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Os Benefícios da Neuropsicologia na Intervenção do TEA. Professora: Renata Massalai, Mestre em neuropsicologia pela PUC-Rio, neuropsicóloga, CRP 16º 3866

Os Benefícios da Neuropsicologia na Intervenção do TEA

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Os Benefícios da Neuropsicologia na Intervenção do TEA.Professora: Renata Massalai, Mestre em neuropsicologia pela PUC-Rio, neuropsicóloga, CRP 16º 3866

O QUE É NEUROPSICOLOGIA?

• A neuropsicologia refere-se a uma modalidade de atuação dapsicologia proveniente a interface da neurologia e da psicologia comobjetivo de compreender os efeitos das disfunções cerebrais sobre ocomportamento e a cognição (Lezak, 2004).

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

(SNC)

COGNIÇÃO

COMPORTAMENTO

• A neuropsicologia compreende ser de natureza interdisciplinar, hajavisto que engloba disciplinas relacionadas à psicologia clínica,experimental, psicopatologia, psicologia cognitiva, neuroanatomia,neurofisiologia, neuroquímica e neurofarmacologia (Malloy-Diniz etal, 2014).

• É a partir do conhecimento do desenvolvimento e funcionamentonormal do cérebro que se pode compreender alterações cerebrais,como no caso de disfunções cognitivas e do comportamento resultantesde lesões, doenças, e possíveis desordens no neurodesenvolvimentocomo ocorrem por exemplo, no TEA (Hamdan et al., 2011).

• Portanto, a neuropsicologia busca localizar as lesões cerebraisresponsáveis pelos distúrbios específicos de comportamento, o quepermite uma melhor compreensão das funções psicológicas complexas.

ATENÇÃOPERCEPÇÃO

RACIOCINIOMEMÓRIA

SOLUÇÕES DE

PROBLEMA

PLANEJAMENTOTOMADA DE

DECISÃO APRENDIZAGEM

Como é a atuação do neuropsicologo?

• A neuropsicologia consiste em uma especialidade na atuação napsicologia regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP)pela resolução número 002\2004.

• A Neuropsicologia estuda o eixo cognitivo e comportamental dasdiferentes lesões e disfunções cerebrais, investigando a preservaçãoou alteração das funções cognitivas como memória, atenção,linguagem e função executiva dentre outras com objetivo depromover a reabilitação cognitiva (Harvey, 2012).

Neuropsicólogo• Avaliação Neuropsicológica

• Reabilitação Neuropsicológica

Como ocorre a aplicação da neuropsicologia na intervenção do TEA?Pesquisas em indivíduos com lesão no córtex pré-frontal, apresentaram-sesemelhanças de sintomas como os pacientes com TEA, principalmente nos quesitoscomportamentais, sendo esta área relacionada a Funções Executivas (FE) (Christ etal., 2011; Hill, 2004).

Figura 1: Estruturas neuroanatômicas das FE

O QUE SÃO FUNÇÕES EXECUTIVAS?

• As Funções Executivas (FE) são amplamente definidas como habilidadescognitivas de alta complexidade que capacitam o indivíduo avaliar eadequar seus comportamentos, buscando a resolução de um problema.Estas são associadas à capacidade de recrutamento de diversos processoscognitivos relacionados ao comportamento intencional (Diamond, 2013).

• Isto é, são requisitadas na formulação de planos de ação em que umasequência apropriada de ações necessita ser selecionadas eesquematizadas para nossa adaptação no cotidiano (Gazzaniga; Ivry;Mangun, 2006).

Neuroanatomia das FE

Figura 2: Lobo frontalFigura 3: Córtex pré-frontal ventromedial

Figura 3: Córtices pré-frontaisdorsolateral e orbitofrontal

Cortex pré frontal dorsolateral é responsável conforme (Malloy-Diniz,Sedo, Fuentes, & Leite, 2008):

• Tomada de decisão,• Planejamento,• Estabelecimento de metas,• Solução de problema,• Flexibilidade cognitiva,• Monitoração da aprendizagem,• Autorregulação,• Atenção,• Memória de trabalho,• Julgamento.

Córtex pré –frontal orbitofrontal- possuem conexões comáreas de processamento cognitivo e emocional, como osistema límbico.

• Empatia, • Controle Inibitório,• Cumprimento de regras sociais, • Automonitoramento, • Recompensa,• Avaliação do significado motivacional do estímulo, gerando

um reforço do comportamento.

