve esta imensa re.i$o ser dividida pelo menos em quatro zonas di!erentes8 a dos campos de criar do norte de ;inas, ,oi(s e terras altas de ;ato ,rosso0 a deminera(o,umpoucoespaladaporessestr%sEstados0adocaf6, principalmentenosulde;inas,*.5aulo,terrasaltasdo9iodeKaneiro0ade cria(o de 'ados no 5aran( e em *anta Catarina. 5ortodaessaimensare.i$ootipoda!amliainst(vel,porcausada transmiss$oparceladadaseran#as,oqueequivaledizerporcausade imposi#&es retr/.radas da le.isla#$o. 7X+re.i$odosvalesdosrios5ara.uaie,uapor,compreendendoasterras bai3asemdiasde;ato,rosso.5redominamaliacueillettedaerva"mate, al.umaminera#$oecria#$ode.adosemcamposintercaladosnasterras mdias. 8X9e.i$oentreosrios,urupieo5arnaba,compreendendooEstadodo ;aran$o e terras pr/3imas. )rro. nos terrenos mais bai3os, cana*de*a5car na re.i$o das matas e al.uma cria(o de 'ado, nos sert&es do oeste. 9X:ssert&esdonorte,denominadosRosCaririsRnasuare.i$ocentral, limitadospelocitado5arnabaaonorteeo7tapicuru,oumelor,o5ara.ua#u noEstadodaJaia.4uma!ai3adeterrenoque!icaalestedoJrasil,entreos dois rios citados que les !ormam os limites de norte e sul, a re.i$o das matas que se prolon.am atravs da costa martima pelo lado oriental e o alto planalto do interior pelo ocidental. 4 a cl(ssica zona das secas que a !la.elam periodicamente. 19 Cria#$ode.ados,su1eitaporma.randesperdasnosperodosdesecas, cereaisnasre.i&esmais!rescas'beiradeserras,etc.,s$oasind)striaseo re.men do trabalo. 1VX +s terras da costa martima, compreendendo a citada !ai3a de matas, desde o ;aran$o at o Esprito *anto. 4 a !amosa re.i$o dos en'en+os de a5car% +s melores !amlias constituram a patrona.em natural das popula#&es0 mas a suariqueza,querepousavanobra#oescravo,est(quasedetodoaniquilada, porcausadae/tin(odaescravid(oedaconcorrnciada9eterra9anos mercados mundiais. +nestazonaemstiosadequadossecultivatambmamandioca,ota9acoe cereais% 11X+re.i$odacostadoEsprito*antoao9io,randedo*ul.4!ai3aestreita, por causa da apro3ima#$o da *erra do ;ar. )rro., mandioca, cereais em pontos v(rios. 1YX +s terras que !ormam a descida do planalto para o lado do rio 5aran( onde seacaoclebreterrit/riodas0iss!es%4zonadematainaproveitadaem .rande parte, mas se !az ali al.uma e3tra#$o da erva*mate em v(rios stios. 1ZX :s campos, pampas e cocilas do 9io ,rande do *ul0 a zona e3trema do Jrasil. + cria#$o de .ados por um sistema que lembra em parte o das estepes pobres dW\siae\!rica,produzaliumtiposocial,quetema!inidadescomosdaquelas zonas. 9ecapitulando, posso dizer que e3istem as se.uintes .onas sociais mais not(veis noJrasil8re.i$odo.adonoalto2orte0re.i$oda9orrac+anovaledo +mazonas0re.i$odapescafluvialnesse.randerioeseusa!luentes0re.i$odo .adonossert&essecosdo2orte0re.i$odo'adonoscamposetabuleirosde ;inas,,oi(se;ato,rosso0re.i$odoa#)carnacamada]onada;ata, desde o ;aran$o at o norte do Estado do 9io de Kaneiro L!ai3as intermdias destare.i$oe3istempr/priasparaoal'od(o,ofumo,a9ananaN0re.i$oda minera#$oem;inas,,oi(se;ato,rosso0re.i$odomatedasmatasdo 5aran(e*antaCatarinaepartede;ato,rosso0re.i$odo'adonoplanalto destesdois)ltimosestados0re.i$odoscereaisnazonaserranade*anta Catarina e 9io ,rande do *ul0 re.i$o do 'ado nos campos deste )ltimo estado. 5elasimplesinspe#$odestequadro,bemvedes,caromestre,quenoJrasilo 20 trabalo, como base social, ceio de .randes lacunas. 5redominamosprodutosdemeracueillette,1(deplantaspuramente e3trativas,1(de!rutosarborescentes,etc.+pr/priaculturadoca!al.um tanto an(lo.a ' da castana e das nozes na Europa0 pois que, uma vez plantada, a(rvorevivedevinteecincoatrintaanosdandobonsresultados,quasesem es!or#o da parte do omem. +culturamaisdi!cildacana"de"a#)carrepousoudurantepertodequatro sculos no bra#o escravo. :s en.enos eram .rosseiras e3plora#&es de car(ter comercial, como as !azendas que ainda o1e os portu.ueses mant%m na \!rica. =o.oquecessouobra#oescravo,aprodu#$odoa#)carsealterou consideravelmente com as despesas acrescidas, etc. Iuandooa#)cardabeterrabacome#ouainundarosmercadosdomundo,a cultura da cana no Jrasil entrou em crise !ranca. :s trabalos da minera#$o prosperaram al.um tanto no re.men colonial com o bra#o escravo e quando os minrios estavam ' !lor da terra. =o.o que !oram precisas obras de arte, di!icultosas e caras, a minera#$o cessou quaseporcompleto,e3istindoapenaso1eal.umascompaniasin.lesas,com capitais desta ori.em. 4 esta a base econAmica que 1usti!ica as conclus&es a que ce.uei a respeito do estado atual do povo brasileiro, conclus&es que passo a deduzir. :povobrasileiro,consideradoemseucon1unto,o!ereceoespet(culodDune soci6t6Gformationcommunautaire69ranl6e.+vela!amliaportu.uesa,que depatriarcale*a9solutiste:1(setinatrans!ormadoemverdadeira!amlia patriarcaled6sor'anis6e,emconsequ%nciadaquase.eraltransmiss(o parcelada das +eranas e domnios, ainda mais se tem desor.anizado no Jrasil, ce.ando ao ponto de verdadeira famlia instvel, sob o in!lu3o, cada vez mais ri.oroso,doaludidosistemadetransmiss$oeredit(riaparceladaeda desor.aniza#$ocrescentedotrabalocomae3tin#$odaescravid$oe ine3ist%ncia de coloniza#$o .eral sistematizada, nacional e estran.eira. :trabalo,desdeoscome#osdopovoamentonosculo6@7,teve,como sabeis,abase!alsadaescravid$o,pretendendooportu.u%s!or#ardoispovos quedesconeciamporcompletoaculturaLndiosene'rosNaserem a.ricultores0quandoeleportu.u%sn$ooeratambmemri.or,porn$oter passadoverdadeiramentedacueillettede!rutosaborescentes,ortali#as, al.unscereaisedaleveculturadavin+a.+verdadequenemocolono portu.u%snemosseusescravos,ndiosene.ros,estavampreparadosparaos 21 durostrabalosdaculturaamericana.+emancipa#$or(pidaperturbouainda mais tudo isto. Com semelante base de famlia e de tra9al+o R, o re.men comunrio a9alado ou de estado domina de alto a bai3o em toda a na#$o, de norte a sul, de leste a oeste. + !amlia aqui se poderia camar patriarcal desor'ani.ada em os tempos coloniais. -o1e tem os caracteres de !amlia completamente instvel% 5erdeutodasasvanta.ensdore.menpatriarcal,aocontatodone.roedo ndio, que n$o tina !amlia, e mais com o sistema da escravid$o como base do trabalo,emaiscomomodoparceladodatransmiss$oeredit(riaemais, !inalmente, com a queda s)bita da !alsa base do aludido trabalo escravo. 5erdeutodasasvanta.ensdore.menpatriarcal,repito,semterata.ora obtidoasdore.mendeforma(oparticularista,aquen$oce.ar(sen$oou por uma assimila#$o (bil de elementos provindos das ra#as particularistas, ou porumsistemadeeduca#$oseverssimadealtoabai3o,comoesseque preconizaisemLaNouvelle7ducation.2/sosbrasileirosso!remosemlar.a escaladetodososacaquesdospovoscomun(riosdeestadoquev/stendes descrito t$o acuradamente em vossas obras. 2/sosbrasileirosdoe3tremonorteaoe3tremosul,desdeas!ronteirasdas ,uianaseda@enezuelaeColAmbiaatoslimitescomoEstado:rientaldo ierrB. Hazia mais ainda, 1usto diz%"lo, porque a narra#$o dos !atos tirada dos velos cronistas ou das mem/rias e documentos contemporCneos era, 1( por si, uma .arantia da classi!ica#$o !ilos/!ica proposta. 2ada e3iste t$o !(cil como acar nos acontecimentos ist/ricos ar.umentos em proldumatese,se,emvezdeapresentaros!atoscon!ormeostestemunos contemporCneos,d("sedelesapenasumresumo,eseescreveumdiscurso sobre a -ist/ria. *e ao revs, o istoriador dei3ar a palavra 's testemunas do passado,ser(obri.adoatomarporbasedesuastesesasinterpreta#&es !ornecidasporessastestemunasea1ul.ardos!atospelasimpress&esdos contemporCneos e n$o pelas suas particulares. >ais impress&es cont%m em si pr/prias uma superior verdade ist/rica8 marca a a#$o dos acontecimentos naqueles mesmos que os viveram, por assim dizer. 2$opadeced)vidaquetodosistemadeinterpreta#$oda-ist/riaquelo.ra disporos!atos,dandocontadasimpress&esqueelesrealmentecausaramna poca em que se deram, menos e3posto a erro do que os sistemas inspirados pelas teorias pessoais dos istoriadores. Deste ponto de vista a ,ist-ria de Frana de Demolins tem o alto valor did(tico eomritorarssimoden$osobrecarre.aramem/ria,deinteressar prodi.iosamenteosleitoresporos!azerapreender,porima.ensvivas,as 27 di!eren#asessenciaisquea!astamumreimerovn.iodumreidoanti.o re.men,avidadeumsenor!eudaldadeum.randepotentadodosculo 6@77, a .uerra da 7dade ;dia da .uerra moderna, etc. Este trplice resultado obtidopelocitadoprocessodarepresenta#$oconcretaanimada,coloridodas minud%ncias caratersticas. *$o, repetimos, palavras de 5. de 9ousiers, !amoso autor de La Nie )mericaine e de tantos livros de .rande mrito. ;uitosoutros.abos!azele'obraist/ricadeDemolins,s/porsisu!icientes parataparabocaaocriticastrobrasileiroqueteveodesplantedecensuraro autor de Les Franais dDauEourdD+ui R sem ao menos o aver lido... II+vidaespiritualdoautordeLesGrandes&outesdePeuplespodeserdividida emquatro.randesperodos,.randespeloses!or#osnelesempre.adosen$o por sua dura#$o mesma, pois que o intrpido escritor teve vida curta. + primeira !ase desse perene labutar pode"se dizer que vai de 187Y a 1879 e !oi absorvida pelos estudos ist/ricos. 2$o!oisemvanta.emparaaevolu#$odopensamentodonot(velmarsel%s na es!era dos estudos sociol/.icos, porque o valor das ace.as ist/ricas nesse terreno incontest(vel. 8 0ovimento Comunal na 4dade 06dia e a ,ist-ria de Frana, 1( citados, s$o os !rutos desses primeiros labores da sociedade. : se.undo perodo, todo consa.rado ' propa.anda das idias de =e 5laB Cuanto G reforma da sociedade moderna, distende"se de 188V a 1886. Dentretodososdiscpuloseami.osdovelore!ormadorResteescoleraa Demolins para diretor da revista &eforma Sociale, ainda o1e e3istente. :brilodaquelarevistaduranteoperododadire#$odo1ovemescritor atestado por quantos le acompanaram os passos. Entretanto,-enride>ourville,acandoaindaimper!eitososprocessosde=e 5laBparaaan(lisedassociedades,einoportunasouinadequadasal.umasde suasidiasdere!orma,abriucis$onaescola,n$os/comoalar.ar"leo mtodocomasuanomenclaturadosfen#menossociais,comoaindacomo a9andonodaspretens!esdereforma,contentando"secomosimplesestudo dos !atos sociol/.icos pelos processos ri.orosos de observa#$o. Eraistoem1886eDemolins!oiencarre.adoda!unda#$oedire#$odarevista Science Sociale. 