Bush e colaboradores (2000) subdividem tal córtex em duas regiõesdiferentes:

a) Dorsal: São ativadas principalmente com testes que envolvemaspectos de estímulo-resposta com informações concorrentes;

b) Rostral: Avaliação de informações emocionais e motivacionais eregula respostas afetivas.

Diamond (2013) propõe três FE nucleares que são compostas pelo:

Controle Inibitório - capacidade de suprimir esquemas irrelevantes doambiente para realizar uma tarefa;

Memória de Trabalho - capacidade de manipulação e armazenamentode informações na memória de curto prazo

Flexibilidade Cognitiva - capacidade de alterar o curso do pensamentode acordo com as exigências do ambiente.

Controle Inibitório

• Em relação ao controle inibitório, diz respeito à habilidade de inibirrespostas a estímulos prepotentes que interrompem o curso de umaação (Huizinga et al., 2006). Este comportamento requer que hajainibição de inúmeras respostas possíveis e a escolha da respostaadequada à tarefa.

• Tal habilidade se encontra defasada em indivíduos com TEA, sendomarcante o comportamento repetitivo, interesse restrito e repostarígida e inadequada (Czermainski, et al, 2013).

Memória de trabalho

• É também chamada de Memória Operacional, envolve a capacidadecognitiva de manter e manipular a informação brevemente na memória eprocessá-la para em seguinte emitir uma resposta (Baddeley, 2003;Baddeley & Hitch, 1994).

• Déficits nessa habilidade em crianças com TEA evidenciam dificuldades nacompreensão após uma leitura, mesmo com boa capacidade dedecodificação, rapidez com que se esquece de algo aprendido, dificuldadede fazer calculo matemático, de manter e atualizar a conversa nacomunicação verbal (Robinson et al., 2009).

Flexibilidade Cognitiva

• Refere-se à habilidade do indivíduo de mudar entre diferentesperspectivas ou focos de atenção, adaptando-se de formaflexível a novas demandas, às prioridades e aos objetivosdurante a execução de uma tarefa (Lezak et al., 2012; Malloy-Diniz et al., 2008).

• Disfunções em flexibilidade cognitiva diante de uma demandade uma tarefa trarão dificuldade em antecipar consequênciasfuturas e recrutar distintas estratégias para atingir o objetivo,como no TEA (Sternberg, 2009).

• Refletem em indivíduos com TEA no comportamento ou nalinguagem, que se apresentam de maneira rígida, repetitiva e/ouestereotipada, já que tal habilidade permite a regulação dopensamento e do próprio comportamento diante das mudançasfrequentes na interação com um interlocutor ou com o ambiente(Geurts et al., 2009; Pennington & Ozonoff, 1996).

• Neste sentido, o comprometimento no TEA das funções executivas,em especial a flexibilidade cognitiva e a memória operacional, podeser identificado na ausência ou escassez de brincadeira simbólica,bem como na presença de padrões restritos e repetitivos de interessee atividade (Salles et al., 2015).

FUNÇÕES EXECUTIVAS E LINGUAGEM

• Joseph & Tager-Flusberg, (2004) apontam que as funções executivascontribuem para o desenvolvimento da dimensão pragmática dalinguagem, uma vez que o funcionamento integrado destas funçõespermitiria a manutenção e atualização da conversação em curso, semperder informações relevantes advindas da manipulação de fatos namemória de trabalho e da inibição de respostas que estão fora dotema.

Como ocorre a interface entre a neuropsicologia no TEA?Pesquisas em indivíduos com lesão no córtex pré-frontal, apresentaram-sesemelhanças de sintomas como os pacientes TEA, principalmente nosquesitos comportamentais conforme (Hughes & Russell, 1993; Hill, 2004;Pennington & Ozonoff, 1996) tais como:

• Interesses restritos;• Estereotipias;• Perseveração comportamental;• Excessiva rigidez comportamental; • Déficits no controle inibitório; • Déficits na flexibilidade cognitiva;

AS DISFUNÇÕES EXECUTIVAS

As disfunções executivas estão relacionadas a falhas ou ao atraso no desenvolvimento dasfunções executivas que estão presentes no TEA podendo ocasionar (Czermainski, 2012).