28 + durante vinte e um anos deu ele a medida de todo o seu merecimento. *$oinumer(veisosvalentesarti.osqueescreveu,alar.andoocrculoda ci%ncia social de que tambm dava um curso p)blico na Sociedade Geo'rfica, de 5aris. 4 a terceira !ase de sua vida, nos )ltimos anos da qual, a partir de 1899, teve de 1untaraos(rduoslaboresdarevistaosaindamaise3traordin(riosda or.aniza#$oedire#$oda7coledes&oc+es,admir(velinstitutodeensinoque lar.a in!lu%ncia vai e3ercendo na educa#$o da mocidade !rancesa. Hoi neste ponto que a morte o surpreendeu. :sderradeirosoitoanos,pois,constituemumquartoperodoespeciale altamente curioso. 2$opretendemos!azerumabio.ra!ia,sen$odarumaidia.eraldovalor mental do omem. 2o seio da escola da cincia social, que se n$o deve con!undir com a da reforma social, Demolins contado como o seu terceiro !undador. +=e5laBdeve"seom6tododeobserva#$opelasmono.ra!iasde!amliaseos primeirosesbo#osdeclassi!ica#$odestas0a-enride>ourvilleoalar.amento domtodocomanomenclaturadoselementossociaisecomosistemadas via.enseaobserva#$ovariadaemstiosv(rios0aDemolinssomosdevedores docuriosoprocessodasrepercuss!essociaisedeumamaisper!eita classi!ica#$o dos tipos de sociedades. +quelesquen$oconecemnemassinamaScienceSocialeedese1arem!icara par das idias pelas quais devorou Demolins,com inve1(vel denodo, sua nobre e3ist%ncia,aconselamosaleituradeseuslivrosnaordemse.uinte87RLes 'randes&outesdesPeuplesLEssaide.eo.rapiasocialeN,Les&outesde LDantiCuit6. 77 R Les 'randes &outes des Peuples LEssai de .eo.rapia socialeN. Les &outes du 0onde 0oderne. 777 R Les Franais dDauEourdD+ui L=es tBpes *ociau3 du midi et du centreN. 7@ R ) Cuoi tient la superiorit6 des )n'lo*Sa/onsP 29 @ R )*t*on intert G sDemparer du PouvoirP @7 R LD"ducation Nouvelle L=W4cole des 9ocesN. @77 R LD)venir de lD"ducation Nouvelle. @777 R LD"tat actuel de la science sociale. 76RLanecessit6dDunpro'rammesocialeetdDunnouveauclassementdes partis. */comestasbasesquesepoder(terumconecimentodecon1untodas doutrinas da escola, das idias peculiares do autor ese poder( terno#$o clara do posto por ele ocupado entre seus companeiros. */comtaiselementosquesepodebemcompreenderosentidoeoalvo visado por um livro como o ) Cuoi tient la superiorit6 des )n'lo*Sa/onsP Hora disso s$o impotentes as rabulices de certos crticos atrasadssimos. Claro para aqueles a quem s$o !amiliares as idias da escola da ci%ncia social, na rami!ica#$o em que se tina !iliado Ed. Demolins, que as obras deste escritor s$o de duas cate.orias. 2umas ele e3p&e, porassim dizer teoricamente, os ensinamentosda doutrina0 noutras !az aplica#&es pr(ticas. Da )ltima espcie s$o ) Cuoi tient la superiorit6 des )n'lo*Sa/onsL : )*t*on lDintert de sDemparer du PouvoirL Diante destas nos deteremos um instante. Heitas ri.orosas observa#&es no mundo inteiro no estudo dos di!erentes povos, observa#&esemque!oramapreciadasascondi#&esdelu'ar,tra9al+o, propriedade,famlia,modosdee/istncia,patrona'em,com6rcio,culturas intelectuais,reli'i(o,vi.in+ana,corpora!es,comunas,cidades,provncia, estado, e/pans(o da raa, o estran'eiro emrela(o a ela, a sua +ist-ria,o seu papeleposi(omundial,trabalosestesemqueprimaram9ousiers,5rville, 5oinsard, Jureau, >ourville, 5inot, e o pr/prio Demolins, de que atestado seu e3traordin(riolivroRLesFranaisdDauEourdD+ui,!oipossvelumaclassi!ica#$o dos di!erentes tipos sociais. 5ossvel tambm !oi conecer quais os povos que est$o ' !rente do movimento mundial moderno, e, implicitamente, os melores aparelados para as lutas da vida odierna. 30 Hoicomtaisetantoses!or#osqueosistemade=e5laB!icoumodi!icadono m6todo, na classi!ica#$o dos fen#menos sociais, na dos tipos de famlia, na dos tipos de sociedades. 2este )ltimo ponto convm ouvir o pr/prio Demolins. Escreviaeleem18988T-(oitoanosapenasconse.uimosdeterminarcom e3atid$ooerro!undamentalde=e5laB,epodemosporessemodoreti!icara suaobraque!icoualmdesin.ularmentedesenvolvida,completamente renovada. Estes resultados que se tornaram para a ci%ncia social o incio duma verdadeira trans!orma#$o !orama consequ%ncia de via.ens comparativas levadas a e!eito pelos colaboradores de La Science Sociale e por nossos discpulos R na 2orue.a, na+lemana,na*u#a,no*ulda+l.ria,no *aara,na9)ssia,nos5irineus,na 7n.laterra, nos Estados %m este nome porque nelas o particular conserva toda a independ%ncia diante do.rupo.Haltavadisporemcadaumdessesdois.ruposassociedadesque constituem os tipos conecidos da inumer(vel srie de variedades sociais. 5ara istoouvemisterescoler,comopontodepartida,avariedadesocialque apresentasseotipocomun(riomaise3clusivo,e,aomesmotempo,mais simples.Deparou"se"nosessavariedadeinicialnaspopula#&esdepastores nAmadesdas.randesestepesda\siacentral,dosquaiss$oost(rtaros"EalEas os espcimens mais completos. EmHran#a,ondeestetipon$oe3iste,tomamoscomopontodepartidaas popula#&es semipastoris das zonas montanosas que deles mais se apro3imam. 31 Estabelecidoessepontoinicial,!altavadistribuir.radativamenteasoutras variedades na ordem em que se v$o cada vez mais a!astando daquela, isto , na ordememqueaa#$odacomunidade!amilialsevaipro.ressivamente en!raquecendo. Ce.a"se,destarte,aumaderradeiravariedadenaqualacomunidadede !amliadetodoquebradaesubstitudapor!ormascomun(riasmais complicadas. Ce.a"se ent$o a es.otar a srie inteira das variedades conecidas do primeiro .rupoepassa"seaose.undo,o.rupodasSociedadesdeforma(o particularista. 2este, se.undo o mesmo processo empre.ado precedente, toma"se por ponto inicialavariedadesocialqueapresentaotipoparticularistacomomaior car(ter de simplicidade. Estepontoinicial!ornecidopelaspopula#&esda2orue.aqueseentre.am simultaneamente ' pesca nos fEords e ' cultura a.rcola. *e.uindo dali, procede"se com o se.undo .rupo como se !ez com o precedente, distribuindo as diversas variedades na ordem em que se v$o complicando cada vez mais. Ce.a"se,assim,'variedadequeapresentaotipomaiscomplicadoemais de!inido da iniciativa individual, isto , aquela que est( colocada no p/lo oposto ' !orma#$o comun(ria. :btm"seporestemodoumacadeiaininterruptadesociedadesquev$oda !orma#$o comun(ria mais intensa ' !orma#$o particularista mais e3tremada. Dispostas as sociedades umanas por esta !orma sistem(tica, percebe"se que a !orma#$o comun(ria reina quase e3clusivamente no :riente asi(tico e europeu0 quepredomina,al.umtantoatenuada,emtodoomeio"diaocidentalda Europaena+mricado*ul0pode"sedizerqueotipocaractersticodospovos do :riente e do ;eio"Dia. Einversamentepredominaa!orma#$oparticularistanonorteocidentalda Europaena+mricado2orte,sendooespcimenmaiscompletoemais intenso desta !orma#$o social !ornecido pela ra#a an.lo"sa3Anica. Di.o intencionalmente a ra#a an.lo"sa3Anica, porque, entre as popula#&es que seacammaisoumenosmescladascomestara#a,al.umase3istemque,em 32 consequ%nciadecausasv(rias,pertencem'!orma#$ocomunit(ria8deste n)mero s$o os .rupos de popula#&es clticas, como os escoceses, os +i'+lands, os irlandeses, os abitantes do 5as de ,ales. Estaestrita1ustaposi#$odeelementosessencialmentediversos,e3plica !acilmente,naci%nciasocial,astend%nciasopostas,aslutasecertasdivis&es polticas da 7n.laterra atual.U K(daquisevaipercebendoporque!oiqueEd.Demolinsescreveuo)Cuoi tient... e no sentido porque !ez. :scrican(sdacrticabrasileirat%mmuitoqueestudarparacompreender certas doutrinas e certos omens, que saem inteiramente !ora de seus moldes, 1eitos, sestros e estreitezas espirituais. -(mister,naempresa,dumacompletatrans!orma#$opsicol/.ica,opera#$o que os crican(s, como bons primitivos que s$o, n$o a.uentam... III2/s,depoisdeaverindicadoaordememquedevemserlidososlivrosde Demolins,dissemosquenosdeteramosrapidamentediantede)Cuoitientla superiorit6 des )n'lo*sa/onsL e )*t*on, intert G sDemparer du 'ouvernementL +primeiradestasobrasume3celentetrabalodeaplica#$odasidiasda escola da cincia social da 7n.laterra. : livro se divide em tr%s partes8 : francs e o an'lo*sa/(o na escola$ o francs e o an'lo*sa/(o na vida privada$ o francs e o an'lo*sa/(o na vida p59lica% Iuemol%comoespritoaberto'aquisi#$odeidiasen$oaouvir!rases sonoras, sente"se verdadeiramente transportado a um mundo novo. *urpreende"se o .enuno in.l%s na sua vida real, no desabrocar de seu car(ter ativo e empreendedor. :analistatomaopequeno!ilode+lbiondesdeain!Cncia,desdeaescola. =o.o, 's primeiras p(.inas, compreende"se que a superioridade de que vai !alar oautorn$oliter(ria,artstica,!ilos/!ica,ououtraqualquerdeste.%nero8 trata"se apenas de superioridade moderna. 4 isto que certos mesti#os brasileiros, arrotando latinismos, n$o querem ver. De !ato, Demolins !az um quadro vivaz, um desses que n$o se apa.am mais de ima.ina#$o de quem os l%, do pro!essor in.l%s na pessoa de ;r. Cecil 9eddie e 33 das modernas escolas britCnicas nas institui#&es de +bbotsolme e Jedales. Eisopro!essor0comparemo"locomos@erssimosdec(eaprendamosa conecer donde partem os mais remotos !ios de nossas des.ra#as. @ai na ln.ua admir(veldoescritor8T44Aa,c+e.nous,untApeclassiCuedudirecteurde colle'e,duprofesseur$tenuecorrecte,vtementsom9re,lon'ueredin'ote noire, air plus ou moins dDun +omme convaincu CuDil e/erce un sacerdote et Cui lelaissevoir$lademarc+elente,lDattituder6serv6e,laconversationrempliede sentences propres G former lDesprit et le coer de la Eeunesse% Surtout de la di'nit6, e/traordinairement de di'nit6% LD+omme Cui me serrait vi'ouresement la main 6tait tout diff6rent% )ve.*vousCuelCuesfoisessaA6devousrepr6senterunpionnier,unsCualtter, dans le Far*QestL 2uantGmoi,Eenemelefi'urepasautrementCueledocteurCecil&eddie% Grand,mince,solidementemuscl6,remarCua9lementtail6pourtouslessports Cuie/i'entdelDa'ilit6,delasouplese,delDener'ie,etavectoutcela,un costumeCuicompl6te9ienlap+Asionomie,lecostumedutouristean'laisM 9louseendrap'risavecceinturedessinantelataile,culottescourtes,'ros9as de laine repli6s au*dessous des 'enou/, solide paire de c+aussures, enfin, sur la tte, un 96ret% Jedonnecesd6tails,parceCuecetApededirecteurnesem9letrelDima'e vivantedutApedD6coleCueEevaisvousd6crireMlD+ommeest9ienla repr6sentation e/acte de lDoeuvre%J +companado desse ori.inal tipo de mestre, inteiramente !ora dos moldes dos educadores !ranceses e brasileiros, Demolins visitou a escola de +bbotsolme. De camino, ;r. 9eddie ia"le e3pondo os seus mtodos e idias8 T2osso alvo ce.araumdesenvolvimentoarmoniosodetodasas!aculdades umanas.: meninodevetornar"seumomemcompleto,a!imde!icaraptoapreencer todos os !ins da vida. T5aratanto,aescolan$odeveserummeioarti!icialnoqualn$oseeste1a sen$o pelos livros em contacto com a vida0 deve ao contr(rio, ser um pequeno mundoreal,pr(tico,queponaomeninoomaispertopossveldanaturezae da realidade das cousas. 2$o se deve ensinar somente a teoria dos !enAmenos, sen$o a sua pr(tica tambm, e esses dois elementos devem andar intimamente 1untosnaescola,comoandamemtornoden/s,nointuitodeevitarque, entrandonavida,o1ovementrenummundodesconecido,paraoqualn$o 34 estavapreparadoeondevai!icardesorientado.:omemn$oumapura inteli.%ncia, e sim uma inteli.%ncia unida a um corpo e deve"se tambm !ormar a ener.ia, a vontade, a !or#a !sica, a abilidade manual, a a.ilidade...U *$oidiasrepetidasa.oraentren/spelospapa.aiosquediscorremardeas soltasacercade re!ormasdeensino,semlescompreenderosentido.Etanto n$o o compreendem que andam 's tontas no assunto e disparatam nele. 7ndicaremosaqui,entrepar%ntesesederelance,asbernardicescometidas pelos!amososre!ormadores,queberrama.oramesmonoCon.resso,n$o dizemos1(sobreasolu#$odoproblema,cousa.rave,maspuraeunicamente nosimplesmododeocompreendere!ormular81M=aboramaindano .rosseirssimo erro de tomar a quest$o do ensino em abstrato, separando"a da enorme cadeia dos problemas brasileiros, de que apenas um elo0 YM 7ncapazes desondarascausas.eraisee!icientesdenossasmisrias,!azemdocasodo ensino9odee/piat-riodasmazelasdopresente0ZMHin.indoindepend%nciae capacidade que n$o t%m, nem sequer reparam que ainda e sempre, consciente ou inconscientemente, n$o !azem mais do que !ortalecer o de.radante sistema dos.overnosdepovoscomun(rios,se.undooqualoensinoumor'anismo departidoeuminstrumentodecom9atecomotudomais0OMDaa desorienta#$odosdiscutidores,cadaumpu3andoparaseulado,!ontedonde resultam as mais curiosas contradi#&es. : mal tem sido atribudo, ao mesmo tempo, a ser o ensino, o!icial ou livre, lei.o oureli.iosoetambmaospro.ramas,aose3amesparcelados,aose3amesde madureza,aosinternatos,aose3ternatos,aoscol.iosequiparados,'s academias livres, ' bonomia dos !iscais, aos parcos ordenados dos pro!essores, 'm(distribui#$odacompet%nciao!icialdeproverasv(riascate.oriasdo ensino,se.undoaConstitui#$o,'indi!eren#ados.overnosdosestados...: diaboQ */deumacousan$oselembram8queaquest$odeeduca#$oen$ode instru#$o.2$ov%emqueprecisose.uirospassosdestesoritesascendente8 re!ormaraeduca#$odosdiscpulos,e,comestes,ospais,e,comestes,a !amlia, e, com esta, o car(ter do povo. *equeremoscontinuaraseruma.entedecomun(rios,vivendodapoltica alimentria,oidealemmatriadeensinoe3atamenteoquetemos0se queremos, porm, mudar de rumo, no sentido das .randes iniciativas, se.uir o que !azem os in.leses e aconsela Demolins. 2$o ( meio"termo. >ornemos 's escolas descritas pelo saudoso soci/lo.o. :tipode+bbotsolmeeJedalesomesmoque!oiinau.uradoemHran#a 35 pelo .rande escritor na 7cole des &oc+es, que vai e3ercendo enorme in!lu%ncia na peda.o.ia !rancesa. De um 1ato !ica dirimida a ve/ata Cuaestio dos internatos e dos e3ternatos. 9ui por terra o col.io instalado no enorme casar$o, com apar%ncia de caserna, ospcio, quartel ou ospital. Evitam"se as desvanta.ens dos internatos, cu1os vcios, sa!adezas e in!Cmias s$o assaz conecidos0 mas evitam"se tambm os inconvenientes dos e3ternatos nas .randes cidades, cu1as ruas t%m de ser percorridas pelos alunos, com o .rande peri.o de aprenderem vcios de toda a casta. + escola in.lesa colocada no campo, em stios adrede escolidos, em trecos do pas, com as suas verduras, suas v(rzeas, suas (rvores, suas (.uas correntes ou em aprazveis la.os. : !im pAr a crian#a em contato com a natureza e suas cenas mais aptas a le !ortalecerasa)de,despertando,aomesmotempo,ointeressepelascousas pr(ticas. 5or isso as e3curs&es, os passeios e brincos ao ar livre, os e3erccios de nata#$o, de remar e outros con.%neres entram em lar.a escala na educa#$o !sica. :sestudantess$odistribudos,aosquinzeouvintenom(3imo,poredi!cios dispostosseparadamenteeabitamnelescomas!amliasdodiretoredos pro!essores. Hacilita"se"les,destarte,oconvvioemsociedade,comoseestivessemno centro de suas pr/prias !amlias. + educa#$o moral assim ressalvada. +sclassess$oor.anizadascomo!imdeevitarasenormesa.lomera#&esem que o ensino se torna improdutvel. Estediri.idocomoplanodeinteressaromaispossvelainiciativaindividual do aluno. Desenvolve"leprincipalmenteoespritodeobserva#$o,apr(ticados apareloscient!icos,averi!ica#$opessoaldos!atos,adescobertadaverdade, como se !osse uma aquisi#$o nova, devida ao es!or#o direto do estudante. ConecidoemHran#aesseestupendosistemadeor.aniza#$oescolar,muitas !amlias enviaram seus !ilos para a 7n.laterra. 36 Demolins mesmo dera o e3emplo, mandando o seu. ;ais tarde, !undou a 7cole des &oc+es, escrita em livro especial. : plano de estudos nela o mesmo de seus modelos in.leses. + educa#$o !sica e a educa#$o do car(ter combinam"se de modo a a1udar a boa cultura espiritual. 7@Dequanto1(avemosa!irmadodo.randesoci/lo.o!ranc%sest(maisque evidenten$oseroseubelolivrodos)n'lo*sa/!esumadessasm(quinasde compara#$oao.ostodolivrodetest(veldeCola1anioudumaestapa!)rdia con!er%ncia de Herrero, publicada no Jornal do Com6rcio. 5ertencente a uma escola de ci%ncia que aplica escrupulosamente o mtodo de observa#$oaos!enAmenossociais,Demolinseseuscompaneirosn$o procedemaessasne.ativasmedi#&esdo.ostodemedocrespretensiososou en!astiados. *$oestudosob1etivos,!irmadosnos!atosmais.raves,nosdocumentosmais srios, nas observa#&es mais iniludveis. :*r.Kos@erssimo,ques/denomeconecerarssimosdospr/ceresda escoladeDemolinsLescrevesempreRDemoulin,comdoiserrosN0o*r.Kos @erssimo, que nem de nome conece outros e dos mais not(veis, s/ pela mais i.nara i.norCncia poderia camar medocre um livro, nutrido de ensinamentos e idias, que teve lar.a repercuss$o e enorme in!lu%ncia em Hran#a. :scaptulos,ceiosde!atosen$ode!rasesdapai3$odetodosos@erssimos avidoseporaver,emqueo!orteescritordemonstracomoaeduca#$o !rancesareduzanatalidadenaquelepasecomprometeasuasitua#$o !inanceira0aquelesemquemostracomoaeduca#$oan.lo"sa3Anicaprepara paraalutapelavidaecomooseumododevivernolarcontribuiparaas vanta.enssriasnae3ist%ncia0sobretudo,aquelesemqueestudaopessoal poltico em os dois pases, demonstrando o modo por que as pro!iss&es pr(ticas e!undamentaisdaa.ricultura,dasind)strias,docomrciot%mamaioriana representa#$oin.lesa,aopassoquena!rancesat%m"naosempre.ados p)blicoseosparasitasdascamadaspro!iss&esliberais,s$overdadeiramente superiores. Esse mesmo !enAmeno !oi estudado por ,. de ,ree! na sua e3celente obra R ) Constituinteeo&e'men&epresentativo,naqualsebateupelarepresenta#$o das !un#&es sociais. 37 +spira#$oestapraticamenterealizadana7n.laterra,pasdeiniciativae autonomiaparticularista,aspira#$oirrealiz(velnas!amosasterraslatinas,nas quaisaparlapaticedetodasas!ormase!eitiosea!uncionaradadetodosos matizes, vivendo todos da poltica aliment(ria, vedam"na em absoluto. K( uma vez nos batemos por esse ideal na imprensa e no Con.esso e vimos que a cousa causava o mesmo orror de um terremoto... >antoirredutvelasuperioridadequeHerrerodescobrenosseusqueridos latinos. Estedi.no%mulodeDumaspainoarquitetaremaranadosromances ist/ricos,emconversacomumami.onosso,camouosin.lesesRumtas dDin9eciles... Joa tese para os !azedores de con!er%ncias8 R Como um a're'ado de im9ecis se ac+a G frente das na!es modernas nas cinco partes do mundo e ac+ou Eeito de produ.irM:3aconeS+aRespeare,0iltoneNeSton,LocRee,ersc+ell,,umee 3ercReleA, DarSin e DicRens, Spencer e BennAson, 0ill e &usRin, S+elleA e 3Aron, 3ucRle e LAell... Curiosa cousa, em verdade. Hica a o assunto8 a eles os discursadores. Duaspalavras,paraconcluir,sobre8)*t*onintereGsDemparerdu 'ouvernementL :livro,comraz$o,consideradopeloautorumcomplementonaturaldo consa.rado aos an.lo"sa3&es. + an(lise da mania politicante e das aspira#&es mals$s ao .overno e ao mando, especialmenteentreoserroneamentecamadospovoslatinos,!eitacom m$o de mestre. :.randeescritormostracomoemumpovo,noseiodeumana#$oe3istem !un#&esmuitomais)teis,maisdi.nas,maisonrosas,maisaptasaatrairo empre.odasaltasenobresaptid&esdoomememproldopro.ressoebem"estar .erado que as meras !un#&es de .overnar, especialmente quando os que se encarre.am do e3erccio do mando procuram adrede e3a.erar o seu papel e viver ' custa dele. Destarte,mostracomooabusodopoderproduziuadecad%nciada,rcia,de 9oma, da Espana, da Hran#a, cu1as superioridades e .randezas !oram devidas, 38 nos (ureos tempos, ' iniciativa privada. :queescrevedosromanosacimadetudodi.nodereparo,porque,em quatro ou cinco p(.inas, completadas por outras tantas e3istentes no seu livro RLes&outesdelD)ntiCuit6R,!ica"seconecendomelorocar(terdo.rande povo do que em seis ou oito volumes de Herrero. +li que se aprende o que se deve pensar da !amosa antinomia que ainda o1e reinaentreoscaracteristasdosdoisramosarianosnomeadamenterivaisR LatinoseBeut!esR,apontodeuns,e/empli'ratiaR,uizot,consideraremos )ltimos como essencialmente individualistas, e outros, caso de 7erin. em lar.a parte, darem essa qualidade aos primeiros. Demolins,comospro!undosensinamentosdaci%nciasocial,distin.ueo individualismone.ativodoselva.emdoparticularismoor.Cnicoepro.ressivo do nobre ramo teutAnico, particularismo que os romanos possuram a princpio pelascondi#&esespeciaisdesua!orma#$oevieramperdendo.radativamente nos quatro sculos do 7mprio. T*esequisesseU,escreveDemolins,T'luzdaci%nciasocial,caracterizar,em umas/!rase,acausa!undamentalda.randezaromana,poder"se"iadizer88s romanosrepresentam,na)nti'uidade,omaioresforodoscomunriospara sairdacomunidade.2osmodernostempos,certospovosdo:cidentet%m podidorealizarcompletamenteestaevolu#$o,eistolest%mbastadopara asse.urar"lesapreemin%ncia.:sromanoss/empartepreenceramatare!a e seu poder a!irmou"se e3atamente na medida em que a preenceram.U 4comoos(biosoci/lo.oiniciaoestudodoBipo&omano.+demonstra#$oda tese n$o vem para aqui. 9ecomendamosaosbrasileiros,libertosdasliteraticesbaratasdos desocupados,queleiam,dizemosmal,queestudemoslivrosdoautordeque damosa.orap(lidanotciaepeculiarmenteemLes&outesdelD)ntiCuit6Ras p(.inas relativas ao camado 5ovo"9ei. =imitamo"nos a dar neste lu.ar as conclus&es do mestre ilustre. Depoisdeestabelecerpe#aape#aa!orma#$oquaseparticularistados romanos,ce.aaestasconclus&es8Estasuperioridadetina,todavia,muitos pontos !racos, muitas lacunas .raves. :primeiroponto!racodestequaseRparticularismoR!oiaincapacidadedos romanosparasedestacaremcompletamentedaformapatriarcaldafamlia. 