Rebaixamento atencional,

Pobre tomada de decisão,

Comportamento perseverante ou estereotipado,

Comprometimento da atenção sustentada,

Dificuldade em iniciar tarefas,

Dificuldade de alternar ou lidar concomitantemente com distintas tarefas que variam emgrau de relevância e prioridade,

Déficits no controle de impulsos e impaciência,

Dificuldades na seleção de informação, e na inibição e na mudança de respostas.

Déficits também na atenção compartilhada;

Irritabilidade;

Excessiva rigidez comportamental,

Apatia;

Prejuízo na capacidade atencional, na motivação, na memória e noplanejamento e execução de uma tarefa.

Dificuldades na antecipação das consequências de seucomportamento, no estabelecimento de novos repertórioscomportamentais, entre outros.

As evidências nos estudos demonstraram que estão presentes no TEAconforme Hughes e Russell (1993):

• Perseveração;

• Incapacidade de planejamento para atingir metas;

• Inflexibilidade cognitiva;

• Rigidez para mudança no foco de atenção.

Czermainski e colaboradores (2013) realizaram uma revisão sistemática de artigos científicos realizados entre os de 2001 a 2011 e encontraram seguintes resultados de publicações de associações entre crianças e adolescentes com TEA e disfunções executivas:

• Controle inibitório;

• Planejamento;

• Flexibilidade cognitiva;

• Fluência verbal;

• Memória de trabalho.

Conforme Dawnson (2008):

• Um prejuízo na flexibilidade cognitiva resultaria em uma perda decriatividade e uma grande dificuldade para integração de duastarefas. Uma perda da inibição ativa prejudicaria nosso controle deimpulsos e nos deixaria mais impulsivo

• Um prejuízo no raciocínio poderia refletir-se em uma dificuldade parapensar de forma estratégica, se planejar, ou analisar algum problemade forma objetiva e assertiva.

• E um déficit no controle das ações resultaria em dificuldades motoras,seja na execução (tremores) ou no planejamento (ordenamento dasações).

• Estereotipia comportamental

• Dificuldade nos relacionamentos

interpessoais:

Déficit no controle inibitório:

Desinibição

Impulsividade

Dificuldade ao brincar, em usar funcionalmente o brinquedo e fazer brincadeiras simbólicas.

Apatia e falta de reciprocidade socio-emocional.

Diferenças localizadas também no lobo temporal foram encontradas emindivíduos com TEA ocasionando dificuldades na percepção de estímulossociais como a face, por exemplo e cognição social (direção do olhar,expressões gestuais e faciais de emoção) conforme Zilbovicius ecolaboradores (2006).

Figura 4: Neuroanatomia do cérebro

• Dificuldades na percepção de face e cognição social (direção do olhar,expressões gestuais e faciais de emoção) conforme Zilbovicius ecolaboradores (2006).

• Estas disfunções executivas presentes no TEA são cruciais para asexplicações no comprometimento da cognição social que ocorrenessa condição social, conforme pesquisas neuropsicológicasapontadas (Molini-Avejonas & Fernandes, 2004).

• Os déficits na comunicação social nas crianças com autismo podeestar relacionado também à disfunção na amígdala, hipocampo eestruturas límbicas e corticais relacionadas, incluindo as demaisestruturas cerebrais alteradas, como: o hipocampo, o cerebelo, aamígdala, o corpo caloso e o cíngulo (Zilbovicius et al., 2006).

Figura 5: Neuroanatomia do sistema límbico

• Tais desordens no desenvolvimento cognitivo e social proporcionam umaimportante oportunidade para observar e delinear as regiões do encéfaloque são responsáveis pelos comportamentos que definem nossas relaçõessociais e outras estruturas neuro-anatômicas, tais como o cerebelo, quetambém estão relacionadas com comportamento social (Riesgo, 2005).

Figura 6: Cerebelo

A COGNIÇÃO SOCIAL NO TEA

• A cognição social representa uma abordagem conceitual e empíricagenérica que empenha em compreender e explicar o comportamentosocial, considerando as estruturas e os processos cognitivos que mediam arelação entre um estímulo externo e as respostas comportamentaisobserváveis (Adolphs, 1999).

• A cognição social conforme o modelo cognitivista busca explicar acapacidade em descrever de forma precisa os mecanismos gerais daaprendizagem e do pensamento de como nosso cérebro identifica,manipula, processa e automonitora as informações de situações sociais dopartir da interação com o ambiente beneficiando na compreensão dosprocessos psicológicos e neuropsicológicos subjacentes (Lieberman, 2010).