9eduziram, certo, esta !orma mais do que qualquer povo da +nti.uidade, n$o 39 passaram,porm,aotipoda!amliaparticularista,quecriouopredomniode al.uns povos modernos do :cidente. +institui#$oda.ens,.rupode!amliasdescendentesdomesmotronco, limitava, em parte, a a#$o e a independ%ncia de cada !amlia. Depois,eisto!oimais.rave,odesenvolvimentosemlimitesdaa#$opaterna teve por consequ%ncia cortar a iniciativa dos fil+os% 9oma libertou o pai, e n$o o !ilo, queremos dizer o !ilo !eito omem e ce!e tambm de !amlia. 5or isso o tipo!icouaindaempartevoltadoparaopassado,parao:riente,emvezde andar deliberada e completamente para o !uturo, para o :cidente. Hoi superior aos outros povos da +nti.uidade, mas in!erior aos povos modernos que triun!am o1e. : se.undo ponto !raco !oi o a.rupamento e/clusivamente ur9ano% 5oresteladootiporomanosea!astaclaramenteda.enuna!orma#$o particularista. Desdeque9oma!oicercadademuralas,ocampon%sromanoabandonouo campoparamorarnacidade,ouem.randesaldeias,talqual!azo1eo compAnio italiano. 5elaman$sediri.iaparaoscampos0detardevoltavaparaaa.lomera#$o urbana. + idia de isolamento em sua terra acabrunava"o. 2isto !icou, como os outros 5elas.os, um urbano e comun(rio. 2$oseapoderou1amaiscomplemetamenedoscampos,nemcompletamente de si mesmo. 2$o produziu o tipo espl%ndido do colono completo, !irmemente estabelecidoemstio!i3onomeiodeseudomnio,numaindepend%nciaum pouco selva.em, talvez, mas sin.ularmente poderosa. 5Adecolonizarpor.ruposenuncaindividualmentepelomodoparticularista, que se apodera atualmente do mundo. Hinalmente, o )ltimo ponto que a!astou os romanos do tipo particularista !oi a centrali.a(o do poder p59lico em &oma% Era em 9oma que os cidad$os, anti.os ou novos, os povos vencidos deviam vir e3ercer seus direitos polticos. Esta medida era a consequ%ncia l/.ica da idia urbana e comun(ria da Civitas% 40 4ocontr(riodoprocessoparticularistaquecria!ora.ruposautAnomosque t%m vida pr/pria e se administram a si mesmos. 2asociedaderomana,comomaistardenosre.menscriadosporCarlos@, Hilipe77,=us67@,aConven#$o,Jonaparte,todaavidasocialepolticaestava concentradanacapital0osmembrosanemiadostinamapenasumae3it%ncia !ictcia. Destarte,'medidaqueestassociedadescresciamempodereeme3tens$o,a provncia se en!raquecia, porque se tornava cada vez mais di!cil !azer circular a vidaatase3tremidadesmaislon.nquas.Hoioqueaconteceuem9oma, quando seu imprio se estendeu ao lar.o. *eu re.men, criado para uma s/ cidade e seus sub)rbios, n$o se pode estender a um territ/rio t$o vasto. Eraimpossvel,de9omaepormeiode9oma,.overnaromundo.>omou"se ent$oopartidodenomearprocAnsules,queemnomede9omaiam.overnar as provncias. *abe"se demasiado o que aconteceu. EstesprocAnsulesserviram"sedopoderparalevantare3rcitoscompostosde b(rbaros e marcar sobre 9oma. @ieram,elestambm,e3ercerem9omaseusdireitosdecidad$os,mas,como tinaa!or#a,oe3erceramt$obem,queseapoderaramdopodereo .uardaram... Hoio7mprio.Esten$o!oioutracousasen$oareconquistade9omapelos povos e3tramediterrCneos, isto , pelos b(rbaros. +ssim,9oma,quetinadevidoasua.randezainicialaoseuquase particularismo,deveusuaquedaaoquenelatina!icadodavela!orma#$o comun(ria, e, mais diretamente, ao re.men centralizador do Estado. :s romanos, claro, n$o ce.aram ' idia do estado ' moderna, nem pelo lado da descentraliza#$o, nem pelo lado do sistema representativo. +unidadepolticadaumanidade,queHerrerodiztersidoporelesrealizada, era puramente ilus/ria e inst(vel. +unidadeeconAmica,industrialecomercial,queomesmo!antasistaousa 41 atribuir"les, n$o passa de sono e mira.em... 8utu9ro de @T% $ BRASIL SOCIAL "stado Social do povo 9rasileiro ;"/trato do discurso recitado na )cademia 3rasileira no dia endes sido apenas o 1o.uete do capital estran.eiro, (vido por empre.o e bom 1uro,edecertascorpora#&esouindivduospostosporeleaseuservi#oeque precisavam de apanar .rossas somas numa espcie de novo encilamento. 2$oconstaemtodoocorrerdaist/riademaisdedezmilanos,que alar.amentosderuaseaberturasdeavenidasnumacidadequalquer,mero lu3oaqueasna#&esseentre.amquando,cansadasdariqueza,entrama caducar,tivessemsidomeiodesolveros!undosmalessociais,as.ravssimas inquieta#&es de um povoQ Despediu"se e dei3ou"me triste. >ina"sedesmoronadoameusolosoprest.ioda)venida3eira*mar,por onde eu 1( andava a ver des!ilar todo o Jrasil .lorioso e pr/spero, dando leis ao 56 mundo... Emaisainda,essa!ant(sticararidadedoCanaldo0an'ue,quedeviao!uscar todas as @enezas e3istentes e por e3istir...1 E, todavia, o pro.rama esbo#ado a correr meia d)zia de palavras por meu interlocutor estran.eiro o que temos a !azer, especialmente na sua )ltima parte. *en$o,cairemosnavossaalternativa,*r.Dr.EuclidesdaCuna.:Jrasil pro.redir(,certo,porqueeletemdeserarrastado1Emrela#$oaost$o .abadosmeloramentosdo9iodeKaneiro,'!amosaobradotumultu(rioe desp/ticoDr.5assos,meuinterlocutorusoudestas!rasesqueeun$oquis reproduzirnote3tododiscurso8R;esmopeloquetocaaestacidade,ouso per.untar"vos8 pensou"se em e3pun.i"los dos terrveis cortios e estala'ens que a encem e a!etam pestilencialmente quase por todos os ladosP 2$o. 5ensou"seemtirardeseucentrotantascoc+eiraseest9ulos,edeseus arrabaldes tantos capin.ais que a deturpam e corrompem"le o arP 2$o. Cuidou"sedereti!icarecanalizaroslAbre.oseno1entosriac+osquea dani!icam,do&ioComprido,daJoana,doBrapic+eiro,da3ananaPodre, 0aracan( e outros que a inundam na poca das cuvasP 2$o. Elevaramosolodezonasinteirasurbanasnointuitodeimpediressas desastrosas inunda#&esP 2$o. >ratou"se de melorar o sistema de es.otos, o abastecimento dW(.ua, a n$o ser no papelP 2$o. Ent$o,mesmoporesselado,quasenadatendes!eito,an$oserobrapara in'ls ver, se.undo vossa caracterstica e3press$o. E verdade, em que pese aos 9as9aCues de encomenda, que !azem o o!cio de elo.iar a todo transe, ' troca de dineiro ou de empre.os... pelaenormereservade!or#a,podereriquezaqueest(nasm$osdastr%sou quatro.randesna#&esqueseacam'!rentedoimperialismomoderno. 5ro.redir( quase e3clusivamente com os bra#os, os capitais, os es!or#os, idias, as iniciativas, as aud(cias, as cria#&es dos estran.eiros, 1( que n$o queremos ou n$opodemosentrardiretamentena!aina,ocupandooprimeirolu.arcomo colaboradores. 5ro.redir(,certo0porque,a!ei#oadoopaspoucoapoucoaseu1eito,elesde possedas.randes!or#asprodutoras,detodasas!ontesderiquezas,vir$o ce.andooportunamenteetomandoposi#$oseletaentreosabitantesda 57 terra, e, se n$o estivermos aparelados, apercebidos, coura#ados por todosos recursosdaener.iadocar(terparaaconcorr%ncia,iremosn/soslatino"americanos, insensivelmente e !atalmente, para o se.undo plano... +ssistiremos,comoilotas,obanqueteardospoderosos8!icaremos,osdaelite de o1e, na mesma posi#$o a que temos condenado, mais oumenos em .eral, osa!ricanosendioseseusdescendentesmaispr/3imos,quetrabalampara n/s... >riste vin.an#a da -ist/riaQ E sabe Deus a m(.oa com que o di.o... 5ortanto, e/celsior, e/celsior%%%Sursum cordaQ >rabalemos, eduquemo"nos, re!ormemo"nos para viver... De.em9ro de @P% O BRASIL NA PRIMEIRA D%CADA DO S%CULO && (1910'1911) I 8 caso 6 para estudo e n(o para vitup6rio Escrevo sob a impress$o do bombardeio da ila das Cobras. Estamos aos 1O de dezembro do ano da .ra#a de 191V. 2ada seria mais !(cil do queinda.ardosprincipaisculpadosdoestadoorrorosoaquece.aramas causaspolticasnoJrasiledescansarsobreelesos.olpesirritadosdacrtica. 2ada seria mais !(cil... 2$o o !arei, entretanto. CoitadosQ >teresaosimpulsosdas!or#aslatentesquediri.emos.rupossociais,1ul.am"sesenorese.uiasdosacontecimentos,quandon$opassamdeservos submissosdastend%nciasdasmassas,dascorrentespreponderantesno momento ist/rico... 2oseuterrvelaleamentodaci%nciasocial,os5ineiros;acadoseoutros truculentoscaudilos,ce!esdoscl$semqueandadivididaa.entala politicantedopas,arrumadoresdene./cios,quevivemdemanipularnossa polticaaliment(ria,todoselese3poentesdadesorienta#$ointrnsecaquenos 58 devora, na sua surdez aos ensinamentos das s$s doutrinas, 1ul.am"se ce!es de diretores desta pobre terra e deste desventurado povoQ E s$o"no inconscientemente de !ato0 mas por modo diverso do que pensam. 2asuain.%nuai.norCncia,asmassas,poroutrolado,procuramsempreuma cabe#adeturco,umaespciedebodee3piat/rio,aquemculpemdetodasas suas des.ra#as. Cada perodo ist/rico tem, neste sentido, suas vtimas prediletas. +s.randesperturba#&es,os.ravesabalos,oriundosdevciospro!undosda ndoledara#aedotravamentodavidasocial,s$osempreatribudosaos 5ineiros ;acados do tempo. Hoiassimnore.mencolonial,nosdiasdo5rimeiro9einado,nosanosda 9e.%ncia, na !ase, a tantos respeitos memor(veis, do .overno de D. 5edro 77. 4 assim ainda o1e e s%"lo"( por todo o sempre, enquanto por se.uros meios de sele#$osociol/.ica,deeduca#$omorale,atcertoponto,deinstru#$o cient!ica,devidamente.eneralizados,sen$omodi!icarRparamelorRa ndole, o car(ter intrnseco de nossas .entes. K( por diversas vezes teno camado a aten#$o para este !ato de !undamental alcance no estudo de nossos destemperos polticos, no intuito de mostrar onde se encontrava a verdadeira raiz do mal. E como n$o escrevo pelo .osto de escrever, sen$o com o sentido pr(tico de ser )til ' mina p(tria, espalando idias que se me antolam de alcance positivo, n$o trepido em repetir aqui palavras pro!eridas em 19VO e que ainda a.ora t%m completa atualidade. 4um!atopositivo,claro,evidentssimo,portodosreconecidoeproclamado, queastr%sclassesquet%mmaisdepertodiri.idoavidamentalep)blicado povobrasileiroRospolticos,osEornalistaseosliteratos,levaram"naaumtal .rau de con!us$o, pessimismo e desCnimo, que nem eles mesmos tomam mais p no meio dos desatinos que acumularam. */seouvempra.aseescon1uros0apontam"sepanaciascapazesdecuraras !undasca.asdana#$o0sur.emdetodososladospro!etase.uias,comsuas bandeirolas de improvisados estadistas e salvadores de povos. 2unca se viu tanta desordem !orrada de tanta !il(ucia. 59 Causas!inanceirasepolticas,estasincomparavelmentemaisami)de,s$o invocadas para a e3plica#$o dos nossos males, que avultam cada vez mais. : cCmbio, a iperprodu#$o do ca!, as especula#&es dos bancos estran.eiros, a quedada;onarquia,omilitarismo,ore.menpresidencial,osdespotismos oli.(rquicos dos estados, os .astossupr!luos dos.overnos, os des!alques nas reparti#&esp)blicas,apluralidadedasma.istraturas,osimpostos interestaduais,a!alsidadedaselei#&es,osde!eituosospro.ramasemtodos doensinop)blico,a!altadecon!ian#aemonovore.men,arevoltada +rmada,ado9io,rande,adeCanudos...todasestascoisas,eoutrasmuitas, t%m sido invocadas como causas de nossos males. ;asevidente,paraquemsabeen3er.ar,quen$opassamdesintomase efeitos de uma causa superior que se n$o tem querido ver ou se n$o tem tido a precisacora.emparaassinalaraopovo,aoseu.overno,'ssuasclasses diri.entes,paraquemudemderumoetratemresolutamente,se!orpossvel, de arrancar as razes do mal. *e a lista das falsas causas enorme, a dos falsos rem6dios n$o menor. Jolsadoca!oumonop/liodasvendaspeloestado,cria#$odebancosde crditoa.rcola,supress$odosimpostosinterestaduais,uni!ica#$oda ma.istratura, re!orma do ensino, re!orma da Constitui#$o Hederal Laqui variam imensamenteasopini&esacercadasbasesaproporN,restaura#$oda monarquiaeataditaduramilitar,reclamadaemaltasvozesdascolunasde v(rios1ornaiseatdatribunadoCon.ressoHederal...todasestascoisast%m sidosimultCneaousucessivamenteinvocadascomoantdoto'en!ermidade que nos devora. -ouveatpoltico,literato,1ornalista,tidonacontade.randesabedor,que, comtodoodesembara#o,nosaconselouaren5nciadaindependnciaea su9miss(o ao protetorado dos "stados 1nidos%%% >$o pro!unda a incapacidade desses levianos diretores da opini$o brasileiraQ Entretanto, se al.umas dessas medidas s$o razo(veis, n$o passam todas elas de paliativosmaisoumenosine!icazesparasolverasdi!iculdadesdopresentee preparar o camino do !uturo. +l.umas s$o mani!estos erros, passos em !also por estreitos atalos. udo estava a indicar que al.umas centenas de marineiros bo#ais, quase todos ne.ros,semce!es(beis,semumidealdessesqueeletrizamomens,sem tino, sem dire#$o, sem o calor das .randes causas, n$o prolon.ariam a luta por muitos dias. :dever,pois,do,overno,quetinaporsitodaaesquadra,menososquatro naviosrevoltados,todasas!or#asdoe3rcito,dapolcia,dosbombeiros,da .uardanacional,doscorposdeatiradorespopulares,todasas!ortalezas, pareceriaser,atocontnuo,declarardissolvidasas.uarni#&esrebeladas, intimar"les a rendi#$o e dispor"se a atac("las. +quela casta de .ente apavora"se !acilmente diante dos que representam, com resolu#$o, o direito e a lei0 n$o se abalan#aria a uma luta aberta contra a na#$o inteira. *e o tentasse, na sua cara estupidez, em poucos dias estaria entre si dividida e a trucidar"se mutuamente. +s muni#&es de .uerra presto se les acabariam e as de boca tambm. + rendi#$o era !atal. 2$o consta, em toda a ist/ria da umanidade, que tr%s ou quatro centenas de marineiros,ne.ros,ouquase,namaiorparte,tenamderrotadoumpovo constitudo, ainda mal .uiado como n/s. Dei3emo"nosdeparalelosin!antiscoma7n.laterra0dei3emosdeser!(tuos uma vez na vida. + anistia !oi um erro. Jastavas/aconsidera#$odascondi#&esemqueia!icartodaanossa o!icialidadeda+rmadadiantedamarina.eminsubordinada,vitoriosapela anistia. +posi#$otristssimaquele!oicriadapelospoderesp)blicosn$opodiaser mais umilante. + situa#$o era insustent(vel. 71 + insubordina#$o, a indisciplina lavraram por todos os navios. :s !atos ocorridos a bordo desses 0inas Gerais e S% Paulo depois da anistia e os danoitede9para1Vdedezembronoscout&ioGrandedoSul,onde!oi assassinadootenenteCarneirodaCuna,arevoltadobatal$ode!uzileiros"navais na !ortaleza da ila das Cobras R constituem irrecus(veis testemunos. 2$oassimquesedevetrataroquemelorpossumosnamarinaRosseus o!iciais. : e3emplo de impunidade proli!erou. Comoem18Z1,emcircunstCnciasmuitomais.raves,diantedo!atoda dissolu#$o de v(rios corpos do e3rcito, os o!iciais se 1untaram e constituram o queseveioacamarobatal$odosoficiaissoldados,osnossoso!iciaisde marinaunidosnums/corposeriammaisquesu!icientespara,combinados com as !or#as do e3rcito, reduzir a marina.em inconsciente. E eles ce.aram a o!erecer"se com esse des.nio. ;as n$o devo antecipar. :paralelocoma7n.laterradesperta"meoestudoquedevo!azer,antesde passaradiante,dacausae!icientedolevantedamaru1a+rmadaedetodosos movimentos con.%neres que se desenrolaram mais tarde. Essacausaoestadoderealdesordemsocialemquesedebatemnossas popula#&es,incultas,anal!abetas,pauprrimas,seminiciativa,semautonomia de a#$o, sem aud(cia de empreendimentos elevados, sem esprito e ousadia de produzirariquezapr/pria,deemancipar"sedatuteladapolticaaliment(ria manipuladaporce!es,partidos,.overnos,assemblias,con.ressos, oli.arquiasrapacesemiloutrostent(culosquenosas!i3iamporestee3tenso pasem!ora,reduzindo"seaumrebanocorve(velpelosastutossu1eitosque nos movem, oprimem, escravizam a seu talante. *eessen$o!oraoestadorealdotravamentosocial,n$osecompreenderiaa resi.nadasubmiss$obestialcomquedezoitomil&esdebrasileirosportodas aszonas,portodososestados,poressepasalm,sesubmetem,numa docilidade de inquietar o observador, ao cnute das oli.arquias, a come#ar pela oli.arquiadasoli.arquiasRaoli.arquiadaodososnaviosdaesquadra,emn)merodemaisdevinteunidades,tiveram severas ordens para !ormar o cerco da !ortaleza rebelada. Combina#$o !oi !eita para n$o se esperar pela a#$o da parte dos revoltosos, n$o se les dar quartel. Decerto,depositivo,sabia"sedarevoltadobatal$oapenaspelo!atode teremossoldadosenviadoparaterraoseucomandante,;arquesda9oca. Iuedos,depoisdisto,seconservaram0n$odespe1aramasarmascontraa cidade. De c( que, 's cinco oras e meia precisas, rompeu o !o.o, tremendo, cruel, implac(vel. Era claro o empeno de ostentar 1actCncia de !or#a e poder. 2$ose!ez,comodepra3eemcasostais,amenorintima#$oprvia' rendi#$o. +omesmopassoqueassimseprocedianapartematerialdaluta,oE3ecutivo pedia ao Con.resso 2acional meios enr.icos de a#$o, combinando"se, entre os ma.natas, a concess$o do estado de stio. 76 Era a !)ria da des!orra. =%"senumdos1ornaisdodia1V8Ssquatroemeiadaman$umautom/vel parou na esquina da +ssemblia. Dele saltou um dos ministros que acudiu a um sinal de um deputado. R Ent$o, per.unta"le esse8 quando come#aP R : bombardeioP R *im. R Ss cinco e meia em ponto. Esta a ordem do .overno. E,e!etivamente,as!or#asque.uarneciamocais5arou3romperam!o.o cerradocontraailadasCobras.Come#oupelasruasumacorrerialouca0 senoras, que via1avam em bondes, coravam aterrorizadas. I8srevoltososestavamcomoCueesperandoesteataCueeresponderam vivamente%J 2$osetentousequeraintima#$o'rendi#$o,prov(veldiantedas!ormid(veis !or#asacumuladascontraaila.:quesequeriaeraumdes!or#o,semse lembrarem,esses!an!arr&esdevalentia,queestademasiadosereduziaem !ace da insi.ni!icCncia da .ente revoltada e das armas de que dispuna. : bombardeio !oi atordoante e aniquilador. 2em mesmo diante da bandeira de paz, i#ada pelos revoltados, ele se calou. Eis odepoimentodaumatestemunaocular,nestaspalavrasdaGa.etade Notcias,re!erindoosacontecimentosde1V8Ye[VdatardeRosdisparos !oram cerradssimos. 5or todos os pontos dolitoral artilado e de quase todos osnaviosdeesquadraatirava"se,numaloucurademorte,sobreaila sublevada. 2esta ocasi$o os revoltosos perderam a transmontana e come#aram a sentir"se perdidos. Dez minutos depois desse pavoroso bombardeio, !lutuou uma bandeira branca num mastro, perto da capela da ila. 8s atacantes n(o cessaram por6m o fo'o Cue cada ve. era mais cerrado% :scout&ioGrandedoSul,oscruzadores"torpedeirosBamoio,Bim9ira,o 3arroso,[email protected],asbateriasdo5arou3,osmorrosde*. 77 Jento e da Concei#$o atiravam todos ao mesmo tempo. :s destr/ieres, circundando a ia, !aziam !o.o tambm sobre os revoltosos que nessa ocasi$o, pediram armistcio para embarcar os doentes. K(n$odavammaisums/disparo,tentavamesconder"senossubterrCneosda ila e dispunam"se a !u.ir, se pudessem, em ocasi$o azada. + sana de repress$o lembra o canibalismo de Canudos. >anto verdade que a selva.eria da ra#a espreita sempre os momentos em que pode e3plodir os seus atavismos. 2$o0n/sn$oestamoseducadosnemo!icaremosabsolutamentesobocnute dos5ineiros;acados,dosJor.esde;edeiros,dos+ci/lisedetantos outros .uapos cavaleiros dessa esp)ria idade mdia !eudal, que o nosso viver poltico. Detudoisto,anotamaistristedaocasi$o!oiodeslavadopro1etoquetevea maioriadaCCmara,napersuas$odelen$odaramaiorian)meroparaa vota#$o do estado de stio de dissolver"se, dei3ando o terreno livre ao .overno para implantar o terror. Era um verdadeiro suicdio moral. Iuandotodosdeviam!icarnoseuposto,servindocomombridadeopas, que se dispunam a desertarQ 4 incrvel. >anto mais incrvel quanto se sabe ser a maioria composta de cento e cinquenta equatrodeputados,contraumaminoriadecinquentaeoito,tendo,aquela, .ente de sobra para dar casa e !azer as vota#&es. 2$oo!ez,porquerelapsa,porquen$ocumpreosseusdeveres,porquele n$o importa o bem da p(tria... @e1a"sea.oraali#$odeoutrostempos,quandoaindan$onosen.rossavao Herrero,nempossuamososdreadnou'ts,nemaembai3adadeouro,nema E3posi#$odoCalmon,nemasalicantinasdo2ilo,nemosquadrosvivosdo +lcibades,nemasabilidadesdo=.;ulleroudoHrancisco*(,nema incompar(vel sabedorr%ncia de estadista de 5ineiro... 2odia8deabrilde18Z1amaneceuana#$obrasileirasem.overno,sem ce!e, sem ministros, sem representante al.um da dire#$o suprema do estadoQ 78 2a vspera tina"se desmoronado o trono de D. 5edro 7. :s partidos e !ac#&es tinam atin.ido o .rau supremo de uma a.ita#$o, que se teriaderevelarnosnoveanosda9e.%nciaporpertodequarentasedi#&es, revoltaserevolu#&es,al.umasdasquaisaveriamdeseprolon.arpor dilatados perodos. */ ao ano de 18Z1 desde os primeiros dias da nova ordem de cousas, couberam n$o menos de dezoito, seis das quais tocaram ' cidade do 9io de Kaneiro. + atmos!era andava demasiado carre.ada, a ordem social subvertida por todos os lados. :velobanditismo,queeraavidanormaldointerior,lan#avarebentosque e3plodiam nas cidades e capitais da costa. Iue !ez ent$o o corpo le.islativo, o )nico que poderia dar al.um sinal de vida, apesar de espalados os seus representantes, na maior parte, pelas provnciasP +bateu"seP +pa.ou"se, anulou"se, 1ul.ando"se tambm dissolvidoP Esperou que um simulacro qualquer de 5oder E3ecutivo o convidasse a postosP 2$o.:svinteeseissenadoresetrintaeseisdeputadosque,poracaso, estavamno9io,apesarden$o!ormaremn)merole.al,investiram"sede poderese3traordin(rios,reuniram"senopa#odo*enadoeele.eramuma re.%ncia provis/ria. Esta or.anizou sem tardan#a um ;inistrio. Estava o .overno constitudo. 7niciavam"se os seus trabalos, que tinam de ser tremendos. : partido e3altado n$o perdeu, desde ent$o, em .uerrear por todos osmodos o poder. =o.o, aos Y6 do mesmo abril, o nativismo mais !ervente, pelo !ato do assassnio dum mo#o brasileiro por um cai3eiro portu.u%s, pAs"se em .rita. 2umerosos.ruposdenacionais,!iliadosnopartido!ederalistaerepublicano, ose3altadosdotempo,armadosemclamoresdevin.an#a,saram'rua,em 79 amea#a aos europeus, sendo muitos destes espancados e !eridos. Enorme !oi o alarido. +ssustou"seacidade,!ecaram"seascasas,interrompeu"seotrCnsito, paralisou"se o comrcio. 