Aula 02

• No que diz respeito às suas características peculiares os pacientesdiagnosticados com Transtorno do Espectro Autista apresentamperceptível dificuldades relacionas à cognição social e emocional.Aponta-se que as referidas disfunções ocorrem em função decomplicações relacionadas ao sistema límbico, que por sua vez serelaciona com a regulação das emoções, de modo que a avaliaçãocognitiva do conteúdo emocional recebido por meio de estímuloscomplexos percebidos pelo paciente, restem prejudicados (Orsati,2009).

Teoria da Mente

Conforme Baron-Cohen (2002):

• Permite fazer inferência dos sentimentos e pensamentos alheios;

• Interpretar gestos e expressões faciais;

• Expressar as próprias emoções adequadamente;

• Entender as regras sociais;

• Entender que os outros esperam que seu comportamento mude;

• Pensar sobre nós mesmos e sobre o outro;

• Prever o comportamento de seus semelhantes.

• Esta área cortical alterada referente as estas habilidades mencionadasestá localizada no lobo frontal e relaciona-se aos neurônios espelhosque estão relacionados as habilidades de: (Dawson, 2008; Williams &Wright, 2008).

• Imitação

• Empatia

Figura 7: Neurônios espelho

COERÊNCIA CENTRAL

• Uma das características marcadas no autismo, que também éalterada, refere-se à falta da tendência natural em juntar partes deinformações para formar um 'todo' provido de significado (Coerênciacentral) (Frith, 2003).

NEUROPSICOLOGIA & TEA

• É a partir do conhecimento do desenvolvimento e funcionamentonormal do cérebro que se pode compreender alterações cerebrais,como no caso de disfunções cognitivas e do comportamentoresultantes de lesões, doenças ou desenvolvimento anormal docérebro (Hamdan et al., 2011).

• Buscar essas informações facilita à família, médico e escolaentenderem como funciona o cérebro desse paciente e como ele secomporta, contribuindo para norteamento de plano terapêuticofocado nas principais defasagens cognitivas, em busca da reabilitaçãocognitiva e evolução do paciente com TEA (Bosa & Teixeira, 2017).

• A Neuropsicologia tem ganhado destaque na intervenção do TEA pormeio da avaliação neuropsicológica, a qual tem contribuído paraimportantes domínios cognitivos serem avaliados, como os seguintesconforme (Bosa & Teixeira, 2017; Cavaco, 2015):

• Funções executivas (organização, planejamento, flexibilidade cognitiva; controle inibitório, memória de trabalho);

• Funções visuais, funções visuo-contrutivas, visuo espaciais, visuo-motoras;

• Atenção concentrada, difusa e seletiva;

• Linguagem receptiva e expressiva;

• Processos de memoria verbais e visuais;

• Nível intelectual global e especifico;

• Componentes emocionais, sociais e comportamentais.

A Avaliação Neuropsicológica

A avaliação neuropsicológica proporciona conforme Malloy- Diniz ecolaboradores (2010):

• O diagnóstico clínico precoce na infância torna possível identificartranstornos cognitivos, desordens do desenvolvimento e

• As comorbidades envolvendo outros transtornos que comprometama aquisição de habilidades

• Mapeia os perfis cognitivos e comportamentais levantados ediagnóstico de quadros clínicos que iniciam na infância e que podemestar associados a comorbidades no TEA, conforme Almeida (2010).

• Contribui na compreensão dos aspectos de maturação cerebralrelacionados às interferências da escolarização, dos fatores culturais,sociais e familiares no desenvolvimento (Hamdan; Pereira; Riechi,2011).

• Os testes neuropsicológicos têm se mostrado eficientes para odiagnóstico de determinadas patologias e circunstâncias.Notadamente, testes relacionados à fluência verbal, percepção visual,memória visual incidental, cálculo e memória tardia permitem definirfunção linear discriminante que revelou elevada capacidade dediscriminação entre pacientes e controles, na amostra (Nitrini, 1994).

• Ademais, por meio da avaliação neuropsicológica e seus resultadosdetalhados no relatório neuropsicológico, é possível descrever odesempenho cognitivo do paciente bem como relacionar osresultados obtidos com possíveis hipóteses diagnósticas que podemevidenciar o rastreio do TEA (Silva & Mulick, 2009).