2$o sem custo !oi restabelecida a ordem. udocomessaener.iaserenaecompostaquen$oe3cluaadi.nidade8sem alvoro#os de valentia, sem es.ares de loucura. 2$o se pense que s/ os populares e3altados eram os perturbadores da ordem e os !autores de anarquia. Esses eram os mais inocentes. : peri.o maior estava na tropa de lina e na polcia, que se revelaram os mais encarni#ados inimi.os da .overna#$o. 2$oeracomoemdiasdea.ora,emquetodasas!or#asarmadas,e3cetoos poucosrevoltadosdamarina.em,cerraram!ileirasemtornodopoder p)blico. 7ndisciplinado, arro.anteU, escreve o Dr.;oreira de +zevedo, Ttendo a espada comocetrodalei,crendoquetudodeviadecidir"sepelasarmas,pelavontade dos soldados, or.ulosa por ver que desde 18Y1 satis!izera todas as e3i.%ncias, dei3ara a !or#a militar de ser a deposit(ria da ordem, da tranquilidade p)blica. Debelavaoscidad$osemvezde.aranti"los,n$oeraelementodepaznem sustent(culodalei0masumcorpoan(rquico,queal#avaacabe#a,lo.oque avia um motim, quando n$o era a primeira a atear o !aco da rebeli$o.U 80 4porissoqueseencontrarevoltado,aos1Yde1ulo,oJatal$oY[, aquartelado no morro de *. Jento. +rebeli$ocomunica"seimediatamenteaocorpodepolcia,aquarteladoali perto, na 9ua 2ova de *. Jento, e se.uidamente a outros corpos da .uarni#$o. >odaessatropainsubordinadadepolciaelina,ensinaaqueleistoriador, perpetroudesatinos,disparoutiros,cometeuassassnios,praticouroubos, espalou o terror, obri.ando muitas !amlias a !u.irem para os arrabaldes. De pavor !oram os dias dos meados de 1ulo. 4ent$oqueDio.oHei1/vaientrarema#$oedaramedidadesuaener.ia s/bria e serena. Com quem contava eleP Disposto a dissolver, como !ez, quase todos os corpos do e3rcito, apelou para o patriotismo dos bons cidad$os, que se or.anizaram em batal&es. :mesmo!izeramosmaisardorososo!iciaisqueconstituramesse!amoso batal$o de oficiais*soldados, que tantos servi#os prestou. Com esses e3.uos recursos R e mais um corpo de .uardas municipais R !izeram"se maravilas contra os desordeiros e quase toda a !or#a p)blica amotinada. =o.o que esses revoltosos de 1ulo souberam que o comandante =ima e *ilva se aprestava a dar"les combate, correram, dei3ando os quartis, para a 5ra#a da Constitui#$o. ,randemassapopularsereuniuali'polciaeaosbatal&esamotinados, ecoando por toda a parte .ritos de desordem. *e.uiram imediatamente para o Campo da +clama#$o, reclamando aos brados a queda da 9e.%ncia, a dissolu#$o da +ssemblia ,eral e a convoca#$o de uma Constituinte. Enviaramumarepresenta#$oao.overno,impondoadeporta#$odeoitentae novecidad$os,dosquaisseteeramsenadores,adecreta#$odere!ormas constitucionais, a suspens$o, por dez anos, da imi.ra#$o portu.uesa. 9emetida pela re.%ncia a representa#$o ao corpo le.islativo, que !ez eleP 2$o se dispersou8 ao contr(rio. 81 >endo"seconstitudoemsess$opermanentenopa#odacidade,cercandoo imperadormenor,devolveuarepresenta#$osediciosa,porabsurdae inconstitucional. +smedidasdo.overnocontraa.eralanarquian$o!oramobombardeio implac(vel, nem o vil estado de stio. +oentrarparao;inistrio,desdeOde1ulo,tinaditoHei1/8T5ersuadidode queemtodootempo,eprincipalmentenosconvulsivos,s/a!irmezade conduta,aener.iaea1usti#apodemsustentaro'overno,fa.*loamadoe respeitado$certodequeaprevarica#$oe,maisquetudo,aina#$odos empre.adosacausado1ustoquei3umedospovos,sereiri.orosoein!le3vel em mand("los responsabilizar. T+s leis s$o, a meu ver, ine!icazes e o processo incapaz de por ele conse.uir"se o!imdese1ado0masae3peri%nciadesen.anar(osle.isladores,salvar(o .overnodaresponsabilidademoraleoabilitar(parapropormedidas salutares que removam todos os embara#os.U Destedi.noenobreroteiron$osedesquitouoministronoslutuososdiasde meados de 1ulo. *em estardala#os, sem stio, sem bombarda, a.iu, como se normais !ossem as condi#&es. 2omeouoDeputado*ebasti$odo9e.oJarros,conecidoporseuCnimo enr.ico, comandante .eral dos .uardas municipais. Hezsubstituirdoisministros,tbiosnaa#$ocontraosamotinados,poromens de ener.ia, como Jernardo de @asconcelos e ;anuel da Honseca =ima e *ilva. [email protected]*.Ko$oocorpodepolcia sublevado,quedeclaroue3tinto,sendo,maistarde,aspra#asespaladaspor v(rias provncias. Hez, sem tardan#a, mane1ando os parcos recursos de que dispuna, prender nas !ortalezasosindivduosmaiscomprometidosnarebeli$o0mandoulavraras bai3as da maior parte dos soldados, re!ormando ou demitindo os o!iciais. ;andouqueosempre.adosdaal!Cnde.a,amea#adadeinc%ndio, permanecessem em armas. >ornourespons(veis,comoc)mplices,os1uzesquen$operse.uissemos 82 rebeldes. ;andouocorre.edordocrimequeprocessasse,na!ormadalei,aspessoas que deram .ritos sediciosos, no mote de 1O de 1ulo e subsequentes. Hez!ornecerarmasaosne.ociantesquetivessemsuascasasnasruasmais desertasearrabaldesdacidade0mandoudistribu"lastambm,como respectivo cartucame, a tr%s mil cidad$os eleitores. 5roibiua1untamentodepopularesnasvizinan#asdas.uardasequartis0!ez avisaraoministroda,uerraqueprestasseimediatamentequalquer!or#a requisitada pelo ministro da Kusti#a. ;aistarde,propAsacria#$o,comprestezalevadaae!eito,docorpode municpiospermanentes,queveio,pelosanosposteriores,prestando'ordem importantes servi#os. Era um omem. +pesardetanta!irmezadetaisatos,al.unsdosquais,!oinot/riaainspira#$o de Jernardo de @asconcelos, a anarquia n$o estava de todo e3tinta. Emumanoitedesetembroestalou!ormid(velmotim,ori.inadopelabri.ade dois o!iciais no >eatro Constitucional. +!lurampopularesarmados,ce.aramasrondasmunicipais,deu"selar.o tiroteio, n$o sendo !(cil a aquieta#$o dos Cnimos e o dispersar da multid$o. 5oucosdiasap/s,eesteeraopontoaqueeualme1avace.ar,paramostrar meloradi!eren#aquevaideumDio.oHei1/oudeumJernardode @asconcelosaqualquerdessas!i.urinasdatra.icomdiadea.ora,poucos diasap/srebentavaarevoltadoCorpode+rtilariade;arina,aquartelado na !ortaleza da ila das Cobras. 2este passo se veio a sentir a a#$o de lar.o plano poltico. K(desdediasantescirculavamboatosderevolta,n$oatendidospeloministro da ;arina, que n$o tina resolu#$o de Cnimo de Hei1/ e Jernardo. 2$o tomou as precisas provid%ncias. */ tarde e a m(s oras pretendeu !azer sair do 9io um capit$o daquele corpo e distribuir pelos navios de .uerra diversas pra#as do aludido batal$o. 83 +motinou"se asoldadesca, reclamando o seu o!icial, que le !oi devolvido, por !raqueza desse ministro da ;arina. ;aiscresceuaousadiada.enterebelada,quedespe1ouparaacidadeo!o.o dos seus !uzis. *oldados de al.uns navios tinam"se ido 1untar aos revoltosos. Era noite de 6 para 7 de outubro de 18Z1. R >ocou"se a rebate na cidade. Dizia"se que os rebeldes iam desembarcar. : bravo Capit$o">enente K. K. Haustino, ' !rente de al.uns .uardas municipais e de um punado de cidad$os, corre ao +rsenal de ;arina, !az r(pidas !uziladas contra a ila, e, movendo seus trinta omens, de um lado para o outro, dando vivasedisparandoasarmas,ce.aa!azercreraosrebeldesquecomandava .randes !or#as. :s revoltados n$o tentam o desembarque. Duranteanoite!ezo.overno.uarnecerasruasecaispr/3imoscomos .uardasmunicipaisecomobatal$odoso!iciais"soldados,colocandoseis pe#as de artilaria no morro de *. Jento. @ai amanecer o dia 7. 7r( o .overno ordenar o bombardeio implac(vel desde as cinco oras e meia da man$P 2$o.Dispunadaspe#asde*.Jentoedoscan&esdosnaviosde.uerra,ao mando do bravo ce!e da divis$o >aBlor. 5oderia !az%"lo0 n$o o !ez, porm. >r%svezes,advertemascrAnicasdotempo,mandouo.overnoemiss(riosaos revoltosos,intimando"lesarendi#$o,eque,depostasasarmas,a.uardassem indul.%ncia ou casti.o, con!orme a decis$o do poder le.al. 9ecusaram. */ ent$o !oi resolvido o recurso supremo do can$o. + bateria de *. Jento e os navios da esquadra romperam o bombardeio. 84 =o.o ap/s procedeu"se ao assalto da ila. : ;arecal K. ;. 5into 5ei3oto dividiu as parcas !or#as de seu comando em tr%s colunas,umadelassobasordensdoCoronelKo$o5aulodos*antosJarreto, outrasobasdo>enente"CoronelKacinto5intodW+ra)1oCorreiaeaterceira's ordens do ;a1or =us +lves de =ima e *ilva. + primeira a investir !oi a do >enente"Coronel +ra)1o Correia que, n$o podendo arrombar o port$o, .al.ou a murala, !irmando"se nas asperidades e sali%ncias da roca. :utrospori.ualmodoouporescadastreparamaoparapeitoeentrarama pra#a. 7ntimada a rendi#$o, !oi ent$o aceita. Entrava pelo lado oposto a coluna de =us +lves de =ima e *ilva. 2ota"seaquicora.em,valentiaRsim0mascomadecis$oserenaecalmaque n$o esquece a di.nidade e a 1usti#a. Comoconsequ%nciadesuairresolu#$o,!oidemitidooministroda;arinae substitudo por outro de melor enver.adura. Jela li#$o de nossas tradi#&es. 5arasolveratremendaeran#adei3adapelo.overnode2ilo5e#anaeseu au3iliar+le3andrinode+lencar,nascousasda;arina,n$oeram indispens(veiso!erozbombardeiodailadasCobraseoestadodestio, especialmenteobtidoedecretado,quando1(estavamvencidastodasas resist%ncias. III )spectos sociais Iuandose!alaemcousaseconAmicasdoJrasil,nomeadamentequandose su.ereal.umad)vidaacercadopro.ressodesuasriquezasedo desenvolvimentodeseusrecursos,in!alvelouviraale.a#$odoe3cessodo seu saldo na balan#a do comrcio internacional. :smaisinconscientementeousadoslembramtambmocrescimentodesuas rendas e de suas despesas. Estesdoisar.umentoss$oduas!al(cias.rosseirssimas,comoindicareium 85 pouco alm, bastando lembrar, desde 1(, que o primeiro se esboroa diante dos terrveis servi#os de nossos encar.os no estran.eiro e dos medonos impostos que reduzem os lucros da e3porta#$o e aumentam as despesas da importa#$o0 e o se.undo se es!arela em !ace do d!icit constante que nos devora. ;as n$o este o maior de!eito do !also ar.umentar dos interessados em trazer o povo brasileiro iludido, para su.("lo o melor e mais desassombradamente. : mais .rave absurdo da l/.ica desses so!istas est( no modo simplista com que pretendemescamotearumproblemae3traordinariamentecomple3oe complicado. >repam,porassimdizer,nacumiadadas!inan#asdoestadoedaprodu#$o nacional, tomada em .lobo, e, sem veri!icar a amar.a realidade que l( embai3o seesconde,en!ileiramenormesal.arismosquedei3amboquiabertatodaa .ente...