Avaliação das Funções Executivas (FE) no TEA

• Atualmente, as avaliações das FE estão recebendo maior destaquedevido à importância desse domínio para a vida diária, que envolve aflexibilidade cognitiva, auto-monitoramento, atenção seletiva,controle dos impulsos, ou seja, um conjunto de competênciascognitivas específicas que aparecem prejudicadas no TEA (Bosa &Teixeira, 2017).

Czermainski e colaboradores (2014) revelaram evidências de disfunçõesexecutivas com a utilização de outros testes neuropsicológicos aplicados emcrianças e adolescentes com TEA, tais como:

• a) Teste de Trilhas (Seabra & Dias, 2012), que avalia a velocidade deatenção, sequenciamento, flexibilidade mental, busca visual e funçãomotora;

• b) Matrizes progressive de Raven (Bandeira et al., 2004), utilizados paraavaliar o desempenho intelectual servindo de critério QI não-verbal;

• c) Figuras complexas de Rey (Oliveira & Rigoni, 2014), que avalia apercepção visual (envolvida na organização dos elementos que formam umtodo), o planejamento e o desenvolvimento de estratégias de execução detarefas;

• d) Instrumento de Avaliação Breve Neuropsicológica da Criança -NEUPSILIN-INF (Miranda et al., 2018), que avalia oito funçõesneuropsicológicas: orientação, percepção, atenção, memória,linguagem, habilidades visuoconstrutivas, funções executivas ehabilidades aritméticas;

• e) Auditivo go / no go, que avalia controle inibitório conformeCzermainski e colaboradores (2014)

Considerações na avaliação no TEA

• No contexto de avaliação neuropsicológica para rastrear o TEA, énecessário observar o histórico do desenvolvimento clínico dopaciente, envolvendo avaliação integral das habilidades psicológicas,cognitivas, de comunicação, linguagem e interação social, além deutilização de instrumentos que avaliem as áreas de cognição social,funcionamento adaptativo, funções executivas e de funções sensório-motoras nessa condição clinica (Guimaraes, 2018).

• Porém, nota-se a escassez de estudos brasileiros, de avaliação das FEna população TEA, que enfoquem as habilidades cognitivaspreservadas e também prejudicadas nesses indivíduos de formadetalhada e específica conforme o critério diagnóstico do ManualDiagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), poisinformações sobre habilidades ou comprometimento cognitivo noTEA podem ser usadas como ferramentas e atividades de estimulaçãoe intervenções terapêuticas (Cavaco, 2015).

• Hurley e Levitas, (2007) ressaltam que muitos dos avanços recentessobre a cognição nos TEA têm sido embasados em pesquisas queinvestigam indivíduos com inteligência preservada, sendo necessáriotambém compreender melhor os aspectos cognitivos daqueles queapresentam deficiência intelectual moderada ou severa, bem comoaqueles indivíduos que não conseguem responder aos testes maistradicionais devido aos prejuízos na compreensão e expressãoverbais.

• O fato de analisar aspectos neurológicos no processo diagnóstico confereespecial relevância à avaliação neuropsicológica sobretudo no que tange atranstornos como o do transtorno do espectro autista que se notabilizampela ocorrência nos indivíduos assim identificados, de comportamentosrepetitivos, dificuldade de socialização, de comunicação e integração aomeio.

• Assim, a avaliação identifica não somente o transtorno, mas também aincidência e o grau de comprometimento de determinado aspecto dopaciente, o que possibilita seu tratamento.

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Referências imagensAs imagens estão agrupadas por ordem de ocorrência nos slides:

• Figura 1: https://za.pinterest.com/pin/392587292487577267/• Figura 2: Por Polygon data were generated by Life Science

Databases(LSDB). - Polygon data are from BodyParts3D.[11], CC BY-SA 2.1 jp, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9499837

• Figura 3: By Polygon data were generated by Life Science Databases(LSDB). - Polygon data are from BodyParts3D.[11], CC BY-SA 2.1 jp, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9499837

• Figure 4:Neuroanatomia do cérebro https://stock.adobe.com/br/search?load_type=search&is_recent_search=&search_type=usertyped&k=cerebro&native_visual_search=&similar_content_id=&asset_id=41308971