+!ascina#$oin!alvel8n$o(quemresista'verti.emdosmil&es, mesmo no papel... + multid$o inculta que l% ou ouve e at os semicultos, que s$o o resto, !icam a dizer8 ( muito dineiro no pas, se n$o est( em nossas m$os que est( nas de outros mais !elizes0 mas ele e3iste. E basta0 est( a conquista !eita0 a lenda pode correr mundo. Entretanto,oviverrealepositivodaspopula#&esdeumenormepascomo este n$o cousa para se determinar, compreender e e3plicar pelas parola.ens dos /r.$os o!iciais no 5arlamento, nas mensa.ens dos ministros ou nos arti.os de encomenda dos escrivinadores a soldo. Emvezdesseprocessodevirdoaltoparabai3o,espciedemtododedutivo, muitocAmodoaquempretendeiludir,dialticadecunoescol(stico,que acorrentouopensamentoumanoduranteomil%niointeiroda7dade;dia, deve"se,aocontr(rio,partirdebai3oparacima,dopovoparaoestado,das classesmaisduramentetratadaspelasasperezasmaisprementesdavida, classesques$oaenormemaioriadana#$o,paraos.ruposprivile.iadosdo .rande comrcio e da alta !inan#a, at ce.ar ao lauto banquete do estado, que desperdi#a os !rutos do suor de todos, devorando"os, e acando ainda 1eito de !icar encalacrado em mil&es... 2essecomplicadoassuntoe3istempelomenosquatro!aces,cadaumadelas divisvel em v(rios aspectos. : qu(druplo problema social, econAmico, poltico e !inanceiro. :problemasocialtemqueestudaraspopula#&esmaismesquinamente 86 aquinoadas,aquelasquelabutamdiurnamentenosmaisri.orososmeiosde viver, em todas as zonas a.restes do pas, e tem que apreciar tambm as .entes mais!ol.adasdestasmesmasre.i&es.>emdepraticaromesmoRnas povoa#&esdese.unda,terceiraequartaordemdointerior0temque!az%"lo tambmnasmaiorescidades,nasmaispr/speras,como;anaus,Jelm,9io, *antos,*$o5aulo,enasimediatas,como*$o=us,Hortaleza,9eci!e,Jaia, 5orto+le.re.4umestudodeclasses,indispens(velaoconecimentorealda e3ist%ncia brasileira. :casoeconAmicotemquemultiplicar"seporid%nticoscaminos,porse acostar sempre ao social, de que um dos aspectos mais not(veis. :problemapoltico,menosconsider(vel,,aindaassim,muitocomple3o, porquetemdeatender,parateral.umprstimo,aos!atoresprecedentesR sociais e econAmicos. +essaluz,aquest$o!inanceiraassumeoutraapar%ncia,dei3adeseruma aventuraaoacaso,umcalcularaol+o,parasetrans!ormarnasimples.est$o da !azenda que o povo adianta ao estado, para que pa.ue os servi#os p)blicos. 4claroquedesseenormepro.ramas/dareiaquirapidssimostoques,como que a correr0 seria assunto para v(rios volumes. *oboaspectosocial,direi,demodo.eral,peloquetoca'snossasclasses puramentepopulares,norestritosentidoqueimpropriamentesecostumadar aestequali!icativo,queelas,naszonasrurais,quaseportodaaparte,se distin.uempeloanal!abetismo,atraso,pobrezavizinadamisriaem .randssimon)merodecasos,car(terdispersivo,!altacompletadeiniciativa, marasmo radical. 7stoa!irmoeu,1(porestudodiretodev(riaszonasdopas,em*er.ipe, 5ernambuco,+la.oas,Jaia,9iodeKaneiro,;inas,*$o5aulo,5aran(,*anta Catarina, 1( por in!orma#&es de pessoas !idedi.nas que teno propositalmente inquirido, 1( tambm por leitura de escritos de observadores competentes. Disseminadosnaspraiasdooceanopr/3imas'spovoa#&es0ou,nascamadas re.i&esdasmatas,aolon.odasestradas,nascercaniasoudentrodos en.enos e !azendas, nas vizinan#as dos lu.are1os, vilas ou pequenas cidades0 ou nas zonas dos sert&es do 5lanalto Central, nas pro3imidades das !azendas de criaroudentrodelas0ounasterrasdeminera#&es0ouaolon.odosrios, pr/3imosoumaisoumenosarredadosdeles,naspara.ensamazAnicas,mato".rossenses, .oianas, os indivduos e as !amlias que constituem essas classes, na re.ra absolutamente .eral, apresentam aqueles caracteres. 87 :trabalon$oandaentreelesre.ularmenteor.anizado,n$oe3istea patrona.em inteli.ente, sen$o em limitadssimos, rarssimos casos. 5raieiros,mulatos,tabarus,caipiras,sertane1os!ormamumimenso proletariadorural,disseminado,amor!o,maldiri.ido,pessimamente encaminado. 9aros possuem qualquer parcela de terra, porque esta anda quase toda, desde operniciosore.mendasanti.asdoa#&esporsesmariasaolo,nasm$osde .randes propriet(rios, constituindo enormes lati!)ndios. */emumaououtrare.i$osev$olentamenteretalandoessesimensos ducados!eudaisdenovaespcie,dandolu.arapequenaspropriedades,por enquantopoucoavultadasemn)meroeem.eralmalcuidadase impro.ressivas. *edoscampospassarmos'svilasecidades,n$omelornemmais prometedor o estado das classes meramente populares. *$o apenas um pouco mais iludidas e vilipendiadas pelos en.odos dos politiqueiros de o!cio. ;as ainda aqui mister dividir. 2asvilasepequenascidadesquen$opassamde.randesaldeias,o proletariado,pelamesma!orma,incultoeatrasado,vivendoemcrassa pobreza e duro abandono. :s mais !elizes s$o os que e3ercem os pequenos o!cios de pedreiros, carapinas, !erreiros,al!aiates,sapateiros,sempreatrasados,vivendocomenormes di!iculdades. 2asraras.randescidades,especialmenteno9ioe*$o5aulo,umapartedo proletariadocome#aa.oraaacarapatrona.emmaisre.ularemal.umas !(bricas que vivem do protecionismo da tari!a, tendo a outra parte, a dos mais incultos,oen.ododapolitiquicequeavaiarrumandonoscorposdepolciae de bombeiros, nos arsenais, nas estradas de !erro, nas obras p)blicas... 5equenapor#$o,adosquesabemumpouquinomaisdoquelereescrever, lutaporatularasreparti#&esdoscorreios,dostel.ra!os,daimprensa nacional, das secretarias do estado, etc. Iuer tudo isto dizer que, mesmo nas camadas mais bai3as das cidades, alm da pobreza,medraamaniadoempre.op)blico,pra.aquelastraeconsomeas classes mais altas, com desprezo das carreiras diretamente produtoras. 88 E se nessas rodas, camadas altas, proli!era a politica.em como meio de viver, alo1ada ' empre.omania, espcie de ca#ada ao Er(rio p)blico, n$o admira que naszonassertane1asdasoli.ocracias!ecadasdosestados,sur1a,entreas popula#&esmiser(veisebarbarizadas,esseespantalodobanditismo,ca#ada !ranca aos averes de quem por ali os possui. *e das classes puramente populares se pode, sob o aspecto social, sintetizar os de!eitosnoscaracteresque!icaramapontados,dasclassesditasdiri.entes mandaaverdadea!irmarqueosvciosmaissalientes,sobtalpontodevista, s$o8a!rou3amentodocar(ter,quedaparaoilusionismopropcio's conveni%ncias,me.alomania,quevaiincutindoa1eitonoespritodopovo, tend%ncias imperialistas e despotizantes. 9(pidostra#osilustrativoss$omaisquesu!icientesparaesclareceresses meandrosdapsicolo.iasocialdas!amosssimasclasses,supostasdiri.entes nesta terra. : a!rou3amento do car(ter est( patente no modo comose tem abastardado a 1usti#a,oCon.ressoHederal,oscon.ressosestaduais,aadministra#$op)blica, o ensino, o 1)ri, as cCmaras municipais0 no modo como se praticam as elei#&es, se constituem as assemblias, se !azem os presidentes da rov$oR=auro*odr,para!i.urarno*enado,a+ssisJrasilRJor.esde ;edeiros, 5ineiro ;acado, ou, at, Ko$o Hrancisco... 5aramostraronossodetest(velestadosocial,basta,dentrecentenasde quest&es que poderiam ser a.itadas, destacar o caso do ensino. 2$oe3isteassuntoquemelorde!inaanossa.eral!atuidadeaencobrirum des.ra#ado estado de real pen)ria. Desdevelasdatas,desdeosdiasdo7mprio,andousempreemdebateesta quest$o, sem que tivssemos melorado um passo. 2osvinteanosda9ep)blicativemos1(seisre!ormas.erais8adeJen1amim Constant, a remodela#$o desta por Ko$o Jarbalo, a de Epit(cio 5essoa, uma da CCmaradosDeputados,inteiratrans!orma#$odelapelo*enado,ade EsmeraldinoJandeira,arecenteautoriza#$odoCon.resso2acionalparase !azerobranova.+realidadequeoensinop)blico,entren/s,est( completamente desor.anizado e n$o aver( re!orma que o endireite, enquanto perdurar o desmantelo .eral de nossa educa#$o, a crise moral de nosso car(ter. : maior de!eito de nossa psicolo.ia nacional, teno"o dito milares de vezes e n$ocansodeorepetir,n$oquerermosirao!undodasquest&espolticase sociais em que nos debatemos, n$o queremos ter a cora.em de reconecer que a raiz do mal est( em n/s mesmos, na inconsist%ncia de nossa ndole, na nossa, pelomenosatual,incapacidadeparaas.randesor.aniza#&es,asconquistas reais e duradouras. Kul.amo"nos aptos para tudo, sem o preliminar preparo de n/s mesmos. 5ensamos que basta copiar as institui#&es aleias. ++lemana,a7n.laterra,aHran#a,osEstadosribunal, etc. +queles pases t%m !ortes armas e .randes e3rcitosP 5or que n$o avemos tambm de t%"losP 4 copiar as respectivas leis e re.ulamentos e basta. Dequ$o!alazestesistema,n$o(mistersen$oteremvistaa!ormid(vel desilus$oquedeveterproduzidoemtodosarevoltadamarina.emnos )ltimos dias. Iuisemoscaminar'spressas,ima.inamosquebastaria!azerconstruiros navios,semapreliminareduca#$odopessoal,eeisoresultado8estamosem piores condi#&es do que dantes. 2$o s/8 em nossos c(lculos de me.alomania e imperialismo criamos um Jrasil de!antasiaquede!aton$oe3iste,ima.inamosumJrasil,ques/ser(real, talveznosculo667@,esupomosque,desde1(,possumosnumerosa.ente v(lida para tudo... Kul.amosser!aclimoarran1arvinteoutrintamilomensdeescol,paraa marinade.uerra,emaisdeoitentaoucemmil,i.uaisaos.ranadeiros prussianos, para o e3rcito. +ondeirbusc("los!oradasclassesquet%msidoataquioviveirodenossas !or#as armadasP 2in.um sabe. +mesmacousa,mutatismutandis,sed(emtodasasrela#&esdenossavida nacional0 o mesmssimo acontece ao ensino. Kul.amos que se ele tem manque1ado por vcios e3trnsecos a n/s mesmos, por al.uma causa e3terna, vinda de !ora. >emos,ent$o,andadoaquebraracabe#a'procuradobodee3piat/rioneste ponto. 91 : ensino ia mal, dizia"se, porque era demasiado o!icial, n$o avia nele a precisa liberdade de doutrinas. D.5edro77permitiu,durantecinquentaanos,amaiscompletaindepend%ncia de opini&es, e o ensino n$o melorou. :ensinoiamal,porqueospro.ramaseramapertados,n$oerambastante amplos e adiantados. 5assou"se a copiar os mais !amosos pro.ramas das escolas estran.eiras, e tudo na mesma... : ensino ia mal porque n$o avia cursos livres, !aculdades e3trao!iciais. Criaram"se umas poucas e tudo piorou... : ensino ia mal, porque n$o tnamos os e3ames de madureza. Horam eles imediatamente estabelecidos, e tudo !oi a pior... :ensinoiamal,porquen$oe3istiamoscole.iais,livres,equiparadosao modelo o!icial. Concedeu"seaequipara#$o'sd)zias,ea.ritariaaumentou,denunciando verdadeiros desastres... : ensino ia mal, porque n$o tnamos olado para os m6todos, os processos da peda'o'ia moderna, o ensino realista separado do clssico% >em"se !eito isto e nadaQ... :ra, se1amos sinceros0 dei3emos, pelo menos neste assunto, de ser !(tuos. :ensinovaimal,porqueode!eitonosso0porquen$oestamospreparados para t%"lo melor. 2este ponto R !alta"nos tudo8 o pai de !amlia, o aluno, o mestre. 