• Figura 5 Neuroanatomia do sistema límbico

• https://br.images.search.yahoo.com/search/images;_ylt=AwrJ7Y5SvSFf6BgA3wv16Qt.;_ylu=X3oDMTBsZ29xY3ZzBHNlYwNzZWFyY2gEc2xrA2J1dHRvbg--;_ylc=X1MDMjExNDcxMDAwNQRfcgMyBGFjdG4DY2xrBGNzcmNwdmlkA3VWeGJFekV3TGpMZ3h1RXhYdG1SUEFCYk1UYzVMZ0FBQUFDVERlSFIEZnIDbWNhZmVlBGZyMgNzYS1ncARncHJpZANnMTFKZkJZU1RRNlEwUlJCcXNhSlFBBG5fc3VnZwMwBG9yaWdpbgNici5pbWFnZXMuc2VhcmNoLnlhaG9vLmNvbQRwb3MDMARwcXN0cgMEcHFzdHJsAwRxc3RybAMxNgRxdWVyeQNzaXN0ZW1hJTIwbGltaWJvBHRfc3RtcAMxNTk2MDQ3MTcx?p=sistema+limibo&fr=mcafee&fr2=sb-top-br.images.search&ei=UTF-8&n=60&x=wrt#id=8&iurl=https%3A%2F%2Fi.pinimg.com%2Foriginals%2F32%2Fd9%2F91%2F32d99192df91a3ea9e0077a8ce3e56b1.png&action=click

• Figura 6: Cerebelo

• https://br.images.search.yahoo.com/search/images;_ylt=AwrJ3s.55BlfD0YABNT16Qt.;_ylu=X3oDMTBsZ29xY3ZzBHNlYwNzZWFyY2gEc2xrA2J1dHRvbg--;_ylc=X1MDMjExNDcxMDAwNQRfcgMyBGFjdG4DY2xrBGNzcmNwdmlkA2hOdUVOekV3TGpMZ3h1RXhYdG1SUEFXUk1UYzVMZ0FBQUFEYVRtcWcEZnIDbWNhZmVlBGZyMgNzYS1ncARncHJpZAM4NkFLenEublJMaWphSkNUSGdWZmZBBG5fc3VnZwMxMARvcmlnaW4DYnIuaW1hZ2VzLnNlYXJjaC55YWhvby5jb20EcG9zAzAEcHFzdHIDBHBxc3RybAMEcXN0cmwDOARxdWVyeQNjZXJlYmVsbwR0X3N0bXADMTU5NTUzMzAxOQ--?p=cerebelo&fr=mcafee&fr2=sb-top-br.images.search&ei=UTF-8&n=60&x=wrt#id=17&iurl=https%3A%2F%2Fwww.caracteristicas.co%2Fwp-content%2Fuploads%2F2017%2F02%2Fcerebelo-e1563922105534.png&action=click

• Figura 7: Neurônio espelho: https://br.images.search.yahoo.com/search/images;_ylt=AwrJ7B0M9xlf5vgAPjf16Qt.;_ylu=X3oDMTBsZ29xY3ZzBHNlYwNzZWFyY2gEc2xrA2J1dHRvbg--;_ylc=X1MDMjExNDcxMDAwNQRfcgMyBGFjdG4DY2xrBGNzcmNwdmlkA3c0VV8wVEV3TGpMZ3h1RXhYdG1SUEFHUU1UYzVMZ0FBQUFEeDdnSFkEZnIDbWNhZmVlBGZyMgNzYS1ncARncHJpZANwWVFCajNqWlFTLnFOcDd3U2JaVVRBBG5fc3VnZwM0BG9yaWdpbgNici5pbWFnZXMuc2VhcmNoLnlhaG9vLmNvbQRwb3MDMwRwcXN0cgNuZXVyb25pbyUyMGVzcGVsaG8EcHFzdHJsAzE2BHFzdHJsAzQwBHF1ZXJ5A25ldXIlQzMlQjRuaW9zJTIwZXNwZWxob3MlMjBlJTIwYXV0aXN0YXMEdF9zdG1wAzE1OTU1MzcyMTg-?p=neur%C3%B4nios+espelhos+e+autistas&fr=mcafee&fr2=sa-gp-br.images.search&ei=UTF-8&n=60&x=wrt#id=13&iurl=https%3A%2F%2F1.bp.blogspot.com%2F-xeky7yexIAE%2FT7P3ukXGTxI%2FAAAAAAAAAzQ%2FFm66zJ2eI80%2Fs1600%2Fneuronios%2Bespelho%2BNoreda%2BSomu%2BTossan%2BConfraria%2Bdo%2BPensadores%2BFora%2Bda%2BGaiola.JPG&action=click