5orn$otermoslan#adoasvistasparaontimodaalmanacional, absolutamentemaleducada,quelaboramosnaspanaciasin)teisde macaquearoestran.eiro,deandar!antasiandoumaespciedeensino .enrico, universal, tipo abstrato, aplic(vel a todos os povos, a come#ar por n/s mesmos. 92 5or isso que andamos patinando na patetice de copiar pomposos pro.ramas e encer a boca de palavr&es sonorosos8 modernos processos, peda'o'ia nova, e que1andos. 5or isso que os tais pro.ramas s$o admir(veis, como tipos abstratos, mas n$o saem do papel, n$o se cumprem e s$o at irrealiz(veis... K(+.assiz,quandonosvisitou,vendoal.unsdessespro.ramas,tinadito0T*e os realizam, s$o o primeiro povo do mundo em instru#$oUQ : ilustre s(bio via bem que era o contr(rio. 2adamaiscAmicodoqueaseriedadecomqueosdiscutidoresdestamatria, ministros,!iscaisdo.overno,pro!essores,deputados,sena"dores,!azendo coro,bradam8indispens(velacabarcomomadure.a8provoumal0 ur.entssimo acabar com os eCuiparadosM provaram mal... +indaontem.ritavampelainstitui#$odessascousas0a.ora1(n$oprestam0 porque !oram mal aplicadas... */ n$o v%em que o ar.umento prova demais. :presidencialismotambmtem!uncionadomal,dandolu.araduplicatasde assembliasde.overnadoreseoutrosdesarran1osporaalm8acabe"secom ele. +Hedera#$oesbarrounasoli.arquias,isto,namaisedionda!ormada escravid$o poltica8 acabe"se com ela. :Con.resso2acional,almdoterceiroescrutniodiri.idopelos5ineiros ;acados,temabertom$odesuasprerro.ativas,porumlado,e,poroutro, tem sido an(rquico, quando simples cancela do E3ecutivo8 acabe"se com ele. +presid%nciada9ep)blican$o!iladaelei#$o,n$opassandodemera desi.na#$o dos 5ineiros8 acabe"se com ela. +s elei#&es nada valem, porque s$o !eitas a bico de pena8 acabe"se com elas. +smunicipalidades,asintend%ncias,o1)ri,ostribunais,asassembliasdos estados, a ma.istratura, tudo isto tem desandado8 acabe" se com tudo... E muito mais e3tensa poderia ser esta lista, claro. 93 4 que n$o queremos con!essar a verdade8 certa incapacidade or.Cnica, oriunda de vcios tnicos, !alta de educa#$o ou sele#$o, apta a e3tirp("los nuns casos, a minor("los noutros. Eudissequenave/ataCuaestiodoensinotudonos!alta0opaide!amlia,o aluno e o mestre. 4 a verdade. Halta"nos,nessaes!era,opaide!amlia,porque,comrarssimase3ce#&es, sendoeleumcomun(riodeestado,se.undoae3celenteclassi!ica#$oda ci%nciasocial,vivendoacostadoao.rupo,pedindo"letudo,n$otempara transmitir ao !ilo o lar.o esprito de iniciativa, a sua capacidade de autonomia da vontade, capaz de sair de embara#os. 2$ocompreendeoensinodesinteressado,comocultura,nemoensino!or#a, comoabroquelamentodocar(terparaaluta0visaoempre.op)blicoparaa sua descend%ncia, ou, pelo menos, as pro!iss&es liberais. : que mais o tenta a aprova#$o de seus pimpolos nos e3ames8 anti.amente limitava"se, neste ponto, a pedir a aprova(o, a.ora n$o se contenta com ela R quer a nota de distin#$o. >udo apar%ncias8 o alvo principal n$o o saber, a aprova#$o nos e3ames, para obter a carta, para ce.ar ao empre.o, ou para !i.urar na poltica. 5orissoquea!irmoque,naquest$odoensino,nos!altaopaide!amlia0 porquedesdeacasan$oeducouasuapro.%nie,sen$onumpssimoesprito desubservi%nciaaoempre.uinop)blico,deca#ada'spro!iss&espelo empeno,!ormando"leoCnimo,desdeameniniceea1uventude,num acentuadocar(terdeprecoce!uncionarismo,de.entequesedestina'vida rotineira de equvocas pie.uices e pCnde.as das cidades. 5or isso nos !ala tambm o aluno. 2$o temos uma mocidade estuante de vastas aspira#&es na luta pela e3ist%ncia, mocidadequedese1eatirar"seporesteJrasilem!oranotrabalo,nas ind)strias, na lavoura, na minera#$o, no criat/rio, na nave.a#$o, nas empresas devia#$o,nosmilempreendimentosqueotalentoinventivodosomensde iniciativa le averia de inspirar. 2$o sente a necessidade, o a.uil$o de !ecundar o esprito, de seapoderar de uma cultura viva, recon!ortadora da alma, espcie de arma de .uerra contra os despotismos da sorte. 94 2$o. Jasta"le a ornamenta#$o da mem/ria, a receita de pontos para os e3ames, e, quandomuito,paraosmaisousados,douradurasliter(riasqueoslevama !or.icarversaladas,contosesp)rios,declama#&espoliticantes,!iloso!ices reles,quelesdevemabrirasportasdo1ornalismo,ospostosnas!ileirasdos sustentadoresdasoli.arquias,oslu.aresno!ormid(vele3rcitodo !uncionalismo. Eopior,emtudoisto,quen$opodeserporenquantoporoutra!orma. =aboramosnumverdadeirocrculovicioso8n$onosati"ramos'spro!iss&es usuais,depre!er%ncia'sliberais,n$oimitamosnesteparticularRin.leses, americanos e a alem$es, porque n$o as possumos nossas, estando quase todas elas nas m$os dos estran.eiros0 e n$o as possumos porque n$o nos atiramos a elasQ... +tualmente esta a nossa posi#$o. 2este pas, no .eral, sem ind)strias suas, sem vida econAmica intensa e pr/pria, nestepas,quevive,lar.aescala,dosimples apan+amentodeal.unsdosseus produtos principais, como a borraca, o mate, as madeiras0 ou da mera coleita deoutros,cu1as(rvoresprodutorasduramtrinta,quarentaemaisanos,como oca!eocacau,abitadoporumapopula#$o!ormadadas.entesmais ap(ticasdomundoRndios,ne.roseportu.ueses,aindasen$oabriramlar.os orizontes'atividadenacional,nemestateveaescolaprecisaquea estimulasse e desenvolvesse. +indao1e,porestaraz$o,o!uncionalismo,!ormamaislar.adapoltica aliment(ria, o nosso melor e mais atraente meio de vida. 5ortodosessesmotivos,noensino,nos!altatambmomestre,querdizero mestreque!a#adoma.istrioumsacerd/cio,en$ose1a!or#adoa!azerdele, principalmente, um meio de vida, um empre.o como qualquer outro. :pro!essord(umali#$ocomomesmoentusiasmocomqueotabeli$otira umap)blica!orma,ouoseuescreventea1uramentadocopiaum!ormalde partila. 2$oque!alteamuitosdenossospro!essoresotalento,comon$o!altaa muitos dos nossos estudantes. Halta"nos a emula#$o, a consci%ncia de estarmos a colaborar numa .rande obra nacional ou umana, o entusiasmo do sacri!cio 's nobres causas. 95 5oristoap(tico,onossoensino0poristomanque1aeleeest(dWaltoabai3o desor.anizado. 2$o s$o os pro.ramas que nos !altam. >emo"los de sobra. Hala"nos a pai3$o, o devotamento, a alma. + primeira re!orma a !azer em n/s mesmos. Dei3emosaspeda.o.iasarrevesadasdeKos@erssimoeoutrostantos pre.oeiros de vacuidade. *$o!ormasabstratas,roupastaladaspara.entesestranas,receitase manipula#&es para os abitantes da =ua. 2$o servem para o matuto, o tabaru, o caipira, o sertane1o brasileiro, desde o 9io ,rande ao 5ar(. 2$o prestam para as popula#&es das vilas e pequenas cidades que se espalam peloJrasilinteiro.2$oconv%mnemmesmo'mocidadedasmaiores,9eci!e, Jaia, *$o 5aulo, 9io de Kaneiro. E n$o me despe#o do assunto, sem lan#ar aqui uma nota mais. ive repetidos ense1os de observar este !ato em povoa#&es do centro de ;inas, *er.ipe,5ernambuco,*antaCatarina,Jaia,+la.oaseEstadodo9iode Kaneiro.Eparaquen$osetenaaleviandadedesuporque,sequerdelon.e, e3a.ero, aqui vou dar testemuno de primeira ordem, o de um .rande esprito, emrito observador. Escolodeprop/sitoatestadore!erenteaumdosmaisricostermosdazona a.rcolamaispr/sperade5ernambucoenosmaisbelostemposemqueo a#)car estava ainda na pu1an#a. -(trintaequatroanosdizia>obiasJarreto,noseu!amosoDiscursoem man'as de camisaM T+lto e bom som se diz que a Escada riqussima, que dos mais ricos municpios da provncia. Iuerocrerqueassimse1a.2$o,porm,estran(vel,que,sendo omunicpio t$oabastado,o!ere#amosabitantesdacidade,porestelado,aspectopouco lison1eiroP 5araasvintemilcabe#asdapopula#$odotermo,estacidade,contribuicom tr%s mil, pouco mais ou menos. *obreestastr%smilalmas,oumelor,sobreestestr%smilventres, probabilssimoose.uintec(lculo89V_denecessitados,quaseindi.entes,8_ dos que vivem so!rivelmente, 1` dos que vivem bem, ` de ricos em rela#$o. *emelante quadro, que pode pecar por e3cesso de cor"de"rosa, n$o todavia aptoparadardenossoestadoeconAmicooutraidia,sen$oadeum pauperismomedono,quandomuitomoderadopelaesperan#adeumasorte de loteria. 2estatristecon1unturaque!azoestado,que!azaprovncia,que!azo municpio em !avor da popula#$o, para diminuir"le os obst(culos e !acilitar"le o trabaloP 2adamaisnemmenosdoquesobreocostadodabesta,1(cadade!adi.a, arrumar mais al.uns quilos, a !im de a1ud("la a er.uer"se. T:estadoeaprovnciasu.amanualmentedestemunicpio,sem!alarde outros canais, e s/ do que corre pelas duas coletorias, de Y[ a ZV contos de ris. Eis o que vai no re!lu3o. [email protected]!lu3o81V_dessaquantia,quese.astacoma ma.rainstru#$op)blica01[_coma1usti#aeseusap%ndices0YV_coma 102 polcia... : resto, a saber, maisde metade, vai perder"se em outras pla.as,sendo ainda paranotarqueasdespesascomapolcialocals$oas)nicasquetrazemum resultadopr(ticoesensvel,poisqueocidad$oemmuitasocasi&esrecebeno lombo a ben!ica pancada do re!le. 5orsuavez,amunicipalidadee3ercita,comomesmozelo,suas!un#&es e3aurientes e n$o se sabe, em )ltima an(lise, em que empre.a a sua receita. 5ortodaparte,pois,esobtodosospontosdevista,osmesmossintomas m/rbidos, as mesmas Cnsias, a mesma an.)stia. +sconsci%nciascomoqueperderamocentrode.ravidademoralebalan#am"se inquietas em busca de um apoio. + instru#$o quase nula, ' medida que tambm nulo o .osto de instruir"se. T@iu"sequeodesp%ndio!eitocomasescolasdestacidademuitoin!eriorao que se !az com a polcia8 sinal evidente de atraso intelectual. 2$o se limita a isto. *e.undoaopini$odecompetentes,apropor#$ore.ularentreon)merode abitantes de um lu.ar e o das pessoas que devam !requentar a escola de 1Y a 1[_, se esse lu.ar quer ter ttulo de adiantado. :ra, dos tr%s mil espritos que disse aver aqui dentro R O_ e al.uns quebrados queseencontramrealmentede!requ%nciaemcincocasasdeinstru#$oque e3istem, sendo somente 7_ o n)mero dos matriculados.U 5alavrasquepintamaovivoasitua#$odaqueletempoemumacidadedo interior. *ervem de !oto.ra!ia do Jrasil inteiro, sendo in!eriores as condi#&es em outras zonas menos pr/speras. -o1e as coisas andam muito modi!icadas para pior. +s palavras do preclaro brasileiro, que tina tanta distin#$o como poeta quanta como crtico e 1urisconsulto, v%m con!irmar como disse, alm da .eral pobreza, oditoden$oseique observadorin.l%s,queacertadamentenosde!iniraR um povo de analfa9etos e doutores. 5arececontradi#$o,masn$o0o.rossodapopula#$oine.avelmente anal!abeta,apor#$o,porm,quece.aairparaosestudos,procura,na 103 m(3imaparte,formar*se,isto,arran1arodiplomaque!acilmente leabra as portas do !uncionalismo. +mesmamaniae3isteem5ortu.al,comotiveense1odeobservarecomose encontradocumentadaem9oca5ei3otoR )BerraPortu'uesa,noen.ra#ado captulo R 4r pros estudos% 9eleva ponder